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4- Poderes-Administrativos-v5-CESPE-1

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Poderes Administrativos 
Matéria: Direito Administrativo 
Professor: Jonatas Albino do Nascimento 
 Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 2 de 93 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
Sumário 
1 – Poderes e Deveres Administrativos ......................................................................... 3 
1.1 – Noções Introdutórias ......................................................................................................... 3 
2 – Poderes Administrativos ......................................................................................... 4 
2.1 – Poder Vinculado ................................................................................................................ 4 
2.2 – Poder Discricionário .......................................................................................................... 5 
2.3 – Poder Hierárquico ............................................................................................................. 6 
2.4 - Poder Disciplinar .............................................................................................................. 11 
2.5 - Poder Regulamentar e Poder Normativo ......................................................................... 13 
2.6- Poder de Polícia – Noções Gerais ...................................................................................... 17 
3 – Deveres Administrativos ........................................................................................24 
3.1 – Dever de agir ................................................................................................................... 24 
3.2 – Dever de eficiência .......................................................................................................... 25 
3.3 - Dever de Probidade.......................................................................................................... 25 
3.4 - Dever de Prestar Contas................................................................................................... 25 
4 – Abuso de Poder......................................................................................................26 
5 – Questões Comentadas ...........................................................................................28 
5.1 – CESPE ................................................................................................................................... 28 
5.2 – ESAF ..................................................................................................................................... 54 
6 – Lista de exercícios ..................................................................................................69 
6.1 – CESPE ................................................................................................................................... 69 
6.2 – ESAF ..................................................................................................................................... 80 
 
 
 
 
 
 
 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS 
 Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 3 de 93 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
 
 A Administração Pública atua na sociedade com a finalidade de 
garantir o interesse público. Isso é feito por meio de ações que podem 
influenciar diretamente na vida das pessoas, como a emissão de um alvará de 
funcionamento de um shopping. Se o local não dispuser de uma infrestrutura 
adequada, pode representar um sério risco para a segurança de seus 
frequentadores. 
 Para executar tais atividades, a Administração e seus agentes precisam 
ter meios para realizar suas ações. Tais meios são ditos instrumentais, 
exatamente porque são os meios (instrumentos) dos quais a Administração 
Pública se vale para alcançar seus objetivos, sendo chamados de poderes 
administrativos. 
 Os poderes administrativos são as prerrogativas de direito público 
de que dispõe a Administração Pública para executar suas atividades. De 
direito público significa que, ao exercer tais poderes, a Administração atua de 
forma desigual frente ao cididão (relação de verticalidade), pois enquanto 
aquela tutela os interesse de toda a sociedade (interesse público) esse último 
está defendendo seus próprios interesses. 
Por exemplo, o poder de polícia para fiscalizar um estabelecimento. Ao realizar 
tal atividade o fiscal estará buscando maximizar os ganhos para sociedade 
(dentro dos limite da lei), garantindo que os valores devidos pelo contribuinte 
sejam efetivamente arrecadados pelos cofres públicos. 
 É importante entender que tais poderes são marcados por dois 
requisitos: irrenunciabilidade e obrigatoriedade de exercício. A 
irrenunciabilidade significa a impossibilidade de um agente renunciar a um 
dado poder. Se você exerce um cargo com determinadas atribuições e 
poderes, não é lícito abrir mão de tais poderes. 
 Com relação à obrigatoriedade de exercício, a questão não é menos 
óbvia. Ao se deparar com uma situação cuja lei determina que o agente deve 
aplicar uma penalidade, não pode o servidor se omitir sob pena de ser 
responsabilizado. 
1 – Poderes e Deveres Administrativos 
1.1 – Noções Introdutórias 
 Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 4 de 93 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
 Os poderes da Administração Pública não são absolutos, pois sofrem 
limitações impostas pelos direitos e garantias dos cidadãos. 
 Já os deveres administrativos são as obrigacões que a Administração 
Pública e seus agentes têm de obedecer. Podemos citar, por exemplo, o dever 
de eficiência em que cabe ao agente, no seu dia a dia, sempre desempenhar 
com a máxima presteza suas atividades. 
 
 
 
 
 O Poder Vinculado é o poder pelo qual nasce para a Adminstração 
Pública o dever de agir. A margem de valoração do agente público é mínima 
ou inexistente e por isso a Administração deve executar o ato vinculado. 
Ato vinculado é o ato que possui requisitos previstos em lei que, uma vez 
atingidos, deve ocorrer a prática do ato determinado. 
Poderes
Administrativos
Instrumentais
Meios de alcançar o 
interesse público
Requisitos
irrenunciabilidade
obrigatoriedade de 
exercício
Prerrogativas de direito público
Administração 
Pública
Poderes
Prerrogativas
Deveres
Obrigações
2 – Poderes Administrativos 
2.1 – Poder Vinculado 
 Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 5 de 93 
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Entra em cena aqui também o conceito de mérito administrativo, que é o 
juízo de oportunidade e conveniência a ser realizado ou não pelo agente 
pelo agente público. No caso do ato vinculdo ele é inexistente. Justamente 
porque o administrador se vê obrigado à prática uma vez que o requisitos 
previstos em lei são alcançados. 
Podemos perceber que o poder vinculado está muito mais próximo de um 
dever da Administração de realizar os atos vinculados do que propriamente de 
um poder. 
 
 
Representa o poder que tem a Administração Pública de executar os chamados 
atos discricionários, que correspondem aos atos cujos elementos 
formadores do mérito administrativo estão sujeitos a certo grau de 
valoração. 
Esse grau de valoração, muitas vezes referido como juízo de conveniência e 
oportunidade (conceituado anteriormente), se estende para após a 
realização do ato administrativo. Isso ocorre pois, após a edição, o 
administrador, revendo a mérito do ato, poderá revogá-lo. 
O mérito administrativo é formado pelos elementos motivo e objeto. O 
motivo corresponde à situação de direito e de fato que culminou na 
execuçãodo ato. O objeto seria a própria materialização do ato no mundo 
jurídico. 
O motivo de direito corresponde à previsão na legislação de situação 
abstrata que ensejaria a execução do ato. Já o motivo de fato representa a 
própria ocorrência do fato. 
 
Vamos a um exemplo hipotético. Imagine que, segundo uma lei federal, a 
prestação incorreta de informação nos sistemas de um órgão público poderá 
acarretar a aplicação de uma multa que varia de R$ 10.000,00 até R$ 
50.000,00 de acordo com o valor envolvido. Suponhamos que a empresa 
Batata Ltda omita transações no valor de R$ 1.000,00. Nesse caso teremos: 
Mérito 
Administrativo
Motivo
de direito
Previsão 
legal 
abstrata
de fato
Ocorrência 
da situação 
prevista
Objeto
Efeitos jurídicos
imediatos
2.2 – Poder Discricionário 
 Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 6 de 93 
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• Motivo de direito: Previsão legal de aplicação da multa 
• Motivo de fato: O erro de não informar nos sistemas do órgão 
• Objeto: A aplicação da penalidade. 
Onde está o mérito administrativo? Notem que, segundo a lei, o cometimento 
da infração poderá ensejar a aplicação da multa. Mas de que valor? 
Novamente o mérito administrativo permite certa valoração quanto ao 
tamanho da penalidade. 
Muito importante percebermos que, mesmo nos atos discricionários, os 
elementos competência, finalidade e forma (esse último com certa 
controvérsia ainda minoritária na doutrina) são sempre vinculados. 
 
 
 01. (CESPE/SUFRAMA/Geral/2014) Julgue o item que se 
segue, relativo aos agentes públicos, aos poderes administrativos e à 
responsabilidade civil do Estado. 
O poder discricionário confere ao administrador, em determinadas situações, a 
prerrogativa de valorar determinada conduta em um juízo de conveniência e 
oportunidade que se limita até a prática do ato, tendo em vista a 
impossibilidade de revogá-lo após a produção de seus efeitos por ofensa ao 
princípio da legalidade e do direito adquirido de terceiros de boa-fé. 
Comentários. 
A assertiva peca ao dizer que o ato discricionário deixa de ser revogável após 
a prática do ato. Os atos discricionários podem ser sempre revogados. 
Gabarito: Errado. 
 
