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Niterói, janeiro de 2020 
1ª Versão 
Circulação Interna 
 
 
 
 
 
Nome da disciplina: Atualidades 
 
 
 
 
 
 
Nome do professor: Dra Michéle Tancman Candido da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Janeiro 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Seção I ................................................................................................................................... 3 
Objeto 1 - SOCIODIVERSIDADE E MULTICULTURALISMO; ........................................... 3 
Objeto 2 - SOCIEDADE, VIOLÊNCIA E A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE 
PAZ ......................................................................................................................................... 5 
Objeto 3 - EQUIDADE E DIVERSIDADE DE GÊNERO .................................................... 11 
Objeto 4 - RELAÇÕES ETNICO RACIAIS NO BRASIL .................................................... 14 
Objeto 5 - HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA ...... 15 
Objeto 6 - COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ............................................ 21 
Objeto 7 - EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E FORMAÇÃO CIDADÃ e 
FUNDAMENTOS DA ÉTICA ............................................................................................... 26 
Seção II ................................................................................................................................ 38 
Objeto 8 - CULTURA E ARTE ............................................................................................ 38 
Objeto 9 - CIDADES, HABITAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA.......................................... 47 
Objeto 10 - ESTADO, SOCIEDADE E TRABALHO .......................................................... 63 
Objeto 11 – GLOBALIZAÇÃO E A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA ........................... 74 
Objeto 12- POLÍTICA INTERNACIONAL E MIGRAÇÃO .................................................. 82 
Objeto 13 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL -SOCIEDADE 
DE CONSUMO ..................................................................................................................... 86 
Objeto 14 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE ..................................... 90 
Referências ......................................................................................................................... 92 
Seção III ............................................................................................................................... 93 
Objeto 15 - Acessibilidade e inclusão social – PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA 
PESSOA COM DEFICIÊNCIA ............................................................................................. 93 
Objeto 16 - Políticas públicas para a criança, adolescente e idoso ............................ 99 
Objeto 17 - Promoção da saúde e prevenção de doenças .......................................... 105 
Objeto 18 - Segurança alimentar e nutricional ............................................................. 108 
 
 
 
 
 3 
 
 
Seção I 
 
Nesta Seção iremos apresentar os Temas da atualidade: Sociodiversidade e multiculturalismo, sociedade, 
violência e a construção de uma cultura de paz, Equidade e diversidade de gênero, Relações etnico-raciais 
no brasil, História e cultura afro-brasileira, africana e indígena, combate à violência contra a mulher, 
Educação em direitos humanos e formação cidadã e fundamentos da ética. 
 
Objeto 1 - SOCIODIVERSIDADE E MULTICULTURALISMO; 
 
Objetivo do objeto 1: identificar o quanto a sociedade é plural, isto é diversificada e multicultural. 
 
Vamos iniciar esta seção pedindo para que você faça uma reflexão sobre a figura abaixo e em seguida 
responder o que seria da sociedade se todos fossem iguais? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Então? Um mundo homogêneo seria melhor? 
Vamos compreender alguns conceitos. 
 
Você já ouviu essas expressões Multiculturalismo e Sociodiversidade? O que é possível revelar sobre 
elas? 
Segundo o Que Conceito (2019), O multiculturalismo é conhecido como um fenômeno que estabelece 
a coexistência de várias culturas em um mesmo espaço territorial e nacional. Atualmente verifica-se muitas 
culturas convivendo em um mesmo espaço e isso ocorre, principalmente pelo processo de globalização e as 
incidência de muitas migrações, seja elas autorizadas ou não pelos países. Nesse sentido, aceitar uma 
sociedade multicultural é realiza uma convivência pacífica de várias culturas em um mesmo ambiente. 
E em que o multiculturalismo se difere da sociedade? 
Como pudemos observar no primeiro exercício deste material, a sociedade é formada por indivíduos 
nada homogêneos. A Sociodiversidade neste sentido, pode ser definida como a diversidade que se faz 
presente em uma sociedade. 
Em uma sociedade diversificada, as pessoas não pensam e nem se comportam de forma igual diante 
das mais variadas situações. São diferentes, inclusive, quanto as suas possibilidades de ser, são diferentes 
credos, etnias, opções sexuais, em suas “deficiências “e não há como estabelecer um padrão. Todos fazem 
parte da mesma sociedade e todos são importantes. Porém muitos são intolerantes um com os outros. Não 
 
 4 
é surpresa que, para se viver em sociedade é preciso conviver de forma “hibridas”
1
 . É preciso desenvolver 
a cidadania e adaptar-se as diferenças. 
Então, reforçada a ideia pelo Junior (2014) a Sociodiversidade é a convivência pacífica de diversas 
sociedades distintas, como o Brasil que é uma grande mistura de etnias, raças, religiões etc.”. Lembramos 
Segundo Muñoz (2019) que existe uma grande Sociodiversidade, principalmente no interior do Brasil (grupos 
indígenas, pequenos produtores rurais, assentados da reforma agrária, pequenos posseiros tradicionais, comunidades 
extrativistas, grupos de “alternativos” migrantes da classe média urbana em direção ao campo), representa um grande 
desafio. 
Veja os dados dos indígenas apurados pelo IBGE 2010: 
- População indígena: 896.917 (0,47% da população 
brasileira) 
 
- Terras Indígenas: 505 terras indígenas 
correspondendo a 12,5% do território brasileiro. Nestas 
terras vivem 517.383 índios (57,7% de todos os 
indígenas). 
 
- Quantidade de etnias: 305 
 
- Maiores etnias: Tikúna (46 mil), Guarani Kaiowá (43,4 
mil), Kaingang (37,4 mil), Makuxí (28,9 mil), Terena (28,8 
mil) e Tenetehara (24,4 mil). 
 
- Línguas: 274 
 Apenas os grupos indígenas no Brasil têm mais de 500 
áreas, 180 idiomas e organização social diferente das de 
ribeirinhos, quilombolas ou extrativistas. 
 
Para conhecer detalhes do relatório abra o 
QRCODE ou visite a página. 
 
Baixe um leitor de QR code em seu dispositivo e 
use o código para assistir ao vídeo on-line ( ou 
acesse: 
https://indigenas.ibge.gov.br/images/indigenas/e
studos/indigena_censo2010.pdf 
 
Mapa das terras indígenas 
 
Baixe um leitor de QR code em seu dispositivo e 
use o código para assistir ao vídeo on-line ( ou 
acesse: https://indigenas.ibge.gov.br/mapas-
indigenas-2 
 
É importante então que se estabeleça relações sociais a fim de vivenciar e respeitar as diferenças. Ou seja, é 
entender, partilhar e aceitar uns aos outros, ou de modo contrário estaremos praticando a exclusão social 
de indivíduos de uma sociedade que é plural. Sob esse ponto de vista, nota-se que essas diversidades 
realçam os valores humanos e seu entendimento do que é uma vida comum, e como as condições externas 
e suas tensões de violência, intolerância, preconceito e ideologias contrarias podem criar questionamentos 
de dúvidas sobre essa política de harmonia e sua visão liberal. 
 
 
 
1
 Significado de Hibrida, Hibrida vem do verbo hibridar. Significado de hibridar Fazer produzir 
híbridos; cruzar. Produzir híbridos. 
 
https://indigenas.ibge.gov.br/images/indigenas/estudos/indigena_censo2010.pdf
https://indigenas.ibge.gov.br/images/indigenas/estudos/indigena_censo2010.pdf
https://indigenas.ibge.gov.br/mapas-indigenas-2
https://indigenas.ibge.gov.br/mapas-indigenas-25 
Objeto 2 - SOCIEDADE, VIOLÊNCIA E A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE PAZ 
Objetivo do objeto 2: identificar a necessidade de se estabelecer uma cultura de Paz para se ter uma 
sociedade mais justa. 
 
O Nosso segundo objeto de conhecimento solicita um estudo sobre sociedade, violência e a construção 
de uma cultura de paz. E para analisa-lo se faz necessário definirmos cada uma das categorias. Valos Lá? 
 
Sociedade: 
 Sugestão de imagem 
O que é sociedade? 
Na sociologia sociedade é definida como grupo humano que habita em certo período de tempo e 
espaço, seguindo um padrão comum; coletividade. 
É muito difícil encontrar um ser humano que viva isoladamente. Existe uma necessidade básica do 
homem em se relacionar com os outros e com o mundo. Neste sentido a sociedade foi sendo construída para 
que se exerça regras sociais para que se tenha uma convivência minimamente harmônica. Muitas regras sociais 
foram criadas a partir da moral e da ética estabelecida por todos os seguimentos da sociedade. Então o que se 
pressupõe é que se tenha uma convivência e atividade conjunta do homem, ordenada ou organizada 
conscientemente. 
Sociabilidade x Socialidade 
A sociabilidade, segundo os dicionários, é a qualidade de sociável que apresenta uma pessoa, ou seja, 
aquele que de maneira natural tende a viver em sociedade, como também aquele indivíduo amável que se 
relaciona bem com todas as pessoas, mas ainda existe um grupo de pessoas que exercem a socialidade que 
para Michel Maffesoli (1984), socialidade é um conjunto de práticas quotidianas que escapam ao controle social 
rígido e, ao mesmo tempo, um verdadeiro substrato de toda vida em sociedade. 
Neste sentido pode-se haver uma cultura de paz para as sociedades no mundo como também uma 
cultura da violência. 
 
