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PROJETO DE PESQUISA (finalidade e elementos constitutivos)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA 
Disciplina: Metodologia da Investigação Científica 
Prof.ª Dr.ª Simone Hedwig Hasse 
 
APRESENTAÇÃO E CONTEÚDO DA AULA 
 
Título: Projeto de pesquisa (conceito, finalidade e elementos constitutivos) 
Descrição do conteúdo: 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
Nesta semana-aula, o gênero textual em estudo é o projeto de pesquisa, definido pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, Norma Brasileira de Referência – NBR 15287 de 2011, item 
3.18, como sendo “[...] uma das fases da pesquisa. É a descrição da sua estrutura.” 
O projeto de pesquisa, que trata da fase construtiva da pesquisa, é o trabalho/documento a ser 
apresentado em diversos cursos de graduação e pós-graduação. Para tanto, em caso de apresentação de 
projeto de pesquisa no Unianchieta, é possível seguir as exigências e o documento já disponibilizado no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, a saber: 
 
COLETTI, Claudinei; TAFFARELLO, Maria Cristina Moraes; TAVEIRA, Romilda Del Antonio; 
HASSE, Simone Hedwig. Normas para elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos. 
Jundiaí/SP: UNIANCHIETA, 2012. E-book. Disponível em: 
http://www.anchieta.br/unianchieta/biblioteca/Normas_para_trabalhos_academicos.pdf. Acesso em: 12 
de outubro de 2018. 
 
O estudo dos elementos constitutivos e do conceito/finalidade do projeto de pesquisa parte do fato 
de que a pesquisa científica está constituída basicamente de três fases: 
▪ Fase decisória: referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do problema de pesquisa; 
▪ Fase construtiva: referente à construção de um plano de pesquisa e à execução da pesquisa 
propriamente dita. 
▪ Fase redacional: referente à análise dos dados e informações obtidas na fase construtiva. É a 
organização das ideias de forma sistematizada visando à elaboração do relatório final. A apresentação 
do relatório de pesquisa deverá obedecer às formalidades requeridas pelas normas técnicas de cada 
instituição. 
 
A pesquisa científica tem início, então, com uma fase decisória, referente à escolha do tema, à 
definição e à delimitação do problema de pesquisa, e com uma fase construtiva, referente à construção 
de um plano de pesquisa, portanto, uma pesquisa científica exige planejamento e um projeto que ‘retrate’ 
esse planejamento. 
O que é e por que elaborar um projeto de pesquisa? Projeto de pesquisa é, para Lehfeld, Ferreira 
e Lépore (2015, p.29), “[...] um documento preliminar ao trabalho científico e que tem por objetivo 
estabelecer as diretrizes para a investigação que será realizada, especialmente quanto à delimitação do 
tema a partir de uma problematização.” De acordo com Cervo e Bervian (2002, p.75), “O projeto de 
pesquisa faz a previsão e a provisão dos recursos necessários para atingir o objetivo proposto de 
solucionar um problema e estabelece a ordem e a natureza das diversas tarefas a serem executadas dentro 
de um cronograma a ser observado.” 
Portanto, o projeto de pesquisa é um ‘documento preliminar’ que estabelece as diretrizes para a 
pesquisa científica, ou seja, é um documento que refere-se ao planejamento da pesquisa. Outro aspecto 
a ser mencionado diz respeito ao fato de que o projeto de pesquisa é o documento apresentado à 
comunidade científica para a obtenção de financiamentos. Para Brasileiro (2013, p.130), 
Nessa produção, o autor deve se esforçar para esclarecer à comunidade acadêmica e 
aos leitores, em geral, as informações inerentes à sua proposta de pesquisa. Talvez seja 
esta a fase em que o pesquisador encontrará maior grau de dificuldade, pois terá de 
tomar decisões e relatar sobre um tema com o qual, a priori, ele não tem muita 
intimidade. (grifo do autor e grifo nosso) 
 
Além dessa definição, importa compreender que o projeto de pesquisa faz parte do processo de 
pesquisa que tem início com o que Minayo (2016) denominou de fase exploratória da pesquisa. A fase 
exploratória de uma pesquisa é, sem dúvida, um dos momentos mais importantes da investigação 
científica, pois é o momento da aproximação com o objeto de estudo, a bibliografia da área, as teorias e 
pressupostos pertinentes, a metodologia adequada. A fase exploratória da pesquisa, conforme Deslandes 
(2016, p.34), compreende várias fases de construção da trajetória de uma investigação: 
a) escolha do tópico de investigação; 
b) delimitação do objeto; 
c) definição dos objetivos; 
d) construção do marco teórico conceitual; 
e) seleção dos instrumentos de construção/coleta de dados; 
f) exploração de campo. 
 