 
 O poder hierárquico está associado à própria organização da 
Administração Pública. Por esse poder é possível definir a estrutura 
hierárquica de toda a Administração, estabelecendo os órgãos da cúpula e 
todos os demais que lhes são subordinados, bem como a hierarquia entre si. 
Você se lembra do desenho abaixo? 
Elementos nos atos discricionários
Sempre Vinculados
Competência Finalidade Forma
2.3 – Poder Hierárquico 
 Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
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 Tal estrutura está diretamente ligada ao poder hierárquico, pois é por 
meio dele que ocorre o escalonamento de competências e responsabilidades 
entre os diversos órgãos da Administração Pública. 
 Além da questão estrutural, tal poder permite a organização das 
funções dos agentes públicos, definindo quais são os superiores 
hierárquicos/ chefes de cada unidade e setor. A implicação disso é que o 
superior pode emitir ordens aos seus subordinados e fiscalizar suas 
atuações. 
 
 Obviamente, o dever de obediência dos subordinados não é absoluto. 
No caso de receber ordens manifestamente ilegais, os subordinados 
devem se recusar a cumpri-la e representar contra o superior nos casos de 
ilegalidade, omissão ou abuso de poder (art. 116, XII, da Lei nº 8112/90). 
Apesar da obrigação de representar ser restrita à esfera federal, entendemos 
que tal prática deve ser adotada em todas as esferas com base no princípio da 
moralidade. 
 O poder hierárquico se faz presente em todos os Poderes (Executivo, 
Legislativo e Judiciário) de todas as esferas (Federal, Estadual, Distrital e 
ÓRGÃOS INDEPENDENTES
ÓRGÃOS AUTÔNOMOS
ÓRGÃO SUPERIORES
ÓRGÃOS SUBALTERNOS
Poder 
Hierárquico
Órgãos Agentes
Organiza 
atribuições
Define quem 
manda em quem
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Municipal), uma vez que sempre há uma estrutura administrativa presente 
para a execução dos objetivos de cada órgão/entidade. É importante se 
atentar ao fato de que no Poder Executivo a hierarquia se faz presente em sua 
função típica (administrativa), enquanto que nos demais poderes o poder 
hierárquico se faz presente em funções atípicas (função administrativa, já que 
as típicas são a legislativa e judiciária). 
 Os superiores podem também delegar atribuições aos seus 
subordinados e rever os atos por estes praticados, caso não haja vedação em 
lei. Entende-se por delegação a transferência precária de atribuições que 
antes eram apenas da autoridade delegante. Diz-se que tal delegação é 
precária porque o superior pode retirar tal delegação a qualquer tempo. 
 
 Nem todas as atribuições são passíveis de delegação. Seguem as 
principais situações definidas pela doutrina como impossíveis de serem 
delegadas: 
- Delegação de um poder para o outro, salvo quando houver previsão 
constitucional para tal delegação; 
- Delegação de atos de natureza política; e 
- Delegação de atribuições que a lei fixe como exclusivas da autoridade 
delegante.
 
 
 Uma vez feita a delegação esta não pode ser negada pelo 
subordinado, nem subdelegada por esse sem a expressa autorização da 
autoridade delegante. 
Delegação
pelo 
superior
subordinado
subordinadosubordinado
Atribuições que 
NÃO podem ser
delegadas
de um Poder 
Político para outro
Salvo quando 
previsto na 
CF/88
Atribuições 
exclusivas
Atos de natureza 
política
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A ideia é que se foi o próprio superior que delegou a atribuição não cabe ao 
subordinado negar (salvo se manifestamente ilegal), uma vez que se 
configuraria a desobediência. A subdelegação é vedada porque o delegante 
poderia acabar perdendo o controle de quem iria efetivamente realizar o ato. 
Outro conceito importante no estudo do poder hierárquico é a avocação. Por 
esse instituto o superior pode avocar (trazer) para si atribuições do 
subordinado, desde que tais competências não sejam privativas desse 
último por expressa previsão legal. 
 
 
No âmbito federal a Lei nº 9.784/99 trata dos processos administrativos 
federais. Vamos estudar seus mandamentos mais importantes, que se 
aplicam apenas aos atos administrativo federais. 
A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a 
que foi atribuída como própria, salvo nos casos de delegação e avocação 
legalmente admitidos. 
Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento 
legal, delegar parte da sua competência (nunca toda) a outros órgãos ou 
titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, 
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, 
econômica, jurídica ou territorial. 
 Não podem ser delegados (competência): 
I.A edição de atos de caráter normativo; 
II.A decisão de recursos administrativos; 
III.As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
Avocação
pelo 
Superior
Subordinado
Subordinado
Subordinado
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O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites 
da atuaçãodo delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso 
cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. 
O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 
As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente 
esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. 
Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes 
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída 
a órgão hierarquicamente inferior. 
O superior ao rever os atos de seus subordinados pode adotar três 
medidas distintas: 
➢ Manter o ato. Nesse caso nenhuma ação do superior é necessária; 
➢ Convalidar o ato. A convalidação consiste em sanear o defeito de um 
ato administrativo por meio de um segundo ato; e 
➢ Desfazer o ato. Nesse caso o superior pode revogar o ato (no caso 
desse se tornar inconveniente ou inoportuno) ou anulá-lo (no caso desse 
apresentar vícios). 
 
 
Não podem ser delegados na
esfera federal
Atos de caráter 
normativo
Decisão de 
recurso
administrativo
Matéria de 
competência
exclusiva
Revisão atos 
administrativos
Convalidação
Suprimir defeito
Necessário segundo ato
Manter
Não é necessária 
nenhuma ação
Desfazer
Revogar
Anular
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A revisão dos atos administrativos só é possível enquanto o ato não se 
tornar definitivo para a Administração Pública ou gerar direito subjetivo para 
o particular. 
Um detalhe importante é a questão da hierarquia e os órgãos consultivos. Tais 
órgãos emitem pareceres geralmente de matéria técnica e, em regra, apesar 
de estarem na estrutura da Administração Pública, não estão vinculados à 
posição do Chefe do Executivo. Diz-se que os órgãos consultivos fogem 
(repetindo, em regra) ao poder hierárquico. 
 
 
 02. (CESPE - Ag Adm - SUFRAMA/2014) A legislação 
concede à administração poderes extraordinários, necessários para que o 
Estado alcance os seus fins. Em relação aos poderes da administração pública, 
julgue o item seguinte. 
 O poder hierárquico confere aos agentes superiores o poder para avocar e 
delegar competências. 
Comentários: 
Perfeito o item. É do poder hierárquico que surge a competência dos 
superiores para delegar e avocar competências. 
Gabarito: Certo. 
 
 
 Entende-se por poder disciplinar a capacidade que detém a 
Administração de verificar infrações e aplicar penalidades aos agentes e 
demais pessoas (físicas e jurídicas) que possuam algum vínculo com ela. 
Reconsideração x Revisão 
 É importante não confundir a revisão do ato administrativo 
com a reconsideração. 
• A revisão é a análise de um determinado ato pela 
autoridade superior àquela que emitiu o ato. 
 
• A reconsideração é a revisão do ato pela própria 
autoridade que o emitiu. 
2.4 - Poder Disciplinar 
 Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
 
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 A questão do vínculo é essencial para o uso do poder disciplinar. Este 
vínculo pode ser tanto funcional (no caso de servidores públicos) como 
contratual (particulares que tenham contrato com o Poder Público). 
 Quando o uso do poder disciplinar tem origem em vínculo funcional 
teremos sua aplicação decorrente do poder hierárquico (que estudamos 
anteriormente): caso o subordinado cometa uma infração cabe ao superior 
aplicar a penalidade. 
 Por sua vez, quando o vínculo decorrer de relação contratual, o uso do 
poder disciplinar terá origem no princípio da supremacia do interesse 
público, que se sobrepõe (em regra) ao interesse particular. 
 
