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Administração de Materiais e Patrimônio UNIDADE 3 2 UNIDADE 3 - ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E PATRIMÔNIO PARA INícIO DE cONvERSA Olá, estudante! Preparado para darmos continuidade a nossa jornada de estudos? Espero que sim! Conto com o seu comprometimento nesta nossa unidade III. Está sendo uma grande satisfação tê-lo como aluno nesta disciplina. Preparado (a)? Vamos lá! PAlAvRAS DO PROfESSOR Na unidade anterior conhecemos alguns tópicos relacionados a estratégia de compras e aquisição de bens de capital. Discutimos se é melhor produzir ou comprar os materiais que a empresa necessita, em relação a maquinários discutimos se é melhor adquirir ou locar. Também conhecemos duas ferramentas fundamentais para nos auxiliar na gestão de estoque, critérios e técnicas para classificação de materiais e modelagens de previsão de demanda. E agora, o que você pode esperar da unidade 3? Trabalharemos técnicas de gestão e controle de estoques, métodos de avaliação e análise. Ou seja, depois desta unidade você possuirá as ferramentas necessárias para otimizar o estoque de qualquer organização. O que ainda esperar desta disciplina? Na unidade 4, teremos contato com tópicos avançados em estocagem, técnicas de localização, dentre outros. Ou seja, nossa jornada na administração de materiais está cada vez mais aplicada a prática geren- cial. Sua dedicação ao longo desta disciplina poderá fornecer ferramentas muito úteis para sua atuação profissional. Preparado (a)? Vamos lá! 3 1. cUSTOS DE ESTOQUES Fonte: http://www.imam.com.br/logistica/images/gestaociclo.jpg Os estoques podem ser entendidos como bens físicos, conservados de forma improdutiva durante um período de tempo. Os estoques podem consistir em materiais acabados esperando sua expedição, ou materiais em processo, ou que estejam esperando sua entrada no processo de produção. Ao pensar em estoques você pode lembrar de grandes indústrias, montadoras com seus pátios cheios de veículos, mas os estoques são importantes para outros setores além do setor industrial, o setor comercial possui nos estoques um componente estratégico de marketing, entrega rápida, imediata, etc., no setor de serviços, os estoques também são fundamentais, considere que um paciente se submete a uma cirurgia de transplante de coração, no final do procedimento faltam materiais para a limpeza e sutura. Desta for- ma, a prestação de um serviço complexo e caro pode ser comprometida por um problema de má gestão de estoques. GUARDE ESSA IDEIA! Os estoques possuem uma importância operacional para a organização, conforme ilustrado acima, bem como uma importância financeira. Empresas que trabalham como produção empurrada, ou seja, produ- zem para depois vender precisam manter um volume elevado de materiais em estoque, o que representa capital imobilizado, dinheiro parado, que poderia estar sendo utilizado de forma mais produtiva pela organização. Os objetivos operacionais da gestão de estoques são: cobrir mudanças no suprimento e na demanda, permitir uma produção ou compra mais econômica e proteger a empresa contra incertezas. http://www.imam.com.br/logistica/images/gestaociclo.jpg 4 1.1 custo de armazenagem Quais são os custos que a empresa incorre ao armazenar itens? Você pode pensar no custo do armazém no qual os itens estão estocados, custo do pessoal de segurança, custo financeiro do recurso imobilizado, seguros, etc. Assim, manter um item em estoque por um intervalo de tempo ocasiona custos para a organização. Os dois principais custos incorridos pelas empresas no processo de armazenagem são o custo do capital e o custo de armazenar. O custo de capital está associado ao fato de que um item em