Buscar

ECOLOGIA E CONSERVACIONISMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA, CADEIAS E TEIAS ALIMENTARES 
1. CONTEXTUALIZANDO: 
Proteger o meio ambiente tem sido uma preocupação mundial. Afinal, o comportamento 
humano inconsciente pode trazer prejuízos consideráveis à saúde e ao ambiente. 
O comportamento humano inconsciente pode trazer prejuízos consideráveis à saúde e ao 
ambiente, pois está associado ao desaparecimento de diferentes espécies de abelhas em todo 
mundo, prejudicando a polinização de 70% das espécies vegetais, além de estar ligado à morte e 
a alterações no senso de direção de aves migratórias. Por exemplo, pardais-de-coroa-branca, 
durante migração do sul dos EUA e de parte do México para o Canadá, alimentaram-se de milho 
tratado com organofosforados. Isso causou perda das reservas de gordura e da massa corporal, 
ocasionando comprometimento físico, que prejudicou o voo dessas aves, e provocando atrasos de 
migração, direção migratória inadequada, maior risco de mortalidade e menor chance de 
reprodução. 
2. FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA: 
2.1. HISTÓRICO: 
Os primeiros passos da ecologia na história têm base em relatos gregos, a partir de 
Teofrasto, discípulo de Aristóteles, que iniciou as primeiras descrições sobre as relações dos 
organismos vivos entre si e com o ambiente. 
As bases fundamentais da ecologia moderna foram iniciadas a partir dos primeiros trabalhos 
descritos por fisiologistas sobre a estrutura de plantas e animais. 
> SÉCULO XIX: 
- Acontecimento 1: 
No início do século XIX, Thomas Malthus (1766-1834) chamou a atenção da comunidade 
científica para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da Terra de fornecer 
alimento a elas. 
Malthus verificou que o crescimento populacional entre 1785 e 1790 havia dobrado em 
função do aumento da produção de alimentos, de melhores condições sanitárias e do 
aperfeiçoamento no combate às doenças causadas pela Revolução Industrial. 
Em 1798, ele publicou a obra "An Essay on the Principle of Population", na qual alertava que 
a população contemporânea à época crescia em escala geométrica, ao passo que a produção de 
alimentos crescia em escala aritmética, podendo causar escassez e fome. Assim, ele propunha 
que o crescimento populacional humano deveria ser controlado. 
- Acontecimento 2: 
Raymond Pearl (1879-1940), Alfred James Lotka (1880-1949) e Vito Volterra (1860-1940) 
desenvolveram as bases matemáticas a serem utilizadas no estudo das populações, que auxiliaram 
na compreensão das interações entre predadores e presas, das relações competitivas entre as 
diferentes espécies e do controle populacional feito pela natureza. 
- Acontecimento 3: 
O estudo da influência do comportamento instintivo e agressivo sobre a dinâmica das 
populações foi incentivado pelo reconhecimento da existência e a aceitação da territorialidade pelos 
pássaros em 1920. 
Konrad Lorenz (1903-1989) e Nikolaas Tinbergen (1907-1988) criaram os conceitos de 
comportamento instintivo e agressivo através do estudo de pássaros, ao passo que Vero Copner 
Wynne-Edwards (1906-1977) estudou o papel do comportamento social no controle das 
populações em seu livro "Animal Dispersion in Relation to Social Behavior", de 1962. 
> SÉCULO XIX: 
- Acontecimento 4: 
Durante o início e meados do século XX, dois grupos botânicos – um europeu e outro 
americano – estudaram comunidades vegetais. 
Os cientistas europeus estudaram a composição, a estrutura e a distribuição das 
comunidades vegetais, ao passo que os americanos estudaram o desenvolvimento e a sucessão 
de determinadas comunidades vegetais. 
- Acontecimento 5: 
Em 1920, o biólogo August Thienemann (1882-1960) introduziu o conceito de níveis tróficos, 
no qual a energia dos alimentos é transferida a partir dos produtores (plantas verdes) aos diferentes 
tipos e níveis de consumidores (animais). 
- Acontecimento 6: 
Em 1927, Charles Sutherland Elton (1900-1991) publicou os conceitos de nichos ecológicos 
e pirâmides de números no livro "Animal Ecology". 
- Acontecimento 7: 
Na década de 1930, Edward Asahel Birge (1851-1950) e Chancey Juday (1871-1944) 
desenvolveram o conceito da produção primária ou proporção, na qual a energia é gerada por meio 
da fotossíntese. 
- Acontecimento 8: 
Em 1942, Raymond Laurel Lindeman (1915-1942) criou o conceito trófico-dinâmico de 
ecologia, que detalha como é distribuído o fluxo da energia por meio do ecossistema. Assim, a 
ecologia moderna passou a se concentrar no conceito de ecossistema, composto por organismos 
integrados (biótico) e que envolve todos os aspectos do ambiente (abiótico) em qualquer área 
específica. 
Os ecossistemas possuem inter-relações estruturadas entre solo, água, nutrientes, 
produtores, consumidores e decomponentes. Eles funcionam graças à manutenção do fluxo de 
energia e ciclagem de materiais em processos e relações energéticas, chamada cadeia alimentar. 
Com o passar do tempo, os ecossistemas tendem à estabilidade, passando de um estado 
menos complexo para um mais complexo, chamado de sucessão. A principal unidade funcional do 
ecossistema é sua população, que ocupa um determinado nicho funcional, associada a um 
determinado papel no fluxo de energia e ciclagem de nutrientes. 
2.2. ECOLOGIA: 
A palavra ecologia vem do prefixo grego oikos, que significa “casa”, e do sufixo logos, que 
significa “estudo”. Assim, a ecologia corresponde ao estudo da casa ou do ambiente e das inter-
relações dos organismos vivos no meio físico. 
A ecologia é considerada uma das ciências mais complexas e amplas, pois, ao compreender 
o funcionamento da natureza, ela estuda diferentes campos da ciência, como evolução, genética, 
citologia, anatomia e fisiologia. 
A ecologia é uma ciência voltada para a natureza, com a função de investigar as relações 
entre os seres vivos e o ambiente, abordando onde e como estes seres vivem e o que os faz viver 
em um determinado local. 
A ecologia possibilita compreender como certas espécies são capazes de influenciar uma 
determinada população e os impactos desta sobre o ambiente. 
Em função de seu nível de organização, autocologia pode ser subdividida em autoecologia 
e sinecologia. Autoecologia corresponde ao estudo de uma determinada espécie, seu 
comportamento e os mecanismos adaptativos que garantem a sobrevivência dela em determinado 
ambiente. Realiza-se, na sinecologia, a análise dos diferentes grupos de organismos que interagem 
entre si e também com o ambiente em que se encontram e vivem. 
A ecologia é uma ciência que se preocupa em estudar biologias vegetal e animal, taxonomia, 
fisiologia, genética, comportamento animal, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, 
antropologia, física, química e matemática. 
Esta ciência se desenvolveu ao longo do estudo das plantas e dos animais, sendo que a 
ecologia vegetal se preocupa em estudar as relações entre as plantas e o seu ambiente. Já a 
ecologia animal foca a dinâmica, a distribuição e o comportamento das populações animais e suas 
inter-relações com o ambiente. 
Tanto a ecologia vegetal quanto a animal podem ser avaliadas a partir do estudo das inter-
relações entre um animal ou vegetal e seu ambiente (autoecologia) ou pelo estudo de comunidades 
(sinecologia). 
 
