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EDS MÓDULOS- Análise Experimental do Comportamento

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Apresentação da Disciplina – Psicologia Geral Experimental 
CURSO: Psicologia 
SÉRIE: 3º período 
I – EMENTA 
 A análise experimental do comportamento enquanto ciência do 
comportamento fundamentada no behaviorismo radical. Destaque para os 
procedimentos de investigação científica e ao objetivo de previsão e controle 
do comportamento. 
II - OBJETIVOS GERAIS 
Ao cursar esta disciplina o aluno irá aprender a: 
• Utilizar de procedimentos de coleta e análise de dados em análise 
experimental do comportamento. 
• Avaliar de fenômenos de ordem comportamental em diferentes 
contextos. 
• Elaborar de relatório técnico-científico. 
III - OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Tais competências serão desenvolvidas a partir das seguintes habilidades: 
• Levantar informação em indexadores, livros, periódicos e manuais 
técnicos; 
• Ler e interpretar relatórios de análise experimental do comportamento; 
• Utilizar o método experimental para investigação científica; 
• Analisar, descrever e interpretar relações entre contextos e processos 
comportamentais 
• Utilizar recursos da informática para análise e apresentação de dados 
• Discriminar conhecimento científico de senso comum a partir da prática 
experimental. 
IV – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 A disciplina está dividida em 8 módulos temáticos, além deste módulo inicial 
de apresentação. Verifique com atenção os títulos dos módulos e realize-os na 
sequência numérica apresentada: 
Módulo 1 – Comportamento reflexo e condicionamento clássico 
Módulo 2 – Comportamento operante e aprendizagem pelas consequências 
Módulo 3 – Controle aversivo do comportamento 
Módulo 4 – Relatório Técnico Científico: Introdução e Métodos 
Módulo 5 – Controle de Estímulos: o papel do contexto 
Módulo 6 – Esquemas de Reforçamento e Análise Funcional do 
Comportamento 
Módulo 7 – Relatório técnico científico - Resultados e Discussão 
Módulo 8 – B. F. Skinner, Behaviorismo radical e a análise do comportamento 
Os módulos de 1 a 4 compõem o conteúdo da NP1 e os módulos de 5 a 8 o 
conteúdo da NP2. 
Em cada módulo haverá uma apresentação do assunto e indicação de 
bibliografia para leitura e eventualmente indicação das atividades de laboratório 
relacionadas. 
Os exercícios que estão contidos nos módulos servem tanto para auto-
avaliação do aluno como também para aprendizagem. 
Caso necessite de ajuda ou suporte recorra ao professor nos encontros 
presenciais 
Também serão realizados experimentos no laboratório de informática: Registro 
de nível operante, Reforçamento contínuo e Extinção da resposta de pressão à 
barra. 
O aluno deverá redigir a primeira parte do relatório (introdução e métodos) 
durante o primeiro bimestre (NP1) e realizar a coleta e análise de dados no 
segundo bimestre (NP2). 
V- BIBLIOGRAFIA 
BÁSICA 
ALLOWAY, T., WILSON G., GRAHAM, J. KRAMES, L. Sniffy, o rato virtual : 
versão pro 2.0.São Paulo: Thomson Learning, 2006. 
HOLLAND, J. G; SKINNER, B. F. A Análise do Comportamento. São Paulo: 
EPU, 1975. 
MOREIRA, M. B; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do 
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
COMPLEMENTAR 
BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e 
evolução. 2ª ed. Porto Alegre: ARTMED, 2006. 
CATANIA, A. C. Aprendizagem: Comportamento, Linguagem e 
Cognição. Porto Alegre: Artmed, 1999. 
DANNA M. F.; MATOS, M. A. Ensinando Observação – Uma 
Introdução. São Paulo, Editora Edicon, 1998 
MARTIN, G.; PEAR, J. Modificação de Comportamento - O que é e Como 
Fazer ?São Paulo: Editora Roca, 2009. 
SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins 
Fontes, 2000. 
SITES E BANCO DE DADOS 
Os sites abaixo são indicações de referências confiáveis de conteúdo 
acadêmico geral e específico de análise do comportamento. 
http://www.bvs-psi.org.br/ 
http://www.periodicos.capes.gov.br/ 
http://pepsic.bvsalud.org 
http://www.rebac.unb.br/ 
http://www.revistaperspectivas.com.br/ 
http://www.unip.br/servicos/biblioteca/base_dados.aspx 
http://www.terapiaporcontingencias.com.br/ 
http://www.abpmc.org.br/ 
http://www.bfskinner.org 
http://www.freewebs.com/janeladeskinner/ 
 
