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Profa Gisele Amorim Bioquímica Aula 1: Água, pH e soluções tampão • Líquida em temperatura biológica; • Mais densa no estado liquido; • Alta capacidade calorifica; • Capaz de formar ligações de hidrogênio; • Temperatura de fusão e ebulição elevada; • Solvente para solutos polares ou iônicos; • Ácido/Base fraco(a) Características que fazem da água uma molécula essencial para a vida (como nós a conhecemos) Água é polar e tetraédrica Por que a estrutura da água não é linear? Capacidade de formar ligações de Hidrogênio Aceptores e Doadores Requisitos para ser um doador ou aceptor de ligações de hidrogênio? Interações químicas (não covalentes) entre as moléculas biológicas Ligações de hidrogênio entre as moléculas biológicas (e a água) Gelo: 4 ligações de H Água liquida: 3-4 ligações de H De acordo com a energia do sistema, a água muda o seu estado de organização Ligações de H entre as moléculas de água Água líquida Gelo Maior distância entre as moléculas – menor densidade Água é mais densa na forma liquida A água tem temperaturas de fusão e ebulição elevadas A água como solvente Compostos carregados são solúveis em água (Hidrofílicos) A entropia do sistema aumenta quando os íons estão solubilizados Moléculas carreadoras! Qual a vantagem? Os principais gases de importância biológica são apolares e insolúveis na água Implicações importantes no transporte de O2 dos pulmões para os tecidos e de CO2 dos tecidos para os pulmões. O oxigênio é transportado através de proteínas carreadoras (Hemoglobina). O transporte de CO2 é feito principalmente sob a forma de HCO3- Os principais gases de importância biológica são apolares e insolúveis na água A água interage com moléculas de natureza diversa Qual grupo interage melhor? Por quê? A água e elementos NÃO carregados e apolares (Hidrofóbicos) Para moléculas apolares o delta G é positivo ou desfavorável. “O efeito ou colapso hidrófobo” 1) A introdução de um composto hidrofóbico perturba a rede de água; 2) A água tende a minimizar seu contato com as moléculas hidrofóbicas; 3) A organização de camadas ou “gaiolas”de água entorno de compostos apolares 4) Demanda de alto custo entrópico devido à organização da água. Efeito hidrofóbico: as moléculas apolares tendem a formar aglomerados com o mínimo de áreas expostas, reduzindo o no de moléculas de água afetadas pela interação. Menos moléculas de água altamente organizadas na superfície Entropicamente favorável As moléculas de agua que circundam os lipídios ficam “muito” organizadas. Não são capazes de interagir com a região hidrofóbica. MICELAS Menos moléculas de água altamente organizadas na superfície Maior ENTROPIA Entropicamente favorável Membranas celulares - Compartimentalização A interação hidrofóbica não se estabelece por atração mútua, nem “ligação hidrofóbica”. Trata-se de um estado de interação termodinamicamente mais favorável induzido pela presença do composto apolar na água. IMPORTANTE! pH e soluções tampão Definição de Brønsted-Lowry • Os conceitos de Arrhenius são limitados a soluções aquosas. A transferência do íon H+ (próton) Ácidos e Bases • Ácido é uma substância (molécula ou íon) que pode doar um próton para outra substância. • Uma base é uma substância que pode receber um próton. Definição de Brønsted-Lowry ácido base Auto ionização da água ü Uma molécula de água pode doar um próton para outra molécula de água (autoprotolise) ü A água é uma substância anfótera. 