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18 - Papel dos estoques nas empresas

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O PAPEL DOS ESTOQUES NA EMPRESA 
 
 
 O estudo do papel dos estoques nas empresas é tão antigo quanto o estudo da 
própria administração. Como elemento regulador, quer do fluxo de produção, no caso 
do processo manufatureiro, quer do fluxo de vendas, no processo comercial, os estoques 
sempre foram alvo da atenção dos gerentes. 
 
 Visto como um recurso produtivo que no final da cadeia de suprimentos criará 
valor para o consumidor final, os estoques assumem papel ainda mais importante. Hoje 
todas as empresas procuram, de uma forma ou de outra, a obtenção de uma vantagem 
competitiva em relação a seus concorrentes, e a oportunidade de atendê-los 
prontamente, no momento e na quantidade desejada, é grandemente facilitada com a 
administração eficaz dos estoques. 
 
 Assim, estudaremos como tirar vantagens dos estoques, obtendo o máximo de 
retorno e benefícios em relação ao capital e aos recursos investidos. 
 
 A gestão do fluxo de materiais, serviços e informações, desde o fornecedor 
inicial até o consumidor final, constitui a essência da logística. Esse fluxo será analisado 
sob o aspecto cadeia de suprimentos. 
 
 
5.1. MODELOS DE ESTOQUES / PONTO DE PEDIDO 
 
 Hoje o relacionamento cliente-fornecedor é totalmente diferente de alguns anos 
atrás, quando cada um procurava tirar o máximo proveito do outro, e, se não eram 
inimigos, pelo menos a desconfiança era mútua. Atualmente o relacionamento é do tipo 
parceria, com elevada confiança, onde cliente e fornecedor se ajudam sempre na procura 
de soluções eficazes e que possam trazer mais benefícios aos consumidores finais. 
 
 Atender aos clientes na hora certa, com a qualidade certa e requerida tem sido o 
objetivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das 
mercadorias assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma 
vantagem competitiva duradoura. 
 
 Além disso, os estoques também podem ser usados nas negociações de preços 
com os fornecedores. A nova forma de estocagem de materiais tem em vista sua alta 
rotatividade, levando a sistemas altamente elevados. 
 
Toda empresa deve definir a forma como administra seus estoques, não só pelas 
vantagens decorrentes da organização, como também da exigência de sistemas 
informatizados, hoje presentes em quase toda empresa. Tais regras definem a estrutura 
dos modelos de estoques, ou mais generalizadamente, modelos de administração de 
materiais que procuram responder às perguntas quando comprar e quanto comprar. 
 Para desenvolver os modelos, precisamos primeiro analisar o gráfico de 
estoques e definir os novos parâmetros presentes. Observe a figura a seguir que 
representa uma situação genérica. O que mostra que e diferente a demanda média nos 
três períodos representados, os tempos de atendimento, os intervalos entre pedidos e os 
lotes de compra. 
 
 Gráfico de Estoque 
 
 Estoque 
 
 Q1 Q2 Q3 
 
 
 EM 
 
 PP 
 
 
 
 ES 
 Tempo 
 
 TA1 TA2 TA3 
 
 IP1 IP2 
 
 
 
Os modelos de estoque mais utilizados são simplificados, pois consideram 
constante ou invariável a demanda, os tempos de atendimento, os lotes de compra e os 
intervalos entre pedidos. 
 
 
5.2. ESTOQUE DE SEGURANÇA 
 
O estoque de segurança objetiva proteger contra a incerteza na oferta e na 
demanda. A incerteza pode ocorrer de duas maneiras: incerteza na quantidade e 
incerteza de período de entrega. A incerteza de quantidade ocorre quando a quantidade 
de suprimento ou de demanda varia; por exemplo, se a demanda é maior ou menor que a 
esperada em um determinado período. A incerteza de período de entrega ocorre quando 
o período de recebimento de oferta e de demanda difere do que é esperado. Um cliente 
ou um fornecedor pode modificar uma data de entrega, por exemplo. 
 
O estoque de segurança é o meio mais comum de proteção contra a incerteza. O 
estoque de segurança necessário depende dos seguintes fatores: 
 
 Variabilidade da demanda durante o lead time. 
 Freqüência de novos pedidos. 
 Nível de atendimento desejado. 
 Extensão do lead time. Quanto maior o lead time, mais estoque de segurança 
deve ser mantido para oferecer um nível especifico de atendimento aos clientes. 
Essa é uma das razões da importância de se reduzir os lead times tanto quanto 
possível. 
 
Agora vejamos alguns fatores importantes. 
 
 
 
5.3. ESTOQUE MÁXIMO 
 
È o resultado da soma do estoque se segurança mais o lote de compra. O nível 
máximo de estoque é normalmente determinado de forma que seu volume ultrapasse a 
somatória da quantidade do estoque de segurança com o lote em um valor que seja 
suficiente para suportar variações normais de estocagem em face de dinâmica de 
mercado, deixando margem que assegure, a cada novo lote, que o nível máximo de 
estoque não cresça e onere os custos de manutenção de estoques. 
O estoque máximo (E máx.), que é calculado somando o estoque de segurança 
(ES) com o lote de compra (Q). 
 
 
E máx. = ES + Q 
 
 
 
5.4. ESTOQUE MÉDIO 
 
O estoque médio é a soma do estoque de segurança com metade do lote de 
compra. 
 
 
Em = ES + Q/2 
 
 
 
5.5. PONTO DE PEDIDO 
 
 É a quantidade de peças que temos em estoque e que garante o processo 
produtivo para que não sofra problemas de continuidade, enquanto aguardamos a 
chegada do lote de compra, durante o tempo de reposição. Isso quer dizer que quando 
um determinado item de estoque atinge seu ponto de pedido deveremos fazer o 
ressuprimento de seu estoque, colocando-se um pedido de compra. 
 
O ponto de pedido ou reposição (PP) pode ser determinado pelo resultado da 
multiplicação entre tempo de atendimento (TA), também chamado de tempo de 
ressuprimento, e a demanda (D), somada ao estoque de segurança. 
 
 
PP = (TA x D) + ES 
 
 
 
5.6. INTERVALO ENTRE PEDIDOS 
 
O intervalo entre pedidos (IP) é o inverso do número de pedidos emitidos por 
intervalo de tempo (N). 
 