http://www.bvs-psi.org.br/
http://www.periodicos.capes.gov.br/
http://pepsic.bvsalud.org/
http://www.rebac.unb.br/
http://www.revistaperspectivas.com.br/
http://www.unip.br/servicos/biblioteca/base_dados.aspx
http://www.terapiaporcontingencias.com.br/
http://www.abpmc.org.br/
http://www.bfskinner.org/
http://www.freewebs.com/janeladeskinner/
MÓDULO 1 - BEHAVIORISMO RADICAL E ANÁLISE DO 
COMPORTAMENTO 
B.F. Skinner, análise do comportamento e o behaviorismo radical 
Objetivos: Conhecer a vida e obra de Skinner e os preceitos do behaviorismo 
radical e da análise do comportamento. Saber diferenciar o conhecimento 
científico do senso comum e as diferenças entre mentalismo e behaviorismo. 
Burrhus Frederic Skinner (Susquehanna, Pensilvânia, 20 de Março de 1904 — 
Cambridge, 18 de Agosto de 1990) foi um autor e psicólogo estadunidense. 
Conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do 
Behaviorismo Radical, abordagem que busca entender o comportamento em 
função das inter-relações entre a filogenética, o ambiente (cultura) e a história 
de vida do indivíduo. 
A base do trabalho de Skinner refere-se a compreensão do comportamento 
humano através do comportamento operante (Skinner dizia que o seu interesse 
era em compreender o comportamento humano e não manipulá-lo). 
O trabalho de skinner é o complemento, e o coroamento de uma escola 
psicológica. Skinner adotava práticas experimentais derivadas de física e 
outras ciências. 
Outros importantes estudos do autor referem-se ao comportamento verbal 
humano e a aprendizagem. (Wikipédia) 
A vida de Skinner: 
Nascido em uma família presbiteriana, teve uma infância bem tradicional. 
Segundo Skinner "seu ambiente da infância era estável e não lhe faltou afeto". 
Ele se formou em inglês, recebeu a chave simbólica da Phi Beta Kappa e 
manifestou o desejo de tornar-se escritor. Quando criança, tinha escrito 
poemas e histórias, e, em 1925, num curso de verão sobre redação, o poeta 
Robert Frost fizera comentários favoráveis sobre seu trabalho. 
Durante dois anos depois da formatura, Skinner dedicou-se a escrever. Passou 
um ano no Greenwich Village, mas acabou se desiludindo com sua falta de 
habilidade literária. Concluiu que tinha poucas experiências e que lhe faltava 
uma perspectiva pessoal para escrever. 
Depois de ler sobre John B. Watson e Ivan Pavlov, decidiu transferir seu 
interesse literário pelas pessoas para um interesse mais científico. Em 1928, 
inscreveu-se na pós-graduação de psicologia em Harvard, embora nunca 
tivesse estudado psicologia antes. 
Comprometido ou não, doutorou-se três anos mais tarde. Seu tema de 
dissertação dá um primeiro vislumbre da posição a que ele iria aderir por toda a 
sua carreira. Sua principal proposição era de que um reflexo não é senão a 
correlação entre um estímulo e uma resposta. Concluiu o mestrado em 1930 e 
o doutorado em 1931. 
Depois de vários pós-doutorados, Skinner foi dar aulas na Universidade de 
Minnesota (1936–45), nessa época casou-se com Yvonne Blue, com quem 
teve dois filhos, e na Universidade de Indiana (1945–47). Em 1947, voltou a 
Harvard. Seu livro de 1938, "O Comportamento dos Organismos", descreve os 
pontos essenciais de seu sistema inicial. Seu livro de 1953, "Ciência e 
Comportamento Humano", é tido como um manual básico da sua psicologia 
comportamentalista. 
Skinner manteve-se produtivo até a morte, aos oitenta e seis anos, trabalhando 
até o fim com a mesma determinação com que começara uns sessenta anos 
antes. Em seus últimos anos de vida, ele construiu, no porão de sua casa, sua 
própria "caixa de Skinner" – um ambiente controlado que propiciava reforço 
positivo. 
Aos sessenta e oito anos, escreveu um artigo intitulado "Auto-Administração 
Intelectual na Velhice", citando suas próprias experiências como estudo de 
caso. Ele mostrava que é necessárioque o cérebro trabalhe menos horas a 
cada dia, com períodos de descanso entre picos de esforço, para a pessoa 
lidar com a memória que começa a falhar e com a redução das capacidades 
intelectuais na velhice. Doente terminal com leucemia, apresentou uma 
comunicação na convenção de 1990 da APA, em Boston, apenas oito dias 
antes de morrer; nela, ele atacava a psicologia cognitiva. 
Na noite anterior à sua morte, estava trabalhando em seu artigo final, "Pode a 
Psicologia ser uma Ciência da Mente?", outra critica ao movimento cognitivo 
que pretendia suplantar sua definição de psicologia. Skinner morreu em 18 de 
Agosto de 1990. (wikipédia) 
Exercício comentado: 
Skinner fez diversas contribuições à psicologia, sendo que sua trajetória 
profissional teve como principais características: 
I – A preocupação com o rigor e critérios do método científico 
II – A produção contínua de conhecimento científico desde o início de sua 
carreira até a morte 
III – O foco permanente nos temas e assuntos da psicologia experimental 
São corretas as seguintes afirmações: 
A) I 
B) II 
C) III 
D) I e II 
E) I e III 
Resposta: D. Skinner não se manteve focado nos temas e assuntos da 
psicologia experimental. Do meio para o final de sua carreira Skinner 
direcionou sua obra para temas sociais e cognitivos como é possível verificar 
pelos títulos dos seus últimos trabalhos. Apesar desta mudança temática, 
Skinner nunca deixou de adotar métodos e critérios científicos em seu trabalho. 
As idéias de Skinner : 
Skinner sempre esteve preocupado com Questões humanas. Por meio da 
psicologia construir um mundo melhor. Queria também ter uma compreensão 
mais profunda sobre homem e sua natureza. 
Acreditava na ciência como caminho mais seguro para construção do 
conhecimento, inclusive incluindo fenômenos da subjetividade humana. 
Foi usado como base para grande diversidade de trabalhos. A análise do 
comportamento e Skinner tem produções em praticamente todas as áreas de 
atuação da psicologia). 
Sua obra aborda quase todos os assuntos necessários à compreensão do ser 
humano: aprendizagem, desenvolvimento, memória, ansiedade, Self, 
subjetividade, consciência, psicopatologias, criatividade, pensamento, 
cognição, emoções, personalidade, linguagem, social e cultura, vontade, 
desejos, insights, introspecção, etc. 
Apesar de abordar temas clássicos da psicologia, o fez de forma diferente em 
relação a outros grandes nomes da psicologia (Freud, Jung, Adorno, Moreno, 
etc). 
Publicou em torno de 300 artigos e 20 livros. Verifique uma lista de obras 
publicadas por Skinner 
aqui: https://www.redepsi.com.br/portal/modules/news/article.php?storyid=23 
Exercício Comentado: 
Skinner abordou os temas clássicos da psicologia como fizeram outros grandes 
nomes da psicologia 
A diferença principal é: 
Enquanto Skinner abortou tais temas de forma científica, os outros psicólogos e 
autores mais famosos da psicologia clássica o fizeram de forma não-científica 
Com base na leitura dessas frases, é CORRETO afirmar que 
A) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
https://www.redepsi.com.br/portal/modules/news/article.php?storyid=23
B) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
C) as duas afirmações são falsas. 
D) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta 
da primeira. 
E) as duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa 
correta da primeira. 
Resposta: B Embora Skinner utilizasse os métodos da ciência natural e via de 
regra os outros grandes psicólogos e autores não, isto não quer dizer que suas 
produções não eram científicas, pois os mesmos utilizavam outros critérios de 
ciência 
A Análise do comportamento: 
É a ciência baseada na filosofia do behaviorismo radical. Busca compreender o 
ser humano a partir de sua interação com o ambiente. Ambiente? Existe 
diferença entre a definição do senso comum e a definição científica que inclui o 
mundo físico, o mundo social, a história de vida e a interação consigo mesmo. 
Busca compreender como o indivíduo interage com o ambiente (a partir dos 
conceitos de condicionamento) para tentar prever e controlar o comportamento. 
Acredita que as consequências produzidas no passado selecionaram o 
comportamento presente. 
E quando ocorre erro na previsão? - Provavelmente é por conta de uma análise 
incompleta pois diversas evidências empíricas (práticas) já foram e continuam 
sendo demonstradas em laboratório e em ambiente natural pela análise 
experimental do comportamento. 
O Behaviorismo Radical de Skinner: filosofia da ciência análise do 
comportamento. 
“O Behaviorismo não é a ciência do comportamento humano, mas, sim, a 
filosofia dessa ciência. Algumas das questões que ele propõe são: É possível 
tal ciência? Pode ela explicar cada aspecto do comportamento humano? Que 
métodos pode empregar? São suas leis tão válidas quanto as da Física e da 
Biologia? Proporcionará ela uma tecnologia e, em caso positivo, que papel 
desempenhará nos assuntos humanos? São particularmente importantes suas 
relações com as formas anteriores de tratamento do mesmo assunto. O 
comportamento humano é o traço mais familiar do mundo em que as pessoas 
vivem, e deve ter dito mais sobre ele do que sobre qualquer outra coisa. E de 
tudo o que foi dito, o que vale a pena ser conservado?” (Skinner, 1974) 
Existem muitas críticas infundadas ao behaviorismo radical e a análise do 
comportamento. Geralmente feitas por pessoas que desconhecem o assunto. 
O Behaviorismo não nega auto-observação ou autoconhecimento, mas a 
natureza do que é sentido e observado (nosso corpo, quanto dele podemos 
conhecer? Quão fidedigna é nossa observação?) 
Não nega os estados privados (sentimentos e pensamentos), questiona qual o 
seu papel na determinação da conduta humana. Estados privados não 
explicam comportamento, são em sí comportamentos (devem ser explicados). 
Ex: fiz isso porque me sentia assim (isto não é explicação). 
Os eventos públicos observáveis e os eventos privados tem a mesma natureza, 
a única diferença é que o primeiro é acessível a todos e o segundo apenas ao 
indivíduo que se comporta. 
Não concorda com a dicotomia mente e corpo (dualismo): tem rompimento 
radical em prol do monismo (eventos privados são eventos físicos). 
Conclusão: para o behaviorismo radical, a ciência do comportamento vai 
estudar quaisquer comportamento e seus determinantes, sejam públicos ou 
privados. 
Em vez de verdades, busca previsão e controle. 
Se denomina radical porque nega radicalmente a casualidade mental 
(mentalismo) e quer chegar à raiz dos determinantes do comportamento. 
Exercício comentado: 
A seguir estão afirmações (Skinner, 1974) comumente feitas ao Behaviorismo 
Radical e Análise do Comportamento. Verifique se existe alguma afirmação 
verdadeira. 
1. O Behaviorismo ignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais. 
2. Negligencia os dons inatos e argumenta que todo comportamento é 
adquirido durante a vida do indivíduo. 
3. Apresenta o comportamento simplesmente como um conjunto de respostas 
a estímulos, descrevendo a pessoa como um autômato, um robô, um fantoche 
ou uma máquina. 
4. Não tenta explicar os processos cognitivos. 
5. Não considera as intenções ou os propósitos. 
6. Não consegue explicar as realizações criativas — na Arte, por exemplo, ou 
na Música, na Literatura, na Ciência ou na Matemática. 
7. Não atribui qualquer papel ao eu ou à consciência do eu. 
8. É necessariamente superficial e não consegue lidar com as profundezas da 
mente ou da personalidade. 
9. Limita-se à previsão e ao controle do comportamento e não apreende o ser, 
ou a natureza essencial do homem. 
10. Trabalha com animais, particularmente com ratos brancos, mas não com 
pessoas, e sua visão do comportamento humano atém-se, por isso, àqueles 
traços que os seres humanos e os animais têm em comum. 
11. Seus resultados, obtidos nas condições controladas de um laboratório, não 
podem serreproduzidos na vida diária, e aquilo que ele tem a dizer acerca do 
comportamento humano no mundo mais amplo torna-se, por isso, uma 
metaciência não-comprovada. 
12. Ele é supersimplista e ingênuo e seus fatos são ou triviais ou já bem 
conhecidos. 
13. Cultua os métodos da Ciência mas não é científico; limita-se a emular as 
Ciências. 
14. Suas realizações tecnológicas poderiam ter sido obtidas pelo uso do senso 
comum. 
15. Se suas alegações são válidas, devem aplicar-se ao próprio cientista 
behaviorista e, assim sendo, este diz apenas aquilo que foi condicionado a 
dizer e que não pode ser verdadeiro. 
16. Desumaniza o homem; é redutor e destrói o homem enquanto homem. 
17. Só se interessa pelos princípios gerais e por isso negligencia a unicidade 
do individual. 
18. É necessariamente antidemocrático porque a relação entre o 
experimentador e o sujeito é de manipulação e seus resultados podem, por 
essa razão, ser usados pelos ditadores e não pelos homens de boa vontade. 
19. Encara as idéias abstratas, tais como moralidade ou justiça, como ficções. 
20. É indiferente ao calor e à riqueza da vida humana, e é incompatível com a 
criação e o gozo da arte, da música, da literatura e com o amor ao próximo. 
Resposta: São todas falsas. Caso você tenha considerado alguma verdadeira, 
provavelmente não compreendeu corretamente alguns conceitos do 
behaviorismo radical ou análise do comportamento. Reveja o material deste e 
dos outros módulos e se necessário consulte seu professor para 
esclarecimento. 
Referência: 
SKINNER, B. F. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix, 1974. 
Bibliografia básica: 
MOREIRA, M. B; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do 
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. Cap. 12 
Bibliografia complementar: 
MICHELETTO, N. Bases filosóficas do Behaviorismo Radical. Em BANACO, 
R.A. Sobre comportamento e cognição. Aspectos teóricos, metodológicos e de 
formação em Análise do comportamento e Terapia Cognitivista. Santo André: 
ESETec, 2001. 
MATOS, M. A. Com o quê o behaviorista radical trabalha? Em BANACO, 
R.A. Sobre comportamento e cognição. Aspectos teóricos, metodológicos e de 
formação em Análise do comportamento e Terapia Cognitivista. Santo André: 
ESETec, 2001. 
SÉRIO, T. M. A. P. Por que sou behaviorista radical? Em BANACO, R.A. Sobre 
comportamento e cognição. Aspectos teóricos, metodológicos e de formação 
em Análise do comportamento e Terapia Cognitivista. Santo André: ESETec, 
2001. 
ROSE, J. C. C. O que é comportamento? Em BANACO, R.A. Sobre 
comportamento e cognição. Aspectos teóricos, metodológicos e de formação 
em Análise do comportamento e Terapia Cognitivista. Santo André: ESETec, 
2001. 
SOUZA, D. G. O que é contingência? Em BANACO, R.A. Sobre 
comportamento e cognição. Aspectos teóricos, metodológicos e de formação 
em Análise do comportamento e Terapia Cognitivista. Santo André: ESETec, 
2001. 
 
Exercício 1: 
A visão da psicologia como ciência do comportamento utilizando-se do modelo 
das ciências naturais é uma marca do behaviorismo radical. Isso quer dizer 
que: 
 
A) Corre-se o risco de se empobrecer e reduzir o objeto de estudo 
(comportamento): pois se considera apenas o dado observável e reduzido a 
visão da fisiologia e biologia. 
 
B) Na discussão sobre o geral versus individual, as particularidades e 
individualidades, Skinner responde que somos todos iguais, geneticamente e 
historicamente. Pois somos membros de uma mesma espécie, a espécie 
humana. 
 
