Buscar

Programas De Prevenção, Proteção em Máquina e Equipamentos e Prevenção e Combate a Sinistro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 210 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 210 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 210 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

U
N
O
PA
R
PRO
G
RA
M
A
S D
E PREV
EN
Ç
Ã
O
, PRO
TEÇ
Ã
O
 EM
 M
Á
Q
U
IN
A
S E EQ
U
IPA
M
EN
TO
S 
E PREV
EN
Ç
Ã
O
 E CO
M
B
ATE A
 SIN
ISTRO
PROGRAMAS DE PREVENÇÃO, 
PROTEÇÃO EM MÁQUINAS E 
EQUIPAMENTOS E PREVENÇÃO E 
COMBATE A SINISTRO
Programas de prevenção, 
proteção em máquinas 
e equipamentos e 
prevenção e combate a 
sinistro
Claudiane Ribeiro Balan
Flávio Augusto Carraro
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Carraro, Flavio Augusto
C313p Programas de prevenção, proteção em máquinas 
e equipamentos e prevenção e combate a sinistro /Flavio 
Augusto Carraro, Claudiane Ribeiro Balan – Londrina: 
Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2015.
208 p.
ISBN 978-85-8482-124-2
1. Legislação. 2. Prevenção. I. Balan, Claudiane Ribeiro.
II. Título.
 CDD 614.852
© 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora 
Educacional S.A.
Presidente: Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava
Diretor de Produção e Disponibilização de Material Didático: Mario Jungbeck
Gerente de Produção: Emanuel Santana
Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna
Gerente de Disponibilização: Everson Matias de Morais
Editoração e Diagramação: eGTB Editora
Sumário
Unidade 1 | O estudo de métodos e processos e a indústria da construção 
civil
Seção 1 - Segurança do trabalho em instalações industriais da 
construção civil 
1.1 | História da segurança na construção civil 
1.2 | A realidade brasileira e a legislação regulamentar
1.3 | Questões orçamentárias
Seção 2 - PCMAT
2.1 | Obrigatoriedade
2.2 | Elaboração do PCMAT
2.3 | Outros documentos complementares 
Seção 3 - Métodos e processos de trabalho
3.1 | Aspectos políticos da construção civil
3.2 | Aspectos práticos da construção civil
3.3 | EPIs
Unidade 2 |Trabalho em altura. Transporte, movimentação, armazenagem 
e manuseio de materiais
Seção 1 - Trabalhos em altura 
1.1 | Objetivos das normas NR-18 e a NR-35 e aplicação nos ramos das atividades 
econômicas 
1.2 | Determinação de responsabilidades
 1.2.1 | Responsabilidade do empregador
 1.2.2 | Responsabilidade do trabalhador
1.3 | Capacitação 
1.4 | Planejamento, organização e execução do trabalho em altura
1.5 | Procedimentos para prevenção e o uso de Proteção Individual, Coletiva e 
seus acessórios para o trabalho em altura
1.6 | Situações de emergência e salvamento em trabalhos em altura
Seção 2 - Introdução aos aspectos históricos das normativas 
referentes ao transporte, movimentação, armazenagem e manuseio 
de materiais e as normas relacionadas
2.1 | CLT, NR-11 E NR-18
2.2 | Riscos comuns no transporte e movimentação de carga e o suporte dado 
pela NR-11 E NR-18
2.3 | Outros cuidados especiais para operação de elevadores, guindastes, 
transportadores industriais e máquinas transportadoras 
9 
13
13
14
19
23
23
25
28
31
31
34
40
51 
55
57
57
57
59
59
60
62
66
67
67
70
71
Seção 3 - Proteções coletivas em equipamentos em transporte, 
movimentação 
3.1 | Plataformas de proteção 
3.2 | Poço de elevador
3.3 | Abertura do piso 
3.4 | Periferia da obra
 3.4.1 | Sistema do Guarda-Corpo e Rodapé (GCR)
 3.4.2 | Sistema de proteção com estrutura metálica ou cabo de aço
3.5 | Talude de escavação 
3.6 | Linhas de vida
3.7 | Andaimes 
 3.7.1 | Andaimes apoiados, fachadeiros e móveis
 3.7.2 | Andaimes suspensos
3.8 | Elevadores 
 3.8.1 | Elevadores de material passageiro
 3.8.2 | Elevadores de material
 3.8.3 | Elevadores de passageiros
3.9 | Gruas
Seção 4 - Proteções coletivas no canteiro e armazenagem e 
manuseio de materiais
4.1 | Instalações elétricas
4.2 | Organização do canteiro
4.3 | Uso de EPI
4.4 | Gerenciamento de terceiros
4.5 | Armazenagem e Estocagem de Materiais
73
73
74
75
76
76
77
78
80
81
82
83
84
84
87
87
88 
93
94
96
96
97
97
Unidade 3 | Legislação e prevenção ao incêndio e pânico
Seção 1 - Legislação e Normas 
Seção 2 - Teoria do fogo, incêndio e explosivos
2.1 | O fogo e a sua influência nos hábitos humanos 
 2.1.1 | Do que é feito o fogo?
 2.1.2 | Qual a relação entre ignição, comburente e combustível?
 2.1.3 | Defininfo o que é fogo
 2.1.4 | O que é incêndio
 2.1.4.1 | Flashover
 2.1.4.2 | Backdraft
 2.1.4.3 |Ignição por fumaça
2.2 | Explosivos
 2.2.1 | Explosivos e suas características peculiares
 2.2.2 | Definindo explosão
 2.2.3 | Profissionais de Segurança do Trabalho, sua atuação e gerenciamento 
em riscos associados a explosões
 2.2.4 | Norma regulamentadora Nº 19 - Explosivos
 2.2.5 | Classificações dos produtos perigosos e a segurança do trabalho 
Seção 3 - Classificação de fogo/incêndio e agentes de extinção
3.1 | Classes de incêndio/fogo
3.2 | O que são agentes extintores? 
3.3 | Agentes extintores
109 
113
117 
117
118
118
119
120
120
121
121
122
122
123
124
124
126
131
131
131
132
Seção 4 - Programas de proteção contra incêndio e pânico/planos 
de emergência
4.1 | Plano de Emergência/Prevenção
 4.1.1 | A identificação de risco em incêndios e prevenção
 4.1.2 | Mitigação de riscos
 4.1.3 | Responsabilidades
 4.1.4 | Requisitos para elaboração do plano de prevenção à incêndio e pânico e 
aspectos a serem observados no desenvolvimento
 4.1.5 | Divulgação, Reuniões, Treinamentos e Exercícios Simulados
 4.1.6 | Manutenção, Revisão e Auditoria do Plano
 4.1.7 | Procedimentos de Vistoria
 4.1.8 | Plano de emergência ou plano de prevenção
 4.2 | Brigada de incêndio
 4.2.1 | Condições gerais dos edifícios
 4.2.2 | Planejamento da brigada de incêndio
Unidade 4 | equipamentos para prevenção, controle do pânico e combate 
a incêndio
Seção 1 - Equipamento de prevenção e combate a incêndio e pânico 
– iluminação e portas corta-fogo 
1.1 | Considerações acerca das normas de prevenção e combate a incêndio e as 
Normativas de Segurança do Trabalho
1.2 | Iluminação de emergência
1.3 | Portas corta-fogo
Seção 2 - Escada de emergência
2.1 | Escada de emergência e seus principais requisitos 1.2 | Iluminação de 
emergência
 2.1.1 | O dimensionamento das saídas de emergência
 2.1.2 | Escadas 
 2.1.3 | Tipos de escadas usadas em rotas de fuga
2.2 | Antecâmaras
2.3 | Dutos de ventilação
2.4 | Elevadores de emergência
2.5 | Áreas de refúgio 
2.6 | Guardas e corrimões 
Seção 3 - Sistema de detecção e alarme
3.1 | Projetos de Sistemas de detecção de incêndio e alarme
3.2 | Quanto aos tipos de detecção
Seção 4 - Equipamentos fixos e móveis de combate a incêndio 
4.1 | Sistema móvel 
4.2 | O que é Capacidade extintora? 
4.3 | Sistemas fixos
 4.3.1 | Sistema de hidrantes 
4.4 | Sprinklers
 4.4.1 | Os componentes dos Chuveiros Automáticos - Sprinklers
 4.4.2 | Posicionamento dos sprinklers
 4.4.3 | Temperatura de funcionamento
4.5 | Sistema de espuma de extinção
 4.5.1 | Características físicas:
 4.5.2 | Expansão das espumas
 4.5.3 | Extrato Formador de Espuma (EFE)
135
136
136
137
138
138
139
139
140
141
144
145
145
 
157 
161
161
162
165
171
171
172
176
178
180
181
181
182 
183
185
186
186
189
189
190 
191
192
193
195
196
197 
198
198
199
200
Apresentação
A atuação do profissional de segurança do trabalho pauta-se na prevenção 
e no desenvolvimento de programas de prevenção, e muitos destes programas 
decorrem de exigências normativas e/ou derivadas de leis específicas.A definição 
de prevenção está diretamente ligada à ideia de antecipação a um resultado a algo 
que pode incorrer em injúria, lesão ou qualquer outra ação sobre algo que não 
se deseja como resultado. No caso de saúde e segurança do trabalho, a ideia de 
prevenção é ainda mais essencial, pois o resultado seria a doença e a lesão.
Um sinônimo de prevenção adequadamente aplicada à área de segurança 
certamente seria “evitar”, uma vez que ajuda a entender a ideia que norteia os 
programas de prevenção abordados por esta unidade. Evitar, em segurança 
do trabalho, significa antecipar as consequências de uma ação, prevenir seus 
resultados indesejados e, sobretudo, permitir a correção e redirecionamento pelo 
caminho da segurança.