- Autoecologia: a autoecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e indutiva, uma vez 
que está interessada no relacionamento de um animal ou vegetal com uma ou mais variáveis. Além 
disso, a autoecologia contribui com dois importantes conceitos. O primeiro consiste na constância 
da interação entre um animal ou vegetal e seu ambiente, o segundo, na adaptabilidade genética 
das populações animais ou vegetais às condições ambientais em que vivem 
- Sinecologia: a sinecologia tem caráter filosófico dedutivo e descritivo, sendo constituída por 
conceitos que estão ligados ao ciclo dos nutrientes, das reservas energéticas e da formação e do 
desenvolvimento de ecossistemas. A sinecologia pode ser subdividida de acordo como tipo de 
ambiente, ouseja, como terrestre ou aquático. 
- Ecologia terrestre: a ecologia terrestre pode ser subdividida de acordo com o foco da análise 
dentro do estudo de florestas e desertos, abrangendo aspectos como microclimas, ciclos 
hidrológicos, química e fauna dos solos, ecogenética e produtividade. Vale destacar que os 
ecossistemas terrestres são influenciados por animais e vegetais e estão sujeitos a flutuações 
ambientais, enquanto os ecossistemas aquáticos são mais afetados pelas condições da água, de 
correntes e da composição química. 
- Ecologia aquática: a ecologia aquática, ou limnologia, propõe-se a estudar a ecologia de cursos 
d’água, águas correntes e lagos. Já a ecologia marinha foca o estudo da vida em mar aberto e 
estários. 
- Geografia ecológica animal e vegetal: a geografia ecológica animal e vegetal é o estudo da 
distribuição geográfica das plantas e dos animais. 
- Ecologia populacional: a aecologia populacional se preocupa em estudar o crescimento 
populacional, a mortalidade, a natalidade, a competição e a relação predador-presa. 
- Ecologia genética: a ecologia genética tem como foco o estudo de genética, ecologia das raças 
e espécies. 
- Ecologia comportamental: a ecologia comportamental aborda as relações comportamentais 
entre os animais e o ambiente, e as interações que afetam a dinâmica das populações animais. 
- Ecoclimatologia: a ecoclimatologia tem como foco as interações entre o ambiente físico e os 
animais e vegetais. 
- Ecologia dos sistemas e ecologia aplicada: a ecologia dos sistemas analisa a estrutura e a 
função dos ecossistemas, utilizando a matemática aplicada e os seus modelos. A análise de dados 
e resultados incentivou o desenvolvimento da ecologia aplicada, que estuda a aplicação dos 
princípios ecológicos no manejo dos recursos naturais na produção agrícola e na poluição 
ambiental. 
2.3. NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO NA ECOLOGIA 
A ecologia tem como base níveis hierárquicos de organização que vão desde os sistemas 
mais simples até os mais complexos. Essa hierarquia de organização é definida a partir dos 
conceitos de população, comunidade, ecossistema e biosfera. 
- População: corresponde ao conjuntos de organismos de uma mesma espécie que vivem juntos 
em uma determinada área e que apresentam maiores probabilidades de se reproduzirem entre si, 
em vez de se reproduzirem com indivíduos de outras populações. 
- Comunidade: corresponde ao conjunto de populações de uma determinada região ou área 
geográfica. 
- Ecossistema: corresponde ao conjunto formado pela comunidade e os fatores abióticos. 
- Biosfera: corresponde ao conjunto formado por todos os seres vivos do planeta e suas relações 
em geral. 
 Outro fator importante na ecologia é o estudo do habitat e o papel de certa espécie em 
determinada comunidade, e de como os indivíduos de uma população específica se comportam em 
comunidade. 
> AMBIENTE ABIÓTICO X AMBIENTE BIÓTICO: 
O ambiente onde os organismos vivem é constituído por um ambiente abiótico e um 
ambiente biótico. Veja a diferença entre esses componentes! 
- Ambiente abiótico: 
O ambiente abiótico ou físico é formado por fatores estáveis (como geomorfologia, geologia, 
pedologia, topografia) que levam à formação dos mais distintos relevos e paisagens e fatores 
variáveis, como o clima e a disponibilidade de nutrientes; ou seja, é formado pelo ambiente físico 
propriamente dito e o clima, que são estudados pela geomorfologia e pela climatologia. 
A geomorfologia foca os fatores que compõem a formação das diferentes formas de relevo 
e paisagens em suas resistências e fragilidades. Assim, a geologia oferece as características dos 
diversos tipos de rochas; a pedologia, as características dos diversos tipos de solos; e a topografia, 
as diversas altitudes de cada paisagem. 
A climatologia estuda o que é relacionado aos diferentes tipos de micro, meso e macroclimas 
existentes no planeta Terra. 
- Ambiente biótico: 
O ambiente biótico é aquele que envolve as interações entre os organismos, em que são 
incluídos aspectos de competição, predação, herbivoria, reprodução e dispersão, também 
denominadas interações intraespecíficas e interespecíficas, que levam à formação do padrão de 
distribuição das diferentes espécies, sua abundância ou paucidade. A espécie humana, embora 
não seja a mais abundante, é a que mais interfere na manutenção dos ambientes biótico e abiótico. 
Em outras palavras, o ambiente biótico envolve as interações entre os organismos em que 
estão incluídas as ações antrópicas (alterações provocadas pelo homem no ambiente) causadas 
pelas modificações na biodiversidade animal, vegetal e mineral. 
> INTERAÇÕES ENTRE OS AMBIENTES ABIÓTICO E BIÓTICO: 
Tanto os fatores bióticos quanto os abióticos afetam a distribuição e a sobrevivência dos 
seres vivos; em dado momento, favorecem uma determinada espécie e, em outro, podem 
desfavorecê-la. As interações abióticas também interferem no componente biótico, em virtude da 
alteração de fatores como geologia, topografia, disposição e estrutura dos solos e clima, conforme 
você pode observar na figura a seguir: 
 