C) A visão de Liberdade e determinação aponta para a impossibilidade de livre 
arbítrio, ou seja, é impossível para o homem se tornar sujeito de seu próprio 
destino. 
 
D) Se faz críticas ao mentalismo, ao internalismo, e ao "EU" como agente 
iniciador, ou seja, exclui-se os eventos mentais do campo de estudo da ciência. 
 
E) Se pensa o lugar de atuação da psicologia não sobre os indivíduos 
(produtos), mas sobre as relações entre indivíduos (sociedade). 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) 
Exercício 2: 
Para se trabalhar com comportamento é necessária clareza em sua definição. 
São consideradas definições de comportamento: 
I - Parte da atividade total de um organismo. O que ele esta fazendo. Uma 
função biológica. 
II - É a parte do funcionamento do organismo que interage com o ambiente 
externo à ação. 
III - É movimento topográfico. As alterações físico-químicas do organismo e 
seus movimentos internos e externos. 
É correto o que se afirma em: 
A) I e II 
B) II e III 
C) I 
D) II 
E) III 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) 
Exercício 3: 
A partir da definição de comportamento podemos identificar algumas de suas 
principais características: 
I - Podem ser inatos (incondicionados) ou aprendidos (condicionados) 
II - Ocorre como um fluxo contínuo, sendo as unidades selecionadas 
arbitrariamente, para fins didáticos. 
III - São sempre públicos e nunca encobertos (privados), pois nesse caso 
necessariamente haveria de se utilizar a mente como entidade explicativa 
São corretas as afirmações: 
 
A) I 
 
B) II 
 
C) III 
 
D) I e II 
 
E) I e III 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) 
Exercício 4: 
Analistas do comportamento dizem que a ciência do comportamento não 
trabalha com o comportamento propriamente dito e sim com as contingências 
ambientais. Assim entende-se que: 
 I - Contingências são relações de dependência entre eventos ambientais e/ou 
comportamentais. Probabilidades de um evento afetar outro evento. 
Relação “Se – Então”. 
II - A contingência básica de análise é de três termos: estímulo, resposta e 
consequência. 
III - É um exemplo de contingência: "se lavar o carro e deixar na rua, então vai 
chover". 
São corretas as afirmações: 
A) I 
B)II 
C) III 
D) I e II 
E) II e III 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) 
Exercício 5: 
Sobre a possibilidade de uma ciência do comportamento humano, reflita sobre 
as afirmativas abaixo: 
I.A ciência do comportamento, pelas características singulares de seu objeto de 
estudo, deve ser fundamentalmente distinta das ciências naturais. 
II. O comportamento é provavelmente o objeto mais complexo sobre o qual a 
ciência já ousou debruçar-se. De tal complexidade (nº praticamente infinito de 
variáveis controladoras) não se segue necessariamente a autodeterminação. 
III.O comportamento humano é previsível e controlável desde que se tenha 
acesso às variáveis ambientais que o determinam. 
IV. O nível de predição e controle que uma ciência do comportamento pode 
alcançar é limitado, pela dificuldade de acesso às variáveis controladoras. 
Estão corretas as afirmativas: 
A) I, III, IV 
 
B) II, III, IV 
 
C) I, II 
 
D) III, IV 
 
E) I, II, III 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) 
 
Módulo 2 – Comportamento reflexo e condicionamento clássico 
Antes de iniciarmos o conteúdo específico deste módulo, será feita uma breve 
apresentação da ciência do comportamento e seus objetivos. Este conteúdo 
introdutório é necessário para que o aluno compreenda quais as razões e 
objetivos da ciência do comportamento. 
Quem foi Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1990) ? 
Skinner foi um autor e psicólogo estadunidense que conduziu trabalhos 
pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do Behaviorismo 
Radical, abordagem filosófica que busca entender o comportamento 
inteiramente em função da história ambiental de reforçamento que por sua vez 
deu origem ao corpo teórico da Análise do Comportamento. 
Foi o propositor do condicionamento operante, uma evolução do 
condicionamento clássico. Lecionou na Universidade de Harvard onde também 
fez pós graduação. 
Escreveu uma série de livros que servem de referência para a psicologia 
comportamental. Sendo o mais famoso: Ciência e Comportamento Humano de 
1953 
Mais informações: https://pt.wikipedia.org/wiki/Burrhus_Frederic_Skinner 
 A Ciência pode Ajudar? 
 Skinner acredita que o poder do homem é maior do que sua sabedoria – por 
isso temos as guerras, armas, fome epobreza. Acredita que a Ciência foi 
corresponsável pelas calamidades humanas, já que ela participa como 
tecnologia destes processos. 
 A ciência não esta errada, mas sim a sua aplicação. Skinner propôe uma 
ciência para compreender o comportamento humano e colaborar para a 
melhora na qualidade de vida e na manutenção da sobrevivência, já que 
acredita que estamos num caminho da auto-destruição. 
Os objetivos da ciência: 
A ciência não é mera descrição de fatos, é uma tentativa de se descobrir uma 
ordem e relação entre acontecimentos. A ciência prevê, trata o passado e o 
futuro. Tenta manipular o futuro. 
Se vamos usar métodos da ciência no campo humano, devemos supor que o 
comportamento, como os eventos da natureza, é ordenado e determinado. 
Essa possibilidade desagrada muitas pessoas por se opor a uma tradição 
longa que encara o homem como um agente livre, cujo comportamento é o 
produto, não de condições antecedentes específicas, mas de mudanças 
interiores espontâneas. 
Questão Comentada: 
Ao questionar a possibilidade de liberdade humana Skinner propõe: 
A) que não podemos fazer nada a não ser reagir aos estímulos ambientais 
B) que a solução é uma sociedade na qual as pessoas não tem liberdades civís 
ou religiosas 
C) que a suposição do comportamento como algo determinado abre a 
possibilidade para melhorias no panorama da humanidade 
D) que a ciência irá solucionar todos os problemas desde que receba verba 
para fazer suas pesquisas 
E) que não existem diferenças entre o homens e os animais 
Resposta: "C" . Skinner, parte do pressuposto que se o comportamento é um 
fenômeno determinado, isto abre a possibilidade de controle o que possibilita 
que mudanças concretas sejam realizadas. Mudanças que visam o bem estar 
da humanidade e do planeta e que sejam construídas através do método 
científico (e não político ou moral). As outras alternativas apresentam visões 
distorcidas da concepção de Skinner sobre a ciência, o comportamento ou a 
noção de liberdade. 
O Reflexo Inato 
Objetivos: 
compreender o conceitos de reflexo como relação estímulo-resposta. 
compreender as propriedades do reflexo 
entender a relevância do reflexo no estudo das emoções 
Uma alteração no ambiente que produz uma alteração no organismo. Por 
exemplo: quando um alimento é levado à boca, o organismo produz salivação. 
Quando uma luz é direcionada para o olho, a pupila se contrai. Quando ocorre 
um forte barulho, você se assusta. Quando encosta a mão em um objeto muito 
quente o braço se contrai. 
 Estes são exemplos de reflexos inatos, ou seja, é uma preparação mínima 
para sobrevivência e fazem parte do repertório comportamental dos 
organismos desde o nascimento. 
 A relação é representada desta forma: 
Estímulo (S¹) elicia ( →) resposta (R¹) 
Ex: 
Luz elicia contração na pupila 
Calor elicia sudorese 
Fogo elicia contração muscular 
Forte barulho elicia sobressalto 
É importante observar que para a psicologia, reflexo significa sempre uma 
relação, entre um evento do ambiente (estímulo) e um evento do organismo 
(resposta), sendo que se diz que o estímulo elicia (provoca) a resposta. 
Na relação reflexa o estímulo sempre ocorre antes da resposta. 
Como que se mensura o reflexo? 
As medidas utilizadas são: intensidade do estímulo e magnitude da resposta 
Para poder estudar a relação reflexa, é necessário quantificar tanto o estímulo 
como a resposta e para isso utilizamos as medidas técnicas padrão, veja os 
exemplos: 
Estímulos: 
Som – medido em decibéis 
Choque – medido em volts 
Calor – medido em graus celsius 
Alimento – medido em gramas 
Respostas: 
Salivar – gotas de saliva (mililitros) 
Contração pupilar – diâmetro da pupila (milímetros) 
Taquicardia – batimentos por minuto 
Então já sabendo como se pode medir tanto o estímulo como a resposta, os 
primeiros cientistas comportamentais realizaram uma série de experimentos e 
descobriram algumas propriedades ou leis do reflexo que são universais para 
todos os organismos. 
Note que a descoberta destas propriedades faz parte dos objetivos 
da objetivos da ciência, descobrir as características principais e padrões de 
ocorrência e relações constantes. 
Intensidade-magnitude: intensidade do estímulo é diretamente proporcional à 
magnitude da resposta 
Esta propriedade ocorre da seguinte forma: quanto mais intenso (forte) é o 
estímulo, maior a magnitude (força) da resposta. 
Ou seja, se uma explosão muito forte ocorrer, o susto será proporcionalmente 
grande. Se uma luz fraca incidir sobre a pupila, ela irá se contrair muito pouco. 
Procure lembrar de coisas parecidas que já ocorreram com você e verifique 
como esta relação intensidade-magnitude ocorreu. 
Limiar: Limites mínimo-máximo para eliciar uma resposta 
A propriedade de limiar descreve que existe um limite mínimo e um limite 
máximo para o qual o organismo responde, ou seja, se uma luz muito fraca 
incidir sobre a pupila, ela poderá não se contrair, ou seja, esta abaixo do limiar 
mínimo para que ocorra o reflexo. 
Se uma luz muito forte incidir sobre a pupila, ela vai se contrair ao máximo, 
mas depois se a luz aumentar, a pupila não vai contrair mais, pois foi atingido o 
limiar máximo do reflexo. 
Entenda como um intervalo entre o que o mínimo que organismo é capaz de 
sentir e o máximo que ele é capaz de responder. 
Estes valores mínimo e máximo podem variar sensivelmente de organismo 
para organismo. 
Latência: Intervalo temporal entre os eventos de estímulo e resposta. 
Quando você leva um choque, se passa um intervalo temporal entre o estímulo 
(choque) e a resposta (contração e taquicardia). Pode ser um intervalo muito 
curto, ou então um um intervalo mais longo quando temos uma temperatura 
alta (estímulo) que elicia a resposta de sudorese. 
Esta propriedade estabelece que quanto maior a intensidade do estímulo 
menor a latência do reflexo (estímulo que elicia a resposta) 
Assim se estivermos em um ambiente com 30 graus celsius vamos demorar 
mais tempo para começar a suar do que se estivermos em um ambiente com 
40 graus celsius. 
Note que além de suar antes, vamos suar mais (vide a propriedade 
Intensidade-magnitude) se estivermos em um ambiente com 40 graus em 
relação a um ambiente com 30 graus. 
Além do tempo ser menor, a duração da resposta também varia de acordo com 
a intensidade do estímulo, ou seja, vamos suar antes e vamos suar por mais 
tempo neste ambiente de 40 graus. 
Habituação e Potenciação: Efeitos de eliciações sucessivas da resposta: 
Quando ocorrem eliciações sucessivas da resposta, é possível que o 
organismo fique habituado a elas. 
Em alguns casos podem ocorrer habituação (a magnitude da resposta diminui) 
e em outros pode ocorrer potenciação (a magnitude da resposta aumenta) 
Exemplos de habituação: 
As pessoas que vivem em grandes cidades ou próximas à aglomerações, 
deixam de “escutar” todo aquele ruído como se ele tivesse bem diminuído. 
Ou aqueles que vivem em ambientes muito frios, quando vem visitar o Brasil, 
mesmo no inverno falam que sentem calor. 
O organismo fica habituado a estimulação e deixa de reagir a ela com a mesma 
intensidade. 
Na potenciação o efeito é inverso: o organismo fica mais sensível. Supondo 
que você esteja com enxaqueca, qualquer barulho parece insuportável. Isto é 
um efeito da potenciação de respostas. 
Reflexos e estudo das emoções 
Não sei se você está se perguntando: qual a relevância disso tudo para a 
psicologia? É preciso entender que se falando de ciência, precisamos sempre 
começar pelas coisas simples para depois ir para as mais complexas. E o 
reflexo inato é um dos tipos de comportamentos mais simples que existem. 
Mas mesmo falando de algo simples podemos entender um comportamento 
que é foco da psicologia: as emoções humanas 
Muitas de nossas emoções são respostas reflexas à estímulos ambientais: 
Medo, alegria, raiva, tristeza, excitação sexual etc 
Se você for observar, quando sentimos emoções, estamos também 
respondendode forma reflexa, ou seja, uma ação do ambiente elicia parte de 
nossas emoções. 
Na presença de um bandido (estímulo), sentimos medo (resposta). 
Na presença de um cão bravo latindo (estímulo), sentimos medo (resposta) 
A resposta de medo, na verdade é um conjunto de respostas fisiológicas: 
aumento da frequência de batimentos cardíacos, constrição capilar dos vasos 
sanguíneos e secreção de adrenalina. 
O mesmo ocorre nas outras emoções e é lógico que esta não é a única forma 
nem conseguimos compreender tudo relacionado as emoções, mas já é um 
passo (científico) para compreensão deste tema tão importante para a 
psicologia. 
Respostas emocionais tem valor de sobrevivência para as espécies. Imagine 
se frente ao bandido ou ao cão raivoso, nós não fossemos capazes de reagir 
de maneira reflexa. Sem medo seria muito provável que levássemos uma 
mordida ou um tiro e assim a sobrevivência estaria ameaçada. 
Por isso os reflexos tem grande papel para a sobrevivências das espécies. E é 
importante notar que os reflexos inatos são universais para os organismos. Não 
é ainda algo relacionado a sua história de vida, mas a história de toda a nossa 
espécie. 
Se um animal não reagir frente a um predador, ele será facilmente comido e 
assim sua espécie como um todo fica ameaçada. 
Concluindo, boa parte do que entendemos como emoções são respostas 
fisiológicas 
Exercício Comentado: 
Considere a seguinte situação: Um predador se aproxima de sua presa e esta 
tenta fugir rapidamente. 
São exemplos de reflexos: 
I - o aumento da frequência de batimento cardíaco da presa na presença do 
predador 
II - a tentativa de fuga 
III- a respiração da presa 
São verdadeiras as seguintes afirmações: 
A) I e II 
B) II e III 
C) I e III 
D) I 
E) II 
Resposta: D. Predador elicia aumento da frequência de batimento cardíaco, 
isto é um reflexo (estímulo elicia resposta). As outras alternativas contém 
opções de resposta isolada ou de comportamentos que não são reflexos (fuga). 
Resumo dos conceitos: 
Estímulo: alterações do ambiente que produz mudança nos organismos 
Reposta: alterações do organismos produzidas por mudanças do ambiente 
Reflexo: relação entre estímulo e resposta (estímulo elicia resposta) 
Intensidade do estímulo: força do estímulo 
magnitude da resposta: força da resposta 
Saiba mais em: 
MOREIRA, M. B; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do 
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. Cap. 1. 
https://www.freewebs.com/janeladeskinner/ 
https://www.psicologiaeciencia.com.br/categoria/conceitos-basicos/ 
 