O domínio de condições de risco, das condições ambientais do trabalho ou 
mesmo o ambiente que circunda o trabalhador fora do local de trabalho, pode 
contribuir substancialmente para práticas de prevenção à saúde e segurança do 
trabalhador. Pode, sobretudo, incorporar diretrizes à prevenção, matéria-prima 
importante dos planos de prevenção.
Os programas de prevenção precisam ser documentados, e torná-los públicos a 
quem está sob as ações destes, precisam ser efetivamente aplicados pelas organizações, 
para antecipação dos eventuais problemas e dificuldades que as mesmas possam ter 
e ir contra a saúde e segurança do trabalhador, ao invés de ficarem engavetados ou 
apenas para cumprir formalidade perante os órgãos de fiscalização.
A velha máxima “é melhor prevenir do que remediar” faz sentido em segurança 
do trabalho. Nos programas de prevenção ainda é embutido o cuidado ou cautela 
perante situações de risco, muitas em condições inesperadas, mas que facilmente 
podem ser suprimidas quando se desenvolve a cultura prevencionista ou que existe 
uma atividade organizacional e sistêmica de respostas a situações que colocam 
em risco a saúde e a segurança do trabalhador.
Na Unidade 1 abordaremos o estudo de métodos e processos e a indústria 
da construção (NR 18), buscando expor como ocorre a segurança do trabalho 
em instalações industriais de construção civil, algumas peculiaridades da NR-18 do 
PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de 
Construção, assim como o que deve estar descrito dentro do mesmo no que se 
refere aos métodos e processos de trabalho na construção civil, quanto ao uso de 
Equipamento de Proteção Individual e Equipamento de Proteção Coletiva. 
A Unidade 2 abordará Movimentação de pessoas e cargas, buscando detalhar 
o que o profissional de segurança do trabalho precisa possuir de conhecimento 
em relação a trabalho em altura, transporte, movimentação, armazenagem e 
manuseio de materiais e suas respectivas normas regulamentadoras.
A Unidade 3 abordará Legislação e prevenção ao incêndio e pânico, buscando 
relacionar o exercício do profissional de segurança do trabalho e a necessidade 
de seu conhecimento das legislações e normas brasileiras relativas à proteção 
contra incêndio, Teoria do fogo, classes de fogo, agentes extintores, métodos 
de extinção e explosões e expor alguns conceitos relacionados aos explosivos. 
Esta unidade buscará elucidar as principais dúvidas quanto à formulação de um 
programa de proteção contra incêndio e tudo o que o mesmo deve possuir para 
ser efetivamente aplicado na realidade das organizações.
Na Unidade 4 buscou-se demonstrar a importância do profissional de 
segurança do trabalho em conhecer equipamentos e sistemas de proteção 
contra incêndio, principalmente pelo fato de serem exigências normativas e 
dos códigos de prevenção de incêndio e pânico. Nenhum plano de prevenção 
será efetivamente aplicável se nele não forem consideradas exigências quanto 
a iluminação de emergência, portas corta-fogo, escada de emergência. Para 
algumas situações mais específicas, em que o risco de incêndio seja elevado, o 
profissional de segurança poderá incorporar medidas preventivas e de combate 
mais efetivas, se tiver conhecimentos básicos sobre os sistemas de detecção e 
alarme, equipamentos fixos e móveis de combate a incêndio e sua efetiva aplicação 
em situações mais específicas, assim como é válido ter conhecimento do sistema 
de hidrantes e chuveiros automáticos (Sprinklers), tendo claras as vantagens e 
desvantagens dos mesmos. Por fim, os planos de abandono e a formulação de 
uma brigada de incêndio.
O ESTUDO DE MÉTODOS E 
PROCESSOS E A INDÚSTRIA 
DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Objetivos de aprendizagem: Olá, prezados alunos, vamos, em mais este 
material, apresentar a vocês conteúdos muito importantes na realização 
das atividades que estão intimamente ligadas à segurança. Nosso objetivo 
nesta obra é levar até vocês não só a legislação existente no segmento 
específico da construção civil, mas a prática, como isso acontece de fato 
no canteiro de obras, como deve ser a preparação para que este segmento 
possa continuar em ascensão no mercado financeiro de nosso país sem 
prejudicar a vida dos trabalhadores, ou melhor, o que tem sido feito para 
que a conta deste segmento profissional não recaia sobre o INSS.
Além disso, vamos saber como o profissional de segurança deve atuar, 
fazendo com que as responsabilidades sejam entendidas e, cada qual no 
segmento a que se destina, assuma as consequências das atitudes e ações 
corriqueiras na execução de suas funções.
Claudiane Ribeiro Balan
Unidade 1
Nesta seção teremos um breve descritivo sobre a construção civil, 
seguindo os passos percorridos ao longo da história e a construção das 
normas e diretrizes que profissionalizaram este segmento laboral. 
Seção 1 | Segurança do trabalho em instalações industriais 
da construção civil 
U1
12 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Na seção 3 descreveremos as condições práticas de um canteiro de 
obras, onde apontaremos os principais EPIs obrigatórios e EPCs, bem como 
a implantação de todos os procedimentos que envolvem as questões de 
saúde e segurança dos trabalhadores nesta atividade laborativa.
Nesta seção explanaremos a elaboração do PCMAT e as condições que 
estão atreladas a este documento obrigatório para os canteiros de obras.
Seção 3 | Métodos e processos de trabalho
Seção 2 | PCMAT
U1
13O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Introdução à unidade
O objetivo geral desta seção é levar ao conhecimento do aluno a forma de 
como aplicar a NR-18 na prática do trabalho da construção civil, ou seja, como fazer 
com que as normas e procedimentos estabelecidos na norma sejam efetivamente 
implantados e seguidos por uma gama muito diversa de trabalhadores. Além disso, 
é fundamental que os trabalhadores sejam informados e orientados quanto aos 
procedimentos corretos de se trabalhar na construção civil, pois esta profissão, por 
mais rude que pareça, também já evoluiu e hoje opera com uma gama crescente 
de tecnologia.
E assim construiremos mais um patamar de conhecimento junto a vocês, 
e o mais importante: daremos a você, aluno, a oportunidade de fazer parte de 
um processo de aperfeiçoamento dos trabalhadores na construção civil, uma 
condição muito gratificante, pois é um segmento que, embora venha passando 
por inúmeras evoluções, seus trabalhadores ainda são pessoas que necessitam de 
muita atenção e ensinamento.
Mãos à obra e uma excelente leitura a todos.
U1
14 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
U1
15O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Seção 1
Segurança do trabalho em instalações 
industriais da construção civil 
Neste primeiro momento levaremos até você o histórico da indústria da 
construção civil, todo o seu arcabouço teórico e as exigências e necessidades deste 
segmento laboral para que o mesmo atingisse esse nível de profissionalização.
Atualmente este segmento requer profissionalizaçãonão só de atividades a 
serem desenvolvidas, mas também de conduta pessoal por parte dos trabalhadores.
1.1 História da segurança na construção civil 
Partiremos do princípio, onde a engenharia se confunde com a história da própria 
humanidade. O início foi há cerca de sete milhões de anos (bastante tempo, não é 
mesmo?), quando o homem deixa as frias e úmidas cavernas com vistas a um maior 
conforto para si e para sua família. Mais tarde foi a descoberta da agricultura e da 
pecuária, que impulsionou a busca por melhorias nas condições; aí o homem deixa 
de ser nômade, passando assim a estabelecer-se em locais fixos. Estas construções 
eram, no princípio, muito rudes, tendas, aldeias e construções por demais primitivas. 
Mas este ser humano não caçador e não coletor foi responsável pela organização 
de comunidades grandes, que por sua vez seguiram uma evolução que permitiu o 
desenvolvimento de uma arquitetura de tijolos e pedras. 
Vamos agora esclarecer melhor em quais civilizações podemos perceber esse 
início da engenharia de forma a construir e mudar as primeiras civilizações. Os povos 
mesopotâmicos, que já tinham adquirido a prática da irrigação, apresentaram uma 
variação que lhes dava condições de, na ausência das pedras, usar uma argamassa 
de junco e barro, quando não, desenvolveram os tijolos de barro secos ao sol. 
Já os antigos egípcios dominavam várias técnicas, um povo astuto e criativo que 
inventou várias máquinas e equipamentos simples, como a rampa e a alavanca para 
auxiliar nos processos construtivos. Uma das construções que marcaram a história 
mundial em termos de edificação, e que de certa forma jamais foi superada, foi a 
utilização da pedra em obras, como nas construções das pirâmides. 
A engenharia dos incas até hoje causa espanto, quando, nos estudos das 
construções, em forma de nivelamento até hoje não há como explicar o alto 
U1
16 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
padrão de técnicas e meios adotados. Seu legado mais primoroso foram os 
cálculos de engenharia. Pasmem os senhores, mas foi na Índia antiga que 
constatou-se o pioneirismo da ciência da construção de forma tão completa. As 
técnicas de construção e arquitetura indianas incluem riquezas de detalhes, além 
de plantas baseadas em princípios científicos como a resistência dos materiais, 
como também a altura ideal da construção, a construção calculada de fontes de 
água adequadas, além de condições como luminosidade e higiene, fatores que se 
levados em consideração à época, são demasiadamente atemporais.