Violência 
Por que o mundo está tão violento? Por que a sociedade brasileira está tão violenta 
A violência, segundo a definição do Dicionário Aurélio (2019) é: “Exercer força física contra algo ou 
alguém, obrigar, constranger, coagir alguém a fazer algo que não queira”. Esses são alguns exemplos do 
significado de Violência. 
Há várias formas em que a violência se expressa. A violência segundo o artigo 7º da Lei nº 11.340/2006, 
são divididas em tipos e categorias, como: violência contra mulher, de gênero, domestica, familiar, física, 
institucional, intrafamiliar, moral, patrimonial, psicológica, social e sexual. 
Segundo Sylvia Leser apud Ribeiro Mahlmeister (2019), a violência tem uma origem: 
 
 6 
A desigualdade vivida pela população urbana pobre é muito agressiva. O cidadão 
urbano pobre não apenas está exposto a um abismo material e social que o afasta 
das camadas socioeconômicas mais altas da sociedade em que vive. Ele também 
deve conviver com a desigualdade de tratamento dado. (LESER, 2018). 
De acordo com Leser (2019), a maior causa atribuída para a violência que está sendo vivenciada pela 
sociedade brasileira, refere-se aos centro urbanos que recebe uma vasta população sem estar preparada 
estruturalmente e organizacionalmente para acomodar e satisfazer as necessidades de quem passa a usar 
o espaço urbano. A cidade é desigual e como as carências não são para todos, uma parcela da população, 
busca diferentes meios de alcançarem a satisfação (seja ela qual for, para cada indivíduo), o que leva a 
estereótipos e muita desigualdade social, acentuando a marginalização. 
Essa incapacidade da sociedade urbana em oferecer uma vida digna, com todas as oportunidades, faz com 
que parte delas, busquem por meios violentos, à criminalidade como uma das poucas alternativas possíveis e 
realizáveis para obter determinados bens materiais. A violência urbana, para a maioria também se tornou 
comum, algo “natural”. 
A população urbana pobre é vítima da ausência do Estado e políticas públicas. 
Ainda para Sylvia Leser apud Felipe Mahlmeister (2019): Essas pessoas se veem obrigadas a estruturar 
suas vidas a partir dos elementos que encontram disponíveis e alguns destes elementos são ligados ao 
crime, se acomodam na sociedade urbana como podem. 
Sendo assim, para Leser (2019), com os acontecimentos da violência desnecessária, grande parte 
dessa população tem dificuldades de ter uma visão pacífica para a solução da violência. Verifica-se os 
reflexos de uma convivência diária da violência. Ainda assim, diante dessas constatações estatísticas de 
violência urbana, algumas instituições como as igrejas exercem um papel de grandes influenciadores de 
comportamento social e de acolhimento. A maioria promove alternativas de vida para a sociedade. 
Alguns outros tipos de violência que também tem gerado grande repercussão e sido alvo do atual contexto 
social do Brasil. Muita intolerância às pessoas com a orientação da identidade de gênero, ao tipo de religião, a 
sua ocupação territorial, a sua portabilidade de deficiência, a violência doméstica quando acontece em casa, 
ente intrafamiliares. Alguns direitos podem ser negados, muitas situações provocam humilhação além de 
agressões físicas. 
Um dado importante nos revela Lima (2018) no Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Há registro de 
um aumento da taxa de mortes intencionais de 30,3% em comparação ao ano de 2017. A problemática 
social é tão alarmante que a taxa de homicídios de negros aumentou em 23%. 
 
Veja o vídeo. 
O Brasil mata. Mata muito. Entre 2001 e 2015 
houve 786.870 homicídios, a enorme maioria 
(70%) causados por arma de fogo e contra 
jovens negros. 
 
 
 7 
Baixe um leitor de QR code em seu dispositivo e 
use o código para assistir ao vídeo on-line ( ou 
acesse: 
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/11/politica/
1513002815_459310.html 
 
O que você achou do vídeo? Qual seria a sociedade ideal para você? 
 
 
 
 
 
A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE PAZ 
 
Nesses tempos de intolerância política ideológica, de atos desumanos contra refugiados, de 
violência contra travestis e homossexuais, agressões contra moradores de rua, de fundamentalismo 
religioso, feminicídio é muito difícil constatar uma de cultura de paz. A UNESCO explica que cultura de paz 
está relacionada ao comprometimento de promover e vivenciar o respeito a vida e dignidade de cada 
pessoa sem discriminação ou preconceito, a rejeição de qualquer forma de violência, o compartilhar de 
tempo e recursos com generosidade a fim de terminar com a exclusão, a injustiça e a opressão política e 
econômica, desenvolver a liberdade de expressão e diversidade cultural através do diálogo e da 
compreensão do pluralismo, manter um consumo responsável respeitando todas as formas de vida e 
contribuir para o desenvolvimento da minha comunidade, área, país e planeta. 
 
A Cultura de Paz, em relação a sua origem, 
apesar do movimento de Cultura de Paz ter 
sido iniciado com a fundação da UNESCO 
em 1945 (ADAMS, 2003), o termo foi 
cunhado oficialmente pela primeira vez em 
1989 através da Declaração de 
Yamoussoukro, elaborada durante a 
Conferência Internacional sobre a Paz na 
Mente dos Homens na Costa do Marfim. 
Em 1995 a Cultura de Paz foi adotada como 
Programa da UNESCO, sendo em 1998 
proclamado o ano 2000 como o Ano 
Internacional pela Cultura de Paz e 
proclamado o período de 2001-2010 como a 
Década Internacional pela Cultura de Paz e 
Não-Violência para as crianças do Mundo. 
Atualmente, a Cultura de Paz é promovida 
 
 8 
 
A construção de uma cultura de Paz está 
relacionada as categorias tolerância, intolerância e 
solidariedade praticadas pelos indivíduos pertencentes a 
sociedade. 
 
 
 
 
 
Tolerância 
 
 
 
Vamos pensar? 
 
 O quão somos tolerantes? Como anda a sua tolerância em relação ao próximo? Você 
respeita as diferenças? Todas as diferenças? 
 
 
 
 
 
Essa reflexão serve como parâmetro para sentirmos o nosso grau de tolerância 
Segundo o Dicionário Aurélio (2019), tolerância é: “Boa disposição dos que ouvem com paciência, 
opiniões opostas às suas. Aptidãopara suportar divergências, situações ou medicamentos”. 
Praticar a tolerância, nos permite perceber e entender as diversas situações geradas pela 
intolerância, e como é necessário praticar o respeito a todos. Entretanto ter tolerância ilimitada e ser 
despreparado de argumento para defender uma sociedade utópica, pacifica, unida e liberta de preconceitos, 
só dará mais argumentos aos intolerantes, que a sociedade não consegue desenvolver, defender e viver em 
meio dessa diversidade cultural. 
Enquanto as escolhas e opiniões forem voluntarias e a segregação for pacifica, a tolerância e o respeito 
estão sendo praticado. No fundo, quem não se coloca contra algo, no mínimo é hipócrita, pois, em uma 
rápida reflexão, todos nós somos contra algo ou alguém, a diferença é que não precisamos ser violentos 
para demonstrar que não concordamos ou não aceitamos algo. 
 
Intolerância 
Em contrapartida a tolerância, existe a intolerância. 
por diversas organizações ao redor do 
globo, sendo o Brasil o país com maior 
número de instituições com projetos 
descritos no relatório da Fundación Cultura 
de Paz (77 instituições), seguido pelos EUA 
com 45 instituições e Argentina com 32 
instituições (Fundación Cultura de Paz, 
2005) 
 
 9 
 
Vamos pensar? 
 
 
Na sua opinião, porque as pessoas tem se tornado intolerantes? 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo o Dicionário Aurélio (2019), tolerância é: “A falta de aceitação ou compreensão em relação a 
algo ou alguém. Comportamento de repulsa e ódio por determinada situação ou circunstância”. 
O mundo e as sociedades, como já foi relatado neste material, é um misto de raças, culturas, tamanhos, 
cores, nacionalidades, estilos, biótipos, religiões, ideais, e ainda assim pessoas são bombardeada todos os 
dias por ser quem são e por suas escolhas, porque ofendem a muitos por exporem quem são e o que 
pensam, o que vestem e que querem. A falta de tolerância, transformam as pessoas e as tornam mais 
agressivas, chegam ao extremo de julgarem, em alguns momentos, quem deve viver ou morrer por suas 
preferências. 
Praticar a tolerância, em situações geradas pela intolerância, é importante para conscientizar a 
desnecessidade impulsiva e descomedida de reagir e nutrir repulsa pelos semelhantes. Entre tanto ter 
tolerância ilimitada e ser despreparado de argumento para defender uma sociedade mais tolerante e 
solidaria, só fará. 
 No mais, para uma construção de uma cultura de paz, a solidariedade é fundamental para uma 
sociedade mais justa. 
 
A solidariedade. 
Vamos pensar? 
 
 
 
 10 
Porque a solidariedade é importante para uma cultura de paz? 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo o Dicionário Aurélio (2019), solidariedade é: “Um sentimento de amor e compaixão ao próximo, 
mais que um sentimento é uma ação em prol de outros indivíduos ás valorizando como pessoas”. 
Como descrito no dicionário, a solidariedade é vivida a partir do sentimento de responsabilidade fraterna, 
que não exclui nada nem ninguém. O planeta é um exemplo, de que necessita de cuidados. Não é apenas 
um romance entre ecologistas e paisagens bonitas, é a preocupação com o futuro, ou ainda, os problemas 
enfrentados por países subdesenvolvidos como a carência de alimentos, países e povos em conflito político, 
territorial, religioso, são alguns exemplos do panorama internacional. A resposta a essa preocupação, são 
vislumbradas pelas organizações de Brigada Internacional da Paz, Médicos Sem Fronteiras reagindo 
solidariamente aos problemas enfrentados lá fora. 
Solidariedade não é sinônimo de paz, pois a paz é a inexistência de violência ou problemas, já 
solidariedade é possibilidade de devolver a cidadania e condições dignas de vida. Uma sociedade solidaria, 
é construída pelo reconhecimento de todos os direitos humanos, e toda conservação de vida e ambiente, 
visando o bem comum de toda uma sociedade. 
Vamos responder? 
O mundo seria melhor se a sociedade fosse mais solidaria? Pense em alguns exemplos. 
 