O reflexo aprendido: Condicionamento Pavloviano 
Objetivos: 
Compreender o condicionamento reflexo 
A relevância do condicionamento reflexo para as emoções 
As operações de generalização e extinção reflexa 
Ivan Petrovich Pavlov e a descoberta do reflexo aprendido: 
Pavlov era um fisiologista russo que estudava reflexos inatos e descobriu 
acidentalmente o “condicionamento pavloviano”. Percebeu que antes mesmo 
de colocar a comida na boca de um cachorro para medir a salivação, o 
cachorro já salivava (ao ver a comida). Passou então a estudar como os 
organismos aprendiam novos reflexos. 
Saiba mais sobre Pavlov aqui: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Petrovich_Pavlov 
A aprendizagem de novos reflexos também tem relação com a sobrevivência 
das espécies, pois apenas com o repertório dos reflexos inatos, isto pode não 
ser suficiente para um organismo sobreviver num mundo em constante 
mudança. 
O experimento clássico acontecia assim: Era feito um emparelhamento entre 
som de uma sineta e apresentação de carne me pó para o cão e medição da 
quantidade de saliva produzida. 
Ele apresentava inicialmente apenas o som e o cão não salivava. 
Depois apresentava o som e logo após a comida e o cão salivava (pois a 
comida é um estímulo que elicia salivação). 
Após várias apresentações de som + comida, ele apresentava novamente 
apenas o som e o cão passava a salivar. 
Pavlov realizava as medições da quantidade de saliva (magnitude da resposta) 
e da intensidade dos estímulos (quantidade de comida e decibéis do som). 
Vocabulário do condicionamento pavloviano: 
Estimulo neutro (NS): É um estímulo que não elicia uma determinada resposta, 
é neutro para aquela resposta. Ex: o som não elicia salivação mas pode eliciar 
um sobressalto caso ele seja muito alto. 
Emparelhamento: operação de apresentação de um estímulo seguido a outro 
estímulo para produzir condicionamento. 
Estimulo incondicionado (US), Resposta incondicionada (UR): relação reflexa 
entre um estímulo que elicia uma resposta como um reflexo inato (não 
aprendido). Ex: a comida elicia salivação. 
Reflexo condicionado, estímulo condicionado (CS), resposta condicionada 
(CR): Relação reflexa entre um estímulo que passa a eliciar uma resposta 
depois de um condicionamento feito por emparelhamento. Diz que agora o 
som passa a eliciar salivação sendo ambos estímulo e resposta condicionada. 
Exercício Comentado: 
São exemplos de reflexo condicionado: 
1) gostar de churrasco 
2) desejar sexualmente uma pessoa do sexo oposto 
3) desejar sexualmente uma pessoa do mesmo sexo 
4) tremer no frio 
5) gostar de sentir frio 
Escolha a alternativa correta: 
A) 1, 2, 3 
B) 2, 3, 4, 5 
C) 3, 4, 5 
D) 1, 2, 3, 5 
E) 1, 3, 5 
Resposta: D. Tremer no frio é um reflexo inato, apesar disso é possível gostar 
de sentir frio que é um reflexo condicionado. Gostar de churrasco e atração 
sexual por pessoas são exemplos de reflexos condicionados, pois foram 
aprendidos no decorrer da história de vida. 
Condicionamento Pavloviano e o estudo das emoções 
Já vimos que em grande parte as emoções também são relações entre 
estímulos e respostas. Os organismos aprendem a se “emocionar”. Difícil de 
controlar (são reflexas). 
Outros comportamentos que podemos compreender sob o paradigma do 
reflexo condicionado são as Fobias, “perversões”, modas, vínculos amorosos, 
“personalidade” etc. 
Um fetiche por saltos altos também é um emparelhamento entre o sapato 
(originalmente neutro) e o corpo feminino (que elicia excitação sexual). 
Generalização respondente: estímulos que tem semelhança física com o 
estímulo condicionado podem passar a eliciar a resposta condicionada. 
Se o cachorro aprendeu a salivar na presença de um som, um outro som com 
tonalidade parecida também irá eliciar a resposta de salivação. 
Da mesma forma se uma criança aprendeu a ter medo de dentista, ela poderá 
apresentar a mesma resposta reflexa quando estiver na presença de um 
médico ou de uma enfermeira. (roupa branca elicia resposta de medo) 
A magnitude da resposta depende do grau de semelhança entre os estímulos 
em questão. 
Assim é possível descobrir um gradiente de generalização, entre estímulos e 
respostas reflexas variando os estímulos. 
Uma pessoa que tem fobia de cachorros terá um gradiente de generalização no 
qual terá pouco medo frente a um cachorro de pelúcia, um medo de média 
magnitude frente a um cachorro pequeno e um medo de alta magnitude frente 
a um cachorro grande e latindo. 
Respostas emocionais condicionadas comuns: 
Muitas de nossas respostas emocionais não são inatas, a maior parte delas é 
aprendida. Mesmo que todos nós tenhamos os mesmos reflexos, isso se deve 
a uma história de aprendizagem comum. O medo de altura é um exemplo. Ele 
é aprendido e não inato. Como praticamente todos nós já passamos por 
eventos relacionados a quedas ou a perigos envolvendo alturas, passamos a 
ter este reflexo condicionado. 
Extinção respondente e recuperação espontânea 
Caso ocorra a apresentação sucessiva do estímulo condicionado sem o 
emparelhamento, o estímulo condicionado perde a função de eliciar a resposta. 
Caso o som seja apresentado ao cachorro por diversas vezes sem que sejam 
feitos outros emparelhamentos com comida, o som irá perder sua função de 
estímulo condicionado, voltando a ser um estímulo neutro para a resposta de 
salivar. 
Um fenômeno comum durante o processode extinção é a recuperação 
espontânea, na qual a resposta que já estava extinta por um tempo, quando 
exposta novamente ao estímulo condicionado, retorna durante um período e 
depois se extingue completamente. 
É importante notar que a extinção ocorre apenas com a apenas com a 
exposição sistemática ao estímulo e não com a passagem do tempo, então se 
uma pessoa tem um “trauma”, esse “trauma” não irá passar com os anos, caso 
ela não seja exposta de maneira sistemática ao objeto que produz o medo. 
Contracondicionamento e dessensibilização sistemática 
São duas operações que se utilizam do condicionamento clássico para 
tratamento de problemas psicológicos. 
No contracondicionamento um estímulo que elicia uma resposta contrária a que 
atualmente ocorre é emparelhado com o reflexo que se quer alterar. 
Ex: junto com o cigarro o indivíduo toma um xarope que elicia vômitos. Depois 
de se estabelecer o condicionamento o cigarro passa a eliciar 
vômitos também. 
Este tipo de procedimento é algo relativamente antiquado e não deve ser 
utilizado sem muito conhecimento técnico e experiência. 
Na dessensibilização sistemática, o organismo é exposto ao estímulo que elicia 
uma resposta de maneira frequente e gradual (usando um gradiente de 
estímulos) de forma que a extinção ocorra em todos os estímulos do gradiente. 
Um exemplo: para uma pessoa com medo de ir ao dentista, ela inicialmente é 
exposta a pessoas vestidas de branco em outros ambientes, depois exposta ao 
dentista em seu consultório sem sentar na cadeira e depois senta na cadeira 
mas sem nenhum procedimento odontológico e no final é realizado o 
procedimento odontológico. 
Só se passa para o próximo passo quando a resposta reflexa já foi extinta no 
passo anterior. 
Aplicações do Condicionamento Pavloviano: Terapia, Medicina, Propaganda, 
etc: É possível verificar que muito se pode fazer com o condicionamento 
pavloviano. A publicidade se utiliza muito deste procedimento, por exemplo 
emparelhando um objeto à venda com pessoas famosas ou situações 
agradáveis. 
É importante observar que embora isto seja utilizado, não necessariamente os 
psicólogos estão envolvidos com este tipo de prática, pois na psicologia temos 
um código de ética que não é compartilhado com outros profissionais. 
Veja mais: 
MOREIRA, M. B; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do 
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. Cap. 1. 
https://www.youtube.com/watch?v=YhYZJL-Ni7U (O Cão de Pavlov) 
Exercício comentado: 
Assista ao vídeo do caso do Pequeno Albert: 
https://www.youtube.com/watch?v=KxKfpKQzow8 
https://translate.google.com.br/translate?js=n&prev=_t&hl=pt-BR&ie=UTF-
8&layout=2&eotf=1&sl=en&tl=pt&u=https://en.wikipedia.org/wiki/Little_Albert_ex
periment (caso não consiga abrir o vídeo leia este texto) 
Sobre o vídeo podemos afirmar que: 
I – Watson acreditava que os traumas não estavam relacionados aos reflexos 
condicionados 
II – No experimento com o pequeno Albert a resposta de medo ao rato era 
inata. 
III – O som da sineta é considerado um estímulo incondicionado para a 
resposta de medo. 
IV – Seria possível, utilizando o condicionamento clássico, ensinar ao pequeno 
Albert a não mais ter medo de ratos 
Estão corretas as seguintes afirmações 
A – I e II 
B – II e III 
C – III e IV 
D – I e IV 
E – II e IV 
Antes de verificar a resposta correta uma nota: tal experimento nunca poderia 
ser realizado nos dias de hoje, por conta das normas éticas relacionadas as 
pesquisas com seres humanos. 
Resposta correta: alternativa C. 
Caso você tenha assinalado outras alternativas, procure descobrir qual foi a 
razão de seu erro, pois de acordo com o que estudamos os traumas estão 
relacionados à condicionamento reflexo e a resposta de medo de Albert foi 
aprendida durante o experimento. 
 