 
> CONTRIBUIÇÃO DA GEOLOGIA E DA PEDOLOGIA PARA OS SERES VIVOS: 
 Os compostos inorgânicos do solo são formados a partir do intemperismo das rochas 
(decomposição por processos físicos sem alteração das propriedades químicas) . As grandes 
variações das temperaturas proporcionam a quebra das rochas em pedaços menores, o que facilita 
a ação da água. 
As rochas também podem sofrer ação do intemperismo químico. Isso acontece quando o 
dióxido de carbono, ao ser dissolvido pelas águas da chuva, forma um meio ácido que reage com 
as rochas – como o calcário, resultando em carbonato de cálcio, ou com o feldspato de rochas 
ígneas, formando argila e carbonato de potássio. O carbonato de potássio, ao se acumular na 
matéria orgânica, pode ser utilizado pelas plantas. 
As rochas ígneas são formadas a partir do resfriamento do magma derretido ou parcialmente 
derretido, com ou sem cristalização, abaixo ou próximo à superfície. O magma é produzido a partir 
do derretimento parcial de rochas existentes na crosta terrestre. 
Outros minerais também podem ser produzidos através do intemperismo físico, como ferro, 
magnésio e alumínio. 
Também contribuem para a formação dos solos o processo de erosão (desgaste, transporte 
e sedimentação do solo, substratos e rochas pela ação da água, ventos e seres vivos) e o processo 
de sedimentação (desgaste das rochas e do solo a partir de agentes externos, que levam à 
formação das rochas sedimentares). 
> CONTRIBUIÇÃO DA TOPOGRAFIA PARA OS SERES VIVOS: 
A altitude e a forma do relevo têm papel muito importante na distribuição e na abundância 
dos organismos, uma vez que a temperatura diminui com o aumento da altitude, selecionando as 
espécies capazes de sobreviver nesse ambiente. 
A presença de escarpas (forma de relevo em transição entre diferentes províncias 
geográficas, que envolve uma elevação aguda superior a 49º que forma um penhasco ou encosta 
íngreme) requer, das espécies animais e vegetais, habilidades específicas para viver nesse 
ambiente, além da disponibilidade de água local. 
A topografia dos oceanos, mares, rios e lagos é importante para os organismos aquáticos, 
pois a luz solar vermelha pode ser absorvida por até 30 metros, ao passo que a luz verde e a luz 
azul penetram por até 140 metros, onde se encontram algas verdes. 
Nos oceanos e mares, a camada superficial da coluna de água (zona fótica) é iluminada pela 
luz solar, que pode atingir até 100 metros de profundidade e, em águas tropicais, pode chegar a 
até 600 metros. 
A zona fótica é fundamental, pois lá ocorre a produção primária através da fotossíntese 
realizada pelo fitoplâncton ou por vegetais bentônicos (vivem no substrato dos fundos dos cursos 
de água, lagos, rios, mares e oceanos) em áreas nas quais a luz atinge o fundo do ecossistemaaquático. Na zona fótica, há uma alta concentração da quantidade de vida nos oceanos e mares; 
tal zona pode ser subdividida em camadas eufótica e distrófica. 
- Zona eufótica: na zona eufótica, localizada próxima à superfície, a intensidade de luz é maior e 
suficiente para a produção primária de energia por fotossíntese realizada pelo fitoplâncton, 
responsável por 90% da produção. 
- Zona diastrófica: na zona diastrófica, que apresenta pouca iluminação, é possível encontrar 
fitoplâncton, assim como peixes e seres invertebrados. 
- Zona afótica: abaixo da zona diastrófica, está a zona afótica, na qual a luz solar não é detectada 
e, por isso, há a seleção de seres vivos com habilidade de sobreviver nesse ambiente. 
> CONTRIBUIÇÃO DA LATITUDE PARA OS SERES VIVOS: 
 O Sol é a principal fonte de luz e de calor para a Terra, e o comprimento dos dias e a 
intensidade luminosa diária são fatores decisivos para a sobrevivência dos seres vivos em 
determinados locais. 
A rotação da Terra em torno do seu eixo cria o dia e a noite. Já a inclinação do seu eixo, 
juntamente com a translação, faz parte do fato de o nosso planeta se voltar para o Sol ao longo do 
ano, criando as estações. 
Na linha do Equador, em função da rotação e da translação da Terra em seu eixo, os 
comprimentos do dia e da noite são praticamente idênticos. 
Contudo, nas altas latitudes e nos polos da Terra, isso pode levar ao surgimento de dias e 
de noites com 24 horas no verão e inverno, respectivamente. 
Nas latitudes médias, localizadas próximas aos trópicos, os dias se tornam mais longos no 
verão e mais curtos no inverno. 
> CONTRIBUIÇÃO DO CLIMA E DAS CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS PARA OS SERES VIVOS: 
 Em diferentes condições topográficas, de relevo e de latitude, são encontrados climas com 
variações anuais (estações do ano) que influenciam os ciclos abióticos e bióticos, como a fenologia 
(estudo dos fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições ambientais, 
tais como migração das aves, floração e frutificação) e ritmos circadianos (período de 24 horas no 
qual se baseia o ciclo biológico dos seres vivos, influenciado pela quantidade de luz, temperatura, 
marés e ventos entre o dia e a noite). 
As variações nas estações do ano são observadas, com maior facilidade, nos seguintes 
casos: 
- Nos animais, que apresentam mudanças do comportamento (hibernação e migração); 
- Nas plantas que apresentam características fenológicas (senescência, floração e brotamento) 
> DISTRIBUIÇÃO DAS PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS: 
 A distribuição do regime de chuvas é importante não apenas para a existência de 
determinados tipos taxonômicos, constituindo a formação de territórios similares e territórios 
antagônicos, mas também para a distribuição de alguns grupos de seres vivos que necessitam de 
grande quantidade de água para sobreviver. 
A distribuição das precipitações pluviométricas é um condicionante climático em que as 
atividades pluviométricas são determinadas através do ambiente climático. 
- Na zona equatorial, as precipitações pluviométricas podem ser abundantes e apresentar 
quantidades moderadas, médias e altas. 
- As zonas subtropicais e áreas circunvizinhas aos polos são relativamente secas. 
- As zonas litorâneas ocidentais nos subtrópicos tendem a ser secas; já as litorâneas orientais, 
úmidas. 
- Nas altas latitudes, as costas ocidentais são mais úmidas que as orientais. 
- Nas vertentes a barlavento (lado em que sopra o vento) das montanhas, as atividades 
pluviométricas são abundantes, mas nos lados do solavento (lado oposto de onde sopra o vento) 
são esparsas. 
- As áreas próximas dos grandes corpos hídricos recebem mais precipitação que o interior dos 
continentes, que se localizam distantes das fontes oceânicas e do suprimento de umidade. 
> CONTRIBUIÇÃO DAS CATÁSTROFES PARA OS SERES VIVOS: 
 Existem diversos fenômenos naturais gerados pela movimentação da terra, do ar ou da água 
e que são capazes de interferir na estrutura essencial para a vida. Eles são chamados de desastres 
naturais, como incêndios, deslizamentos, erupções vulcânicas, terremotos e furacões, e são 
capazes de modificar os ambientes biótico e abiótico, alterando a capacidade de adaptação das 
espécies animais e vegetais em determinados locais. 
Os desastres naturais são classificados em tempestades, terremotos, maremotos, furações, 
ciclones e tufões, secas, erupções vulcânicas e inundações. Confira, a seguir, a definição de cada 
um desses fenômenos. 
- Tempestades são constituídas por chuvas intensas de granizo, neve, areia ou raios e podem ser 
destrutivas conforme a quantidade precipitada e a força, podendo levar a deslizamento de terras e 
de gelo e a quedas de árvores. 
- Terremotos são chamados de abalos sísmicos e representam fenômenos de vibração brusca e 
passageira da superfície da Terra. São provocados pela movimentação das placas tectônicas, pela 
atividade vulcânica e pelos deslocamentos de gases no interior da Terra. 
- Maremotos são os terremotos que acontecem no interior dos mares, provocando grandes 
deslocamentos de água. 
- Furacões, ciclones e tufões são fenômenos causados pelo deslocamento abrupto de grandes 
massas de ar, que, dependendo da força, podem destruir um ecossistema. 
- A seca intensa das últimas décadas é uma consequência do aquecimento global, gerando a 
expansão do processo de desertificação de diversas áreas. 
- Erupções vulcânicas levam à expulsão de lava pelos vulcões e têm a capacidade de destruir as 
comunidades, a flora e a fauna. 
- Inundações e enchentes são fenômenos da natureza que podem ser intensificados pela ação 
humana. São causadas pelo aumento de quantidade das chuvas e provocam desabamentos que 
podem alterar determinado ecossistema. 
 O Brasil, por sua localização e pela distância que se encontra das divisões das placas 
tectônicas, não é alvo de muitas ocorrências naturais, porém sua topografia faz com que sejam 
comuns problemas causados por situações extremas de chuvas e de secas. 
> CONTRIBUIÇÃO DA AÇÃO ANTRÓPICA PARA OS SERES VIVOS E O AMBIENTE: 
Os fatores antrópicos são decorrentes da ação do homem sobre o ambiente, podendo ser 
causados por construções de cidades, barragens e diques; assoreamento de corpos d’água; 
mudança do curso de rios; exploração do subsolo; e alteração dos componentes do solo, da água 
e da atmosfera. 
Ao formar novos ambientes urbanos, o homem modifica a biodiversidade local; a cobertura 
vegetal natural; a composição química do solo e subsolo; os cursos e a composição da água; além 
de promover a introdução de espécies exóticas. Barragem hidrelétrica, um dos fatores antrópicos. 
O homem, ao realizar esses feitos por onde passa, deixa marcas conhecidas como pegadas 
ecológicas, modificações na natureza ou impactos ambientais. 
Conforme o tamanho do aglomerado urbano, os efeitos podem ser individuais (microescala) 
ou regionais (macroescala). Em ambientes urbanos com menos de 20 mil habitantes, os efeitos 
ambientais são locais. Naqueles com milhões de habitantes, são regionais. 
Contudo existem casos de ações individuais com capacidade de causar danos regionais, 
como a poluição marinha derivada do derramamento de óleo no mar em função do vazamento de 
petróleo de navios ou plataformas e do lançamento no mar de água utilizada na lavagem de tanques 
(reservatórios) de petróleo dos navios petroleiros. 
O petróleo pode atingir diretamente as aves e os animais marinhos, causando a morte 
dessas espécies, e pode ficar na superfície da água marinha, impossibilitando a penetração dos 
raios solares e a fotossíntese por várias espécies de algas. Quando atinge os mangues, o petróleo 
polui e contamina o ambiente, provocando a morte de várias espécies vegetais e animais. 
Vazamento de petróleo, exemplo de fator antrópico. O petróleo pode atingir as praias, que se 
tornam impróprias para os banhistas, afetando o setor turístico da região e trazendoprejuízos 
econômicos. 
> SEQUÊNCIA DE ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS: 
- Organismo: corresponde à forma individual de vida, cujo corpo é constituído por órgãos, 
organelas ou outras estruturas que interagem fisiologicamente, executando os diferentes processos 
fisiológicos e bioquímicos necessários à vida. 
- População: conjunto de indivíduos de uma mesma espécie. 
- Comunidade: é formada por grupos populacionais integrados que coexistem em um determinado 
habitat ou ambiente. 
- Ecossistema: corresponde ao conjunto de comunidades vivendo em diferentes compartimentos 
de um mesmo ambiente, partilhando características físicas, químicas e biológicas que influenciam 
a existência de determinadas espécies animais ou vegetais. O ecossistema pode ser dividido em 
terrestre e aquático. 
- Bioma: corresponde ao conjunto de seres vivos em uma determinada área ou conjunto de 
ecossistemas. O Brasil apresenta seis tipos de biomas: 
1. A Amazônia ocupa cerca de 50% do país (região Noroeste). 
2. O cerrado representa 24% do país (região Centro-Oeste). 
3. A Mata Atlântica abrange 13% do país (regiões Sul e Sudeste). 
4. A caatinga representa 10% do país (região Nordeste). 
5. Os pampas ocupam 2% do país (região Sul). 
6. O Pantanal possui a extensão de 2% do país (região Centro-Oeste). 
3. CONCEITOS BÁSICOS EM ECOLOGIA: 
> GLOSSÁRIO ECOLÓGICO: 
- Biodiversidade ou diversidade biológica: Conjunto de espécies de seres vivos (animais e 
vegetais) que compõem a vida na Terra ou que estão presentes em determinada região, compondo 
a diversidade genética e a variedade dos ecossistemas em determinada área ou bioma do planeta. 
- Biosfera: Toda vida animal ou vegetal. Inclui a vida na superfície da Terra, em rios, lagos, mares, 
oceanos e parte da atmosfera. 
- Biótopo: Área física na qual determinada comunidade vive. 
- Ciclo biogeoquímico: Processo que envolve a energia e a matéria, que se movimentam pelo 
ambiente de forma cíclica, fazendo a ciclagem dos nutrientes essenciais à manutenção da vida. 
- Comunidade ou biocenese: Conjunto de populações de diversas espécies animais e/ou vegetais 
que habitam uma mesma região em um determinado período. 
- Consumidores: Seres vivos que se alimentam dos seres vivos produtores (consumidores 
primários) ou de outros consumidores (consumidores secundários ou terciários). Aqui estão 
inclusos os detritívoros ou seres vivos que se alimentam de restos orgânicos. 
- Decompositores: Seres vivos que reciclam a matéria orgânica, decompondo-a e degradando-a 
até a formação da matéria inorgânica, que é reaproveitada pelos produtores, continuando o ciclo. 
- Ecossistema ou sistema ecológico: Conjunto formado pelo ambiente físico e pela comunidade 
que se relaciona com ele. 
- Ecótono: Região de transição entre duas comunidades ou dois ecossistemas. Na área de 
transição ou ecótono, encontra-se um grande número de espécies animais e vegetais e, portanto, 
um grande número de nichos ecológicos. 
- Equilíbrio ecológico: Interações entre os seres vivos; é mantido através da cadeia alimentar. 
- Espécie: Conjunto de seres vivos semelhantes estrutural, funcional e bioquimicamente, que se 
reproduzem de forma natural e originam descendentes férteis. 
- Habitat: Lugar específico em que uma espécie animal ou vegetal pode ser encontrada dentro do 
ecossistema. 
- Nicho ecológico: Papel que o organismo animal ou vegetal desempenha no ecossistema. 
- População: Conjunto de seres vivos de uma mesma espécie que vivem em uma mesma área, 
em um determinado período. 
- Produtores: Todos os seres vivos autotróficos clorofilados; estão presentes em todas as cadeias 
alimentares. Os produtores transformam a energia luminosa em energia química, o único processo 
de entrada de energia em um ecossistema. 
- Relações ecológicas: Interações que ocorrem entre os seres vivos dentro dos ecossistemas; 
podem ser entre indivíduos da mesma espécie (intraespecífica) ou de espécies diferentes 
(interespecíficas). As relações ecológicas podem ser benéficas (positivas) ou prejudiciais 
(negativas). 
- Teias alimentares: Várias cadeias alimentares que se relacionam, representando o que ocorre 
na natureza. 
4. CADEIAS ALIMENTARES: 
> CADEIA ALIMENTAR: CONCEITO E COMPONENTES: 
 A cadeia alimentar pode ser compreendida como as relações alimentares entre os seres 
vivos que constituem uma biota, na qual se realiza o fluxo contínuo de energia e matéria entre eles. 
Essa cadeia tem seu início com os produtores e termina com os decompositores, que promovem a 
absorção final de nutrientes e energia entre os seres vivos. 
No que diz respeito aos seres vivos que compõem a cadeia alimentar, eles são classificados 
em produtores, consumidores e decompositores, os quais se encontram em nível trófico distinto. 
Vamos conhecer melhor esses três componentes? 
Os produtores são os seres vivos capazes de produzir ou fabricar o seu próprio alimento a 
partir da realização da fotossíntese e, por isso, são chamados de seres vivos autótrofos. Estes 
representam o primeiro nível trófico da cadeia alimentar e não têm a necessidade de se alimentar 
de outros organismos, por exemplo, as plantas e o fitoplâncton. 
Os consumidores são os seres heterótrofos, ou seja, não produzem o seu próprio alimento 
e, por isso, necessitam de outros seres para obter a energia necessária para sobreviver. Os 
consumidores são classificados em: 
- Primários (herbívoros que se alimentam dos seres produtores); 
- Secundários (carnívoros que se alimentam dos consumidores primários); 
- Terciários (carnívoros de grande porte e outros predadores que se alimentam dos consumidores 
secundários). 
Também neste nível trófico estão os detritívoros ou animais que se alimentam de restos orgânicos. 
 Os decompositores são seres vivos que se alimentam da matéria orgânica em 
decomposição (obtendo nutrientes e energia), transformando-a em matéria inorgânica a ser 
utilizada pelos produtores. A partir disso, ocorre o recomeço do ciclo de energia e matéria orgânica 
na cadeia alimentar. 
 O nível trófico representa a ordem em que a energia flui em uma determinada cadeia 
alimentar. As pirâmides ecológicas representam as interações tróficas entre as diferentes espécies 
em uma comunidade localizada em um determinado ambiente. 
> CADEIA ALIMENTAR: CLASSIFICAÇÕES: 
- Cadeia alimentar terrestre: 
A cadeia alimentar terrestre pode ser demostrada pela figura a seguir, em que as plantas 
correspondem aos produtores, que são consumidos pelos consumidores primários (insetos), que, 
por sua vez, são consumidos pelos consumidores secundários (anfíbios). Em seguida, estes são 
consumidos pelos consumidores terciários (répteis). Finalmente estes, pelos consumidores finais 
(aves de rapina). 
Depois de mortos, os restos orgânicos de todos estes seres serão utilizados como fonte de 
energia e para os organismos decompositores que, depois de realizarem o processo de 
mineralização (transformação de substâncias orgânicas em inorgânicas), levam ao início de um 
novo ciclo, no qual as substâncias inorgânicas serão utilizadas pelos consumidores primários 
(plantas). 
 
