Buscar

INFANTICIDIO INDIGENA - COMPLETO - TAMIRIS GENERINO DA SILVA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

10
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DIREITO
INFANTICÍDIO: UM CONFLITO ENTRE CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A CULTURA INDÍGENA
TAMIRIS GENERINO DA SILVA
RESENDE
2018
TAMIRIS GENERINO DA SILVA
INFANTICÍDIO: UM CONFLITO ENTRE CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A CULTURA INDÍGENA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito, da Universidade Estácio de Sá.
Prof. Orientador: Fernando de Alvarenga Barbosa
RESENDE
2018
AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus quе permitiu qυе tudo isso acontecesse, аo longo dе minha vida, е nãо somente nestes anos como universitária, mаs que еm todos оs momentos é o maior mestre quе alguém pode conhecer.
A esta universidade, sеu corpo docente, direção е administração qυе oportunizaram а janela qυе hoje vislumbro, eivado pеlа acendrada confiança nо mérito е ética aqui presentes.
А palavra mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs meus eternos agradecimentos.
Aos mеus pais pelo amor, incentivo е apoio incondicional, quе apesar dе todas аs dificuldades mе fortaleceu е qυе pаrа mіm foi muito importante.
E não poderia deixar de agradecer ao meu esposo Marcos Emídio, que sem ele, seu apoio e conselhos jamais alçaria tal voo. A vitória é, foi e sempre será nossa e juntos alcançaremos o impossível.
Por último e não menos importante, à minha amiga Drª. Jéssica Albertassi pelo incentivo, apoio e carinho em todo o processo de pesquisa e vida acadêmica.
A todos qυе direta оu indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеu muito obrigado.
RESUMO
Um costume secular praticado em tribos indígenas brasileiras, onde as vítimas, crianças das mais diversas idades são ceifadas em prol do costume e tradição étnica. Tal fato vem ganhando a mídia, trazendo à tona tal prática e o trato desse costume como mero hábito tradicional e cultural, e traz – se a análise de tal ato ou se sua prática lesiona de forma grave o direito à vida. 
O presente trabalho versa sobre a problemática social e constitucional do tema Infanticídio Indígena. Até onde o Estado influencia os costumes das tribos e suas tradições, e até onde a autonomia e proteção as suas tradições se contrapõem a legislação vigente. A delimitação entre tradição, costumes e legislação. As ferramentas normativas de âmbito nacional e internacional tratando dos direitos humanos e os direitos dos povos indígenas. As vertentes opostas do universalismo e relativismo.
Não se chegará a ponto algum se sobrepondo mediante costumes, mas somente a vivência de forma harmoniosa entre a cultura e tradição indígena e a sociedade e sua legislação será possível um ponto comum e consenso.
Palavras chave: infanticídio indígena, cultura, tradição, costume, direitos humanos, sociedade.
Sumário
1. Introdução; 2. Infanticídio; 2.1. O crime de infanticídio; 3. A cultura e prática do Infanticídio nas tribos brasileiras; 4. FUNAI e o Estatuto do Índio; 5. Os direitos humanos e os povos indígenas; 5.1. Os direitos humanos; 5.2. Convenção 169 da Organização Mundial do Trabalho – OIT; 6. Relativismo Cultural e Universalismo e o Infanticídio no Brasil; 7. Projeto de Lei Nº 1.057/07 – Lei Muwaji; 8. Conclusão; 9. Referências.
1. INTRODUÇÃO
O povo brasileiro surgiu de uma miscigenação das mais diversas culturas nesses quinhentos e dezoito anos. Com isso desenhou – se uma sociedade de perfil e etnia miscigenada, entre etnias, raças e religiões. Dentre essas misturas, o povo indígena, de tradição milenar e que já presente antes da descoberta do Brasil, mantendo suas tradições e cultura mesmo com a mistura e contato da sociedade. Estes conservam até os dias atuais seus ritos e crenças.
O presente trabalho versa de forma analítica a questão do infanticídio indígena, uma prática de ordem cultural, encontrada em algumas tribos; buscando a análise de forma social e jurídica dessa prática, assim como os agentes de motivação para tal. Ao escolher abordar esta questão neste estudo, visei a questão cultural dos índios na antemão do Estado, que de forma passiva nada faz para inibir, ou intervir garantido os princípios dos direitos humanos.
Partindo da vista judicial sobre a questão chave do estudo, o infanticídio indígena, ressalta a importância dos direitos humanos, assegurados e garantidos por Leis, Convenções Internacionais, proferindo a tutela da dignidade humana. Assim serão abordados e arguidos os meios jurídicos nacional e internacional.
Assim sendo, o presente estudo versa sobre a questão do infanticídio indígena no Brasil. Para que possa ficar de forma mais clara, o mesmo foi dividido em seis capítulos. Nos capítulos iniciais foi abordado o âmbito conceitual e histórico do infanticídio na sociedade, e posteriormente tratando dos costumes das tribos brasileiras, suas práticas e costumes, e as questões internas que os levam a tal prática milenar. Ainda há a abordagem da questão da legislação brasileira que tratam da problemática de tal conduta no que diz respeito ao âmbito criminal, além do papel do Estado e sua responsabilidade.
O estudo também buscou abordar tal problemática no âmbito internacional, apresentando no quarto capítulo os Direitos Humanos, suas vertentes nas questões indígenas e sua autonomia perante os países signatários.
No quinto capítulo as teorias de relativismo e universalismo são apresentadas e focadas na questão tema do presente estudo. E finalizando, o sexto capítulo apresenta Projetos de Lei que abordam a questão do infanticídio indígena, sendo o Projeto de Lei nº 1057, também conhecido como Lei Muwaji, que trata de forma objetiva e especifica o infanticídio indígena, além de alguns outros projetos que também de forma secundária trata a problemática em foco.
A presente monografia não visa a defesa da criminalidade do agente em prática de tal costume, nem tanto ser a favor da prática de tal conduta, mas apenas demonstrar a vitalidade dos direitos humanos, sua indisponibilidade, uma vez que estão dispostos nos mais diversos dispositivos legais perante a sociedade, no âmbito nacional e internacional, para que em consenso, de forma comum erradicar tal conduta e prática que diretamente viola os direitos assegurados à pessoa humana.
2. INFANTICÍDIO
1. 
2. 
2.1 O CRIME DE INFANTICÍDIO
Do latim infans (criança) e caedere (matar) ou por assim dizer “matar uma criança”, e está previsto no artigo 123 do Código Penal, e é a eliminação da vida do próprio filho, recém-nascido (acabou de nascer) ou nascente (está nascendo), praticada pela mãe, durante o parto ou logo após, mas sob influência do estado puerperal. 