2 H2O è H3O+ + OH- Transferência de prótons na água O H H O H H O H H O H H O H H O H H O H H O H H + - O H H O H - H O H H O H H Constante de auto-ionização da água Kw = 10-14 2 H2O è H+ + OH- ? Kw = [H+][OH−] = 10−14 Concentração de H+ na água pura ? pH = -log A escala de pH Pares ácido-base conjugados Soluções Tampão São soluções de eletrólitos que resistem à variação de pH quando pequenas quan4dades de ácidos ou bases são adicionadas ao sistema. São cons6tuídas por soluções de ácidos fracos e bases fracas. Para fins prá6cos existem dois 6pos de soluções tampão: Ø Mistura de ácido fraco com sua base conjugada Ø Mistura de uma base fraca com seu ácido conjugado Solução aquosa de ácido acé4co e acetato de sódio (AcONa) 1) AcOH + H2O ↔ H3O+ + AcO-‐ 2) AcO-‐ + H2O ↔ AcOH + OH-‐ Ø A adição de uma pequena quan6dade de H3O+ (H+) leva à reação: H3O+ + AcO-‐ ↔ AcOH + OH-‐ Ocorre pequena variação no pH, uma vez que a quan6dade de H3O+ adicionado é muito menor que a concentração de AcONa. Ø A adição de pequena quan6dade de OH-‐ leva à reação: OH-‐ + H3O+ ↔ 2 H2O Ocorre pequena variação no pH, uma vez que a quan6dade de OH-‐ adicionado é muito menor que a concentração de AcOH. Solução de amônia e cloreto de amônio (NH4Cl) 1) NH3 + H2O ↔ NH4+ + OH-‐ 2) NH4+ + H2O ↔ NH3 + H3O+ Ø A adição de uma pequena quan6dade de H3O+ leva à reação: H3O+ + OH-‐ ↔ 2 H2O Ocorre pequena variação de pH, uma vez que a quan6dade de H3O+ adicionado é muito menor que a concentração de NH3. Ø A adição de uma pequena quan6dade de OH-‐ leva à reação: OH-‐ + NH4+ ↔ NH3 + H2O Ocorre pequena variação de pH, uma vez que a quan6dade de OH-‐ adicionado é muito menor que a concentração de NH4Cl. A dissociação de um ácido fraco (HA) ocorre da seguinte forma: HA + H2O ↔ H3O+ + A-‐ Então: ][ ][log HA ApKpH a − += Equação de Henderson-‐Hasselbalch Relação entre Ka e pKa • A Equação de Henderson-‐Hasselbalch é u6lizada para calcular o pH de uma solução tampão, a par6r do pKa (que reflete a constante de dissociação do ácido) e de concentrações, no equílibro ácido-‐base, do ácido ou base conjugada. pH = pKa + log [base] [acido] Equação de Henderson-‐Hasselbalch Soluções Tampão • Quando a [acido] = [base]: poder tamponante máximo da solução tampão – onde ocorrem as menores variações de pH pela adição de H⁺ ou OH⁻, e o pH = pKa pH = pKa + log 1,0 = pKa + 0 = pKa ][ ][log HA ApKpH a − += Soluções tampão Ácido fraco: ácido carbônico H2CO3 Base conjugada: bicarbonatoHCO3⁻ Excesso de H⁺: desloca o equilíbrio para a esquerda H2CO3 = H⁺ + HCO3⁻ Excesso de OH⁻: desloca o equilíbrio para a direita OH⁻ + H2CO3 = H2O + HCO3⁻ Tampão biológico – plasma sanguíneo pH sangue: 7,25-7,45 Exercício 1 Considere a adição de 1,00 mL de uma solução de NaOH 0,1000 mol.L-‐1 em um frasco contendo 100,0 mL de água pura. Calcule o pH da solução resultante. Exercício 2 Considere agora a adição de 1,00 mL de solução de NaOH 0,1000 mol L-‐1 em 100,0 mL de uma solução contendo 0,1 mol.L-‐1 de ácido acé4co e 0,1 mol.L-‐1 de acetato de sódio. Sabendo que o pKa do ácido acé4co = 4,76, calcule o pH da solução final. Solução -‐ Exercício 1 [OH-] = 0,00099 mol.L-1 A concentração de íons OH-‐ pode ser calculada da seguinte forma: 0,1 mol em 1000 mL X mol em 1 mL X = 0,0001 mol de OH- 0,0001 mol de OH- em 101 mL X mol OH- em 1000 mL X = 9,9 x 10-4 Tente calcular o pH agora, sem olhar a solução! Solução -‐ Exercício 1 pOH = -log 9,9 x 10-4 = 3,0 pOH = 3,0 e pH = 14,0 - 3,0 = 11,0 [OH-] = 0,00099 mol.L-1 Observe que ocorrerá uma variação de pH de 7,00 (pH neutro da água pura) para 11,0. Solução -‐ Exercício 2 1°) Calcular o pH da solução tampão: ][ ][log HA ApKpH a − += pH = 4,76 + 0 pH = 4,76 Então, o pH da solução tampão antes da adição de 1,00 mL de NaOH 0,1000 mol L-‐1 é 4,76. Ø [AcOH] ≅ (CAcOH - 0,00099) ≅ (0,1000 - 0,00099) ≅ 0,09901 mol.L-1. Ø [AcO--] ≅ (CAcO- + 0,00099) ≅ (0,1000 + 0,00099) ≅ 0,10099 mol.L-1 pH = 4,76 + log 1,0199 pH = 4,76 + log 0,10099 0,09901 pH = 4,760 + 0,008 = 4,768 Variação de pH = 0,008 Pra4camente não há variação de pH pela adição da base na solução tampão. 3°) Calcular o pH da solução resultante após a adição de NaOH: 2°) Concentração de OH-‐: [OH-] = 9,9 x 10 -4 ou 0,00099 mol.L-1
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