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125 INTRODUÇÃO Considerando a validação do processo esterilizante, há vários as- pectos de similaridade que independem do procedimento específico adotado, sendo sempre fundamental a sua documentação. Sem pro- tocolos completos, incluindo relatórios de validação com dados acu- rados e acessíveis, é virtualmente impossível substanciar que um processo tenha sido adequadamente validado. Em todos os casos, a preocupação inicial deve ser com a qualifi- cação do equipamento, utilidades e instalações a ele vinculadas. As vantagens de documentação adequada do equipamento antes de ini- ciar a validação são evidentes. Principalmente no que diz respeito aos tópicos de controle de alteração do equipamento, controle das alterações desenvolvidas e documentações do processo, sendo todos dependentes do desempenho do equipamento1. 4 Validação de Processosde Esterilização SÉRGIO LUIZ NOGAROTO THEREZA CHRISTINA VESSONI PENNA ALZIRA MARIA DA SILVA MARTINS IVAN PEREIRA DE GODOI 126 Planos de Validação para Processos Esterilizantes Para que haja coerência no processo esterilizante, devem ser esta- belecidos planos de validação, incluindo os seguintes aspectos: quali- ficação do esterilizador, validação do produto e validação do processo1. Qualificação do Esterilizador Antes de ser introduzido em uso rotineiro, deve ser avaliado o correto funcionamento do equipamento. Qualificação da Instalação Deve ser avaliada a correta instalação de todas as partes, calibra- ção de todos os instrumentos de medição e conformidade com espe- cificações do equipamento a serem demonstradas e certificadas. Isto é normalmente feito pelo fornecedor, em colaboração com o usuário do equipamento (Figs. 4.1 e 4.2). A qualificação deve ser refeita, ao menos parcialmente, quando alterações técnicas ocorrerem durante a manutenção ou modificação do equipamento. Qualificação de Operação Para um dado tipo de carga, a condição de confiabilidade do equi- pamento deve ser demonstrada ao menos três ciclos consecutivos. Para autoclaves e outros esterilizadores a calor, devem ser feitos es- tudos de distribuição do calor em posições adequadas considerando a câmara e a carga (Fig. 4.3). O número e posição dos termopares são determinados pelo tipo e configuração da carga, bem como pelo tipo de instrumento e de ciclo empregados. Para esterilizadores a gás, a umidade relativa e a tempe- ratura devem ser medidas por sensores físicos distribuídos em posi- 127 Fig. 4.1 – Vista lateral da câmara de esterilização. Fig. 4.2 – Painel de controle da câmara de esterilização. ções adequadas. Indicadores biológicos ou monitores biológicos dis- tribuídos na carga devem ser usados para verificar condições esterili- zantes em todas as posições (Fig. 4.4). A penetração da radiação ionizante na carga é mais confiavelmente monitorada pela distri- buição de dosímetros. Validação do Produto/Compatibilidade do Produto com o Processo Esterilizante Para cada produto a ser esterilizado, deve haver cuidadosas consi- derações quanto à adequação do método de esterilização proposto. Para produtos estáveis ao calor, o processamento em autoclave no acondicionamento final é usualmente o método de escolha. É, po- rém, necessário confirmar que todas as partes do material de acondi- cionamento sejam igualmente resistentes ao processo de autoclavação e que a estabilidade do produto não seja prejudicada. 128 O tipo de autoclave também deve ser considerado. Se gravitacio- nal, com pré-vácuo ou mistura ar-vapor, compatibilizando a profun- didade do vácuo ao produto. Além de se proceder à adequação do processo, durante o desenvolvimento do ciclo devem ser incluídos estudos de inativação dos bioindicadores no próprio produto, eluci- dando possíveis interferências. Para esterilização gasosa, deve ser dada atenção a possíveis rea- ções do produto com o agente esterilizante, bem como a retenção de gases tóxicos e seus derivados de degradação no produto. Os procedimentos de degaseificação devem ser validados e criteriosa- mente seguidos. Na esterilização por radiação, possíveis produtos da radiólise, pro- vocados por reações com radicais livres, devem ser cuidadosamente investigados. Alguns produtos podem apresentar riscos ao consumidor, enquanto outros, causando descoloração, podem ser meramente estéticos, mas ainda assim, exigir a decisão quanto à adequação do processo de esterilização. Fig. 4.3 – Configuração da carga em Pallets. 129 Fig. 4.4 – Indicadores biológicos distribuidos na unidade de carga, do produto selecionado. DEFINIÇÕES Produto Master2 É um produto normal ou simulado que representa a maior densi- dade de produto e que nunca foi esterilizado. Especificação de Processo de Esterilização É o detalhamento da especificação do processo de esterilização qualificada para uma determinada família de produto. Produto Inoculado É um produto normal ou simulado que possui um indicador biológico (IB) inoculado e que representa a maior dificuldade de esterilização. 