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05_Direito_Processual

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1 
 
 
 
 
 
 
PGM-NI 
Técnico de Procuradoria 
 
Jurisdição............................................................................................................................. 1 
Ação. Teoria Geral da Ação. ............................................................................................. 13 
Processo. Princípios processuais constitucionais. Relação jurídica processual. Pressupostos 
processuais. .......................................................................................................................... 19 
Atos processuais : forma, tempo e prazos processuais. Atos das partes. ......................... 29 
Prazos dos atos processuais: verificação dos prazos. ...................................................... 38 
Comunicação dos atos processuais: cartas (precatória, rogatória e de ordem), da citação, da 
intimação e da notificação (conceito, forma, requisitos e espécies). ...................................... 45 
Processo eletrônico. Lei n. 11.419/2006. .......................................................................... 54 
Partes e procuradores. ...................................................................................................... 61 
Do Ministério Público. ....................................................................................................... 77 
Da Advocacia Pública. ...................................................................................................... 80 
Da Defensoria Pública. ..................................................................................................... 82 
Prerrogativas da Fazenda Pública. ................................................................................... 86 
Petição inicial: requisitos do pedido e do indeferimento da petição inicial. ........................ 90 
Resposta do réu: contestação e reconvenção. ................................................................. 95 
Recursos: disposições gerais e espécies; apelação, agravo, embargos de divergência, 
embargos de declaração; especial e extraordinário. ............................................................ 101 
Do processo de execução: execução em geral; .............................................................. 124 
Execução contra a Fazenda Pública. Precatório e Requisição de Pequeno Valor. ......... 133 
Organização Judiciária Nacional: Composição e funcionamento. ................................... 136 
Processo do Trabalho: prazos e recursos. ...................................................................... 143 
Execução fiscal. .............................................................................................................. 171 
Lei n. 12.153/2009. Juizado Especial Fazendário. .......................................................... 183 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1593291 E-book gerado especialmente para JULIA EVELYN PAIXAO MACIEL
 
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Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1593291 E-book gerado especialmente para JULIA EVELYN PAIXAO MACIEL
 
1 
 
 
 
Da Jurisdição e da Ação 
 
Jurisdição é o poder-dever do Estado de solucionar litígios e de aplicar a lei a casos concretos, em 
substituição às partes e com desinteresse na lide, de modo a disciplinar determinada situação jurídica e 
promover a paz social. Pode ser entendida ainda como a área territorial sobre a qual determinada 
autoridade pode exercer seu poder. 
A jurisdição é provocada mediante o direito de ação e será exercida por meio daquele complexo de 
atos que é o processo. 
 
Características da Jurisdição 
 
- Unidade: a jurisdição é função exclusiva do Poder Judiciário, por intermédio de seus juízes, os quais 
decidem monocraticamente ou em órgãos colegiados, daí por que se diz que ela é una. A distribuição 
funcional da jurisdição em órgãos (Justiça Federal, Justiça do Trabalho, varas cíveis, varas criminais, 
entre outros), tem efeito meramente organizacional. 
 
- Secundariedade: a jurisdição é o último recurso na busca da solução dos conflitos. O normal e 
esperado é que o Direito seja realizado independentemente da atuação da jurisdição, sobretudo em se 
tratando de direitos patrimoniais. Em geral, o patrão paga os salários sem que seja acionado para tanto; 
o locatário paga o aluguel sem que o locador tenha que recorrer à Justiça e o pai, uma vez separado de 
sua mulher, paga alimentos ao filho, independentemente de qualquer ação de alimentos. Prevalece, 
portanto, a observância ao dever decorrente da lei, o convencionado pelas partes, o ato jurídico perfeito. 
Quando se descumpre o dever jurídico oriundo de tais atos, o que se espera é que as partes envolvidas 
busquem os meios para solucionar o litígio de forma consensual. Nessa perspectiva, a secundariedade 
constitui o reverso da unidade. Segundo a característica da unidade, a jurisdição constitui um monopólio 
do Judiciário. Por outro lado, de acordo com as características da secundariedade, a função jurisdicional 
é secundária no sentido de que só atuará em último caso, quando esgotadas todas as possibilidades de 
resolução do conflito instaurado. 
 
- Substitutividade: como o Estado é um terceiro estranho ao conflito, ao exercer a jurisdição, estará 
ele substituindo a vontade daqueles diretamente envolvidos na relação de direito material, os quais 
obrigatoriamente se sujeitarão ao que restar decidido pelo Estado-juízo. Em outras palavras, as partes 
poderiam cumprir o seu dever, evitando o conflito. Mas, surgindo o conflito, poderiam buscar uma forma 
de resolvê-lo amigavelmente. Não agindo assim, a última possibilidade consiste em acionar o Judiciário 
para buscar uma tutela jurisdicional. Uma vez provocada a jurisdição, instaurado e desenvolvido o 
processo, o Estado-juiz editará a sentença que substituirá completamente à vontade das partes. Esse é 
o sentido de substitutividade da jurisdição, que também pode ser caracterizada como uma espécie de 
heterocomposição de conflitos, que ocorre quando as partes elegem um terceiro para solucionar a lide, 
neste caso um juiz. 
 
- Imparcialidade: no exercício da jurisdição deve predominar o interesse geral de administração da 
justiça, devendo os agentes estatais zelar para que as partes tenham igual tratamento e oportunidade de 
participar no desenvolvimento do processo. A imparcialidade constitui característica de toda a atividade 
jurisdicional. 
 