 A engenharia base sobre a qual a construção civil se expande é uma área de 
amplas definições. Várias são as possibilidades para definir esta ciência, por isso há 
possibilidade de inúmeras definições formais e informais, contudo todas tendem a 
um ponto central. Consideremos uma das definições como: arte, ciência e técnica, 
onde é possível parametrizar os conhecimentos científicos de uma situação e 
espaço com a sua viabilidade técnico-econômica, objetivando produzir novas 
utilidades e/ou transformar a natureza, utilizando-se de ideias bem estruturadas. 
Ainda assim é possível complementar este conceito, em relevante contexto 
e conformidade dos imperativos da preservação ambiental e da conservação 
ambiental. Ao analisarmos os termos como “arte”, “técnica”, “conhecimentos 
científicos”, nos remetemos então à ideia da abrangência da Engenharia. 
Não é imaturo nem leviano considerar que os cursos de Engenharia são os 
mais completos (e complexos) ofertados por qualquer faculdade, neles os alunos 
podem adquirir noções completas de física, química e matemática, aprender sobre 
os conceitos de meio ambiente, biologia, geografia, administração, economia, 
produção, direito, sociologia, programação de computadores e uma infinidade 
de outros assuntos, dependendo da vertente que se propõe estudar. Resumindo, 
a Engenharia está em tudo, desde objetos singelos como a caneta com a qual 
você escreve, o sapato que você usa, as ruas pelas quais seu carro trafega, os 
botões que fecham sua camisa, e até nos alimentos. Devemos lembrar que todos 
os avanços da humanidade, sem exceção, estão diretamente ligados à Engenharia: 
por primeiro o fogo, depois a escrita e a roda e, na atualidade, os eletroeletrônicos. 
Assim sendo, a Engenharia está presente em todas as áreas. A partir deste princípio 
conclui-se e espera-se que os engenheiros sejam profissionais treinados para 
organizar, avaliar e projetar esquemas de construção em todos os níveis e estruturas 
onde seja necessário criar ou modificar o que existe.
1.2 A realidade brasileira e a legislação regulamentar
Na sociedade brasileira, e por que não dizer mundial, a construção civil é uma 
das atividades que, nas últimas décadas, obteve seu maior desenvolvimento. A 
necessidade de expansão das cidades e o crescimento da população puxaram a 
indústria da construção civil para seu grande progresso. A necessidade de suprir 
U1
17O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
as carências e atender às demandas por habitações e instalações comerciais, 
com vistas a uma sociedade significativamente urbana, deu o tom econômico 
deste segmento profissional. Toda essa nova fase econômica e social deu lugar 
ao crescente número de obras, com isso os problemas também surgiram, não 
somente com as construções desordenadas nos morros e periferias das grandes 
cidades, configurando uma desorganização urbana social, mas também pela falta 
da mão de obra especializada, somando-se a isto os acidentes de trabalho, que 
só têm aumentado. Dados que são comprovados estatisticamente preocupam 
os órgãos estatais como INSS e MTE, sendo que os acidentes que ocorrem na 
indústria da construção civil ultrapassam, em números, os da indústria em geral.
Os indícios e fatores que contribuem para o elevado número de acidentes na 
construção civil se dão pelo fato da ausência de prevenção. Isso mesmo, é que 
a construção civil não é um processo homogêneo, neste segmento existe uma 
diversificação de obras que envolvem um grande número de atividades, e essas 
atividades são desenvolvidas por um grande número de trabalhadores com aptidões 
e ofícios distintos, se comparados com uma indústria geral. Todo o trabalho da 
construção civil é setorial e dividido, repercutindo num desenvolvimento de funções 
que sempre serão as mesmas atividades, onde máquinas, ferramentas e materiais 
em geral, disponíveis em locais comuns e de fácil acesso, poderiam ser usados 
como fator contribuinte para a redução dos riscos de acidentes, e não o contrário.
Nos trabalhos da construção civil, o trabalho e as atividades se modificam com 
o decorrer e desenvolvimento da obra, aumentando a possibilidade de ocorrência 
das condições de risco. Podemos citar a construção de um edifício, onde, de 
acordo com a evolução da obra, crescem também os riscos de acidentes por 
quedas de altura. Situações similares a esta mostram a necessidade iminente de 
investimentos na segurança dos trabalhadores que executam suas atividades em 
situação de riscos de quedas de altura e nas demais atividades existentes na obra, 
sendo o treinamento uma das maneiras mais simples, porém eficazes, de transmitir 
informações ao trabalhador. Este tipo de ação pode ser facilmente mensurável 
quando é aplicado um questionário antes do treinamento, para identificar o grau 
de conhecimento dos trabalhadores em riscos de acidentes.
O cenário atual apresenta mercado em franco aquecimento, 
redução de juros e impostos, escassez de mão de obra 
qualificada, melhoria dos salários e dos registros em carteira. 
Essas condições atuais, [...] induzem a propugnar pela ação 
mais efetiva dos gestores à elaboração de processos de ensino-
aprendizagem que permitam qualificar mais e mais pessoas para 
entrar nesse mercado de trabalho (VARGAS et al., 2008, p. 7). 
U118 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
A segurança do trabalhador é uma conquista da sociedade moderna, dado o 
seu recente desenvolvimento, que data dos períodos entre as duas grandes guerras 
mundiais. Num contexto histórico em nível de América, temos no hemisfério norte 
a legislação sobre segurança introduzida pelos idos de 1908, porém apenas a partir 
dos anos 70 é que ela se tornou uma prática comum para todos os integrantes 
do setor produtivo. Até esta data o assunto segurança do trabalho era objeto de 
estudo apenas de especialistas, governos e grandes corporações. Já no Brasil, a 
segurança do trabalho enquanto assunto e objeto de estudo começou a mostrar 
seus indícios no início dos anos 40. É também desta década a composição e 
implantação da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), precisamente em 1943, 
onde no Capítulo V do Título II, o assunto vai ser exatamente sobre as questões de 
segurança do trabalhador. 
Depois desta citação ocorrida na CLT, não houve nenhuma movimentação que 
demonstrasse evolução quanto à segurança do trabalho em uma sociedade que 
nunca deixou de crescer e evoluir. Somente em 1967 ocorreu a primeira grande 
reformulação deste assunto no país, quando foi destacada a necessidade de as 
empresas criarem e organizarem o SESMT (Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho). Entretanto, o grande salto qualitativo da 
segurança do trabalho em termos legais somente ocorreu em 1978, com a introdução 
das 28 normas regulamentadoras, conhecidas como NRs do Ministério do Trabalho. 
Salientamos que de todas as 28 NR’s preparadas para dar ao trabalhador subsídios e 
padrões que lhe garantam a segurança no desenvolvimento de suas atividades, uma 
que vai de forma muito pontual contemplar a indústria da construção civil é a NR-18, 
visto que até os dias atuais é a única específica para o setor. 
Atualmente temos também a NR-35, que vai mensurar as regras e condições para 
trabalho em altura (BRASIL, 2014a), e além destas NRs, a segurança do trabalho na 
indústria da construção civil também é abordada em algumas normas da ABNT, tais 
como a NBR 5410 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS, 2008) e a NBR- 7678 (Segurança na execução de obras e 
serviços de construção) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1983), 
NBR 6494 (Segurança nos andaimes) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 1991). Enfim, várias são as complementações que foram surgindo devido 
à crescente evolução deste segmento. A primeira alteração da NR-18 se deu em 
1983, ampliando seus assuntos e dando mais aplicabilidade entre a regra descrita e 
a condição praticada in loco, tornando-a mais ampla e abrangente. Em 1995 a NR-
18 novamente teve alteração, onde entrou em cena a condição tripartite, que tem 
como objetivo estabelecer um aperfeiçoamento no sistema de segurança e saúde 
do trabalhador e ainda colocar o método existente de acordo com os padrões da 
Organização Internacional do Trabalho. Além disso, atende à proposta de ampliar a 
Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador, utilizando-se de recursos 
que vão definir os papéis e mecanismos dos processos laborais atuais. Para que isso 
U1
19O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
aconteça faz-se necessário o monitoramento, bem como revisões periódicas para a 
definição das competências e suas aplicabilidades. Na Portaria nº 383, de 21 de maio 
de 2013, mais uma vez está sob consulta pública a redação da NR-18, com vistas a 
fazer novas alterações. (HERKENHOFF FILHO, 2006).
2.2 Cenário nacional
A indústria da construção civil é um ramo da economia que engloba várias 
estruturas, como: sociais, culturais e políticas. Uma marca notória da construção 
civil é o alto índice de acidentes de trabalho, que a coloca em segundo lugar neste 
aspecto diante do cenário nacional de acidentes de trabalho, perdendo apenas para 
o setor rural. Diante deste cenário negativo, o setor deixa de ser atrativo, e também 
sofre com algumas perdas de recursos humanos e financeiros, além de uma fonte 
de perdas para órgãos públicos como INSS e SUS. Como na indústria da construção 
civil existe a alta incidência de acidentes, estes tendem a ser também os mais graves, 
que levam à incapacidade e chegam a ser fatais, sendo os mais onerosos aos cofres 
públicos, motivo de preocupação e objeto de estudo para as políticas públicas.
A construção civil é fonte geradora de empregos no país e, nos últimos 
anos, está havendo um crescimento acelerado no setor, por parte até mesmo 
dos incentivos financeiros lançados pelo poder público. Entretanto, este grande 
desenvolvimento traz consequências quanto ao aumento do número de acidentes 
de trabalho e de mortes de operários. De acordo com levantamentos, além da 
existência de muitas obras clandestinas, a famosa improvisação presente na 
construção civil e a necessidade de terceirização dos serviços agravam o problema. 
