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DIREITO EMPRESARIAL IV

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Prévia do material em texto

DIREITO	
  EMPRESARIAL	
  IV	
  
1ª	
  PROVA	
  
	
  
Isabella	
  Regina	
  De	
  França	
  Oliveira	
  Calazans	
  
6º	
  período	
  de	
  Direito	
  da	
  Faculdade	
  de	
  Direito	
  Milton	
  Campos	
  
Professor:	
  Vinícius	
  José	
  Marques	
  Gontijo	
  
Sala:	
  403	
  
	
  
I	
  –	
  Introdução	
  
1.1 Lei	
  11.101,	
  09/02/2005	
  –	
  Lei	
  de	
  Falência	
  
Direito	
  Intertemporal	
  Falimentar:	
  artigo	
  192	
  .	
  A	
  falência	
  é	
  processo,	
  mas	
  não	
  é	
  só	
  
processo,	
  tem	
  também	
  um	
  aspecto	
  material	
  falimentar.	
  	
  
Existem	
  processos	
  intertemporais,	
  ou	
  seja,	
  que	
  foram	
  protocolados	
  antes	
  da	
  vigência	
  
da	
  lei	
  e	
  permanecem	
  em	
  andamento	
  após	
  a	
  entrada	
  em	
  vigor.	
  Em	
  2005	
  o	
  legislador	
  
preferiu	
  por	
  determinar	
  o	
  direito	
  intertemporal	
  falimentar	
  no	
  artigo	
  192.	
  Em	
  09/06/2005	
  
entrou	
  em	
  vigor	
  a	
  lei	
  de	
  falências.	
  O	
  artigo	
  192	
  rege	
  que	
  toda	
  falência	
  DECRETADA	
  
(sentença)	
  na	
  vigência	
  da	
  antiga	
  lei	
  de	
  falências,	
  será	
  ela	
  a	
  ser	
  aplicada	
  até	
  o	
  
encerramento	
  do	
  processo	
  (Dec.-­‐Lei	
  7.661/75).	
  Toda	
  falência	
  REQUERIDA	
  (protocolo)	
  
na	
  vigência	
  da	
  antiga	
  lei,	
  será	
  ela	
  aplicada	
  até	
  a	
  sentença	
  falimentar	
  exclusive.	
  
Antes	
  de	
  09/06/2005	
  –	
  Dec.-­‐Lei	
  7.661/75	
  
Depois	
  de	
  09/06/2005	
  –	
  Lei	
  11.101/2005	
  
O	
  artigo	
  99	
  da	
  Lei	
  11.101/05	
  rege	
  os	
  requisitos	
  da	
  sentença	
  de	
  falência.	
  Existiam	
  dois	
  
tipos	
  de	
  concordata:	
  preventiva	
  e	
  suspensiva.	
  A	
  concordata	
  preventiva	
  era	
  requerida	
  
pelo	
  devedor	
  para	
  evitar	
  a	
  falência.	
  Já	
  a	
  suspensiva	
  era	
  um	
  incidente	
  processual	
  
decretada	
  após	
  a	
  quebra	
  (sentença	
  de	
  falência)	
  que	
  suspendia	
  a	
  eficácia	
  da	
  sentença	
  
visando	
  a	
  preservação	
  do	
  empresário	
  (não	
  da	
  empresa).	
  
Atualmente,	
  o	
  artigo	
  192	
  veda	
  o	
  pedido	
  de	
  concordata,	
  vez	
  que	
  foi	
  criado	
  outro	
  
instituto:	
  Recuperação	
  de	
  Empresas,	
  que	
  será	
  sempre	
  preventiva.	
  
E	
  os	
  devedores	
  que	
  estavam	
  em	
  concordata	
  no	
  dia	
  09/06/2005?	
  	
  A	
  lei	
  previu	
  um	
  direito	
  
potestativo	
  (sem	
  justificativa	
  necessária)	
  para	
  os	
  concordatários,	
  ou	
  seja,	
  de	
  optar	
  por	
  
manter-­‐se	
  na	
  concordata	
  ou	
  convolar	
  (transferir)	
  para	
  a	
  Recuperação	
  de	
  Empresas.	
  Mas	
  
a	
  Lei	
  11.101/2005	
  rege	
  que	
  o	
  Dec.-­‐Lei	
  se	
  aplica	
  àqueles	
  falidos	
  anteriormente	
  à	
  sua	
  
vigência	
  e	
  o	
  Dec.-­‐Lei	
  prevê	
  a	
  concordata,	
  então	
  não	
  seria	
  este	
  um	
  direito	
  adquirido?	
  
Não,	
  não	
  há	
  direito	
  adquirido	
  em	
  processo.	
  Ninguém	
  tem	
  direito	
  subjetivo	
  à	
  ação	
  antes	
  
do	
  exercício.	
  
	
  
1.2 Conceito:	
  
É	
  o	
  processo	
  promovido	
  contra	
  o	
  devedor	
  empresário	
  em	
  estado	
  econômico	
  especial:	
  
insolvência.	
  	
  
Crítica:	
  mais	
  correto	
  seria	
  dizer	
  contra	
  o	
  devedor	
  legitimado.	
  A	
  falência	
  brasileira	
  não	
  é	
  
purista	
  como	
  a	
  francesa	
  (apenas	
  comerciantes)	
  nem	
  generalista	
  como	
  Alemanha	
  e	
  EUA	
  
(inclusive	
  municípios	
  e	
  o	
  País).	
  O	
  sistema	
  falimentar	
  brasileiro	
  tem	
  uma	
  regra	
  geral:	
  
artigo	
  1o:	
  quem	
  pode	
  falir	
  é	
  o	
  empresário,	
  mas	
  não	
  só	
  eles	
  e	
  não	
  todos	
  eles.	
  Não	
  é	
  uma	
  
regra	
  absoluta,	
  tem	
  exceções.	
  	
  
*A	
  falência	
  representa	
  uma	
  execução	
  coletiva.	
  Existe	
  a	
  execução	
  individual	
  em	
  que	
  
cada	
  credor	
  executa	
  individualmente	
  o	
  devedor.	
  A	
  execução	
  é	
  coletiva	
  na	
  situação	
  da	
  
falência	
  para	
  que	
  todos	
  os	
  credores	
  recebam	
  algum	
  direito	
  e	
  não	
  um	
  receba	
  em	
  
detrimento	
  do	
  outro,	
  vez	
  que	
  não	
  há	
  bens	
  suficientes	
  para	
  suprir	
  todas	
  as	
  dívidas.	
  Sob	
  o	
  
prisma:	
  
A) Objetivo:	
  para	
  o	
  processo	
  falimentar	
  virão	
  todos	
  os	
  bens	
  e	
  direitos	
  penhoráveis	
  
do	
  devedor,	
  para	
  COLETIVAMENTE	
  serem	
  vendidos	
  para	
  pagar	
  os	
  credores.	
  
B) Subjetiva:	
  além	
  de	
  congregar	
  todos	
  os	
  bens	
  e	
  direitos,	
  se	
  reunirão	
  todos	
  os	
  
devedores	
  desse	
  devedor	
  comum.	
  	
  
Qualquer	
  credor	
  pode	
  pedir	
  a	
  falência	
  do	
  devedor.	
  	
  
	
  
1.3 Legitimidade	
  
A) Passiva:	
  artigo	
  1o	
  	
  
Quem	
  pode	
  ser	
  réu	
  da	
  falência	
  no	
  Brasil?	
  	