Exercício 1: 
É importante que psicólogos sejam hábeis na identificação e na diferenciação 
entre estímulos e respostas. 
Assinale a alternativa que contém apenas respostas reflexas à estímulos 
 
A)Piscar, choque e sineta 
 
B) Lacrimejar, comida na boca e arrepiar 
 
C)Salivar, piscar e transpirar 
 
D) Arrepiar, luz no olho e salivar 
 
E) Som da broca do dentista, choque e sineta do jantar 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) 
Exercício 2: 
Reflexos incondicionados consistem em estímulos incondicionados que eliciam 
respostas incondicionadas. Reflexos condicionados consistem em estímulos 
condicionados que eliciam respostas condicionadas. 
Um estímulo neutro se torne um estímulo condicionado quando: 
A) O estímulo neutro seja emparelhado com uma resposta condicionada 
B) O estímulo neutro seja emparelhado com estímulo incondicionado ou 
condicionado 
C)O estímulo neutro seja emparelhado com uma resposta neutra 
D)O estímulo neutro seja emparelhado com uma resposta incondicionada 
E) O estímulo neutro seja internalizado pelo indivíduo ou emparelhado com 
uma resposta neutra 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) 
Exercício 3: 
Após o emparelhamento entre um estímulo neutro e um estímulo 
incondicionado, uma nova relação entre estímulo e resposta surge. 
O estímulo neutro torna-se: 
 
A)Uma resposta neutra 
 
B)Uma resposta condicionada 
 
C) Uma resposta incondicionada 
 
D) Um estímulo condicionado 
 
E) Um estímulo incondicionado 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) 
Exercício 4: 
Pessoas podem adquirir medos a partir do emparelhamento de situações com 
estímulos incondicionados que geram medo. Watson utilizou um procedimento 
de emparelhamento para ensinar medo de ratos em um bebê. 
Assinale a alternativa que descreve adequadamente o procedimento 
 
A) O estímulo incondicionado “som estridente” foi emparelhado com o estímulo 
neutro “rato”. Após o condicionamento, apenas a presença do rato era 
suficiente para eliciar respostas condicionadas de medo 
 
B) O estímulo neutro “som estridente” foi emparelhado com o estímulo neutro 
“rato”. Após o condicionamento, a presença do som estridente eliciava 
respostas condicionadas de medo 
 
C) O estímulo condicionado “som estridente” foi emparelhado com a resposta 
condicionada “medo”. Após o condicionamento, a criança teve medo de sons 
estridentes 
 
D)O estímulo incondicionado “som estridente” foi emparelhado com a resposta 
incondicionada “medo”. Após o condicionamento, a criança teve medo de 
estímulos condicionados, como o som estridente 
 
E) O estímulo incondicionado “rato” foi emparelhado com a resposta 
condicionada “medo”. Após esse emparelhamento, a criança poderia escolher 
ter medo ou não de ratos. 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) 
Exercício 5: 
Generalização Respondente ocorre quando estímulos semelhantes ao estímulo 
condicionado eliciam respostas condicionadas. 
A Generalização Respondente no exemplo do experimento de Watson consiste 
em 
 
A)Ocorrência de novos estímulos neutros 
B)Ocorrência de novas respostas neutras 
C)Respostas de medo ao som estridente 
D)Respostas de medo a estímulos diferentes ao rato 
E)Respostas de medo a estímulos semelhantes ao rato 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) 
 
 
Exercício 6: 
Uma relação reflexa pode não durar para sempre. Um estímulo condicionado 
pode deixar de eliciar uma resposta condicionada. A extinção respondente 
ocorre quando: 
A)Quando o indivíduo se cansa de sentir medo 
 
B) Quando alguém ordena que o indivíduo não sinta medo 
 
C)Quando o indivíduo evita o estímulo condicionado 
 
D)Quando o estímulo condicionado não ocorre junto com o incondicionado 
mais 
 
E) Quando o estímulo condicionado não ocorre junto com a resposta de 
incondicionada 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) 
Exercício 7: 
Após o procedimento de extinção respondente, um estímulo condicionado pode 
eliciar uma resposta com certa força, mesmo sem novos emparelhamentos. 
Apenas a nova exposição é suficiente para aumentar a força da resposta 
inicialmente extinta. 
O conceito que descreve adequadamente esse fenômeno é 
 
A) Recuperação planejadaB) Recuperação espontânea 
 
C) Contracondicionamento 
 
D) Dessensibilização sistemática 
 
E) Dessensibilização espontânea 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) 
Exercício 8: 
No contracondicionamento: 
 
A) Emparelha-se um estímulo condicionado que produza uma resposta 
contrária ao condicionamento inicial 
 
B) Emparelha-se uma resposta condicionada a uma resposta incondicionada 
contrária 
 
C)Emparelha-se um estímulo incondicionado a uma resposta incondicionada 
contrária 
 
D) O sujeito escolhe a que condicionamentos vai se submeter, sendo contrário 
a condicionamentos impostos por outros 
 
E) Não há condicionamento 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) 
 