 
Importante dizer que a possibilidade de proceder investigações de origem 
criminais não guarda relação com o poder disciplinar. No caso de um servidor 
verificar uma situação que necessite de investigação crimanal, deve 
representar para a autoridade competente. 
 O poder disciplinar não deve ser confundido com o poder de polícia. 
Enquanto esse último é exercido em situações em que pessoas/entidades 
estão gerando transtornos (ou risco de fazê-lo) para a coletividade, o 
poder disciplinar atua somente naqueles que possuem algum vínculo com 
a Administração e não necessariamente estão gerando prejuízos para a 
sociedade de forma direta. 
Poder Disciplinar
Avalia 
infrações
Aplica 
Penalidades
Atua sobre 
aqueles que têm 
vínculo com o 
Poder Público
Vínculo com a 
Administração 
Pública
Funcional Poder Hierárquico
Contratual
Supremacia do
Interesse Público
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 Segundo a doutrina o poder disciplinar possui caráter 
predominantemente discricionário. Isso ocorre porque muitas vezes há a 
determinação legal de que deve ser aplicada uma penalidade, mas tambem 
certa margem de valoração na pena que pode ser aplicada - por exemplo uma 
multa que vai de R$ 10.000 até R$ 50.000. 
 É importante salientar que a aplicação de qualquer penalidade necessita 
de procedimento adminstrativo em que seja assegurado contraditório e ampla 
defesa. 
 03. (CESPE - TJ TRE GO - Administrativa/2015) Julgue o 
item que se segue, referente aos poderes da administração pública. 
O poder hierárquico é aquele que confere à administração pública a 
capacidade de aplicar penalidades. 
 
Comentários. 
O poder hierárquico disciplinar é aquele que confere à administração 
pública a capacidade de aplicar penalidades. 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 O poder Regulamentar é o poder que detém o chefe do executivo 
para editar atos administrativos normativos. Tais atos precisam ter 
caráter geral e abstrato. 
Mas e se esses regulamentos forem publicados por outras autoridades, 
que não os chefes do executivo? Isso é possível? Segundo a doutrina 
majoritária é possível, mas aí estaríamos diante do poder normativo. 
Percebe-se que o poder normativo acaba sendo um conceito mais 
amplo, que engloba a emissão de todos os atos normativos, menos os 
originados do chefe do executivo. Quando o ato é de origem do chefe do 
executivo estamos diante do poder regulamentar.1 
 
1 Essa é a versão que predomina na doutrina, existindo, entretanto, autores que pregam uma versão mais 
ampla do chamado poder regulamentar. 
2.5 - Poder Regulamentar e Poder Normativo 
 Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 
 
 
 
Professor Jonatas Albino do Nascimento 14 de 93 
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Os regulamentos são publicados sob a forma de decreto, existindo segundo 
a doutrina três tipos: regulamentos executivos, regulamentos autônomos e 
regulamentos autorizados. Vamos estudar cada tipo: 
 
 
1. Regulamentos Executivos 
Também chamados de decretos regulamentares, correspondem aos 
regulamentos de caráter geral e abstrato que possibilitem o fiel 
cumprimento da lei, de acordo com o art. 84, IV da CF/88, abaixo 
reproduzido: 
 “Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República(...) 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execução;(...)” 
Apesar da CF/88 se referir apenas ao Presidente, tal mandamento se aplica 
por simetria a todos os chefes do poder executivo (governadores e 
prefeitos). 
É fácil perceber que a ideia desses regulamentos não é inovar no direito, 
criando novos deveres e obrigações. Essa função é desempenhada pela lei. A 
função desses regulamentos é permitir que a lei seja aplicada de forma 
plena, total. Por isso tais regulamentos executivos são atos secundários – 
têm sua existência atrelada a outro ato (lei), esse simprimário e com 
possibilidade de inovar no direito. 
Tal competência do chefe do executivo é indelegável. 
É competência do Congresso Nacional sustar os atos que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (art. 49, inc. V, CF88). 
Poder 
Regulamento
Chefe do 
executivo
Conceito 
restrito
Poder 
Normativo
Demais 
autoridades
Conceito 
Amplo
Regulamentos
Executivos Autônomos Autorizados
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Tais regulamentos possuem duas funções importantes: disciplinar a 
discricionariedade administrativa e uniformizar os critérios de 
aplicação da lei. 
 
Ao editar o decreto regulamentar, o chefe do executivo atua disciplinando a 
discricionaridade administrativa, reduzindo a margem de decisão de seus 
agentes. Com isso, obviamente acaba ocorrendo uma maior uniformização dos 
procedimento adotados pela Administração. 
Obviamente, não são todas as leis que precisam ser regulamentadas. Apenas 
aquelas que não são autoaplicáveis, necessitam efetivamente de um decreto 
para garantir sua plena efetivação. 
 
2. Regulamentos Autônomos 
Também chamados de decretos autônomos, são atos privativos do chefe do 
executivo previstos na CF/88, como segue abaixo: 
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:(...) 
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;” 
O previsto na alínea b (extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos) 
na verdade se trata de um ato de efeitos concretos que pode até ser 
interpretado como um decreto, mas não como regulamento, uma vez que não 
possui cárater geral e abstrato. 
Duas características importantes dos decretos autônomos: 
• Podem ser delegados aos Ministros de Estado nos termos do art. 84, 
parágrafo único da CF/88; e 
Decretos 
Regulamentares
São 
indelegáveis
Disciplinam a 
discricionarieda
de administrativa
Uniformizam os 
critérios
Atos
Secundários
Regulamentam as leis, 
permitindo sua plena 
execução
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• São atos primários podendo efetivamente inovar, uma vez que estão 
previstos na própria Constituição Federal. 
 
 
3. Regulamentos Autorizados 
Também chamados de regulamentos delegados, são atos normativos 
expedidos pelos órgãos e entidades da Administração cuja competência foi 
delegada pelo Poder Legislativo. 
A delegação de competência ocorre por meio do fenômeno de 
deslegalização, no qual o Legislador delega, por meio de leis, a 
atribuição de normatizar certas matérias aos órgãos e entidades da 
Administração Pública. 
A lei irá definir as diretrizes para a edição dos regulamentos. Não é aceito, 
em nosso sistema jurídico, a figura da delegação legislativa em branco, 
em que a lei responsável pela delegação definiria que determinada matéria 
simplesmente seria regulada por decreto, sem definir seus pontos essencias. A 
lei deve sempre definir as linhas mestras e as diretrizes da matéria. 
Tais tipos de atos são bastante utilizados para normatizar matérias de 
índole técnica, como aquelas tratadas pelas Agências Reguladoras. Tais 
assuntos costumam ser bastante dinâmicos e por isso requerem frequentes 
alterações na legislação. Seria inviável se tais atos fossem tratados apenas 
pelo Poder Legislativo. 
É importante frisar que tais regulamentos são tidos como atos secundários 
pois dependem da edição de uma lei (que é o ato primário). Apesar disso 
podem efetivamente inovar no direito. 
Decretos 
Autônomos
São delegáveis Atos Primários
Organização e 
funcionamento da 
Administração
Extinção de 
cargos/funções vagas
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Não é permitida a delegação de matéria que se encontrem sob reserva legal 
(norma constitucional atribui determinada matéria exclusivamente à lei 
formal). 
 04. (CESPE - Ag Adm - SUFRAMA/2014) A legislação 
concede à administração poderes extraordinários, necessários para que o 
Estado alcance os seus fins. Em relação aos poderes da administração pública, 
julgue o item seguinte. 
 Poder regulamentar é o poder que a administração possui de editar leis, 
medidas provisórias, decretos e demais atos normativos para disciplinar a 
atividade dos particulares. 
Comentários. 
Como vimos, o poder regulamentar é a capacidade do chefe do executivo de 
editar atos normativos. O conceito apontado pela questão é muito mais amplo, 
colocando inclusive atos primários como as medidas provisóarias. 
Gabarito: Errado. 
 
 
 O poder de polícia é a capacidade que detém o Estado de restringir 
direitos e garantias individuais em benefício da coletividade, com base 
no princípio da supremacia do interesse público. 
 Em regra, o poder de polícia tem caráter discricionário. Porém há 
situações em que se torna vinculado, se a norma que o trata assim definir. 
 O exercício do poder de polícia é um dos fatos geradores das taxas 
(espécie de tributo). Segue definição de poder de polícia segundo o Código 
Tributário Nacional: 
“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a 
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes 
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao 
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. ” 
Originados 
de 
delegação
legislativa
Matérias 
Técnicas
Atos 
Secundários
Podem 
inovar no 
Direito
2.6- Poder de Polícia – Noções Gerais 
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É importante perceber que o poder de polícia não pode gerar a cobrança de 
tarifa ou preço público, valores que financiam a prestação de serviços 
públicos, mas que são regidos pelo direito privado. 
 Segundo a doutrina, o poder de polícia pode ser avaliado sob os 
conceitos amplo e estrito. No conceito amplo, estariam englobados tanto os 
atos do Poder Executivo quanto as leis expedidas pelo Poder 
Legislativo, que acabam definindo o sistema que deve ser obedecido pelos 
cidadãos. 
 Já no conceito estrito, apenas os atos do Poder Executivo que 
impliquem limitações aos particulares em prol da coletividade fariam parte do 
poder de polícia. Notem que tanto os atos de efeitos concretos quanto os 
atos normativos expedidos pelo Poder Executivo estão contidos nesse 
conceito. 
 