- Criatividade: agindo em substituição à vontade dos conflitantes, o Estado, ao final do processo, 
criará uma norma individual que passará a regular o caso concreto, inovando a ordem jurídica. Assim, a 
tutela jurisdicional vaialém, inovando no mundo jurídico, criando e não apenas reconhecendo algo já 
existente. 
 
- Inércia: a jurisdição é atividade paralela e desinteressada do conflito e, por isso, num primeiro 
momento, só age se provocada pelas partes, por intermédio de seus advogados (art. 2º, Código de 
Processo Civil -CPC). 
Jurisdição. 
 
1593291 E-book gerado especialmente para JULIA EVELYN PAIXAO MACIEL
 
2 
 
- Definitividade: a sentença e a coisa julgada tornam a decisão judicial definitiva, daí decorre a 
característica da definitividade. 
 
Princípios da Jurisdição 
 
- Princípio do juiz natural: este princípio estabelece que devem haver regras objetivas de competência 
jurisdicional para garantir independência e a imparcialidade do órgão julgador. Ou seja, os juízes possuem 
competência para atuar apenas dentro de sua jurisdição, evitando-se assim o abuso de poder e ainda que um 
juiz possa ser escolhido ou excluído para o julgamento de determinado processo. Este princípio está 
relacionado com a vedação dos Tribunais de Exceção, que são tribunais formados temporariamente para julgar 
um caso ou alguns casos. A Constituição Federal de1988 em seu artigo 5º, XXXVII afirma que não haverá 
juízo ou tribunal de exceção. 
 
- Princípio da improrrogabilidade: os limites da jurisdição, em linhas gerais, são traçados na 
Constituição, não podendo o legislador ordinário restringi-los nem ampliá-los. A improrrogabilidade 
traçará, então, os limites de atuação dos órgãos jurisdicionais. Todos os juízes são investidos de 
jurisdição, mas só poderão atuar naquele órgão competente para o qual foram designados, e somente 
nos processos distribuídos para aquele órgão. 
 
- Princípio da indeclinabilidade (ou da inafastabilidade): se, por um lado, não se permite ao julgador 
atuar fora dos limites definidos pelas regras de competência e distribuição, por outro, também a ele não 
se permite escusar de julgar os casos dentro de sua jurisdição. O órgão jurisdicional, uma vez provocado, 
não pode recusar-se, tampouco delegar a função de dirimir os litígios, mesmo se houver lacunas na lei, 
caso em que poderá o juiz valer-se de outras fontes do direito, como a analogia, os costumes e os 
princípios gerais (art. 4º da LINDB). 
 
- Princípio da inevitabilidade: relaciona-se com a autoridade da decisão judicial, que, uma vez 
transitada e julgado, se impõe independentemente da vontade das partes. Assim, se não concordar com 
a decisão, deve-se recorrer; caso contrário, as partes a ela ficarão sujeitas em caráter inevitável. 
 
- Princípio da indelegabilidade: relaciona-se com os princípios da improrrogabilidade e da 
indeclinabilidade. Tal como não se admite a prorrogação da atividade de um julgador fora dos limites 
traçados pelas regras de competência, salvo nos casos expressos em lei, e igualmente não se permite 
que o juiz se escuse de decidir uma causa que lhe foi distribuída, também não pode ele ou o tribunal 
delegar suas funções a outra pessoa ou órgão jurisdicional. 
 
Jurisdição Contenciosa e Jurisdição Voluntária 
 
Por jurisdição contenciosa entende-se a função estatal exercida com o objetivo de compor litígios. Por 
sua vez, a jurisdição voluntária cuida da integração e fiscalização de negócios jurídicos particulares. 
O CPC/1973, em seu artigo 1º, admitia expressamente duas espécies de jurisdição: contenciosa e 
voluntária. Apesar de o artigo 16 do novo CPC/2015 não repetir a redação do dispositivo anterior, a 
jurisdição voluntária continua a ser tratada em capítulo específico (Título III, Capítulo XV, que dispõe 
sobre os Procedimentos Especiais). 
Os procedimentos especiais, que compõe o processo de conhecimento no Novo CPC estão 
distribuídos entre os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa, do art. 539 ao 718, e 
procedimentos de jurisdição voluntária, do art. 719 a 7701. 
 
Natureza Jurídica 
No que tange à jurisdição voluntária, ainda existe grande controvérsia na doutrina a respeito da sua 
natureza jurídica. Nesse sentido, existem duas correntes que tratam da matéria: 
a) Administrativa: esta corrente entende que a natureza jurídica da jurisdição voluntária seria 
administrativa, pois o Estado exerce, através dos juízes, a função administrativa de tutelar interesses 
privados. Ou seja, a jurisdição voluntária não seria jurisdição. Entendem os adeptos desta teoria que em 
razão de não haver lide na jurisdição voluntária, não há que se falar em jurisdição. 
 
1 http://www.prolegis.com.br/os-procedimentos-especiais-no-novo-cpc/ 
1593291 E-book gerado especialmente para JULIA EVELYN PAIXAO MACIEL
 
3 
 
b) Jurisdicional: para esta corrente a jurisdição voluntária é jurisdição, pois trata-se de uma forma de 
exercício da função jurisdicional. Entendem os adeptos desta corrente que "o processo voluntário 
pertence à Jurisdição e não à administração."2 
Segundo o renomado doutrinador Elpídio Donizetti3, a corrente clássica administrativa ainda encontra 
adeptos no Brasil, mas a doutrina majoritária adota o entendimento da corrente jurisdicional. 
 