Segundo Guilherme de Souza Nucci, “o estado puerperal é aquele que envolve a parturiente durante a expulsão da criança do ventre materno. Neste momento, há intensas alterações psíquicas e físicas, que chegam a transformar a mãe, deixando-a sem plenas condições de entender o que está fazendo, razão pela qual se trata de situação de semi-imputabilidade. Note-se que o puerpério é o período que se estende do início do parto até a volta da mãe às condições pré-gravidez. O estado puerperal consiste em elemento objetivo do tipo penal do crime de infanticídio”. 
O infanticídio considera um só agente, a mãe, sujeito ativo, sendo a ela exclusivamente vinculada a responsabilidade penal, sendo o objeto jurídico do crime o direito à vida do neonato, assim como do nascente, sendo esses os sujeitos passivos. Por se tratar de um crime próprio ou homicídio privilegiado, onde a ação de matar o filho cabe a mãe, estando sob o “estado puerperal”.
A Exposição de Motivos da Parte Geral do Código Penal assim define:
“Esta cláusula (influência do estado puerperal), como é obvio, não quer dizer que o puerpério acarrete sempre uma perturbação psíquica; é preciso que fique averiguado ter esta sobrevivido em consequência daquele, de modo a diminuir a capacidade de entendimento ou de auto inibição da parturiente. Fora daí, não há porque distinguir homicídio de infanticídio.”
Nos tempos mais primitivos, o infanticídio não era um crime constituído, conformeexposição de Vicente de Paula Rodrigues Maggio (2004. p.40):
“Verifica-se que entre os povos primitivos da humanidade, a morte dos filhos e das crianças não constituía crime, nem atentava contra a moral ou os costumes, pois, as mais antigas legislações penais conhecidas, não fazem qualquer referência a esse tipo de crime, concluindo ser, ser, então, permitida a conduta hoje delituosa.” 
Já no período que antecedeu o processo de colonização brasileira, os índios buscavam solucionar seus conflitos pela “Lei de Talião” (castigo igual a culpa), onde não se havia préstimo a vida, tornando assim o infanticídio irrelevante aos seus costumes; no período conhecido como Brasil colônia, as penas, severas e cruéis, eram aplicadas com base nas Ordenações Filipinas, sendo este similar ao Código Penal do Período Medieval. Posteriormente com a independência do Brasil em 1822, cria – se o Código Criminal do Império, sancionado em 1830, considerando a morte de um infante com menor importância à de um adulto.
Com a Proclamação da República, sanciona – se em 1890 o Código Penal Republicano, assim redigido:
“Art. 298 – Matar recém-nascido, isto é, infante, nos sete primeiros dias do seu nascimento, que empregando meios diretos e ativos, quer recusando a vítima os cuidados necessários à manutenção de vida e a impedir a sua morte: Pena de prisão celular por seis a vinte e quatro anos.
Parágrafo único: Se o crime for perpetrado pela mãe, para ocultar desonra própria: Pena de prisão celular por três a nove anos.”
Tanto no Código de 1830 e o de 1890, observa – se a equivalência do infanticídio ao homicídio simples, de forma a não se aplicar elementos qualificadores ao crime de morte contra um adulto para o praticado contra um recém – nascido, tornando o infanticídio um crime privilegiado, ainda que não cometido pela mãe, afim de ocultação de sua desonra.
Em 1940 com a elaboração e vigência do Código Penal Brasileiro, baseado no Código Penal Suíço de 1937, o crime de infanticídio passa a relevar e conter a natureza psicofisiológica da influência do estado puerperal, e não somente a natureza psicológica, apresentada nas leis anteriores. Descrito assim no Código Penal:
“Art. 123 – Matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena – detenção de dois a seis anos.”
Não basta que a mulher pratique tal conduta durante o período puerperal, é necessário também que haja um nexo causal entre a morte do sujeito passivo e o estado puerperal. Tais elementos causam divergências entre doutrinadores, gerando um quadro de incertezas jurídicas, já que o estado puerperal torna – se algo fatídico, mas de natureza não comprovada, pois nestes casos o exame médico e psicológico tardio não corroboram com o quadro psicofisiológico acometido sob influência do estado puerperal, onde tal fato tende para a solução mais benéfica para a ré, em decorrência do in dubio pro reo, uma vez que haverá então a presunção de tal influência no momento do fato criminoso. Ressalvando que a punibilidade do crime de infanticídio é cabível somente a título de dolo, não sendo possível a existência do infanticídio culposa, pois não há legislação a modalidade culposa.
Segundo o entendimento de Damásio de Jesus, se a mãe mata o próprio filho, estando sob influência do estado puerperal, agindo de forma culposa, esta não deve responder por infanticídio ou homicídio. Mas defende também que caso a mãe cometa tal ato sem estar sob influência do estado puerperal, haverá homicídio culposo, conforme o artigo 121, §3º do Código Penal.
3. A CULTURA E PRÁTICA DO INFANTICÍDIO NAS TRIBOS BRASILEIRAS
Hoje no Brasil, cerca de 0,4% da população é formada índios, aproximadamente 820 mil indígenas declarados, distribuídos entre 683 Terras Indígenas e algumas áreas urbanas. Também há referência de 77 grupos indígenas ainda não contatados, dos quais, 30 confirmados. Ainda neste contexto há grupos requerendo seu reconhecimento de condição indígena segundo sua condição, característica e natureza cultural, organização política e social própria, convivendo em harmonia e assim ajudando a diversificar a cultura brasileira.
Historicamente os índios, desde a chegada dos europeus, sofrem com a ignorância e preconceitos da sociedade, quanto a sua natureza biológica e espiritual próprias, julgamentos e percepções diferentes. Chegou – se a crer que os índios não tivessem alma, ou ainda não pertencerem a natureza humana, sendo tipificados como animais selvagens, segundo a visão etnocêntrica predominante no mundo ocidental europeu.
A partir desta visão discriminatória, que a relação entre índios e brancos no Brasil desde o período de colonização criou uma série de contradições, mitos e ambiguidades presente no imaginário de ambos os lados, índios e “brancos”. Diante desse paradigma a sociedade indígena sofre com a inferioridade imposta pela sociedade brasileira, onde se faz presente aos índios a sua luta pela autoafirmação de sua cultura e identidade, e conquista de direitos pela sociedade brasileira e o cenário global.
O infanticídio nas tribos brasileiras é uma tradição que se perpetua ao passar dos anos, se fazendo uma tradição e costume milenar, e por tal fato se faz presente o estudo para que se possa investigar seus motivos e razões. A terminologia adotada como “Infanticídio Indígena” é apenas para nomear o costume dessas tribos.