 
 Tendo por base quem exerce o poder de polícia, podemos dividi-lo entre 
poder de polícia originário e poder de polícia derivado. 
 O poder de polícia originário é exercido pelos órgãos dos entes 
políticos, ou seja, pela Administração Pública Direta. Já o poder de polícia 
derivado é exercido pelas entidades de direito público da Administração 
Pública Indireta. 
 
Independentemente de o poder de polícia ser exercido pela Administração 
Pública Direta ou Indireta, predomina na doutrina e na jurisprudência do STF o 
entendimento que o poder de polícia só pode ser exercido por entidades 
de direito público e nunca por entidades de direito privado. 
Apesar do descrito acima, devemos ressaltar que oSTJ já admitiu em seu 
julgamento que algumas atividades específicas englobadas pelo poder de 
Conceito Amplo
Atos dos Poderes Executivo e 
Legislativo
Conceito Estrito
Apenas Atos do Poder 
Executivo
•Exercido pela Administração Pública DiretaPoder de polícia Originário
• Exercido pelas entidades de direito púbico
da Administração Pública Indireta
Poder de polícia Derivado
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polícia poderiam ser delegadas a entidade de direito privado da Administração 
Pública Indireta. Essa situação será abordada com maior profundidade 
oportunamente. 
O poder de polícia deve ser aplicado de forma moderada sempre buscando o 
interesse público. A medida de polícia não pode restringir os direitos dos 
cidadãos mais do que o necessário para garantir o interesse público. A prática 
de atos desproporcionais ou ilegais deve se objeto de controle por parte da 
própria Administração Pública (exercício da autotutela) ou pelo Poder 
Judiciário. 
É importante entendermos a diferença entre o exercício do poder de polícia 
pela Administração Pública e pela Polícia Judiciária. 
 A polícia administrativa atua de forma predominantemente 
preventiva sobre bens, direito ou atividades em todas as áreas da 
Administração Pública reprimindo os ilícitos administrativos. Já a polícia 
judiciária exerce seu poder de forma mais repressiva (apesar de também 
atuar preventivamente) sobre pessoas coibindo os chamados ilícitos penais. 
O exercício do poder de polícia judiciária é privativo de certos órgãos como 
a polícia civil, militar e federal. 
 
 
 Para atingir seus objetivos, o poder de polícia é exercido por meio de 
três técnicas diferentes, chamadas também de técnicas de ordenação: 
1. Técnica de informação; 
2. Técnica de condicionamento; e 
3. Técnica sancionatória. 
 Pela técnica de informação, o Poder Público atua exigindo que o cidadão 
e as empresas prestem informação sobre si próprios. Essas informações 
Polícia Administrativa
Predominantemente 
preventiva
Atua sob bens,
direito e atividades
Exercida de forma 
ampla na 
Administração Pública
Investiga ilícitos 
administrativos
Polícia Judiciária
Predominantemente 
repressiva
Atua sob pessoas
Apenas alguns 
órgãos
Investiga ilícitos 
penais
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são então avaliadas pelo Estado para verificar possíveis irregularidades. 
Podemos citar, como exemplo, a obrigação de declaração de imposto sobre a 
renda para quem ganha acima de determinado valor. 
 Na técnica de condicionamento, o Estado coloca uma série de 
exigências para que a pessoa possa exercer sua atividade. Por exemplo, 
a necessidade de ser aprovado na prova prática do Detran para exercer o 
direito de dirigir. 
 Já na técnica sancionatória, o Poder Público atua punindo, aplicando 
sanções àqueles que tenham descumprido alguma exigência, seja ela 
de prestar informação (técnica de informação) ou de atender alguma 
condição (técnica de condicionamento). Notem que é por meio dessa técnica 
que as outras duas ganham efetividade, pois muitas pessoas não iriam prestar 
informações e cumprir exigências se não corressem o risco de serem 
penalizadas por isso. 
 
 
 
Em regra, a competência para exercer o poder de polícia é do mesmo ente que 
possui a competência para regular a matéria. Importante dizer que existem na 
CF/88 matérias de competência privativa e também de competência 
concorrente. No geral, as matérias de competência local ficam a cargo dos 
municípios e de interesse nacional ficam a cargo da União, ficando o Estado 
com o remanescente. 
O exercício do poder de polícia pode se dar de três formas distintas: 
✓ Preventiva: disposições genéricas que regulamentam comportamentos 
(ex.: portarias ou regulamentos que regulam horários de estabelecimentos em 
determinada localidade); 
✓ Repressiva: prática de atos que visam desfazer a situação de 
desobediência à lei (ex.: apreensão de revistas pornográficas em exposição 
em local impróprio); e 
Objetivo é obrigar o 
contribuinte à
Nome das técnicas
Forma de atuar pelo 
poder de polícia
Técnica de 
Ordenação
De 
informação
Prestar 
Informação
De 
condicionamento
Cumprir 
condições
Sancionatória
Cumprir 
técnicas de 
cond. e info.
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✓ Fiscalizadora: previne eventuais lesões a normas ou direitos (ex.: 
vistoria de veículos). 
 
 
1. Ciclo de Polícia 
Segundo a doutrina, a função de polícia é exercida em quatro fases: ordem 
de polícia, consentimento de polícia, fiscalização de polícia e sanção de polícia. 
Vamos ver cada um desses itens. 
1. Ordem de Polícia: É o estabelecimento de normas que obrigam as 
pessoas a fazer ou deixar de fazer algo em função do interesse público. 
2. Consentimento de polícia: É o ato administrativo que permite ao 
Poder Público usar da propriedade privada ou ao particular exercer 
alguma atividade. Obviamente, nem sempre o particular precisa de 
consentimento para realizar uma atividade, o que faz com que essa fase nem 
sempre ocorra. 
3. Fiscalização de polícia: É o ato de verificar se as ordens de polícia 
estão sendo obedecidas e se as atividades para as quais o particular recebeu 
consentimento estão regulares. 
4. Sanção de polícia: É a efetiva punição, em caso de descumprimento 
das ordens de polícia. Obviamente, tal fase só ocorrerá se o particular 
descumprir a ordem de polícia. 
 Jurisprudência do STF 
Segundo o STF, os Municípios têm competência para exigir dos 
bancos a instalação de detectores de metal e vidros a prova de 
balas. Os mesmos entes são competentes para regular o horário 
de funcionamento dos estabelecimentos comerciais (Ag Reg 
793.441). 
 Jurisprudência do STJ 
Segundo o STJ, a competência para fixação do horário bancário 
de atendimento ao público é de competência da União (Súmula 
19). 
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 Notem que essas fases têm uma ordem fixa. Para facilitar a 
memorização podemos lembrar-nos das primeiras letras de cada palavra, ou 
seja: OCFS 
 
2. Atributos do Poder de Polícia 
Segundo a doutrina, o poder de polícia possui três atributos: 
1. Discricionariedade: como vimos anteriormente, a discricionariedade 
está associada à possibilidade de análise quanto à oportunidade e 
conveniência na prática dos atos administrativos. Segundo a doutrina, o 
poder de polícia é predominantemente discricionário existindo, contudo, 
situações em que assume a forma de ato vinculado, como na concessão de 
uma licença. 
2. Autoexecutoriedade: corresponde à capacidade de a autoridade 
administrativa decidir e praticar os atos de polícia sem necessidade de 
intervenção do Judiciário. Obviamente, nem todos os atos de polícia têm 
esse atributo presente. Na verdade, são duas as situações em que 
verificamos tal atributo: 
 Quando expressamente previstos em lei; e 
 Mesmo não estando previstos em lei, se a situação configurar urgência e 
requerer a imediata execução do ato. 
Alguns autores desdobram esse atributo em dois, sendo: 
• Exigibilidade: capacidade da Administração Pública de tomar 
decisões executórias. Aqui estariam os meios indiretos de coação das 
medidas. 
• Executoriedade: poder da Administração para efetivamente executar 
suas decisões podendo inclusive fazer uso de força física, quando necessário. 
A executoriedade representariaos meios diretos de coação. 
Ordem de 
polícia
Consentimento 
de polícia
Fiscalização de 
polícia
Sanção de 
polícia
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O CESPE tem esse entendimento, considerando a presença do atributo da 
autoexecutoriedade quando presentes os dois atributos (exigibilidade e 
executoriedade). Tenha muito cuidado na hora da prova! 
 