Seguem os dispositivos do CPC referente a matéria: 
 
LIVRO II 
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL 
TÍTULO I 
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO 
 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme 
as disposições deste Código. 
 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
 
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente 
litisconsorcial. 
 
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
 
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. 
 
Questões 
 
01. (STJ - Técnico Judiciário - CESPE/2018) A respeito da jurisdição, julgue o item que se segue. 
 
O princípio do juiz natural, ao impedir que alguém seja processado ou sentenciado por outra que não 
a autoridade competente, visa coibir a criação de tribunais de exceção. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
02. (TJ/MG - Titular de Serviços - CONSULPLAN/2017) Com relação à função jurisdicional (jurisdição 
e ação), as assertivas abaixo estão corretas, EXCETO: 
(A) A impossibilidade jurídica é uma das condições da ação. 
(B) A jurisdição civil é exercida pelos juízes e tribunais em todo o território nacional. 
(C) Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
(D) Ninguém poderá pleitear em nome próprio direito alheio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico. 
 
03. (Pref. de Sertãozinho/SP - Procurador Municipal - VUNESP) No que tange à jurisdição 
contenciosa e voluntária, assinale a alternativa correta. 
(A) Tanto na jurisdição voluntária como na jurisdição contenciosa a sentença faz coisa julgada material. 
(B) Em geral, nos feitos de jurisdição voluntária aplica-se o princípio da adstrição, da congruência, da 
correlação, ente outros; e, nos feitos de jurisdição contenciosa, aplica-se o princípio inquisitivo ao proferir 
a sentença. 
(C) Em procedimento de jurisdição voluntária não é possível existir controvérsia entre os interessados. 
(D) Enquanto na jurisdição contenciosa a regra é a aplicação do juízo da legalidade estrita, na 
jurisdição voluntária é possível o julgamento por meio de equidade. 
(E) Tanto a jurisdição contenciosa como a voluntária são marcadas pela presença de litígio a ser 
dirimido pelo juiz, por meio da sentença. 
 
2 BORGES, Marcos Afonso. Jurisdição Voluntária. Direito Processual Civil. Conferências. Revista de Processo. Vol. 11-12. São Paulo: RT. p. 209-219. 
3DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 19ª edição revisada e completamente reformulada conforme o Novo CPC – Lei nº 13.105, de 16 de 
março de 2015 e atualizada de acordo com a Lei 13.256,de 04 de fevereiro de 2016. São Paulo: Atlas, 2016. 
1593291 E-book gerado especialmente para JULIA EVELYN PAIXAO MACIEL
 
4 
 
04. (Câmara de Conceição do Mato Dentro - Advogado - FUMARC) Em relação aos limites da 
jurisdição nacional prevista no Novo CPC, é CORRETO afirmar: 
(A) A ação proposta perante tribunal estrangeiro induz litispendência e obsta a que a autoridade 
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em 
contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
(B) Compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver 
cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na 
contestação. 
(C) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que, no Brasil, tiver de 
ser cumprida a obrigação. 
(D) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, julgar as ações em 
que o credor tiver domicílio ou residência no Brasil. 
 
05. (PGE/MT - Procurador - CESPE) A respeito das normas processuais civis pertinentes a jurisdição 
e ação, julgue o item seguinte. 
 
O novo CPC reconhece a competência concorrente da jurisdição internacional para processar ação de 
inventário de bens situados no Brasil, desde que a decisão seja submetida à homologação do STJ. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.Certo / 02.A / 03.D / 04.C / 05.Errado 
 
Comentários 
 
01. Resposta: Certo 
Este princípio determina que as regras que devem ser objetivamente estabelecidas na competência 
jurisdicional para garantir independência e a imparcialidade do órgão julgador. Impede que seja criado 
Tribunal para julgamento de determinada demanda (Tribunal de exceção). 
02. Resposta: A 
A alternativa A é falsa, devido a possibilidade jurídica do pedido passar a ser entendida como mérito 
no NCPC e não como condição da ação. 
 
03. Resposta: D 
É certo que, como regra, o juiz deve aplicar a legalidade estrita em seus julgamentos, somente estando 
autorizado a julgar por equidade quando expressamente autorizado por lei (art. 140, parágrafo único, 
CPC/15). Uma das exceções a esta regra encontra-se exatamente do regramento geral dos 
procedimentos de jurisdição voluntária, dispondo o art. 723, parágrafo único, que "o juiz não é obrigado a 
observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais 
conveniente ou oportuna". Afirmativa correta. 
 
04. Resposta: C 
Dispõe o art. 21, do CPC/15, que "compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações 
em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver 
de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil". Afirmativa 
correta. 
 
05. Resposta: Errado 
A hipótese trazida pela afirmativa é de competência exclusiva da autoridade brasileira, o que significa 
que a ação - no caso a ação de inventário de bens situados no Brasil - somente pode ser submetida à 
jurisdição nacional. 
As hipóteses de competência exclusiva da jurisdição brasileira estão contidas no art. 23, do CPC/15. 
 