130 Indicador Biológico entre Caixas É um indicador biológico colocado dentro de um envelope de pa- pel, posiocionado entre as caixas do produto. Nível de Garantia de Esterilidade (SAL) Representa a probabilidade de um microrganismo viável es- tar presente em um produto após a sua esterilização. É definido como o nível de confiança requerido para operar o sistema de esterilização de forma eficiente. IB – Indicador Biológico Carreador impregnado com suspensão de microrganismo, contendo o número de esporos viáveis de resistência conhecida ao processo de esterilização especificado. Esporos de Bacillus stearothermophilus ATCC 7953 são recomendados para esterili- zação por calor úmido à temperatura ≥ 121oC. Esporos de Ba- cillus atrophaeus ATCC 9372, anteriormente denominado Bacillus subtilis variável niger ATCC 9372, são recomendados para a este- rilização por óxido de etileno e para a esterilização por calor úmi- do à temperatura inferior a 121oC. Os indicadores de endotoxina são usados para monitorar esterilização por calor seco. QI – Qualificação de Instalação Obtenção de evidências documentadas de que a instalação do equi- pamento foi realizada em acordo com as intenções do projeto. QO – Qualificação de Operação Obtenção de evidências documentadas de que a operação do equipamento está de acordo com as intenções do projeto. 131 QD – Qualificação de Desempenho Obtenção de evidências documentadas de que os operadores es- tão treinados e o equipamento está funcionando de forma confiável, produzindo produtos aceitáveis, e que as variáveis de processo críti- cas são conhecidas e controladas. Área de Aeração Área sob condições controladas, onde os produtos permanecem retidos, após a esterilização, para retirada de resíduos de gás3. Validação Exercício de realizar testes programados e documentados para demonstrar que um processo trabalha dentro de limites especificados e irá consistentemente produzir produtos/processo conforme especi- ficações pré-determinadas. Pré-condicionamento Tratamento do produto antes da realização do ciclo de esterili- zação para dar à carga a ser esterilizada temperatura e umidade pré-determinada. Obs.: todos os parâmetros acima referenciados tomaram como exemplo uma câmara de dupla porta com 11,7m3. PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO Os planos de validação para processos de esterilização são aplicá- veis a qualquer tipo de equipamento destinado a esse fim. No entan- to, neste capítulo abordaremos em detalhes três processos específicos, por serem os mais utilizados: 132 • esterilização por óxido de etileno (EtO) ou outro agente quími- co como peróxido de hidrogênio, formaldeído dentre outros; • esterilização por vapor úmido; • esterilização por calor seco. Etapas para Validação do Processo de Esterilização por Óxido de Etileno (EtO)4-12 Material de Embalagem Os materiais e o produto de embalagem devem ser compatíveis com o processo de esterilização por óxido de etileno e devem ser projetados para manter a esterilidade e a qualidade dos produtos con-tidos em seu interior até o momento de uso. Todos os materiais de embalagem devem possuir os requisitos de qualidade detalhados em especificações escritas. As características mais importantes que devem ser consideradas são: • porosidade; • não-absorvente; • resistência à tração; • resistência à selagem; • inerte; • impermeabilidade à água. A realização da esterilização na embalagem final com o produto selado é preferível com relação à esterilização do produto interme- diário, pois não requer um manuseio subseqüente. Nestes casos é importante que os materiais sejam escolhidos para permitir a pene- tração de umidade durante o pré-condicionamento da carga. Pré-condicionamento Caso a empresa opte por realizar um pré-condicionamento da carga a ser esterilizada fora do esterilizador, este procedimento é aceitável desde que: 133 • a área de pré-condicionamento fique locada próxima ao esterili- zador para proporcionar uma rápida transferência dos materiais; • a temperatura e a umidade relativa de rotina da área sejam ade- quadas às condições usadas no ciclo de esterilização; • a área seja projetada de forma a garantir condições de tem- peratura e umidade relativa homogêneas durante o ciclo de pré-condicionamento; • a temperatura mínima aceitável dos produtos antes de os mes- mos entrarem na área de pré-condicionamento seja definida; • o tempo máximo para a transferência da carga do pré-condi- cionamento para o esterilizador seja definido. O condicionamento da carga a ser esterilizada também pode ser executado no interior do esterilizador. Para tanto, é preciso definir condições mínimas de temperatura e umidade relativa na carga antes da injeção de gás nos produtos. A temperatura e a umidade relativa devem ser monitoradas e mantidas em condições controladas defini- das em validação. Qualificação de Instalação do Esterilizador O projeto de construção da área de esterilização e sistemas auxi- liares devem levar em consideração