  
A	
  regra	
  geral	
  está	
  no	
  artigo	
  1o:	
  o	
  empresário	
  (físico	
  ou	
  jurídico),	
  mas	
  existem	
  
outras	
  hipóteses:	
  
• Artigo	
  96,	
  §1o:	
  o	
  primeiro	
  não	
  empresário	
  que	
  pode	
  falir	
  é	
  o	
  espólio	
  do	
  
empresário	
  individual	
  até	
  1	
  ano	
  após	
  o	
  óbito.	
  	
  
• Artigo	
  81:	
  o	
  segundo	
  não	
  empresário	
  que	
  pode	
  falir	
  é	
  o	
  sócio	
  de	
  
responsabilidade	
  limitada	
  em	
  caso	
  de	
  sociedade	
  que	
  permita	
  este	
  tipo	
  de	
  
sócio	
  (e	
  que	
  tenha	
  falido).	
  
• Artigo	
  16,	
  Lei	
  6.019/74:	
  o	
  terceiro	
  não	
  empresário	
  que	
  pode	
  falir	
  é	
  um	
  caso	
  
muito	
  polêmico,	
  é	
  a	
  sociedade	
  de	
  trabalho	
  temporário.	
  Muitos	
  autores	
  
consideram	
  ser	
  este	
  um	
  empresário.	
  A	
  sociedade	
  de	
  trabalho	
  temporário	
  
aloca	
  mão	
  de	
  obra	
  especializada	
  em	
  épocas	
  sazonais.	
  	
  
Existem	
  também	
  empresários	
  que	
  não	
  podem	
  falir:	
  artigo	
  2o	
  	
  
• I	
  –	
  Empresa	
  Pública	
  e	
  Sociedade	
  de	
  Economia	
  Mista:	
  compõe	
  a	
  
administração	
  indireta.	
  O	
  artigo	
  242	
  da	
  Lei	
  de	
  S/A	
  prevê	
  que,	
  se	
  a	
  Sociedade	
  
de	
  Economia	
  Mista	
  se	
  tornar	
  insolvente,	
  o	
  erário	
  do	
  direito	
  público	
  deve	
  
pagar	
  as	
  dívidas.	
  Mas	
  de	
  acordo	
  com	
  o	
  artigo	
  173,	
  §1o,	
  II	
  CR/88	
  rege	
  a	
  
isonomia	
  entre	
  o	
  público	
  e	
  o	
  privado,	
  ou	
  seja,	
  a	
  CR/88	
  não	
  teria	
  acolhido	
  a	
  
Lei	
  de	
  S/A	
  em	
  seu	
  artigo	
  242.	
  
Essa	
  questão	
  foi	
  parar	
  no	
  STF	
  e	
  ele	
  decidiu	
  de	
  acordo	
  com	
  a	
  CR/88:	
  não	
  se	
  
pode	
  generalizar.	
  A	
  isonomia	
  se	
  aplica,	
  então	
  se	
  a	
  SEM	
  explorar	
  atividade	
  
econômica	
  ou	
  ato	
  administrativo	
  puro	
  ela	
  não	
  poderá	
  falir.	
  Caso	
  contrário	
  
poderá.	
  	
  
Após	
  a	
  decisão	
  do	
  STF,	
  no	
  governo	
  de	
  FHC,	
  foi	
  criada	
  a	
  Lei	
  10.303/2001	
  e	
  
revoga	
  o	
  artigo	
  242	
  da	
  Lei	
  da	
  S/A.	
  Mas,	
  na	
  Lei	
  11.101/2005,	
  em	
  seu	
  artigo	
  2o,	
  I	
  
ressuscita	
  a	
  falência	
  de	
  Sociedades	
  de	
  Economia	
  Mista	
  e	
  ainda	
  as	
  Empresas	
  
Públicas.	
  
Outra	
  questão	
  relativa	
  a	
  isso	
  chegou	
  ao	
  STJ.	
  A	
  Lei	
  de	
  S/A	
  rege	
  as	
  
subsidiárias	
  integrais	
  (100%)	
  e	
  a	
  dúvida	
  de	
  se	
  a	
  subsidiária	
  integral	
  de	
  
Empresa	
  Pública	
  poderiam	
  falir.	
  O	
  STJ,	
  ao	
  julgar	
  o	
  REsp	
  729.779/RJ	
  decidiu	
  
pela	
  falência,	
  argumentando	
  que	
  se	
  empresários	
  no	
  Brasil	
  podem	
  falir,	
  de	
  
acordo	
  com	
  o	
  artigo	
  1o	
  e	
  as	
  exceções	
  são	
  taxativas	
  (regidas	
  pelo	
  artigo	
  2o),	
  
não	
  poderia	
  aplicar	
  a	
  analogia.	
  
•II	
  –	
  Instituição	
  Financeira	
  Pública	
  ou	
  Privada,	
  Cooperativa	
  de	
  Crédito,	
  
Consórcio,	
  Entidade	
  de	
  Previdência	
  Complementar,	
  Sociedade	
  Operadora	
  
de	
  Plano	
  de	
  Assistência	
  à	
  Saúde,	
  Sociedade	
  Seguradora,	
  Sociedade	
  de	
  
Capitalização	
  e	
  Outras	
  Entidades	
  Legalmente	
  Equiparadas	
  às	
  Anteriores.	
  
Mas	
  esse	
  inciso	
  deve	
  ser	
  interpretado	
  c/c	
  artigo	
  197,	
  que	
  rege	
  que,	
  
enquanto	
  não	
  forem	
  aprovadas	
  as	
  respectivas	
  leis	
  específicas,	
  esta	
  Lei	
  se	
  
aplica	
  subsidiariamente,	
  no	
  que	
  couber,	
  aos	
  regimes	
  previstos	
  na	
  lei	
  
6.024/74	
  (C.I.L.E.)	
  –	
  Lei	
  de	
  Intervenção	
  e	
  Liquidação	
  Extrajudicial	
  de	
  
Instituição.	
  O	
  artigo	
  21,	
  “b”	
  desta	
  lei	
  rege	
  que	
  o	
  Banco	
  Central	
  do	
  Brasil	
  
(BACEN)	
  pode	
  requerer	
  a	
  falência	
  da	
  entidade	
  em	
  duas	
  hipóteses:	
  	
  
1) Quando	
  seu	
  ativo	
  não	
  for	
  suficiente	
  para	
  cobrir	
  pelo	
  menos	
  a	
  metade	
  
do	
  valor	
  dos	
  créditos	
  quirografários,	
  ou	
  seja,	
  deve	
  cobrir	
  100%	
  dos	
  
créditos	
  preferenciais;	
  
2) Quando	
  houver	
  fundados	
  indícios	
  de	
  crimes	
  falimentares	
  (artigo	
  180).	
  
A	
  sentença	
  que	
  decreta	
  a	
  falência	
  concede	
  a	
  Recuperação	
  Judicial	
  ou	
  
Extrajudicial	
  do	
  artigo	
  163	
  apresenta	
  os	
  crimes	
  falenciais;	
  por	
  isso	
  não	
  é	
  
apropriado	
  dizer	
  crime	
  falimentar.	
  Qual	
  a	
  relevância	
  penal	
  de	
  se	
  praticar	
  um	
  
crime	
  falencial?	
  Se	
  não	
  for	
  um	
  empresário	
  ou	
  outro	
  agente	
  legitimado	
  não	
  a	
  
relevância.	
  Em	
  verdade	
  não	
  são	
  fundados	
  indícios	
  de	
  crime	
  falimentar,	
  
houve	
  o	
  crime	
  mas	
  falta	
  a	
  sentença.	
  A	
  sentença	
  é	
  condição	
  objetiva,	
  é	
  
crime	
  próprio	
  de	
  falidos.	
  