 
 
 
1593291 E-book gerado especialmente para JULIA EVELYN PAIXAO MACIEL
 
5 
 
 
 
Limites da Jurisdição Nacional 
 
A jurisdição, que trata do poder que detém o Estado de aplicar o direito ao caso concreto, deve ser 
exercida dentro do território nacional, observando as disposições constantes no ordenamento jurídico 
pátrio. No entanto, a jurisdição não pode ser exercida de forma indiscriminada, devendo respeitar a 
soberania de outros países e muitas vezes até dos próprios Estados, razão pela qual algumas limitações 
à jurisdição nacional são regulamentadas pela lei. 
O Código de Processo Civil (CPC) trata dos Limites das Jurisdição Nacional em seus artigos 21 a 25. 
As limitações à jurisdição derivam do princípio da efetividade, ou seja, foram criadas com a intenção 
de garantir efetividade as decisões proferidas pelos Tribunais brasileiros, visto que a universalidade da 
jurisdição causaria problemas de ordem prática, tais como por exemplo, a ineficácia da decisão proferida 
pela justiça brasileira acerca do domínio de imóvel situado em outro país, uma vez que, em razão dos 
limites da soberania nacional, não disporia a nossa Justiça de instrumentos para fazer cumprir a sentença. 
Nesse sentido, o CPC elencou as circunstâncias que, presentes, justificam a atuação da autoridade 
judiciária brasileira, seja de forma concorrente (artigos 21 e 22) ou exclusiva (art. 23). Quando se tratar 
de fato que não se enquadra em nenhuma das hipóteses previstas nos respectivos artigos, o processo 
deverá ser extinto sem resolução do mérito, já que não pode ser julgado pela justiça brasileira, não por 
ausência de competência, mas sim por ausência da própria jurisdição. 
 
Competência Concorrente 
Os artigos 21 e 22 do CPC tratam sobre a competência concorrente da justiça brasileira. A competência 
é considerada concorrente quando não exclui a competência de outros países, ou seja, determinados 
assuntos podem ser apreciados pelos órgãos jurisdicionais nacionais ou ainda serem submetidos à 
jurisdição de Estado estrangeiro, caso suas normas disponham sobre a matéria. 
Nestes casos, cabe ao interessado optar por propor a ação no Brasil ou em país igualmente 
competente, ou mesmo em ambos os lugares ao mesmo tempo, uma vez que o ajuizamento de ação 
perante tribunal estrangeiro “não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira 
conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de 
tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil” (art. 24, CPC). 
 
Nos termos do artigo 21 do CPC, compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações 
em que: 
a) Ações em que o réu, qualquer que seja sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil (inciso I); 
b) Ações em que no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação (inciso II); 
c) As ações em que o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil (inciso III). 
 
O artigo 22 do CPC, como inovação, trata também de hipóteses novas de competência concorrente 
da jurisdição brasileira, vejamos: 
a) A autoridade judiciária brasileira será competente para processar e julgar as ações de alimentos 
quando o credor tiver seu domicílio ou residência no Brasil ou o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como 
posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos (inciso I, 
“a” e “b”); 
b) A autoridade judiciária brasileira será competente para processar e julgar as ações decorrentes de 
relações de consumo, quando o consumidor tiver residência no Brasil (inciso II); 
c) A autoridade judiciária brasileira será competente para processar e julgar as ações em que as partes, 
expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional (inciso III). 
 
Competência Exclusiva 
A competência exclusiva da justiça brasileira é tratada no artigo 23 do CPC. Diz-se exclusiva, pois, 
quando envolver as hipóteses previstas nos incisos do artigo supramencionado, qualquer sentença 
proferida por autoridade judiciária estrangeira a respeito de tais temas, não produzirá efeitos no Brasil. 
São hipóteses de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira: 
a) Conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
1593291 E-book gerado especialmente para JULIA EVELYN PAIXAO MACIEL
 
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b) Em matéria de sucessão hereditária, proceder a inventário de partilha de bens situados no Brasil, 
ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território 
nacional; 
c) Em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados 
no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira outenha domicílio fora do território 
nacional. 
 
Assim, presente as situações acima mencionadas, a demanda não poderá ser submetida à jurisdição 
estrangeira, logo, a competência será exclusivamente brasileira. 
 
Cláusula de Eleição de Foro Estrangeiro 
Quando as partes de um contrato internacional optarem pela autoridade judiciária estrangeira para 
resolver conflitos decorrentes de uma relação contratual, excluindo-se a jurisdição nacional, estamos 
diante da hipótese de eleição de foro exclusivo estrangeiro. 
Ressalta-se que a cláusula de eleição de foro em contrato internacional não pode afastar a jurisdição 
brasileira nas hipóteses de competência exclusiva do artigo 23, CPC. 
A legislação brasileira prevê no artigo 22, III do CPC a hipótese de escolha de foro nos contratos 
internos, no entanto não havia previsão semelhante para os contratos internacionais no CPC anterior, 
razão pela qual o CPC/2015 tratou da matéria em seu artigo 25, possibilitando assim, a exclusão da 
jurisdição brasileira no caso de eleição do foro estrangeiro. 
Assim, caso as partes de um contrato internacional manifestem a intenção de que seus eventuais 
litígios sejam resolvidos em um foro estrangeiro, a jurisdição brasileira deverá respeitar essa decisão. 
No entanto, importe destacar que, muito embora o artigo 25 do CPC tenha autorizada a exclusão da 
jurisdição brasileira baseada no acordo de vontades entre as partes, ao mesmo tempo estabeleceu limites 
para tanto, como por exemplo: 
- Necessariamente deve haver um contrato (a hipótese não abrange situações que não possam ser 
objeto de contratação); 
- O contrato deve ser internacional (ou seja, deve conter elementos de ligação entre pelo menos dois 
países - Ex.: domicílio das partes; pagamento feito em outro país, etc.); 
- O contrato deve mencionar expressamente o tipo de negócio jurídico a que se refere; 
- A cláusula não poderá ser abusiva; 
- O foro deve ser exclusivo. 
 
Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo 
juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
Após a citação, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, 
sob pena de preclusão. 
 
Cooperação Internacional 
 
É outra novidade apresentada pelo CPC/2015 e trata-se de um meio de colaboração entre os 
Estados/Nações para assegurar o pleno desenvolvimento da justiça, podendo ter como objeto a execução 
de atos administrativos e judiciais, a colheita de provas ou ainda a simples comunicação processual 
(citação, intimação, etc.) ou troca de informações. 
Nesse sentido, entende-se como cooperação jurídica internacional, toda e qualquer forma de auxilio 
mútuo entre os Estados, para cumprimento de medidas processuais do Poder Judiciário, com a finalidade 
de alcançar um objetivo comum, com efeitos jurídicos. 
A cooperação internacional, até pouco tempo atrás, era vista como uma forma de cortesia e não como 
uma obrigação. Com a modernização dos tempos, passou a ser vista como um dever de cooperação, 
tendo em vista que os Estados atualmente estão vinculados a tratados bilaterais e multilaterais sobre os 
mais diversos aspectos da cooperação jurídica, 
O artigo 26, do CPC determina que a cooperação internacional será regida pelos tratados 
internacionais dos quais o Brasil seja signatário ou, na falta destes, por meio da reciprocidade manifestada 
pela via diplomática (artigo 26, §1º, CPC). 
A cooperação jurídica internacional pode ser: 
- Ativa: quando um juiz ou autoridade brasileira a requerer. 
- Passiva: quando é requerida por um juiz ou autoridade estrangeira. 
 
 
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7 
 
Autoridade Central 
É o órgão interno responsável pela condução da cooperação jurídica de um Estado, e sua constituição 
decorre da assinatura, adesão ou ratificação de um tratado internacional que determine seu 
estabelecimento. A Autoridade Central detém a atribuição de coordenar a execução da cooperação 
jurídica, podendo, quando necessário, propor e fomentar melhorias no sistema de cooperação e de 
efetivação de um tratado internacional4 
No Brasil, o órgão responsável por conduzir a cooperação jurídica entre os Estados é o Ministério da 
Justiça. (Art.26, §4º, CPC). 
 
Reciprocidade 
O artigo 26, § 1º do CPC trata do princípio da reciprocidade entre os Estados ao dispor que: “Na 
ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, 
manifestada por via diplomática”. 
Não se exige a reciprocidade, no entanto, para os casos de homologação de sentença estrangeira (art. 
26, §2º). 
 
Instrumentos de Cooperação 
Como instrumentos de concretização da cooperação jurídica internacional, podemos mencionar o 
auxílio direto (artigos 28 a 34 do CPC), a carta rogatória (artigo 36 do CPC) e a homologação de sentenças 
estrangeiras, que podem ser definidos como: 
 - Carta rogatória: instrumento jurídico, por meio do qual um país estrangeiro solicita a realização de 
algum ato/diligência processual ao órgão jurisdicional de outro país. Trata-se de uma forma de 
comunicação e cooperação entre o Judiciário de países diferentes. Deve ser cumprida apenas quando 
não atentar contra a ordem pública, soberania nacional e bons costumes do estado brasileiro. 
- Auxílio direto (ou assistência direta): o artigo 28 do CPC dispõe que “cabe auxílio direto quando a 
medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a 
juízo de delibação no Brasil. 
No auxílio direto não há o exercício do juízo de deliberação pelo Estado requerido, como ocorre no 
julgamento de ação de homologação de sentença estrangeira e na execução de carta rogatória. 
A autoridade judiciária deve verificar se os requisitos formais do ato estrangeiro foram cumpridos, sem, 
entretanto, entrar no mérito da questão.5 
 - Homologação de sentença estrangeira: trata-se de um meio utilizado para que uma sentença 
proferida no exterior, possa produzir efeitos no Brasil. No Brasil, a competência para a homologação de 
sentença estrangeira é do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e somente após a homologação é que se 
permite o reconhecimento da eficácia de sentenças estrangeiras. 
Até 2004 esse processo era de competência do Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, após a 
Emenda Constitucional nº 45/2004, o STJ passou a ter competência para processar e julgar os feitos 
relativos à homologação de sentença estrangeira e à concessão de exequatur às cartas rogatórias. 
O Brasil adotou o sistema de delibação moderada no qual não se analisa o mérito da decisão proferida 
pela autoridade estrangeira. Neste sistema são analisados principalmente os requisitos formais da 
sentença e a observância aos princípios da ordem pública e ainda se há potencial ofensa à soberania 
nacional ou aos bons costumes. 
Assim, a homologação não se confunde com um recurso, e não pode alterar o teor da decisão 
estrangeira. 
 