 
 
 
 
Veja o vídeo 
Cultura da Paz e da Não Violência: você já ouviu falar? 
Gunther Aleksander, do Movimento Humanista, um dos participantes da Marcha Mundial da Cultura da 
Paz, explica o termo e a importância desse debate. 
 
Baixe um leitor de QR code em seu dispositivo e use o código para assistir ao vídeo on-line ( ou acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=T7amZib0YyU 
 
 
 
 11 
 
Objeto 3 - EQUIDADE E DIVERSIDADE DE GÊNERO 
 
Objetivo do objeto 3: identificar a diversidade de gênero existente em nossa sociedade e como é 
importante o respeito as diferenças 
Relações de gênero 
 As sociedades complexas são marcadas pela “heterogeneidade e variedade de experiências e 
costumes, contribuindo para a extrema fragmentação e diferenciação de domínios e papéis, dando um 
contorno particular à vida psicológica individual” (VELHO, 1987: 17). 
Segundo Guerra (2018), “as ciências sociais argumentam que gênero se refere à organização social da 
relação entre os sexos e expressa que homens e mulheres são produtos do contexto social e histórico e 
não resultado da anatomia de seus corpos.” 
As relações de gênero são constituídas no ambiente social e cultural, sendo influenciada por variáveis 
como contexto sócio-político, econômico, cultural etc. Essa concepção de gênero de acordo com o sexo, é 
fator limitador, pois reduz atuações e oportunidades. 
Carloto (2001) analisa a produção social da existência humana e explica que: 
A produção de nossa existência tem bases biológicas que implicam a intervenção 
conjunta dos dois sexos, o macho e a fêmea. A produção social da existência, em 
todas as sociedades conhecidas, implica por sua vez, na intervenção conjunta dos 
dois gêneros, o masculino e o feminino. Cada um dos gêneros representa uma 
particular contribuição na produção e reprodução da existência. Para Izquierdo
2
 
poderíamos nos referir aos gêneros como obras culturais, modelos de 
comportamento mutuamente excludentes cuja aplicação supõem o 
hiperdesenvolvimento de um número de potencialidades comuns aos humanos em 
detrimento de outras. Modelos que se impõem ditatorialmente às pessoas em 
função do seu sexo. Mas esta só seria uma aproximação superestrutural do 
fenômeno dos gêneros”. (CARLOTO, 2018) 
A sociedade baseia-se no sexo que o indivíduo possui, feminino ou masculino, conforme características 
biológicas e a partir disto, atribui deveres a este. Como no caso da mulher, desde que nasce é criada para 
ser mãe, sendo imposto o dever da concepção, criação de filhos e cuidado com o lar. E o homem, que é 
referencial de poder e por este motivo, é responsável pela segurança e sustento da família, gerando 
um ambiente de relações desiguais e divisões desproporcionais de tarefas, impedindo que o indivíduo faça 
suas próprias escolhas sem ferir os padrões sociais. 
Vamos conhecer um pouco mais. Veja a figura e as devidas explicações. 
 
2
 1“Bases materiales del sistema sexo/gênero” de Maria Jesus Izquierdo, Profesora del Departamento de Sociologia na Universidad Autónoma 
de Barcelona. Notas esparsas utilizada em curso do SOF-Sempreviva Organização Feminista. São Paulo, 1990 
 
 12 
 
Identidade de Gênero 
É o modo como cada indivíduo se identifica, com base em suas características de gênero, não está 
necessariamente relacionado com o fator do sexo biológico. Sendo dividido em: 
Cisgênero – É quando a identidade de gênero corresponde ao sexo biológico. 
Transexuais – É quando a identidade de gênero não corresponde ao sexo biológico. 
Não-binário é a classificação que caracteriza a mistura entre masculino e feminino, ou a total indiferença 
entre ambos. Os indivíduos não-binários ultrapassam os papéis sociais que são atribuídos aos gêneros, 
criando uma terceira identidade que foge do padrão "homem-mulher". 
Orientação sexual 
Refere-se a característica afetivo-sexual, ou seja, está relacionado ao sexo que o indivíduo senteatração 
física. 
 Heterossexual – É a pessoa que sente atração por pessoas do sexo biológico oposto. 
 Homossexual – É a pessoa que sente atração por pessoas do mesmo sexo biológico. 
 Bissexual – É a pessoa que sente atração por ambos sexos biológicos (masculino e feminino). 
 
Sexo Biológico 
É a classificação conforme os órgãos sexuais, ou seja, sexo biológico. É definido conforme as 
características sexuais que o indivíduo apresenta no momento de seu nascimento. Dividindo-se em: 
Feminino – Possui características biológicas do sexo feminino. 
Masculino – Possui características biológicas do sexo masculino. 
Intersexual (hermafroditas) – Possui características biológicas dos sexos femininos e masculino. 
 
Papel de gênero 
É a forma como a sociedade espera que homens e mulheres se comportem, conforme o padrão de 
comportamento feminino e masculino. 
 
 
 13 
E para compreensão final surge a Ideologia de gênero 
Onde as pessoas nascem iguais e vão construindo a sua própria identidade, seja como homem, mulher 
ou ambos. 
Veja a reportagem: 
Papéis de gênero são padrões de comportamento masculino e feminino 
esperados pela sociedade. São esses que definem o que seria “coisa de 
menino” e “coisa de menina”. Nos divide logo ao nascer. O vídeo abaixo, da 
página JÁ FALOU PARA O SEU MENINO HOJE?, nos ajuda a entender 
melhor essa questão: (TATIANA PEREZ) 
 
Baixe um leitor de QR code em seu dispositivo e use o código para assistir 
ao vídeo on-line ( ou acesse: http://www.paradoxopsi.com.br/single-
post/2017/03/11/relacoesdegenero 
 
As famílias: 
Uma coisa é certa, as famílias estão se constituindo de diferentes formas. Veja a figura a seguir. 
 
https://www.facebook.com/jafalouparaseumenino/?fref=ts
 
 14 
 
Não é mais possível negar as inúmeras possiblidades de conjunção familiar. 
Veja ainda a tabela proposta com as convenções possíveis, do site NH Gênero x Orientação sexual, sem 
esquecer que essas questões são flexíveis e mutáveis: 
 
Fonte: NH (2019) 
Não se pode justificar qualquer violência porque os gêneros são diferentes, a sociedade está mudando e 
o que deve predominar é o respeito à orientação de gênero de cada indivíduo. 
 
Objeto 4 - RELAÇÕES ETNICO RACIAIS NO BRASIL 
Objetivo do objeto 4: identificar as diferenças Étnicos raciais na construção social e política do Brasil. 
 
 
Quando se explica as diferenças étnicos raciais, no contexto cultural brasileiro nos remete a um período 
muito ruim da nossa história onde havia escravidão. Esse período oficialmente durou de 1550 a 1888 e foi 
marcado pelas diferenças de cor entre pessoas e os negros eram forçados a atuar em trabalhos escravos, 
atendendo aos desejos e necessidades de seus senhores, na sua maioria brancos. Eram considerados 
mercadorias e como tal, vendidos e trocados como força de trabalho. Este período, apesar de extinto, 
deixou marcas até hoje em nosso cotidiano. 
 
 15 
Apesar da diversidade de povos e culturas existentes no Brasil, ainda é possível perceber discriminações 
e preconceitos. Em função da falta de oportunidades aos negros, eles ainda representam o maior número 
de analfabetos, sofrem maior violência, residem em sua maioria em lugares sem infraestrutura e possuem a 
maior baixa renda comparada aos brancos. Levando uma relação étnico-racial muito desigual. 
Gomes (2011), define relações étnicos-raciais como as relações imersas na alteridade e construídas 
historicamente nos contextos de poder e das hierarquias raciais brasileiras, nos quais a raça opera como 
forma de classificação social, demarcação de diferenças e interpretação política e indenitária. Trata-se, 
portanto, de relações construídas no processo histórico, social, político, econômico e cultural”. 
 
O conceito de raça não está relacionado a superioridade ou inferioridade, mas na construção social e política. 
Pode ser entendido também, pela sociedade, como conjunto de atribuições estéticas e físicas. Este é elaborado e 
construído no meio social, político e cultural. Características como cor, aspectos físicos, contexto social são 
utilizadas como forma de classificação. 
Historicamente existe a diferenciação entre relações sociais, raciais e de gênero, formando hierarquias, 
resultantes em desigualdades. Pois se diz que uma pessoa tem mais poder em relação a outra devido a sua 
cor de pele, sexo e meio social. 
Segundo Gomes (2011), “Ao ser adotado, o conceito de etnia diz respeito a um grupo que possui algum 
grau de coerência e solidariedade, composto de pessoas conscientes, pelo menos de forma latente, de 
terem origens e interesses comuns. Sendo assim, um grupo étnico não é mero agrupamento de pessoas ou 
de um setor da população, mas uma agregação cônscia de pessoas unidas ou proximamente relacionadas 
por experiências compartilhadas”. 
O conceito étnico refere-se à diferenciação entre os povos no processo histórico e cultural, como por 
exemplo: povos indígenas, judeus, negros etc. Estes povos se identificam entre si, devido a semelhanças 
diversas e se unem. 
Assim, o termo “raça” diz respeito aos atributos dispensados a certo grupo e “grupo étnico” se refere a 
uma resposta original de um povo quando, em alguma situação, se sente marginalizado pela sociedade. Um 
vocábulo que passou a ser utilizado no Brasil e merece destaque é a expressão étnico racial. Seu sentido 
determina que as tensas relações raciais estabelecidas no país, vão para além das diferenças na cor da 
pele e traços fisionômicos, mas correspondem também à raiz cultural baseada na ancestralidade afro-
brasileira que difere em visão de mundo, valores e princípios da origem europeia (Brasil, 2004, p.13-14). 
 