Enquanto a exigibilidade está presente em todas as medidas de polícia, a 
executoriedade estaria presente apenas nas situações listadas como 
possíveis de serem auto executadas (previstas em lei e em emergências). 
3. Coercibilidade: É a capacidade que tem a Administração Pública de 
impor ao particular sua vontade, independente da concordância do 
mesmo. Apenas os atos que gozem da autoexecutoriedade possuem 
coercibilidade. 
 
 
3. Prescrição 
Os prazos de prescrição das ações punitivas da Administração Pública federal 
estão previstas na Lei nº 9.873/99. Segundo o artigo 1º da referida lei: 
“Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública 
Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando 
apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato 
ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver 
cessado.” 
Caso o objeto da ação punitiva também constituir crime, serão seguidos os 
prazos de prescrição da lei penal. 
A lei prevê ainda a figura da prescrição intercorrente, que representa a 
prescrição no curso do processo por inércia da APU. 
Autoexecutoriedade
Exigibilidade Executoriedade
Expresso em lei
Situação de 
urgência
Atributos
do Poder de 
Polícia
Discricionariedade
Coercibilidade
Autoexecutoriedade
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“§ 1º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por 
mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão 
arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem 
prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da 
paralisação, se for o caso.” 
Ainda de acordo com a lei, a prescrição é interrompida quando: 
“Art. 2º Interrompe-se a prescrição da ação punitiva: 
I – Pela notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio 
de edital; 
II - Por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato; 
III - pela decisão condenatória recorrível. 
IV – Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação expressa 
de tentativa de solução conciliatória no âmbito interno da administração 
pública federal. ” 
 
Com relação à ação de execução (cobrança) decorrente de crédito não 
tributário a lei trata da seguinte forma: 
“Art. 1º-A. Constituído definitivamente o crédito não tributário, após o 
término regular do processo administrativo, prescreve em 5 (cinco) anos a 
ação de execução da administração pública federal relativa a crédito 
decorrente da aplicação de multa por infração à legislação em vigor.” 
 05. (CESPE - Ag Adm (SUFRAMA) /2014) A legislação 
concede à administração poderes extraordinários, necessários para que o 
Estado alcance os seus fins. Em relação aos poderes da administração pública, 
julgue o item seguinte. 
Em decorrência do poder de polícia, a administração pode condicionar ou 
restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse da coletividade. 
Comentários. 
Perfeita a assertiva. Como vimos, a ideia do poder de polícia é exatamente o 
predomínio do interesse público sobre o interesse privado. Com base nesse 
conceito é legítimo condicionar e restringir direitos de terceiros em prol da 
coletividade. 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
3 – Deveres Administrativos 
3.1 – Dever de agir 
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 Uma vez que a autoridade competente tomar conhecimento de 
determinada situação em que a lei exige ação por parte do agente público, 
não pode este se omitir e deixar de de praticar o ato de sua competência 
sob pena de responsabilização da entidade/ órgão e do próprio agente. 
 A omissão do agente quando a lei expressamente exige uma postura 
comissiva (ação) pode configurar a prática de ilegalidade pelo agente. 
 
 
 Corresponde à obrigação dos agentes públicos de desempenharem 
suas funções com a máxima presteza e eficiência. É importante dizer que 
a eficiência foi introduzida como princípio da Administração Pública, constante 
do artigo 37 da Constituição Federal. 
 Hoje a ineficiência do agente público pode ensejar inclusive a demissão 
de servidor público estável. É importante falar também que é requisito para a 
aquisição de estabilidade a avaliação especial de desempenho (CF/88, artigo 
41). 
 
 
 O dever de probidade exige do agente uma conduta ética, honesta e 
moral, garantindo o interesse público e preservando o patrimônio público. 
 
 
 O dever de prestar contas decorre do princípio da indisponibilidade do 
interesse público. Como o patrimônio público é do povo, qualquer um que lide 
com valores ou bens públicos está submetido a tal princípio. 
 A CF/88 determina: 
 “Art 71 (...) 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública 
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, 
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em 
nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.” 
Podemos perceber que é bem amplo o campo de pessoas que estão obrigadas 
a prestar contas. Outro ponto que merece destaque é que a prestação de 
contas pode até mesmo ensejar a intervenção federal nos Estados (art. 34, 
inc. VII, d), como verificamos abaixo. Tal artigo detalha os princípios 
sensíveis. 
3.2 – Dever de eficiência 
3.3 - Dever de Probidade 
3.4 - Dever de Prestar Contas 
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“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto 
para:(...) 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.” 
Caso o dever de prestar contas seja descumprido por um município, também 
pode ocorrer a intervenção do Estado no mesmo: 
“Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos 
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:(...) 
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;” 
 
 
 Vimos no início da nossa aula que os poderes administrativos são os 
meios de que a Administração Pública se vale para atingir o interesse público. 
Pode ocorrer, entretanto, que o agente exceda os limites de sua 
competência ou execute o ato com finalidade diversa do interesse 
público. Caso isso ocorra, estará configurado o abuso de poder. 
 O abuso de poder pode ocorrer tanto por condutas comissivas quanto 
omissivas e pode assumir duas formas: 
➢ Excesso de poder: Se o agente público extrapolar os limites de sua 
competência, estará atuando com excesso de poder; e 
➢ Desvio de poder: Também chamado de desvio de finalidade, ocorre 
quando o agente público atua buscando fim diverso do previsto para o ato 
ou contrário ao interesse público. 
Enquanto o excesso de poder está associado ao vício no elemento 
competência, o desvio de poder está ligado o vício no elemento 
finalidade.4 – Abuso de Poder 
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 Terminada a parte teórica, vamos aos exercícios! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abuso de Poder
Excesso de poder
Vício do elemento competência
Desvio de finalidade
Vício do elemento finalidade
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5.1 – CESPE 
1. (CESPE / Delegado / Polícia Federal / 2018) 
Em relação aos poderes administrativos, julgue o item seguinte. 
A demissão de servidor público configura sanção aplicada em decorrência do 
poder de polícia administrativa, uma vez que se caracteriza como atividade de 
controle repressiva e concreta com fundamento na supremacia do interesse 
público. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. A sanção a servidor caracterizará o exercício do poder 
disciplinar. O poder de polícia é aquele por meio do qual a administração 
pública limita o uso de bens e fruição de direitos em prol da coletividade. 
Como exemplo podemos citar a atividade de fiscalização de estabelecimentos 
que servem alimentação. 
Gabarito 1. Errado. 
 
2. (CESPE / Auxiliar Institucional / IPHAN / 2018) 
Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública. 
Poder discricionário corresponde à prerrogativa do gestor público de avaliar a 
conveniência e a oportunidade de praticar determinado ato administrativo. 
Comentários. 
Afirmativa correta, pois o poder discricionário é caracterizado por uma 
margem de escolha que o ato normativo deixa para a atuação do agente 
público. 
Gabarito 2. Certo. 
 
3. (CESPE / Auxiliar Institucional / IPHAN / 2018) 
Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública. 
A administração pública exerce o poder disciplinar ao aplicar sanções, por 
exemplo, a um motorista particular que dirige seu veículo em velocidade 
acima da máxima permitida. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. Conforme vimos acima, trata-se de exercício do poder de 
polícia da administração. 
Gabarito 3. Errado. 
5 – Questões Comentadas 
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4. (CESPE / Auxiliar Institucional / IPHAN / 2018) 
Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública. 
Ao exercer o poder regulamentar, a administração pública pode extrapolar os 
limites do ato normativo primário, desde que o faça com vistas à finalidade 
pública. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. O poder regulamentar é condicionado ao ato normativo 
primário, não podendo inovar, mas devendo apenas pormenorizar a aplicação 
do que consta do ato normativo em questão, que, na maioria dos casos 
concretos, será uma lei. 
Gabarito 4. Errado. 
 