- Cadeia alimentar aquática: 
A cadeia alimentar aquática, representada na figura a seguir, demonstra que os produtores 
(fitoplâncton) são consumidos pelos consumidores primários (zooplâncton) que, por sua vez, são 
ingeridos pelos consumidores secundários (peixes de pequeno porte). Estes são consumidores 
pelos consumidores terciários (peixes de médio porte), que finalmente serão ingeridos pelos 
consumidores quaternários (superordem Selachimorpha). Todos estes, ao morrerem, serão fonte 
de energia e matéria para os organismos decompositores presentes no fundo do mar. Depois de 
realizarem o processo de mineralização (transformação de substâncias orgânicas em inorgânicas), 
tem início um novo ciclo. 
 
 
 
5. TEIAS ALIMENTARES: 
 Na natureza, alguns seres vivos podem ocupar vários papéis em diversascadeias 
alimentares, uma vez que diferentes espécies animais podem buscar um cardápio variado, 
alimentando-se de diferentes consumidores na cadeia, ou servindo de alimento para outros 
consumidores na mesma ou em outra cadeia alimentar. Isso leva a um cruzamento de cadeias 
alimentares chamado teia alimentar. 
 Na teia alimentar, uma mesma espécie animal pode ocupar diferentes papéis, dependendo 
de qual cadeia está envolvida. A teia representa o que ocorre na natureza, pois demonstra as 
diversas relações que existem entre os seres vivos. 
 Em uma cadeia alimentar, o fluxo das setas é unidirecional, ao passo que, na teia alimentar, 
existem várias setas pelo maior número de interações alimentares e fluxo de energia entre os 
organismos envolvidos. 
 Veja a figura a seguir. Nela é possível observar um exemplo de teia alimentar em que os 
vegetais são os produtores e são consumidos tanto por herbívoros quanto por insetos. Os insetos 
podem ser consumidos pelos roedores e aves, e estes são consumidos por raposas e aves 
predadoras. Os lobos podem tanto consumir os herbívoros quanto as raposas. 
 
 
 
 Um exemplo de teia alimentar mais complexa é representado nesta outra figura, a seguir, em 
que ocorre o fluxo de energia e matéria envolvendo seres vivos aquáticos e terrestres. 
 Os produtores são representados pelo plâncton vegetal, consumido por plâncton animal, 
moluscos de água doce e camarões de água doce. O plâncton animal é ingerido por larvas de 
insetos; as plantas aquáticas, por castores e pássaros; e os moluscos de água doce, por pássaros 
e peixes. Os besouros são consumidos por rãs e peixes, e os peixes menores são consumidos por 
peixes maiores, e estes, por ursos e lontras. 
 
 
 
 
FLUXO DE ENERGIA, NÍVEIS TRÓFICOS E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS 
1. FLUXO DE ENERGIA: 
> TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIA E ENERGIA EM UM ECOSSISTEMA: 
 O Sol é considerado a fonte básica de energia para a manutenção da vida na Terra. As 
plantas obtêm a energia dele através de reações químicas e a armazenam na forma de ligações 
químicas. Os vegetais, por meio da fotossíntese, absorvem energia solar e gás carbônico da 
atmosfera através de folhas, raízes, água e sais minerais do solo; então, eles produzem matéria 
orgânica e liberam gás oxigênio. Por esse motivo, as plantas são denominadas organismos 
autotróficos. Observe a figura a seguir que sintetiza essa explicação! 
 
 Os organismos autotróficos podem servir de alimento para algumas espécies animais, uma 
vez que estes não conseguem produzir o próprio alimento e, por isso, são classificados como 
organismos heterotróficos. Assim, a matéria e a energia dos organismos autotróficos são 
transferidas para os seres vivos heterotróficos dentro do ecossistema, 
> CADEIAS ALIMENTARES: 
 Como já visto anteriormente, a cadeia alimentar representa as relações alimentares entre os 
seres vivos que constituem uma biota, em que se realiza o fluxo contínuo de energia e matéria 
entre eles. Ela sempre se inicia com os seres vivos produtores e termina com os decompositores, 
que promovem a absorção final de nutrientes e energia entre os seres vivos. A cadeia alimentar se 
traduz por meio das relações alimentares entre os diferentes seres vivos. 
 Os componentes da cadeia alimentar são os produtores, os consumidores e os 
decompositores, estando cada um deles em um nível trófico distinto. Observe a ilustração abaixo 
que exemplifica uma cadeia alimentar. 
 
 Em função da diversidade de seres vivos que habitam o planeta Terra, cada um deles pode 
fazer parte de mais de uma cadeia alimentar, muitas vezes, ocupando posições distintas e 
diferentes, conforme a fonte de matéria orgânica adquirida. O conjunto constituído pelos seres vivos 
autotróficos (plantas) e heterotróficos (gafanhoto, sapo, cobra) forma o nível alimentar ou nível 
trófico. 
> TEIAS ALIMENTARES: 
Os mesmos seres vivos podem integrar mais de uma cadeia alimentar, fazendo com que as 
cadeias não sejam isoladas e formando redes ou teias alimentares. Assim, a teia alimentar 
corresponde a um conjunto de cadeias alimentares interligadas, representando as relações entre 
os diferentes organismos que constituem um ecossistema. Como exemplo, observe, atentamente, 
o esquema a seguir. 
 
> CIRCULAÇÃO DA MATÉRIA: 
 A matéria circula ao longo das cadeias alimentares dentro do ecossistema. Estas têm início 
a partir dos organismos produtores que, com a energia solar e fotossíntese, têm a capacidade de 
transformar a matéria mineral em matéria orgânica. A matéria orgânica, por sua vez, passa dos 
produtores para os consumidores quando estes se alimentam de organismos produtores. 
 Quando os produtores e consumidores morrem, a matéria orgânica deles é utilizada pelos 
organismos decompositores, que vão transformar a matéria orgânica em matéria mineral através 
da decomposição. 
 Essa matéria mineral agora passa a fazer parte do solo/ambiente e será utilizada pelos 
organismos produtores para sintetizarem novamente matéria orgânica, reiniciando o ciclo da 
matéria. Vamos ver um exemplo disso? Observe este esquema: 
 
 
> FLUXO DE ENERGIA: 
 Diferentemente do fluxo da matéria em uma cadeia alimentar de um determinado 
ecossistema, o fluxo de energia segue um caminho unidirecional, uma vez que a energia gasta ou 
perdida não é reaproveitada. 
 A energia que inicialmente entra no ecossistema é a energia solar, que vai ser transformada 
em energia química pelos organismos produtores, ou autotróficos. Os organismos autotróficos, ao 
serem utilizados como alimento pelos animais consumidores (herbívoros), transferem a energia 
disponível; e essa energia será passada dos animais consumidores primários (herbívoros) aos 
consumidores secundários (carnívoros) quando forem utilizados como fonte de alimento. 
 Além deste fluxo unidirecional, existem gastos e perdas de energia em todos os níveis das 
cadeias alimentares por meio da manutenção de funções vitais (respiração) e também perdas de 
energia pelos organismos heterotróficos através da dissipação de calor e das excreções corpóreas 
naturais. Como exemplo, veja a ilustração abaixo! 
 