IP = 1/N 
 
 
 
5.7. NÚMERO DE PEDIDOS 
 
O número de pedidos emitidos por intervalo de tempo (N) é calculado dividindo-
se a demanda pelo lote de compra. 
 
N = D/Q 
 
Vejamos agora um modelo de reposição contínua ou lote padrão: 
 
 
 
 Estoque 
 Emáx. 
 
 
 
 
 EM 
 
 PP 
 
 
 
 ES 
 
 Tempo 
 
 
 
 
 Exemplo: 
 
O produto SS55 é um item de estoque comprado pela companhia 
ECONÔMICA. Como sua demanda é de 500 unidades / mês, a empresa mantém um 
estoque de segurança de 80 unidades, e a entrega é efetuada em 05 dias úteis. Supondo 
que as compras sejam feitas em lotes de 2.000 unidades, determinar todos os parâmetros 
de estoques correspondentes. Suponha que um mês tenha 20 dias úteis. 
 
 
 
5.8. SISTEMA DO PONTO DE PEDIDOO sistema do ponto de pedido ou lote padrão é o mais popular método utilizado 
nas fábricas e consiste em disparar o processo de compra quando o estoque de um certo 
item atinge um nível previamente determinado. O ponto de pedido é calculado em 
função do consumo médio e do prazo de atendimento. 
 
Exemplo: 
 O componente de estoque ZA589, que é reposto pelo sistema de lote padrão, tem 
um consumo médio de 120 unidades por dia e um tempo de atendimento de 10 dias 
úteis. Determine o ponto de pedido para o ZA 589. 
 
 
 
 
Solução: 
 Ponto de pedido = consumo médio X tempo de atendimento = 120 X 10 = 1.200 
unidades 
(sem considerar o efeito da variação no consumo, o que pode ser corrigido com o 
estoque de segurança). 
 
 Vimos no exemplo que o ponto de pedido do ZA589 é 1.200 unidades. Assim 
sempre que o estoque do item atingir o nível de 1.200 unidades emite-se novo pedido de 
compras, na quantidade previamente estabelecida, geralmente o lote econômico. Isto 
pode ocorrer a intervalos variáveis, já que o consumo geralmente não é constante, 
situação em que há necessidade de estoque de segurança. 
 
 
 
6. CUSTOS DOS ESTOQUES 
 
 
É usual ouvirmos que estoque é dinheiro. A necessidade de manter estoques 
acarreta uma série de custos às empresas. Os japoneses, pioneiros nos estudos do just-
in-time, consideram os estoques como uma fonte de desperdício. 
 
 Podemos classificar os custos de manter estoques em três grandes categorias: 
 
 
 
6.1. CUSTOS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS 
 
Ocorrem quando os custos crescem com o aumento da quantidade média 
estocada. Por exemplo, quanto maior o estoque, maior o custo do capital investido. Do 
mesmo modo, quanto maior a quantidade de itens armazenados, maior a área necessária 
e maior o custo do aluguel. 
 
Por todos estes fatores de que os custos são decorrentes da necessidade de a 
empresa manter ou carregar os estoques este também são chamados de custos de 
carregamento dos estoques. É também bastante usual a divisão dos custos em duas 
subcategorias: 
 
 
 
6.1.1. CUSTO DE CAPITAL 
 
Correspondente ao custo do capital investido. 
 
 
 
 
6.1.2. CUSTO DE ARMAZENAGEM 
 
Compreendendo o somatório de todos os demais fatores de custos, como a 
própria armazenagem, o manuseio e as perdas. Representado pela letra “i” a taxa de 
juros correntes e pela letra “P” o preço de compra do item de estoque, quando fornecido 
por terceiros ou o custo de fabricação, quando produzido internamente, assim pode-se 
escrever: 
 
 Custo de capital = i x P 
 
 Se Ca indicar a somatória de custos relacionados à armazenagem, como 
manuseio e obsolescência, ou seja: 
 
 Custo de armazenagem = Ca 
 
 O custo de carregamento dos estoques será: 
 
 Cc = Ca + i x P 
 
 A unidade dimensional do custo de carregamento pode ser, por exemplo, 
R$/unidade/ano, R$/ unidade/mês. Assim, quando falarmos que o custo de 
carregamento é de R$ 0,50 unidade/mês, estamos dizendo que uma unidade estocada 
durante um mês custa R$ 0,50. 
 
Exemplo: Um item tem custo de armazenagem anual total de R$ 0,60 por unidade e o 
preço de compra unitária de R$ 2,00. Considerando uma taxa de juros de 12% ao ano, 
calcular o custo de carregamento do estoque desse item. 
Ca = R$ 0,60/unidade/ano 
 i = 12% ao ano = 0,12 a. a. 
P = R$ 2,00/unidade 
Cc = R$ 0,60/unidade/ano + 0,12/ano x R$ 2,00/unidade 
Cc = R$ 0,60/unidade/ano + R$ 0,24/unidade/ano 
 
Cc = R$ 0,84/unidade/ano. 
 
 A grande dificuldade é a avaliação correta desses vários fatores de custos, tais 
como o de armazenagem onde devemos atribuir um valor para o aluguel dos 
almoxarifados. No caso do manuseio, devemos atribuir um custo de depreciação para os 
equipamentos, como empilhadeiras, carrinhos manuais, talhas e pontes rolantes. Por 
meio de um sistema de custeio adequado, esses custos podem ser avaliados com boa 
precisão. 
 
 
6.2. CUSTOS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS 
 
São os custos ou fatores de custos que diminuem com o aumento do estoque 
médio, isto é, quanto mais elevados os estoques médios, menores serão tais custos (ou 
vice-versa). São denominados custos de obtenção, no caso de itens comprados, e custo 
de preparação, no caso de itens fabricados internamente. Para uma dada demanda (D) 
anual constante, se a compra for efetuado uma única vez por ano, o lote(Q) deverá ser D 
unidades, e o estoque médio correspondente será de Q/2. Assim podemos ter: 
 
Número de vezes que a 
compra é efetuada por ano 
 
Tamanho do lote 
 
Estoque médio 
1 Q = D Em = Q/2= D/2 
2 Q = D/2 Em = Q/2 = D/4 
3 Q=D/3 Em = Q/2= D/6 
4 Q= D/4 Em = Q/2 = D/8 
 
Quanto mais vezes se comprar ou se preparar para a fabricação, menores serão 
os estoques médios e maiores serão os custos decorrentes do processo tanto de compras 
como de preparação. Assim, os custos de compras e preparação são inversamente 
proporcionais aos estoques médios. 
 