Seguem dispositivos do CPC que tratam da matéria: 
 
LIVRO II 
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL 
 
TÍTULO II 
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
CAPÍTULO I 
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL 
 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
 
4 http://www.justica.gov.br/sua-protecao/cooperacao-internacional/acaf 
5 https://estudosnovocpc.com.br/2015/05/26/artigo-26-ao-41/ 
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II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica 
estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processare julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda 
ou obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao 
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados 
no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território 
nacional. 
 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a 
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as 
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de 
sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando 
houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na 
contestação. 
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas 
neste Capítulo. 
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º. 
 
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e 
observará: 
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; 
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação 
ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos 
necessitados; 
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do 
Estado requerente; 
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; 
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. 
§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em 
reciprocidade, manifestada por via diplomática. 
§ 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença estrangeira. 
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que 
produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. 
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação 
específica. 
 
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: 
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; 
II - colheita de provas e obtenção de informações; 
III - homologação e cumprimento de decisão; 
IV - concessão de medida judicial de urgência; 
V - assistência jurídica internacional; 
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VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
 
Seção II 
Do Auxílio Direto 
 
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade 
jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. 
 
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à 
autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. 
 
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os 
seguintes objetos: 
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos 
administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso; 
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de 
competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira; 
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
 
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se 
necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de 
cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes 
de tratado. 
 
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem 
de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu 
cumprimento. 
 
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-
Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. 
Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade 
central. 
 
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de 
auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. 
 
Seção III 
Da Carta Rogatória 
 
Art. 35. (VETADO). 
 
Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição 
contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. 
§ 1º A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o 
pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil. 
§ 2º Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela 
autoridade judiciária brasileira. 
 
Seção IV 
Disposições Comuns às Seções Anteriores 
 
Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente 
será encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento. 
 
Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos 
que o instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial 
do Estado requerido. 
 
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10 
 
Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta 
ofensa à ordem pública. 
 
Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio 
de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960. 
 
Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, 
inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de 
autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qualquer 
procedimento de legalização. 
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado 
brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. 
 
[...] 
Seguem ainda os dispositivos do CPC que tratam da homologação da sentença estrangeira. 
 
CAPÍTULO VI 
DA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA E DA CONCESSÃO DO EXEQUATUR À 
CARTA ROGATÓRIA 
 
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão 
estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado. 
§ 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória. 
§ 2º A homologação obedecerá ao que dispuseremos tratados em vigor no Brasil e o Regimento 
Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
§ 3º A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, 
aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste Capítulo. 
 
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença 
estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de 
lei ou tratado. 
§ 1º É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial que, 
pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional. 
§ 2º A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente. 
§ 3º A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução 
provisória no processo de homologação de decisão estrangeira. 
§ 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em 
tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira. 
§ 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de 
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. 
§ 6º Na hipótese do § 5o, competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, em caráter 
principal ou incidental, quando essa questão for suscitada em processo de sua competência. 
 
Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência. 
§ 1º A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva de medida de urgência dar-
se-á por carta rogatória. 
§ 2º A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, desde que garantido 
o contraditório em momento posterior. 
§ 3º O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à autoridade jurisdicional prolatora 
da decisão estrangeira. 
§ 4º Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, a 
decisão concessiva de medida de urgência dependerá, para produzir efeitos, de ter sua validade 
expressamente reconhecida pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a homologação 
pelo Superior Tribunal de Justiça. 
 
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão: 
I - ser proferida por autoridade competente; 
II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; 
III - ser eficaz no país em que foi proferida; 
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IV - não ofender a coisa julgada brasileira; 
V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado; 
VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública. 
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os pressupostos 
previstos no caput deste artigo e no art. 962, § 2º. 
 
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da 
autoridade judiciária brasileira. 
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória. 
 
Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal competente, a 
requerimento da parte, conforme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional. 
Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com cópia autenticada da decisão 
homologatória ou do exequatur, conforme o caso. 
 
Questões 
 
01. (TJ/PE - Técnico Judiciário - IBFC/2017) A Cooperação Internacional foi recentemente 
regulamentada em território nacional por meio da promulgação do novo Código de Processo Civil. A 
respeito do tema, assinale a alternativa que contém informação correta: 
(A) A solicitação de auxílio direto será encaminhada ao Brasil pela autoridade estrangeira, cabendo ao 
Estado brasileiro assegurar a autenticidade do pedido 
(B) É desnecessária a tradução juramentada de documento encaminhado juntamente com o pedido 
de cooperação jurídica internacional, desde que este seja enviado por meio de autoridade central ou via 
diplomática 
(C) Compete ao juiz estadual da comarca em que deverá ser executada a medida apreciar o pedido 
de auxílio direto 
(D) A cooperação jurídica internacional terá como objeto tão somente os atos de citação, intimação, 
notificação judicial e extrajudicial 
(E) Caso fira preceitos constitucionais, pode a autoridade judiciária brasileira revisar o mérito do 
pronunciamento judicial estrangeiro 
 
02. (TRF 5ª Região - Juiz Federal - CESPE/2017) De acordo com as regras do Código de Processo 
Civil (CPC) que tratam da cooperação jurídica internacional, o denominado auxílio direto passivo 
(A) depende, para que seja cumprido, da concessão de exequatur, exceto quando tiver por objeto ato 
de instrução processual. 
(B) deve ser, caso dependa de medida judicial, pleiteado em juízo pelo Ministério Público, 
independentemente de quem atue como autoridade central no caso. 
(C) deve ser encaminhado, pelo Estado estrangeiro interessado, diretamente a órgão do Poder 
Judiciário brasileiro. 
(D) pode ser utilizado para qualquer medida judicial ou extrajudicial, desde que não vedada pela lei 
brasileira e não sujeita a juízo de delibação no Brasil. 
(E) somente pode ser utilizado nos casos previstos em tratados internacionais ratificados pelo Brasil, 
dependendo a sua efetivação de homologação no STJ. 
 