 
> PIRÂMIDES ECOLÓGICAS: 
 Ao longo de uma cadeia alimentar em um determinado ecossistema, ocorrem transferências, 
consumos, gastos e perdas de matéria e energia à medida que se sucedem os diferentes níveis 
tróficos. Isso faz com que o número de organismos diminua conforme o nível trófico aumente. Para 
ilustrar esse processo, são utilizadas as pirâmides ecológicas, que representam graficamente as 
variações de número, massa e energia que são transferidos ao longo da cadeia alimentar nos 
diferentes ecossistemas, apresentando as relações que ocorrem entre os diferentes níveis tróficos 
em termos quantitativos. Em uma pirâmide ecológica, cada degrau representa um diferente nível 
trófico. 
 As pirâmides ecológicas podem ser representativas de número, massa ou biomassa e 
energia. Vamos conhecer como se constitui cada uma dessas representações? 
- A pirâmide de números é constituída e construída de acordo com o número de organismos 
existentes e que fazem parte de cada nível trófico. 
- A pirâmide de massa ou biomassa é aquela construída e constituída a partir de valores como o 
peso seco total ou valor calórico dos organismos envolvidos no ecossistema, que traduzem a 
quantidade de matéria viva envolvida no processo de transferência. 
- A pirâmide de energia é aquela construída e constituída a partir da taxa de fluxo de energia e/ou 
produtividade dos organismos envolvidos no ecossistema, que traduzem a quantidade de energia 
transferida. 
2. NÍVEIS TRÓFICOS: 
> DEFINIÇÃO DE NÍVEIS TRÓFICOS: 
 Os níveis tróficos são a representação organizacional dos seres vivos que compõem uma 
determinada cadeia alimentarem que ocorre a transferência de matéria e energia entre eles. 
Conforme você já estudou nesta unidade, os componentes dessas cadeias alimentares podem ser 
divididos em três grupos: 
1. Organismos produtores; 
2. Organismos consumidores; 
3. Organismos decompositores. 
- Produtores primários: 
 O primeiro nível trófico, que forma a base fundamental das relações alimentares e 
transferência de matéria e energia nas cadeias alimentares e ecossistemas, é composto pelos 
produtores primários. 
 Os produtores primários também são denominados organismos autotróficos, pois são 
capazes de sintetizar seu próprio alimento através da fotossíntese. Nos diferentes ecossistemas 
globais, sejam terrestres ou aquáticos, os principais produtores primários ou organismos 
autotróficos são as plantas, as algas e o fitoplâncton. 
 Em média, os organismos produtores são capazes de converter somente 1% da energia 
proveniente de luz solar incidente sobre eles em moléculas orgânicas através do processo de 
fotossíntese. 
 Em locais onde não existe a incidência da luz solar (ex.: em profundidades marítimas 
abissais), o primeiro nível trófico é ocupado por bactérias que produzem seus alimentos através da 
produção de energia obtida por reações químicas ou quimiossíntese. 
- Consumidores primários: 
 O próximo nível trófico é representado pelos consumidores primários, constituídos pelos 
organismos herbívoros, que consomem a matéria orgânica sintetizada pelos produtores 
(organismos autotróficos) para obter matéria, nutrientes e energia, fundamentais para a 
manutenção do seu metabolismo e sua sobrevivência. 
 Por isso, os consumidores primários também são denominados organismos heterotróficos, 
pois sua fonte de matéria e energia tem origem exógena (não sendo produzidas pelo próprio corpo). 
Este nível trófico é ocupado pelos animais, desde os invertebrados até os vertebrados. 
- Consumidores secundários: 
 O próximo nível trófico é representado pelos consumidores secundários, constituídos pelos 
organismos vivos que se alimentam dos consumidores primários e obtêm sua energia através de 
hábitos carnívoros. 
 Dependendo da complexidade da cadeia trófica, os consumidores secundários podem servir 
de alimento para os terciários, e assim sucessivamente, até chegar ao predador ou consumidor do 
topo, que normalmente não é predado por outros organismos vivos. 
 Em geral, vários grupos animais ocupam esse nível trófico, formando teias tróficas em que 
um mesmo organismo pode atuar como consumidor primário, consumidor secundário e/ou 
consumidor terciário. 
- Organismos decompositores: 
 O último nível trófico é constituído pelos organismos decompositores, composto basicamente 
por bactérias e fungos. Eles também são considerados organismos heterotróficos, mas que 
apresentam papel distinto na ciclagem de nutrientes dentro do ecossistema. 
 Em virtude da biodegradação realizada pelos decompositores, a matéria orgânica obtida dos 
organismos mortos provenientes de todos os outros níveis é clivada até a formação de substâncias 
simples, que podem ser reabsorvidas pelos organismos produtores ou permanecer disponíveis no 
solo e na água. O processo de decomposição da matéria orgânica, mesmo auxiliado por animais 
carniceiros, como abutres, e também por insetos, ocorre microscopicamente através da ação das 
bactérias. 
 As bactérias podem realizar a decomposição aeróbica ou anaeróbica. Nos 
dois tipos de decomposição, ocorre a quebra das macromoléculas orgânicas, 
como proteínas e carboidratos, até a formação de moléculas mais simples quimicamente, como 
aminoácidos e monossacarídeos. 
> LEI DOS 10%: 
 A eficiência da transferência de biomassa e energia entre os diferentes níveis tróficos é baixa, 
atingindo, em média, apenas 10% de eficiência, ou seja, 10% de toda a energia disponível em um 
nível trófico é convertida em biomassa pelo próximo nível trófico. 
 Isso ocorre uma vez que os organismos consumidores têm baixa capacidade de absorção 
da matéria orgânica, além de existirem inúmeras perdas de energia entre os níveis tróficos na forma 
de calor (através de transpiração, atividades motoras, atividades metabólicas e respiração). 
 Este valor é conhecido em ecologia como a “Lei dos 10%”, que explica por que as teias 
tróficas normalmente não apresentam mais do que cinco níveis, uma vez que os organismos 
consumidores quaternários são obrigados a se alimentar de grandes quantidades de biomassa a 
fim de obter a energia necessária para a manutenção do seu metabolismo e sua sobrevivência. 
> PRINCÍPIO DE GAUSS (OU PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO COMPETITIVA): 
 O princípio de Gauss (ou princípio da exclusão competitiva) corresponde ao processo de 
competição interespecífica que acontece quando duas espécies homogêneas, mas distintas entre 
si, habitam o mesmo ambiente equilibrado. Duas espécies distintas dependentes de um mesmo 
recurso não podem existir simultaneamente e ocupar um mesmo nicho por muito tempo, pois uma 
delas irá prevalecer, uma vez que é mais adaptada ao habitat em decorrência da pressão evolutiva 
exercida pela competição. 
 Conforme o princípio, uma das espécies em competição acaba sobrepujando a outra, o que 
pode acarretar mudanças morfológicas, comportamentais, deslocamento de nicho ecológico ou 
extinção da espécie em desvantagem. 
 Esta exceção é conhecida como o paradoxo do plâncton, em que o fitoplâncton dos 
ambientes marinhos dispõe de grande variedade de organismos, que dependem dos mesmos 
recursos (luz e nutrientes), sendo capaz de coexistir e disputar os mesmos recursos, sem que uma 
espécie exclua outra. 
 Contudo, nos ambientes aquáticos, o movimento das águas, as alterações da temperatura e 
outros fatores fazem com que os recursos de luz e energia não sejam distribuídos da mesma 
maneira. Além disso, existe a predação frequente de espécies abundantes do fitoplâncton pelos 
organismos que compõem o zooplâncton, impedindo o predomínio de uma espécie sobre a outra. 
 Na prática, a exclusão competitiva não é uma regra na natureza, uma vez que existe grande 
diversidade de espécies animais e vegetais no planeta Terra. 
 A diversidade em termos de espécies está associada aos processos de extinção, especiação 
e adaptação, que permitem a coexistência das diferentes espécies sem que ocorra a extinção pela 
competição, e também pelo fato de que nem todos os recursos naturais são limitados. 
 Isso faz com que as diferentes espécies animais e vegetais que habitam o planeta Terra 
possam desenvolver modificações morfológicas ou comportamentais que possibilitem a 
coexistência. 
 Os mecanismos que atuam diminuindo a competição entre diferentes espécies por 
sobreposição dos nichos ecológicos são conhecidos como estabilizadores, ao passo que aqueles 
que diminuem a competição entre as espécies são chamados de equalizadores. 
> METABOLISMO E TAMANHO DOS ORGANISMOS: 
 A biomassa corresponde à matéria orgânica que pode ser utilizada na produção de energia. 
A biomassa de um determinado organismo vivo depende do seu tamanho e, basicamente, é o 
seguinte: 
Quanto menor o tamanho do organismo vivo, maior seu metabolismo por grama de biomassa. 
Quanto maior o tamanho do organismo vivo, menor o seu metabolismo por grama de biomassa. 
- Taxa metabólica: 
 A quantidade de energia gasta por uma determinada espécie animal em um determinado 
período é conhecida como taxa metabólica, que pode ser medida em joules, calorias ou 
quilocalorias por unidade de tempo. 
 A taxa metabólica também pode ser expressa pelo oxigênio consumido ou dióxido de 
carbono produzido por unidade de tempo, uma vez que o oxigênio é utilizado na respiração celular 
para produção de adenosina trifosfato (ATP),e o dióxido de carbono é produzido como um 
subproduto desse processo. Assim, a medida do oxigênio consumido ou de dióxido de carbono 
liberado indica a quantidade de energia que foi produzida e depois consumida. 
 A taxa metabólica de base de uma espécie animal é medida como: 
- Taxa metabólica basal (TMB) para uma espécie animal endotérmica; 
- Taxa metabólica padrão (TMP) para uma espécie animal ectodérmica. 
 TMB e TMP são medidas de taxa metabólica observadas em animais que estão em 
descanso, calmos, sem estresse e que não estão digerindo alimento (jejum). 
- TMB e os animais endotérmicos: 
 Nos animais endotérmicos, a TMB é medida quando o animal está em um ambiente neutro, 
no qual o organismo não gasta energia acima da linha de base para manter a temperatura. 