A doutrina jurisprudencial trata o infanticídio como um ato cometido tão somente logo após ou durante o parto, uma vez que se tem registros de infantes mortos pelas mais diversas causas com idades entre 3 até 15 anos de idade. A estatística de casos de infanticídio indígena é algo estimado, uma vez que muitos dos casos são tratados como morte por desnutrição ou casas desconhecidas e misteriosas, vindo assim mascaras a prática do mesmo. Tais relatos são embasados em sua grande parte por dados e relatos de ONGs, missionários e estudos antropológicos.
Apesar da terminologia Infanticídio Indígena, nem todas as tribos o disseminam, sendo os relatos entre as etnias Uaiuai, Mehinaco, Tapirapé, Ticuna, Amondaua, Uru – eu – uau – uau, Suruwaha, Deni, Jarawara, Jaminawa, Waurá, Kuikuro, Kamayurá, Parintintin, Yanomami, Paracanã e Kajabi. Basicamente tal prática se define em prática de homicídio de crianças justificado por suas crenças e preservação cultural. Esses atos ocorrem por motivos tais como o nascimento de crianças gêmeas, filhos de mães solteiras, e ainda crianças nascidas com deficiências físicas e mentais. Uma vez que as crianças ao nascer apresentam limitações físicas ou doenças em decorrência de anomalias genéticas, são tipificadas um peso para seu cotidiano, pois a comunidade tribal não terá o auxílio dessas crianças em suas atividades rotineiras, tornando assim uma desonra aos pais. Já as crianças nascidas gêmeas se tem a crença de vir a amaldiçoar a tribo. A sociedade indígena e sua pureza corroboram para que essas mortes aconteçam, e das mais diversas formas como asfixia, enterrar a criança ainda viva, ou através do uso de armas.
A mãe das crianças não pode e nem deve ser considerada única responsável pela morte antecipada de seus filhos, uma vez que a decisão ou condenação à morte é fruto de um consenso do grupo, sendo que a mãe ao dar à luz a criança já está ciente de sua obrigação social perante a tribo, devendo assim tirar a vida de seu filho logo após o parto, não sendo assim possível a criação de vínculo afetivo, e mantendo assim os valores morais e crença do grupo. Algumas doenças mentais se manifestam apenas com o passar dos anos, havendo assim um paradigma, pois já se criou o laço afetivo entre mãe e filho, assim a genitora se recusa a entregar seu filho a tal ritual de sacrifício, observando assim que independente de raça, cor, etnia ou religião, o amor materno, o sentimento de compaixão e préstimo a vida é presente em qualquer sociedade humana.
Infelizmente esses costumes, rituais fazem parte da cultura indígena, uma vez que essas crianças com suas limitações e deficiências impediriam a execução de tarefas cotidianascomo caça e pesca, nem como guerreiros. Fatidicamente essas crianças caso não sejam mortas estão fadadas a não socialização por não se enquadrarem aos padrões da comunidade tribal. 
Das tribos mencionadas, a Suruwahá, uma tribo de organização sexista e patriarcal praticam o feminicídio, caso a criança venha ser do sexo feminino, considerado um status inferior, equivalente a portadora de uma deficiência ou mesmo filhas de mães solteiras, sofrendo o ato como resposta ao fato de não ser aceito uma criança sem pai, mas caso seja a criança do sexo masculino, sua vida poderá ser poupada a título de utilidade junto à comunidade. Sendo assim, crianças fruto de relações sexuais de cunho violento serão destinadas a morte após o parto.
O infanticídio indígena de maior repercussão é o da pequena Hakani, filha de uma índia Suruwahá, nascida em 1995. A criança não desenvolveu como as demais de sua tribo, apresentou dificuldades motoras e de fala. Seus pais, para que não viessem a ceifar a vida de sua filha, esta considerada “sem alma”, optaram por cometer suicídio, cabendo ao avô o ritual de sacrifício da pequena, o qual por uma flechada assim o fez, e que porventura não obteve êxito, a pequena Hakani sobreviveu. O mesmo com remorso ingere uma porção de veneno e atenta contra sua própria vida. A menina viveu por cerca de três anos em isolamento da tribo, considerada amaldiçoada, vivendo em condições sub humanas. Hakani foi entregue a um casal de missionários por um de seus irmãos; o casal realizava um trabalho a mais de 20 anos com a tribo da menina. A pequena Hakani recebeu o devido tratamento médico, suporte e assistência familiar, os quais carecia naquele momento e veio a tornar – se uma criança sã. Motivados pela história da pequena Hakani, a ONG Atini – Uma voz pela vida, cria o projeto Hakani, este para reforçar e chamar a atenção da sociedade para o infanticídio indígena.
Assim como Hakani, outra criança recebeu o mesmo tratamento de uma tribo Suruwahá. Nascida em 2005, a pequena Iganani, filha de Muwaji, índia da tribo Suruwahá, diagnosticada com paralisia cerebral, sobrevivente do infanticídio, viúva e responsável por mais um filho e uma sobrinha. Ciente das tradições e cultura de sua origem indígena, optou pela vida da pequena Iganani, e partiu em busca de tratamento para a pequena, com o consentimento da tribo, em Manaus. Hoje vive em períodos de reabilitação em Brasília e sua aldeia, para que os laços e cultura não sejam perdidos. Sua luta em busca de ajuda para sua filha deu nome ao Projeto de Lei nº 1057/2007, visando a garantia dos direitos da criança indígena.
4. FUNAI E O ESTATUTO DO ÍNDIO
A Fundação Nacional do Índio, ou FUNAI, foi criada pela Lei Nº 5.371 de 5 de dezembro de 1967, é a organização oficial de assistência ao índio pelo governo brasileiro, mas a preocupação com a população indígena já remota do Império através da Carta de Lei de 27 de outubro de 1831, iniciando o reconhecimento dos direitos indígenas, baseado no ideal de que um índio só poderia ser assim considerado antes de sua socialização, ou seja, caso fosse socializado viria a perder a sua proteção conferida. 
Vinculada ao Ministério de Justiça, responde pela cumprimento da Constituição de 1988, além de zelar por políticas de sustentabilidade. Cabe a FUNAI o controle e monitoramento das terras indígenas, sendo estas isoladas ou em processo de socialização, mediar e prevenir conflitos em terras indígenas.
Precursor a criação da FUNAI, o Serviço de Proteção ao Índio criado pelo Decreto Nº 8.072 de 1910 com intuito de atrair índios arredios e hostis a povoações destinadas a índios em fase de socialização, recebendo porções de terras a fim de hábitos mais sedentários, assim de forma gradativa se adaptar junto aos sertanejos.
Promulgada em 1973, a Lei Nº 6.001 de 19 de dezembro, adotando o Estatuto do Índio, que inicialmente preocupou – se em tipificar e definir as comunidades indígenas. Dentro do estatuto, já era previsto e garantido a proteção aos costumes e tradições da cultura dos povos indígenas, também regularizando sua situação jurídica. Ainda atribui ao Poder Público a competência tangente a proteção de seu patrimônio intangível.