estoque representa dinheiro parado, dinheiro indisponível para outras atividades da organização, logo, é um custo de oportu- nidade, pois o dinheiro poderia ser empregado de outra forma na organização com um retorno superior. vISITE A PáGINA Você pode compreender melhor a dinâmica do custo de oportunidade clicando aqui. PRATIcANDO Uma maneira para mensurar o custo de armazenagem de um item é estoques é apresentado a seguir: Onde: p – Preço unitário do item i – Custo do capital a – Taxa de armazenagem Na gestão de estoques o custo de armazenar ou custo de manter os produtos em estoque durante o pe- ríodo de um ano é dado pela seguinte expressão: Onde: ca – Custo de manter um produto em estoque Qc – Quantidade comprada de itens em cada pedido Qseg – Quantidade do estoque de segurança, quantidade destinada a suprir eventualidades. https://pt.wikipedia.org/wiki/Custo_de_oportunidade 5 1.2 custo de pedido O custo do pedido pode ser considerado como todos os custos que a empresa incorre desde o momento do início do trabalho de aquisição no departamento de compras, até o momento em que a mercadoria é estocada na empresa. Tais custos incluem: custos do departamento de compras, custo do transporte da mercadoria, e custo de inspecionar e enviar a mercadoria ao estoque, etc. O custo anual de pedidos pode ser representado na equação a seguir: Onde: cp – Custo de um pedido D – Demanda anual Qc – Quantidade comprada do item. 1.3 custo de falta Imagine que você durante toda a sua vida consumiu um detergente líquido da marca A. Agora considere que na sua última ida ao supermercado não havia o produto A nas prateleiras, apenas os concorrentes, B, c e D. Se você não estiver disposto a ir até outro estabelecimento apenas para comprar detergente líquido, você optará por levar o produto B, c e D. Neste caso, qual seria o custo para a empresa A de você levar o produto concorrente? O custo de falta pode trazer grandes danos a organização, no entanto, é de difícil mensuração, compreen- de o tempo no qual a linha de produção ficou parada, custo do equipamento parado, custo do material comprado de forma emergencial, multas contratuais por eventuais atrasos, prejuízos, e principalmente o desgaste junto aos consumidores. Ou seja, você que levou o produto da marca B, c e D, e gostando do produto, pode não voltar a comprar o produto A. 1.4 custo total O custo total em estoques se refere ao somatório dos custos de armazenagem dos itens em estoque e do custo dos pedidos. Uma estratégia de minimização dos custos em estoques contará com uma combinação dos dois custos, conforme será apresentado mais adiante nesta unidade através do lote econômico. 6 2 . ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E PATRIMÔNIO 2.1 Níveis de estoque e o gráfico dente de serra Uma maneira de ilustrar o comportamento dos custos e do fluxo de estoques é o gráfico dente de serra. Este gráfico representa a evolução do estoque de uma empresa, no eixo X colocamos o tempo e no eixo Y o nível de estoque. Tal gráfico na sua concepção teórica assume as seguintes hipóteses básicas: a taxa de consumo dos itens em estoque é constante ao longo do tempo, o tempo entre o pedido da mercadoria e o recebimento do produto no estoque é constante (previsível, sem imprevistos), o material chega a empresa quando o nível de estoque atinge zero e o controle da qualidade não rejeita o lote adquirido. Ao observar o gráfico abaixo percebemos que a medida que o tempo vai passando o estoque vai sendo consumido e quando este chega ao nível zero uma nova encomenda é recebida e o estoque volta a ser consumido. No entanto, para este perfeito funcionamento algumas atividades precisam funcionar de for- ma adequada. Primeiramente analisemos o ponto