 Além disso, esses animais apresentam taxas metabólicas basais altas e também 
necessidades energéticas elevadas para manutenção da temperatura corporal constante. 
 Entre os animais endotérmicos, quanto menor a massa do organismo, maior sua taxa 
metabólica basal. Por que isso ocorre? 
 Parte da explicação está relacionada à proporção entre a área superficial e o volume do 
animal, e como ela varia com o tamanho. Uma vez que os animais trocam calor com o ambiente 
através de toda sua superfície corporal, os animais de menor tamanho tendem a perder calor para 
um ambiente mais frio de modo mais rápido em comparação com os animais grandes. Portanto, 
uma espécie animal de menor tamanho necessita de mais energia e de taxa metabólica maior para 
manter a temperatura interna constante. 
- TMP e os animais ectodérmicos: 
 Nos animais ectodérmicos, a TMP varia conforme a temperatura. Assim, qualquer medida de 
TMP é específica para a temperatura na qual o processo é realizado. 
 Os animais ectodérmicos tendem a apresentar taxa metabólica padrão e necessidades 
energéticas baixas quando comparados aos endotérmicos. 
3. CICLOS BIOGEOQUÍMICOS: 
 Os ciclos biogeoquímicos são processos que ocorrem na natureza e que garantem que 
diferentes elementos químicos circulem pelos meios abiótico e biótico, promovendo o 
reaproveitamento desses elementos. 
 Estes ciclos garantem que os elementos químicos interajam continuamente com o ambiente 
e os seres vivos, garantindo que os elementos fluam ciclicamente pela atmosfera, hidrosfera, 
litosfera e biosfera. 
 Os principais ciclos biogeoquímicos encontrados na natureza são os ciclos da água, do 
carbono, do oxigênio, do nitrogênio, do fósforo e do enxofre. Para que eles ocorram na natureza, é 
fundamental: 
- A presença de reservatórios naturais de elementos químicos, como atmosfera, hidrosfera e crosta 
terrestre; 
- A existência de diferentes espécies de seres vivos; 
- A circulação dos elementos químicos pelo ambiente e através dos seres vivos de um determinado 
ecossistema. 
 Os ciclos biogeoquímicos podem ser divididos em dois principais grupos – os que fazem 
parte do ciclo gasoso e os que fazem parte do ciclo sedimentar. O ciclo gasoso tem como 
reservatório dos elementos gasosos a atmosfera terrestre. Nele, esses elementos entram e saem 
da biosfera em sua forma gasosa. O ciclo sedimentar tem como principal reservatório a crosta 
terrestre. 
 A circulação dos elementos químicos gasosos e sedimentares é fundamental para que um 
ecossistema funcione de forma adequada. 
 A velocidade em que um elemento circula no meio abiótico e no meio biótico depende de 
diferentes fatores, como a natureza do elemento químico que participa do ciclo. Em geral, o ciclo 
gasoso é mais rápido que o ciclo sedimentar. Além disso, a taxa de crescimento dos seres vivos e 
sua decomposição afeta diretamente a cadeia alimentar e o fluxo de um elemento químico nessa 
cadeia. A decomposição, quando ocorre lentamente, afeta a velocidade de liberação dos nutrientes 
químicos para o ambiente. 
 Poluição ambiental, extração de minerais e produção de energia pelo homem também afetam 
a ciclagem dos elementos químicos na natureza. 
4. TIPOS DE CICLOS BIOGEOQUÍMICOS: 
> CICLO BIOGEOQUÍMICO DO CARBONO: 
 O carbono é um dos principais elementos que faz parte da composição das moléculas 
orgânicas. O seu ciclo biogeoquímico tem início a partir do gás carbônico liberado pela respiração 
celular aeróbica dos animais, que depois é captado pelas plantas para a realização do processo de 
fotossíntese. 
 Os consumidores primários (animais) podem absorver o carbono através da ingestão de 
plantas que absorveram previamente o carbono presente na atmosfera. Dessa forma, o carbono 
passa da atmosfera para as plantas (produtores ou organismo autotróficos) e, depois, para os 
animais (consumidores ou organismos heterotróficos). Finalmente, quando os organismos 
autotróficos e heterotróficos morrem e sofrem ação dos organismos decompositores, o ciclos se 
completa. O carbono se transforma em matéria orgânica e depois inorgânica, sendo devolvido para 
o ambiente. Outra forma de o carbono retornar para o ambiente é por meio do processo de 
respiração celular ou da queima de combustíveis fósseis. 
> CICLO BIOGEOQUÍMICO DA ÁGUA: 
 A água é um elemento que se transforma o tempo todo, pois sofre mudanças em seu estado 
físico (sólido, líquido e gasoso). 
 No começo do processo, a evaporação da água dos rios, lagos e oceanos, a transpiração e 
a evaporação fazem com que a água passe do estado líquido para o estado gasoso. A seguir, 
ocorre o processo de condensação da água, no qual ela passa do estado gasoso para o estado 
líquido. Por meio da precipitação da água através das chuvas, ela volta para os lagos, rios, mares, 
oceanos e para o solo. 
> CICLO BIOGEOQUÍMICO DO NITROGÊNIO: 
 Aproximadamente 78% da atmosfera é constituída por nitrogênio, porém a maioria dos 
organismos vivos é incapaz de utilizá-lo, uma vez que ele se encontra na forma gasosa (N2), o que 
o torna estável e faz com que apresente pouca tendência a reagir com outros elementos químicos. 
 O ciclo biogeoquímico tem início com o nitrogênio na forma gasosa (N2) no ambiente, sendo 
fundamental que esse elemento se fixe no solo por meio da ajuda de bactérias fixadoras de gás 
nitrogênio no solo. Depois o N2 reage com o hidrogênio, sendo transformado em amônia 
(amonificação). A amônia é absorvida por bactérias e produz nitritos (nitrificação). Parte da amônia 
no solo também pode ser proveniente da decomposição de proteínas e resíduos nitrogenados 
presentes na matéria orgânica morta e no material excretado pelos seres vivos. Em seguida, os 
nitritos são convertidos em nitratos e passam a ser absorvidos e utilizados pelas plantas no 
processo de síntese proteica. Depois, ocorre o processo de desnitrificação por bactérias 
denitrificantes, que convertem os nitratos em nitrogênio molecular, com o retorno do N2 para a 
atmosfera, fechando o ciclo do nitrogênio. 
> CICLO BIOGEOQUÍMICO DO OXIGÊNIO: 
 O ciclo do oxigênio se encontra ligado ao ciclo do carbono, uma vez que os fluxos de ambos 
estão associados aos processos de fotossíntese e respiração celular. 
 Durante o processo de fotossíntese, plantas e algas liberam o oxigênio para a atmosfera e 
removem gás carbônico. Já os processos de respiração celular dos seres vivos e combustão a 
partir da queima de combustíveis fósseis consomem o oxigênio e geram gás carbônico. Este é 
liberado para a atmosfera e depois será utilizado no processo de fotossíntese, dando continuidade 
ao ciclo. 
> CICLO BIOGEOQUÍMICO DO FÓSFORO: 
 O fósforo é um elemento químico que se encontra presente no material genético (ácido 
desoxirribonucleico, ácido ribonucleico) dos seres vivos e na molécula que fornece energia aos 
seres vivos (adenosina trifosfato). 
 As plantas absorvem o fósforo do solo e da água, ao passo que os animaise os seres 
humanos obtêm o fósforo através da ingestão de alimentos. Quando os seres vivos morrem e 
sofrem decomposição pela ação dos organismos decompositores, ocorre o retorno do fósforo para 
o solo e a água, reiniciando o ciclo. Além disso, parte do fósforo é levada pela ação das chuvas 
para os lagos, rios, mares e oceanos, onde acaba sendo incorporado às rochas desses locais. O 
fósforo retorna ao ecossistema mais tarde através da elevação das rochas por meio dos processos 
geológicos. Depois, com o passar do tempo, já na superfície, as rochas sofrem decomposição e 
formam os solos, onde ocorre a liberação de fosfatos contendo fósforo, que novamente será 
absorvido pelas plantas. 
> CICLO BIOGEOQUÍMICO DO ENXOFRE: 
 O enxofre é um elemento químico essencial à vida dos organismos vivos, fazendo parte da 
estrutura de aminoácidos, pontes dissulfeto, cadeias polipeptídicas e proteínas. Ele também está 
presente em algumas vitaminas. 
 O enxofre pode ser encontrado em rochas sedimentares formadas por depósitos que se 
acumulam pela ação da natureza, de rochas vulcânicas e do solo. O enxofre é absorvido pelas 
plantas como íon sulfato, e algumas bactérias utilizam o sulfeto de hidrogênio presente na água 
como fonte doadora de elétrons. Quando um organismo autotrófico ou heterotrófico morre e sofre 
decomposição, os sulfatos presentes na matéria orgânica em decomposição, em combinação com 
a água, são absorvidos pelas raízes das plantas (autotróficos). Já os organismos heterotróficos 
(consumidores) obtêm o enxofre através do consumo de vegetais e/ou animais que fazem parte da 
cadeia alimentar. 
 O enxofre pode ser encontrado em pequenas quantidades na atmosfera, seja pela ação 
natural de vulcões ou pela queima de combustíveis de origem fóssil pelo homem. Esse processo 
produz dióxido de enxofre que se funde com a água e produz ácido sulfúrico, que retorna ao solo 
por meio da chuva ácida. Após retornar ao solo, o enxofre fica localizado nas rochas que se 
encontram debaixo do solo ou debaixo da água. Esse enxofre, em contato com bactérias do gênero 
Chlorobium ou Pelodityonsendo, étransformado em sulfato, que é absorvido pelas plantas. 
Contudo, se sofre ação de bactérias do gênero Thiobacillus, é convertido em ácido sulfúrico e 
permanece no solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DINÂMICAS DAS POPULAÇÕES, RELAÇÕES ECOLÓGICAS E SUCESSÃO ECOLÓGICA 
1. CARACTERÍSTICAS DAS POPULAÇÕES: 
> POPULAÇÕES: 
 Uma população consiste em todos os organismos vivos de uma espécie que habita um 
determinado local por um certo tempo. A ciência que estuda estatisticamente essas populações ao 
longo do tempo é a demografia. 
 Existem duas medidas importantes do tamanho de uma população: 
- Tamanho populacional (número de organismos vivos); 
- Densidade populacional (número de organismos vivos por área). 
 Uma população animal ou vegetal em um determinado ecossistema pode, em teoria, 
apresentar crescimento infinito, mas existe uma curva real de crescimento dessa população, que é 
determinada pelo aumento do número de animais ou plantas e é modificada pela resistência 
ambiental. 