De acordo com o Código Civil de 1916, institui – se a relativa incapacidade dos índios, sendo assim tutelados a um órgão de natureza estatal, ficando assim de 1910 a 1967 sob a tutela do Serviço de Proteção ao Índio e atual e posteriormente a FUNAI, sendo que a tutela seria até a sua socialização.
Segundo o artigo 4º do Estatuto do Índio os índios se classificam em “isolados”, “em via de integração” e “integrados”, mostrando atenção aos critérios de conceito e tratamento jurídico dedicado ao índio, de acordo com o grau de socialização, tendo assim a integração consolidada. Em contra – mão, o estatuto que ampararia seus direitos e perpetuação de sua cultura, tomou uma via de distanciamento de sua própria identidade cultural pelos padrões de identificação. 
Apesar disso, o reconhecimento de seus direitos pela União, Estados e Municípios, além do respeito aos seus costumes e tradições, fixados por condições e garantias em seu estatuto. Ainda assim seu maior objetivo era a integração progressiva de forma harmoniosa.
Aos índios são aplicados as normas constitucionais sobre nacionalidade e cidadania, porém seus direitos civis e políticos são delicadamente condicionados, uma vez que há uma relativa incapacidade na prática de atos civis.
Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Nº 2.051/1991 que seria “o Novo Estatuto do Índio”, encaminhado em 2009 pelo Ministro da Justiça, então Tarso Genro. Baseado em seminários e discussões acerca da defasagem com relação a Constituição Federal de 1988. Com 249 artigos, tratando dos mais diversos assuntos relativos a política indígena, com destaque para a área de saúde e educação. Também um ponto chave seria o fim da inimputabilidade do índio, uma vez que cometa um crime deve ser julgado pela Justiça Federal, relevando seus costumes e usos, cabendo uma perícia antropológica. Ainda sobre a criminalização, a tribo teria um papel importante de decisão quando o ato for cometido entre indígenas, podendo absolver ou aplicar uma penalidade:
Art. 57
Será respeitada a aplicação de sanções coercitivas por comunidade indígena contra os seus membros, de acordo com as suas tradições, desde que não revistam de caráter cruel ou infamante e não impliquem em pena de morte.
Parágrafo único – A comunidade indígena poderá optar pela solicitação de julgamento judicial do seu membro faltoso.
Art. 58
Nos processos criminais contra os índios, o juiz ordenará a realização de perícia antropológica a fim de determinar o grau de consciência da ilicitude do ato praticado.
§1º. Não há crime se o índio pratica ato sem consciência do seu caráter delituoso, em virtude de diferença cultural.
§2º. São penalmente inimputáveis os membros de sociedades indígenas que não mantem relações de contato regulares com a sociedade nacional.
Art. 59
Na aplicação de pena a índio, o juiz considerará as suas peculiaridades culturais, e adotará, sempre que possível, o regime aberto.
Sendo assim a pena aplicada pela tribo considerada suficiente, caso venha a juízo, não cabendo ao magistrado sentenciar.
A FUNAI poderia liderar um movimento representativo mobilizando a sociedade, sendo índio ou socializado, para que possam buscar uma solução para a questão do infanticídio, mas não se vê e nem se prevê tal acontecimento, uma vez que isso se negligencia a constatação do fato.
A Lei Suprema brasileira, a Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor a partir de 5 de outubro de 1988, diz em seu preâmbulo:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordeminterna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
O Brasil, país de cultura variada, no artigo 3º inciso IV de sua constituição, fundamenta a promoção do bem comum, sem preconceitos de origem, sexo, raça, cor, idade ou seja outra qualquer forma de discriminação. Enfatizando que o artigo 5º dispõe:
Art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo – se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]
Aos índios foi constituído o Capítulo VIII em sua integralidade. E o caput do Art. 231:
Art. 231
São reconhecidos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarca – las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Considerado uma grande inovação na Constituição de 1988, tratar dos direitos indígenas, mas da mesma forma que o artigo responsabiliza o Estado no referido infanticídio indígena, a mesma constituição mascara a responsabilidade estatal no que diz o artigo 215:
Art. 215 – O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
§1º - O Estado protegerá as manifestações das culturas populares indígenas e afro – brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizado nacional.
Ainda no que tange a constituição, a mesma é conhecida como “Constituição da Cidadania”, trazendo a ideia de participante na vida do Estado, mas por ela o índio nativo brasileiro é considerado cidadão brasileiro, assim como todos nascidos no Brasil, sendo à eles conferidos direitos e deveres, além de tratamento igual, comum a todo cidadão brasileiro.
O Código Penal trata a imputabilidade ao índio pelo grau de socialização, sendo assim a constituição pouco influenciou nessa questão, pois um magistrado no ato de punibilidade do índio deve considerar a consciência do réu indígena no momento da prática do crime, se havia conhecimento se o ato praticado afrontaria a lei penal que se aplica a sociedade. 
 Servindo para reforçar e frisar as garantias já previstas em Lei, o Brasil conta ainda com o Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA criado pela Lei Nº 8.069/90, garantindo o direito à vida e condições dignas a criança e ao adolescente mediante políticas públicas, estas já previstas na Constituição de 1988. O ECA define assim:
Art. 3º
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata essa Lei, assegurando – lhes, por lei ou por outros meios, toas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 4º
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta propriedade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, o esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a à convivência familiar e comunitária.
[...]
Art. 7º 
A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde mediante e efetivação de políticas sociais públicas que permitem o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso em condições dignas de existência.
O Estatuto confere a toda criança nascida no território nacional sem distinção, seus direitos assegurados.
5. OS DIREITOS HUMANOS E OS POVOS INDIGENAS
5.1 OS DIREITOS HUMANOS
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948, sendo o primeiro instrumento jurídico relacionado aos direitos humanos, partindo da primícia de que todo homem nasce livre são iguais em dignidade e direto, acima de qualquer preceito. Servindo de embasamento para outros tratados, normativos de direitos humanos e constitucionalidade.
Os direitos humanos e fundamentais são os natos da condição humana, previstos no ordenamento jurídico internacional e constitucional. Suas cláusulas fundamentam o conhecido “Estado de Direito”, que corroboram aos valores de liberdade e democracia.
O desrespeito aos direitos humanos e seus valores básicos tornam o Estado totalitário, assim um ato com efeito lesivo a esses direitos atinge as esferas da sociedade em todo seu âmbito, seja de ordem política, social ou econômica. A referida declaração nos artigos XVIII e XXVII garantem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, tal como manifestar livremente essa religião ou crença, garantindo assim sua interação com a vida cultural na comunidade. Abaixo os artigos na íntegra:
Artigo 28.
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
[...]
Artigo 27.
Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo cientifico e de seus benefícios.
5.2 CONVENÇÃO 169 DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TRABALHO – OIT
Adotada a partir de 1989, a Convenção 169 da Organização Mundial do Trabalho, se torna um pilar na legislação internacional em prol da causa indígena. Dentro de suas garantias estão o direito de manter seu modo de vida e fortalecimento da sua identidade, ainda nesse contexto confere ao Estado a obrigação de proteger esses direitos de forma ativa. Esta convenção reafirmou e solidificou o ideal da Declaração dos Direitos Humanos, em destaque a minoria indígena. Em 2004, o Brasil a ratifica pelo Decreto Nº 5.051, reconhecendo suas práticas culturais, assim os dispositivos in verbis:
Artigo 2º
1. Os governos deverão assumir a responsabilidade de desenvolver, com a participação dos povos interessados, uma ação coordenada e sistemática com vistas a proteger os direitos desses povos e a garantir o respeito pela sua integralidade.
2. Essa ação deverá incluir medidas:
a) Que assegurem aos membros desses povos o gozo em condições de igualdade, dos direitos e oportunidades que a legislação nacional outorga aos demais membros da população;
b) Que promovam a plena efetividade dos direitos sociais, econômicos e culturais desses povos, respeitando a sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, e as suas instituições;
c) Que ajudem os membros dos povos interessados a eliminar as diferenças sócio – econômicas que possam existir entre os membros indígenas e os demais membros da comunidade nacional, de maneira compatível com suas aspirações e formas de vida.
Artigo 3º
1. Os povos indígenas e tribais deverão gozar plenamente dos direitos humanos e liberdades fundamentais, sem obstáculos nem discriminação. As disposições desta Convenção serão aplicadas sem discriminação aos homens e mulheres desses povos.
2. Não deverá ser empregada nenhuma forma de força ou de coerção que viole os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos povos interessados, inclusive os direitos contidos na presente Convenção.
A imputabilidade penal dos índios era definida pelo nível de integração, isso anteriormente a promulgação da Constituição de 1988. Com a Constituição de 1988, os índios passam a ter o direito de continuar com sua organização social e ser diferente da população dominante, sendo assim a Convenção 169 da OIT também passa a reconhecer tais direitos, além de sua medidas de punição, cabendo ao Estado considerar os costumes e cultura indígena ao aplicara legislação do país.
Ainda para assegurar aos povos seus direitos, o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – PIDESC, aprovado em 1966 na Assembleia Geral da ONU, tornado – se este um instrumento referencial para proteção aos direitossociais, econômicos, sociais e culturais. O Brasil é um dos 146 signatários.
Compila, além dos direitos anteriormente descritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção 169 da OIT, direito ao trabalho, sindicalizar, previdência social, à alimentação e moradia, educação e saúde de qualidade entre outros, prevê ainda medidas para assegurar por meios apropriados o exercício de seus direitos em sua integralidade, estes já reconhecidos.
Dentre seus artigos, o 5º artigo diz respeito ao tratamento igualitário a qualquer indivíduo ou grupo, in verbis:
Artigo 5º 
1. Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada no sentido de reconhecer a um Estado, grupo ou individuo qualquer direito de dedicar – se a quaisquer atividades ou de praticar quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os direitos ou liberdades reconhecidos no presente Pacto ou impor – lhes limitações mais amplas do que aquelas nele prevista.
2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos humanos fundamentais reconhecidos ou vigentes em qualquer País em virtude de leis, convenções, regulamentos ou costumes, sob pretexto de que o presente Pacto não os reconheça ou os reconheça em menor grau.
Em 1993, ocorre a II Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, esta produziu o documento mais moderno no que diz respeito aos direitos humanos, a Declaração e Programa de Ação de Viena, legitimando a aplicabilidade de seus preceitos no direito civil, econômico e sócio – cultural, ainda ressalta o direito de solidariedade, ao desenvolvimento, à paz e direitos ambientais. Dispostos conforme o 5º artigo da declaração in verbis:
Artigo 5º 
Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter – relacionados. A comunidade internacional deve considerar os direitos humanos globalmente, de forma justa e equitativa, no mesmo pé e com igual ênfase. Embora se deva ter sempre presente o significado das especifidades nacionais e regionais e os diversos antecedentes históricos, culturais e religiosos, compete aos Estados, independentemente dos seus sistemas políticos, econômicos e culturais, promover e proteger todos ao Direitos Humanos e liberdade fundamentais.
Os povos indígenas, tiveram também direitos de grande valia garantidos neste documento, ainda mais que o ano de 1993 foi considerado o Ano Internacional dos Povos Indígenas no Mundo.
Ainda dentro dos fatos que se tornaram marcos importantes na luta indígena pela sua afirmação cultural, em novembro de 2001 foi aprovada em unanimidade pela UNESCO, Organização Geral das Nações Unidas, em sua Conferência Geral, tendo 185 países participantes; neste evento ficou declarado a importância e vital necessidade do reconhecimento da diversidade cultural, isto fico explicito em seu artigo 1º e em seu artigo 2º releva o papel importante do Estado:
Artigo 2º 
1. Cada um dos Estados Partes no presente Pacto compromete – se a agir, quer com o seu próprio esforço, quer com a assistência e cooperação internacionais, especialmente nos planos econômico e técnico, no máximo dos seus recursos disponíveis, de modo a assegurar progressivamente o pleno exercício dos direitos reconhecidos no presente Pacto por todos os meios apropriados, incluindo em particular por meio de medidas legislativas.
2. Os Estados Partes no presente Pacto comprometem – se a garantir que os direitos nele enunciados serão exercidos sem discriminação alguma baseada em motivos de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou qualquer outra opinião, origem nacional ou social, fortuna, nascimento, qualquer outra situação.
3. Os países em vias de desenvolvimento tendo em devida conta os direitos do homem e a respectiva economia nacional, podem determinar em que medida garantirão os direitos econômicos no presente Pacto a não nacionais.
No artigo 3º da presente declaração, “a diversidade cultural amplia as possibilidades de escolha oferecidas a cada um; ela é uma das fontes de desenvolvimento, entendido não somente em termos de crescimento econômico, mas também como meio de acesso a uma existência intelectual, afetiva, moral e espiritual satisfatória”. De forma sucinta, desde que os direitos humanos não sejam violados, os indígenas tem total direito e liberdade de praticar seus costumes e tradições milenares.
A Organização das Nações Unidas, aprovou em sua assembleia geral realizada em 13 de setembro de 2007 a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, este documento é uma ferramenta internacional de grande relevância havendo interesse tanto da ONU quanto dos povos indígenas, e modela para um futuro com paz e justiça. Dos artigos da declaração vale destacar:
Artigo 1
Os indígenas tem direito, como povos ou como pessoas, ao desfrute pleno de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais reconhecidos pela Carta das Nações Unidas, pela Declaração Universal de Direitos Humanos e o direito internacional relativo aos direitos humanos.