Ora, a fase exploratória da pesquisa, que tem início com a aproximação do acadêmico-pesquisador 
com o tema/objeto de estudo, tem como foco principal a construção do projeto de pesquisa. Tendo uma 
visão mais ampla do processo de pesquisa, podemos dizer que a construção do projeto é, inclusive, uma 
 
etapa da fase exploratória. A fase exploratória da pesquisa, fase caracterizada pela elaboração do projeto 
de pesquisa, se alicerça em muitos esforços e ações, entre os quais Deslandes (2016, p.33-34) destaca: 
1) De pesquisa bibliográfica disciplinada, crítica e ampla: 
a) Disciplinada porque devemos ter uma prática sistemática – um critério claro de 
escolha dos textos e autores. Quais serão as chaves temáticas de busca? Serão incluídos 
somente os textos mais recentes? Serão textos oriundos somente de uma área de 
conhecimento? Haverá alguma forma de escolha dos autores? Aqueles, por exemplo, 
que defendem determinada linha de pensamento? Responder a estas perguntas ajuda a 
definir certo escopo de pesquisa biliográfica. 
b) Crítica porque devemos estabelecer um diálogo reflexivo entre as teorias e outros 
estudos com o objeto de investigação por nós escolhido – uma revisão não pode ser 
diletante, mas precisa estar atenta à correlação entre os métodos propostos e os 
resultados encontrados por outros pesquisadores. Desenvolver esta capacidade 
comparativa e analítica em relação aos outros estudos nos ajuda a melhor delimitar 
nossa proposta; 
c) Ampla porque deve dar conta do “estado” atual do conhecimento sobre o problema 
– espera-se que o pesquisador saiba dizer o que é o consenso sobre o assnto em debate 
e o que é polêmico; o que já é tido como conhecido e o que ainda pouco se sabe. E como 
se apropriar seletivamente de tantos conhecimentos? Os fichamentos são um bom 
procedimento, mas, como já dito, devem ter um foco e sempre estabelecer um diálogo 
com o tema e o objeto de estudo desejado. 
2) De articulação criativa, seja na delimitação do objeto de pesquisa, seja na aplicação 
de conceitos – trabalhos originais e inovadores se iniciam com perguntas que ainda não 
foram formuladas para a investigação científica e com maneiras diferentes de abordar 
o objeto. 
3) De humildade, ou seja, reconhecendo que todo conhecimento científico tem sempre 
um caráter: 
a) Aproximado, isto é, se faz sempre a partir de outros conhecimentos sobre os quais se 
questiona, se aprofunda ou se critica. 
b) Provisório – tanto a realidade social se modfica quanto as interpretações sobre ela 
podem ser superadas por outras que incluem mais elementos e complexidade. 
c) Inacessível em relação à totalidade do objeto, isto é, as ideias ou explicações que 
fazemos da realidade estudada são sempre mais imprecisas do que a própria realidade; 
d) Vinculado à vida real – a rigor, um problema intelectual surge a partir de sua 
existência na vida real e não “espontaneamente”. 
e) Condicionado historicamente. 
(RUDIO, 2000; MINAYO, 2006). 
 
Luna (2002, p.16-17) também destaca elementos básicos de uma pesquisa científica, qualquer que 
seja o referencial teórico e a metodologia adotada no estudo: 
1) a formulação de um problema de pesquisa, isto é, de um conjunto de perguntas que 
se pretende responder, e cujas respostas mostrem-se novas e relevantes teórica e/ou 
socialmente; 
2) a determinação das informações necessárias para encaminhar as respostas às 
perguntasfeitas; 
3) a seleção das melhores fontes dessas informações; a definição de um conjunto de 
ações que produzam essas informações; 
4) a seleção de um sistema para tratamento dessas informações; 
5) o uso de um sistema téorico para interpretação delas; 
6) a produção de respostas às perguntas formuladas pelo problema; 
7) a indicação do grau de confiabilidade das respostas obtidas (ou seja, por que aquelas 
respostas, nas condições da pesquisa, são as melhores respostas possíveis?); 
 
8) finalmente, a indicação da generalidade dos resultados, isto é, a extensão dos 
resultados obtidos; na medida em que a pesquisa foi realizada sob determinadas 
condições, a generalidade procura indicar (quando possível) até que ponto, sendo 
alteradas as condições, podem-se esperar resultados semelhantes. 
 