o seguinte: • a área de estocagem deve ser segura, ventilada e estar de acordo com as normas de segurança; • o sistema de entrada de gás deve incluir um vaporizador para garantir que o gás não seja enviado para o esterilizador na for- ma de líquido; • o sistema e/ou equipamento de controle de entrada de gás no esterilizador deve permitir monitoração da quantidade de gás que entrou no esterilizador; • o esterilizador deve possuir instrumentos para medir e registrar a temperatura, a pressão e a umidade no interior da câmara, a 134 temperatura da jaqueta da câmara e a temperatura do gás na entrada na câmara. A qualificação de instalação implica na verificação e obtenção de evidência documental de que: • os equipamentos e instrumentos foram instalados de acordo com as instruções dos seus fabricantes; • os instrumentos instalados possuem capacidade de medição adequada à intenção de uso; • os instrumentos instalados foram calibrados e introduzidos em um programa de calibrações; • haja realização de ciclo com câmara vazia para observar distri- buição de calor (pontos frios); • haja realização de teste de vazamento na câmara (sob vácuo e sob pressão positiva até 1,5 vez a pressão normal de operação); • determinação de fatores de desempenho físico para câmara vazia, tais como: – vácuo máximo atingido e razão de decaimento da pressão; – pressão positiva máxima atingida, razão de crescimento da pres- são durante a injeção do gás e a correlação dos fatores para a monitoração da concentração do gás no interior da câmara; – vácuo máximo atingido e razão de decaimento da pressão para a remoção do EtO da câmara; – pressão positiva máxima atingida, razão de crescimento da pressão durante a injeção do ar comprimido. Qualificação de Operação A qualificação de operação implica na verificação e obtenção de evidência documental de que: • os equipamentos e instrumentos estejam operando em confor- midade com o planejado; 135 • os procedimentos de operação, manutenção e segurança no ma- nuseio dos equipamentos estejam implementados; • os operadores foram treinados nos procedimentos de operação, manutenção e segurança no manuseio de todos equipamentos; • haja realização de ciclo de esterilização completo, incluindo todas as fases da esterilização (vácuo-injeção de vapor, condi- cionamento, injeção de gás, exposição ao gás e lavagens com ar comprimido filtrado). Qualificação de Desempenho A qualificação de desempenho implica na verificação e obtenção de evidência documental de que o ciclo de esterilização atinge con- sistentemente parâmetros pré-determinados, estabelecidos em condições operacionais. Qualificação de Desempenho Físico A qualificação de desempenho físico implica na verificação e ob- tenção de evidência documental de que: • a configuração da carga de esterilização foi especificada para cada esterilizador. Somente configurações validadas podem ser usadas nos ciclos de rotina; • os produtos ou famílias de produtos com maior dificuldade de esterilização são identificados. Novos produtos devem ser com- parados com produtos já validados como referência de confi- guração de carga e, se for julgado como “pior caso” para a esterilização, deverá ser submetido a uma qualificação comple- ta de esterilização; • a distribuição da temperatura, pressão e umidade relativa na carga é monitorada. O número de sensores de temperatura e de umidade relativa necessário para o respectivo monitoramento 136 deve estar relacionado ao volume da câmara esterilizadora e da configuração da carga. • os sensores de temperatura devem ser distribuidos na câmara, entre as unidades de carga e no interior das mesmas (Fig. 4.5), nas posições especificadas por configurações da carga, previa- mente validadas. Fig. 4.5 - Posição dos sensores de temperatura na carga. Qualificação de Desempenho Microbiológico A qualificação de desempenho microbiológico implica na verifi- cação e obtenção de evidência documental de que: 137 • estudos microbiológicos são executados. As condições do ciclo devem ser equivalentes ou levemente inferiores às condições mínimas aceitáveis de operação; • os indicadores biológicos usados no ciclo de qualificação pos- suem população e resistência conhecidas; • os indicadores biológicos são inoculados em produtos e distri- buídos pela carga de esterilização incluindo locais considera- dos mais difíceis de esterilização. • o número mínimo de indicadores biológicos na carga é de 20 para câmaras de até 5.000 litros e mais dois para cada 1.000 litros; • para qualificações biológicas iniciais, um número de replicatas é executado para demonstrar a reprodutibilidade do ciclo; • a carga microbiana inicial do produto a ser esterilizado é deter- minada e mantida sob condições controladas (Fig. 4.6). Fig. 4.6 – Posição dos IB’s na carga. Qualificação de Desempenho da Área de Aeração (Degassing) O processo/área de aeração dos produtos deve ser definido, valida- do e monitorado. A aeração pode ser executada no interior do esterili- 31/9 32/8 28/7 