Exemplo: A empresa Cazisquel, a partir dos dados do ano anterior, computou todas as 
despesas do departamento de compras, como custo de mão-de-obra e encargos, 
materiais de escritório, aluguel de salas, correio, telefone e fax, chegando a um valor 
médio de R$ 15,00 por emissão de pedido de compras. Determinar os custos que serão 
incorridos na obtenção de um item de estoque cuja demanda anual é de 12.000 
unidades, para as seguintes políticas: 
 
a) comprar uma única vez por ano; 
b) comprar duas vezes por ano; 
c) comprar 10 vezes por ano; 
 
Solução: 
Custo do pedido = R$ 15,00 
Custo de obtenção = número de pedidos por período x custo do pedido no período; 
a) comprar uma única vez por ano 
lote = 12.000 unidades 
custo de obtenção = 1 pedido/ano x R$ 15,00/pedido = R$ 15,00/ano 
b) comprar duas vezes por ano 
lote = 6.000 unidades 
custo de obtenção = 2 pedidos/ano x R$ 15,00/pedido = R 30,00/ano 
c) comprar 10 vezes por ano 
lote = 1.200 unidades 
custo de obtenção = 10 pedidos/ano x R$ 15,00/pedido = R$ 150,00/ano 
 
 Os estoques médios (Q/2) decorrentes serão, em cada um desses casos, 6.000 
unidades, 3.000 unidades e 600 unidades. A tabela abaixo, mostra a relação entre custos 
de obtenção e o estoque médio mantido: 
 
 
Variação do custo de obtenção em função do estoque médio 
Custo de obtenção(R$) Estoque Médio(unidade) 
15,00 6.000 
30,00 3.000 
150,00 1.200 
 
 Da tabela vemos a proporcionalidade inversa, isto é, quanto menor o estoque, 
maior o custo de obtenção. Enquanto para um estoque de 6.000 unidades o custo de 
obtenção é de R$ 15,00, num estoque cinco vezes menor(1.200 unidades) esse custo 
sobe para R$ 150,00 (10 vezes mais). Raciocinando, aplica-se quando se trata de custos 
de preparação de ordens de fabricação ou produção. A única diferença é que em vez de 
lote de compras, temos agora lote de fabricação. 
 
 A unidade dimensional dos custos de obtenção ou preparação é R$/lote 
comprado ou fabricado. Simplificando utilizaremos R$/lote ou R$/pedido. 
 
 Para calcular o número de pedidos ou ordens emitidos por unidade de tempo, 
consideramos a demanda por unidade de tempo como o D, o tamanho do lote de 
compras ou de fabricação em unidades como Q, e o custo de obtenção ou preparação 
como Cp. Assim, o número de pedidos, letra “n” será: 
 
 
 „n = D 
 Q 
 
C(inversamente proporcionais) = n x Cp ou 
 
C(inversamente proporcionais) = D x Cp 
 Q 
 
Exemplo: Uma empresa revende o produto argamassa SW23, que utilizado na 
construção de residências e tem uma demanda anual estimada em 2.400 unidades. Ela 
trabalha com apenas um fornecedor, localizada a 450 Km de distância. O custo do 
transporte é de R$ 240,00 por lote, fica por conta do comprador. O custo da emissão de 
um pedido é estimado em R$ 50,00. Sabendo que a empresa planeja comprar todo mês 
o SW23, determinar o custo anual de obtenção em que irá ocorrer. 
 
D= 2.400 unidades/ano 
„n = 12 pedidos por ano, ou seja, um pedido pormês. 
Q = 2400/12 = 200 unidades/pedido ou 200 unidades/lote 
Custo ocorrido = custo de obtenção + custo do transporte 
Custo ocorrido = (12 pedidos/ano x R$ 50,00/pedido) + (12 pedidos/ano x R$ 
240/pedido ) 
Custo ocorrido =R$ 600,00 + R$ 2.880,00 
Custo ocorrido = R$ 3.480,00/ano 
 
 
6.3. CUSTOS INDEPENDENTES 
 
 São aqueles que independem do estoque médio mantido pela empresa, como, 
por exemplo, o custo de aluguel de um galpão. Ele geralmente é um valor fixo, 
independente da quantidade estocada. Como os custos fixos independem da quantidade 
estocada, sua unidade dimensional é medida em unidades monetárias por unidade de 
tempo, como R$/mês ou dólares/ano e serão representados por Ci. 
 
 Se somarmos os três fatores de custos analisados até aqui, teremos os custos 
totais decorrentes da necessidade de ser manter estoques (CT): 
 
CT= custos diretamente proporcionais + custos inversamente proporcionais + 
custos independentes. 
 
Lebrando-se de que os custos diretamente proporcionais são iguais a (Ca+ i x P) 
x (estoque médio) e de que os custos inversamente proporcionais são iguais a (Cp) x 
(número de pedidos efetuados), os custos totais de estocagem também podem ser 
representados, da seguinte forma: 
 
CT = (Ca + i x P) x (estoque médio) + (Cp) x (número de pedidos efetuados) + 
custos independentes 
 
 Se considerarmos com sendo Q o tamanho (invariável) do lote de compras ou de 
fabricação em unidades, o estoque médio será Q/2. Assim temos: 
 
CT = (Ca + i x P) x (Q/2) + (Cp) (D/Q) + Ci 
 
Exemplo: Determinar o custo total anual de manutenção dos estoques de uma empresa 
que comercializa um produto cuja demanda anual é de 40.000 unidades. O produto é 
comprado é R$ 2,00 a unidade. Numa taxa de juros correntes no mercado de 24% ao 
ano, os custos anuais de armazenagens são de 0,80 por unidade, e os custos fixos anuais 
para esse item de estoque são estimados em R$ 150,00. Os custos de obtenção são de 
R$ 25,00 por pedido. Calcule o custo total de estocagem para lotes de compra de 1.000 
e 1.200 unidades. 
 
a) Q= 1.000 unidades 
CT = {(0,80 + 0,24 x 2) x (1.000/2)} + {(25)x (40.000/1.000)} + 150 
CT = R$ 640,00 + R$ 1.000,00/ano + R$ 150,00/ano 
CT = R$ 1.790,00/ano 
b) Q= 1.200 unidades 
CT = {(0,80 + 0,24 x 2) x (1.200/2)} + {(25)x (40.000/1.200)} + 150 
CT = R$ 768,00 + R$ 833,33/ano + R$ 150,00/ano 
CT = R$ 1.751,33/ano 
 
A tabela abaixo mostra um resumo: 
 
 
Custo de Estoque em Função do Lote de Compra 
Tamanho do lote (unidade/pedido) Custo (R$/ano) 
1.000 1.790,00 
1.200 1.751,33 
 
 Podemos verificar que o custo total para um lote de 1.000 unidades é de 
R$1.790,00 por ano, diminuindo para R$ 1.751,33 quando o lote passa para 1.200 
unidades. 
 