O planejamento e a execução de uma pesquisa fazem parte de um processo sistematizado que 
compreende etapas que se complementam. Ao processo de trabalho que tem início com um problema 
de pesquisa e termina com um relatório capaz de originar novas interrogações, denomina-se, conforme 
Minayo (2016, p.26), de ciclo da pesquisa. Tal denominação, de acordo com a autora, decorre da ideia 
de que “O ciclo nunca se fecha, pois toda pesquisa produz conhecimento e gera indagações novas.” 
 Agora, para fechar a compreensão de ciclo de pesquisa, leia o fragmento de capítulo abaixo 
relacionado: 
MINAYO, Maria Cecilia de Sousa. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: MINAYO, 
Maria Cecilia de Sousa (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2016. 
p.9-28. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aproveite para observar a 
referência de capítulo de livro, o 
uso de vírgula, dois pontos, 
maiúsculo, negrito, editora, 
edição, expressão ‘org.’ e ‘In.’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com Barros e Lehfeld (1986), Gil (1991) e Rudio (2000), citados por Deslandes (2016, 
p.35), o projeto deve, fundamentalmente, responder as seguintes perguntas: 
▪ O que pesquisar? (Definição do problema, hipóteses, base teórica e conceitual); 
▪ Para que pesquisar? (Propósitos do estudo, seus objetivos); 
▪ Por que pesquisar? (Justificativa da escolha do problema); 
▪ Como pesquisar? (Metodologia); 
▪ Quando pesquisar? (Cronograma de execução); 
▪ Com que recursos? (Orçamento); 
▪ A partir de quais fontes? (Referências) 
▪ Pesquisado por quem? (Equipe de trabalho, pesquisadores, coordenadores, 
orientadores). 
 
Luna (2002) e Deslandes (2016) afirmam que, apesar das particularidades/peculiaridades de cada 
área de estudo/objeto de estudo e da fluidez do processo de pesquisa, o projeto de pesquisa tem o objetivo 
de delinear o caminho ou os rumos a serem seguidos pelo acadêmico-pesquisador, pois, dessa forma, é 
possível evitar imprevistos e obstáculos que poderiam impedir a realização da pesquisa. 
Os elementos constitutivos de um projeto de pesquisa dizem respeito as etapas de uma pesquisa 
científica e podem ser detalhados de modo geral, conforme Deslandes (2016), da seguinte forma: 
a) definição do tema e escolha do problema (o que pesquisar? A construção do objeto de pesquisa) 
b) formulação de hipóteses 
c) definição do quadro teórico (revisão de literatura) 
d) objetivos (para que pesquisar?) 
e) justificativa (por que pesquisar?) 
f) metodologia (como pesquisar? Trata das técnicas, dos instrumentos e procedimentos de coleta e de 
análise e discussão dos dados – caminho para chegar em ‘resultados’) 
g) cronograma (por quanto tempo pesquisar?) 
h) orçamento (com que recursos?) 
O projeto de pesquisa, definido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, Norma 
Brasileira de Referência – NBR 15287 de 2011, deve apresentar elementos pré-textuais, textuais e pós-
textuais. Em relação aos elementos textuais1, o que nos interessa aqui, o item 4.2.2 de referida NBR 
prescreve: 
O texto deve ser constituído de uma parte introdutória, na qual devem ser expostos o 
tema do projeto, o problema a ser abordado, a(s) hipótese(s), quando couber(em), bem 
como o(s) objetivo(s) a ser(em) atingido(s) e a(s) justificativa(s). É necessário que 
sejam indicados o referencial teórico que o embasa, a metodologia a ser utilizada, 
assim como os recursos e o cronograma necessários à sua consecução. 
 