27/6 24/5 25/4 30 Entrada da câmara 28 21 28 22 23 PALLET 3 01 02 03 VAPOR ETO SENSOR 18/12 18/13 19/14 11/11 X = IB’s Y = SENSOR 20 17 13 12 PALLET 2 X/Y 15/10 PALLET 1 X X = IB’s 1/20 2/19 5/186/17 9/16 9/15 10 11 7 3 4 SAÍDA DA CÂMARA 138 zador ou em uma área separada. A temperatura deve ser monitorada e registrada, e o número de trocas de ar da área estabelecido e controlado. Para cada produto/configuração de carga deverão ser estabeleci- das curvas de dissipação de resíduos de EtO, e deverão permanecer em aeração até que os limites especificados/regulamentados sejam atingidos. Liberação de Produtos após a Esterilização Os produtos esterilizados deverão ser liberados somente após a realização de: • avaliação dos registros da esterilização contra os parâmetros especificados; • realização e aprovação de teste de esterilidade dos indicadores biológicos; • realização e aprovação do teste de pirogênio dos produtos; • realização e aprovação de teste de resíduos de EtO; • seaplicável, realização e aprovação de inspeção física dos pro- dutos, quanto a possíveis defeitos causados pelo processo de esterilização. Freqüência de Requalificações Requalificações deverão ser executadas periodicamente para de- tectar qualquer alteração do processo. Tipicamente, uma requalifica- ção simples anual deve ser executada. Uma alteração significante no produto, embalagem ou no proces- so necessita ser validada. Exemplos de alterações incluem: • embalagem; • projeto do produto; • configuração ou densidade da carga; 139 • equipamentos do esterilizador (incluindo manutenções sig- nificantes); • processo do ciclo de esterilização. Qualificação Inicial Os seguintes estudos deverão ser realizados para qualifica- ções iniciais: • três estudos de distribuição de temperatura com a câmara vazia e com monitoração de temperatura em 20 posições. Realizar ciclos completos; • um estudo de condicionamento, para avaliar a umidade relativa e temperatura durante a fase de umidificação do processo com 20 sensores de temperatura e três sensores de umidade relativa. O fornecimento de gás EtO deverá estar fechado durante este estudo. O ciclo deverá ser abortado antes da injeção do gás, pois os sensores de gás e de umidade podem ser danificados. Usar câmara completa; • uma série de estudos fracionados em condições mínimas para concentração de EtO e temperatura da câmara durante a expo- sição, usando IB’s e sensores de temperatura. O tempo de ex- posição para os estudos fracionados deverá ser definido com base no desenho do produto a ser esterilizado e em outros pro- dutos já qualificados, usando câmara completa; • três estudos de meio-ciclo (half-cycle) usando IB’s e senso- res de temperatura. Estes estudos serão executados em con- dições mínimas de concentrações de EtO, tempo de exposição e temperatura da câmara durante a exposição. Usar câmara completa; • um estudo de distribuição de temperatura completo em condi- ções nominais com monitoração de 20 sensores de temperatura. Usar câmara completa. 140 Requalificação Uma revisão da qualificação da câmara vazia e uma avaliação do desempenho da câmara devem ser documentadas e aprovadas por pessoal qualificado dentro de um período de 12 meses. Esta revisão deve incluir no mínimo: • comparação das temperaturas da câmara vazia, paredes e ja- queta atual com as leituras obtidas na última qualificação ou requalificação; • avaliação de qualquer tendência de alarmes no equipamento; • pesagem do gás e pressão do vapor do condicionamento; • comparação da concentração do gás, baseado na pesagem e no diferencial de pressão de um ciclo completo com uma carga de produção versus a última qualificação/requalificação; • comparação da pressão do vapor para uma carga completa ver- sus a última qualificação/requalificação; • resultados de teste de esterilidade dos IB’s; • revisão das manutenções realizadas no esterilizador; • teste de vazamento da câmara. Caso os resultados forem aceitáveis e não mostrarem tendência adversa, a revisão da qualificação é aceita. Qualquer produto esterili- zado deve ser retido até a revisão da requalificação. Caso forem observadas diferenças significativas ou tendências ad- versas, uma requalificação completa deve ser executada com os mes- mos parâmetros do ciclo validado inicialmente, incluindo no mínimo: • estudo de distribuição de temperatura aceitável com a câmara vazia, conforme requisitos deste procedimento; • estudo de meio ciclo aceitável para cada especificação, usando IB’s inoculados e avaliação de distribuição de temperatura; • análise da distribuição de temperatura para o ciclo completo. 