 
6.4. LOTES ECONÔMICOS DE COMPRA E FABRICAÇÃO 
 
 O lote econômico de compra LEC e o lote econômico de fabricação LEF têm 
papel importante na formação na formação de administradores e gerentes de produção, 
como também têm sua aplicação recomendada em casos específicos. 
 
 O custo total de estocagem é a soma dos custos diretamente proporcionais ao 
estoque médio, com os custos inversamente proporcionais ao estoque médio e ainda 
com os custos independentes do estoque médio. 
 
 Isso poderá ser escrito da seguinte forma: 
 
CT = (CA + i x P) x Q/2 + (CP) x D/ Q + CI 
 
 Os custos diretamente proporcionais ao estoque médio são também chamados 
de CC (custos de carregamento dos estoques, ou carryng costs ). Já que Cc é igual a (CA 
+ i x P), o custo total de estocagem adquiriu a seguinte fórmula: 
 
CT = (CC) x Q/2 + CP x D / Q + CI 
 
Exemplo: A empresa ganha todas vende um produto cuja demanda anual é de 40.000 
unidades. O custo de emissão de um pedido de compra, também chamado de custo de 
obtenção, é de R$30,00 por pedido. Os custos anuais de manutenção de estoques, 
também conhecidos como custos de carregamento, são de R$0,30 por unidade. 
Sabendo-se que os custos independentes para esse item são de R$50,00 por ano, 
calcular o custo total (CT) decorrente de se manter estoques para lotes (Q) de 2.500, 
2.600, 2.700 unidades. 
 
Solução: 
D = 40.000 unidades 
CC = R$ 0,30 x Q/ 2 
CP = R$30,00 x D/ Q 
CI = R$ 50,00 
 
Lote (Q) Cc = 0,30 x Q / 2 CP = 30 x 40.000 / Q CT = ( CC + CP + CI ) 
2.500 0,3 x 2500 /2 = 375 30 x 40.000/2500 = 480,00 375 + 480,00 + 50 = 905,00 
2.600 0,3 x 2600 /2 = 390 30 x 40.000/2600 = 461,54 390 + 461,54 + 50 = 901,54 
2.700 0,3 x 2700 /2 = 405 30 x 40.000/2700 = 444,44 405 + 444,44 + 50 = 899,44 
 
 A tabela acima mostra que os custos de carregamento aumentam com o 
aumento do tamanho do lote, e conseqüentemente, com o aumento do estoque médio. 
Os custos de preparação diminuem com o tamanho do lote, e conseqüentemente com 
aumento do estoque médio. Os custos independentes não variam com o tamanho do 
lote. O custo total diminui até atingir um valor mínimo e cresce em seguida. 
 
 Se representarmos graficamente os custos de carregamento, de preparação, 
independentes e total em função do lote de compra (Q) teremos: 
 
 
Custo ($) 
 CT 
 
 Cc 
 
 
 
 
 
 
 Cp 
 
 Ci 
 
 LEC Q 
 
 
 
 
LEC = 2 CP x D 
 
 ( CA + i x P ) 
 
 
Exemplo: Para uma demanda de 40.000 unidades por ano, um custo de preparação 
R$30,00 por pedido, custo de carregamento de R$0,30 por unidade / ano e um custo 
independente R$50,00 por ano, calcular o lote econômico de compra. 
D = 40.000 unidades/ano 
Cp = custo de preparação, ou de obtenção = R$ 30,00 /pedido 
Cc = custo de carregamento = R$ 0,30/unidade/ano 
Ci = custo independentes = R$ 50,00/ano 
 
 
LEC = (2) x (R$30,00/pedido) x (40.000 unidades/ano) 
 
 (R$ 0,30/unidade/ano) 
 
 
R = 2.828,43 unidades/ pedido 
 
 
 
6.5. LOTES ECONÔMICOS DE FABRICAÇÃO 
 
 O estudo do lote econômico de fabricação é muito semelhante ao LEC. As 
diferenças são que na dedução do LEC foi assumida a hipótese de que todo lote é 
entregue de uma só vez e instantaneamente, isto é, nada é consumido enquanto o lote 
está sendo entregue. 
 
 O lote de fabricação se aplica quando uma empresa, normalmente 
manufatureira, fabrica internamente itens peças ou componentes utilizados em outra 
parte do processo produtivo. Assim podemos considerar três casos: 
 
V > D; V = D; V < D. 
 
 Quando V > D, a velocidade (V) com que a peça é fabricada, também chamada 
de cadência de fabricação, é maior que a demanda (D) que é a velocidade com que é 
consumida. Neste caso ocorre um acúmulo de peças fabricadas e justifica-se o lote 
econômico de fabricação. 
 
 Quando V = D, a velocidade com que a peça é fabricada é igual à demanda 
com que é consumida. Nesse caso não há acúmulo de peças produzidas e, 
conseqüentemente, não há sentido em se falar em lote econômico de fabricação. 
 
 Quando V < D, a velocidade com que a peça é fabricada é menor que a 
velocidade com que é consumida. Evidentemente não haverá lote de fabricação, muito 
pelo contrário, a empresa deverá comprar de terceiros a peça que será utilizada na 
montagem do produto final. 
 
 Dado o exposto acima, poderemos então passar a dedução do lote econômico 
de fabricação (LEF). Para isso, considere que enquanto as peças estão sendo fabricadas, 
elas estão simultaneamente sendo consumidas, e que (Q) corresponde ao tamanho do 
lote de fabricação, (V) à velocidade ou cadência de fabricação, e t ao tempo gasto para 
produzir o lote (Q), assim: 
 
t = Q /V. 
 
Por outro lado, durante o tempo t gasto na fabricação do lote, haverá um 
consumo do item na montagem do produto final. Sendo C o consumo do item durante o 
tempo t em que o lote Q é fabricado e D a demanda do item, o consumoserá de: 
 
C = t x D. 
 