	
  
B) Ativa:	
  artigo	
  97	
  
Quem	
  são	
  legitimados	
  para	
  requerer	
  falência?	
  Os	
  autores	
  da	
  ação	
  de	
  falência.	
  
Primeiramente	
  o	
  credor	
  (artigo	
  97,	
  §2o).	
  Para	
  requerer	
  a	
  falência,	
  em	
  caso	
  de	
  
credor	
  estrangeiro,	
  deve	
  dar	
  caução,	
  por	
  causa	
  do	
  pedido	
  doloso.	
  A	
  mera	
  
petição	
  de	
  falência	
  já	
  é	
  altamente	
  prejudicial	
  devido	
  à	
  publicidade	
  negativa.	
  O	
  
artigo	
  101	
  rege	
  a	
  punição	
  ao	
  pedido	
  doloso	
  de	
  falência,	
  o	
  juiz,	
  ao	
  julgar	
  
improcedente,	
  condena	
  o	
  autor	
  a	
  indenizar	
  o	
  réu,	
  mas	
  isso	
  não	
  existe	
  na	
  
prática,	
  é	
  um	
  absurdo.	
  	
  
Existe	
  ainda	
  uma	
  situação	
  peculiar	
  regida	
  no	
  artigo	
  97,	
  §1o:	
  apenas	
  o	
  empresário	
  
regular	
  poderá	
  requerer	
  a	
  falência,	
  devendo	
  demonstrar	
  sua	
  regularidade	
  
(cópia	
  de	
  registro	
  na	
  junta	
  comercial,	
  etc).	
  No	
  entanto,	
  quando	
  se	
  tratar	
  de	
  
autofalência	
  (confessar),	
  poderá	
  ser	
  empresário	
  irregular	
  (o	
  artigo	
  105,	
  IV	
  rege	
  
a	
  este	
  respeito).	
  
Existem	
  questões	
  não	
  previstas	
  no	
  artigo	
  97	
  e,	
  por	
  isso,	
  são	
  polêmicas.	
  Poderá	
  
o	
  juiz	
  decretar	
  a	
  falência	
  ex	
  officio/de	
  ofício?	
  Não,	
  não	
  há	
  no	
  Brasil	
  falência	
  de	
  
ofício.	
  E	
  o	
  artigo	
  53?	
  Rege	
  situações	
  em	
  que	
  o	
  juiz	
  poderá,	
  de	
  ofício,	
  convolar	
  a	
  
recuperação	
  em	
  falência.	
  Há,	
  na	
  verdade,	
  uma	
  fungibilidade	
  das	
  ações	
  de	
  
recuperação	
  judicial	
  e	
  a	
  falência.	
  	
  
O	
  Ministro	
  Público	
  (“parquet”)	
  também	
  não	
  poderá	
  requerer	
  a	
  falência,	
  porque	
  
até	
  a	
  CR/88	
  os	
  promotores	
  não	
  recebiam	
  salario,	
  por	
  isso	
  poderiam	
  também	
  
advogar.	
  O	
  legislador,	
  temendo	
  que	
  os	
  procuradores	
  requeressem	
  falência	
  
visando	
  receber	
  dinheiro,	
  vez	
  que	
  recebiam	
  parte	
  das	
  custas	
  dos	
  processos	
  em	
  
que	
  trabalhavam.	
  Atualmente	
  os	
  procuradores	
  têm	
  salario,	
  mas	
  essa	
  tradição	
  
de	
  não	
  serem	
  legitimados	
  permaneceu	
  por	
  inércia.	
  
Pode	
  a	
  Fazenda	
  Pública	
  requerer	
  a	
  falência?	
  Tem	
  legitimidade	
  passiva,	
  mas	
  não	
  
tem	
  interesse	
  processual	
  (que	
  é	
  necessidade	
  +	
  utilidade	
  –	
  artigo	
  3o).	
  O	
  STF	
  
decidiu	
  que	
  não	
  há	
  interesse	
  processual	
  de	
  acordo	
  com	
  o	
  artigo	
  187	
  do	
  CTN	
  
(Código	
  Tributário	
  Nacional).	
  REsp	
  164.389/MG;	
  REsp	
  138.868/MG;	
  REsp	
  
287.824/MG;	
  REsp	
  363.206/MG.	
  Portanto,	
  o	
  processo	
  deverá	
  ser	
  extinto	
  sem	
  
julgamento	
  de	
  mérito	
  por	
  falta	
  de	
  interesse	
  processual,	
  nos	
  termos	
  do	
  artigo	
  3o	
  
do	
  CPC/73.	
  	
  
	
  
1.4 Competência:	
  
O	
  artigo	
  3o	
  rege	
  qual	
  o	
  juízo	
  competente	
  para	
  homologar	
  o	
  plano	
  de	
  recuperação	
  
extrajudicial,	
  deferir	
  a	
  recuperação	
  judicial	
  ou	
  decretar	
  a	
  falência:	
  o	
  juízo	
  do	
  local	
  do	
  
principal	
  estabelecimento	
  do	
  devedor.	
  
Existem	
  três	
  teorias	
  para	
  o	
  que	
  é	
  o	
  local	
  do	
  principal	
  estabelecimento:	
  
• 1a	
  Teoria:	
  Waldo	
  Fazzio	
  Jr	
  (não	
  tem	
  muita	
  sustentação	
  jurídica)	
  –	
  principal	
  
estabelecimento	
  é	
  o	
  de	
  maior	
  fatura,	
  maior	
  movimentação	
  financeira.	
  É	
  
irrelevante	
  o	
  maior	
  faturamento,	
  não	
  interessa	
  juridicamente.	
  STJ:	
  CC	
  
37.736/SP	
  –	
  a	
  competência	
  falimentar	
  é	
  absoluta,	
  deve	
  ser	
  decretada	
  de	
  
ofício.	
  Como	
  o	
  juiz	
  saberia	
  qual	
  devedor	
  tem	
  maior	
  faturamento?	
  
• 2a	
  Teoria:	
  Luiz	
  Tzulrinik	
  (Promotor	
  de	
  SP)	
  –	
  defende	
  que	
  principal	
  
estabelecimento	
  é	
  a	
  sede	
  social.	
  Decorre	
  da	
  antiga	
  Lei	
  Falimentar	
  (pior	
  que	
  
a	
  1a	
  Teoria).	
  
• 3a	
  Teoria:	
  Trajano	
  de	
  Miranda	
  (é	
  a	
  teoria	
  adotada)	
  –	
  principal	
  
estabelecimento	
  é	
  a	
  sede	
  administrativa.	
  Veja-­‐se:	
  	
  
STJ:	
  CC	
  366/PR;	
  CC	
  21.775/PR;	
  CC	
  21.875/DF;	
  CC	
  33.988/RJ	
  
*A	
  falência	
  não	
  extingue	
  a	
  personalidade	
  jurídica	
  nem	
  material	
  do	
  falido.	
  A	
  
massa	
  falida	
  é	
  uma	
  unidade	
  de	
  direito	
  sem	
  personalidade	
  jurídica,	
  que	
  é	
  
representada	
  pelo	
  administrador.	
  Artigo	
  45	
  e	
  51	
  do	
  CCB	
  regem	
  o	
  
nascimento	
  da	
  personalidade	
  jurídica	
  com	
  o	
  registro	
  e	
  sua	
  dissolução.	
  A	
  
falência	
  ocasiona	
  uma	
  limitação	
  na	
  capacidade	
  civil	
  do	
  devedor,	
  que	
  
perderá	
  a	
  posse	
  e	
  a	
  administração	
  de	
  seus	
  bens,	
  nos	
  termos	
  dos	
  artigos	
  102	
  
e	
  103	
  da	
  lei	
  de	
  falência.	
  