 
 
 
Agora, para continuidade do estudo, leia o fragmento de capítulo abaixo relacionado e anote os 
elementos que devem compor um projeto de pesquisa. 
DESLANDES, Suely Ferreira. O projeto de pesquisa como exercício científico e artesanato intelectual. 
In: MINAYO, Maria Cecília de Sousa (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: 
Vozes, 2016. p.31-50. 
 
OBSERVAÇÃO: Para auxiliar no processo de estudo, visto que há a necessidade de elaborar um projeto 
de pesquisa, segue abaixo parte do capítulo digitalizado. Lembre-se que a obra consta do acervo da 
biblioteca do Unianchieta e o acadêmico pode tornar seu estudo mais produtivo. 
 
1 Todo trabalho acadêmico é composto de elementos pré-textuas, textuais e pós-textuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entre os vários elementos constitutivos de um projeto de pesquisa, destacam-se os seguintes 
aspectos: 
 
a) Introdução (definição do tema e da área de estudo): Trata-se de um texto dissertativo-expositivo 
sobre o assunto/tema a ser estudado, indicando de que forma surgiu a ideia de abordar a respectiva área 
de interesse a ser investigada e situando o tema no tempo e/ou no espaço (recorte temporal e espacial). 
Na ‘introdução’, como a denominação indica, o acadêmico-pesquisador deve anunciar e 
contextualizar de forma clara e precisa o assunto/tema e, assim sendo, deve apresentar a ‘revisão da 
literatura2’. 
 
b) Problema de pesquisa: O problema de pesquisa está relacionado a definição do objeto de estudo e 
decorre de um aprofundamento do tema de pesquisa, ou seja, um recorte mais “concreto” e preciso do 
assunto a ser pesquisado. É sempre individualizado e específico. Deve ser formulado em forma de 
pergunta por que esta maneira parece ser a forma mais fácil para se formular um problema. Além disso, 
o problema de pesquisa deve ser claro e preciso e delimitado a uma dimensão possível de ser investigada. 
Nessa etapa, em texto dissertativo-expositivo, o acadêmico-pesquisador responde a seguinte pergunta: 
o que pesquisar? 
 
c) Objetivos da pesquisa: Trata-se da definição do que se pretende alcançar/buscar ao longo da 
pesquisa/estudo de determinado ‘objeto de estudo’. Nessa etapa, o acadêmico-pesquisador responde a 
seguinte pergunta: para que pesquisar? É fundamental que esses objetivos sejam possíveis de serem 
investigados e, assim sendo, geralmente se formula um objetivo geral, de dimensões mais amplas, 
articulando-o a outros mais específicos. Os objetivos, representados por verbos no infinitivo, 
caracterizam as ações do acadêmico-pesquisador ao longo da investigação propriamente dita (ações 
realizadas na produção da monografia: analisar; descrever; explicar; demonstrar; mapear; identificar 
etc.). Há, de fato, uma relação entre objetivos (geral e específicos), problema de pesquisa e sumário 
provisório (sumário da monografia). 
 
 
 
2 A revisão da literatura diz respeito a definição da base teórica ou conceitual da pesquisa. Refere-se ao 
levantamento e análise da literatura já publicada sobre o tema e o problema em estudo. É a base de 
sustentação da pesquisa. 
Na revisão de literatura, a apresentação de citações e referências deve seguir as “Normas para elaboração 
e apresentação de trabalhos acadêmicos – Unianchieta”. 
 
 
 
d) Justificativa: Trata-sede um texto dissertativo-argumentativo que responde à pergunta “Por quê?”. 
Nele, o acadêmico-pesquisador deve convencer a comunidade acadêmico-científica da relevância 
científica e social da proposta de estudo/pesquisa, ou seja, deve-se apresentar o ‘motivo’ pelo qual tal 
tema deve ser objeto de estudo e a pesquisa realizada. Quais motivos acadêmicos justificam o estudo? 
Que contribuições para a compreensão, intervenção ou solução para o problema trará a realização de 
tal pesquisa? Enfim, responde à questão: por quê pesquisar? Sendo a justificativa a ação que serve para 
contextualizar e fundamentar à pesquisa, deve conter uma revisão da literatura referente ao objeto de 
estudo, apresentando as lacunas, contradições e o “estado da arte”. 
 