141 A câmara pode continuar sendo usada para processar e liberar pro- dutos em outros ciclos se estes estiverem aprovados e validados. Qualificação de Produtos Novos ou Modificados Uma qualificação de desempenho microbiológico deverá ser exe- cutada na introdução de novos produtos, embalagens ou mudanças nas configurações das cargas de esterilização, a menos que essas modifica- ções tenham sido previamente qualificadas em um ciclo equivalente. A demonstração dessa equivalência deve ser documentada. Caso o novo produto não esteja qualificado para a câmara de este- rilização, a qualificação deverá ser executada conforme o procedi- mento de qualificação inicial. Requalificações Especiais Se faz necessária requalificação do esterilizador anterior a sua data de expiração, caso o equipamento seja alterado de forma significativa. Controles e Artigos de Teste Para Cada Estudo Fracionado Mínimo de 20 indicadores biológicos (IB’s) com esporos de Baci- llus atrophaeus ATCC 9372 inoculados em fitas de papel, contendo uma população média de 1 × 106 esporos/fita, são necessários para câmara de 5 m3 a 10 m3. Um IB não esterilizado será usado como controle positivo. Para Cada Estudo Meio-Ciclo Trinta e dois indicadores biológicos entre caixas (ICBI’s) de Ba- cillus atrophaeus ATCC 9372 em fitas de papel, contendo população média de 1 × 106 esporos/fitas. 142 Um ICBI não-esterilizado será usado como controle positivo. Trinta e dois indicadores biológicos (IB’s) de esporos de Bacillus atrophaeus inoculados diretamente na unidade de carga. O produto inoculado para validação deve ser selecionado, baseando-se em ava- liações físicas dos produtos (densidade, peso e desenho). Um IB não esterilizado será usado como controle positivo. Produtos para Composição da Carga de Validação Cada pallet deverá ser constituído por produtos paletizados con- forme especificação (Fig. 4.3). Cada carga de estudo deverá ser constituída por três pallets de produtos com densidade maior ou igual a do produto a ser validado. As cargas que forem submetidas ao gás EtO só poderão ser utili- zadas para outro estudo após atingirem condições iniciais de tempe- ratura e realização de inspeção visual em no mínimo cinco caixas por pallet, verificando a presença de caixas danificadas. Monitoramento dos Eventos de Cada Estudo O dia e a hora dos registros gráficos da câmara deverão ser sincro- nizados com o registrador (data logger) ligado aos sensores de tem- peratura e umidade. Caso isto não seja possível, usar um cronômetro calibrado e referenciá-lo nos documentos. Os seguintes eventos e seus horários de acontecimento deverão ser registrados (data logger): • início do ciclo; • final do condicionamento (umidificação); • final da injeção de gás (início da exposição); • final da exposição. 143 ESTERILIZAÇÃO POR CALOR ÚMIDO13,14 O procedimento de esterilização de materiais que oferece maior segurança é o vapor saturado sob pressão, realizado em autoclaves. Neste equipamento, os microrganismos são destruídos pela ação com- binada da temperatura, pressão e umidade que promovem a termocoa- gulação e a desnaturação das proteínas da estrutura genética celular. O vapor saturado possui características vantajosas e outras limi- tantes como processo de esterilização. As vantagens consistem no rápido aquecimento e rápida penetração em artigos têxteis ou tecidos de algodão, destruição dos esporos microbianos em curto período de exposição, fácil controle de qualidade e letalidade, a não presença de resíduos tóxicos nos materiais submetidos a este processo e ser eco- nômico. As limitações consistem na incompleta remoção do ar da câmara interna, não permitindo a difusão e a expansão do vapor para realizar esterilização e o uso incorreto do equipamento, que pode levar ao superaquecimento do vapor, com diminuição do poder mi- crobicida, além de não esterilizar óleos e pós. A NBR ISO 1113415 especifica requisitos para o uso do calor úmido no desenvolvimento do processo de esterilização, na validação do processo de esterilização e no controle da rotina de esterilização. Envolve todos os processos por calor úmido, incluindo vapor satura- do e mistura ar-vapor, é aplicável a todos os processos de fabricação industriais e a todos os outros que realizam terceirização da esterili- zação por calor úmido. Os princípios esquematizados podem ser úteis no uso da esterilizaçãopor calor úmido em estabelecimentos que não sejam indústrias de produtos hospitalares. Validação de Processo de Esterilização por Calor Úmido13,15 Esterilização por Calor Úmido O processo de esterilização por calor úmido utiliza vapor satura- do sob pressão, o qual é injetado dentro da câmara esterilizadora (au- 144 toclave). O princípio básico da sua operação consiste na eliminação do ar contido no interior da autoclave substituindo-o por vapor; este vapor aquecerá todo material até a temperatura especificada, promo- vendo a redução microbiológica desejada. Qualificação de Instalação Na qualificação de instalação, o que se busca é a garantia de que: • os equipamentos adquiridos/disponíveis são adequados; • a instalação do(s) equipamento(s) será realizada conforme ins- truções dos fornecedores e de modo a proporcionar o melhor desempenho possível; • os instrumentos instalados em todos os equipamentos serão ca- librados em suas faixas de uso contra padrões rastreáveis a pa- drões nacionais/internacionais. Qualificação