 A resistência ambiental é constituída pelos fatores abióticos capazes de influenciar o 
crescimento da população animal ou vegetal. Toda população animal ou vegetal dispõe de um 
equilíbrio dinâmico, que apresenta flutuações. O número de organismos vivos, em valores 
constantes, corresponde ao número de organismos vivos máximo ou à capacidade máxima do 
ambiente em relação à população animal ou vegetal do ecossistema. 
 Na natureza, os organismos que compõem uma população podem estar distribuídos em um 
padrão uniforme, aleatório ou em agrupamentos, conforme a espécie. Veja a seguir a diferença 
entre esses padrões de distribuição! 
- Na distribuição uniforme, a população está espaçada igualmente em uma determinada área. 
- Na distribuição aleatória, a população apresenta espaçamento aleatório. 
- Na distribuição em agrupamento, a população está distribuída em grupos ao longo de uma 
determinada área. 
> MENSURAÇÃO DO TAMANHO DE UMA POPULAÇÃO: 
 Para avaliar o tamanho de uma população, não basta somente contar os organismos 
existentes em uma determinada área em um certo período. Isso, na prática, nem sempre é possível, 
pois contar todos os seres vivos em uma população pode ser muito dispendioso em termos de 
tempo e dinheiro ou pode não ser possível. 
 Por essas razões, estima-se o tamanho de uma população ao utilizar uma ou mais amostras 
dela, que são analisadas para fazer inferências sobre a população como um todo. Inúmeros 
métodos podem ser utilizados para determinar o tamanho das amostras de diferentes populações, 
seu tamanho e sua densidade. Dois métodos são muito comuns e importantes para essa 
determinação: 
- Método do quadrante; 
- Método de marcação e recaptura. 
> MÉTODO DO QUADRANTE: 
 O método do quadrante é utilizado para a contagem de organismos imóveis, como plantas, 
ou para a contagem de organismos muito pequenos e lentos. Assim, as parcelas chamadas 
quadrantes podem ser utilizadas para determinar o tamanho e a densidade de uma população. 
- Delimitação da área: Cada quadrante marca uma determinada área de mesmo tamanho, sendo 
tipicamente uma área quadrada estabelecida dentro do habitat do organismo. O quadrante pode 
ser determinado ao se cercar uma determinada área com palitos e/ou cordões, ou utilizando um 
quadrado de madeira, plástico ou metal colocado no chão. 
- Contagem de organismos vivos: Após a determinação dos quadrantes, são contados os 
números de organismos vivos existentes nos limites de cada quadrante. 
 Amostras múltiplas de quadrantes podem ser dispostas em todo o habitat, em diferentes 
locais aleatórios, garantindo que o número registrado seja representativo para o todo. No fim, os 
resultados são utilizados para estimar o tamanho e/ou a densidade de determinada população 
nesse habitat. 
> MÉTODO DE MARCAÇÃO E RECAPTURA: 
 Para organismos vivos que se movimentam, como mamíferos, aves ou peixes, a técnica de 
método de marcação e recaptura é utilizada para identificar o tamanho das diferentes populações 
em uma determinada área em um certo período. 
 O método de marcação e recaptura envolve a coleta de amostras de animais e a marcação 
destes utilizando etiquetas, faixas, pinturas ou outras marcas no corpo. Em seguida, os animais 
identificados são devolvidos ao ambiente, podendo agora se misturar com o restante da população 
animal. Mais tarde, após um determinado período estabelecido, uma nova amostra de animais é 
coletada. Esta irá incluir alguns animais que já estão marcados, ou seja, que serão recapturados, 
juntamente com alguns animais que não foram marcados. 
 Por meio da relação de animais marcados com os não marcados, pode-se estimar a 
quantidade existente no total da população em estudo. Contudo esta abordagem não é perfeita, 
pois alguns animais da primeira captura podem se condicionar a evitar a recaptura, superestimando 
o tamanho populacional. Por outro lado, alguns animais podem ser preferencialmente recapturados 
se houver alguma recompensa pela recaptura, como comida, resultando em uma subestimativa do 
tamanho populacional. Além disso, algumas espécies animais podem ser prejudicadas pela técnica 
de marcação, reduzindo a sua sobrevivência naquele ecossistema. 
 A abordagem do método de marcação e recaptura tem como base o conceito de que animais 
não morram, nasçam, saiam ou entrem naquela população durante o período do estudo. 
 Métodos alternativos para determinação do tamanho de uma população animal incluem o 
rastreamento eletrônico de animais marcados com radiotransmissores, ou o uso de dados da pesca 
comercial ou de operações de captura. 
> DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES:Além de se conhecer o número e a densidade de organismos vivos em uma determinada 
área, é importante saber como está a distribuição das espécies. Os padrões de dispersão ou de 
distribuição das diferentes espécies se referem à forma de distribuição dos organismos vivos em 
uma determinada área em um certo período. 
 Os organismos que compõem uma população estão, individualmente, espaçados de forma 
mais ou menos igual, dispersos aleatoriamente sem nenhum padrão previsível ou podem, ainda, 
estar aglomerados em grupos. Esses padrões de distribuição das espécies, conforme você já viu, 
são conhecidos como padrão de dispersão uniforme, aleatório e aglutinado ou agrupado, 
respectivamente. 
- Dispersão uniforme: Na dispersão uniforme, os organismos individuais de uma determinada 
população estão distribuídos de forma mais ou menos uniforme. Um exemplo de dispersão 
uniforme diz respeito às plantas que secretam toxinas que inibem o crescimento de outras plantas 
que vivem nas proximidades, fenômeno denominado alelopatia. Também é possível observar a 
dispersão uniforme em espécie animal em que os indivíduos vigiam seus territórios e os defendem 
de outras espécies ou de sua própria espécie. 
- Dispersão aleatória: Na dispersão aleatória, os organismos individuais de uma determinada 
população estão distribuídos aleatoriamente, sem um padrão conhecido ou previsível. Um exemplo 
de dispersão aleatória é visto por meio da dispersão de flores e plantas que têm suas sementes 
espalhadas pela ação do vento. As sementes se espalham de forma ampla e brotam onde caem, 
aleatoriamente, desde que o solo, os nutrientes, a água e a luz sejam suficientes. 
- Dispersão agrupada: Na dispersão aglutinada ou agrupada, os organismos individuais são 
aglomerados em grupos de acordo com áreas que contêm plantas que dispersam suas sementes 
diretamente no solo, por exemplo, as árvores de carvalho, ou animais que vivem juntos, como 
cardumes de peixes nos rios e mares, ou manadas de elefantes. 
> VARIAÇÕES DA POPULAÇÃO DENTRO DO ECOSSISTEMA: 
 O número de organismos vivos em um ecossistema normalmente varia, modificando o 
tamanho das populações que compõem o ecossistema. Os principais fatores que estão associados 
às modificações do número de seres vivos em uma determinada população são: 
- Emigração; 
- Imigração; 
- Natalidade; 
- Mortalidade. 
 Isoladamente ou em combinação, esses fatores associados às modificações do número de 
organismos vivos podem modificar a densidade populacional, representada pela fórmula: 
- Densidade (D) = número de organismos vivos / área do ecossistema 
> COMUNIDADES: 
- Nicho ecológico: é a posição ou função de cada população animal ou vegetal dentro de uma 
comunidade. 
> INFLUENCIADORES DO NÚMERO DE ORGANISMOS VIVOS: 
- Taxas de natalidade e mortalidade: 
 Embora a hipótese da exclusão competitiva aborde que somente uma espécie é capaz de 
ocupar o mesmo nicho ecológico em um determinado momento, fazendo com que outra espécie 
com o mesmo nicho ecológico seja eliminada, na prática, isso não é uma verdade absoluta. Na 
realidade, o tamanho de qualquer população animal ou vegetal é determinado pelas taxas de 
natalidade e de mortalidade. 
 Em teoria, a taxa de natalidade de uma população é exponencial, em função de seu potencial 
reprodutivo, ou seja, quanto maior for o número de organismos de uma determinada população, 
mais rápido esta população cresce. 
 A taxa de crescimento de uma determinada população que se expande de forma logarítmica 
pode ser representada em um gráfico através de uma curva sigmoide. Tal curva começa lentamente 
e aumenta de modo exponencial durante um determinado período. Depois, é estabilizada à medida 
que a população alcança os limites dos recursos disponíveis, como alimentos, espaço físico ou, em 
ambientes aquáticos, a quantidade ideal de oxigênio para sobreviver. 
 Na maioria das comunidades que compõem um ecossistema, a taxa de mortalidade de uma 
espécie é quase igual à taxa de natalidade, fazendo com que a população animal ou vegetal 
permaneça numericamente estável. 
- Fatores bióticos e abióticos: 
 Os fatores bióticos e abióticos desempenham importante papel na regulação natural do 
número de organismos que vivem em um ecossistema. Esses fatores podem ser: 
- Independentes de densidade (temperatura diária e duração da luminosidade do dia); 
- Dependentes de densidade (presença ou ausência de fonte de alimento ou predadores). 
- Interações ecológicas: 
 Os diferentes tipos e a abundância numérica dos organismos vivos em uma comunidade 
dentro do ecossistema dependem tanto dos fatores abióticos quanto dos bióticos, além das 
diferentes formas de interação entre as variadas populações. Dentre os tipos de interação entre os 
organismos vivos, estão presentes a competição e a simbiose. 
 A competição pode levar à eliminação de uma determinada espécie ou sua conformidade 
com um quadro em que não ocorre um cenário competitivo. Determinadas plantas podem competir 
entre si produzindo substâncias tóxicas que limitam o crescimento de outras espécies de plantas 
próximas; em um processo chamado alelopatia. 
 A simbiose corresponde a outro tipo de interação entre os organismos vivos, sendo 
normalmente uma associação estreita entre organismos de espécies diferentes. Esta associação 
simbiótica pode ser: 
- Benéfica a ambas as espécies de organismos (mutualismo); 
- Benéfica a uma espécie e inócua a outra (comensalismo); 