Essa problemática vai desde pequenas obras até as grandes que são geridas por 
empresas renomadas nacionalmente; parece mais como um vício do setor, algo 
enraizado culturalmente, e onde todos os esforços apresentados até hoje ainda 
não foram capazes de erradicar.
De acordo com dados estatísticos de 2012 da Previdência Social, foram 
registrados mais de 62 mil acidentes de diferentes níveis de gravidade no setor 
da construção civil. Só no Estado de São Paulo, de acordo com o Sindicato dos 
Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, houve um aumento registrado 
de 24 casos de morte a mais que em 2012, cujo registro fora de apenas sete 
mortes. Fator que pode ter influenciado para este aumento é sem dúvida o ritmo 
de trabalho para cada trabalhador, devido à própria aceleração do mercado, o 
que pode ter tido como consequência a não adoção por parte das empresas de 
métodos e meios seguros de trabalho. Quanto mais longas as jornadas de trabalho, 
com menores intervalos de folga para descanso, maiores serão as possibilidades 
de acidentes. Outro fator bastante relevante é a qualificação dos trabalhadores 
deste segmento profissional. Ainda que seja evidente o emprego de inúmeras 
U1
20 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Quer saber se é possível, através de treinamento, reduzir o número 
de acidentes? Não deixe de acessar o link abaixo: <http://www.
sindusconpe.com.br/prevencao.php>. 
inovações tecnológicas no setor, este fator também se tornou um problema, já que 
os trabalhadores, muitas vezes, não estão qualificados para operar equipamentos 
com seus avanços e tecnologias de ponta.
O que é possível fazer para diminuir o número de acidentes? Mais normas 
regulamentadoras? As já existentes não conseguem abranger todas as situações 
existentes na prática? Ora, a atual legislação é ampla de regras de proteção que 
precisam ser respeitadas, normas que precisam ser aprendidas e procedimentos 
que precisam ser adotados. Tendo isso, falta-nos o quê? Fiscalização, digamos 
melhor, falta maior fiscalização aliada a uma atuação educativa por parte do 
Ministério do Trabalho e sindicatos da categoria. Embora estes órgãos existam, sua 
atuação mostra-se deficitária, ficando assim comprometida uma eficácia quanto à 
aplicabilidade de tudo o que é proposto na legislação.
Nas Normas Regulamentares está explícito que a fiscalização é obrigatória. 
Entretanto, o número de agentes estaduais e municipais de saúde do trabalho é 
reduzido e compromete a qualidade e eficiência de todo o trabalho. Todavia, a 
fiscalização não é incumbência exclusiva destes órgãos já definidos, as empresas 
também devem estabelecer uma metodologia de fiscalização de suas próprias 
atividades, inclusive para reduzir seus custos e preservar a vida e a saúde de 
seus trabalhadores. As normas, leis e regulamentos não têm a competênciapara 
reverter o acidente e seus agravamentos, a presença fiscalizatória mais atuante 
nas empresas teria um resultado muito mais positivo, evitando as autuações e até 
mesmo os próprios acidentes.
Devemos salientar que existe um número grande de empresas que são idôneas 
neste segmento e fazem uma gestão de segurança e prevenção de acidentes 
na indústria da construção civil com características e comprometimento, que 
proporcionam uma eficácia em relação aos índices de acidentes e também 
compensam a baixa qualificação dos profissionais no setor. Estas ações contemplam 
treinamentos e material educativo com o objetivo específico de reverter este cenário. 
O Ministério do Trabalho e Emprego também tem ações preventivas que auxiliam 
as empresas, como a celebração dos Termos de Ajustamento de Conduta junto 
U1
21O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
às mesmas para que adotem medidas preventivas como ações efetivas. Porém, as 
fiscalizações ainda apresentam algumas situações controversas e que repercutem 
negativamente contra a própria legislação, ou seja, são abusivas. Essas ilegalidades 
devem ser combatidas, uma vez que podem gerar imensos prejuízos, por exemplo, 
com a interdição de uma máquina ou equipamento, ou até mesmo da obra. 
Podemos então avaliar e até mesmo concluir que o treinamento adequado, a 
segurança e a fiscalização frequentes ainda são os melhores meios para diminuir 
o número de acidentes no setor da construção civil. Tais procedimentos evitam 
os custos de previdência com aposentadorias precoces e minimizam a ausência 
de funcionários nas empresas, diminuindo o absenteísmo por conta de atestados 
médicos, o que na maioria das vezes acaba gerando prejuízo no processo 
produtivo, pois compromete os prazos contratuais. Além disso, não é difícil que 
ações pleiteando danos materiais e morais sejam representadas na justiça por 
conta de indenizações por este motivo. Sendo assim, o trabalhador bem treinado 
só terá benefícios, uma vez que, passando a conhecer as normas de segurança 
adequadas e como executá-las em sua atividade, poderá melhorar e aumentar sua 
capacidade produtiva.
1.3 Questões orçamentárias
Quando o assunto é dinheiro, o cenário fica mais tenso e ríspido, prova disto 
são as ações regressivas que o INSS vem ajuizando já há alguns anos. Estas 
ações obrigam a empresa a custear pensões e indenizações que outrora eram 
de responsabilidade do INSS, mas que, por serem oriundas de acidentes de 
trabalho, o órgão está agora repassando estes custos. Nas discussões judiciais é 
comum surgirem acordos, mas diante do volume, poucos são firmados, diante da 
comprovação de que todas as ações possíveis foram adotadas, e se ainda assim 
evitar o acidente não foi possível, é por uma fatalidade. Vale ressaltar que algumas 
situações em que a condição do trabalhador pode ser similar ao trabalho escravo 
ou que as condições de conforto e higiene são degradantes podem ser classificadas 
como inadequadas e em não conformidade com a legislação, cabendo então aos 
órgãos fiscalizadores ações que podem até interditar a empresa, além de multas e 
indenizações (SCHIAVI, 2007).
Essas condições de extrema vulnerabilidade a que o trabalhador da construção 
civil está exposto apresentam como primeiro colocado nos acidentes de trabalho 
as quedas, tanto de materiais que se desprendem, como do próprio trabalhador; 
em segundo vêm os choques elétricos e em terceiro lugar os soterramentos. 
Vejamos os números para termos uma ideia desta representatividade no cenário 
nacional, porém com dados de 10 anos atrás, o que preocupa, pois ainda hoje 
esses valores não tiveram grande mudança:
U1
22 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Gráfico 1.1 | Apresentação de acidentes de trabalho
Fonte: Elaborado pela autora a partir de Segurança... (2010)
O número de acidentes de trabalho em todo o país cresceu sensivelmente entre 
2004 e 2006, passando de 465.700 para 503.890. Os números que representam 
a construção civil no mesmo período são 28.875 e 31.529, respectivamente, 
estabelecendo um percentual de acidentes no setor da construção para os dois 
anos em 6,2%, se comparado a 2005. Percebam que no mundo inteiro ocorrem 
acidentes de trabalho, e no caso da construção civil, a maior causa de acidentes 
fatais fica por conta das quedas de trabalhadores e também das quedas de material 
sobre os funcionários, ficando em segundo fator os choques elétricos, e em terceiro 
lugar o soterramento (SEGURANÇA..., 2010).
“O crescimento acentuado da construção civil, verificado nos 
últimos anos em todo o país, tem sido acompanhado pelo 
aumento do número de acidentes de trabalho e de mortes de 
operários, principalmente por soterramento, queda ou choque 
elétrico” (ALTAFIN, 2013).
Com base nestas informações, os órgãos públicos demonstram 
preocupação com os trabalhadores. Será que esta preocupação 
realmente é por conta das condições de saúde e segurança ou 
os interesses econômicos referentes ao pagamento de benefícios 
é que estão sendo argumento para este tipo de levantamento? 
Vamos refletir e analisar este cenário.
U1
23O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Há de se considerar que para reverter esse cenário é preciso que haja fiscalização 
suficiente e capacitada para coibir e punir efetivamente os representantes desta 
categoria que maquiam ou ignoram as ações preventivas, e valorizar e divulgar 
as ações que visam capacitar e informar todos os trabalhadores envolvidos na 
categoria da construção civil. Ressaltando, como anteriormente foi citado, os 
fatores que influenciam a construção civil são os sociais, culturais e políticos, onde, 
para reverter a situação de acidentes de trabalho neste segmento econômico, o 
governo tem que ser representado pela ação fiscalizatória e punitiva para aqueles 
que não cumprem o prescrito na lei; o empregador, como iniciativa privada, 
representa o social, que tem como responsabilidade informar e treinar, realizar 
a capacitação dos envolvidos; e a parte do trabalhador, que envolve a cultura de 
prevenção que é a assimilação, por parte dos mesmos, de sua responsabilidade 
e o porquê de seu comprometimento. Além disso, as disposições na legislação 
complementar complementam a ordem de adequações das condições ambientais 
e melhores e mais seguros equipamentos. Isso tudo ainda não é garantia de 
uma economia aos cofres públicos, pois somente esses fatores trabalhando em 
consonância é que garantirão a eficácia das ações (MARTINS, 2008).
Embora as estatísticas apontem indicadores úteis para a avaliação do estado 
atual dos acidentes e mortes por trabalho, principalmente na construção civil, 
essa representação é por vezes relativa, sendo necessário inspecionar e processar 
quem não cumpre a legislação vigente, e também implantar ações para prevenir 
e informar, levar com afinco as ações punitivas para aqueles que não tenham 
realizado uma prevenção ou capacitação prévia. Este tipo de irregularidade leva 
a um maior número de infrações, representando uma maior penalização para as 
empresas e, também, para os próprios trabalhadores. Essa responsabilidade não é 
apenas dos empregadores, os trabalhadores têm sua parcela de responsabilidade 
na mesma medida que o empregador, bem como o governo e os parceiros sociais. 