 
No intervalo de tempo t, o estoque acumulado será de (Q - C), e o estoque médio 
correspondente será ½ (Q – C). 
 
Como C = (Q /V) x D, o estoque médio será ½ { Q – [(Q x D ) / V ]} 
 Assim: 
 
Estoque médio = ½ Q x [1 – (D / V ) ] 
 
 A expressão que, de modo similar ao lote de compras, calcula os custos totais 
(CT) decorrentes da existência dos estoques será: 
 
CT = ½ (CC ) [ Q (1- D/V)] + (CP) x D/Q + CI . 
 
 O lote Q que minimiza o CT é o denominado lote econômico de fabricação 
(LEF). 
 
 
 
LEF = QEF = 2 x CP x D 
 
 CC x (1-D/V) 
 
Ou pode ser expresso da seguinte forma: 
 
 
LEF = 2 x CP x D 
 
 ( CA + i x P) x (1-D/V) 
 
 
Observe que os custos de preparação neste caso referem-se aos custos de 
preparação das ordens de fabricação ( custos de emissão das ordens de fabricação mais 
custos de preparação de máquinas ). Veja também que enquanto no LEC o P referia-se 
ao preço de compra do item, no caso do LEF o P refere-se ao custo de fabricação do 
item. 
 
Exemplo: Uma empresa manufatureira produz uma peça usinada que é utilizada na 
fabricação de seu produto final, cuja demanda mensal é de 2.500 unidades. A peça é 
fabricada a um custo unitário de R$1,50 em um centro de usinagem CNC a uma 
cadência de 300 unidades por hora. O custo de programação do centro de usinagem para 
fabricação da peça é estimado em R$25,00 por preparação. Os demais custos de 
emissão da ordem de fabricação são estimados em R$8,00 por ordem.A empresa 
trabalha em média 20 dias por mês em um único turno de 08 horas. O custo de capital 
imobilizado em estoque é de 2,5% ao mês, e os custos mensais de armazenagem são de 
R$0,10 por unidade. Determine o lote econômico de fabricação. 
 
Solução: 
 
D = 2.500 unidades/mês 
V = 300 unidades/hora x (20 dias/mês) x (8 horas/dia) 
V = 48.000 unidades/mês 
P = R$1,50/unidade 
CP =R$25,00/preparação +R$ 8,00/preparação 
CP = R$33,00/preparação 
CA = R$0,10/unidade/mês 
„i = 0,025 
LEF = ? 
 
 
 
2 x CP x D 
LEF = 
( CA + i x P) x (1-D/V) 
 
 
 
 2 x (R$ 33,00/preparação) x (2.500 unidades/mês) 
LEF = 
 (R$ 0,10/unidade/mês + 0,025/mês x R$ 1,50/unidade) x {1 – 
(2.500/48.000)} 
 
LEF = 1125,14 unidades/preparação, ou, arredondando 1.130 unidades/lote. 
 
 
 
6.6. CRÍTICAS AO LEC E AO LEF 
 
 
 São várias as críticas à aplicação dos cálculos na determinação dos lotes 
econômicos de compra (LEC) e fabricação (LEF). Primeiro, o relacionamento entre os 
compradores de uma empresa e os fornecedores dá-se mais em função das parcerias 
estabelecidas e seus interesses recíprocos do que em função de eventuais lotes 
econômicos. Segundo, o interesse das empresas é fabricar o estritamente necessário para 
o uso imediato. Com base no Just. in Time, o lote ideal é aquele de uma peça única e 
não o lote econômico. Terceiro, a curva do custo total (CT) é extremamente achatada 
nas imediações do ponto mínimo, ou ponto do lote econômico. Além disso, o modelo do 
lote econômico pressupõe demanda constante para o consumo e a avaliação dos custos 
de carregamento como aluguel da área ocupada pelo item utiliza critérios de rateios 
discutíveis. Outros custos como obsolescência, furtos, avarias e perda de validade de 
materiais tornam-se difíceis de serem calculados com precisão. 
 
 
 
 
 
 
7. CURVA ABC 
 
 
 O princípio da Curva ABC foi elaborado, inicialmente, por Vilfredo Pareto, na 
Itália, no fim do século passado, quando por volta do ano de 1897 elaborava um estudo 
de distribuição de renda e riqueza da população local. Nesse estudo, Pareto notou que 
grande porcentagem de renda total concentrava-se nas mãos de uma pequena parcela da 
população, numa proporção de aproximadamente 80% e 20% respectivamente, ou seja, 
que 80% da riqueza local estava concentrada com 20% da população. Esse principio 
geral, mais tarde, foi difundido entre outras atividades e passou a ser uma ferramenta 
muito útil para os administradores. 
 
 Nesse enfoque, na área administrativa, a Curva ABC tornou-se utilidade ampla 
nos mais diversos setores em que se necessita tomar decisões envolvendo grande 
volume de dados e a ação torna-se urgente. A Curva ABC é constantemente usada para 
avaliação de estoques, produção, vendas, salários e outros. A Curva ABC é um método 
que pode ser utilizado para qualquer atividade ou trabalho, porém, no controle de 
estoque. Sua grande eficácia está na diferenciação dos itens de estoques com vistas a 
seu controle e, principalmente, a seu custo. 
 
 A utilização da Curva ABC é extremamente vantajosa, porque se pode reduzir 
asa imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança, pois ela controla mais 
rigidamente os itens de classe A e, mais superficialmente, os de classe C. A 
classificação ABC é usada em relação a várias unidades de medidas como peso, tempo, 
volume, custo unitário etc. 
 
 Dentro da logística empresarial e mais especificamente na administração de 
materiais, a Curva ABC tem seu uso mais especifico para estudos de estoques de 
acabado, vendas, prioridades de programação da produção, tomada de preços em 
suprimentos e dimensionamento de estoque. Toda a sua ação tem como fundamento 
primordial tomar uma decisão e ação rápida que possa levar seu resultado a um grande 
impacto positivo no resultado da empresa. A Curva ABC assim é chamada em razão de 
dividirmos os dados obtidos em três categorias distintas, denominadas classes A, B e C. 
 
 
 Itens da classe A 
 
São os itens mais importantes e que devem receber toda a atenção no primeiro 
momento do estudo. È nos itens dessa classe que iremos tomar as primeiras decisões 
sobre os dados levantados e correlacionados em razão de sua importância monetária. Os 
dados aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor monetário total e no 
máximo 20% dos itens estudados (esses valores são orientativos e não são regra). 
 