 
 
Objeto 5 - HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA 
 
Objetivo do objeto 5: compreender parte da História social do país para identificar o quanto é importante 
a contribuição do Negro e do Índio na formação da cultura brasileira. 
Darcy Ribeiro, um antropólogo brasileiro explica no seu livro “O Povo Brasileiro” que a cultura brasileira 
foi constituída a partir de uma matriz original formada pelos indígenas nativos, os negros africanos e os 
europeus, somando-se a isso os povos que vieram posteriormente. (RIBEIRO, 1995)
3
 
 
3
 O Livro pode ser lido na íntegra no endereço http://www.iphi.org.br/sites/filosofia_brasil/Darcy_Ribeiro_-
_O_povo_Brasileiro-_a_forma%C3%A7%C3%A3o_e_o_sentido_do_Brasil.pdf 
http://www.iphi.org.br/sites/filosofia_brasil/Darcy_Ribeiro_-_O_povo_Brasileiro-_a_forma%C3%A7%C3%A3o_e_o_sentido_do_Brasil.pdf
http://www.iphi.org.br/sites/filosofia_brasil/Darcy_Ribeiro_-_O_povo_Brasileiro-_a_forma%C3%A7%C3%A3o_e_o_sentido_do_Brasil.pdf
 
 16 
O período entre os séculos XVIII e XIX no Brasil, foi marcado pela necessidade de colonizar o Brasil. 
Existiam muitas lavouras de cana-de-açúcar, fazendas, muitos afazeres domésticos e nesse sentido a 
necessidade de mão-de-obra. A princípio tentou usar a mão-de-obra indígena como escrava, mas optou-se 
para trazer escravos da África através dos navios negreiros. Muitas atrocidades ocorreram nas travessias. 
Os negros passaram por humilhações, fome, sede, sem higiene nenhuma e por serem sempre muito 
lotados os navios, alguns eram lançados ao mar. Veja o vídeo a seguir sobre o tema. 
Navio negreiro - Tráfico de 
africanos para as américas 
 
 
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https://www.youtube.com/watch?v=4GPICBDb87M 
 
A força de trabalho então para a economia colonialista foi o escravo. Qu7ando chegavam ao porto do 
Rio de Janeiro eram classificados e vendidos a partir de seu porte e aparência. 
Fica registrado pela história que o negro foi privado de sua liberdade durante anos como escreveu 
Mattos (2012), que mesmo após atingirem os anos trabalhados, necessários para a liberdade, eles teriam 
que criar meios para sua subsistência e aindasofriam preconceito: 
O preconceito se fazia presente, inclusive na Constituição do Império, que os 
impedia de adquirir direitos eletivos. Podiam somente participar de eleições 
primárias. Também não podiam se candidatar, sendo-lhes proibido o exercício de 
cargos como jurado, juiz de paz, delegado, subdelegado, promotor, conselheiro, 
deputado, senador, ministro, magistrado ou referentes ao corpo diplomático e 
eclesiásticos. (MATTOS 2012, p. 124) 
Alguns escravos conseguiam fugir e assim criavam os Quilombos
4
 e formaram comunidades 
independente. 
 
4 Os quilombos surgiram como refúgios de negros que escapavam da repressão durante todo o período de escravidão 
no Brasil, entre os séculos 16 e 19. Como a função era de esconderijo, tiveram sucesso os locais de mais difícil acesso. 
Pelo mesmo motivo, se fazia necessário criar laços comunitários e promover uma autonomia para não depender de 
recursos externos. Os moradores dessas comunidades são chamados de quilombolas. Depois da abolição, grande 
parte preferiu continuar nos povoados que formaram. Com a Constituição de 1988, ganharam o direito à propriedade e 
ao uso da terra em que estavam. O quilombo mais conhecido, sempre lembrado pelos livros de história, foi Palmares, 
instalado na Serra da Barriga, atual região de Alagoas, mas pelo menos dois mil outros deram origens a comunidades 
hoje chamadas de remanescentes de quilombo ou quilombolas. Fonte: IG (2019) 
 
https://www.youtube.com/watch?v=4GPICBDb87M
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/o+que+e+quilombo+e+quilombola/n1237810379406.html
 
 17 
 Houve uma grande pressão dos fugitivos apoiados por abolicionistas influenciando a promover a 
abolição da escravidão. A princesa Isabel, assinou, em 13 de maio de 1888, a lei que colocava um fim no 
sistema escravista, sem o pagamento de indenização, contrariando os proprietários. (MATTOS, 2012, p. 
150). 
Todo esses registros históricos nos ajuda a compreender o quanto os negros foram expostos e 
subjugados. Esquecer não dá a dimensão da necessidade de reparação a toda essa desigualdade. As 
relações humanas que foram estabelecidas promoveram a cultura de concepção e construção de um povo; 
Nesse sentido registra-se a Cultura Afro-Brasileira. 
Vamos pensar? 
 
O que se pode compreender quando se fala a cultura afro-brasileira? 
 
 
 
 
 
Você acertou se escreveu que a cultura afro-brasileira significa as manifestações presentes na cultura 
brasileira que tiveram influência direta da cultura africana, vinda com os escravos, desde o Brasil Colônia. 
Foi e é uma forma de resistência. É verdade, porém que a cultura sofreu influências de outros povos como 
os indígenas e portugueses mesclando assim as manifestações africanas. 
Veja um exemplo: 
Representadas pelas nações africanas que influenciaram a criação de outra religião, a umbanda, que 
além de características africanas, também tem suas raízes no catolicismo e no espiritismo. 
A escravidão, de certa forma, delimitou os espaços possíveis de serem ocupados 
por esses africanos. A partir da condição social e da convivência de outros grupos 
foi possível criar novas formas de se expressar culturalmente. Por isso, as 
irmandades são tão importantes quanto qualquer outra forma de expressão, pois 
permitiram o encontro de africanos que queriam manifestar aquelas que se 
tornaram também as suas crenças e compartilhar suas visões de mundo. 
(MATTOS, 2012, p. 167) 
 
A religião não foi a única influência dos negros. A forma com que batucavam, faziam uma grande roda e 
dançavam, usando tambores e palmas. A partir disso, foi criado o samba. 
Veja o vídeo a respeito dessa Desigualdades sócio étnicas na vida dos negros brasileiros 
 
 
Desigualdades sócio étnicas na vida dos 
negros brasileiros 
 
 
 18 
 
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nVLsi20k1s 
 
História e cultura indígena 
Quando ouvimos dizer que o Brasil foi descoberto pelos portugueses introjetamos uma grande falácia 
porque os índios já pertenciam ao território brasileiro. Eles são os verdadeiros donos dessa terra. Os 
portugueses buscaram um método de trazer o índio para a sua cultura através da religião católica, 
catequisando o indígena. A maioria foi resistente e insubordinaram não aceitando ser escravos, mas que 
provocou batalhas sangrentas e exterminação de muitos índios. 
Veja um trecho da carta de Pero Vaz de Caminhas ao Rei de Portugal à época que chegaram ao Brasil. 
A pele deles é parda e um pouco avermelhada. Têm rostos e narizes 
bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem se preocupam 
em cobrir ou deixar de cobrir suas vergonhas mais do se que 
preocupariam em mostrar o rosto. E a esse respeito são bastante 
inocentes. Ambos traziam o lábio inferior furado e metido nele um 
osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da 
grossura de um fuso de algodão, fino na ponta como um furador. 
(…)Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a 
sua fala e eles a nossa, eles se tornariam, logo cristãos, visto que não 
aparentam ter nem conhecer crença alguma. Ora veja Vossa Alteza 
se quem em tal inocência vive se converterá ou não, ensinando-lhes o 
que pertence à sua salvação. Porém o melhor fruto, que nela se pode 
fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a 
principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.” 
“Referência: Fundação Biblioteca Nacional. Departamento Nacional 
do Livro. A CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA. Link: 
http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf . 
(2019) 
 
Desafio!!!! 
Faça uma pesquisa e identifique a cultura indígena apresentando a sua influência no cotidianos da 
sociedade. 
 
 
 
 
 
Em relação a forma em que os índios hoje vivem, pode-se identificar que fazem parte de um grupo 
sem propriedade privada, a sua habitação atende a toda comunidade onde todos são iguais, 
descentralizadas politicamente e com status social distinto segundo a divisão do trabalho. 
 