Artigo 2
Os povos e as pessoas indígenas são livres e iguais a todos demais povos e pessoas e têm o direito a não ser objeto de nenhuma discriminação no exercício de seus direitos fundado, em particular em sua origem ou identidade indígena.
Ainda que seja um documento relativo aos direitos humanos, a mesma não traz nada de novo referente aos direitos indígenas, apenas reafirma os já existentes, conscientiza sobre a situação oprimida dos povos indígenas desde os primórdios aos dias atuais.
O artigo 34 deste documento, os indígenas tem assegurados os direitos de manter e desenvolver seus costumes e tradições, espiritualidade, bem como suas leis, desde que estas não estejam em acordo com as normas internacionais dos direitos humanos. Ainda neste instrumento, nos artigos 18 e 19, aos índios é garantido o direito de participar de seus povos nas decisões que se referirem a eles e seus direitos, tendo seus representantes eleitos de acordo com seus modos e cabendo ao Estado manter um bom relacionamento e entendimento para que as questões de cunho legislativo e administrativos sejam aplicados com a autorização previa dos povos.
6. RELATIVISMO CULTURAL E UNIVERSALISMO E O INFANTICÍDIO NO BRASIL
O intercâmbio de experiências culturais entre as diversas sociedade é de suma importância para que todos possam rever seus modos de vida para que se torne mais harmonioso.
O relativismo cultural consiste em reconhecer a diversidade cultural e respeitar cada cultura existente, uma vez que cada cultura seja coerente individualmente, o que o torna uma ferramenta de caráter metodológico auxiliando em pesquisas antropológicas.
Franz Boas, desenvolvedor dessa teoria, cria na autonomia cultural, sendo essas manifestadas de acordo com seus hábitos e tradições, assim não havendo culturas superiores ou inferiores. Boas ainda defendia a miscigenação de raças explicando que tal operava milagres.
Para os defensores da teoria de Boas, o direito está relacionado aos sistemas político, econômico, cultural, social e moral, em vigor em determinada sociedade. Os relativistas creem que uma a formação de uma moral universal é impossibilitada pelo pluralismo cultural, onde cada cultura possui seu discurso cultural e histórico.
Leonardo Lidório, defende a existência de uma corrente relativista, “o relativismo radical”, tornando as culturas estáticas e estanques. Enquanto a sociedade não vê o infanticídio com bons olhos, nas tribos é um ato praticado naturalmente, fazendo parte do seu cotidiano. Esta corrente incapacita o indivíduo a sustentar mudanças, por crer que se trata de um sistema imutável. Lidório exemplifica em seu artigo:
“Em Santa Isabel do Rio Negro, no ano de 2006, observei uma moça Yanomami à procura de ajuda no hospital local. Esmurrava seu ventre aparentemente tentando interromper sua gravidez no sétimo mês de gestação. Um enfermeiro local, comentando o fato, anunciou que nada se podia fazer, pois era uma atitude cultural, uma escolha compreendida apenas dentro do universo Yanomami. Mais adiante, interessado em observar o caso de perto, consulteiseu irmão que a acompanhava ao hospital. Este claramente me confirmou que aquela gravidez era indesejada pelo grupo, e portanto, poderia ser interrompida. A escolha, apesar de ser de sua irmã, não aconteceria sem a pressão do grupo.”
As visões relativista e universalista divergem, uma vez que um está a favor da coletividade e o a outra a favor do individualismo.
Após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945) após tantas violações e opressões contra a dignidade humana, surge uma busca por ferramentas que garantissem e assegurassem um processo de universalização dos direitos humanos, surgindo aos poucos os tratados, acordos, convenções, além de organismos competentes para que sejam devidamente assegurados tais direitos.
Os mecanismos internacionais que asseguram e reconhecem os direitos humanos são notoriamente da corrente universalista, buscando a proteção em caráter universal dos direitos e liberdades fundamentais a qualquer indivíduo. Essa tese universal foi adotada com a criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, sendo reafirmada em 1993 pela Declaração e Programa de Ação de Viena, defendendo a universalidade ética se abstendo ao relativismo radical, detalhado no seu 5º parágrafo. Isso torna o relativismo cultural apenas uma corrente, que não vem sendo aplicada no âmbito normativo.
Onde se encontra um confronto entres essas teorias universalista e relativista seria no infanticídio indígena no Brasil. Tendo os motivos mais variados para o ato, onde se respeita o coletivismo e não o individualismo, já que suas leis assim priorizam. Paulo Bonavides expõe sobre a diversidade cultural:
“O direito à diversidade cultural é uma garantia concedida a determinados grupos culturalmente diferenciados de que suas tradições crenças, e costumes possam ser preservados e protegidos frente a movimentos de interculturalidade, ou seja, ninguém pode ser obrigado a abster – se de possuir suas próprias tradições, crenças e costumes, ou mesmo de ser obrigado a aderir às tradições, crenças e costumes de outros grupos.”
7. PROJETO DE LEI Nº 1.057/07 – LEI MUWAJI
Tal projeto revela – se ser o de maior repercussão no que tange as discussões sobre o infanticídio indígena no cenário nacional. O projeto de lei não versa apenas sobre o infanticídio indígena, mas outras práticas como o abuso sexual e os maus tratos aos infantes.
Criada pelo Deputado Federal Henrique Afonso (PT – AC), tramitada na câmara e hoje sem data para um parecer na comissão de justiça do senado, recebeu o nome de “Lei Muwaji” em homenagem a uma mãe da etnia Suruwaha, renegando suas tradições e cultura e optou por salvar sua filha que seria sacrificada nesse ritual, já que havia nascida deficiente.
O projeto versa sobre fim das práticas indígenas que sejam nocivas, contrariando os direitos fundamentais, assegurados, reconhecidos e previstos no ordenamento jurídico nacional, e internacionalmente extensível as crianças indígenas e demais que sociedades “não – tradicionais”.
O ponto chave do Projeto de Lei é a interpretação desta prática “nociva” como tradição, e não crime, cabendo a análise conforme o artigo 231 da Constituição Federal Brasileira, além das medidas previstas no projeto serem tratadas mediante diálogo e educação, conforme o artigo 7º e a justificativa do autor:
A presente proposição visa cumprir o disposto no Decreto 99.710, de 21 de novembro de 1990, que promulga sobre a convenção dos direitos da criança, a qual, além de reconhecer o direito à vida como inerente a toda criança (art. 6º), afirma a prevalência do direito à saúde da criança no conflito com as práticas tradicionais e a obrigação de que os Estados – Partes repudiem tais práticas, ao dispor, em seu artigo 24, nº 3, o seguinte: “Os Estados – partes adotarão todas as medidas eficazes e adequadas para abolir práticas tradicionais que sejam prejudiciais à saúde da criança”. Também visa cumprir recomendação da Assembleia Geral das Nações Unidas para o combate às práticas tradicionais nocivas, como estabelecido na Resolução A/RESq56/128, de 2002, a qual faz um chamamento e todos os Estados para que a Resolução A/S – 27/19, também da Assembleia Geral da ONU, chamado de “Um mundo para as crianças”, estabelece como primeiro princípio. Colocar as crianças em primeiro lugar.