 
 
 Itens da classe B 
 
São os itens intermediários e que deverão ser tratados logo após as medidas 
tomadas sobre os itens classe A; são os segundos em importância. Os dados aqui 
classificados correspondem, em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no 
máximo 30% dos itens estudados (esses valores são orientativos, e não são regra). 
 
 
 Itens da classe C 
 
São os itens de menor importância, embora volumosos em quantidades, mas com 
valor monetário reduzidíssimo, permitindo maior espaço de tempo para sua análise e 
tomada de ação. Deverão ser tratados, somente, após todos os itens das classes A e B 
terem sido avaliados. Em geral, somente 5% do valor monetário total representam esta 
classe, porém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são 
orientativos, e não são regra). 
 
A montagem da Curva ABC processa-se em quatro passos, da seguinte forma: 
 
1. Inicialmente, deveremos levantar todos os itens do problema a ser resolvido, 
com os dados de suas quantidades, preços unitários e preços totais; 
 
2. O segundo passo é colocar todos os itens em uma tabela em ordem decrescente 
de preços totais e sua somatória total. Essa tabela deve estar composta das 
seguintes colunas: item, nome ou número da peça, preço unitário, preço total do 
item, preço acumulado e porcentagem; 
 
3. O próximo passo é dividir cada valor total de cada item pela somatória total de 
todos os itens e colocar a porcentagem obtida em sua respectiva coluna; 
 
4. Finalmente, deveremos dividir todos os itens em classes A, B e C, de acordo 
com nossa prioridade e tempo disponível para tomar decisão sobre o problema. 
 
 
Exemplo: Foram levantados os itens de estoque da Fábrica Paulista de Peças 
Ltda. Para poder-se negociar com os fornecedores reduções de preços, porém, isso tem 
que ser urgente e o tempo disponível é pequeno. A direção então solicitou ao Gerente deMateriais resolver o problema utilizando a Curva ABC. Os dados de estoque estão na 
tabela a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados de estoque da FPP Ltda. 
FPP – Estoque 
Peça Nome Custo/Unid. R$ 
 
Consumo/Mês R$ 
 
Valor Mensal R$ 
A – 1C 
A – 1B 
A – 2A 
A – 2B 
C – 1A 
C – 1B 
A – 1A 
B – 2A 
C – 1C 
A – 1X 
A – 1D 
A – 2D 
A – 3B 
C – 2A 
C – 2B 
A – 2A 
B – 2A 
A – 2C 
Eixo 
Porca 
Parafuso 
Polia 
Anel 
Anel liso 
Chaveta 
Mola 
Arruela 
Eixo 
Eixo 
Placa 
Polia 
Aro 
Anel Fixo 
Chave 
Luva 
Pino 
20,00 
0,50 
1,00 
10,00 
2,50 
1,50 
0,50 
3,00 
0,50 
50,00 
5,00 
1,00 
8,00 
2,20 
1,50 
0,50 
3,00 
0,70 
100 
1.000 
100 
2.000 
1.000 
50 
80 
5.000 
20 
500 
600 
1.000 
1.000 
400 
100 
100 
150 
200 
2.000,00 
500,00 
100,00 
20.000,00 
2.500,00 
75,00 
40,00 
15.000,00 
10,00 
25.000,00 
3.000,00 
1.000,00 
8.000,00 
880,00 
150,00 
50,00 
450,00 
140,00 
 
 Após levantarmos os dados de estoque, iremos ordená-los de acordo com o valor 
mensal total de cada item em ordem decrescente desses valores, conforme a tabela a 
seguir. 
 
Montagem da Curva ABC. 
Item Peça Custo/Un. 
R$ 
Cons. peça 
 
Total Acumulado % 
 01 
A 02 
 03 
A – 1X 
A – 2B 
B – 2A 
50,00 
10,00 
3,00 
500 
2.000 
5.000 
25.000,00 
20.000,00 
15.000,00 
25.000,00 
45.000,00 
60.000,00 
31,7 
57,0 
76,1 
 04 
B 05 
 06 
 07 
A – 3B 
A – 1D 
C – 1A 
A – 1C 
8,00 
5,00 
2,50 
20,00 
1.000 
600 
1.000 
100 
8.000,00 
3.000,00 
2.500,00 
2.000,00 
68.000,00 
71.000,00 
73.500,00 
75.500,00 
86,2 
90,0 
93,2 
95,7 
 08 
 09 
 10 
 11 
 12 
C 13 
 14 
 15 
 16 
 17 
 18 
A – 2D 
C – 2A 
A – 1B 
B – 2A 
C – 2B 
C – 2C 
A – 2A 
C – 1B 
A – 2A 
A – 1A 
C – 1C 
1,00 
2,20 
0,50 
3,00 
1,50 
0,70 
1,00 
1,50 
0,50 
0,50 
0,50 
1.000 
400 
1.000 
150 
100 
200 
100 
50 
100 
80 
20 
1.000,00 
880,00 
500,00 
450,00 
150,00 
140,00 
100,00 
75,00 
50,00 
40,00 
10,00 
76.500,00 
77.380,00 
77.880,00 
78.330,00 
78.480,00 
78.620,00 
78.720,00 
78.795,00 
78.845,00 
78.885,00 
78.895,00 
97,0 
98,1 
98,7 
99,3 
99,5 
99,7 
99,8 
99,9 
99,94 
99,99 
100,00 
Total acumulado 78.895,00 100,00 
 
 
 
 Para montagem da Curva ABC, foi adotado o critério geral enunciado 
anteriormente e, com base na disponibilidade de tempo, para tomada de decisão a 
montagem da curva ficou conforme a tabela anterior, resultando: 
 
 
Classe A = 17% dos itens correspondendo a 76% do valor 
total; 
Classe B = 22% dos itens correspondendo a 20% do valor 
total; 
Classe C = 61% dos itens correspondendo a 4% do valor 
total. 
 