 19 
Principais etnias indígenas da atualidade no Brasil
5
 
Ticuna Guarani Caiagangue Macuxi Terena Guajajara Xavante Ianomâmi Pataxó Potiguara 
Localização das tribos indígenas no território brasileiro 
 
Fonte: https://www.sohistoria.com.br/ef2/indios/p2.php (2019) 
Ainda existe uma população em torno de 5500 índios de várias etnias vivendo no Parque Nacional de 
Xingu. Uma terra demarcada desde 1961. Seus principais idealizadores foram os irmãos Villas Bôas. A 
área tem mais de 27 000 quilômetros quadrados. A região, é plana, predominam as matas altas 
entremeadas de cerrados e campos, é cortada pelos formadores do Rio Xingu. É uma área de constantes 
ataques de madeireiros e latifundiários. Atualmente lutam contra a barragem de Belo Monte. Uma 
hidrelétrica que vai ser a 3ª maior do mundo. Os índios dizem que não foram consultados para fazer uma 
obra dessa magnitude em seu território. Afirmam que vão perder com a inundação lembrando que o índio, 
majoritariamente vive do pescado e do biju (tapioca). 
Veja os vídeos 
Filme: Povos do Xingu contra a 
construção de Belo Monte 
 
Filme: O projeto da usina 
hidrelétrica Belo Monte 
 
Profissão Repórter – Belo 
Monte – 20/07/2016 Usina de 
Belo Monte causa impactos 
ambientais e sociais em 
Altamira (PA). Após tensões 
e polêmica, Belo Monte 
 
5
 Veja o mapa interativo do IBGE no endereço https://indigenas.ibge.gov.br/mapas-indigenas-2 (2019) 
 
https://www.sohistoria.com.br/ef2/indios/p2.php
https://indigenas.ibge.gov.br/mapas-indigenas-2
 
 20 
. 
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?v=uHi4gM7s-lc 
 
A população negra e seus direitos 
Estatuto da Igualdade Racial 
A Lei 12.288, conhecida como o Estatuto da Igualdade Racial, foi promulgada em 20 de julho de 
2010. Logo em seu artigo 1º determina que o Estado brasileiro deve “garantir à população negra a 
efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o 
combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.” 
O Estatuto dispõe sobre os Direitos Fundamentais da população negra em áreas como Saúde; Educação, 
Cultura, Esporte e Lazer; Liberdade de Consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos; 
Acesso à terra e à moradia adequada; 
 
A LEI 10.639/03 
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se 
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. 
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África 
e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade 
nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à 
História do Brasil. 
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o 
currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras”. Fonte: 
Planalto. 
A referida lei reconhece os direitos dos negros, enquanto foram marginalizados no contexto social. 
Devido ao processo que foram expostos ao longo dos anos, das desigualdades sofridas, opressões e 
restrições. A partir desse reconhecimento, proporcionar a inclusão deste assunto nos currículos escolares. 
 
A população indígena e seus direitos 
De acordo com OLIVEIRA (2017). Na Constituição de 1988, os direitos dos índios estão expressos 
em capítulo específico (Título VIII, Da Ordem Social, Capítulo VIII, Dos Índios) com preceitos que 
asseguram o respeito à organização social, aos costumes, às línguas, crenças e tradições. “A população 
indígena hoje no Brasil tem o direito de buscar maior integração, bem como de se manter intacta em sua 
cultura, aldeada, se assim entender que é a melhor forma de preservação”, explica Proença. 
Os direitos dos índios sobre suas terras são definidos como “direitos originários”, isto é, anteriores à 
criação do próprio Estado e que levam em conta o histórico de dominação da época da colonização. “O 
https://www.youtube.com/watch?v=ZmOozYXozb8
https://www.youtube.com/watch?v=ZmOozYXozb8
https://www.youtube.com/watch?v=Z0eCshTvJ9g
https://www.youtube.com/watch?v=Z0eCshTvJ9g
https://www.youtube.com/watch?v=uHi4gM7s-lc
https://www.youtube.com/watch?v=uHi4gM7s-lc
 
 21 
direito indígena se insere dentro dessa problemática de como lidar com os resquícios da desigualdade 
derivada de uma colonização que continua criando um panorama de genocídio, de negação da 
humanidade, da dignidade, das coisas mais básicas”, 
A FUNAI 
A Funai (Fundação Nacional do Índio) foi criada em 1967 e é o órgão indigenista oficial do Brasil, 
responsável por promover e proteger os direitos dos povos indígenas no território nacional, garantidos pela 
Constituição de 1988. Ela representa o alinhamento da política indigenista aos marcos jurídicos nacionais e 
internacionais que atuam na defesa, garantia e proteção dos direitos desses povos 
 Apesar da atuação da Funai, um relatório divulgado pela ONU apontou que a situação dos 
indígenas no Brasil é a mais grave desde 1988, sendo o principal problema os assassinatos derivados de 
represálias em contextos de reocupação de terras. 
 
Objeto 6 - COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
 
Objetivo do objeto 6: Identificar que as mulheres tem o direito de não sofrer qualquer tipo de violência e 
compreender alguns dos meios de combate à violência contra mulher 
 
Vamos Pensar? 
 
Porque se preocupar com o 
 
 Tema violência contra a mulher e seu combate? 
 
 
 
 
 
 
 
Está correto quem escreveu que essa violência é uma das principais formas de violar os direitos 
humanos no sentido do direito à vida, a integridade física e não discutir o tema é permitir que aumente ainda 
mais, consideravelmente as agressões sofridas pelas mulheres. A violência está estruturada na 
desigualdade de gênero. 
Veja o vídeo 
Cultura e raízes da violência contra as mulheres 
A Lógica Que Precisa Ser Descontruída 
 
 22 
 
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vyQ0g66EQlYGEvWH0RsxDG7PxYlAB
bQD&time_continue=41&v=VLaAPES4-
F8 
 
Mas como definir o que é a violência contra mulher? 
A Convenção de 1994 de Belém do Pará
6
, definiu violência contra as mulheres como “qualquer ação ou 
conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, 
tanto no âmbito público como no privado” (Art. 1°). Além das violações aos direitos das mulheres e a sua 
integridade física e psicológica, a violência impacta também no desenvolvimento social e econômico de um 
país. 
 Na maioria das vezes as violências cometidas contra as mulheres são praticada no âmbito privado, 
em suas casas e normalmente por pessoas próximas a elas. É oportuno lembrar que as agressões podem 
ser também consideradas físicas ou verbais. Dever-se-ia estabelecer uma relação de afeto e principalmente 
de respeito nos lares dessas mulheres porém, por um contexto difícil de explicar, alguns agressores se 
veem com “direitos” em agredir suas mulheres e muitas delas se veem acuadas porque estão em condição 
de submissão financeira ou por acreditam que seus agressores podem mudar, mas é fato que segundo Alto 
Comissariado das Nações Unidas pra os Direitos Humanos (ACNUDH) o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking 
mundial de Feminicídio. 
No Brasil, a taxa de feminicídio é de 4,8 para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo, segundo dados 
da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2015, o Mapa da Violência sobre homicídios entre o público 
feminino revelou que, de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, 
passando de 1.864 para 2.875. (ONU, 2016) 
O que é feminicídio? 
Veja o vídeo explicativo. 
Feminicídio 
 
 
6
 Leia na íntegra CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR, PUNIR E ERRADICAR A 
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, “CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ” (Adotada em Belém do Pará, 
Brasil, em 9 de junho de 1994,no Vigésimo Quarto Período Ordinário de Sessões da Assembleia Geral). 
Disponível em: http://www.cidh.org/Basicos/Portugues/m.Belem.do.Para.htm . Acesso em 13 de jul 2019. 
 
https://www.youtube.com/watch?list=PLvyQ0g66EQlYGEvWH0RsxDG7PxYlABbQD&time_continue=41&v=VLaAPES4-F8
https://www.youtube.com/watch?list=PLvyQ0g66EQlYGEvWH0RsxDG7PxYlABbQD&time_continue=41&v=VLaAPES4-F8
https://www.youtube.com/watch?list=PLvyQ0g66EQlYGEvWH0RsxDG7PxYlABbQD&time_continue=41&v=VLaAPES4-F8
https://www.youtube.com/watch?list=PLvyQ0g66EQlYGEvWH0RsxDG7PxYlABbQD&time_continue=41&v=VLaAPES4-F8
http://www.cidh.org/Basicos/Portugues/m.Belem.do.Para.htm
 
 23 
 
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tinue=21&v=MCRT9VSqgPk 
 
Em resumo: É a definição de homicídio de mulheres como crime hediondo quando envolve 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher e violência doméstica e familiar. A lei define feminicídio 
como “o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino” e a pena prevista 
para o homicídio qualificadoé de reclusão de 12 a 30 anos. 
É importante nomear as mortes violentas como femicídio ou feminicídio no sentido sensibilizar as 
instituições e a sociedade sobre sua ocorrência e permanência na sociedade, no sentido de combater a 
impunidade penal promovendo os direitos das mulheres e estimular a adoção de políticas de prevenção à 
violência baseada no gênero. 
Segundo a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre Violência contra a Mulher (Relatório 
Final, CPMI-VCM, 2013) “O feminicídio é a instância última de controle da mulher pelo homem: o controle 
da vida e da morte. Ele se expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a um objeto, 
quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como subjugação da intimidade e da sexualidade da mulher, 
por meio da violência sexual associada ao assassinato; como destruição da identidade da mulher, pela 
mutilação ou desfiguração de seu corpo; como aviltamento da dignidade da mulher, submetendo-a a tortura 
ou a tratamento cruel ou degradante.” 
Lei Maria da Penha - Lei nº 11.340/2006 
É um dos instrumentos mais importantes para o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra as 
mulheres. Ela tipifica muitas formas de violência (física, psicológica, sexual, patrimonial e moral), também 
prevê a criação de serviços especializados, como os que integram a Rede de Enfrentamento à Violência 
contra a Mulher, compostos por instituições de segurança pública, justiça, saúde, e da assistência social. 
 