5. (CESPE / Auxiliar Institucional / IPHAN / 2018) 
Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública. 
Por meio do poder de polícia administrativo, a autoridade policial tem 
competência para convocar testemunha para depor em delegacia de polícia. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. Nessa questão o examinador tenta confundir o se 
referindo a uma atribuição da polícia judiciária. Tenha em mente que a polícia 
administrativa não tem como finalidade a repressão de ilícitos penais. Esse é o 
papel da polícia judiaria, que, no âmbito estadual, será a Polícia Civil de cada 
estado. 
Gabarito 5. Errado. 
 
6. (CESPE / Analista Judiciário / STM / 2018) 
Considerando a doutrina majoritária, julgue o próximo item, referente ao 
poder administrativo, à organização administrativa federal e aos princípios 
básicos da administração pública. 
No exercício do poder regulamentar, o Poder Executivo pode editar 
regulamentos autônomos de organização administrativa, desde que esses não 
impliquem aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. 
Comentários. 
Afirmativa correta que encontra amparo no seguinte dispositivo constitucional. 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
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VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
Gabarito 6. Certo. 
 
7. (CESPE / Auditor do Estado / SEFAZ-RS / 2018) 
A respeito dos poderes administrativos, assinale a opção correta. 
a) O exercício do poder disciplinar não admite delegação ou avocação de 
atribuições. 
b) O exercício do poder disciplinar pode ser observado na imposição de multas 
de trânsito. 
c) O poder regulamentar é o poder de a administração pública editar leis em 
sentido estrito. 
d) A possibilidade de a administração pública restringir o gozo da liberdade 
individual em favor do interesse da coletividade decorre do poder de polícia. 
e) O poder hierárquico pode ser exercido pela União sobre uma sociedade de 
economia mista da qual ela seja acionista. 
Comentários. 
A alternativa correta é a letra D. O poder de polícia é a capacidade que 
detém o Estado de restringir direitos e garantias individuais em 
benefício da coletividade, com base no princípio da supremacia do interesse 
público. 
A alternativa A é incorreta, pois não há essa vedação na lei. 
A alternativa B é incorreta, trata-se do poder de polícia. O poder disciplinar 
não deve ser confundido com o poder de polícia. Enquanto esse último é 
exercido em situações em que pessoas/entidades estão gerando 
transtornos (ou risco de fazê-lo) para a coletividade, o poder disciplinar 
atua somente naqueles que possuem algum vínculo com a 
Administração e não necessariamente estão gerando prejuízos para a 
sociedade de forma direta. 
A alternativa C é incorreta. Por meio desse poder são emitidas normativas 
para regulamentar as leis em sentido estrito. 
A alternativa E está incorreta, pois não há relação hierárquica entre a 
administração direta e indireta. Há vinculação para fins de controle finalístico – 
princípio da tutela. 
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Gabarito 7. D. 
 
8. (CESPE / Analista de Gestão Educacional / SEDF / 2017) 
José, chefe do setor de recursos humanos de determinado órgão público, 
editou ato disciplinando as regras para a participação de servidores em 
concurso de promoção. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
A edição do referido ato é exemplo de exercício do poder regulamentar. 
Comentários. 
Afirmativa correta. Trata-se de mera normatização de matéria previamente 
regulada em lei, conforme poder regulamentar. 
No entanto, devemos estar atentos à possível diferenciação entre poder 
regulamentar (Chefe do Poder Executivo) e poder normativo. Nessa questão o 
examinador não entrou nesse detalhe. Mas é interessante estar atento à forma 
como o enunciado aborda o assunto. Em termos de CESPE, a maioria das 
questões são nesse sentido. 
Gabarito 8. Certo. 
 
9. (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PE / 2017) 
Com relação a agentes públicos, atos administrativos, poderes da 
administração pública e responsabilidade civil do Estado, julgue o item 
subsequente. 
Ainda que a lei ofereça ao agente público mais de uma alternativapara o 
exercício do poder de polícia, a autoridade terá limitações quanto ao meio de 
ação. 
Comentários. 
Afirmativa correta. Ainda que haja discricionariedade, o agente público está 
submetido ao princípio da legalidade estrita, tendo sua atuação plenamente 
pautada na lei. 
Gabarito 9. Certo. 
 
10. (CESPE / Procurador do Município / Prefeitura de Fortaleza – CE 
/2017) 
Com relação a processo administrativo, poderes da administração e serviços 
públicos, julgue o item subsecutivo. 
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O exercício do poder regulamentar é privativo do chefe do Poder Executivo da 
União, dos estados, do DF e dos municípios. 
Comentários. 
Afirmativa correta. Ao contrário do entendimento majoritário que a banca 
costuma apresentar, aqui o poder regulamentar foi entendido como sendo 
exercido apenas pelo Chefe do Poder Executivo. 
Gabarito 10. Certo. 
 
11. (CESPE / Conhecimentos Básicos - Cargos 1, 18, 19, 37 e 38 / 
TCE-PA / 2016). 
A respeito dos agentes públicos e dos poderes da administração pública, 
julgue o item que se segue. 
Quando um servidor detentor de cargo de chefia assina expediente em 
concordância com o conteúdo de ato elaborado por servidor subordinado, está 
caracterizada uma expressão do poder hierárquico. 
Comentários. 
Afirmativa correta. A revisão de atos dos subordinados pode ser considerada 
expressão do poder hierárquico. 
Gabarito 11. Certo. 
 
12. (CESPE / Auditor de Controle Externo – Procuradoria / TCE-PA / 
2016) 
O Congresso Nacional aprovou uma reforma administrativa proposta pelo 
presidente da República que reduziu o número de ministérios. Nesse contexto, 
o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério da Previdência Social foram 
fundidos, tornando-se Ministério do Trabalho e Previdência Social. A partir 
dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
A referida reforma administrativa poderia ter se materializado com a edição de 
decreto autônomo, em decorrência do poder regulamentar do presidente da 
República. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. O presidente não pode extinguir órgãos públicos 
mediante decreto. 
CF/88. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
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Gabarito 12. Errado. 
 
13. (CESPE / Analista Técnico – Administrativo / DPU / 2016) 
Acerca da organização administrativa da União, da organização e da 
responsabilidade civil do Estado, bem como do exercício do poder de polícia 
administrativa, julgue o item que se segue. 
A edição de ato normativo constitui exemplo do exercício do poder de polícia 
pela administração pública. 
Comentários. 
Afirmativa correta. Segundo a doutrina, o poder de polícia pode ser avaliado 
sob os conceitos amplo e estrito. No conceito amplo, estariam englobados 
tanto os atos do Poder Executivo quanto as leis expedidas pelo Poder 
Legislativo, que acabam definindo o sistema que deve ser obedecido pelos 
cidadãos. 
Já no conceito estrito, apenas os atos do Poder Executivo que impliquem 
limitações aos particulares em prol da coletividade fariam parte do poder de 
polícia. Notem que tanto os atos de efeitos concretos quanto os atos 
normativos expedidos pelo Poder Executivo estão contidos nesse conceito. 
Gabarito 13. Certo. 
 
14. (CESPE / Técnico em Assuntos Educacionais / 2016) 
No que se refere aos poderes da administração pública e aos serviços públicos, 
julgue o item subsecutivo. 
O poder de polícia, decorrente da supremacia geral do interesse público, 
permite que a administração pública condicione ou restrinja o exercício de 
atividades, o uso e gozo de bens e direitos pelos particulares, em nome do 
interesse público. 
Comentários. 
Afirmativa correta. O poder de polícia é a capacidade que detém o Estado de 
restringir direitos e garantias individuais em benefício da coletividade, com 
base no princípio da supremacia do interesse público. 
Em regra, o poder de polícia tem caráter discricionário. Porém há situações em 
que se torna vinculado, se a norma que o trata assim definir. 
Gabarito 14. Certo. 
 
15. (CESPE / Técnico em Assuntos Educacionais / 2016) 
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No que se refere aos poderes da administração pública e aos serviços públicos, 
julgue o item subsecutivo. 
Configura-se desvio de poder ou de finalidade quando o agente atua fora dos 
limites de suas atribuições, ou seja, no caso de realizar ato administrativo não 
incluído no âmbito de sua competência. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. Trata-se na verdade de desvio de competência, espécie 
do gênero abuso de poder. O desvio de finalidade ocorre quando o agente tem 
competência para o ato, mas o faz tem como finalidade diversa da prevista em 
lei. 
Gabarito 15. Errado. 
 