Essa tomada de responsabilidade por parte de cada um economizaria aos cofres 
públicos grandes fortunas. Os empregadores têm a obrigação de garantir boas 
condições de trabalho a todos os trabalhadores, cumprir a legislação em vigor, 
conscientizar os trabalhadores e colocar à sua disposição os equipamentos e 
meios necessários para que possam desempenhar as suas funções em segurança. 
Já os trabalhadores devem conhecer melhor as normas e, se acaso não tiverem 
essas boas condições de trabalho, deveriam exigi-las, para isso é possívelcontar 
com os parceiros sociais (SEGURANÇA..., 2010). 
Para direcionar e dar subsídios aos órgãos estatais e garantias aos trabalhadores 
da construção civil, a legislação regulamentar que está em vigor é a NR-18, que 
foi regulamentada pela Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho. Nela, todas 
as principais orientações e principalmente as condições ideais estão descritas, 
facilitando assim as ações de implantação que vão servir de base e orientação 
para a elaboração do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na 
U1
24 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Indústria da Construção, que é comumente conhecido como PCMAT. Todas as 
condições e situações apontadas pela NR-18 têm o intuito e a função específica de 
regularizar e apontar as condições ideais a serem estabelecidas, o que vai significar 
uma diminuição considerável nas custas dos cofres públicos e também nas 
estatísticas de acidentes de trabalho. Conclui-se então que a rede de assistência 
ao trabalhador também tenderá a ter diminuídos seus atendimentos. 
Atualmente temos uma legislação que foi pensada e regulamentada com 
vistas a atender à segurança e à saúde do trabalhador da área da construção 
civil. Seus princípios baseiam-se em normas regulamentadoras que estabelecem 
procedimentos em todos os níveis de uma indústria deste porte e operacionalidade, 
ela encontra-se descrita na Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego 
(MTE), sob o título de NR-18, contempla diretrizes administrativas, de planejamento 
e de organização para controle nos sistemas preventivos de segurança dos 
processos, nas condições do meio ambiente de trabalho, além de determinar a 
elaboração do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria 
da Construção, conhecido neste segmento por PCMAT. Toda esta estrutura visa 
a dar melhoras em todas as condições de trabalho para que repercuta em menor 
impacto nos órgãos públicos de assistência (SEGURANÇA..., 2010).
1. Qual é a principal legislação que atualmente rege e organiza 
a indústria da construção civil?
2. Através de qual mecanismo a construção civil vem 
conseguindo reduzir o número de acidentes de trabalho?
U1
25O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Seção 2
PCMAT
Nesta parte do texto saberemos da obrigatoriedade do PCMAT, como 
documento prévio à abertura de um canteiro de obras. Agregado a ele, a ART valida 
sua elaboração e a responsabilidade do gestor da obra em executar aquilo que o 
documento apontar e estabelecer. Pois toda esta documentação está passível de 
sanções fiscais de autuação por parte do MTE.
2.1 Obrigatoriedade
Esta legislação está na Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, que regulamentou 
a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que altera o Capítulo V, Título II da 
CLT (Consolidação das Leis de Trabalho). Traz em sua redação a padronização 
de como deve ser implantado e sob quais condições um canteiro de obras pode 
desenvolver-se. Em tempo: devemos lembrar que também é determinada pela 
legislação a responsabilidade de executar o que está disposto na referida lei 
(BRASIL, 1978), onde, de acordo com o art. 1º da Lei nº 6.496, de 5 de dezembro 
de 1977, todo contrato para a execução de obras ou prestação de quaisquer 
serviços profissionais referentes a Engenharia, Arquitetura e Agronomia fica sujeito 
à Anotação de Responsabilidade Técnica – ART; esta está vinculada ao exercício 
da atividade do engenheiro de segurança do trabalho, como consta na legislação 
que define a abrangência (BRASIL, 1977). A ART é um documento fundamental que 
expõe o estudo, planejamento, ações, relatórios e laudos das atividades exercidas 
pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho quando de sua competência enquanto 
responsável perante ao órgão competente, segundo o CREA (Conselho Regional 
de Engenharia Arquitetura e Agronomia).
Os estudos, projetos, planos, relatórios, laudos e quaisquer 
outros trabalhos ou atividades relativas à Engenharia de 
Segurança do Trabalho, quer públicos, quer particulares, 
somente poderão ser submetidos ao julgamento das 
autoridades competentes, administrativas e judiciárias, e só 
terão valor jurídico quando seus autores forem engenheiros 
ou arquitetos, especializados em Engenharia de Segurança do 
U1
26 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Trabalho e registrados no Conselho Regional de Engenharia, 
Arquitetura e Agronomia – CREA. (CONSELHO FEDERAL DE 
ENGENHARIA E AGRONOMIA, 1999, p. 1). 
De acordo também com a legislação, quando se trata da indústria da construção 
civil, com 20 trabalhadores ou mais, é obrigatória a existência unicamente do 
Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
– PCMAT, anotado no CREA de jurisdição da localização do empreendimento. 
Sendo assim, este documento fica submetido a uma categoria de especialistas em 
segurança e saúde do trabalho, bem como colocada em prática através de ARTs, 
que são meios de execução e aplicabilidade das normas e padrões legais.
Sendo assim, com a obrigatoriedade de todos estes primeiros procedimentos 
a serem tomados para a implantação de um canteiro de obras, presume-se que 
todas as condições de segurança estejam sendo computadas e detalhadamente 
classificadas e regulamentadas. Bem, isso seria muito bom se a teoria se cumprisse 
na prática. O que ocorre é que, pelas falhas existentes no sistema de fiscalização, 
embora os documentos sejam feitos dentro do rigor da lei, a fiscalização não é 
eficiente e os acidentes ocorrem e continuam a aumentar os números de afastados 
e segurados da construção civil junto ao INSS.
Também na NR-18 algumas prerrogativas são sempre observadas e seguidas sob 
pena de punição, tais como a caracterização da atividade onde fica definido o que é 
tal operação: são as “[...] atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e 
manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou qualquer 
tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo” 
(BRASIL, 2013a, p. 2). Além disso, estabelece o ingresso ou não de trabalhadores e 
sua permanência no canteiro de obras de acordo com as fases da mesma. 
Então a legislação é inoperante? Seria quase isso. A legislação é eficiente, é realizada 
com riqueza de detalhes, mas a operacionalidade destes documentos é comprometida 
por uma questão humana, social, e até por que não caracterizá-la como cultural, pois 
Fique por dentro da legislação e acesse o link sugerido:
<http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza.asp?idEmenta=48
5&idTipoEmenta=5&Numero=>. 
U1
27O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
onde os trabalhadores da indústria da construção civil têm um melhor nível cultural, eles 
melhor absorvem as indicações e padrões estabelecidos pela documentação legal.
2.2 Elaboração do PCMAT
Este documento visa dar respaldo legal ao empregador, pois é um documento 
exigido pela legislação, entretanto tem uma função muito peculiar, que é dar ao 
trabalhador a garantia de condições seguras quanto à realização de suas atividades 
no canteiro de obras, ou seja, é um documento específico da indústria da construção 
civil. Para sua elaboração é necessário o conhecimento da NR-18, pois lá estão 
estabelecidos os padrões imutáveis das condições necessárias ao bom andamento 
da obra, as condições de conforto e higiene, bem como os riscos inerentes à 
atividade laboral da construção civil (BRASIL, 2013a). Também para a elaboração 
do PCMAT é preciso o conhecimento da NR-9 quanto às avaliações dos riscos e as 
ações necessárias quanto ao controle dos mesmos. É a partir destas informações 
que será possível traçar um controle eficiente quanto aos riscos pertinentes àquela 
operação que será ali desenvolvida. É fundamental que o PCMATtenha sólida 
ligação com o PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional), uma 
vez que este programa, quando devidamente acompanhado e realizado, dará ao 
PCMAT uma melhor aplicação. São cinco as etapas para a elaboração do PCMAT:
• Análise de Projetos: consiste em verificar sob quais condições os projetos 
foram elaborados e serão utilizados na construção em questão, tendo o intuito de 
conhecer os métodos construtivos, as instalações e os equipamentos que farão 
parte da execução da obra. 
• Vistoria local: esta vistoria no local da futura construção se dá para 
complementar a análise do projeto, tal visita fornecerá subsídio informativo quanto 
às condições de trabalho que efetivamente serão encontradas na execução 
da obra, por exemplo: verificar se no local haverá escavação, onde e em que 
condições, se há demolições a serem feitas, quais são as condições de acesso ao 
empreendimento, quais as características topográficas do terreno, e muitos outros 
aspectos de acordo com aquilo que foi apresentado no projeto.
• Reconhecimento e avaliação dos riscos: nesta etapa é feito o diagnóstico 
das condições de trabalho encontradas na obra, devem estar presentes neste 
momento as avaliações quantitativas e qualitativas dos riscos, bem como as 
estratégias e medidas de controle dos riscos. Aí consiste a importância do PPRA 
bem consolidado.
• Elaboração do documento base: nesta fase é a elaboração propriamente 
do PCMAT, onde todos os levantamentos realizados serão devidamente ordenados 
e estruturados com a finalidade de apresentar medidas de controle e técnicas que 
mais terão eficácia no processo de eliminação e controle dos riscos.