Diretrizes para identificar razões de gênero nas mortes de mulheres
7
 
Íntimo 
 
Morte de uma mulher cometida por uma pessoa com quem a vítima tinha, ou tenha tido, uma 
relação ou vínculo íntimo: marido, ex-marido, companheiro, namorado, ex-namorado ou amante, 
pessoa com quem tem filho(a)s. Inclui-se a hipótese do amigo que assassina uma mulher – 
amiga ou conhecida – que se negou a ter uma relação íntima com ele (sentimental ou sexual) 
Não íntimo 
 
morte de uma mulher cometida por um homem desconhecido, com quem a vítima não tinha 
nenhum tipo de relação. Por exemplo, uma agressão sexual que culmina no assassinato de uma 
mulher por um estranho. Considera-se, também, o caso do vizinho que mata sua vizinha sem que 
existisse, entre ambos, algum tipo de relação ou vínculo. 
Infantil morte de uma menina com menos de 14 anos de idade, cometida por um homem no âmbito de 
 
7
 Veja o Painel da violência contra a mulher do Senado Federal Disponível no endereço 
http://www9.senado.gov.br/QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=senado%2FPainel%20OMV%20-
%20Viol%C3%AAncia%20contra%20Mulheres.qvw&host=QVS%40www9&anonymous=true . Acessado em 13 de jul. 
2019. 
https://www.youtube.com/watch?list=PLvyQ0g66EQlYGEvWH0RsxDG7PxYlABbQD&time_continue=21&v=MCRT9VSqgPk
https://www.youtube.com/watch?list=PLvyQ0g66EQlYGEvWH0RsxDG7PxYlABbQD&time_continue=21&v=MCRT9VSqgPk
https://www.youtube.com/watch?list=PLvyQ0g66EQlYGEvWH0RsxDG7PxYlABbQD&time_continue=21&v=MCRT9VSqgPk
http://www9.senado.gov.br/QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=senado%2FPainel%20OMV%20-%20Viol%C3%AAncia%20contra%20Mulheres.qvw&host=QVS%40www9&anonymous=true
http://www9.senado.gov.br/QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=senado%2FPainel%20OMV%20-%20Viol%C3%AAncia%20contra%20Mulheres.qvw&host=QVS%40www9&anonymous=true
 
 24 
 uma relação de responsabilidade, confiança ou poder conferido pela sua condição de adulto 
sobre a menoridade da menina. 
Familiar 
 
morte de uma mulher no âmbito de uma relação de parentesco entre a vítima e agressor. O 
parentesco pode ser por consanguinidade, afinidade ou adoção. 
Por conexão 
 
morte de uma mulher que está “na linha de fogo”, no mesmo local onde um homem mata ou tenta 
matar outra mulher. Pode se tratar de uma amiga, uma parente da vítima – mãe, filha – ou de 
uma mulher estranha que se encontrava no mesmo local onde o agressor atacou a vítima 
Sexual sistêmico 
 
morte de mulheres que são previamente sequestradas, torturadas e/ou estupradas. Pode ter 
duas modalidades: 
•Sexual sistêmico desorganizado. Quando a morte das mulheres está acompanhada de 
sequestro, tortura e/ou estupro. Presume-se que os sujeitos ativos matam a vítima num período 
de tempo determinado. 
•Sexual sistêmico organizado. Presume-se que, nestes casos, os sujeitos ativos atuam como 
uma rede organizada de feminicidas sexuais, com um método consciente e planejado por um 
longo e indeterminado período de tempo. 
Por prostituição 
ou ocupações 
estigmatizadas 
 
morte de uma mulher que exerce prostituição e/ou outra ocupação (como strippers, garçonetes, 
massagistas ou dançarinas de casas noturnas), cometida por um ou vários homens. Inclui os 
casos nos quais o(s) agressor(es) assassina(m) a mulher motivado(s) pelo ódio e misoginia que a 
condição de prostituta da vítima desperta nele(s). Esta modalidade evidencia o peso de 
estigmatização social e justificação da ação criminosa por parte dos sujeitos: “ela merecia”; “ela 
fez por onde”; “era uma mulher má”; “a vida dela não valia nada”. 
 
Por tráfico de 
pessoas 
 
morte de mulheres produzida em situação de tráfico de pessoas. Por “tráfico”, entende-se o 
recrutamento, transporte, transferência, alojamento ou acolhimento de pessoas, valendo-se de 
ameaças ou ao uso da força ou outras formas de coação, quer seja rapto, fraude, engano, abuso 
de poder, ou concessão ou recepção de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento 
da(s) pessoa(s), com fins de exploração. Esta exploração inclui, no mínimo, a prostituição alheia 
ou outras formas de exploração sexual, os trabalhos ou serviços forçados, a escravidão ou 
práticas análogas à escravidão, a servidão ou a extração de órgãos. 
Por contrabando 
de pessoas 
 
morte de mulheres produzida em situação de contrabando de migrantes. Por “contrabando”, 
entende-se a facilitação da entrada ilegal de uma pessoa em um Estado do qual a mesma não 
seja cidadã ou residente permanente, no intuito de obter, direta ou indiretamente, um benefício 
financeiro ou outro benefício de ordem material. 
Transfóbico 
 
morte de uma mulher transgênero ou transexual, na qual o(s) agressor(es) a mata/m por sua 
condição ou identidade de gênero transexual, por ódio ou rejeição. 
Lesbo e bifóbico morte de uma mulher bissexual ou lésbica, na qual o(s) agressor(es) a mata(m) por sua 
orientação sexual, por ódio ou rejeição. 
Racista 
 
morte de uma mulher por ódio ou rejeição de sua origem étnica, racial ou de seus traços 
fenotípicos. 
Por mutilação 
genital feminina 
 
morte de uma menina ou mulher resultante da prática de mutilação genital. 
 
 
Fonte: Diretrizes Nacionais para Investigar, Processar e Julgar com Perspectiva de Gênero as Mortes 
Violentas de Mulheres – Feminicídio
8
 (2019) 
 
Combate à Violência contra a mulher. 
 As mulheres tem o direito de não sofrer qualquer tipo de violência, seja ela em sua casa ou qualquer 
lugar público. É muito importante o respeito. A ela deve ser garantido todos os acessos as redes criadas 
para auxiliá-las e ao serviço público. Evitar, promover sanções, acabar com todas as formas de violência 
contra a mulher, é um dever do Estado e atitudes necessárias para uma sociedade mais justa e menos 
desigual entre mulheres e homens. 
 O que fazer para evitar a violência contra mulher? Pesquise em seu município algum serviço 
especializado. Existem muitas iniciativas. Escreva uma que você pesquisou. 
 
 
8
 Leia na íntegra: Diretrizes Nacionais para Investigar, Processar e Julgar com Perspectiva de Gênero as Mortes 
Violentas de Mulheres. Disponível em http://www.onumulheres.org.br/wp-
content/uploads/2016/04/diretrizes_feminicidio.pdf . Acesso em 13 jul 2019. 
http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/diretrizes_feminicidio.pdf
http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/diretrizes_feminicidio.pdf
 
 25 
 
 
 
 
Apresentamos a você o texto do Observatório da Mulher contra a Violência(2019) do Senado 
Federal sobre os Serviços Especializados de Atendimento à Mulher. 
Serviços que atendem exclusivamente a mulheres e que possuem expertise no tema da violência 
contra as mulheres. 
 Centros 
Especializado de 
Atendimento à 
Mulher 
Os Centros de Referência são espaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e 
encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência, que devem proporcionar o atendimento e 
o acolhimento necessários à superação de situação de violência, contribuindo para o fortalecimento da 
mulher e o resgate de sua cidadania. 
Casas-Abrigo 
 
As Casas-Abrigo são locais seguros que oferecem moradia protegida e atendimento integral a 
mulheres em risco de morte iminente em razão da violência doméstica. É um serviço de caráter sigiloso 
e temporário, no qual as usuárias permanecem por um período determinado, durante o qual deverão 
reunir condições necessárias para retomar o curso de suas vidas. 
Casas de 
Acolhimento 
Provisório 
 
Constituem serviços de abrigamento temporário de curta duração (até 15 dias), não-sigilosos, para 
mulheres em situação de violência, acompanhadas ou não de seus filhos, que não correm risco 
iminente de morte. Vale destacar que as Casas de Acolhimento Provisório não se restringem ao 
atendimento de mulheres em situação de violência doméstica e familiar, devendo acolher também 
mulheres que sofrem outros tipos de violência, em especial vítimas do tráfico de mulheres. O 
abrigamento provisório deve garantir a integridade física e emocional das mulheres, bem como realizar 
diagnóstico da situação da mulher para encaminhamentos necessários. 
Delegacias 
Especializadas de 
Atendimento à 
Mulher (DEAMs) 
 
São unidades especializadas da Polícia Civil para atendimento às mulheres em situação de violência. 
As atividades das DEAMs têm caráter preventivo e repressivo, devendo realizar ações de prevenção, 
apuração, investigação e enquadramento legal, as quais dever ser pautadas no respeito pelos direitos 
humanos e pelos princípios do Estado Democrático de Direito. Com a promulgação da Lei Maria da 
Penha, as DEAMs passam a desempenhar novas funções que incluem, por exemplo, a expedição de 
medidas protetivas de urgência ao juiz no prazo máximo de 48 horas. 
Núcleos ou Postos 
de Atendimento à 
Mulher nas 
Delegacias Comuns 
Constituem espaços de atendimento à mulher em situação de violência (que em geral, contam com 
equipe própria) nas delegacias comuns. 
Defensorias Públicas 
e Defensorias da 
Mulher 
(Especializadas) 
 
As Defensorias da Mulher têm a finalidade de dar assistência jurídica, orientar e encaminhar as 
mulheres em situação de violência. É órgão do Estado, responsável pela defesa das cidadãs que não 
possuem condições econômicas de ter advogado contratado por seus próprios meios. Possibilitam a 
ampliação do acesso à Justiça, bem como, a garantia às mulheres de orientação jurídica adequada e 
de acompanhamento de seus processos. 
Juizados 
Especializados de 
Violência Doméstica 
e Familiar contra a 
Mulher 
 
Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher são órgãos da Justiça Ordinária com 
competência cível e criminal que poderão ser criados pela União (no Distrito Federal e nos Territórios) 
e pelos Estados para o processo, julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de 
violência doméstica e familiar contra a mulher. Segundo a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), 
que prevê a criação dos Juizados, esses poderão contar com uma equipe de atendimento 
multidisciplinar a ser integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e da 
saúde. 
Promotorias e 
Promotorias 
Especializadas 
A Promotoria Especializada do Ministério Público promove a ação penal nos crimes de violência contra 
as mulheres. Atua também na fiscalização dos serviços da rede de atendimento. 
Casa da Mulher 
Brasileira 
 