De acordo com a Lei Muwaji, a prática nociva é a matança de crianças pelo simples fato de serem geradas por mães solteiras, gêmeas, ou do sexo não desejado pelos pais, portadoras de deficiência física ou mental entre outros. Prevê ainda que os órgãos estatais promovam a inibição desses costumes, contribuindo e mantendo um diálogo entre autoridades e indígenas. Ainda a possibilidade de adoção dessas crianças, mediante comunicado prévio, salvando assim a vida dessas, e a punição para os que souberem de tais práticas e não denunciar.
Ao passar pelas Comissões da Câmara Federal, grande parte de seu conteúdo foi alterado dentre as extrações que dispunha sobre a adoção e medidas penais, mantendo apenas medidas educativas visando a erradicação da morte infantil.
Contestado pelos que trabalham no entre os povos indígenas, uma vez que seria a imposição e intolerância aos costumes, impondo valores de origem ocidentais nessas culturas de tradição milenar, no que cabe o infanticídio indígena.
A antropóloga Rita Segado defende que tal projeto de lei calunia os povos indígenas, fazendo uma imagem distorcida em relação à prática, “o propósito da lei não seria zelar pela vida das crianças, mas permitir a vigilância e intrusão nos costumes da aldeia”, diz a antropóloga.
Saulo Feitosa, acredita que já se existe a tipificação para o crime de infanticídio no Brasil, para brancos, negros ou índios, sendo assim desnecessário a criação de uma lei que poderia gerar medidas punitivas aos indígenas. “A lei não garantiria a sobrevivência das crianças, acreditando que se a punição fosse solução, não existiriam tantos casos. As pessoas mudam seus costumes a partir da conscientização” defende Feitosa.
Mariana de Holanda, antropóloga, defende a não intervenção estatal na cultura indígena, inclusive no infanticídio. Autora da tese de mestrado “Quem são os humanos dos Direitos?” conclui:
“Uma coisa é certa: transpor a noção de individuo para julgar o processo de elaboração de pessoalidade e humanidade indígenas é impor “a vida como obrigação” em horizontes relacionais onde os pontos de referência dependem da agencialidade, nas quais transpor nossas fronteiras que marcam onde a vida começa ou termina exige arbitrariedade muito violenta. Colar o signo da morte trágica em entes pouco qualificados para viver é fruto de uma ética fechada `dinâmica, à impossibilidade do diálogo.”
Com a proposta de lei surgiu um interesse da mídia e da sociedade sobre o infanticídio, embasando até outros projetos, produzindo frutos de conscientização da sociedade sobre o préstimo a vida e aos direitos humanos.
A Proposta de Emenda 303/2008 de autoria do Deputado Pompeo de Mattos (PDT – RS), previa o direito inviolável à vida nos termos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal de 1988, propondo a alteração do caput do artigo 231 da Constituição Federal, que assegura ao índio sua organização social, costumes, língua, crença e tradições, assim ficando o artigo:
Artigo 231
São reconhecidos aos índios, respeitadas a inviolabilidade do direito à vida nos termos do artigo 5º desta Constituição, sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarca – las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Sendo esse projeto rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça. Ao negar sua admissibilidade o relator Deputado Regis de Oliveira justifica:
“Além disso, de acordo com a tese aqui defendida, entendo que os índios, em decorrência do direito garantido no caput do artigo 231, da Constituição Federal de 1988 (de não sofrer nenhum tipo de interferência na sua cultura) podem estabelecer, livremente e sem restrição, as punições que serão aplicadas aos membrosda tribo, que venham a transgredir as normas de condutas definidas.
[...]
Coerente com a linha de raciocínio desenvolvida neste trabalho, entendo que os índios que se encontram em estado primitivo, com fundamento no direito de criar sua organização social, podem estabelecer qualquer tipo de sanção aos membros do grupo, mesmo que essa medida contrarie o nosso ordenamento jurídico – inviolabilidade do direito à vida, desde que tal punição esteja relacionada à cultura e aos costumes da tribo.”
Ao rejeitar o projeto de Lei, o relator entendeu que nestes casos, o direito à vida não se sobrepõe a sua cultura e costumes, sendo esses assegurados pelo artigo 231 da Constituição de 1988, uma clausula pétrea, sendo sua alteração somente pelo poder constituinte de origem.
O senador Aloizio Mercadante (PT – SP), no intuito de acrescentar mais um capítulo ao ECA, visando a defesa dos direitos indígenas, de modo que a adoção dos recém – nascidos sejam rapidamente aptos a adoção, uma vez estando ameaçado pelo infanticídio por sua comunidade, o Projeto de Lei 295/2009. Apesar de sua apreciação o referido encontra – se arquivado.
Não se pode duvidar que os mais diversos grupos tem mantido esforços para inibir e conter esse costume, que é uma realidade em várias etnias indígenas. Diversos projetos de lei, bem como organizações, e as mais diversas campanhas e debates em prol da inibição do infanticídio indígena. No entanto o questionamento dos grupos é no que diz sobre não se buscar o diálogo e entendimento com a comunidade indígena, afinal suas mais diversas etnias serão afetadas e deverão assim ser regidas pelas leis elaboradas pela sociedade tradicional e estas sofrerão com as sanções e medidas punitivas e corretivas.
8. CONCLUSÃO
Os meios de comunicação e as mais variadas notícias com foco no infanticídio indígena e na criminalização de seu costume e tradição denegram a moral e os costumes dos povos indígenas. Sim, tem – se que dedicar uma atenção especial ao infanticídio indígena, pois o seu ato constitui em um severo ato de violação aos direitos humanos, direitos estes assegurados pelos diversos meios jurídicos citados.
A conscientização e o aprendizado ainda são a melhor forma de mudança de seus atos. O universalismo defende que os diversos movimentos culturais caracterizam um individualismo de identidade, o que nos remete ao pleno direito destes povos em preservar seus costumes e tradições, enfim, seus direitos, mas desde que tais direitos não sejam de ordem superior aos direitos de ordem global dos humanos.