de ressuprimento, ou seja, o momento no qual o depar- tamento de compras deve fazer uma nova encomenda do item em questão. Fonte: Autor,2016 O ponto de ressuprimento é representado no gráfico por PR. Ele determina o momento exato no qual um novo pedido deve ser realizado, esta é uma questão crucial para o administrador de materiais de forma a garantir que o produto sempre esteja disponível em estoque. O ponto de ressuprimento pode ser calcula- do através da expressão: O tempo entre a encomenda e o recebimento do produto no estoque é chamado de lead time, no gráfico(lT). Quanto deve ser comprado é representado pelo lote econômico (le) que será apresentado mais adiante. Perceba que o sistema do gráfico dente de serra permite o abastecimento seguro e previsível dos itens em estoque. 7 2.2 cálculo do estoque de segurança Você já deve ter pensado que muitas das hipóteses que levantamos no gráfico dente de serra não são apli- cáveis na realidade empresarial, modificações na demanda, atrasos nas entregas e etc. podem acontecer e ocasionar uma falta de produtos em estoque, por isso, a gestão de estoques utiliza o estoque de segu- rança, estoque reserva, ou estoque mínimo. Tal estoque representa uma quantidade de itens mantida em estoques de forma a minimizar alguns fatores geradores de incerteza, tais como, variações repentinas na demanda, demora no processamento de um pedido de compra, atrasos na entrega, dentre outros fatores. O estoque de segurança pode ser calculado a partir da expressão a seguir: Onde: Dmáx = Demanda máxima Dméd = Demanda média lTmax = Lead Time Máximo (Tempo de reposição máximo) lTmed = Lead Time médio (Tempo de reposição médio). A demanda média pode ser obtida através de: 2.3 lote econômico de compras (sem falta) Alguns aspectos dos mais importantes na gestão de estoques estão relacionados a duas questões: quan- do comprar e quanto comprar. A primeira questão já foi devidamente respondida com o ponto de ressupri- mento apresentado anteriormente. Neste momento, responderemos a segunda questão, ou seja, quanto deve ser adquirido. Primeiramente vamos conhecer o lote econômico de compras, considerando a inexistência de falta de produtos em estoque. Assumamos as seguintes hipóteses, o consumo mensal apresenta uma taxa cons- tante, a reposição dos itens ocorre quando o nível de estoque chega a zero, e o custo de se fazer o pedido é constante e não depende da quantidade comprada. A partir de operações com a expressão do Custo total apresentada anteriormente, encontramos o LEC (lote econômico de compra) que representa a quantidade a ser adquirida que minimiza os custos de pe- dido e de armazenagem, o lote econômico já foi apresentado no gráfico dente de serra, representando a quantidade adquirida Le. 8 Onde: cp = Custo do pedido D = Demanda ca = Custo de armazenagem EXEMPlO Consideremos um exemplo, do cálculo do lEc e do custo total em estoques. A Ômega autopeças fornece uma grande variedade de componentes para veículos comerciais leves. Para um particular item, o coxim do WW Gol a demanda anual é de 22600 unidades. O custo de um pedido é de R$ 123,50, enquanto o custo unitário de armazenagem é de R$ 14,50 por unidade, por ano. Considere que a empresa mantém um estoque de segurança de 2000 peças. Qual é o lote econômico de compra do item? Calcule o custo total em estoques. a) LEC = = 620,47 ou seja, 621 itens é o tamanho do lote que minimizará os custos de pedido e armazenagem. b) CT = Custo de Pedido + Custo de Armazenagem CP = = R$ 4.494,53 CA = = R$ 33.502,25 CT = R$ 37.996,78 Perceba que tal formulação para o LEC pode ser extrapolada, para o suprimento das necessidades da organização através da produção dos componentes, neste caso, tem-se o LEF (lote