16. (CESPE / Auditor de Controle Externo / TCE-PA / 2016) 
Acerca dos servidores públicos, dos poderes da administração pública e do 
regime jurídico-administrativo, julgue o item que se segue. 
Situação hipotética: O proprietário de determinado restaurante recebeu 
notificação na qual constava a determinação de que a obra que havia sido 
irregularmente realizada na calçada do referido estabelecimento, para a 
colocação de mesas, teria de ser demolida. 
Assertiva: Nesse caso, decorrendo o prazo sem cumprimento da ordem, a 
administração poderá promover a demolição sob o manto da 
autoexecutoriedade dos atos administrativos e do poder de polícia. 
Comentários. 
Afirmativa correta. A questão cita corretamente a autoexecutoriedade, que 
permite à Administração Pública executar seus atos de forma independente da 
apreciação do Poder Judiciário. Obviamente, esses atos devem estar 
acobertados pela lei. 
Gabarito 16. Certo. 
 
17. (CESPE / Técnico Administrativo / TRE-GO /2015) 
Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da administração pública. 
Poder disciplinar é aquele que permite à administração pública disciplinar, de 
forma concreta, a aplicação de leis gerais e abstratas. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. O examinador na verdade descreveu o poder normativo. 
Poder disciplinar é a capacidade da Administração Pública de aplicar punições 
disciplinares a seus agentes. 
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Gabarito 17. Errado. 
 
18. (CESPE/Analista Judiciário - Judiciária/TJ-DFT/2015) 
Julgue o próximo item, em relação ao poder de polícia, à desapropriação e aos 
serviços públicos. 
O STF entende ser constitucional a atribuição, pelo município, do exercício do 
poder de polícia de trânsito a guardas municipais, inclusive no que se refere à 
imposição de sanções administrativas legalmente previstas. 
Comentários. 
Afirmativa correta. Trata-se de jurisprudência da Suprema Corte em que foi 
definida a legalidade da situação acima descrita (Recurso Extraordinário n° 
658.570). 
Gabarito 18. Certo. 
 
19. (CESPE/Advogado da União/AGU/2015) 
Foi editada portaria ministerial que regulamentou, com fundamento direto no 
princípio constitucional da eficiência, a concessão de gratificação de 
desempenho aos servidores de determinado ministério. 
Com referência a essa situação hipotética e ao poder regulamentar, julgue o 
próximoitem. 
As portarias são qualificadas como atos de regulamentação de segundo grau. 
Comentários. 
Afirmativa correta. As portarias são qualificadas como atos de regulamentação 
de segundo grau. 
Os atos de primeiro grau são regulamentos e decreto. Os de segundo grau são 
portarias, instruções normativas, orientações normativas e resoluções. 
Gabarito 19. Certo. 
 
20. (CESPE/MPU/Técnico do MPU – Segurança Institucional e 
Transporte/2015) 
O servidor responsável pela segurança da portaria de um órgão público 
desentendeu-se com a autoridade superior desse órgão. Para se vingar do 
servidor, a autoridade determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os 
dados completos de todas as pessoas que entrassem e saíssem do imóvel. 
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
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O ato da autoridade superior foi praticado no exercício de seu poder 
disciplinar. 
Comentários: 
O poder hierárquico está associado à própria organização da 
Administração Pública. Por esse poder, é possível definir a estrutura 
hierárquica, estabelecendo os órgãos da cúpula e todos os demais que lhes 
são subordinados, bem como a hierarquia entre si. Além da questão 
estrutural, tal poder permite a organização das funções dos agentes públicos, 
definindo quais são os superiores hierárquicos/chefes de cada unidade e setor. 
A implicação disso é que o superior pode mandar nos seus subordinados e 
fiscalizar sua atuação. 
Já o poder disciplinar está associado à capacidade que detém a 
Administração Pública de verificar infrações e aplicar penalidades aos agentes 
e demais pessoas (físicas e jurídicas) que possuam algum vínculo com ela. 
De acordo com a questão, a autoridade superior ordenou que o subordinado 
anotasse todos os dados das pessoas que entrassem/saíssem do imóvel. A 
ordem, ainda que tenha sido exarada com desvio de finalidade, deve ser 
executada pelo subordinado. Isso decorre do poder hierárquico e não do 
disciplinar, já que não houve infração na conduta do subordinado ou aplicação 
de penalidade pela autoridade superior (de acordo com a questão). 
Gabarito 20. Errado. 
 
21. (CESPE/TER-GO/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2015) 
Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da administração pública. 
O poder hierárquico é aquele que confere à administração pública a 
capacidade de aplicar penalidades. 
Comentários: 
 
Já o poder hierárquico está associado à: 
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Para a redação da questão ficar correta devemos trocar a palavra hierárquico 
por disciplinar: O poder disciplinar é aquele que confere à administração 
pública a capacidade de aplicar penalidades. 
Gabarito 21. Errado. 
 
22. (CESPE/FUB/Auditor/2015) 
Acerca dos poderes administrativos, julgue o item que se segue. 
O âmbito de incidência do poder disciplinar da administração pública está 
restrito aos servidores públicos. 
Comentários: 
Entende-se por poder disciplinar a capacidade que detém a Administração 
Pública de verificar infrações e aplicar penalidades aos agentes e demais 
pessoas (físicas e jurídicas) que possuam algum vínculo com ela. 
Assim, os concessionários de serviços públicos, por exemplo, estão no âmbito 
de incidência do poder disciplinar, já que possuem vínculo com 
a Administração Pública. 
Gabarito 22. Errado. 
 
23. (CESPE/DPU/Defensor Público Federal de Segunda 
Categoria/2015) 
Julgue o item a seguir, que tratam da hierarquia e dos poderes da 
administração pública. 
A hierarquia é uma característica encontrada exclusivamente no exercício da 
função administrativa, que inexiste, portanto, nas funções legislativa e 
jurisdicional típicas. 
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Comentários: 
O poder hierárquico se faz presente em todos os Poderes (Executivo, 
Legislativo e Judiciário) de todas as esferas (Federal, Estadual, Distrital e 
Municipal), uma vez sempre há uma estrutura administrativa presente para a 
execução dos objetivos de cada órgão/entidade. 
É importante se atentar ao fato de que no Poder Executivo a hierárquica se 
faz presente em sua função típica (administrativa) enquanto que nos Poderes 
Legislativo e Judiciário o poder hierárquico se faz presente em funções 
atípicas (função administrativa, já que as típicas são a legislativa e 
jurisdicional). 
Gabarito 23. Certo. 
 
24. (CESPE/FUB/Auditor/2015) 
Acerca dos poderes administrativos, julgue o item que se segue. 
O exercício do poder de polícia é delegável a pessoas jurídicas de direito 
privado. 
Comentários: 
Independentemente de o poder de polícia ser exercido pela Administração 
Pública Direta ou Indireta, predomina na doutrina e na jurisprudência do 
STF o entendimento que o poder de polícia só pode ser exercido por entidades 
de direito público e nunca por entidades de direito privado. 
Apesar do descrito acima, devemos ressaltar que o STJ já admitiu em seu 
julgamento que as atividades de consentimento e fiscalização do ciclo de 
polícia poderiam ser delegadas a entidade de direito privado da Administração 
Pública Indireta. Em provas de concurso recomendamos ao candidato avaliar 
criteriosamente as opções de resposta e como regra adotar o entendimento 
ainda vigente pela maioria da doutrina de que o poder de polícia não pode ser 
delegado a entidade de direito privado. 
Gabarito 24. Errado. 
 
25. (CESPE/MPU/Analista do MPU – Conhecimentos Básicos/2015) 
Com relação ao controle da administração e ao poder de polícia administrativa, 
julgue o item seguinte. 
O poder de polícia administrativa, que incide sobre as atividades, os bens e os 
próprios indivíduos, tem caráter eminentemente repressivo. 
Comentários: 
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De acordo com o nosso esquema, verificamos que o poder de polícia 
administrativa é predominantemente preventivo. 
Gabarito 25. Errado. 
 