de Operação Na qualificação de operação, o que se busca é a garantia de que: • o(s) equipamento(s) instalado(s), como por exemplo bombas de água, caldeira, torres de resfriamento, sensores e registrado- res de pressão e temperatura, válvulas etc., estão funcionando adequadamente individualmente e em conjunto com os demais equipamentos do processo; • os equipamentos estão atingindo os parâmetros de performan- ce preestabelecidos em projeto. Por exemplo, a temperatura da autoclave ser controlada conforme rampa de aquecimento gra- dativo e atingir os 121°C, a entrada do ar comprimido fazer com que a pressão interna da autoclave atinja 1,7 bar de sobre- pressão, o ajuste dos “sprays de água” proporcionarem a efi- ciência do resfriamento dos produtos desejada etc. 145 Qualificação de Desempenho Físico Na qualificação de desempenho físico o que se busca é a garan- tia de que a autoclave atinja de forma consistente os parâmetros de temperatura e pressão durante todo o processo. Para tanto, deve-se realizar um mapeamento da distribuição de calor no interior da au- toclave (estudo de distribuição de calor) com o acompanhamento também da distribuição de calor no interior do produto (estudo de penetração de calor). Qualificação de Desempenho Microbiológico Na qualificação de desempenho microbiológico o que se busca é a garantia de que os equipamentos em conjunto com os parâmetros de processo definidos sejam capazes de proporcionar o nível de garantia de esterilidade desejado. O índice de letalidade mínimo normalmen- te utilizado é Fo = 8,0 min7 (para 121oC como temperatura referên- cia). É importante lembrar neste ponto que o produto com indicador biológico inoculado deve ser posicionado sempre no mesmo ponto onde foi ou está sendo realizado o mapeamento de temperatura. Etapas do Processo de Esterilização por Calor Úmido O processo de esterilização em uma autoclave segundo normas internacionais de operação ocorre da seguinte forma: • primeiramente, é realizado o fechamento das portas da auto- clave de forma a vedar qualquer ponto de vazamento de água e/ ou vapor; ou • é feita a introdução de água filtrada no interior da autoclave aquecida e resfriada através de chuveiro de água com circula- ção contida; o volume de água a ser introduzido varia em fun- ção do volume da autoclave e deve ser inferior ao nível dos produtos a serem esterilizados; ou 146 • inicia-se o aquecimento com a injeção de vapor saturado em autoclave a vapor (Fig. 4.7); o aquecimento é realizado de for- ma controlada permitindo que o ar contido no interior da auto- clave seja eliminado por uma válvula localizada na parte superior da câmara; quando a temperatura da autoclave atinge a tempe- ratura estabelecida, a válvula de saída do ar se fecha; Fig. 4.7 - Entrada de vapor na autoclave. Entrada de vapor na autoclave • com o fechamento da válvula em conjunto com a entrada de vapor saturado, a temperatura e a pressão da autoclave aumen- tam rapidamente até atingir o ponto de ajuste com o auxílio de termopares (Fig. 4.8); • depois de atingida a temperatura de esterilização, registrada por sensores (Fig. 4.8), inicia-se a contagem do tempo de exposi- ção do produto ao vapor úmido; este tempo varia em função do volume, embalagem e configuração de carregamento do produ- to a ser esterilizado; ou 147 • a água contida no interior da autoclave passa a ser pulverizada (Fig. 4.9) sobre os produtos, através de válvulas spray distribuí- das no interior da autoclave de chuveiro de água; com a pulveri- zação da água, a temperatura dos produtos aumenta rapidamente; • na autoclave de chuveiro de água, aproximadamente 10 minu- tos após atingir a temperatura de esterilização, é realizada uma injeção de ar comprimido filtrado no interior da autoclave até aproximadamente 1,7 bar; esta injeção de ar causa uma sobre- pressão na autoclave, não permitindo que o produto se infle e estoure em função do aumento da temperatura; • na autoclave de chuveiro de água, terminado o tempo de expo- sição, inicia-se o resfriamento do produto; a água contida na autoclave que é usada para o aquecimento do produto, agora passa por torres de resfriamento e em seguida é pulverizada sobre o produto para proporcionar o resfriamento; Fig. 4.8 – Sensor de temperatura na câmara da autoclave. Sensor que mede a temperatura da autoclave 148 Fig 4.9 – Pulverização da água a 121°C. A. Vista interna da autoclave. B. Detalhe dos sprays. Spray usado para pulverizar água a 121oC A B 149 • depois de atingida a temperatura de resfriamento definida como aceitável para o produto, a autoclave é despressurizada e o ci- clo de esterilização finalizado. Padronização da Carga Para se validar um processo de esterilização por calor úmido, de- vemos inicialmente padronizar a configuração do carregamento da autoclave, ou seja, definir a quantidade e a configuração que os pro- dutos devem ser colocados em cada carro de esterilização. Estudo de Distribuição de Calor Sensores de temperatura (termopares) previamente