03. (Câmara de Conceição do Mato Dentro - Advogado - FUMARC) Em relação aos limites da 
jurisdição nacional prevista no Novo CPC, é CORRETO afirmar: 
(A) A ação proposta perante tribunal estrangeiro induz litispendência e obsta a que a autoridade 
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em 
contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
(B) Compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver 
cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na 
contestação. 
(C) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que, no Brasil, tiver de 
ser cumprida a obrigação. 
(D) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, julgar as ações em 
que o credor tiver domicílio ou residência no Brasil. 
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04. (MPE/RS - Promotor de Justiça - MPE/RS) Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as 
seguintes afirmações sobre o tema dos limites da jurisdição nacional, segundo o disposto no Código do 
Processo Civil. 
( ) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que o réu, qualquer que 
seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil ou no exterior. 
( ) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações decorrentes de relações de 
consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil. 
( ) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, em matéria de sucessão 
hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados 
no Brasil, desde que o autor da herança não seja de nacionalidade estrangeira ou não tenha domicílio 
fora do território nacional. 
( ) A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade 
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em 
contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é 
(A) F – V – V – F. 
(B) F – V – F – V. 
(C) V – V – F – F. 
(D) F – F – V – V. 
(E) V – F – V – F. 
 
05. (TRF 2ª Região - Juiz Federal - TRF 2ª Região) Sobre sentença estrangeira, rogatória e 
cooperação internacional, assinale a opção correta: 
(A) Por entender que o auxílio direto nem sempre é questão decorrente de Tratado ou Contrato entre 
a União eo Estado estrangeiro ou organismo internacional, o CPC-2015 não atribuiu competência, para 
cumpri-lo, à Justiça Federal. 
(B) A sentença estrangeira só pode ser homologada no Brasil se a autoridade que a prolatou tiver 
jurisdição internacional exclusiva. 
(C) A homologação de sentença estrangeira e a execução de rogatória submetem-se à compatibilidade 
com a ordem pública brasileira, matéria a ser apreciada pelo Juiz Federal, no chamado juízo prévio de 
delibação. 
(D) A carta rogatória será cumprida como requerida pela via diplomática, de modo que, quando exista 
requerimento de que a testemunha preste juramento com a mão sobre a Bíblia, será esta a liturgia 
procedimental a ser observada. 
(E) Na ausência de designação de outro órgão, pelo tratado ou instrumento de cooperação 
internacional, o Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.D / 03.C / 04.B / 05.E 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
CPC - Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica 
internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por 
meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou 
qualquer procedimento de legalização. 
 
02. Resposta: D 
CPC - Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade 
jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. 
CPC - Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os 
seguintes objetos: III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
 
03. Resposta: C 
Dispõe o art. 21, do CPC/15, que "compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações 
em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver 
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de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil". Afirmativa 
correta. 
 
04. Resposta: B 
(...) Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil → Falso; 
(...) Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil 
(...) Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao 
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional → Falso; 
(...) Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a 
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as 
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil → Verdadeiro. 
 
05. Resposta: E 
CPC - ART 26 § 4º - O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de 
designação específica. 
 
 
 
Ação 
 
Ação é o direito de pedir a tutela jurisdicional, ou seja, de solicitar o exercício do poder jurisdicional. 
O Estado tem o poder-dever de prestar a tutela jurisdicional, isto é, de dirimir os conflitos de interesses. 
A jurisdição, no entanto, só age se provocada. É necessário discorrer, assim, sobre o meio de se provocar 
a tutela jurisdicional: a ação. 
A par desse poder-dever do Estado de prestar a tutela jurisdicional, surge para o indivíduo um direito 
público subjetivo de acionar a jurisdição (direito de ação). 
 
Direito de Ação 
 
Qualquer pessoa, seja ela natural ou jurídica que sentir-se ameaçada ou tiver lesado direito seu, pode 
e deve recorrer ao Poder Judiciário para dele obter a cessação dessa ameaça ou a restituição ao status 
quo ante (estado em que as coisas estavam antes) e, se impossível esta hipótese, que lhe seja prestada 
uma tutela jurisdicional garantindo-lhe a reparação quanto ao prejuízo suportado6. 
O direito de ação é público, porque se dirige contra o Estado-juízo. É subjetivo, porque o ordenamento 
jurídico faculta àquele lesado em seu direito pedir a manifestação do Estado (provocar a tutela 
jurisdicional) para solucionar o litígio, dizendo qual é o direito de cada uma das partes no caso concreto. 
Ação, portanto, numa concepção eclética, é o direito a um pronunciamento estatal que solucione o litígio, 
fazendo desaparecer a incerteza ou a insegurança gerada pelo conflito de interesses, pouco importando 
qual seja a solução a ser dada pelo juiz. 
Destarte, mediante o direito de ação, provoca-se a jurisdição estatal, a qual, por sua vez, será exercida 
por meio daquele complexo de atos que é o processo. 
 