MÓDULO 3 - COMPORTAMENTO OPERANTE: APRENDIZAGEM PELAS 
CONSEQUÊNCIAS 
 
Já foi visto no Módulo 1 que o reflexo é estímulo que elicia resposta. E a 
aprendizagem se dá por emparelhamento de estímulos. Tal modelo se mostrou 
limitado pois o reflexo e as emoções apenas predispõem os organismos para 
algum tipo de ação e nesse sentido, quais são as outras fontes de controle de 
nossas ações? 
Aprendizagem pelas consequências: O reforço 
Neste módulo serão abordados os seguintes assuntos: comportamento 
operante, conceito de reforço, extinção e modelagem de novos 
comportamentos. 
B. F Skinner propôs o modelo do comportamento operante como aquele que 
produz consequências como modificações no ambiente e é afetado por elas. 
Este tipo de comportamento engloba a maioria de nossos comportamentos ou 
ações, como os processos de aprendizagem, conhecimento, linguagem, ser 
quem somos e ter personalidade. 
O modelo esquemático deste comportamento é: R > C (resposta - produz - 
consequência) 
O comportamento operante produz consequências no ambiente. Estas 
consequências são entendidas como mudanças no ambiente. 
Exemplos: 
Fazer uma pergunta - ouvir uma resposta 
Estudar - aprender e/ou tirar boas notas 
Apertar um botão - assistir televisão 
Sair correndo - aumentar a distância do predador 
Entregar dinheiro - receber um produto 
Se tratando de comportamento operante, o comportamento é afetado ou 
controlado por suas consequências. Isto quer dizer que estas consequências 
vão ter influência nos comportamentos similares no futuro. Quando o 
organismo estiver nas mesmas condições anteriores dependendo das 
consequências do comportamento no passado, é possível prever qual será o 
comportamento no futuro. 
É importante observar que tal processo ocorre independente de nossa 
aceitação, concordância ou mesmo consciência, ou seja, é um processo 
natural no qual se considera comportamento operante a relação entre resposta 
e consequência. 
Tal processo também ocorre independente de critérios de aceitabilidade social. 
Exemplos: 
Bagunça em casa - atenção dos pais 
Ser "durão" - respeito das pessoas 
Fazer "birra" - ganhar brinquedos 
A partir destes exemplos é importante fazer uma observação: enquanto o 
senso comum diz "bagunceiro" "birrento" e "bravo" como explicações para 
comportamentos, a análise do comportamento analisa as condições de 
ocorrência destes comportamentos. Ao invés de rotular observa oportunidades 
para manipulação e para modificar o comportamento. 
Então, o que leva uma criança a ter comportamento de birra? Se observarmos 
as consequências destes comportamentos provavelmente teremos uma melhor 
compreensão do processo. Como a criança em geral recebe atenção e tem 
seus pedidos atendidos quando faz birra, consideramos que esta é a causa. 
Para modificar este panorama, para que a criança deixe de fazer birras o 
indicado é que atenção, brinquedos e outras consequências sejam dadas para 
comportamentos considerados adequados e não para a birra. 
Os rótulos dados pelo senso comum como explicação para o comportamento 
são denominados "mentalismos", pois em geral se referem a estados mentais 
ou estados internos do organismo. Isto é um problema pois desvia a atenção 
da relação resposta-consequência para dentro do organismo ou para sua 
mente, nos confundindo. 
Exercício comentado: 
Considere as seguintes situações: 
I - Criança derruba um vaso - o vaso se quebra 
II - a criança chora - quando o pai se aproxima gritando 
III - A criança aumenta a intensidade do choro - o pai a desculpa 
Observamos relação de resposta-consequência no comportamento da criança 
em: 
A) I 
B) II 
C) III 
D) II e III 
E) I e III 
Resposta: E. A alternativa II apresenta uma relação reflexa, pois a aproximação 
do pai gritando é um estimulo que elicia choro na criança. Os outros ítens 
apresentam relações de resposta-consequência 
O Reforço: 
O comportamento produz consequências e é controlado por elas (em termos 
de probabilidade de ocorrência) – Esta relação tem o nome de relação 
reforçadora. A consequência neste caso é considerada um reforço. 
O organismo emite resposta – esta produz alterações no ambiente. É reforço. 
Ou seja, "se" resposta, "então" consequência. Esta relação de dependência se-
então, tem o nome de contingência de reforço. 
Se a criança faz birra, então o pai dá um brinquedo. É uma contingência de 
reforço. 
Se você atende o telefone, então você conversa com quem te ligou. É uma 
contingência de reforço 
O que define um estímulo como reforçador? Pois é bem possível que 
brinquedo não seja reforçador para todas as pessoas, bem como conversar ao 
telefone ou quaisquer outros exemplos de consequência citados anteriormente 
ou que possamos imaginar. Assim, como na maioria dos conceitos de análise 
do comportamento, as coisas se definem através da relação que mantém com 
o organismo ou o ambiente. 
Um estímulo é reforçador pelo seu efeito sobre o comportamento. Sua relação 
com o comportamento. Não é definido por suas características físicas, 
julgamentos, aceitabilidade social, etc. 
Provavelmente um brinquedo poderá ser reforçador para o comportamento de 
uma criança, mas não de um adulto. Já um ingresso para um show de rock 
poderá ser reforçador para alguns adultos mas para outros não. Isto depende 
da história de vida ou de aprendizagem destas pessoas. 
Reforçadores Naturais versos Reforçadores Arbitrários 
Quando se fala em reforçamento é importante diferenciar reforço natural de 
reforço arbitrário. 
Em geral quando se fazem críticas à análise do comportamento por ser 
favorável ao uso do reforço, em geral tais críticas estão focadas no uso do 
reforçamento arbitrário que realmente pode produzir alguns problemas. 
No reforçamento natural em geral as consequências são produzidas 
"naturalmente" ou seja, são as que normalmente se seguem ao 
comportamento. 
Ex: 
Estudar - aprender 
Tocar música - ouvir música 
Saber matemática - resolver problemas com números 
Já no reforçamento arbitrário produtos indiretos são usados como 
consequência: 
ex: 
Tocar instrumento – receber dinheiro 
Estudar - tirar nota na prova 
Saber matemática - ganhar presente dos pais 
Assim, nem sempre reforçar quer dizer, comprar, chantagear, recompensar ou 
trocar. 
O problema aqui são as consequências a longo prazo, dispersas, etc. 
Como que uma criança vai se "conscientizar" que deve estudar para que 
quando adulto possa trabalhar e sobreviver? 
Assim, reforçadores arbitrários podem ser utilizados inicialmente pois 
aumentam a chance de que a pessoa entre em contato com reforçadores 
naturais no futuro. 
Uma criança que é reforçada com boas notas, com presentes e atenção 
quando estuda, tem maiores chances de que no futuro possa estar sensível ao 
aprendizado por sí só. 
Outros efeitos do reforço: Diminuição da freqüência de outros comportamentos 
Um outro efeito conhecido do reforço é a diminuição da frequência de outros 
comportamentos e a diminuição da variabilidade na topografia (forma) da 
resposta reforçada, pois o responder ocorre com maior precisão. 
Imagine um jogador de futebol treinando cobrança de faltas. Conforme suas 
respostas são reforçadas (bola indo em direção ao gol) cada vez mais ele vai 
executar o chute de maneira mais similar e nãovai tentar inovações para 
cobrar a falta. 
Exercício comentado: 
Uma criança está aprendendo a ler e a professora relatou que não aceita que 
sejam lidos gibis e/ou outros materiais que não a cartilha utilizada na escola. 
Ao exigir que apenas a leitura da cartilha seja considerada uma resposta a ser 
reforçada a professora está: 
A) reforçando naturalmente 
B) reforçando arbitrariamente 
C) condicionando de maneira reflexa 
D) punindo diferencialmente 
E) aplicando critérios pedagógicos 
Resposta: B. A professora está reforçando arbitrariamente pois especifica que 
apenas a leitura de um material será reforçada e não a leitura de qualquer 
material. Isto porque a leitura de qualquer material iria produzir a consequência 
natural de aprender a ler ou a conhecer um assunto novo. 
Extinção Operante: 
Quando ocorre a suspensão do reforço ocorre a diminuição da frequência de 
ocorrência do comportamento, ou seja, os efeitos do reforço são temporários. 
Se a consequência deixa de ocorrer a resposta que anteriormente produzia a 
consequência também deixa de ocorrer com o tempo. 
Para estudar isso a análise do comportamento faz uma prova usando a 
metodologia A – B – A (nível operante , reforço, extinção) 
Inicialmente observa o comportamento não condicionado, passa a reforçar este 
comportamento e depois deixa de reforça-lo. 
O processo não ocorre imediatamente, existe a resistência à extinção: o 
número de respostas ou tempo até que o organismo pare de responder 
Fatores de influência da resistência à extinção: número de reforços anteriores, 
o custo de resposta, esquemas de reforçamento. 
Aqui está outra questão que diz respeito a explicação mentalista do senso 
comum, ao invés de rotular (como explicação) a pessoa como perseverante, 
insistente, empenhado, teimoso ou mesmo fraco, desistente etc, nós 
observamos a relação entre resposta e consequência na história de 
reforçamento. 
Assim uma pessoa rotulada de insistente, provavelmente passou por uma 
história de reforço diferente de outra considerada facilmente desistente. 
Outros efeitos da extinção: 
Efeito principal: retorno da freqüência de resposta aos níveis prévios (nível 
operante). 
Aumento da frequência da resposta no início do processo de extinção. 
Aumento da variabilidade da topografia (forma) da resposta. 
Eliciação de respostas emocionais durante o processo (raiva, ansiedade, 
irritação, frustração etc) 
Exercício comentado: 
Um pai depois de consultar um psicólogo resolveu colocar em extinção o 
comportamento de birra de seu filho. Então quando este começou a fazer birra 
o pai nada fez. É provável que ocorra imediatamente: 
A) aumento na frequência e intensidade da birra 
B) diminuição da frequência e intensidade da birra 
C) comportamentos adequados por parte da criança 
D) diminuição da variabilidade da resposta de birra 
E) substituição da birra por choro reflexo 
Resposta: A. Como o pai iniciou o processo de extinção o primeiro efeito 
esperado é o aumento da frequência de resposta de birra. Será um desafio 
para o pai, mas se ele conseguir manter-se sem dar consequências para a 
birra ela irá cessar depois de passar pelo processo de extinção. 
Modelagem: aquisição de comportamento 
Sabemos que os comportamentos existentes são selecionados (mantidos ou 
extintos) pelas consequências. Mas como um novo comportamento passa a 
fazer parte do repertório comportamental de um organismo? Como iniciar o 
processo de aprendizagem? Novos comportamentos sempre surgem a partir 
de comportamentos que já existem em nosso repertório comportamental. 
O processo de modelagem ocorre por: reforçamento diferencial de 
aproximações sucessivas a um comportamento alvo. Reforçar algumas 
respostas e outras não (baseado em critérios) sendo a característica 
fundamental a imediaticidade do reforço. 
No laboratório temos um exemplo muito claro do processo, na modelagem da 
resposta de pressão à barra. 
Inicialmente o aluno reforça o comportamento de se aproximar à barra. Quando 
este comportamento já está estabelecido, passa agora a reforçar apenas o 
olhar para a barra. Depois o levantar em frente a barra e depois pressionar a 
barra. 
Quando se passa de uma etapa para a outra para o rato é como se o 
comportamento anterior estivesse em processo de extinção, então ele vai 
começar a responder com maior frequência e variabilidade. É provável que 
neste processo ele, por acaso, responda com a resposta requerida para o 
próximo passo que é reforçada e assim se inicia o processo novamente. 
Exercício comentado: 
Aplicando-se o processo de modelagem na habilidade de desenhar um 
professor se utiliza dos seguintes procedimentos: 
I - inicialmente aceita desenhos com traços irregulares e sem pintura completa 
II - aceita apenas desenhos completos e bem feitos 
III - aceita qualquer tipo de desenho 
Fazem parte de procedimentos da modelagem 
A) I 
B) II 
C) III 
D) I e III 
E) I e II 
Resposta: A. O professor inicialmente deve aceitar desenhos "mal feitos" como 
uma primeira etapa do comportamento de desenhar, para depois passar para 
uma próxima etapa onde o critério de exigência será maior até que ele 
finalmente aceite apenas desenhos completos e bem feitos. 
Saiba mais em: 
Bibliografia básica: 
MOREIRA, M. B; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do 
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. Cap. 3 
Exercício 1: 
Quando as consequências de um comportamento aumentam a probabilidade 
deste ocorrer novamente no futuro, elas são chamadas: 
A) reforço 
B) prazer 
C) recompensa 
D)pagamento 
E) motivação 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) 
Exercício 2: 
O comportamento operante produz consequências (reforço) que influenciam 
sua ocorrência futura. Quando essas consequências deixam de ocorrer de 
maneira permamente a probabilidade desse comportamento ocorrer diminui, 
volta aos níveis de antes do comportamento ter sido reforçado. Esse fenômeno 
é chamado de: 
 