calibrados devem ser distribuídos na carga configurada a ser esterilizada, em posições previamente definidas com maior e menor dificuldades de aquecimento. Esses sensores devem ser acoplados a um registrador de temperatura, registrado em intervalos de tempo preestabeleci- dos. A função dos sensores é acompanhar o aquecimento e observar a distribuição de calor na carga. O número de sensores a ser distri- buído pela carga depende do volume da autoclave. Durante o tem- po de exposição do produto ao calor úmido, a temperatura de todos os sensores deverá atingir entre 119 e 122°C e a diferença de tem- peratura entre todos os sensores de distribuição de calor não deverá exceder 0,5°C. Estudo de Penetração de Calor Sensores de temperatura (termopares) previamente calibrados devem ser introduzidos em produtos que simulem exatamente o vo- lume e embalagens do produto a ser validado. Novamente, o número de produtos com sensores de penetração que devem ser utilizados depende do volume da autoclave. A função dos sensores de tempera- tura de penetração é acompanhar o aquecimento dos produtos em 150 vários pontos da carga de esterilização, e através de cálculo de índice de letalidade (Fo), definir o ponto ideal para o final do tempo de esterilização (exposição) para o produto. Estudo Microbiológico Uma carga microbiana conhecida (indicador biológico) deve ser inoculada em produtos simulados constituídos por solução salina 0,9%, embalados com volume e embalagens similares ao produto a ser validado. O indicador biológico recomendado para este tipo de esterilização é o Bacillus stearothermophilus ATCC 7953, porém, o Bacillus atrophaeus ATCC 9372 também é aceito para temperaturas inferiores a 121oC. O número de produtos com indicador biológico inoculado deve ser igual ao número de sensores de penetração de calor. A distribuição dos produtos inoculados no interior da carga de esterilização deve ser ao lado de cada produto com sensor de tempe-ratura de penetração (Fig. 4.10). A função do estudo microbiológico é garantir que o processo de esterilização estabelecido seja capaz de reduzir uma população de microrganismos de resistência e popula- ção conhecidos a níveis aceitáveis. Teste dos Indicadores Biológicos Indicadores em Fitas de Papel Testar os indicadores biológicos em fitas de papel, transportando-os para tubos de TSB (tryptic soy broth). Os indicadores biológicos de- verão ser incubados dentro de três horas após retirados da autoclave, e mantidos por sete dias à temperatura de 35 a 37oC para B. atro- phaeus e de 55 à 57°C para B. stearothermophilus. Indicadores Biológicos em Ampolas Transferir os indicadores biológicos em ampolas para o ba- nho-maria. Os indicadores biológicos deverão ser incubados den- 151 tro de três horas após retirados da autoclave, e mantidos por sete dias à temperatura de 35 a 37oC para B. atrophaeus e de 55 à 57°C para B. stearothermophilus. Controle Positivo Para cada dia em que os indicadores biológicos são usados na qualificação, devem ser testados dois indicadores biológicos, não esterilizados, do mesmo lote que aqueles usados na qualificação como controle. Incubar por sete dias à temperatura de 35 a 37oC para B. atrophaeus e 55 a 57°C para o B. stearothermophilus. Fig. 4.10 – Configuração da carga e posições dos sensores de temperatura e dos indicadores biológicos. 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 152 Critério de Aceitação Será considerado aprovado caso: • os controles positivos mostrem-se positivos dentro sete dias de incubação e, • os indicadores biológicos esterilizados mostrarem-se negativos dentro dos sete dias de incubação. Freqüência de Qualificações Qualificação inicial: • realizar um estudo de distribuição de calor com a autoclave vazia; • realizar três estudos de distribuição de calor com a autoclave com carga mínima de produtos; • realizar três estudos de penetração de calor com a autoclave com carga máxima de produtos; • realizar no mínimo um estudo microbiológico em conjunto com estudos de penetração de calor. Requalificação da Autoclave • Realizar um estudo de distribuição de calor com a carga máxi- ma a cada seis meses. • Realizar um estudo de penetração de calor com a carga máxima a cada seis meses. Requalificação dos Produtos • Realizar um estudo de distribuição de calor com a autoclave cheia a cada dois anos para cada produto. • Realizar um estudo de penetração de calor com autoclave cheia a cada dois anos para cada produto. 