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Questão Étnico-Racial na Formação em Serviço Social

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Resumo
Este trabalho tem o objetivo de contribuir com o debate acerca da temática da questão étnico-racial no processo de formação em Serviço Social. Essa temática demostra e o exercício profissional comprometido com a questão social e com a garantia dos direitos humanos. Busca analisar se a questão étnico-racial está inserida no processo de formação profissional em Serviço Social, procurando identificar como expressão da questão social, justifica-se pelo fato da questão racial ser uma demanda presente no cotidiano do fazer profissional do assistente social o reconhecimento da totalidade e contradição dos aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais que perpassam a vida em sociedade. Permite concluir pela necessidade de articulação das categorias de raça/etnia, classe e gênero para a compreensão das relações sociais e dos seus determinantes como fator fundamental para a intervenção profissional.
 Questão étnico racial- social, direitos humanos, sociedade, Serviço Social.
· Tema
Negros e a conquista pelos direitos: O racismo vai além da cor da pele no Brasil.
· Delimitação do Problema
Competências do serviço social aplicadas a questão racial e ao combate ao preconceito e racismo contra negros, a intervenção profissional na conquista pelos seus direitos a igualdade social.
· Objetivos específicos
-Buscar analisar os principais fatores que fazem com que o negro sofra preconceito em relação a sua cor/ etnia.
-Identificar quais são os valores culturais que fazem com que o negro não se destaque no meio social.
-Garantir direitos sociais a essa classe menos favorecida.
-Resgatar valores culturais, promovendo palestras com objetivo de diminuir desigualdades sociais.
Que a brisa do Brasil beija e balança, 
Estandarte que a luz do sol encerra 
E as promessas divinas da esperança... 
Tu que, da liberdade após a guerra, 
Foste hasteado dos heróis na lança 
Antes te houvessem roto na batalha, 
Que servires a um povo de mortalha!... 
Fatalidade atroz que a mente esmaga! 
Extingue nesta hora o brigue imundo 
O trilho que Colombo abriu nas vagas, 
Como um íris no pélago profundo! 
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga 
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! 
Andrada! arranca esse pendão dos ares! 
Colombo! fecha a porta dos teus mares! 
Introdução
Na sociedade atual acredita-se que a cor e a raça interferem na qualidade de vida dos cidadãos fazendo com que o preconceito e discriminação contra negros seja ainda é muito forte mesmo após muitos anos com o término da escravidão ainda existe desigualdades sociais em relações aos negros, classe essa menos favorecida e muito discriminada seja pelo seu tom de pele, raça, valores culturais entre outros.  Este problema é profundo, não se limita apenas ao preconceito com a cor da pele, o racismo se revela em diversos aspectos, com diferentes conceitos que podem vir associados às raças, às etnias ou às características físicas preconceitos raciais, comportamentos discriminatórios, disposições estruturais e práticas institucionalizadas que provocam a desigualdade racial. 
As crescentes diversidades sociais estão acompanhadas de crescentes desigualdades sociais. Criam-se e recriam-se as condições de mobilidade social horizontal e vertical simultaneamente às desigualdades e aos antagonismos. Esse é o contexto que emprego, desemprego, subemprego e o pauperismo se tornam realidade cotidiana para muitos trabalhadores. As reivindicações, protestos e greves expressam algo desse contexto. [...] (IANNI,2004, p. 107).
 Foi por meio das lutas sociais, que a questão social passou a ser visualizada c e considera da politicamente, ultrapassando o âmbito privado da relação entre capital e trabalho, colocando à esfera pública novas demandas pensadas e articuladas pela classe trabalhadora. Através desse processo de conscientização política dessa classe que passa a exigir a intervenção do estado, através das mobilizações e reivindicações, o reconhecimento e a legalidade dos direitos sociais, econômicos, culturais e políticos. A questão social perpassa o conjunto das dimensões sociais e históricas da formação brasileira em suas particularidades conjunturais, mas é necessário atribuir destaque que consideramos indispensável nesta análise: a importância atribuída pelo autor à questão racial seja, à situação social dos negros no Brasil frente ao contexto de exploração, discriminação e utilização da força de trabalho dessa população.
O serviço social brasileiro passa a intervir nas diversas manifestações da Questão social, produzidas pela sociedade capitalista tem como norteador o “Código de Ética” que embasa o trabalho do profissional do Serviço Social, esse aprovado em 1993, tem como um de seus princípios fundamentais a não discriminação da classe social ao preconceito, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física.