A)descondicionamento 
 
B) extinção 
 
C) anti-reforço 
 
D) contra-condicionamento 
 
E) condicionamento suplementar 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) 
Exercício 3: 
Em um experimento científico, para que possamos observar se as alterações 
na variável dependente ocorrem em função de uma variável manipulada, 
precisamos mensurar a variável dependente antes da manipulação. Este 
procedimento é conhecido como “linha de base”. 
Na análise experimental do comportamento, quando se estuda a influência do 
reforço na freqüência de emissão de uma resposta, o procedimento descrito 
acima também é chamado de: 
 
A) Treino ao comedouro 
 
B) Condicionamento 
 
C) Mensuração do Nível Operante 
 
D) Modelagem 
 
E) Reforçamento 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) 
Exercício 4: 
O comportamento operante é assim chamado por produzir conseqüências no 
ambiente. Entretanto, outra característica fundamental do comportamento 
operante é ser afetado pelas conseqüências que produz. Existem diferentes 
formas de o comportamento operante ser afetado pelas conseqüências. 
Quando um mesmo estímulo reduz a freqüência (força ou probabilidade de 
emissão) da resposta que o produziu e aumenta a freqüência da resposta que 
o removeu, o chamamos de: 
 
A) Reforçador positivo 
 
B) Reforçador 
 
C) Eliciador 
 
D) Discriminativo 
 
E) Aversivo ou Reforçador negativo 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) 
Comentários: 
Exercício 5: 
A maior parte de nossos comportamentos produz consequências (mudanças) 
no ambiente. Tais comportamentos são denominados operantes e entendidos 
sob a representação R -> C (uma resposta emitida produz conseguências). 
Analise as situações listadas abaixo: 
I.Fazer uma pergunta -> obter uma resposta 
II.Fazer birra -> receber atenção 
III.Receber uma bronca -> ficar com medo 
IV.Vestir um casaco -> sentir-se aquecido 
V.Andar acima do limite de velocidade -> receber uma multa 
São exemplos de comportamento operante: 
A) I, II, IV 
B) I, III, V 
C) I, II, IV, V 
D)II, III, IV, V 
E) I, II, III 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) 
Exercício 6: 
A relação entre comportamento operante e suas conseguências possue 
características como: 
 
I - As consequências afetam (controlam) o comportamento 
II- As consequências afetam o comportamento apenas quando o indivíduo tem 
consciência desse processo 
III- As consequências afetam o comportamento independente deste ser 
adequado ou inadequado 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
A) I 
 
B) II 
 
C) III 
 
D) I e II 
 
E) I e III 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) 
Exercício 7: 
Observam-se alguns fenômenos no processo de extinção: 
 
I - O grau de resistência à extinção ocorre em função da história de 
reforçamento e do custo da resposta 
II- É comum a eliciação de respostas emocionais como um efeito colateral do 
processo de extinção 
III- Não ocorre variabilidade na topografia (forma) da resposta durante o 
processo de extinção 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
A) I 
 
B) II 
 
C)III 
 
D)I e II 
 
E) I e III 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) 
Exercício 8: 
Através da modelagem novos comportamentos passam a fazer parte do 
repertório comportamental de um organismo. No que se refere ao processo 
de modelagem, reflita sobre as afirmativas abaixo: 
I. É um processo de aprendizagem, no qual novos comportamentos surgem a 
partir de comportamentos que já existem no repertório do indivíduo. 
II.Quanto mais imediata é a apresentação do reforço, mais eficaz ele será para 
ensinar ou fortalecer o comportamento. 
III.As experiências em laboratório contribuiram muito para a descrição do 
processo de modelagem. 
IV.Ocorre modelagem apenas quando aquele que ensina tem conhecimento da 
teoria da análise do comportamento, caso contrário a aprendizagem ocorre por 
outras vias. 
V.As pessoas modelam repertórios comportamentais umas das outras quando 
estão se relacionando. 
Estão corretas: 
 
A)I, II, IV 
 
B)II, III, IV 
 
C)I, II, III, IV 
 
D)I, II, III 
 
E) I, II, III, V 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) 
 
MÓDULO 4 - CONTROLE AVERSIVO DO COMPORTAMENTO 
Aprendizagem pelas consequências: o controle aversivo. 
Objetivos: Compreender controle aversivo do comportamento, reforçamento 
negativo (fuga e esquiva), Punição (positiva e negativa) e contra-controle. 
Foi abordado no módulo 2 a aprendizagem pelas consequências reforçadoras. 
A princípio se abordou a relação reforçadora positiva, ou seja, que ocorre pela 
apresentaçao de estímulo como consequência ao comportamento. 
Além dessa, existem outros tipos de relação entre as respostas e 
consequências: reforço negativo, punição positiva e punição negativa, que 
serão abordados a seguir. Estas três formas de controle do comportamento são 
consideradas como controle aversivo. Aversivo pois o organismo se comporta 
para algo não acontecer, para evitar ou fugir de algo. 
Considera-se um estímulo como aversivo por critérios relacionais, ou seja, 
apenas observando a relação entre resposta e consequência e não com algum 
tipo de pre-definição como: choque, castigo físico, fedor, etc. Tais estímulos 
apesar de terem maior probabilidade de serem aversivos, podem ter função 
reforçadora positiva para algumas pessoas. Ex: a diferença entre cheiro bom e 
fedor geralmente é cultural e tem relação com história de vida. 
É importante observar que das quatro formas de controle do comportamento, 
reforço positivo ou negativo e punição positiva ou negativa, apenas a primeira é 
considerada como não aversiva ou coercitiva. 
Também a denominação positiva e negativa não segue nenhum juízo de valor 
ou referencial de bom ou ruim, bem ou mal. 
É considerado positiva uma relação na qual estimulação é 
acrescentada/apresentada. Positivo como um sinal de + (soma, adição). 
É considerada negativa uma relação na qual estimulação é 
subtraída/terminada. Negativo como um sinal de - (subtração, retirada) 
 