econômico de fabrica- ção), conforme expressão abaixo. Onde: cprep = Custo de preparação das máquinas para a produção. D = Demanda ca = Custo de armazenagem 9 3. MéTODO DE AvAlIAÇÃO DOS ESTOQUES A administração de materiais também se importa com a valoração dos itens em estoque, ou seja, fornecer uma posição do volume financeiro investido em estoques, de forma que a empresa consiga contabilizar corretamente seus recursos. O montante de recursos alocado em estoque pode ser observado a partir do preço de custo que se refere ao produto fabricado pela empresa, quanto custou para a empresa fabricar e pelo preço de mercado, quanto custou para a empresa adquirir ou seja, o valor da nota fiscal. 3.1 Método do custo médio O critério do custo médio é muito popular entre as organizações e consiste na razão entre o valor total em estoque do item pelo número de itens em estoque. Ou seja, chega-se a um valor médio por unidade do produto em estoque. você pode facilmente calcular o valor do custo médio através da expressão a seguir O método do custo médio tem uma função estabilizadora no valor dos itens em estoque, porque devido ao uso da média, ele consegue minimizar flutuações de preços dos itens em estoque. Desta forma, a eliminar as flutuações, no longo prazo tal método se aproxima dos custos reais das mercadorias adquiridas. Considere que no dia 01/jan, conforme exemplo acima a empresa possuía 2000 itens em estoque a um custo unitário de R$ 5,10, totalizando um investimento em estoques de R$ 10.200,00. No dia 02/jan a em- presa recebe um novo fornecimento, totalizando 7000 itens em estoque. Neste ponto, precisamos calcular o novo custo médio, somamos o valor total da entrada R$ 26.000,00 ao valor dos produtos já em estoque R$ 10.200,00, totalizando, R$ 36.200,00. Quando dividimos este valor pelo estoque total de 7000 itens obtemos o valor de R$ 5,17. Que será tomado como base para mensuração do valor das saídas. E assim atualizamos o preço médio a cada nova entrada de produtos no estoque. Data Entrada Saída Saldo Quant. Preço (unid) Total Quant. Preço (unid) Total Quant. Preço (unid) Total 01/01/2016 R$ - R$ - 2000 R$ 5,10 R$ 10.200,00 02/01/2016 5000 R$ 5,20 R$ 26.000,00 R$ - 7000 R$ 5,17 R$ 36.190,00 03/01/2016 R$ - 2000 R$ 5,17 R$ 10.340,00 5000 R$ 5,17 R$ 25.850,00 04/01/2016 7000 R$ 5,11 R$ 35.770,00 3000 R$ 6,84 R$ 20.520,00 9000 R$ 6,84 R$ 61.560,00 05/01/2016 R$ - 8000 R$ 6,84 R$ 54.720,00 3000 R$ 6,84 R$ 20.520,00 10 3.2 Método PEPS (fIfO) O método PEPS, primeiro a entrar, primeiro a sair ou fIfO, first in, first out, é uma técnica de sequen- ciamento que prioriza os materiais que entraram primeiro no estoque para o computo do seu valor de aquisição, neste caso o preço de cada aquisição é considerado de forma individual, conforme pode ser visto no exemplo a seguir: A tabela acima utiliza o método PEPS, no dia 01/jan temos um estoque de 2000 unidades, adquirido a R$ 5,10. No dia 02/jan são recebidas 3000 unidades a R$ 5,30, totalizando 5000 itens em estoque. No dia 03/jan ocorre a primeira saída de produtos do estoque, 1500 unidades que sairão ao preço de R$ 5,10 pois são retiradas dos primeiros itens em estoques. No dia 04/jan são recebidas 2000 unidades a R$ 5,05, totalizando 5500 unidades. No dia 05/jan, saem 3000 itens do estoque, 500 contabilizados a R$ 5,10 e 2500 a R$ 5,30. Data Entrada Saída Saldo Quant. Preço (unid) Total Quant. Preço (unid) Total Quant. Preço (unid) Total 01/01/2016 R$ - R$ - 2000 R$ 5,10 R$ 10.200,00 02/01/2016 R$ - R$ - 2000 R$ 5,10 R$ 10.200,00 02/01/2016 3000 R$ 5,30 R$ 15.900,00 R$ - 3000 R$ 5,30 R$ 15.900,00 02/01/2016 5000 R$ 26.100,00 03/01/2016 1500 R$ 5,10 R$ 7.650,00 500 R$ 5,10 R$ 2.550,00 03/01/2016 3000 R$ 5,30 R$ 15.900,00 03/01/2016 