U1
28 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
• Implantação do programa: é a utilização e implantação das condições 
apresentadas pelo documento que serão adotadas nas práticas cotidianas no 
decorrer da obra. O desenvolvimento e aprimoramento do projeto deve ser 
através de programas de treinamento de pessoal com vistas a educar e orientar 
os trabalhadores, conscientizando-os sobre as questões de segurança, especificar 
quais os EPIs necessários e sua utilização adequada, bem como apontar os métodos 
que servirão de indicadores de desempenho, índices para auditorias administrativas e 
operacionais que definirão a eficiência do sistema de segurança do trabalho.
O intuito de seguir estes passos e observar rigorosamente o definido pela 
legislação é de garantir, por ações preventivas, a integridade física e a saúde 
do trabalhador da construção civil, funcionários terceirizados, fornecedores, 
contratantes, visitantes. Enfim, todas as pessoas que atuam direta ou indiretamente 
na indústria da construção civil, quando na execução de uma obra ou serviço, 
e estabelecer um sistema de gestão em Segurança do Trabalho nas atividades 
relacionadas à construção, através da definição de atribuições e responsabilidades 
às equipes que fazem parte de todo o processo de execução da mesma, incluindo 
aí também a administração da obra.
Como deve ser então este importante documento para que os envolvidos 
saibam como interpretá-lo e fazer com que seja eficaz? Vamos então passar os 
dados como devem ser registrados: 
Campo 1 - Comunicação prévia à DRT (Delegacia Regional do Trabalho), 
deve informar: Endereço correto da obra; Endereço correto e qualificação do 
contratante, empregador ou condomínio; Tipo de obra; Datas previstas de início 
e conclusão da obra; Número máximo previsto de trabalhadores na obra. Sempre 
emitida em duas vias, protocolar na DRT (Delegacia Regional do Trabalho) ou 
Apesar da redução do índice de acidentes, verifica-se que a maior 
parte dos programas apresentados pelas empresas da indústria da 
construção ainda apresenta dificuldades de implantação e, muitas vezes, 
não alcança os resultados esperados. O PCMAT veio ao encontro das 
necessidades das empresas e dos profissionais da área de Higiene e 
Segurança do Trabalho, ao estabelecer um programa permanente de 
controle dos riscos ambientais existentes nos diversos âmbitos de cada 
estabelecimento, e constitui parte integrante do conjunto mais amplo 
das iniciativas das empresas no campo da prevenção, da preservação e 
da proteção dos trabalhadores. 
U1
29O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
encaminhar via correio com AR (Aviso de Recebimento). 
Campo 2 - O local de entorno da obra, vizinhança, tráfego de veículos e trânsito de 
pedestres; Se há escolas, feiras, hospitais, indústrias e etc. Memorial descritivo da obra, 
contendo basicamente: Número de pavimentos; área total construída; área do terreno, 
tipo e sistema de escavação; fundações; estrutura; alvenaria e acabamentos; cobertura.
Campo 3 – Área de convivência, aí devem estar descritos os tipos de instalações 
sanitárias, vestiários, refeitório, cozinha se houver, lavanderia se for o caso, 
alojamento, área de lazer e ambulatório; este item deve estar em conformidade 
com o padrão estabelecido pela NR-18 no item 18.4.
Campo 4 - Aqui se fornecem as condições das máquinas e equipamentos, 
que devem ser criteriosamente descritas, definindo seu tipo de operação e seus 
mecanismos de segurança.
Campo 5 – Todo e qualquer tipo de sinalizações, tanto verticais quanto 
horizontais, sua demarcação e necessidade.
Campo 6 – Aqui cada fase pela qual avance a obra, os riscos deverão ser 
apontados em relação às atividades executadas e também os mecanismos 
de controle dos mesmos. Exemplo: na fase de limpeza do terreno, escavação, 
fundação, estrutura, alvenaria, acabamentos e cobertura.
Campo 7 – Serão apontados neste campo os procedimentos de emergência 
para acidentes que possam ocorrer. Quais as devidas providências quanto ao 
registro de todos os acidentes ocorridos na obra, estabelecer índices indicadores 
de desempenho, construir rotas para os hospitais aptos a receber acidentados 
desta categoria, indicar e divulgar telefones de emergência.
Campo 8 – Quanto aos treinamentos que devem ser ministrados na obra, 
que abordem temas considerados importantes que estejam no plano de ação 
do PPRA e que estejam de acordo com as necessidades específicas da obra 
em questão. Preparar a emissão das OS (ordens de serviço) quanto às funções 
existentes no canteiro de obras. E se necessário for, constituir CIPA, de acordo 
com o enquadramento estabelecido pela NR-5; se não for este o caso, designar 
um responsável na obra.
Campo 9 – Aqui se darão as indicações quanto ao PCMSO, suas referências e 
indicações por parte do médico do trabalho.
Campo 10 - Estabelece-se um cronograma para acompanhamento de fluxo 
evolutivo dos procedimentos a serem realizados; estimativa da quantidade de 
trabalhadores em cada etapa da obra; realização e execução das medidas de 
proteção coletivas; incorporação dos EPIs e sua aplicabilidade efetiva; cronograma 
das máquinas e equipamentos utilizados em cada etapa da obra.
U1
30 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Campo 11 – Apresentação do croqui ilustrativo da obra, com o layout do canteiro 
de obras, a definição dos EPCs e EPIs implantados, além de medidas especiais de 
segurança que se fizerem necessárias, minúcias construtivas, materiais a serem 
usados e outras colocações que porventura se fizerem importantes na visão do 
profissional responsável pela execução do documento, que, segundo a legislação 
apresentada anteriormente, é de responsabilidade do Engenheiro de Segurança ou 
outro profissional segundo a autorização do CREA.
Campo 12 - Assinatura do médico do trabalho ou engenheiro de segurança do 
trabalho que responde pelo documento, deve constar o respectivo número da 
ART, já liberado junto ao CREA. 
Campo 13 - Data de realização da avaliação e concretização do documento. 
2.3 Outros documentos complementares 
Neste processo de definição e estabelecimentode critérios para que a indústria 
da construção civil seja implantada e a execução seja de acordo com aquilo 
que a legislação pede, existem também as legislações complementares, que 
individualmente não têm nenhum imperativo sobre o segmento e são de cunho 
amplo para todos os segmentos profissionais, mas são necessários para que o 
PCMAT seja eficiente. São eles a:
NR-4; que define e rege os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança 
e em Medicina do Trabalho, esta NR vai estabelecer a gradação do risco da atividade 
principal em relação ao número total de empregados do estabelecimento, estabelece 
em quadros anexos que valem para todos os segmentos, utiliza os padrões definidos 
para fins de dimensionamento de canteiros de obras e frentes de trabalho com 
menos de 1 (um) mil empregados e situados no mesmo estado. Nesta NR e em seus 
anexos, todo o dimensionamento em relação à obrigatoriedade de profissionais 
vinculados à segurança do trabalho está descrito (BRASIL, 2014c).
NR-5; esta NR vai especificamente se dedicar à CIPA (Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes), que é responsável em administrar todas as questões 
que apresentem risco à atividade do trabalhador; está estabelecida nesta NR 
a obrigatoriedade de existência de CIPA em todas as empresas que tiverem 
Se o PCMAT tiver sido elaborado por profissional legalmente habilitado e 
não existir ART, deverá ser notificado por falta de ART, baseado no art. 1° 
da Lei n° 6.496, de 1977 (BRASIL, 1977).
U1
31O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
trabalhadores em canteiro de obras, em condições especiais como: CIPA 
centralizada quando a empresa tem várias frentes de trabalho com menos de 70 
trabalhadores em cada uma delas, dentro de um mesmo município; ou CIPA por 
canteiro quando o número ultrapassa os 70 trabalhadores, e ainda a possibilidade 
de CIPA provisória quando os serviços não ultrapassarão 180 dias (BRASIL, 2011).
NR-6; esta discorre sobre os EPIs (Equipamento de Proteção Individual), sua 
obrigatoriedade no quesito neutralização ou minimização dos efeitos nocivos dos 
fatores de risco, sejam eles de qualquer dos grupos: físico, químico, biológico, de 
acidentes e ergonômicos. Os EPIs nesta NR definidos atendem a todos os tipos 
de funções de todos os segmentos, vai do gestor identificar os riscos e buscar a 
orientação adequada àquela função (BRASIL, 2014b).
NR-7; nesta NR é o PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde 
Ocupacional) que vai tornar obrigatórios todos os cuidados necessários da parte 
da saúde do trabalhador, através da realização de exames e acompanhamento 
médico das condições clínicas do trabalhador, bem como aquilo que é necessário 
que seja estabelecido para manter os trabalhadores saudáveis (BRASIL, 2013b).
NR-9; tem por definição o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), 
onde são estabelecidos os riscos inerentes ao ambiente e é apontado o controle 
que deve ser assimilado para garantir a segurança dos trabalhadores.
“Imagina-se que o acidente faz parte da produção, que é obra 
do acaso. Não, o acidente é principalmente obra do descaso, 
da falta da cultura de prevenção. [...] Entre as causas de tantos 
acidentes, [...] [está] a falta da cultura da prevenção e um ritmo 
de trabalho cada vez ‘mais denso, tenso e intenso’, [...] [soma-se 
as] dificuldades de fiscalização, seja pelo número insuficiente 
de auditores fiscais, seja pelas más condições de trabalho e 
riscos que enfrentam esses profissionais” (ALTAFIN, 2013).
Você, como espectador desta realidade, acredita que a 
implantação de EPIs é a forma eficaz para combater esse tipo de 
fato? A implantação de EPI é garantia de redução de acidentes 
e estabelecimento de uma cultura de prevenção? Reflita como 
pode ser mudado este cenário atual.