153 ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR SECO15 Outra forma de destruição de microrganismos é a utilização do calor seco, gerado em estufas elétricas próprias para esterili- zação pela condução térmica. Inicialmente, o calor é absorvido pela superfície exterior de um material e depois pela próxima camada. Progressivamente, a temperatura necessária para este- rilização alcança todo o artigo. A morte dos microrganismos pelo calor seco ocorre por meio da oxidação e dessecação. O proces- so de esterilização realiza-se com o aquecimento dos artigos por irradiação do calor das paredes laterais e da base da estufa asso- ciada à condução. O uso de estufa é limitado, pois o calor seco não é tão penetrante quanto o vapor, e a sua distribuição dentro da câmara não ocorre de maneira uniforme, sendo recomendado que não se utilize o centro da estufa, pois concentra os chamados pontos frios. A carga deverá ser o mais uniforme possível, e as caixas devem conter uma quanti- dade limitada de intrumental. O uso de caixas em aço inoxidável ou com paredes espessas dificulta ainda mais a transmissão do calor na carga. Em razão dessa limitação e da inexistência até o momento de uma solução, a esterilização pelo calor seco vem sendo gradativamente abandonada e substituída por outros processos. É o caso, por exemplo, da esterilização de instrumentais, que está sendo realizada em autoclaves com vapor úmido saturado, em recipientes metálicos perfurados ou sem tampa e acondicio- nados com tecido de algodão ou similar. Outra alternativa é o aumento da temperatura e o tempo de exposição dos artigos ao calor seco. Contudo, os resultados práticos e os benefícios des- sas alternativas ainda não estão suficientemente documentados e divulgados16. 154 Validação do Processo de Esterilização por Calor Seco17 A esterilização por calor seco é usada para despirogenizar vidra- nias e outros materiais não-termosensíveis. A validação deste processo é realizada através do estudo da distribui- ção do calor dentro da estufa, sendo o desafio dos pontos críticos (pontos frios) executado utilizando-se indicadores de endotoxinas bacterianas. Após estudos da distribuição do calor dentro da estufa, frascos de endotoxina são colocados nas posições predeterminadas (pontos frios) (Fig. 4.11). Notas: Frente da estufa = números: 1, 2, 6 e 7. Centro da estufa = números: 5 e 10. Fundo da estufa = números: 3, 4, 8 e 9. Efetuar dois ciclos de despirogenização, um com a estufa carregada com vidrarias na sua capacidade máxima e outro com a estufa vazia. Para cada ciclo, serão utilizados dois indicadores de endotoxina como controle positivo, ou seja, os indicadores não serão expostos ao ciclo de despirogenização. Fig. 4.11 – Posições dos frascos com endotoxina na estufa. 7 8 10 9 6 3 2 4 5 1 155 A farmacopéia americana17 recomenda a exposição dos frascos com indicadores de endotoxina por um período mínimo de 30 mi- nutos a 250oC. Para a validação do processo, os níveis de endotoxi- na presentes nos frascos devem ser reduzidos ao menos em 3 ciclos logarítmicos. Após o término do ciclo de despirogenização, a redução da con- centração de endotoxina é determinada comparando a concentração de endotoxina dos frascos desafio contra um controle não exposto ao ciclo (250oC/30 minutos). Para quantificar os níveis de endotoxina presentes nos frascos, a endotoxina dos frascos deve ser recontituída com água apirogênica e submetida ao teste de detecção de pirogênio pelo método LAL (lisado de ambócitos de límulus) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Pinto TJA. Controle Biológico de Qualidade de Produtos Farmacêuticos, Correlatos e Cos- méticos. Livraria LMC. São Paulo, Atheneu, 2000. 2. ISO 11135 – 1994 – Medical Devices – Validation and Routine Control of Ethylene Oxide Sterilization. 3. Russel AD et al. Gaseous sterilization. In: Principles and pratice of disinfection preservation and sterilization. pp. 548-568, 1982. 4. Portaria Interministerial nº 482 de 16 de abril de 1999, DOU/1999. 5. NBR 18849/97 – Esterilizadores a gás de óxido de etileno puro e suas misturas. 6. EN 550 – Sterilization of Medical Devices – Validation and Routine Control of Ethylene Oxide Sterilization. 7. European Pharmacopeia 1997 – 3rd. Ed – Strasbourg: Concil of Europe, 1997, c 1996 – Euro- pean Pharmacopeia / published in accordance with the convention on the elaboration of an European Pharmacopeia 1997. 8. Portaria conjunta n° 01/MS/SVS de 16 de Dezembro de 1997, DOU 17/12/97. 9. British Standard BS EN 866-2:1998 Biological Systems for testing Sterilizers and Sterilizati- on Processes Part 2: Particular Systems for use in ethylene oxide sterilizers. 10. ISO 11138-1 Sterilization of health care products. Biological indicators Part 1: general. 11. British Standard EN 550: 1994 Sterilization of medical devices. Validation and routine con- trol of ethylene oxide sterilization. 12. ISO 10993-7 Biological evaluation of medical devices – Part 7 Ethylene oxide sterilization residuals. 13. Vessoni Penna TC. Journal of the Parenteral Drug Association V.50 n.4 p.1-11, 1996. 156 14. Vessoni Penna TC et al. Validação de Processo de esterilização a vapor úmido. Revista con- trole de Contaminação. Ano 5, nº 38, Junho/2002. 15. NBR ISO 11134/2001 Esterilização de produtos hospitalares. Requisitos para validação e controle de rotina. Esterilização por calor úmido. 16. Rutala WA. Disinfection, sterilization and waste disposal. In: Wenzel RP, ed. 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