3500 R$ 18.450,00 04/01/2016 2000 R$ 5,05 R$ 10.100,00 500 R$5,10 R$ 2.550,00 04/01/2016 3000 R$ 5,30 R$ 15.900,00 04/01/2016 2000 R$ 5,05 R$ 10.100,00 04/01/2016 5500 R$ 26.000,00 05/01/2016 500 R$ 5,10 R$ 2.550,00 0 R$ 5,10 R$ - 05/01/2016 2500 R$ 5,30 R$ 13.250,00 500 R$ 5,30 R$ 2.650,00 05/01/2016 0 R$ 5,05 R$ - 2000 R$ 5,05 R$ 10.100,00 05/01/2016 2500 R$ 12.750,00 06/01/2016 500 R$ 5,30 R$ 2.650,00 0 R$ 5,30 R$ - 06/01/2016 500 R$ 5,05 R$ 2.525,00 1500 R$ 5,05 R$ 7.575,00 06/01/2016 1500 R$ 7.575,00 11 3.3 Método UEPS (lIfO) Agora você vai notar que nos métodos, UEPS, último a entrar, primeiro a sair, do inglês LIFO, last in, last out, são priorizados os últimos materiais que entram no estoque, para contabilização do seu valor. O preço de cada aquisição também é considerado de forma individual, conforme a continuação do exemplo anterior. Podemos perceber que no procedimento Último a entrar, primeiro a sair (UEPS), a valoração das saídas acontece priorizando as últimas etapas. O período se inicia em com 2000 itens em estoque a um preço unitário de R$ 5,10. No dia 02/jan ocorreu uma entrada de 3000 itens no estoque, ao preço unitário de R$ 5,30 totalizando 5000 itens em estoque. No dia 03/jan ocorre uma saída de 1500 unidades, ao preço de R$ 5,30, priorizando a última entrada, restando 1500 itens valorados em (R$ 5,30) e 2000 itens valorados a (R$ 5,10). Data Entrada Saída Saldo Quant. Preço (unid) Total Quant. Preço (unid) Total Quant. Preço (unid) Total 01/01/2016 R$ - R$ - 2000 R$ 5,10 R$ 10.200,00 02/01/2016 R$ - R$ - 2000 R$ 5,10 R$ 10.200,00 02/01/2016 3000 R$ 5,30 R$ 15.900,00 R$ - 3000 R$ 5,30 R$ 15.900,00 02/01/2016 5000 R$ 26.100,00 03/01/2016 2000 R$ 5,10 R$ 10.200,00 03/01/2016 1500 R$ 5,30 R$ 7.950,00 1500 R$ 5,30 R$ 7.950,00 03/01/2016 3500 R$ 18.150,00 04/01/2016 2000 R$ 5,10 R$ 10.200,00 04/01/2016 1500 R$ 5,30 R$ 7.950,00 04/01/2016 2000 R$ 5,05 R$ 10.100,00 2000 R$ 5,05 R$ 10.100,00 04/01/2016 5500 R$ 28.250,00 05/01/2016 2000 R$ 5,10 R$ 10.200,00 05/01/2016 1000 R$ 5,30 R$ 5.300,00 500 R$ 5,30 R$ 2.650,00 05/01/2016 2000 R$ 5,05 R$ 10.100,00 0 R$ 5,05 R$ - 05/01/2016 2500 R$ 12.850,00 06/01/2016 500 R$ 5,10 R$ 2.550,00 1500 R$ 5,10 R$ 7.650,00 06/01/2016 500 R$ 5,30 R$ 2.650,00 0 R$ 5,30 R$ - 06/01/2016 1500 R$ 7.650,00 12 3.4 Método do custo de reposição O método do custo de reposição no processo de contabilização do valor do estoque considera a situação em tempo real (atual) do preço dos produtos adquiridos ou custo dos produtos fabricados. Tal método pretende captar as variações de preços e custos no curto prazo. Uma expressão para o cálculo do preço pelo método do custo de reposição é dada por: 4. SISTEMAS DE cONTROlE DE ESTOQUES 4.1 Sistema Just-in-time O JIT é uma filosofia de manufatura, ou seja, uma forma de abordar, entender e conduzir as atividades manufatureiras. Tem como objetivos: aumentar o retorno sobre o investimento da empresa através do au- mento da receita, da redução dos custos e do imobilizado e da participação dos empregados no processo produtivo. Ou seja, podemos entender o JIT como uma filosofia que prima pela eliminação sistemática do desperdí- cio, levando a um aumento da produtividade. Na gestão de estoques o JIT representa uma ferramenta para redução de estoques desnecessários. A redução do tamanho dos lotes de entrega de material reduz custos da organização. Por sua vez, a redução do tamanho dos lotes requer um maior número de abastecimentos, bem como a redução do estoque de segurança. O sistema JIT está associado a um sistema de produção puxada, ou seja, um sistema no qual a produção é orientada pelas vendas. O JIT requer um sistema de produção estabilizado, ou seja, um plano mestre da produção com base em previsões