	
  
1.5 Finalidade:	
  
O	
  artigo	
  75	
  rege	
  a	
  finalidade	
  da	
  falência.	
  ESTE	
  É	
  O	
  ARTIGO	
  MAIS	
  IMPORTANTE	
  DE	
  
FALÊNCIA!	
  O	
  artigo	
  47	
  é	
  o	
  mais	
  importante	
  em	
  matéria	
  de	
  recuperação	
  de	
  empresas.	
  
A	
  lei	
  de	
  falência	
  visa	
  preservar	
  a	
  empresa,	
  a	
  atividade	
  empresaria,	
  segundo	
  a	
  teoria	
  da	
  
preservação.	
  O	
  artigo	
  47	
  rege	
  a	
  mesma	
  finalidade,	
  ou	
  seja,	
  a	
  recuperação	
  de	
  empresas	
  
tem	
  a	
  mesma	
  finalidade	
  da	
  ação	
  de	
  falência.	
  No	
  entanto,	
  o	
  artigo	
  75	
  rege	
  que	
  o	
  
processo	
  de	
  falência	
  atenderá	
  aos	
  princípios	
  da	
  celeridade	
  e	
  daeconomia	
  processual,	
  o	
  
que	
  não	
  está	
  na	
  redação	
  do	
  artigo	
  47.	
  Esse	
  parágrafo	
  único	
  do	
  artigo	
  75	
  é	
  inútil,	
  porque	
  
esses	
  são	
  os	
  princípios	
  do	
  processo,	
  não	
  precisam	
  ser	
  regidos	
  novamente.	
  A	
  
recuperação	
  de	
  empresas	
  visa	
  também	
  a	
  preservação	
  do	
  empresário,	
  não	
  apenas	
  a	
  
empresa.	
  
DECRETO-­‐LEI	
  7.661/45:	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
LEI	
  11.101/2005:	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
pedido	
  
	
  
FASE	
  POSTULATÓRIA	
  
(pré-­‐processual)	
  
	
  
FASE	
  DA	
  SINDICÂNCIA	
  
(investigação)	
  
	
  
FASE	
  DA	
  LIQUIDAÇÃO	
  
	
  
sentença	
  
de	
  falência	
  
	
  
edital	
  
artigo	
  114	
  
	
  
Fase	
  que	
  mais	
  
dura	
  no	
  processo.	
  
	
  
05	
  dias	
  –	
  para	
  pedir	
  
a	
  concordata	
  
suspensiva,	
  evitando	
  
a	
  liquidação	
  (não	
  
existe	
  mais).	
  
	
  
pedido	
  
	
  
FASE	
  POSTULATÓRIA	
  
	
  
FASE	
  ADMINISTRATIVA	
  
	
  
FASE	
  DE	
  LIQUIDAÇÃO	
  
	
  
sentença	
  
falimentar	
  
	
  
1.6 Meio	
  de	
  Implementação:	
  Realização	
  do	
  Ativo	
  
1) A	
  realização	
  do	
  ativo	
  é	
  o	
  que	
  permite	
  a	
  preservação	
  da	
  empresa.	
  
1. O	
  artigo	
  140	
  prescreve	
  a	
  ORDEM	
  de	
  venda	
  dos	
  bens:	
  
1o	
  –	
  Estabelecimentos	
  Conjuntamente	
  –	
  por	
  causa	
  do	
  aviamento	
  (perspectiva	
  de	
  
rentabilidade	
  do	
  negócio)	
  –	
  o	
  valor	
  supera	
  o	
  somatório	
  dos	
  bens.	
  
Quem	
  compra,	
  presumidamente,	
  pretende	
  continuar	
  a	
  atividade	
  empresarial,	
  
de	
  forma	
  a	
  preservar	
  a	
  empresa	
  e	
  a	
  atividade	
  empresarial.	
  
2o	
  –	
  Se	
  ninguém	
  se	
  interessar	
  pelos	
  estabelecimentos	
  conjuntamente,	
  vende-­‐se	
  
cada	
  estabelecimentos	
  separadamente,	
  ainda	
  de	
  “porteira	
  fechada”,	
  ou	
  seja,	
  
com	
  tudo	
  dentro.	
  
Imagina-­‐se	
  que	
  aquele	
  que	
  comprar	
  continuará	
  com	
  as	
  atividades	
  da	
  empresa.	
  	
  
3o	
  –	
  Não	
  havendo	
  o	
  interesse	
  em	
  comprar	
  o	
  estabelecimento	
  inteiro,	
  haverá	
  
uma	
  venda	
  em	
  bloco	
  dos	
  bens	
  que	
  o	
  compõe.	
  	
  
É	
  uma	
  forma	
  de	
  potencializar	
  a	
  formação	
  de	
  outro	
  empreendimento	
  
semelhante	
  àquele,	
  visando	
  a	
  manutenção	
  de	
  atividade	
  empresarial,	
  ainda	
  que	
  
em	
  outro	
  local.	
  
Incisos	
  I,	
  II	
  e	
  III	
  são	
  modalidades	
  de	
  falência	
  preservatória.	
  	
  
4o	
  –	
  Ainda,	
  se	
  ninguém	
  se	
  interessar	
  pela	
  compra	
  em	
  blocos	
  dos	
  bens,	
  será	
  feita,	
  
como	
  última	
  solução,	
  a	
  venda	
  dos	
  bens	
  individualmente.	
  Neste	
  caso	
  será	
  uma	
  
falência	
  meramente	
  liquidatória.	
  
*Não	
  existe	
  preço	
  vil	
  em	
  falência,	
  pode	
  ser	
  vendido	
  por	
  qualquer	
  preço.	
  
Mas	
  quem	
  compraria	
  um	
  estabelecimento	
  com	
  dívidas	
  ocultas?	
  Como	
  de	
  
emprego,	
  tributária,	
  previdenciária,	
  etc.	
  Ninguém	
  compraria,	
  por	
  isso	
  não	
  
adiantaria	
  que	
  o	
  Estado	
  fizesse	
  todos	
  os	
  esforços	
  do	
  artigo	
  140	
  para	
  preservar	
  a	
  
empresa	
  para	
  ninguém	
  querer	
  comprar.	
  Por	
  isso,	
  o	
  artigo	
  141	
  determina	
  que	
  o	
  
empreendimento	
  liquidado	
  na	
  falência	
  não	
  terá	
  ônus.	
  	
  
Então	
  o	
  ônus	
  real	
  cai,	
  não	
  há	
  sequela	
  após	
  falência.	
  O	
  direito	
  do	
  credor	
  é	
  de	
  
habilitar	
  seu	
  direito/dívida	
  na	
  massa	
  falida,	
  segundo	
  a	
  classe	
  de	
  Credores	
  com	
  
Garantias	
  Reais.	
  