Exercício comentado: 
Não é um exemplo de controle aversivo do comportamento: 
A) Um criminoso assalta uma residência e pega uma quantia de dinheiro 
B) O criminoso é perseguido por um policial após realizar um assalto 
C) O criminoso é julgado e fica preso por alguns meses 
D) Um cliente compra um seguro e alarme residencial para se proteger de 
criminosos 
E) Uma criança é picada por uma abelha após tentar pegá-la com a mão 
Resposta: A. Para o criminoso o assalto produz dinheiro, logo esta relação é 
reforçadora positiva. Note que o exemplo é utilizado para que fique claro que o 
foco é na relação e não em características boas, ruins, benéficas ou maléficas. 
Reforço Negativo 
Contingências de Reforço Negativo também aumentam ou mantém 
comportamentos que as produzem. 
Vestimos roupas de inverno para evitar o frio. 
Levamos o carro ao mecânico para evitar um mal funcionamento ou após uma 
avaria 
Dedetizamos para evitar insetos 
Vamos ao médico quando estamos doente ou para prevenir doenças 
Nos exemplos acima a consequência é sempre a retirada ou evitação de 
alguma estimulação aversiva. 
O exemplo de laboratório deixa clara a diferença entre reforço positivo e 
negativo 
Reforço positivo: rato pressiona barra e recebe alimento como 
consequência. Estímulo é adicionado. A resposta tente a se manter ou a 
aumentar de frequência sob as mesmas condições. 
Reforço negativo: rato pressiona barra e um choque elétrico é desligado. 
Estimulo é subtraído. A resposta tende a se manter ou a aumentar de 
frequência sob as mesmas condições 
Ainda a contingência de reforço negativo pode ser de dois tipos: fuga e 
esquiva. 
Na fuga, ocorre a eliminação ou subtração da estimulação aversiva que estava 
previamente presente. O rato desliga o choque, a dona de casa mata a barata, 
vai ao médico quando fica doente. 
Em geral a fuga é a primeira forma de reforço negativo aprendida, pois com a 
presença de estimulação aversiva o sujeito inicialmente aprende a terminá-la. 
Após aprender fuga, em geral é possível se aprender esquiva (evitar o estímulo 
aversivo antes que ele venha a ocorrer). 
Nesse caso o rato pode aprender e prevenir o choque, a dona de casa a 
dedetizar a casa para evitar baratas e o paciente a ter uma vida saudável para 
prevenir doenças. 
No laboratório em geral se começa a estudar fuga e esquiva da seguinte 
maneira: 
Fuga: Um rato é colocado em uma caixa com dois compartimentos e um 
choque é apresentado no compartimento que o rato se encontra. Ele então 
aprende a pular para o outro compartimento (sem choque) para fugir da 
estimulação aversiva. O choque dura 20 segundos e troca de lado a cada 30 
segundos. Isto é reforço negativo. 
Esquiva: Depois de fugir algumas vezes o rato aprende a pular de um lado para 
o outro no intervalo em que o choque é desligado e antes dele trocar de lado. 
Assim ele se esquiva ou evita o choque. Isto também é reforço negativo. 
Exercício comentado: 
Em relação aos conceitos de fuga e esquiva, assinale a alternativa correta: 
I) O comportamento de fuga é um comportamento reforçado negativamente. 
II) Uma garota, ao ir para o colégio, sempre passava em frente à casa do 
namorado. Recentemente eles brigaram e ela passou a fazer outro caminho, 
mais longo, para chegar até a escola, pois não quer encontrar com o ex-
namorado. Nesse caso a mudança no caminho é claramente um 
comportamento de fuga. 
III) Um motorista, após sofrer grave acidente automobilístico, passa a dirigir seu 
veículo sempre em baixa velocidade. Com esse comportamento, o motorista 
está fugindo de estímulos aversivos condicionados que a alta velocidade 
eliciou. 
IV) Um grupo de amigos se reúne em um barzinho da cidade, todos conversam 
animadamente e se divertem muito. De repente, uma banda começa a tocar 
músicas sertanejas. Todos do grupo amam rock e odeiam música sertaneja por 
isso resolvem pedir a conta e ir para outro local. Trata-se de um exemplo de 
comportamento de esquiva. 
É verdadeiro o que afirma em: 
a) I apenas. 
b) I e II apenas. 
c) I, II e III.d) II, III e IV. 
e) Todas as alternativas são corretas. 
Resposta: A. No ítem II e III é comportamento de esquiva e no ítem IV é fuga. 
A Punição e seus problemas 
A punição é uma das formas existentes de controle do comportamento. 
Apresenta diversos problemas sendo o principal o retorno do comportamento 
previamente punido quando a punição é suspensa. 
Punição é definida pela diminuição do comportamento pela apresentação de 
estímulo aversivo (punição positiva) ou retirada de um reforçador (punição 
negativa). 
O critério para definição de positivo ou negativo é o mesmo do reforçamento, 
positivo é adição de estímulo e negativo é subtração de estímulo. 
Também se define punição pelo efeito que tem no comportamento, ou seja, 
não existe estímulo aversivo ou punidor por natureza. 
Assim, um exemplo de punição positiva é comer uma comida, passar mal e 
evitar este tipo de comida no futuro. Um exemplo de punição negativa é 
cometer algo errado e como castigo ficar 1 mês sem jogar video game. 
Suspensão da punição e recuperação da resposta 
Em um estudo clássico dois grupos de ratos foram expostos a uma 
contingência de reforçamento positivo na qual a pressão a barra tinha como 
consequência a apresentação de alimento. 
Então para um dos grupos além do alimento foi dado também um choque 
(punição positiva) após a pressão à barra. 
Assim, a frequência de respostas deste grupo caiu o que demonstrou que a 
punição teve efeito. 
Porém, o choque para este grupo foi retirado e suas respostas então voltaram 
a mesma frequência de antes ou igual ao grupo controle. 
Demonstrou-se assim que os efeitos da punição são temporários e que a 
resposta se recupera aos mesmos níveis prévios à punição depois que esta é 
retirada. 
Punição negativa e extinção, diferenças: 
extinção: não produz consequências reforçadoras, processo lento. 
punição negativa: nova consequência é a retirada de reforçadores, processo 
rápido. Pg 74 
Exercício comentado: 
Um grande número de turistas após ser exposto a episódios de violência nunca 
mais retorna ao país que visitavam, preferindo viajar para outros lugares. Sobre 
viajar e sofrer violência e não voltar mais ao local inicial podemos dizer que 
ocorreram processos de: 
a) Punição e esquiva 
b) Reforço negativo e punição 
c) Fuga e esquiva 
d) Esquiva e punição 
e) Acovardamento e angústia 
Resposta: A. O turista quando sofre violência e não retorna mais ao local é 
uma demonstração de punição. Quando ele viaja para outro lugar, é esquiva 
pois ele evita a violência do local que visitou anteriormente. 
Efeitos Colaterais do Controle Aversivo e Contra controle: 
Punir é fácil e imediato, mas acarreta em uma série de problemas que 
desaconselham o seu uso como forma de controlar comportamento. O principal 
já visto anteriormente é o retorno da resposta que foi punida quando a punição 
é suspensa. Outros efeitos colaterais da punição incluem: 
Eliciação de respostas emocionais: durante a punição é comum a eliciação de 
respostas emocionais geralmente desagradáveis. Por condicionamento reflexo 
o agente punidor irá se transformar em um estímulo aversivo condicionado. 
Além disso as respostas emocionais interferem no desempenho operante. 
Um funcionário que é constantemente vigiado e criticado por seu supervisor 
direto, poderá ter seu desempenho comprometido por conta da pressão que 
sofre e seu supervisor poderá eliciar as respostas emocionais apenas pela sua 
presença. 
Supressão de outros comportamentos além do punido: Um aluno que é punido 
por conversar em sala de aula provavelmente terá menor probabilidade de 
fazer uma pergunta em voz alta. 
Emissão de respostas incompatíveis ao comportamento punido: Qualquer 
comportamento que possibilite fuga ou esquiva da punição será reforçado. Ex: 
tampar os ouvidos quando está ouvindo uma bronca desagradável. 
Contracontrole: o organismo punido emite nova resposta que impede a 
punição. O professor pune o aluno que cola na prova. O aluno então cria 
estratégias para colar sem ser pego pelo professor. O professor então cria 
estratégias para vigiar o aluno e impedir que ele use este novo método, o aluno 
então cria um novo método etc... 
Não é preciso escrever muito para deixar claro o quão improdutivo é a 
utilização da punição como forma de controle do comportamento. 
Mas por que punimos tanto? Primeiro é pela imediaticidade da consequência 
enquanto o reforçamento demora para surtir efeito a punição tem efeito 
imediato. 
Não depende de privação. Para um estímulo ser reforçador, em geral é preciso 
haver privação, mas para um estímulo ser punidor não é necessário estar 
privado ou saciado. 
Facilidade no arranjo das contingências: enquanto para reforçar é preciso 
planejamento e arranjos, para punir é mais fácil e simples. 
Quais as alternativas ao controle aversivo? 
Primeiramente reforço positivo no lugar de negativo, extinção em vez de 
punição (pois a punição não treina novas respostas), reforçamento diferencial 
(reforçar outros comportamentos que podem ocorrer junto ao comportamento 
que se quer eliminar) e aumento da densidade de reforços para as outras 
alternativas comportamentais. 
Exercício comentado: 
Gatorade cancela contrato com Tiger Woods 
A fabricante de bebidas energéticas Gatorade cancelou seu contrato com o 
jogador de golfe Tiger Woods. A Gatorade é a última das grandes companhias 
a cortar relações com o golfista depois do escândalo sexual em que o atleta se 
envolveu. Companhias como a AT&T e Accenture já tinham cancelado suas 
parcerias com Woods. A companhia, de propriedade da PepsiCo, já tinha 
cancelado a fabricação de uma bebida relacionada ao atleta, a Tiger Focus. 
"Não vemos mais um papel para Tiger em nossos esforços de marketing e 
encerramos nosso relacionamento... Desejamos o melhor para ele", disse uma 
porta-voz da companhia. No entanto a Gatorade informou que vai continuar a 
parceria com a fundação de caridade do golfista, a Tiger Woods Foundation. 
A partir do foi estudado sobre controle aversivo, e considerando também o 
texto acima, pode-se dizer que : 
I. Há exemplo de punição positiva, pela adição de um estímulo aversivo ao 
ambiente, contingente ao comportamento de trair, apresentado pelo jogador 
II. Há exemplo de punição negativa, pela retirada de estímulos reforçadores do 
ambiente, contingente ao comportamento de traição. 
III. É possível que Tiger ao invés de parar de trair, que continue traindo mas 
com maior cuidado para não ser pego 
IV. Na punição positiva, ao contrário da punição negativa, observa-se 
diminuição na probabilidade do comportamento ocorrer novamente. 
Alternativas: 
a. É correto o que se diz em I, II e III. 
b. È correto o que se diz em II, III e IV. 
c. É correto o que se diz em I, III e IV. 
d. É correto o que se diz em I e IV apenas. 
e. É correto o que se diz em II e III apenas. 
Resposta: E. É punição negativa (perdeu patrocinadores) e poderá gerar contra 
controle (ao invés de parar de trair, cria estratégias para continuar a trair mas 
sem ser pego) 
Bibliografia básica: 
MOREIRA, M. B; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do 
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. Cap. 4 
 
Exercício 1: 
O comportamento pode ocorrer sob controle por reforçamento positivo quando 
as consequências envolvem adição de estímulo. 
Quando as contingências envolvem se comportar para que algo não aconteça, 
esse controle é denominado: 
 
A) Aversivo 
 
B) Inverso 
 
C) Prejudicial 
 
D) Punitivo 
 
E) Negativo 
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) 
Exercício 2: 
Classificar um estímulo como aversivo envolve um critério relacional e 
funcional, ou seja: 
I Um mesmo estímulo pode ser aversivo para um indivíduo e reforçador para 
outro 
II Verifica-se que um estímulo é aversivo pelo seu efeito sobre o 
comportamento que o produziu ou que o suprimiu 
III Os estímulos aversivos são relacionados ao que é ruim ou desagradável do 
ponto de vista científico 
É correto o que se afirma

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