diárias da demanda, podendo fazer uso de um sistema visual de controle o Kanban, que tem por objetivo controlar e balancear a produção, ao eliminar desperdícios e acionar um sistema de reposição de estoque em função das exigências da demanda, conforme o livro Administração de Materiais de Gonçalves, 2007. vISITE A PáGINA Ficou curioso para saber mais sobre o Kanban? Então clique aqui. https://pt.wikipedia.org/wiki/Kanban 13 4.2 Sistema MRP O Materials Requirements Plannig (Planejamento das necessidades de material) MRP é uma técnica que a partir de uma visão de futuro das necessidades de disponibilidade do produto final de uma organização, calcula os momentos e as quantidades que devem ser obtidos, de cada componente de forma que não haja falta nem sobra de nenhum deles no suprimento das necessidades para a produção do referido produto. O MRP recebe variadas informações para auxilio no processo de planejamento, por exemplo, o plane- jamento do volume de produção do curto prazo é emitido pelo programa mestre da produção, esta infor- mação é fundamental para a determinação do número de componentes que deverão ser disponibilizados e o instante de disponibilização. Com a informação das quantidades que deverão ser produzidas e seus respectivos prazos o MRP recebe a lista de materiais necessários para a produção do produto e recebe a informação da quantidade dos componentes disponíveis em estoque. Fonte: Autor,2016 Com base nestas informações o sistema MRP envia ordens de compra para aquisição dos componentes necessários, estabelece um plano de materiais e uma ordem de trabalho. PRATIcANDO Consideremos um caso apresentado no Livro Administração da Produção e Operação de Moreira (2011) para ilustrar tal técnica: Consideremos uma fábrica de móveis, para certa mesa de cozinha a demanda (necessidade bruta) para as próximas 12 semanas é de 100 unidades, devendo-se entregar 40 mesas no início da semana 4 e o restante no início da semana 11. A mesa é composta por um tampo, um tronco e oito suportes idênticos, quatro suportes são fixados na parte inferior do tronco e quatro na parte superior. 14 Os tempos de espera para fabricação dos componentes e estoque disponível na data atual são apresentados a seguir: Item Operação Tempo de Espera Estoque remanescente Mesa Montagem 1 semana 5 unidades Tampo Fabricação 1 semana 15 unidades Tronco Fabricação 2 semanas 12 unidades Suportes Fabricação 1 semana 90 unidades PAlAvRAS DO PROfESSOR Caro (a) aluno (a) fique atento, quando você for montar uma tabela MRP deve começar pelo produto final para em seguida trabalhar com os componentes. Atente que uma mesa segundo o exemplo deverá contar com um tampo, um tronco e oito suportes. Também considere que uma mesa leva uma semana para ficar pronta, desta forma, os componentes devem estar disponíveis no setor de montagem uma semana antes da entrega prevista, ou seja, na semana 4 e na semana 10. consideremos aprogramação para a produção de mesas: Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Necessidades brutas 40 60 Estoque dis- ponível 5 0 Recebimentos programados 0 0 Necessidades líquidas 35 60 Liberação de ordem 35 60 Na semana 4 a empresa possui apenas 5 mesas prontas em estoque, ou seja, precisa montar 35 mesas. Como não existe nenhum recebimento programado, é emitida uma ordem de montagem de 35 mesas, de forma que na semana 5 estejam disponíveis 40 mesas em estoque, que serão enviadas aos clientes. O mesmo ocorre na semana 11, o estoque de mesas zerados na semana 11 leva a emissão da ordem de montagem na semana 10. 