A	
  compra	
  na	
  falência	
  é	
  muito	
  semelhante	
  à	
  modalidade	
  originária	
  de	
  posse,	
  
porque	
  o	
  adquirente	
  não	
  herda	
  nada,	
  começa	
  do	
  zero.	
  Vida	
  a	
  preservação	
  da	
  
atividade	
  empresária.	
  	
  
	
  
2) Modalidades:	
  
A	
  doutrina	
  classifica	
  a	
  realização	
  do	
  ativo	
  em	
  duas	
  modalidades	
  com	
  base	
  na	
  lei:	
  
A) Ordinárias:	
  
Previstas	
  no	
  artigo	
  142,	
  determinam	
  3	
  modalidades	
  ordinárias	
  que	
  o	
  juiz	
  pode	
  
escolher:	
  
1. Leilão:	
  oferecimento	
  de	
  lances	
  orais.	
  MP	
  deve	
  estar	
  presente.	
  
2. Propostas	
  Lacradas/Fechadas:	
  juiz	
  fixa	
  data	
  limite	
  para	
  entregarem	
  
propostas	
  em	
  envelopes	
  lacrados,	
  depois	
  designará	
  audiência	
  para	
  abertura	
  
dos	
  envelopes	
  –	
  o	
  maior	
  valor	
  vence.	
  MP	
  deve	
  estar	
  presente.	
  
3. Pregão:	
  duas	
  fases	
  –	
  da	
  2a	
  fase	
  só	
  participam	
  aqueles	
  que	
  se	
  habilitarem	
  na	
  
1a	
  fase,	
  que	
  é	
  de	
  propostas	
  lacradas.	
  A	
  2a	
  fase	
  é	
  o	
  leilão.	
  A	
  1a	
  fase	
  é	
  por	
  
propostas	
  lacradas,	
  somente	
  se	
  habilitam	
  aqueles	
  que	
  apresentarem	
  
proposta	
  de,	
  no	
  mínimo	
  90%	
  do	
  maior	
  preço.	
  O	
  leilão	
  da	
  2a	
  fase	
  se	
  iniciará	
  no	
  
maior	
  preço	
  ofertado.	
  	
  
Exemplo:	
  	
  
A	
  oferece	
  100;	
  B	
  oferece	
  95;	
  C	
  oferece	
  90;	
  D	
  oferece	
  89,90;	
  E	
  oferece	
  76.	
  
D	
  e	
  E	
  estarão	
  automaticamente	
  eliminadas,	
  porque	
  o	
  maior	
  preço	
  foi	
  100	
  e	
  o	
  
mínimo	
  necessário	
  para	
  participar	
  seria	
  90.	
  O	
  pregão	
  começará	
  a	
  100	
  entre	
  
A,B	
  e	
  C.	
  
B) Extraordinárias:	
  
O	
  artigo	
  35,	
  II,	
  “c”	
  determina	
  que	
  a	
  AGC	
  (Assembleia	
  Geral	
  de	
  Credores)	
  pode	
  
escolher/deliberar	
  qualquer	
  modalidade	
  lícita	
  de	
  realização	
  de	
  ativo,	
  não	
  se	
  
prende	
  às	
  ordinárias.	
  O	
  que	
  a	
  AGC	
  definir	
  será	
  acatado,	
  ainda	
  que	
  o	
  juiz	
  tenha	
  
deliberado	
  outra	
  modalidade.	
  A	
  escolha	
  da	
  AGC	
  prevalece.	
  	
  
	
  
II	
  –	
  Recuperação	
  de	
  Empresas	
  
2.1. Introdução	
  da	
  Recuperação:	
  	
  
A	
  recuperação	
  substituiu	
  a	
  concordata,	
  mas	
  são	
  autônomos	
  (nada	
  a	
  ver	
  um	
  com	
  o	
  
outro).	
  Ambas	
  tem	
  a	
  mesma	
  origem,	
  ambas	
  se	
  pautam	
  na	
  solidariedade	
  de	
  credores	
  
(os	
  empresários	
  sempre	
  foram	
  muito	
  descriminados,	
  por	
  isso	
  se	
  uniram).	
  
	
  
2.2. Finalidade:	
  
Preservação	
  da	
  empresa,	
  ou	
  seja,	
  da	
  atividade	
  empresária	
  e	
  secundariamente	
  do	
  
empresário	
  –	
  artigo	
  47.	
  
	
  
2.3. Natureza	
  Jurídica:	
  
Natureza	
  jurídica	
  é	
  aquilo	
  que	
  torna	
  o	
  instituto	
  único.	
  A	
  recuperação	
  de	
  empresas	
  é	
  um	
  
processo	
  de	
  jurisdição	
  voluntária	
  e	
  natureza	
  contratual,	
  segundo	
  entendimento	
  do	
  STJ:	
  
REsp	
  1.314.209/SP.	
  
Não	
  existe	
  coisa	
  julgada	
  material,	
  porque	
  é	
  de	
  jurisdição	
  voluntária.	
  Há	
  apenas	
  coisa	
  
julgada	
  formal.	
  Por	
  isso,	
  o	
  juiz	
  pode	
  convolar	
  em	
  falência	
  posteriormente.	
  Não	
  existem	
  
réus	
  nem	
  julgamento,	
  existem	
  interessados	
  e	
  convoca-­‐se	
  uma	
  AGC	
  para	
  decidir.	
  
	
  
2.4. Conceito:	
  
É	
  ação	
  de	
  jurisdição	
  voluntária	
  proposta	
  exclusivamente	
  pelo	
  devedor	
  visando	
  à	
  
repactuação	
  de	
  seu	
  passivo	
  afim	
  de	
  preservar	
  sua	
  empresa	
  (atividade	
  empresária).	
  
Como	
  consequência,	
  o	
  devedor	
  também	
  é	
  preservado.	
  	
  
	
  
2.5. Espécies:	
  
Existem	
  duas	
  espécies	
  que	
  se	
  subdividem	
  em	
  outras	
  2	
  subespécies:	
  
1) Extrajudiciais:	
  o	
  devedor	
  convoca	
  seus	
  credores,	
  fora	
  de	
  juízo	
  e	
  repactua	
  comeles	
  o	
  passivo.	
  Há	
  três	
  credores	
  e	
  cinco	
  créditos	
  blindados	
  contra	
  os	
  efeitos	
  da	
  
recuperação	
  judicial.	
  Os	
  três	
  credores,	
  nos	
  termos	
  do	
  artigo	
  161,	
  §1o,	
  são:	
  
-­‐ Fazenda	
  Pública	
  (crédito	
  tributário);	
  
-­‐ Trabalhador	
  (crédito	
  do	
  empregado);	
  
-­‐ Acidentado	
  do	
  Trabalho	
  (hipossuficiência).	
  