- Benéfica a uma espécie e prejudicial a outra (parasitismo). 
 Em alguns casos específicos de simbiose, como observado nos liquens e nas formigas 
cultivadoras de fungos, as formas associadas não podem viver separadas. Caso isso aconteça, as 
duas espécies são prejudicadas. A maioria das doenças observadas na natureza nos organismos 
vivos é causada por relações em que uma espécie acaba sendo prejudicada pela ação de parasitas. 
A maior parte dos parasitas na natureza não mata o seu hospedeiro e dificilmente extermina 
completamente uma determinada população. Isso não ocorre porque os parasitas tendem a se 
adaptar ao(s) seu(s) hospedeiro(s) natural(is) e, além disso, passam a depender completamente 
dele. 
 Em geral, os níveis tróficos de um determinado ecossistema estão associados a relações do 
tipo predador-presa, as quais exercem papel regulador no número de diferentes populações e 
promovem grandes efeitos evolutivos sobre as diferentes espécies associadas a essa relação. 
Esses efeitos evolutivos fizeram com que vegetais e espécies animais diferentes desenvolvessem 
uma grande variedade de processos de defesa contra os predadores. Esses mecanismos de 
defesa incluem: 
- Armas químicas (venenos de plantas e secreções aversivas de insetos) 
- Um invólucro externo resistente (cactos, tatus e tartarugas) 
- Camuflagem 
 Determinados insetos se assemelham a organismos de outra espécie, exibindo um 
dispositivo protetor eficaz em comum com outra espécie (mimetismo mülleriano); ou para dar a 
impressão de possuírem um dispositivo protetor, embora, na realidade, não o tenham (mimetismo 
batesiano). 
 Todas essas diferentes associações contribuem, em maior ou menor grau, para definir o 
nicho ecológico das diferentes populações que estão presentes em uma determinada comunidade. 
2. FATORES QUE REGULAM O TAMANHO DAS POPULAÇÕES: 
> DINÂMICA DAS POPULAÇÕES: 
 A dinâmica das populações descreve as variações na abundância das diversas e numerosas 
espécies animais e vegetais e procura estabelecer quais são suas causas. Os fatores que 
interferem no equilíbrio dinâmico de uma população incluem: 
- Relações interespecíficas e intraespecíficas entre os seres vivos; 
- Alterações na taxa de natalidade (aumenta o efetivo populacional); 
- Alterações na taxa de imigração (aumenta o efetivo populacional);- Alterações na taxa de emigração (diminui o efetivo populacional). 
 Na prática, o crescimento e o tamanho de uma determinada população em um ecossistema 
são limitados por inúmeros fatores. Alguns deles são dependentes da densidade populacional e 
outros são independentes da densidade populacional. 
 Os fatores dependentes da densidade promovem mudança na queda do crescimento per 
capita de uma população aumentando a densidade populacional. Isso pode ocorrer devido à 
competição por alimentos em quantidade limitada entre os membros de uma mesma população. 
 Os fatores independentes da densidade influenciam a taxa de crescimento per capita de uma 
população, independentemente da densidade populacional. Na natureza, isso ocorre em virtude de 
catástrofes naturais, como incêndios em matas e florestas. 
 Diferentes tipos de fatores limitantes do crescimento populacional podem interagir de forma 
complexa, produzindo padrões distintos de crescimento populacional. Em função disso, algumas 
populações apresentam oscilações cíclicas, em que o tamanho da população muda conforme o 
ciclo de oscilação. 
> FATORES LIMITANTES DEPENDENTES DA DENSIDADE: 
 São os fatores que afetam a taxa de crescimento per capita de uma determinada população 
de forma diferente conforme o grau de densidade da população. Os fatores dependentes da 
densidade fazem a taxa de crescimento diminuir à medida que a população aumenta 
numericamente. Entenda o seguinte: 
 Quando uma determinada população animal é pequena numericamente, a quantidade 
limitada de alimento, em tese, será suficiente para todos os membros da população. No entanto, 
quando a população animal ficar grande o suficiente em termos numéricos, a quantidade limitada 
de alimentos pode não ser suficiente, levando à competição entre os animais da mesma população. 
 Em função da competição, alguns animais podem morrer de fome ou deixar de se reproduzir, 
diminuindo a taxa de crescimento per capita individual e fazendo com que o tamanho da população 
alcance um platô ou diminua numericamente. Assim, a competição por comida é um fator limitante 
do crescimento populacional dependente de densidade. Fatores limitantes dependentes da 
densidade de uma população podem levar ao surgimento de um padrão logístico de crescimento; 
quando o tamanho de uma população atinge um nível máximo determinado pelo ambiente onde se 
encontram dá-se o nome de capacidade de carga. 
 Os fatores limitantes dependentes da densidade tendem a ser bióticos, ou seja, estão 
relacionados aos organismos vivos, e não às características físicas do ambiente. São considerados 
exemplos de fatores dependentes da densidade a competição, a predação, o surgimento de 
doenças e o acúmulo de resíduos. Vamos ver melhor esses fatores? 
- A competição ocorre quando uma determinada população apresenta alta densidade populacional 
e existem muitos indivíduos tentando utilizar a mesma quantidade de recursos. Isso leva à 
competição por alimento, água, abrigo, luz e outros recursos naturais necessários para reprodução 
e sobrevivência. 
- Quando determinadas populações apresentam alta densidade, estas podem atrair determinados 
predadores que não se importavam antes com a mesma população. Quando os predadores se 
alimentam dos indivíduos da população, a densidade populacional diminui, o que pode aumentar a 
densidade da população de predadores, levando ao surgimento de padrões cíclicos. 
- Em função do aumento da densidade populacional, algumas doenças e determinados parasitas 
podem propagar-se, causando aumento do número de mortes quando existem mais indivíduos 
vivendo juntos em uma mesma área. Além disso, doenças infecciosas transmissíveis por vírus e 
bactérias, além de endoparasitas e ectoparasitas, são mais propensas a se espalharem nessas 
condições. 
- As altas densidades populacionais podem levar ao acúmulo de resíduos corporais que podem ser 
nocivos aos indivíduos da população, matando ou prejudicando a capacidade de reprodução, ou 
seja, reduzindo o crescimento da população. 
 A regulação dependente da densidade populacional também pode levar a alterações 
fisiológicas ou comportamentais nos indivíduos que compõem a população. Por exemplo, isso pode 
ser visto através da emigração de vários indivíduos de uma população em busca de um lugar que 
não apresente uma alta densidade populacional. 
> FATORES LIMITANTES INDEPENDENTES DA DENSIDADE: 
 Os fatores limitantes independentes da densidade afetam a taxa de crescimento per capita, 
independentemente da densidade populacional. Tais fatores são representados por: 
- Desastres naturais; 
- Condições climáticas adversas; 
- Poluição. 
 O fogo irá queimar e matar qualquer animal que esteja presente, independentemente do 
tamanho da população. A chance de um animal morrer não depende da quantidade de animais da 
mesma população ao redor. 
 Tais fatores, isoladamente, não são capazes de manter a população em níveis constantes, 
ao contrário dos fatores limitantes dependentes da densidade. Isso ocorre porque sua força não 
depende do tamanho da população, não fazendo um controle da densidade quando o tamanho da 
população fica muito grande. Em vez disso, estes fatores podem levar a mudanças abruptas no 
tamanho da população. Nesses casos, populações numericamente pequenas podem correr o risco 
de serem dizimadas por eventos esporádicos independentes da sua densidade. 
> FLUTUAÇÕES DA POPULAÇÃO: 
 Na prática, inúmeros fatores limitantes dependentes e independentes da densidade 
populacional podem interagir, produzindo padrões de mudança que são observados ao longo do 
tempo em uma determinada população em um ecossistema. 
 Uma população pode ser mantida próximo de sua capacidade de carga pela pressão 
exercida por fatores limitantes dependentes da densidade por um determinado período e, então, 
sofrer uma queda abrupta em sua densidade em função do surgimento de eventos independentes 
da densidade populacional, como o surgimento de desastres naturais (tempestades e incêndios). 
 Contudo, mesmo na ausência de desastres naturais, as populações nem sempre se 
apresentam estáveis na sua capacidade de carga. Assim, as diferentes populações podem flutuar 
ou variar de densidade em função de muitos padrões diferentes que ocorrem ao longo do tempo. 
Algumas populações passam por picos e quedas irregulares em números; para esse processo, 
utilizamos o termo ciclo populacional. 
- Ciclo populacional: 
 Algumas populações animais sofrem oscilações cíclicas de tamanho numérico. Elas 
correspondem a repetitivos aumentos e quedas no tamanho numérico da população animal ao 
longo do tempo. Em inúmeros casos, as oscilações são produzidas pela interação entre diferentes 
populações, envolvendo, pelo menos, duas espécies diferentes. 
 Fatores como predação; infecção por vírus, bactérias, ectoparasitas e endoparasitas; e 
flutuação na disponibilidade de alimentos têm se mostrado importantes nos processos de 
oscilações. Isso é observado em populações de lemingues encontradas na Groenlândia, com 
oscilações cíclicas no tamanho numérico em um período com duração de um ciclo completo de 
quatro anos. 
 O ciclo pode ser explicado pelas interações entre os lemingues e quatro diferentes tipos de 
predadores – coruja, raposa, mandrião e arminho. Coruja, raposa e mandrião são predadores 
oportunistas que podem utilizar diferentes fontes de alimento e tendem a se alimentar de lemingues 
quando eles estão em abundância. O arminho, ou doninha de cauda curta, alimenta-se 
basicamente de lemingues. Qual é a dinâmica desse ciclo? 
- Quando os lemingues estão apresentando baixa densidade populacional, corujas, mandriões e 
raposas não prestam muita atenção neles, permitindo que a população se reproduza e cresça 
numericamente de

Outros materiais