A alusão ao relativismo é um largo passo em direção a transformação emergencial ao processo de intercâmbio cultural, de forma digna e respeitosa, mas também há a carência em assimilar até onde esse intercâmbio pode vir a gerar intromissão e desrespeito, visando um diálogo entre essas culturas buscando um bem comum, uma solução para o infanticídio indígena e os demais problemas derivados pela ausência do conhecimento.
No mundo atual, considerando que a maioria dos povos indígenas são socializados e culturalmente civilizados, muitos com o devido esclarecimento sobre a sociedade brasileira no que tange a atos de natureza aceitável, não se deve mais aceitar tal prática. Internamente, as tribos indígenas divergem sobre o infanticídio e o homicídio infantil, além de suas crenças, tradições, ritos e cultura.
Diante dos fatos, o Estado Brasileiro não deve se omitir, e intervir e tratar o problema do infanticídio indígena, para que os direitos humanos não venham ser violados, garantindo a dignidade humana e o direito à vida, assegurando – lhes o direito de viver em grupo, em sua comunidade sem qualquer que seja atitude de rejeição ou que venha por sua existência em risco.
A elaboração de leis que corroboram para grandes mudanças sociais nestes grupos, deveria ter a presença de membros indígenas, com maior nível de arguição e argumentação, que possam propor mudanças sociais, e que estes venham a manter o legislativo a par da situação vivida por suas comunidades, assim lhes assegurando que seu convívio e sua normalidade jamais seja afetada por qualquer legislatura, tal atitude estreitaria a convivência e a proximidade dos povos com a sociedade brasileira.
A radicalidade de medidas punitivas devem ser descartadas no primeiro momento, para que em diálogo entre sociedade brasileira, legislativo e povos indígenas possam chegar a um entendimento comum, debatendo seus direitos assegurados.
9. REFERÊNCIAS
ALÉXY, Robert. Teoria de los Derechos Fundamentales. Madrid: Centro de Estúdios Políticos y Constitucionales, 2002.
BARRETO, Helder Girão. Direitos Indígenas: Vetores Constitucionais. 1ª Ed. Ano 2003. 4ª Reimpressão. Curitiba: Juruá, 2009.
BARRETO, Vicente de Paulo. Universalismo, multiculturalismo e direitos humanos. In: Direitos humanos no século XXI: parte I. Rio de Janeiro: IPRI, Fundação Alexandre Gusmão, 1998.
BELTRÃO, Jane Felipe. SOUZA, Estela Libardi. FERNANDES, Rosani de Fátima. Oliveira, Assis da Costa. Crianças indígenas e o “humanismo” etnocêntrico. Associação Brasileira de Antropologia – ABA, 2009.
BOAS, Márcia Cristina Altvater Vilas. ALVES, Fernando de Brito. Direito à cultura e o direito à vida: visão crítica sobre a prática do infanticídio em tribos indígenas. Artigo publicado no XIX Encontro Nacional do CONPENDI. Fortaleza, 2010.
BRASIL. Câmara dos Deputados. PROJETO DE LEI 1057/2007. LEI MUWAJI. Dispõe sobre o combate a práticas tradicionais e à proteção dos direitos fundamentais de crianças indígenas, bem como pertencentes a outras sociedades ditas não tradicionais. Disponível em <http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/494777-CAMARA-APROVA-PROJETO-QUE-PREVE-COMBATE-AO-INFANTICIDIO-EM-AREAS-INDIGENAS.html> Acesso em 17 de abril de 2018.
BRASIL. Senado Federal. PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 119/2015. Acrescenta o art. 54-A à Lei 6.001, de 19 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o Estatuto do Índio. Disponível em <http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/122998> Acesso em 17 de abril de 2018.
CASTRO, Celso. Apresentação. In: BOAS, Franz. Antropologia cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, Editor, 2004.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em: <http:qqwww.planalto.gov.br/ccvil_03/contituicao.htm> Acesso em 02 de abril de 2018.
CONVENÇÃO 169 DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO - OIT. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Convencao_169_OIT.pdf> Acesso em 02 de abril de 2018.
CORDEIRO, Enio. Política indigenista brasileira e promoção internacional dos direitos das populações indígenas. Instituto Rio Branco; Fundação Alexandre Gusmão; Centro de Estudos Estratégicos. Brasília, 1999.
COSTA, Pedro Ivo Salgado da. A problemática do Infanticídio enquanto tipo autônomo. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 12, n.1508, 18 ago. 2007. Disponível em <https://jus.com.br/artigos/10301> Acesso em 17 de abril de 2018.
COUTINHO, Leonardo. Crimes na Floresta. Revista Veja, V40, N32, p. 104-106, agosto de 2007.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Disponível em <http://www.dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm> Acesso em 17de março de 2018.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL. Disponível em <http://direitoshumanos.gddc.pt/3_20/IIIPAG3_20_3.htm> Acesso em 17 de março de 2018.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm> Acesso em 02 de abril de 2018.
IBGE. Disponível em: < https://indigenas.ibge.gov.br/estudos-especiais-3.html> Acesso em 02 de abril de 2018.
IBGE. Disponível em <http://ibge.gov.br/indigenas/graficos.html> Acesso em 02 de abril de 2018.
JESUS, Damásio E. Direito Penal: parte especial, Volume 2: dos crimes contra pessoa e dos crimes contra o patrimônio. São Paulo: Saraiva, 2004.
LIDÓRIO, Ronaldo. Não há morte sem dor: uma visão antropológica sobre a prática do infanticídio indígena no Brasil. In: SOUZA, Isaac Costa de; LIDÓRIO, Ronaldo. A questão indígena, uma luta desigual:missões, manipulação e sacerdócio acadêmico. Viçosa: Ultimato, 2008.
LUCIANO, Gersem dos Santos. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Coleção Educação para Todos. Brasília, 2006.
MAGGIO, Vicente de Paula Rodrigues. Infanticídio e a morte culposa do recém – nascido. Campinas, SP: Millenium Editora, 2004.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 2ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006.
PASQUINI, Cristiane Forin. O infanticídio e seus aspectos divergentes. Presidente Prudente, SP. 2002. 
PEDROSA, Tamires Natalia Brumer. O infanticídio indígena: o conflito entre os direitos humanos e o respeito à diversidade cultural. Disponível em <https://jus.com.br/artigos/60830/o-infantcidio-indigena-o-conflito-entre-os-direitos-humanos-e-o-respeito-a-diversidade-cultural> Acesso em 17 de março de 2018. 
SANTOS, Marcelo. Bebês indígenas, marcados para morrer. Problemas brasileiros, n. 381, p. 36-40, maio/junho 2007.
SEREGATTE, Saulo Silva. SILVA, Paloma Massette. INFANTICÍDIO INDÍGENA, o relativismo cultural e o papel dos direitos humanos. Disponível em <https://jus.com.br/artigos/61370/infanicidio-indigena> Acesso em 17 de março de 2018.

Continue navegando