e) Metodologia: Nesta etapa, o acadêmico-pesquisador responde a seguinte pergunta: como pesquisar? 
É preciso caracterizar o tipo de pesquisa que será realizada: se pesquisa de campo, bibliográfica, 
documental, experimental, ou, se ainda haverá combinação de mais de um tipo de pesquisa. Em suma, 
a metodologia refere-se à extensão e profundidade do assunto e de que forma se pretende desenvolvê-
lo, mostrando, em texto dissertativo-expositivo, os caminhos a serem adotados para a solução do 
problema de pesquisa. Assim sendo, é preciso anunciar o tipo de pesquisa em ação, apresentar percurso 
metodológico e o recorte temporal e espacial do estudo, bem como os procedimentos e instrumentos 
para operacionalizar a coleta de dados. Onde e de que forma os dados serão coletados? Em caso de 
trabalho de campo, por exemplo, deve-se mencionar o público alvo do estudo com a indicação do 
método e das técnicas de operacionalização. Pesquisa de campo, que envolva seres humanos, deve ter 
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa3 e, portanto, anuência do professor-orientador. 
 
f) Sumário provisório: Trata-se do esboço da estrutura do Trabalho de Curso (Monografia), 
explicitando os títulos e o conteúdo prévio dos capítulos. Esta estrutura segue a ordem das seções e 
subseções do trabalho, evidenciando o que concerne a cada um desses capítulos. Observar que no 
sumário provisório do Trabalho de Curso (Monografia) deve constar desde o elemento ‘introdução’ até 
a ‘conclusão/considerações finais’ e ‘referências’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 O CEP-UniAnchieta está localizado no Campus Professor Pedro Clarismundo Fornari, no Prédio 
Administrativo, ao lado da Secretaria Geral. 
O horário de funcionamento do CEP é de segundas às sextas-feiras, das 8h00 às 18h00. 
O telefone para contato é (11) 4527-3444 - ramal 4447. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
g) Cronograma de pesquisa: refere-se ao escalonamento no tempo de todas as fases e tarefas a serem 
desenvolvidas para a realização da pesquisa e produção da monografia. Sugere-se um quadro 
semelhante ao apresentado abaixo como modelo. São atividades/etapas a serem desenvolvidas na 
produção da monografia: 
 
Atividades/etapas de 
produção da Monografia 
Mês de produção da Monografia – 2019/2020 
03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 01/20 02/20 
Aprimoramento do 
levantamento bibliográfico 
iniciado no projeto de 
pesquisa 
 
Leitura e estudo da 
bibliografia – elaboração de 
fichamentos 
 
Análise de documentos e 
informações relacionados ao 
tema – em caso de pesquisa 
documental ou pesquisa 
bibliográfica 
 
Coleta de dados – em caso de 
pesquisa de campo 
 
Tabulação e análise de dados 
– em caso de pesquisa de 
campo 
 
Elaboração da monografia – 
capítulos 
 
Elaboração da monografia – 
conclusão 
 
Elaboração do resumo e 
revisão da introdução da 
monografia 
 
Elaboração e revisão das 
referências 
 
Revisão ortográfica e 
gramatical da versão final da 
monografia 
 
 
 
 
j) Referências: A referência diz respeito ao conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados 
de um documento, que permite sua identificação individual. Portanto, deve conter a relação de material 
impresso ou digital (base on-line) consultado e devidamente citado/mencionado ao longo do projeto de 
pesquisa (doutrina nacional e estrangeira, jurisprudência, ordenamento jurídico e sistema normativo 
jurídico etc.). A etapa revela o esforço do acadêmico-pesquisador na identificação de 
obras/autores/documentos significativos ao embasamento teórico-metodológico, ou seja, na 
contextualização e fundamentação do tema/objeto de estudo e no recorte dos procedimentos e 
instrumentos para operacionalizar da pesquisa científica. Seguir as normas de referência (constam das 
“Normas para elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos – Unianchieta”). 
 