Pois bem, esta legislação complementar é tomada como fonte de pesquisa e 
direcionamento para a realização do PCMAT. Espera-se que todas as condições 
U1
32 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
sejam criteriosamente avaliadas e confrontadas com as condições in loco, pois o 
bom senso do gestor e sua criticidade devem ser pautados nas condições legais, 
e todas as situações e condições devem convergir para uma efetiva e eficiente 
estratégia do sistema de gestão de segurança.
Continuando com a caracterização do PCMAT, este necessariamente deve 
ser elaborado antes do início das atividades. Como nele estão contemplados 
todos os riscos de todas as etapas da obra, não tem validade definida, embora 
periodicamente o PCMAT deve passar por uma reavaliação global. Neste processo 
deve ser reavaliado seu desenvolvimento, e as etapas a serem cumpridas, bem 
como se ele está atendendo plenamente ao objetivo para o qual foi elaborado. Se 
houver necessidade, podem ser feitos ajustes necessários para que se cumpram 
todas as prerrogativas legais e se estabeleça novas metas e prioridades de 
segurança. O PCMAT é elaborado com a única finalidade de proporcionar ações 
e medidas de segurança do trabalho em todas as fases da obra. Ele envolve em 
seu projeto uma proteção coletiva para atender àquela condição específica. 
Entretanto, a penalização da empresa que não apresentar documentação quanto 
aos riscos inerentes à atividade ali desenvolvida está prevista na Lei 8.213/1991, no 
artigo 133 (BRASIL, 1991). E o PCMAT não deve ser confundido com o PPRA, pois 
que o primeiro é muito mais completo e minucioso quanto aos riscos a que os 
trabalhadores estão expostos. 
Sabe a diferença entre um programa e um laudo? 
O Programa é uma instrução sobre o que se propõe a executar, e um 
Laudo é um parecer que contempla necessariamente a opinião do 
executor na forma de uma conclusão.
1. Quantas são as etapas de um PCMAT? Cite duas delas.
2. Quais são os documentos complementares na elaboração 
do PCMAT?
U1
33O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Seção 3
MÉTODOS E PROCESSOS DE TRABALHO
Chegou o momento para refletirmos quais os fatores que influenciam na 
indústria da construção civil, quais os órgãos e entidades públicas que estão 
envolvidos neste segmento que é essencialmente da iniciativa privada. O que por 
ora é uma garantia para o trabalhador pode se tornar um vício em alguns aspectos 
que barram o crescimento e a implantação de melhorias. Além disso, na prática, 
como acontece esse ciclo de atividades neste segmento profissional. 
3.1 Aspectos políticos da construção civil
Preocupado com um dos segmentos que mais geram emprego no país, 
a construção civil, o governo anunciou muito frequentemente pacotes para 
incentivar o setor. Com o levantamento feito recentemente foram 7,7 milhões de 
trabalhadores e 270 mil postos criados este ano, o que garante ao setor uma posição 
de oitavo lugar no ranking da geração de empregos. Estes números dão ao governo 
argumentos e justificam estas políticas de concessão de estímulos financeiros.
O objetivo primaz destas políticas é incentivar a contratação de trabalhadores, 
diminuindo assim o nível de desemprego, implementar o comércio para que 
haja uma redução no custo da construção de novas moradias e aumentar o 
financiamento habitacional, para que mais pessoas possam adquirir sua casa 
própria. Para isso é necessário haver uma desoneração da folha de pagamento 
do setor, a redução dos tributos e a ampliação do acesso das empresas ao capital 
de giro. São estratégias políticas e econômicas que fomentam e movimentam a 
indústria da construção civil.
Esse pacote de incremento e fomento para a construção civil prevê adequações 
na forma de recolhimento para a Previdência, que gira em torno de 20% sobre a 
folha de pagamento, passará a contribuir com 2% do faturamento, significativa 
alteração. Haverá também redução de 6% para 4% da alíquota do chamado RET, o 
Regime Especial de Tributação, este é um pacote que incluivários tributos, como 
Imposto de Renda, PIS e Cofins. Além disso, será criada uma linha de capital de giro 
de R$ 2 bilhões para micro e pequenas empresas que estiverem interessadas em 
fazer parte deste segmento do mercado.
U1
34 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Com a implantação de todos estes incentivos, o governo estima que vários são 
os setores da economia que serão beneficiados, não só a indústria da construção 
civil, neste macropropósito estão incluídos setores como a indústria automobilística 
e de eletrodomésticos da linha branca.
Com os efeitos positivos destes incentivos, novos horizontes vão se delineando 
e dando ainda mais credibilidade ao programa lançado, pois há um aumento 
considerável da atividade econômica do setor, reafirmando que a indústria 
da construção civil é um setor que sozinho responde por quase metade dos 
investimentos realizados no país, e dar condições para que esse projeto continue 
a estimular o crescimento do país.
Veremos também outra vertente da política atrelada à construção civil, que consiste 
numa ação que está diretamente relacionada com o desenvolvimento sustentável 
do país, devido à sua relevância na dimensão econômica, social e ambiental, 
apresentando, portanto, um papel dualístico: é um setor positivo nos aspectos 
sociais (empregabilidade) e econômico, porém negativo no aspecto ambiental, pois 
representa uma das maiores fontes geradoras de resíduos. Para se ter uma noção da 
importância da construção civil, em 2009 o IBGE elaborou uma pesquisa com dados 
da indústria da construção e o resultado foi que em 2008 as empresas de construção 
alcançaram um processo de fortalecimento da renda e os efeitos das medidas de 
incentivo realizadas pelo governo proporcionaram ao setor realizar incorporações, 
obras e serviços no valor de R$ 159,0 bilhões, com receita operacional líquida de R$ 
149,6 bilhões. As construções executadas cresceram 22,3%. 
Com estes dados, estabelece-se que o mercado da construção civil brasileira 
é um ramo que absorve um considerável número de trabalhadores, por isso sua 
importância fundamental na economia do país, gerando empregos diretos e indiretos. 
Embora existam inúmeras dificuldades no mercado econômico e um longo caminho 
a ser percorrido, os interesses comuns são maiores e formam a base das ações de 
desenvolvimento, existindo então uma força conjuntural para fazer a construção 
civil se modernizar, aumentar sua produtividade, desenvolvendo inovações com 
racionalidade, padronização de procedimentos e preocupação com a sustentabilidade.
Com vistas a alcançar o crescimento outrora almejado, as perspectivas foram 
sendo traçadas de acordo com as condições internacionais da economia e as 
perspectivas reafirmadas dos grandes eventos confirmados no país em 2014 e 2016. 
Com vistas a fazer jus a estes acontecimentos históricos para o país, o governo 
tratou de manter o principal investimento até hoje realizado para este setor, o 
Programa Minha Casa, Minha Vida, lançado em março de 2009, mas que tem 
sido reavaliado e relançado de tempos em tempos e que prevê a construção de 
um milhão de residências com a concessão de subsídios, cujos valores estimados 
somam cerca de R$ 34 bilhões.
U1
35O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
Com vistas a manter em alta este e outros programas de menor impacto, mas 
que incentivam igualmente o mercado da construção civil, o grande desafio passa a 
ser uma expansão tecnológica da indústria da construção civil, que precisa atender 
à nova dinâmica da construção industrializada tecnológica. O desenvolvimento 
tecnológico possui índices pontuais quanto à disponibilidade e a geração de mão 
de obra qualificada em diversos níveis do setor da construção civil, seja para o 
desenvolvimento de técnicas existentes, seja para novas demandas, inovações, 
segurança do trabalho e sustentabilidade. Esses fatores chamaram a atenção no 
segmento de edificações, principalmente se comparados a outros países. 
Dados do IBGE mostram que 91% do déficit habitacional se concentra na 
faixa de renda entre zero e três salários mínimos – para esse público o 
plano prevê a destinação de R$ 16 bilhões, para a construção de 400 mil 
moradias. Para as famílias com renda entre três a seis salários mínimos 
serão destinados R$ 10 bilhões, para a construção de mais 400 mil 
unidades, e as demais 200 mil moradias serão destinadas às famílias com 
renda entre seis e dez salários mínimos. Para essa faixa haverá estímulo 
à compra, com redução dos custos do seguro e acesso ao Fundo 
garantidos. Dentro do pacote, o Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES) lançou um programa de crédito, no 
montante inicial de R$ 1 bilhão, para dar suporte às empresas do setor da 
construção civil, especialmente pequenas construtoras e fabricantes de 
materiais de construção.
Para que esse desenvolvimento tecnológico não fique estagnado, a construção 
civil é muito dependente do crédito, tanto para sua produção quanto para sua 
comercialização, crédito este que tende a acompanhar o crescimento dos 
financiamentos imobiliários. Porém, o Brasil ainda apresenta um volume de crédito 
pequeno para esta finalidade, se comparado a outros países. Na cultura brasileira 
existe a tendência de financiamento para imóveis mais caros, o que justifica o 
grande déficit habitacional nas classes de menor renda.
Com relação à construção pesada, o que caracteriza seu baixo índice evolutivo 
e de crescimento é a pouca oferta de crédito, resultante da crise econômica 
mundial que tornou o crédito mais caro e mais reduzido. Para tentar amenizar este 
impacto, busca-se a queda dos juros no país, e para dar à indústria da construção 
civil em larga escala uma motivação, tenta-se atrelar a qualidade de vida e a prática 
do conhecimento sustentável. Dessa forma, tem-se o conceito de sustentabilidade 
U1
36 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
como entendido não apenas como uma questão ambiental, mas como uma 
questão do ser humano em sua totalidade, como o ente principal, fundamental e 
indispensável aos processos produtivos. 