A Casa da Mulher Brasileira integra no mesmo espaço serviços especializados para os mais diversos 
tipos de violência contra as mulheres: acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; Juizado; 
Ministério Público, Defensoria Pública; promoção de autonomia econômica; cuidado das crianças – 
brinquedoteca; alojamento de passagem e central de transportes. Mais informações disponíveis 
em http://www.spm.gov.br/assuntos/violencia/cmb. 
Serviços de Saúde 
Geral e Serviços de 
Saúde voltados para 
o atendimento dos 
casos de violência 
sexual e doméstica 
A área da saúde, por meio da Norma Técnica de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da 
Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes, tem prestado assistência médica, de enfermagem, 
psicológica e social às mulheres vítimas de violência sexual, inclusive quanto à interrupção da gravidez 
prevista em lei nos casos de estupro. A saúde também oferece serviços e programas especializados no 
atendimento dos casos de violência doméstica. 
Fonte: Senado Federal (2019) 
 O Governo ainda possui um serviço para denunciar as violações de direitos humanos conhecido 
como disque 100 e lá tem um canal exclusivo para atendimento às mulheres. 
http://www.spm.gov.br/assuntos/violencia/cmb
 
 26 
 Enfim, para finalizar este tema. Separamos duas cartilhas para você conhecer um pouco mais sobre 
a prevenção e combate a violência contra mulher. 
ONU Mulheres. Vamos Conversar? Enfrentando a violência contra a mulher 
 
 
Baixe um leitor de QR code em seu dispositivo e 
use o código para assistir ao vídeo on-line ( ou 
acesse: http://www.onumulheres.org.br/wp-
content/uploads/2016/04/CARTILHA_DF.pdf 
Baixe um leitor de QR code em seu dispositivo e use o 
código para assistir ao vídeo on-line ( ou acesse: 
https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-
a-violencia/pdfs/enfrentando-a-violencia-contra-a-
mulher-orientacoes-praticas-para-profissionais-e-
voluntarios 
 
 Objeto 7 - EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E FORMAÇÃO CIDADÃ e 
FUNDAMENTOS DA ÉTICA 
 
Objetivo do objeto 7: Identificar o quanto é inerente ao humano os direitos humanos cujo o Brasil é 
signatário deste tratado e ainda identificar a importância de uma Educação em direitos humanos, conhecer 
as definições de cidadania, democracia e ética. 
 
 Antes de Iniciarmos a relação entre Educação em Direitos Humanos e Formação Cidadã, é preciso 
compreender o conceito de Direitos Humanos. 
Direitos Humanos. 
De acordo com a definição universal, os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres 
humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra 
condição. A partir dos direitos humanos estabelecido infere-se que o direito à vida e à liberdade, à liberdade 
de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. Nesse sentido são os 
direitos de todo ser humano. Todos merecem estes direitos, sem discriminação. 
Para se ter uma ideia, a ONU (2019) explica algumas características importantes dos direitos humanos. 
 
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS DIREITOS 
HUMANOS 
Os direitos humanos são fundados sobre o respeito pela dignidade e o valor 
de cada pessoa; 
Os direitos humanos são universais, o que quer dizer que são aplicados de 
forma igual e sem discriminação a todas as pessoas; 
Os direitos humanos são inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus 
direitos humanos; eles podem ser limitados em situações específicas. Por 
exemplo, o direito à liberdade pode ser restringido se uma pessoa é considerada 
http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/CARTILHA_DF.pdf
http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/CARTILHA_DF.pdf
https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-violencia/pdfs/enfrentando-a-violencia-contra-a-mulher-orientacoes-praticas-para-profissionais-e-voluntarios
https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-violencia/pdfs/enfrentando-a-violencia-contra-a-mulher-orientacoes-praticas-para-profissionais-e-voluntarios
https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-violencia/pdfs/enfrentando-a-violencia-contra-a-mulher-orientacoes-praticas-para-profissionais-e-voluntarioshttps://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-violencia/pdfs/enfrentando-a-violencia-contra-a-mulher-orientacoes-praticas-para-profissionais-e-voluntarios
 
 27 
culpada de um crime diante de um tribunal e com o devido processo legal; 
Os direitos humanos são indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, já 
que é insuficiente respeitar alguns direitos humanos e outros não. Na prática, a 
violação de um direito vai afetar o respeito por muitos outros; 
Todos os direitos humanos devem, portanto, ser vistos como de igual 
importância, sendo igualmente essencial respeitar a dignidade e o valor de cada 
pessoa. 
Fonte: ONU (2019) 
 
 É o direito de estar vivo com tudo que lhe é essencial. 
 
 O conceito de Direitos Humanos deve ser apropriado e construído em todas as sociedades, 
principalmente nos países signatários deste tratado
9
, como o Brasil.
10
 
Encontra-se na Constituição Federal de 1988, no sentido de garantir a dignidade da pessoa humana, os 
direitos humanos, a democracia, a paz e o desenvolvimento socioeconômico. 
Trata-se ainda de um debate sobre os direitos humanos que veio se consolidando a partir das décadas 
de 1980 e 1990 com propostas e ações da sociedade civil organizada sobre uma a formação para a 
cidadania objetivando fortalecer a democracia. Não restam dúvidas que o marco foi a Constituição Federal 
de 1988 consolidando o Estado Democrático de Direito reconhecendo a dignidade da pessoa humana e os 
direitos ampliados da cidadania (civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais). 
A grande questão é como fazer para que os direitos humanos sejam realmente apropriados e 
respeitados? 
O Brasil tem uma série de iniciativas para estabelecer lembrar a importância dos direitos humanos a 
pessoa humana. Entre elas a Educação em Direitos Humanos. 
O que é educação em Direitos Humanos EDH? 
É uma necessidade de promover não só o discurso, mas principalmente ações que promovam o bem 
coletivo dignificando o homem para que possa viver em um mundo melhor. 
Toda ação educativa com enfoque nos direitos humanos deve conscientizar acerca da realidade, 
identificar as causas dos problemas, procurar modificar atitudes e valores, e trabalhar para mudar as 
situações de conflito e de violações dos direitos humanos, trazendo como marca a solidariedade e o 
compromisso com a vida. É nesse processo que se constrói o conhecimento necessário para a 
transformação da realidade. Tal processo deve ser coletivo, integrado ao meio onde acontece, e em sintonia 
com as necessidades de quem dele participa. (BRASIL, 2013) 
Como fazer uma Educação em Direitos Humanos - EDH? 
Uma possibilidade de resposta está no texto de Benevides (2000) que nos explica que a Educação em 
Direitos Humanos parte de três pontos essenciais: 
 
9
 Um tratado é um acordo entre os Estados, que se comprometem com regras específicas. Um tratado é 
legalmente vinculativo para os Estados que tenham consentido em se comprometer com as disposições do 
tratado. 
10
 O Brasil passou a ratificar os mais importantes tratados internacionais (globais e regionais) de proteção 
dos direitos humanos, além de reconhecer a jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do 
Estatuto do Tribunal Penal Internacional 
 
 
 28 
O primeiro, é uma educação de natureza permanente, continuada e global. 
O Segundo, é uma educação necessariamente voltada para a mudança, 
O e terceiro, é uma incutir valores, para atingir corações e mentes e não apenas instrução, meramente 
transmissora de conhecimentos. 
Para ela deve-se acrescentar uma educação compartilhada por aqueles que estão envolvidos no 
processo educacional – os educadores e os educandos - ou ela não será educação e muito menos 
educação em direitos humanos. Tais pontos são premissas: a educação continuada, a educação para a 
mudança e a educação compreensiva, no sentido de ser compartilhada e de atingir tanto a razão quanto a 
emoção. (BENEVIDES, 2000). 
O Brasil, em 2003 lançou o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) e se apoia em 
documentos internacionais e nacionais, demarcando a inserção do Estado brasileiro na história da 
afirmação dos direitos humanos e na Década da Educação em Direitos Humanos, prevista no Programa 
Mundial de Educação em Direitos Humanos (PMEDH) (BRASIL, 2003) 
De acordo com a 3ª Edição do PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS foram estabelecidos 
os seguintes objetivos: 
• destacar o papel estratégico da educação em direitos humanos para o fortalecimento do Estado 
democrático de direito; 
• enfatizar o papel dos direitos humanos na construção de uma sociedade justa, equitativa e 
democrática; 
• encorajar o desenvolvimento de ações de educação em direitos humanos pelo poder público e a 
sociedade civil por meio de ações conjuntas; 
• contribuir para a efetivação dos compromissos internacionais e nacionais com a educação em direitos 
humanos; 
• estimular a cooperação nacional e internacional na implementação de ações de educação em direitos 
humanos; 
• propor a transversalidade da educação em direitos humanos nas políticas públicas, estimulando o 
desenvolvimento institucional e interinstitucional das ações previstas no PNEDH nos mais diversos setores 
(educação, saúde, comunicação, cultura, segurança e justiça, esporte e lazer, dentre outros); 
• avançar nas ações e propostas do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) no que se refere 
às questões da educação em direitos humanos; 
• orientar políticas educacionais direcionadas para a constituição de uma cultura de direitos humanos; 
• estabelecer objetivos, diretrizes e linhas de ações para a elaboração de programas e projetos na área 
da educação em direitos humanos; 
• estimular a reflexão, o estudo e a pesquisa voltados para a educação em direitos humanos; 
• incentivar a criação e o fortalecimento de instituições e organizações nacionais, estaduais e municipais 
na perspectiva da educação em direitos humanos; 
• balizar a elaboração, implementação, monitoramento, avaliação e atualização dos Planos de Educação 
em Direitos Humanos dos estados e municípios; 
• incentivar formas de acesso às ações de educação em direitos humanos para pessoas com deficiência. 
 Fonte: PMEDH (2013) 
 