II- DESENVOLVIMENTO 
A questão Social surgiu no século XIX em contexto de desordem, contradições, através do desenvolvimento do país, que culminou no reconhecimento da divisão entre classes sociais, através da relação capital-trabalho.
As desigualdades de classe e a desigualdade racial no Brasil contemporâneo são expressão da herança do processo histórico, a que se acrescem atualmente outros determinantes nesse processo. As transformações ocorridas nas últimas décadas sobre as cidades brasileiras são resultantes do processo de reestruturação capitalista que atinge a estrutura social de países desenvolvidos e subdesenvolvidos, exigindo adaptações dos grandes centros urbanos para viabilizar as demandas do atual ciclo do capital, provocando alterações consideráveis no cotidiano dos habitantes do campo e da cidade.
A questão social é apreendida por Ianni como o “fermento mais importante da transformação social brasileira” (2004, p.105). Mas, ele compreende que a participação dos negros no processo revolucionário decisiva, pois parte do princípio de que o preconceito racial é um instrumento de dominação, que, somado ao preconceito de classe, gera discriminação, intolerância, desigualdades de acesso aos direitos sociais, políticos, jurídicos e culturais, além da violência em suas diversas formas de manifestação. Ianni defende, claramente, a seguinte tese: 
(...) a raça e a classe são constituídas simultânea e reciprocamente na dinâmica das relações sociais, nos jogos das forças sociais. Essa é a fábrica da dominação e alienação que pode romper-se, quando uns e outros, assalariados de todas as categorias, simultaneamente negros e brancos, em suas múltiplas variações, compreendem que a sua emancipação implica a transformação da sociedade: desde a sociedade de castas à de classes, desde a sociedade de classes à sociedade sem classes. Na sociedade sem classes, todos podem realizar-se como pessoas, indivíduos e coletividades. As diversidades não se transformam em desigualdades, distintas modalidades de alienação. Os distintos traços fenotípicos não se transformam em estigmas. Ao contrário, as diversidades de todos os tipos participam da formação, conformação e transformação poli crônica e polifônica da sociedade (IANNI, 2004, p. 147)
A mistura de raças se deu com a vinda dos portugueses para colonizar o Brasil, apenas os índios primitivos habitavam as terras, até que os escravos negros chegaram no Brasil entre 1539 e 1542 pelo móbil do Tráfico “, o ciclo da cana de açúcar.
As escravas negras serviam aos europeus, trabalhavam em suas casas e eram obrigadas a se deitar com seus patrões, muitas acabavam engravidando deles e assim se dava o início da mestiçagem. Essa não eram aceitos, tinham como objetivos extinção dos negros, pois o preconceito e descriminação eram grandes por parte dos brancos.
Os tipos de racismos mais frequentes que mais se destacam são institucional, o religioso e o cultural, que faz com que esse povo negro sejam discriminados e rejeitados diretamente, que os coloca em desvantagens no acesso a benefícios gerados pelo estado ou instituições, sendo que o  cultural faz com que esse tipo de racismocrie a ideia de que uma raça é superior a outra, dando prioridade aos brancos que são vistos como capazes, produtivos e com valores, e o  religioso por vezes faz com que os negros sejam perseguidos e agredidos pelo conjunto de ideologia e atitudes a diferentes crenças e religião. 
A Lei 12.288, conhecida como o Estatuto da Igualdade Racial, foi promulgada em 20 de julho de 2010. Logo em seu artigo 1º determina que o Estado brasileiro deve “garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.”
O Estatuto dispõe sobre os Direitos Fundamentais da população negra em áreas como Saúde; Educação, Cultura, Esporte e Lazer; Liberdade de Consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos; Acesso à terra e à moradia adequada; Trabalho e Meios de Comunicação. Como toda lei, o Estatuto da Igualdade Racial é um organismo vivo, que permite interpretações variadas e aperfeiçoamento constante. Justamente por isso, é importante que cidadãos, entidades, empresas e o poder público estejam em diálogo permanente e se manifestem sempre que os direitos estabelecidos sejam insuficientes, estejam ameaçados ou mesmo defasados.
Conforme o Estatuto da igualdade racial, dos direitos fundamentais, garante a população negra, o direito à saúde mediantes políticas universais, tendo esse grupo acesso igual aos demais ao SUS, garantindo que não sejam discriminados.
Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido pelo poder público mediante políticas universais, sociais e econômicas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agravos.
§ 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde (SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da população negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições públicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração direta e indireta.
§ 2o O poder público garantirá que o segmento da população negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem discriminação.

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