Os	
  cinco	
  créditos	
  excluídos	
  são	
  elencados	
  no	
  artigo	
  49,	
  §3o	
  e	
  §4o:	
  	
  
-­‐ Alienação	
  fiduciária	
  em	
  garantia;	
  
-­‐ Arrendamento	
  mercantil	
  (leasing);	
  
-­‐ Contrato	
  que	
  goze	
  de	
  reserva	
  de	
  domínio	
  (até	
  aqui	
  refere-­‐se	
  aos	
  bancos);	
  
-­‐ Compra	
  e	
  venda	
  de	
  imóveis,	
  desde	
  que	
  haja	
  cláusula	
  de	
  irrevogável	
  ou	
  
irretratável;	
  
-­‐ ACC	
  (Contrato	
  de	
  Antecipação	
  de	
  Câmbio),	
  muito	
  comum	
  exportação	
  de	
  
um	
  produto	
  que	
  ainda	
  não	
  existe	
  nem	
  se	
  tem	
  o	
  dinheiro	
  para	
  produzir.	
  O	
  
governo,	
  através	
  do	
  ACC,	
  adianta	
  o	
  dinheiro	
  para	
  o	
  exportador	
  a	
  juros	
  
baixíssimos,	
  para	
  financiar	
  o	
  exportador,	
  vez	
  que	
  é	
  muito	
  importante	
  a	
  
exportação	
  para	
  o	
  Brasil.	
  Esse	
  dinheiro	
  é	
  público	
  e	
  o	
  erário	
  público	
  é	
  
limitado,	
  portanto	
  o	
  ACC	
  não	
  se	
  sujeita	
  a	
  nada,	
  nos	
  termos	
  da	
  Súmula	
  307	
  
e	
  36	
  do	
  STJ.	
  
Existe	
  ainda	
  a	
  trava	
  bancaria	
  ao	
  pedido	
  de	
  recuperação	
  de	
  empresas:	
  
Alienação	
  fiduciária	
  em	
  garantia:	
  DL	
  911/69.	
  Existem	
  três	
  espécies	
  de	
  
alienação	
  fiduciária:	
  
*Propriedade	
  fiduciária;	
  
*Endosso	
  fiduciário	
  (endosso	
  impróprio	
  –	
  alienação	
  fiduciária	
  por	
  título	
  de	
  
crédito);	
  
*Cessão	
  fiduciária	
  (de	
  crédito).	
  
O	
  Banco	
  passa	
  a	
  utilizar	
  o	
  endosso	
  fiduciário	
  e	
  a	
  cessão	
  fiduciária	
  para	
  
financiar	
  o	
  exportador.	
  O	
  banqueiro	
  identifica	
  o	
  faturamento	
  em	
  cartão	
  de	
  
crédito/débito	
  e	
  antecipa	
  6	
  meses	
  de	
  faturamento	
  de	
  cartão	
  para	
  o	
  
exportador,	
  em	
  troca	
  de	
  cessão	
  fiduciária	
  do	
  cartão,	
  ou	
  seja,	
  tudo	
  que	
  
receber	
  vai	
  para	
  o	
  banqueiro,	
  impedindo	
  a	
  recuperação	
  judicial.	
  	
  
Inicialmente,	
  os	
  tribunais	
  se	
  colocaram	
  contra	
  os	
  banqueiros,	
  destravando	
  
o	
  pedido	
  de	
  recuperação	
  (TJMG:	
  AI	
  1.0079.09.946838-­‐5/002)	
  –	
  artigo	
  49.	
  
O	
  STJ	
  valida	
  a	
  trava	
  bancaria,	
  determinando	
  que	
  esse	
  crédito	
  não	
  se	
  sujeita	
  
à	
  recuperação	
  de	
  empresas,	
  entendendo	
  que	
  o	
  artigo	
  49	
  pretendia	
  reger	
  a	
  
alienação	
  fiduciária	
  e	
  não	
  a	
  propriedade	
  fiduciária,	
  interpretando	
  
extensivamente	
  a	
  exceção	
  (STJ:	
  REsp	
  1.202.918/SP).	
  
1. Modalidades	
  Extrajudiciais:	
  
A) Homologação	
  Judicial	
  Facultativa:	
  
Artigo	
  162	
  –	
  dá	
  se	
  toda	
  vez	
  que	
  o	
  devedor	
  obtiver	
  a	
  aceitação	
  
expressa	
  de	
  todos	
  os	
  credores	
  que	
  ele	
  pretendia	
  abranger	
  por	
  seu	
  
plano	
  de	
  recuperação	
  extrajudicial	
  e	
  desde	
  que	
  atenda	
  aos	
  
requisitos	
  da	
  lei	
  e	
  não	
  esteja	
  impedido.	
  Para	
  que	
  requerer	
  a	
  
homologação	
  se	
  todos	
  os	
  credores	
  estão	
  de	
  acordo?	
  Apenas	
  pela	
  
segurança	
  da	
  coisa	
  julgada	
  (a	
  segurança	
  é	
  para	
  ambas	
  as	
  partes)	
  –	
  
mas	
  na	
  prática	
  não	
  é	
  muito	
  utilizado.	
  
*Na	
  recuperação	
  extrajudicial	
  não	
  há	
  a	
  necessidade	
  de	
  se	
  incluir	
  
todas	
  as	
  classes	
  de	
  credores	
  (nem	
  todos	
  os	
  credores	
  de	
  uma	
  
mesma	
  classe).	
  
B) Homologação	
  Judicial	
  Necessária/Obrigatória:	
  
Toda	
  vez	
  que	
  o	
  devedor	
  não	
  obtiver	
  aceitação	
  expressa	
  de	
  todos	
  
os	
  credores	
  que	
  ele	
  pretendia	
  abranger	
  no	
  seu	
  plano,	
  mas	
  houver	
  
obtido	
  aceitação	
  de	
  credores	
  que	
  representem	
  mais	
  de	
  3/9	
  (60%).	
  
financeiramente	
  considerado	
  em	
  cada	
  classe	
  de	
  credores	
  
abrangida	
  pelo	
  plano	
  desde	
  que	
  atendidos	
  os	
  requisitos	
  e	
  não	
  haja	
  
impedimentos,	
  o	
  devedor	
  deverá	
  requerer	
  homologação	
  judicial	
  
de	
  seu	
  plano.	
  	
  
Finalidades:	
  segurança	
  da	
  coisa	
  julgada	
  e	
  compelir	
  os	
  dissidentes	
  
aos	
  termos	
  do	
  plano	
  de	
  recuperação	
  apresentado	
  pelo	
  devedor	
  
(artigo	
  163).	
  Não	
  pode-­‐se	
  convolar	
  recuperação	
  extrajudicial	
  em	
  
falência.	
  
	
  
2) Judiciais:	
  apenas	
  um	
  credor	
  a	
  ela	
  não	
  se	
  submete:	
  a	
  Fazenda	
  Pública	
  está	
  
excluída	
  (artigo	
  6o,	
  §7o).	
  Artigo	
  49,	
  §3o	
  e	
  §4o	
  –	
  os	
  5	
  créditos	
  também	
  não	
  se	
  
submetem.	
  