15 Agora analisaremos os componentes: tampo, tronco e suportes. Tampo Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Necessidades brutas 35 60 Estoque dis- ponível 15 0 Recebimentos programados 0 0 Necessidades líquidas 20 60 Liberação de ordem 20 60 No que diz respeito ao tampo, na semana 4 são necessários 20 tampos, visto que temos a necessidade de produzir 35, pois 5 mesas já estão prontas e constam em estoque 15 tampos. Como o tempo de produção é de 1 semana, na semana 3 emite-se uma ordem de produção de 20 tampos. Com o estoque zerado, na semana 9 é emitida a ordem de fabricação de 60 tampos. Tronco Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Necessidades brutas 35 60 Estoque dis- ponível 12 0 Recebimentos programados 0 0 Necessidades líquidas 23 60 Liberação de ordem 23 60 No que diz respeito ao tronco da mesa, na semana 4 são necessários 35 troncos, porém existem 12 troncos em estoque, desta forma existe a necessidade de 23 troncos, assim na semana 2 é emitida uma ordem de produção de tal quantidade de troncos (Lembre que o tempo de produção do tronco é de duas semanas). Na semana oito é emitida outra ordem de fabricação de 60 troncos. Suportes Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Necessidades brutas 280 480 Estoque dis- ponível 90 0 16 Recebimentos programados 0 0 Necessidades líquidas 190 480 Liberação de ordem 190 480 Em relação aos suportes, devemos lembrar que cada mesa possui 8 suportes, desta forma na semana 4 serão necessários 280 suportes (35 mesas X 8), a empresa possui 90 suportes em estoque, desta forma é necessária a produção de 190, ordem de produção liberada na semana 3. Na semana 10 são necessários 480 suportes e na semana anterior é emitida a ordem de fabricação. Você precisa ficar atento, que a empresa precisa observar o tamanho do lote a ser fabricado de forma a minimizar os custos em estoques conforme visto nesta unidade. 5. ANálISE DOS ESTOQUES 5.1 Análise do inventário físico Os erros acontecem em qualquer atividade produtiva, e não é diferente com os estoques, por isto possí- veis inconsistências no nível de estoque devem ser detectadas, e isto é realizado através de uma auditoria dos itens em estoque. Tal contagem, chamada de inventário pode se dar de forma periódica (anual) na qual todos os itens são contados, e a contagem cíclica de determinados itens. Deve-se fazer auditoria com precisão para identificar inconsistências nos estoques, bem como, deve-se fazer uma auditoria no sistema afim de encontrar e eliminar as causas de registros imprecisos. O inventário físico anual visa garantir que os registros de estoque representam o valor do estoque, de forma a atender auditores financeiros. Do ponto de vista operacional, a auditoria representa uma oportu- nidade de identificar e corrigir imprecisões de registros. Alguns fatores podem contribuir para um bom inventário físico: • Arrumação – As peças devem estar agrupadas e organizadas de forma que possam ser facilmen- te contadas. • Identificação – As peças devem ser identificadas e etiquetadas com seu número correspondente. • Treinamento – As pessoas que realizarão o inventário devem ser treinadas e estar preparadas para a tarefa. O processo de inventário físico consiste em 4 etapas: 1. Contar os itens e registrar a contagem em uma etiqueta afixada ao item. 2. Conferir a contagem, mediante uma nova contagem por amostragem. 3. Ao terminar a contagem, reunir as etiquetas e fazer uma lista dos itens de cada departamento. 4. Atualizar os registros de estoque, conciliando diferenças entre a contagem física e o valor em dinheiro. 17 PAlAvRAS DO PROfESSOR Prezado (a) estudante, chegamos ao final da nossa unidade III, agora não deixe de acessar o AVA e res- ponder as atividades. Lembre-se surgindo dúvidas o seu tutor está apto para esclarecê-las. Bons estudos e até a próxima unidade! _GoBack
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