l) Bibliografia pretendida: Deve conter o levantamento bibliográfico (relação de documento impresso 
ou digital/base on-line) que poderá ser utilizado na construção do referencial teórico-metodológico do 
Trabalho de Curso (Monografia). A etapa revela o esforço e a presteza do acadêmico-pesquisador na 
pesquisa bibliográfica e, portanto, além das obras já citadas no projeto de pesquisa, possibilidade que 
indica o seu estudo mais refinado ao longo do Trabalho de Curso (Monografia), deve apresentar outras 
obras. Seguir as normas de referência (constam das “Normas para elaboração e apresentação de trabalhos 
acadêmicos – Unianchieta”). 
Observação: o projeto de pesquisa pode apresentar anexos ou apêndices, caso necessário a 
menção de informações ou dados complementares ao estudo/projeto de pesquisa (elemento não 
obrigatório). 
Por fim, vale destacar os defeitos que, segundo Medeiros (2014, p.205-206), comprometem a 
qualidade do projeto de pesquisa e, também, da Monografia: 
 
• Embora o tema escolhido seja interessante, não há literatura que lhe possa dar 
apoio teórico; 
• Falta de originalidade na escolha do tema. Segundo Acevedo e Nohara (2007, 
p.83), “a originalidade é concretizada em uma investigação quando esta apresenta 
novas evidências empíricas sobre sua aplicação, ou apresenta novos arcabouços 
teóricos ou novas relações teóricas que relacionam antigos modelos ou princípios 
teóricos a conceitos emergentes”; 
• Ausência de clareza na formulação de objetivos, ou os objetivos escolhidos não 
acrescentam nada à área de investigação; ou os objetivos não foram atingidos; 
• Problemas relativos à metodologia escolhida, como: a) amostra não apropriada 
para a investigação; b) tamanho da amostra; c) instrumentos impróprios para a 
pesquisa; d) falta de definições conceituais para as hipóteses; e) o trabalho não se apoia 
em conhecimentos acumulados pela comunidade científica; f) referências 
bibliográficas inconsistentes ou de qualidade duvidosa (cuidado com material da 
internet); g) falta de domínio das teorias clássicas do campo sob investigação; h) 
utilização de teorias conflitantes; i) ausência de consistência na interpretação dos 
resultados e de relação com a teoria escolhida; j) conclusões que ultrapassam a 
 
exposição apresentada; k) contribuição insatisfatória ao progresso científico (não 
aprofunda, não enriquece, não aponta lacunas ao conhecimento da área sob 
investigação); l) redação não gramatical (uso da modalidade de linguagem imprópria 
ao fazer científico, principalmente falta de articulação do pensamento, ou seja, o texto 
apresentado não pode ser compreendido). 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15287 - Informação e 
documentação: Projeto de pesquisa - apresentação. Rio de Janeiro, 2011. 
BRASILEIRO, Ada M. Matias. Manual de produção de textos acadêmicos e científicos. São Paulo: 
Atlas, 2013. 
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 
2002. 
COLETTI, Claudinei; TAFFARELLO, Maria Cristina Moraes; TAVEIRA, Romilda Del Antonio; 
HASSE, Simone Hedwig. Normas para elaboração e apresentação de trabalhosacadêmicos. 
Jundiaí/SP: UNIANCHIETA, 2012. E-book. Disponível em: 
http://www.anchieta.br/unianchieta/biblioteca/Normas_para_trabalhos_academicos.pdf. Acesso em: 12 
de outubro de 2018. 
DESLANDES, Suely Ferreira. O projeto de pesquisa como exercício científico e artesanato intelectual. 
In: MINAYO, Maria Cecília de Sousa (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 20. ed. 
Petrópolis: Vozes, 2016. p.31-50. 
LEHFELD, Lucas de Souza; FERREIRA, Olavo Augusto Vianna Alves; LÉPORE, Paulo Eduardo. 
Monografia jurídica: guia prático para elaboração do trabalho científico e orientação metodológica. 
São Paulo: Método, 2011. 
LUNA, Sergio Vasconcelos. O planejamento de pesquisa como tomada de decisão. In: LUNA, Sergio 
Vasconcelos. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC, 2002. p.13-79. 
MEDEIROS, João Bosco de. Projeto de pesquisa. In: MEDEIROS, João Bosco de. Redação Científica: 
a prática de fichamento, resumos e resenhas. 12. ed. São Paulo. Atlas, 2014. p.197-210. 
MINAYO, Maria Cecilia de Sousa. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: MINAYO, 
Maria Cecilia de Sousa (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2016. 
p.9-28. 
 
 
Parabéns pelo esforço em seguir o roteiro de estudo. 
Prof.ª Dr.ª Simone Hedwig Hasse

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