26. (CESPE/MPOG/Técnico de Nível Superior – Cargo 22/2015) 
Considerando os poderes regulamentar, disciplinar e hierárquico da 
administração pública, julgue o seguinte item. 
A administração, quando aplica sanção administrativa a uma pessoa que 
descumpre as normas de vigilância sanitária, atua no exercício do poder 
disciplinar, que se baseia na ideia de supremacia geral e se dirige a todos os 
administrados de forma indistinta. 
Comentários: 
Entende-se por poder disciplinar a capacidade que detém a Administração 
Pública de verificar infrações e aplicar penalidades aos agentes e demais 
pessoas (físicas e jurídicas) que possuam algum vínculo com ela. 
Já o poder de polícia é aplicado sobre os particulares que não 
tem vínculo com a Administração Pública. 
Gabarito 26. Errado. 
 
27. (CESPE/DPU/Defensor Público Federal de Segunda 
Categoria/2015) 
Julgue o item a seguir, que tratam da hierarquia e dos poderes da 
administração pública. 
 
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A multa, como sanção resultante do exercício do poder de polícia 
administrativa, não possui a característica da autoexecutoriedade. 
Comentários: 
O poder de polícia possui 3 atributos: discricionariedade, autoexecutoriedade e 
coercibilidade. 
 A Autoexecutoriedadecorresponde à capacidade de a autoridade 
administrativa decidir e praticar os atos de 
polícia sem necessidade de intervenção do Judiciário. Obviamente, nem todos 
os atos de polícia têm esse atributo presente. Na verdade, 
são duas as situações em que verificamos tal atributo: 
• Quando expressamente previstos em lei. 
• Mesmo não estando previstos em lei, se a situação 
configurar urgência e requerer a imediata execução do ato. 
Alguns autores desdobram esse atributo em dois (esse é o entendimento 
do CESPE), sendo: 
• Exigibilidade: capacidade da Administração Pública de tomar 
decisões executórias. Aqui estariam os meios indiretos de coação das 
medidas. 
• Executoriedade: poder da Administração Pública de 
efetivamente executar suas decisões, podendo inclusive fazer uso de força 
física, quando necessário. A executoriedade representaria os meios diretos de 
coação. 
O ponto chave para acertar a questão é que, em relação às multas, há duas 
situações: 
1. A aplicação de uma multa: reflete o atributo da exigibilidade. 
2. A cobrança da multa não tem a força da executoriedade, já que é 
necessária a utilização dos meios para isso (inclusão em dívida ativa e ação de 
execução, havendo a necessidade de participação do Poder Judiciário). 
Gabarito 27. Certo. 
 
28. (CESPE/TRE-GO/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2015) 
Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da administração pública. 
O excesso de poder, espécie de abuso de poder, ocorre quando o agente 
público ultrapassa os limites impostos a suas atribuições. 
Comentários: 
O abuso de poder ocorrer tanto por condutas comissivas quanto omissivas e 
pode assumir duas formas: 
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➢ Excesso de poder: Se o agente público extrapolar os limites de sua 
competência, estará atuando com excesso de poder. 
➢ Desvio de poder: Também chamado de desvio de finalidade, ocorre 
quando o agente público atua buscando fim diverso do previsto ou 
contrário ao interesse público. 
Enquanto o excesso de poder está associado ao vício no elemento 
competência, o desvio de poder está ligado o vício no elemento 
finalidade. 
Gabarito 28. Certo. 
 
29. (CESPE - TJ TRE GO - Administrativa/2015) 
Julgue o item que se segue, referente aos poderes da administração pública. 
O poder hierárquico é aquele que confere à administração pública a 
capacidade de aplicar penalidades. 
Comentários. 
O poder hierárquico disciplinar é aquele que confere à administração 
pública a capacidade de aplicar penalidades. 
Gabarito 29. Certo. 
 
30. (CESPE/Técnico Judiciário - Área Judiciária/TJ-CE/2014) 
Assinale a opção correta no que se refere aos poderes e deveres dos 
administradores públicos. 
a) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos limites 
de sua competência, buscando alcançar fins diversos daqueles que a lei 
permite. 
b) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de sua 
competência, exerce atividades que a lei não lhe conferiu. 
c) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via 
administrativa ou judicial, a prática do ato imposto pela lei. 
d) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm competência, 
em relação aos agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, 
revisar atos, delegar, avocar atribuições e ainda aplicar sanções. 
e) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a prática 
de determinado ato de interesse público. 
Comentários. 
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A alternativa correta é a letra C. O prejuízo a direito de terceiro pode decorrer 
de ato administrativo ou da omissão da administração, que poderá ser 
corrigida por via administrativa ou judicial. 
A alternativa A é incorreta. O examinador descreveu na verdade o conceito de 
excesso de poder. Desvio de finalidade é quando o agente procura atingir fim 
diverso do que a lei determina que deva atingir. 
A questão B está incorreta. O examinador usa uma frase conflitante, pois se o 
examinador exerce atividades que a lei não conferiu está atuando fora de sua 
competência, o que é excesso de poder. O erro da alternativa é a descrição 
incorreta do conceito. 
A alternativa D está incorreta. O conceito de poder hierárquico foi maculado 
apenas quando o examinador incluiu a possibilidade de aplicar sanções, o que 
tornou a questão incorreta. 
A alternativa E está incorreta. Não há faculdade para atuar em prol do 
interesse público, há dever. Mais detalhadamente há o poder-dever de agir. O 
fato de haver atos discricionários não afasta esse conceito. O ato 
discricionário, analisados conveniência e oportunidade, estará obedecendo ao 
interesse público sendo editado ou não. 
Gabarito 30. C. 
 
31. (CESPE / Agente da Polícia / Polícia Federal / 2014) 
Acerca dos poderes administrativos e da responsabilidade civil do Estado, 
julgue item que se segue. 
A aplicação de sanção administrativa contra concessionária de serviço público 
decorre do exercício do poder disciplinar. 
Comentários. 
Afirmativa correta. O Poder Disciplinar da administração respalda a aplicação 
de sanção mesmo àqueles que a ela estejam temporariamente vinculados. 
Gabarito 31. Certo. 
 
32. (CESPE / Analista de Administração Pública / 2014) 
Considere que, durante uma fiscalização, fiscais do DF tenham encontrado 
alimentos com prazo de validade expirado na geladeira de um restaurante. 
Diante da ocorrência, lavraram auto de infração, aplicaram multa e 
apreenderam esses alimentos. Com base na situação hipotética apresentada, 
julgue o item subsecutivo. 
Diante do risco à saúde da população, as mercadorias com prazo de validade 
expirado poderão ser imediatamente apreendidas, mesmo antes da abertura 
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de processo administrativo e sem prévio contraditório do proprietário do 
estabelecimento. 
Comentários. 
Afirmativa correta. Temos uma hipótese de atuação da Administração Pública 
por meio do Poder de Polícia. Ainda, no caso considerado, teremos o 
contraditório diferido. Ainda, o risco à coletividade seria considerável caso 
fosse aberto processo administrativo para possível posterior apreensão. 
Gabarito 32. Certo. 
 
 
33. (CESPE / Agente Administrativo / Polícia Federal / 2014) 
Julgue os itens que se seguem, relativos aos atos administrativos e poderes da 
administração. 
O poder para a instauração de processo administrativo disciplinar e aplicação 
da respectiva penalidade decorre do poder de polícia da administração. 
Comentários. 
Afirmativa incorreta. O que na questão encontra-se descrito é o poder 
disciplinar da Administração Pública. Poder de polícia se manifesta com a 
capacidade da administração de limitar ou regular o exercício de determinados 
direitos em prol da sociedade. 
Gabarito 33. Errado. 
 
34. (CESPE/SUFRAMA/Geral/2014) 
Julgue o item que se segue, relativo aos agentes públicos, aos poderes 
administrativos e à responsabilidade civil do Estado. 
O poder discricionário confere ao administrador, em determinadas situações, a 
prerrogativa de valorar determinada conduta em um juízo de conveniência e 
oportunidade que se limita até a prática do ato, tendo em vista a 
impossibilidade de revogá-lo após a produção de seus efeitos por ofensa ao 
princípio da legalidade e do direito adquirido de terceiros de boa-fé. 
Comentários. 
A assertiva peca ao dizer que o ato discricionário deixa de ser revogável após 
a prática

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