1. Modalidades	
  Judiciais:	
  
A) Especial:	
  	
  
Artigos	
  70	
  a	
  72.	
  É	
  facultada	
  exclusivamente	
  a	
  EPP	
  e	
  ME.	
  Mas	
  nada	
  
impede	
  que	
  uma	
  ME	
  ou	
  EPP	
  requeira	
  uma	
  recuperação	
  extrajudicial	
  ou	
  
judicial	
  ordinária.	
  A	
  especial	
  não	
  tem	
  natureza	
  jurídica	
  contratual,	
  mas	
  
de	
  direito.	
  É	
  uma	
  exceção.	
  Atendidos	
  os	
  requisitos	
  da	
  lei,	
  não	
  havendo	
  
impedimento,	
  o	
  juiz	
  decreta	
  a	
  recuperação	
  judicial	
  especial,	
  sem	
  
consultar	
  os	
  credores.	
  Quando	
  muito,	
  os	
  credores	
  podem	
  reunir-­‐se	
  em	
  
assembleia	
  para	
  dizer	
  que	
  preferem	
  a	
  falência.	
  O	
  plano	
  consiste	
  em	
  
parcelar	
  o	
  passivo	
  em	
  até	
  36	
  parcelas	
  mensais	
  iguais	
  e	
  sucessivas,	
  
corrigidos	
  pela	
  SELIC	
  e	
  com	
  carência	
  de	
  até	
  180	
  dias	
  para	
  pagamento	
  da	
  
1a	
  parcela	
  (LC	
  147/14).	
  Poderá	
  prever	
  desconto	
  sobre	
  o	
  valor	
  do	
  crédito	
  
sujeito	
  ao	
  plano.	
  A	
  recuperação	
  especial	
  pode	
  ser	
  dilatória	
  (prazo,	
  sem	
  
desconto),	
  remissória	
  (à	
  vista,	
  com	
  desconto)	
  ou	
  mista	
  (prazo,	
  com	
  
desconto).	
  O	
  devedor	
  sofrerá	
  duas	
  limitações	
  à	
  sua	
  capacidade	
  de	
  
contratar:	
  proibidas	
  novas	
  contratações,	
  salvo	
  prévia	
  e	
  expressa	
  
autorização	
  judicial	
  (se	
  contratar	
  sem	
  autorização,	
  o	
  contrato	
  é	
  nulo	
  e	
  
responderá	
  criminalmente	
  –	
  crime	
  falencial);	
  proibido	
  de	
  celebrar	
  
novos	
  contratos	
  que	
  implicam	
  em	
  aumento	
  de	
  despesas,	
  salvo	
  prévia	
  e	
  
expressa	
  decisão	
  judicial.	
  
B) Ordinária:	
  	
  
Oferta	
  de	
  contrato	
  de	
  adesão.	
  
	
  
III	
  –	
  Falência	
  
3.1.1 Insolvência	
  (autor	
  deve	
  habilitar	
  o	
  crédito)	
  
A) De	
  Fato	
  ou	
  Econômica:	
  
Está	
  conceituada	
  no	
  artigo	
  748	
  CPC/73.	
  O	
  NCPC	
  manteve	
  a	
  ação	
  de	
  insolvência	
  
civil,	
  continuando	
  a	
  ser	
  regida	
  pelo	
  CPC/73.	
  “Dá	
  se	
  a	
  insolvência	
  econômica	
  
toda	
  vez	
  que	
  o	
  passivo	
  exigível	
  ultrapassa	
  o	
  ativo”,	
  ou	
  seja,	
  quando	
  as	
  dívidas	
  
forem	
  maiores	
  que	
  os	
  haveres.	
  	
  
Os	
  artigos	
  1190	
  e	
  1191	
  CCB	
  blindam	
  o	
  empresário	
  da	
  fiscalização	
  do	
  Estado	
  sob	
  
os	
  tributos	
  do	
  empresário.	
  “O	
  juiz	
  só	
  poderá	
  autorizar	
  a	
  exibição	
  integral	
  de	
  
livros	
  e	
  papeis	
  quando	
  necessários	
  para	
  conflitos	
  internos	
  da	
  sociedade	
  ou	
  em	
  
caso	
  de	
  DECRETAÇÃO	
  da	
  falência	
  (sentença)”–	
  é	
  a	
  exceção	
  à	
  blindação	
  que	
  a	
  
lei	
  estabelece	
  para	
  o	
  empresário	
  contra	
  o	
  assédio.	
  O	
  legislador	
  abdica	
  dessa	
  
insolvência	
  e	
  adota	
  a	
  jurídica.	
  
B) Jurídica:	
  	
  
A	
  falência	
  não	
  é	
  falta	
  de	
  dinheiro,	
  é	
  uma	
  declaração	
  judicial.	
  Não	
  tem	
  a	
  ver	
  com	
  
dinheiro,	
  não	
  é	
  uma	
  ruína	
  econômica,	
  é	
  uma	
  ruína	
  jurídica	
  que	
  se	
  baseia	
  em	
  
presunções.	
  O	
  sistema	
  misto	
  falimentar	
  brasileiro	
  prevê	
  dois	
  meios	
  de	
  
exteriorizar	
  da	
  intimidade	
  do	
  devedor	
  sua	
  ruína	
  jurídica,	
  que	
  autoriza	
  a	
  
decretação	
  da	
  falência.	
  	
  
	
  
3.1.2 Meios	
  de	
  Exteriorização	
  de	
  Intimidade	
  do	
  Devedor:	
  
A) Impontualidade:	
  Artigo	
  94	
  
I	
  –	
  Extrajudicial:	
  
Se	
  caracteriza	
  pelo	
  ato	
  EXTRAJUDICIAL.	
  Existem	
  dois	
  tipos	
  de	
  obrigação:	
  
Quesíveis	
  ou	
  Portáveis	
  (Querable	
  et	
  Portable).	
  
Nas	
  Quesíveis	
  o	
  credor	
  deve	
  apresentar	
  a	
  dívida	
  ao	
  devedor	
  para	
  receber	
  e,	
  nas	
  
portáveis,	
  o	
  devedor	
  deve	
  procurar	
  o	
  credor	
  para	
  pagar.	
  No	
  Brasil,	
  as	
  
obrigações	
  se	
  presumem	
  quesíveis.	
  	
  
A	
  impontualidade	
  se	
  caracteriza	
  pelo	
  protesto,	
  que	
  será	
  sempre	
  
obrigatório/necessário	
  na	
  falência.	
  
O	
  artigo	
  23	
  da	
  Lei	
  de	
  Protestos	
  (9492/97)	
  dispõe	
  sob	
  o	
  protesto	
  especial	
  para	
  
fins	
  de	
  falência.	
  O	
  protesto	
  cambial	
  por	
  falta	
  de	
  pagamento	
  supre	
  a	
  
necessidade	
  do	
  protesto	
  especial	
  com	
  fins	
  falimentares,	
  desde	
  que	
  se	
  revista	
  
das	
  formalidades	
  do	
  processo	
  especial,	
  quais	
  sejam:	
  
1. local	
  em	
  que	
  se	
  lavra	
  o	
  protesto	
  –	
  deve	
  ser	
  a	
  praça	
  do	
  local	
  do	
  foro	
  
competente	
  para	
  conhecer	
  do	
  pedido	
  de	
  falência,	
  ou	
  seja,	
  local	
  do	
  
principal	
  estabelecimento	
  (sede	
  administrativa);	
  
2. credor	
  com	
  mais	
  de	
  40	
  salários	
  mínimos.	
  
II	
  –	
  Judicial:	
  
Devedor	
  executado	
  por	
  qualquer	
  quantia	
  líquida,	
  não	
  paga,	
  não	
  deposita	
  e	
  não	
  
nomeia	
  a	
  penhora	
  bens	
  suficientes	
  dentro	
  do	
  prazo.	
  A	
  mora	
  se	
  identifica	
  pela	
  
citação	
  judicial	
  válida	
  ou	
  intimação	
  para	
  cumprimento	
  de	
  sentença	
  (artigo	
  475-­‐
J).	
  
O	
  STJ	
  entende	
  que	
  é	
  necessária	
  apenas	
  a	
  suspensão	
  (e	
  não	
  a	
  desistência)	
  de	
  
execução	
  de	
  crédito	
  para	
  requerer	
  falência	
  (o	
  precedente	
  foi	
  o	
  REsp	
  6.782-­‐0/RS	
  
–	
  RT699/177).	
  	