 
 Portanto, o Gerente de Materiais deverá contatar de imediato os fornecedores 
das peças A-1X, A-2B e B-2A, que corresponde a 76% do dinheiro envolvido materiais 
e somente 17% de itens a ser negociado. Numa segunda etapa, com mais tempo, atuará 
junto com os fornecedores das peças da classe B e, finalmente, junto com os da classe 
C. Podemos ver que com pequena quantidade de itens solucionamos o 
grande envolvimento de capital em materiais, que causa grande impacto no resultado da 
empresa. Posteriormente, com mais calma e tempo, resolvemos os demais itens, pois o 
maior problema já estará solucionado. 
 O processo utilizado para o exemplo acima seguiu o seguinte procedimento: 
após levantamento de todos os itens do estoque, colocamos ordenadamente, um abaixo 
do outro, com dados, nome, número, quantidade, preço unitário e preço total. Na 
segunda etapa, colocamos os itens em ordem decrescente de seu valor total acumulado. 
Na terceira etapa, dividimos cada valor acumulado pelo valor total acumulado e 
colocamos o quociente obtido na sétima coluna, a dos percentuais. Finalmente, 
dividimos a tabela em três classes: A, B, C. 
 
 No exemplo estudado, como o tempo para a tomada de decisão é curto, sendo 
um limitador do problema, procuramos estabelecer uma porcentagem de itens pequena 
para que possamos tomar a decisão com disponibilidade de prazo e o máximo possível 
de valor monetário. Com isso, definimos como classe A 17% dos itens, que 
correspondem a 76% do valor total do estoque; para a classe B, 22% dos itens 
correspondem a 20% do valor total, e para a classe C, 61% dos itens correspondem a 
4% do valor total do estoque. 
 
 Para delimitarmos os percentuais das classes, não existe regra restrita ou fixa, a 
classificação irá depender da disponibilidade de tempo e da prioridade exigida para se 
tomar uma decisão; assim o bom-senso e a sensibilidade do administrador irão servir 
como parâmetro para sua decisão. 
 
 
 
 
 
7.1. GESTÃO DE ESTOQUES 
 
 Os estoques são recursos ociosos que possuem valor econômico, os quais 
representam um investimento destinado a incrementar as atividades produção e servir 
aos clientes.Entretanto, a formação de estoques consome capital de giro, que pode não 
estar gerando nenhum retorno do investimento efetuado e, por outro lado, pode ser 
necessitado com urgência em outro segmento da empresa, motivo pelo qual o 
gerenciamento deve projetar níveis adequados, objetivando manter o equilíbrio entre o 
estoque e o consumo. 
 
 O gerenciamento moderno avalia e dimensiona convenientemente os estoques em 
bases científicas, substituindo o empirismo por soluções. Assim, os níveis devem ser 
revistos e atualizados periodicamente para evitar problemas provocados pelo 
crescimento do consumo ou vendas e alterações dos tempos de reposição. 
 
 Neste sentido, convém aliar os conceitos logísticos aos princípios que regem o 
dimensionamento dos níveis de estoque.A intensidade da logística difere do que muitos 
ainda acreditam. Não é apenas a armazenagem, nem é sinônimo de distribuição, 
transporte ou movimentação de cargas. Logística é o processo estratégico que gerência 
o fluxo de materiais e informações entre o fornecedor e seu cliente, desde a aquisição da 
matéria-prima até a entrega do produto acabado no ponto de venda, uso ou consumo. 
Conseqüentemente, o sucesso do gerenciamento de materiais nas empresas depende da 
aplicabilidade dos conceitos logísticos, motivo pelo qual realçamos sua importância. 
 
 
 
7.2. PROBLEMÁTICA DA FORMAÇÃO DE ESTOQUE: 
 
 
Uma das primeiras medidas práticas, válidas até hoje, para equacionar a 
problemática do quanto e quando ressuprir foi à adoção de procedimentos como grau 
d3e controle, tamanho do estoque e quantidades de reposição norteada pelos critérios da 
classificação ABC. 
 
 
Classe Quantidade 
(%itens) 
Valor 
(%R$) 
Grau de 
Controle 
Tamanho 
Estoque 
Procedimentos e 
Constancia de 
Reposição 
A 10-20% 70-80% Rígido Baixo Freq. Revisões 
constantes e rigorosas 
B 30-40% 15-20% Normal Moderado Pedidos normais, 
algum 
acompanhamento. 
C 40-50% 05-10% Simples Alto Pedidos muito 
espaçados 
 
 No passado, apesar do critério propiciado pela classificação ABC, o controle e a 
reposição do estoque realizavam-se manualmente, de forma precária, pelas informações 
das fichas de controle de estoque, por meio dos níveis ali consignados. 
 
 
 
7.3. DEMANDA 
 
 O propósito básico de qualquer previsão é reduzir a incerteza. A decisão correta a ser 
tomada hoje depende de se conhecer, tanto quanto possível, as condições que 
prevalecerão no futuro. Infelizmente, não se pode eliminar a incerteza. Não obstante, as 
previsões necessitam ser elaboradas. 
 
Pode-se distinguir três tipos de demanda relacionados a seguir: 
 
a) Demanda perfeitamente conhecida: é o caso normal em montagens, obras e 
similares. Ainda nesta categoria, podemos ter demandas constantes no tempo, 
portanto com comportamento regular de consumo; por exemplo, em linhas de 
montagem. 
b) Demanda aleatória: é o caso em que o material foi esticado durante um tempo 
suficiente para acumular registros de consumo. Assim, a demanda é aleatória, porém 
a distribuiçãode probabilidades pode ser conhecida, por meio do comportamento 
irregular, em que os consumos, ainda que perfeitamente identificados, são 
irregulares com relação ao tempo. 
c) Demanda sob incerteza: existe ignorância completa com relação às probabilidades 
dos vários níveis de demandas futuras. Pode-se também denominar esta situação 
como demanda sob risco. 
 
 
 
7.4. PROCESSO DE OBTENÇÃO DO MATERIAL 
 
 Em algumas empresas, o material é obtido de um fornecedor externo, enquanto 
em outras é produzido internamente. A diferença é importante, pois no último caso as 
decisões de estoque afetam também o processo de programação da produção. 
 
 
 
7.5. PROCESSO DE DECISÃO 
 
 Pode-se decidir pela compra uma única vez ou de forma contínua. Alguns 
produtos de moda são comprados no início da temporada e não é possível nenhuma 
compra adicional posterior. Por outra parte, certos materiais para manutenção de 
equipamentos devem ser adquiridos freqüentemente. 
 
 
 
 
7.6. TEMPO DE OBTENÇÃO DO MATERIAL 
 
 O processo de obtenção de material, período que vai desde a emissão do pedido de 
compra até o momento do efetivo recebimento, gera duas variáveis. Para alguns itens 
esse tempo é praticamente constante, entretanto para outros existe uma variação, às 
vezes regular, às vezes totalmente aleatória. 
 