 
 
 29 
Veja exemplos de como trabalhar o PMEDH nas escolas assistindo o vídeo a seguir. 
Educação em direitos humanos e ambiente escolar 
 
Baixe um leitor de QR code em seu dispositivo e use 
o código para assistir ao vídeo on-line ( ou acesse: 
https://tvcultura.com.br/videos/33324_sociologia-da-
educacao-aula-14-educacao-em-direitos-humanos-
e-ambiente-escolar.html 
 
Formação cidadã 
 O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) traz à tona ainda o conceito de 
cidadania democrática, cidadania ativa e cidadania planetária a partir de uma concepção contemporânea de 
direitos humanos 
Entendendo os conceitos: 
Cidadania democrática – tem a finalidade de preparar os jovens e os adultos para a vida numa 
sociedade democrática contribuindo para que sejam cidadãos ativos, informados e responsáveis. 
Cidadania ativa - é um conceito que se aplica a todas as pessoas que integram e se comprometem 
com a comunidade. Isto é, o cidadão ativo se encontra absolutamente envolvido em todos os assuntos que 
correspondem à comunidade que vive e participa. (Qconceito,2019) Para Benevides (2000) requer a 
“participação popular como possibilidade de criação, transformação e controle sobre o poder ou os 
poderes”. Por conseguinte, para a concretização da cidadania nesta perspectiva é fundamental o 
conhecimento dos direitos, a formação de valores e atitudes para o respeito aos direitos e a vivência dos 
mesmos. 
Cidadania planetária – Como explicaInstituto Paulo Freire (2019), Educar para a cidadania 
planetária implica uma reorientação de nossa visão de mundo da educação como espaço de inserção do 
indivíduo não numa comunidade local, mas numa comunidade que é local e global ao mesmo tempo. 
O texto do PNEDH explica que o processo de construção da concepção de uma cidadania 
planetária e do exercício da cidadania ativa requer, necessariamente, a formação de cidadãos(ãs) 
conscientes de seus direitos e deveres, protagonistas da materialidade das normas e pactos que os(as) 
protegem, reconhecendo o princípio normativo da dignidade humana, englobando a solidariedade 
internacional e o compromisso com outros povos e nações. (PNEDH, 2013). 
É fato que a cidadania diz respeito ao cidadão e deve ser compreendida como o exercício 
dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país. 
Em países onde a democracia é reconhecida, OS DIREITOS são conquistados através da 
organização e luta políticas. Vários são os movimentos sociais que deflagram a insatisfação de atos 
incoerentes ou instauração de pacotes antipopulares. Os políticos devem ser observados. 
No Brasil, a sociedade, desde o fim da ditadura militar, procura exercer a sua cidadania. É 
possível citar vários exemplos, como: 
https://tvcultura.com.br/videos/33324_sociologia-da-educacao-aula-14-educacao-em-direitos-humanos-e-ambiente-escolar.html
https://tvcultura.com.br/videos/33324_sociologia-da-educacao-aula-14-educacao-em-direitos-humanos-e-ambiente-escolar.html
https://tvcultura.com.br/videos/33324_sociologia-da-educacao-aula-14-educacao-em-direitos-humanos-e-ambiente-escolar.html
 
 30 
1 – Movimento das diretas já, em 1984 cuja reivindicação foi a eleição de um presidente na 
troca da ditadura. Registraram-se manifestações, comícios e passeatas em diversas cidades 
brasileiras. 
2 – O Movimento das caras-pintadas, em 1992 que defendia o impeachment do presidente do 
Brasil na época, Fernando Collor de Mello. 
3 – As passeatas de 2013 pelo Brasil organizado pelo Movimento Passe Livre, que defende a 
adoção da tarifa zero para o transporte público. Junto aos protestos, os manifestantes também 
reivindicam melhoria na educação e saúde e se mostram contra os gastos para a preparação da 
Copa do Mundo de 2014, a PEC 37 (proposta de emenda à Constituição que limita os poderes de 
investigação do Ministério Público) e a corrupção. 
4 – Manifestações 2016 - contra a corrupção e a favor da Operação Lava Jato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Como proposta de trabalho para uma Educação cidadã, indicamos o Guia para Professor, lançado 
pelo TSE com temas e propostas para o professor trabalhar no Ensino Médio 
E está disponível no QRcode abaixo: 
GUIA DO PROFESSOR EDUCAÇÃO PARA 
A CIDADANIA DEMOCRÁTICA 
 
Baixe um leitor de QR code em seu 
dispositivo e use o código para assistir ao 
vídeo on-line ( ou acesse: 
http://www.tse.jus.br/hotsites/partiumudar/as
sets/arquivos/livreto_guia_do_professor_23_
06_17.pdf 
 
 
Em relação aos DEVERES da cidadania, é muito importante garantir as conquistas anteriores, 
principalmente para construir a cidadania de grupos excluídos. 
Dica de Link 
Você pode conhecer outras manifestações, em tempo real no site do 
G1, no Mapa das manifestações no Brasil. No endereço: 
http://especiais.g1.globo.com/politica/mapa-manifestacoes-
no-brasil/todos/ . Acesso em jan. 2017 
http://www.tse.jus.br/hotsites/partiumudar/assets/arquivos/livreto_guia_do_professor_23_06_17.pdf
http://www.tse.jus.br/hotsites/partiumudar/assets/arquivos/livreto_guia_do_professor_23_06_17.pdf
http://www.tse.jus.br/hotsites/partiumudar/assets/arquivos/livreto_guia_do_professor_23_06_17.pdf
 
 31 
È importante ainda para resgatar a cidadania dos excluídos, para aprimorar o governo 
democrático. Assim como democracia e cidadania são conceitos complementares, da mesma forma 
não se pode conceber direitos sem a contrapartida dos deveres dos cidadãos e cidadãs. 
 
Democracia 
Em relação a Democracia, tema necessário para desenvolver os direitos humanos entende-se 
segundo o PNEDH (2019) como regime alicerçado na soberania popular, na justiça social e no respeito 
integral aos direitos humanos, sendo fundamental para o reconhecimento, a ampliação e a concretização 
dos direitos. Para o exercício da cidadania democrática, a educação, como direito de todos e dever do 
Estado e da família, requer a formação dos(as) cidadãos(ãs). 
Segundo ainda o PNEDH (2019) a Constituição Federal Brasileira e a Lei n. 9.394/1996, Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) afirmam o exercício da cidadania como uma das finalidades 
da educação o, ao estabelecer uma prática educativa “inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais 
de solidariedade humana, com a finalidade do pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” 
Além disso, propõe a formação de cada cidadão(ã) como sujeito de direitos, capaz de exercitar o 
controle democrático das ações do Estado. 
É oportuno lembrar que pode-se entender a democracia de diferentes formas: 
Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2016), Democracia é o Governo em que o 
povo exerce a soberania, direta ou indiretamente. 
O Dicionário online (2019) complementa e define democracia como sistema governamental e 
político em que os dirigentes são escolhidos através de eleições populares: o Brasil é uma democracia. 
Regime que se baseia na ideia de liberdade e de soberania popular; regime em que não existem 
desigualdades e/ou privilégios de classes. Nação ou país cujos preceitos se baseiam no sistema 
democrático. 
Desde seu surgimento entre os Gregos na Antiguidade, seu sentido e importância sofreram diversas 
transformações. Atualmente, no Ocidente, democracia significa muito mais um valor e um atributo de 
constituições políticas e relações sociais do que uma forma específica de constituição política. 
A Democracia não é apenas o governo da maioria, e sim da maioria do povo. Isso significa que 
democracia não é o governo da maioria das elites, nem da maioria das corporações, nem da maioria dos 
grupos econômicos, nem mesmo da maioria de alguns grupos políticos, que, muitas vezes, são aqueles que 
efetivamente fazem a lei, mas nem sempre defendem os interesses da população. (MAZZILLI, 2007). 
No entanto, alguns estudiosos entendem que a democracia do mundo contemporâneo perdeu o seu 
sentido pleno. 
Boaventura Santos (2012), no documentário Thendler (2001) faz uma crítica à democracia 
explicando que ela está ligada ao capitalismo neoliberal. Os países vivem e convivem com duas 
constituições, nomeadamente a nacional, do país, e a grande constituição das multinacionais e das 
instituições financeiras, o constitucionalismo global. Para ele, é a grande dispersão do poder político. 
“Agências nacionais e, sobretudo internacionais têm um grande poder de decisão, mas não foram eleitas”. 
A democracia atual, ainda pensada por Boaventura Santos (2012), é muito diferente da concebida há 
alguns anos. A democracia tornou-se o único sistema legítimo e legitimado por pessoas e instituições que 
antes lutavam contra ela. 
 
 32 
Saramago apresenta a Democracia vivida por nós como uma democracia sequestrada. 
A democracia em que vivemos é uma democracia sequestrada, condicionada, 
amputada. Porque o poder do cidadão, o poder de cada um de nós, limita-se, na 
esfera política, a tirar um governo de que não gosta e pôr outro de que talvez 
venha a gostar. Nada mais! As grandes decisões são tomadas numa outra grande 
esfera e todos sabemos qual é. As grandes organizações financeiras 
internacionais, os FMIs, as organizações mundiais de comércio, os bancos 
mundiais, tudo isso e nenhum desses organismos é democrático. E, Portanto, 
como é podemos continuar a falar de democracia se aqueles que efetivamente 
governam o mundo não são eleitos democraticamente pelo povo? Quem

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