  
*A	
  presunção	
  que	
  decorre	
  da	
  impontualidade	
  é	
  absoluta	
  ou	
  relativa?	
  Artigo	
  98,	
  
parágrafo	
  único.	
  É	
  uma	
  presunção	
  relativa.	
  Para	
  haver	
  presunção	
  é	
  necessário,	
  
primeiramente,	
  comprovação	
  dos	
  pressupostos	
  para	
  a	
  presunção.	
  A	
  absoluta	
  
não	
  admite	
  prova	
  em	
  contrário	
  e	
  a	
  relativa	
  admite.	
  A	
  impontualidade	
  é	
  uma	
  
presunção	
  relativa	
  porque	
  permite	
  que	
  o	
  devedor	
  apareça	
  e	
  pague.	
  O	
  depósito	
  
elisivo	
  realizado	
  a	
  tempo	
  e	
  modo	
  hábeis	
  impede	
  a	
  decretação	
  da	
  falência.	
  O	
  
depósito	
  elisivo	
  deve	
  ser	
  feito	
  no	
  prazo	
  de	
  contestação,	
  que	
  é	
  de	
  10	
  dias.	
  O	
  
modo	
  é	
  por	
  dinheiro,	
  ou	
  seja,	
  a	
  dívida	
  com	
  juros,	
  correção	
  monetária	
  e	
  
honorários	
  advocatícios	
  deve	
  ser	
  paga	
  integralmente	
  em	
  dinheiro	
  e	
  sem	
  
parcelamento.	
  	
  
Porque	
  o	
  credor	
  entra	
  com	
  a	
  ação	
  de	
  falência?	
  Na	
  teoria	
  seria	
  para	
  receber	
  a	
  
dívida,	
  para	
  não	
  ter	
  outro	
  credor	
  recebendo	
  antes	
  em	
  detrimento	
  deste,	
  etc.	
  
Mas	
  na	
  prática,	
  a	
  razão	
  é	
  o	
  depósito	
  elisivo,	
  o	
  credor	
  procura	
  RECEBER.	
  	
  
Feito	
  o	
  depósito	
  elisivo,	
  o	
  juiz	
  não	
  pode	
  decretar	
  a	
  falência,	
  portanto	
  o	
  pedido	
  
é	
  improcedente.	
  Mas,	
  mesmo	
  perdedor,	
  o	
  devedor	
  paga	
  os	
  honorários	
  
advocatícios.	
  Porque?	
  Devido	
  à	
  teoria	
  da	
  causalidade?	
  Por	
  ter	
  dado	
  causa	
  ao	
  
processo?	
  Não	
  só	
  isso.	
  É	
  por	
  causa	
  do	
  artigo	
  98:	
  “Caso	
  julgado	
  procedente	
  o	
  
pedido	
  de	
  falência”.	
  Mas	
  há	
  ai	
  uma	
  crítica:	
  como	
  pode	
  o	
  pedido	
  de	
  falência	
  ser	
  
julgado	
  procedente	
  se	
  o	
  juiz	
  não	
  pode	
  mais	
  decretar	
  a	
  falência?	
  Uma	
  vez	
  que	
  
não	
  é	
  possível	
  decretar	
  a	
  falência	
  após	
  o	
  pagamento	
  elisivo,	
  portanto	
  se	
  torna	
  
ação	
  de	
  cobrança	
  e	
  a	
  COBRANÇA	
  é	
  procedente.	
  Se	
  julgada	
  procedente	
  a	
  
cobrança,	
  o	
  autor	
  levantará	
  os	
  autos.	
  	
  
B) Atos	
  Ruinosos	
  (ou	
  de	
  falência):	
  Artigo	
  94:	
  
III	
  (e	
  alíneas)	
  –	
  Prescreve	
  condutas	
  TÍPICAS	
  que,	
  uma	
  vez	
  praticadas	
  pelo	
  
devedor,	
  fazem	
  presumir	
  sua	
  ruína	
  jurídica,	
  autorizadora	
  da	
  falência.	
  	
  
Só	
  é	
  possível	
  elidir	
  a	
  falência	
  com	
  o	
  pagamento.	
  Se	
  apresento	
  prova	
  de	
  título	
  
falso,	
  protesto	
  falso,	
  etc.	
  o	
  pedido	
  de	
  falência	
  é	
  julgado	
  improcedente	
  porque	
  
não	
  há	
  presunção	
  a	
  ser	
  elidida.	
  
*Não	
  é	
  necessário	
  que	
  o	
  título	
  seja	
  protestado	
  ou	
  mesmo	
  vencido.	
  Mas	
  o	
  título	
  
deve	
  ir	
  aos	
  autos	
  para	
  provar	
  a	
  legitimidade.	
  Basta	
  provar	
  a	
  conduta	
  do	
  
devedor	
  e	
  que	
  seja	
  atual.	
  
O	
  título	
  estará	
  nos	
  autos	
  para	
  provar	
  a	
  legitimidade	
  ativa	
  devido	
  ao	
  interesse	
  
processual.	
  Não	
  faz	
  sentido	
  esperar	
  o	
  vencimento	
  do	
  título	
  se	
  os	
  atos	
  ruinosos	
  
são	
  agora.	
  	
  
Uma	
  conduta	
  que	
  era	
  típica	
  na	
  antiga	
  lei	
  de	
  falência,	
  mas	
  deixou	
  de	
  ser	
  é	
  o	
  
chamamento	
  de	
  credores	
  para	
  repactuar	
  o	
  passivo	
  (chamada	
  de	
  concordata	
  
branca).	
  Mas	
  a	
  nova	
  lei	
  não	
  apenas	
  “destipifica”	
  como	
  ainda	
  incentiva	
  essa	
  
conduta,	
  que	
  agora	
  é	
  chamada	
  de	
  RECUPERAÇÃO	
  EXTRAJUDICIAL.	
  
A	
  presunção	
  decorrente	
  dos	
  atos	
  ruinosos	
  é	
  absoluta	
  ou	
  relativa?	
  É	
  absoluta,	
  
porque	
  não	
  cabe	
  depósito	
  elisivo,	
  apesar	
  de	
  caber	
  discussão	
  a	
  respeito	
  da	
  
ocorrência	
  dos	
  pressupostos	
  necessários	
  para	
  a	
  presunção,	
  porque	
  não	
  há	
  
cerceamento	
  de	
  defesa.	
  	
  
*Alínea	
  G,	
  vai	
  voltar	
  nela	
  no	
  último	
  dia	
  de	
  aula	
  para	
  explicá-­‐la.	
  	
  
	
  
3.2 Sistema	
  de	
  Defesa:	
  
A) Impontualidade:	
  artigo	
  96	
  (exemplificativo)	
  
O	
  princípio	
  que	
  vem	
  do	
  artigo	
  é	
  o	
  princípio	
  da	
  concentração	
  da	
  defesa	
  no	
  processo	
  
falimentar,	
  ou	
  seja,	
  toda	
  matéria	
  de	
  defesa	
  deve	
  ser	
  arguida	
  em	
  peça	
  única	
  de	
  
contestação.	
  O	
  devedor	
  poderá	
  fazer	
  a	
  contestação,	
  o	
  depósito	
  elisivo	
  ou	
  poderá	
  
cumular	
  (contestação	
  +	
  depósito	
  elisivo).	
  
B) Atos	
  Ruinosos:	
  
Quando	
  se	
  trata	
  de	
  atos	
  ruinosos	
  no	
  entanto,	
  só	
  caberá	
  a	
  contestação.

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