 Obviamente, a análise de cada decisão com respeito a estoque será baseada nos 
conceitos anteriormente apresentados. Contudo deve-se mencionar um critério comum e 
abrangente, que é a existência de custos opostos, caracterizando um custo por estocar 
“MUITO” e, também por um custo de estocar “POUCO”. A maior parte dos esquemas 
racionais de gerenciamento de materiais baseia-se na identificação e determinação 
desses custos. 
 
 Em conseqüência, deparamo-nos com duas questões primordiais: 
 
a) Quando, ou com que freqüências devemos pedir os materiais? 
b) Quantas unidades devem ser encomendadas em cada pedido? 
 
Na tentativa de respondê-las, deve-se entender o sentido dos custos opostos que 
mencionamos antes. 
 
Em relação á primeira indagação, inevitavelmente concluímos que existe um 
custo por pedir muito freqüentemente e um custo por não pedir com a freqüência 
necessária. Se nenhum desses dois custos existisse, não existiria nenhuma razão para 
se preocupar com essa questão. 
 Em relação à Segunda indagação, a quantidade a ser pedida também leva-nos ao 
reconhecimento dos custos opostos, um originando por pedir muito, outro por não 
pedir o suficiente. 
 
 Como conseqüência dos conceitos até então expostos torna-se oportuno 
conceituar os parâmetros por meio dos quais o estoque é gerenciado. 
 
 
7.7. ESTOQUE REAL 
 
 Quantidade (saldo) de material existente em estoque no almoxarifado da 
empresa 
 
 
7.8. ESTOQUE VIRTUAL 
 
 Estoque real acrescido das quantidades de encomendas em andamento. 
 
 EV = ER + Encomendas 
 
 
 
7.9. ESTOQUE DE COBERTURA 
 
Relação entre estoque e consumo, indicando por quanto tempo o estoque 
suportará o consumo sem que haja reposição. 
 
 EC = VE / VC 
 
 Onde: 
 VE = Valor do estoque do mês 
 VC = Valor do consumo do mês 
 
 
 
 
 
 
8. MRP II 
 
 
 A ARMP II é o planejamento dos recursos de manufaturas ( máquinas, 
equipamentos e mão de obras..) 
 
 O objetivo principal da MRP II é permitir o cumprimento dos prazos de entrega 
dos pedidos dos clientes com a mínima formação de estoque. 
 
 O principio básico é o calculo das necessidades viabilizado pelo uso do 
computador. 
 
Características importantes: 
 
Hierárquico; 
Quantidades múltiplas / mínimas; 
Reconhece Lead Time. 
 
 
Finalidades 
 
 - Reduzir custos com estocagem; 
- Melhorar a eficiência da programação; 
- Reagir rapidamente as mudanças de mercado. 
 
 É importante um modelo gerencial para o planejamento e controle dos recursos 
de todas as operações numa empresa industrial. 
 
 
Lead Time - é muito importante para a estrutura de um produto ou serviço, 
significado: é o tempo decorrido entre o inicio e o final de um processo, atividade ou 
operação. 
 
 
 O que é necessário para rodar o RMP: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Exemplo: 
 
 Determine as quantidades e momentos de liberação e recebimento das ordens de 
compra ou de produção, conforme informação a seguir: existe uma necessidade 
colocada de 25 unidades para a semana 8, 35 unidades para a semana 10, 20 unidades 
para semana 15 e 40 unidades para a semana 20 do produto A. Também existe um 
recebimento programado de 20 unidades de B para a semana 13, 50 unidades de C para 
a semana 6 e 45 unidades de D para a semana 3. 
 
 
Parametrização 
 
Item Demanda. / Nec. bruta Lead Time Estoque inicial / 
disp. Proj. 
Lotes E. S. 
A Vide texto 3 75 Mult. 20 50 
B 80un-7, 40un-12, 80un - 17 2 37 Mult. 50 30 
Carteira de 
pedido 
Lista de 
materiais 
Ordem de 
compra 
Programa mestre 
de produção 
Planejamento das 
necessidades de materiais 
Previsão de 
venda 
Planos de materiais 
Registro de 
estoque 
Ordem de 
trabalho 
C 100un-5, 50un-10, 50un-15 4 60 Min. 100 35 
D 200un-1, 200un-11 3 300 Min. 40 50 
E 300un-5,150un-10,150un15 2 80 Min. 50 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2ª Exemplo: com estrutura 
 
 Determine as quantidades e momentos de liberação e recebimento das ordens de 
compra / produção para a estrutura abaixo, sabendo-se que existe uma necessidade 
colocada de 25 unidades para a semana 8, 35 unidades para a semana 10, 20 unidades 
para a semana 15 e 40 unidades para a semana 20 do produto A. Há também 
recebimento programado de 20 unidades de B para a semana 13, 50 unidades de C para 
a semana 6 e 45 unidades de D para a semana 3. 
 
 
 Estrutura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parametrização 
 
Item Lead Time Disp. Proj. Lotes Est. Seg. 
A 3 75 Mult. 20 50 
A 
C E 2x 
D 2x 
B 2x 
B 2 37 Mult. 50 30 
C 4 60 Min. 100 35 
D 3 300 Min. 40 50 
E 2 80 Min. 50 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 
 
 Os padrões da economia atual enfatizam a diferenciação de produtos e 
serviços como uma das principais estratégias para a competitividade. Combinada com a 
atuação em nichos de mercado e atendimento de necessidades e expectativas dos 
clientes de forma personalizada, a diferenciação exigida promoveu a introdução de 
inúmeros novos produtos e itens complementares, aumentando significativamente a 
quantidade de opções de mercado em relação há alguns anos. 
 
Como as necessidades e preferências dos clientes mudam, como ocorre 
constante evolução tecnológica, os produtos e itens componentes passaram a ter ciclos 
de vida menores. Tal fato exige grande atenção por parte das organizações para evitar 
que seus produtos, em qualquer etapa do processo produtivo ou da cadeia de 
distribuição, sejam considerados obsoletos, o que pode comprometer substancialmente a 
venda ou aceitação pelo mercado. 
 
Outro fator importante no contexto dos estoques é o aumento da 
competição, local ou global, combinada com situações econômicas que estabelecem 
patamares para preços competitivos que, por sua vez, comprimem as margens de lucro.

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