O desenvolvimento sustentável requer uma visão sistêmica na íntegra do 
processo de produção na construção civil, é extremamente atual e considera as 
necessidades de trazer o menor impacto possível ao meio ambiente. Com este 
conceito e tendência a indústria da construção civil confunde-se com a própria 
sustentabilidade nos negócios. Buscando esta sustentabilidade nos negócios, 
as empresas que integram o setor estão sempre amarradas ao próprio conceito 
de sustentabilidade que engendra as dimensões socioeconômico-ambientais. 
São estas dimensões que, interdependentes e inter-relacionadas, constituem o 
enfoque de um crescimento do setor de forma consolidada.
3.2 Aspectos práticos da construção civil
As urgências do mundo moderno nos direcionam para uma efetividade das ações 
de segurança e saúde do trabalho, que devem estar em perfeita interação com a 
gestão global da empresa. Deve haver um sistema integrado harmonicamente aos 
trabalhadores, enfim deve haver uma integração dos setores e dos trabalhadores 
em toda empresa. Quando falamos em segurança e saúde do trabalhador, em 
especial no segmento da construção civil, não podemos deixar de lembrar que 
neste setor é crítica a situação, por conta do alto índice de acidentes, que decorrem 
devido em grande parte pela condição intrínseca das atividades de risco, a grande 
alteração das rotinas e as alterações no cenário que são inevitavelmente distintos à 
medida que as obras avançam. Neste avanço a condição e o ambiente vão sendo 
alterados e há rotatividade das várias equipes, que vão sendo substituídas. Além 
disso, em muitos momentos existe uma multiplicidade de equipes que necessitam 
trabalhar concomitantemente, estas nemsempre pertencem ao mesmo grupo 
que coordena a obra, muitas vezes são trabalhadores terceirizados, dificultando 
a integração, pois não compartilham das mesmas informações e a mesma 
consciência de responsabilidade.
As hostis e severas condições de trabalho neste segmento levam o trabalhador 
a uma grande exposição quanto aos riscos de acidentes e doenças originárias das 
condições de trabalho, pois o canteiro de obras esconde armadilhas e situações sui 
generis capazes de degenerar a qualidade de vida do cidadão. Para tentar minimizar 
esse tipo de situação é necessário adotar no canteiro de obras uma otimização 
dos trabalhos, para que cada atividade tenha seu espaço delimitado, cada atividade 
tenha suas ferramentas ao dispor e um local apropriado para sua armazenagem, 
sem que atrapalhe ou dificulte o fluxo; bem como o canteiro deve ser disposto de 
maneira que elimine a maior possibilidade de riscos possíveis. Vamos ver como 
U1
37O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
deve ser feita a organização do canteiro de obras para melhorar o fluxo de trabalho 
e garantir ideais condições de segurança na realização das tarefas:
• Manter materiais armazenados em locais predefinidos de acordo com 
uma logística que permita o bom andamento da distribuição dos produtos e a 
boa circulação dos trabalhadores, bem como em local estratégico que viabilize 
a armazenagem de materiais de forma adequada, sem extrapolar o que foi 
previsto no dimensionamento da estrutura e sem a obstrução de portas, janelas e 
equipamentos de incêndio;
• Manter desobstruídas vias de acesso, circulação, passagens e escadarias, bem 
como não manter materiais empilhados fora de padrão e que dificulte o manuseio;
• Tubos e vergalhões, perfis e barras e demais materiais de grande extensão 
devem ser armazenados em camadas e com separadores e dispositivos de 
retenção; bem como cal virgem deve ser armazenado longe de umidade e em 
local arejado;
• Se houver na obra a necessidade de utilização de materiais tóxicos, como 
solventes, inflamáveis e corrosivos, os mesmos devem ser mantidos armazenados 
em local isolado com acesso restrito a pessoas devidamente orientadas e 
autorizadas, e o local deve ser devidamente sinalizado;
• As madeiras e escoras devem ser mantidas empilhadas, e pregos e arames 
devem ser rebatidos ou retirados;
• Se houver recipientes de ar comprimido ou gases de solda, devem ser 
devidamente armazenados junto aos produtos inflamáveis e sinalizados;
• Manter o canteiro limpo, organizado e livre de obstáculos é fundamental;
• Coletar e remover regularmente entulhos e sobras de material, com o 
cuidado de não gerar poeira e riscos na remoção; inclusive das plataformas e de 
outras áreas de trabalho; para remoção de entulhos em diferentes níveis, utilizar 
equipamentos mecânicos ou calhas fechadas;
• Para melhorar o trânsito de trabalhadores, deve-se providenciar rampas 
de acesso e escadas provisórias com vistas a atender à transposição de diferentes 
níveis que sejam com altura superior de 40 cm;
• Instalar escadas, rampas e passarelas com madeiras de boa procedência 
e qualidade, construídas dentro dos padrões estabelecidos pela NR, com guarda-
corpo e rodapé;
• As máquinas de grande porte, como betoneiras, e áreas destinadas à 
carpintaria, devem ser instaladas sob cobertura, protegidas das intempéries climáticas;
U1
38 O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
• As áreas de produção e as áreas de vivência devem ser devidamente 
identificadas e sinalizadas quanto aos riscos, as condições de conforto quanto a 
refeitório e fornecimento de água devem respeitar o estabelecido na NR-24, com 
uma proporção de um bebedor a cada grupo de 25 trabalhadores;
• A área destinada a refeição deve conter local destinado ao aquecimento 
da refeição e realização da mesma;
• As instalações sanitárias devem ter lavatório, vaso, mictório na proporção 
de um para cada grupo de 20 trabalhadores, um chuveiro para cada grupo de 
10 trabalhadores, área de chuveiro com no mínimo de 0,80 m², e vestiário com 
armário individual e cadeado, conter bancos com largura mínima de 0,30 cm.
• As vias de acesso aos vestiários e a saída da obra devem ser sinalizadas e 
isoladas das atividades desenvolvidas no canteiro. 
Outros cuidados que devem ser tomados quando da instalação do canteiro de 
obras é quanto às construções vizinhas, a análise de tubulações hidráulicas, de gás 
e elétricas deve ser avaliada; se necessário for realizar demolições, é importante 
que muros e paredes sejam devidamente estacados.
Um fator muito importante tanto quanto as medidas físicas de prevenção é 
o treinamento dos funcionários do canteiro de obras, devendo estes passar por 
uma integração que lhes dê condições de compreender todo o funcionamento 
da obra, seu papel enquanto trabalhador deste segmento profissional, suas 
responsabilidades tanto com sua vida como com a dos outros; este treinamento é 
previsto pela legislação e tem duração mínima de seis horas.
Com estes cuidados, que não são vistos como circunstanciais ou opcionais 
em um canteiro de obras na indústria da construção civil, sendo o único meio 
de promover uma nova fase para a construção civil, este segmento passa a ter 
uma conotação mais comprometida com a produtividade e com a segurança, 
como fator agregador ao produto fabricado. Assim sendo, é esperado que alguns 
benefícios imediatos sejam percebidos, tais como: a diminuição dos riscos de 
acidentes; ambientes que proporcionam maior conforto ao trabalhador e geram 
satisfação ao mesmo ajudam-no a aumentar sua produtividade, ambientes 
organizados reduzem o desperdício de materiais, melhora do visual do canteiro 
traz maior credibilidade ao trabalho ali realizado.
As condições de cada etapa da obra estão regulamentadas e são resumidas 
quando é possível estabelecer claramente as fases, como, por exemplo, a 
carpintaria: deve ser dotada com mesas estáveis, carcaça de motor aterrada 
e lâmpadas de iluminação protegidas contra ejeção de partículas, deve ter piso 
resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura para que o trabalhador não 
fique desprotegido. Os armadores devem realizar as dobragens em bancadas 
ou plataformas estáveis, a área de trabalho deve ser coberta para proteção dos 
U1
39O estudo de métodos e processos e a indústria da construção civil
trabalhadores contra queda de materiais e intempéries. A colocação de pilares e 
vigas deve ser feita de modo que se executem a prumagem, mesmo que de forma 
suspensa com marcação e fixação de peças; já as operações de soldagem e corte 
a quente, o dispositivo sempre deverá ser utilizado para manusear eletrodos que 
devem ter isolamento adequado à corrente que será utilizada. 
Como medidas de proteção contra queda de altura, fica estabelecido que em 
todo o perímetro da construção de edifícios com mais de quatro pavimentos é 
obrigatória a instalação de uma plataforma principal na altura da primeira laje logo 
depois da concretagem, deve atender à seguinte metragem: ter no mínimo 2,50m 
de projeção horizontal, e acima dela devem ser instaladas plataformas secundárias 
em balanço a cada três lajes. Todas estas são medidas físicas, mas tem também as 
de nível humano, onde os trabalhadores que operam as máquinas e equipamentos 
de transporte devem ter no mínimo Ensino Fundamental completo, caso não 
possuam experiência registrada na CTPS anterior a maio de 2011, e devem passar 
por treinamento e atualizações anualmente; e aos que executam manutenção das 
instalações elétricas, estes devem ter qualificação específica.
Estes fatores na construção civil não eram pontuados como agregadores de 
valor até há alguns anos, mas nessa economia contemporânea todos esses pontos 
são extremamente relevantes, uma vez que é notório que esta multiplicidade de 
fatores pode causar

Continue navegando