O novo CPC e as “Condições da Ação” 
 
Segundo a concepção eclética, conquanto abstrato o direito à ação, porque consiste no direito público 
subjetivo de invocar a tutela jurisdicional do Estado, sem qualquer preocupação quanto ao resultado, seu 
manejo ou nascimento pressupõe o preenchimento de certas condições, denominadas “condições da 
ação”, sem as quais o Estado se exime de prestar a tutela jurídica recamada, isto é, extingue o processo 
sem resolução de mérito. 
 
6 https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2703/Direito-de-Acao 
Ação. Teoria Geral da Ação. 
 
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O CPC de 1973 consagrou expressamente essa categoria no artigo 267, VI, o qual autoriza a extinção 
do processo, sem resolução do mérito, quando não concorre qualquer das seguintes condições da ação: 
possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse processual. 
No novo Código, entretanto, não há mais referência à “possibilidade jurídica do pedido” como hipótese 
geradora da extinção do processo sem resolução do mérito, seja quando enquadrada como condição da 
ação ou como causa para o indeferimento da petição inicial. 
Com relação às outras “condições”, o texto do novo artigo 17 estabelece que “para postular em juízo 
é necessário interesse e legitimidade”. O artigo 485, VI, por sua vez, prescreve que a ausência de 
qualquer dos dois requisitos, passíveis de serem conhecidos de ofício pelo magistrado, permite a extinção 
do processo, sem resolução do mérito. Como se pode perceber, o Código não utiliza mais o termo 
“condições da ação”. 
 
Elementos da Ação 
 
As ações (ou causas) são identificadas pelos seus elementos subjetivos e objetivos. Os elementos 
subjetivos são as partes; e os objetivos, o pedido e a causa de pedir. A identificação da ação é tão 
importante que a lei expressamente a exige como pressuposto da petição inicial (artigo 319). A falta de 
indicação de um dos elementos da ação poderá acarretar o indeferimento da inicial, por inépcia, com a 
consequente extinção do feito sem resolução do mérito. 
 
Vejamos, separadamente, cada um dos elementos da ação: 
 
Elemento Subjetivo 
 
Parte 
É quem participa da relação jurídico processual, integrando o contraditório. Fala-se em partes 
principais, que são aquelas que formulam ou têm contra si pedido formulado (autor e réu nas ações de 
cognição, exequente e executado nas execuções; requerente e requerido nas ações cautelares), e partes 
auxiliares (coadjuvantes), como o assistente simples. 
 
Elementos Objetivos 
 
Causa de Pedir 
São os fatos e fundamentos jurídicos do pedido. O autor, na inicial, deverá indicar todo o quadro fático 
necessário à obtenção do efeito jurídico pretendido, bem como demonstrar de que maneiras esses fatos 
autorizam a concessão desse efeito (teoria da substanciação). 
Subdivide-se a causa de pedir em causa remota, que se relaciona com o fato, e causa próxima,que 
se relaciona com as consequências jurídicas desse fato, ou seja, a valoração do fato pela norma jurídica 
 
Pedido 
É a conclusão da exposição dos fatos e fundamentos jurídicos constantes na petição inicial; é o 
resultado da valoração do fato pela norma jurídica -, a qual constitui a pretensão material formulada ao 
Estado-juízo. 
Desdobra-se o pedido em imediato, que é a providência ou o “tipo de tutela” jurisdicional solicitada 
pelo autor, e pedido mediato, que constitui o bem jurídico pretendido. 
 
Classificação das Ações (Classificação da tutela jurisdicional) 
 
Ação é um termo equívoco, que comporta diversas acepções. Ora se refere ao procedimento, ora ao 
direito material veiculado (ação de usucapião, ação monitória...). Para nós, o que importa é que a ação é 
o poder, o direito público subjetivo de acionar e pleitear o provimento jurisdicional. 
Vamos, agora, classificar as ações de acordo com os critérios apontados pela doutrina majoritária. 
 
Segundo a natureza do provimento jurisdicional pretendido 
 -Tutela Cognitiva (ou de conhecimento) – Visa ao acertamento do direito. 
- Tutela Executiva – Busca a satisfação ou realização de um direito já acertado, por meio de um título 
extrajudicial ou judicial, podendo ocorrer, respectivamente, por processo autônomo ou mera fase do 
processo de conhecimento, caso em que se denomina cumprimento de sentença. 
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15 
 
A ação de cognição (tutela cognitiva), por sua vez, classifica-se em ação declaratória, condenatória e 
constitutiva. 
 
A ação declaratória tem por objeto a simples declaração da existência ou inexistência de uma relação 
jurídica (artigo 19, I). Na sistemática do novo CPC a ação declaratória incidental deixará de existir. Assim, 
todas as questões prejudiciais, desde que observado o contraditório, se submeterão à coisa julgada 
(artigo 503, §§1º e 2º). 
 
A ação constitutiva, afora a declaração do fato ensejador da constituição/desconstituição, tem por 
finalidade criar, modificar ou extinguir um estado ou relação jurídica. De regra, opera em mão dupla, isto 
é, a um só tempo desconstitui uma situação jurídica e constitui outra. 
 
A ação condenatória, além da declaração do fato gerador da obrigação, ou seja, da certificação do 
direito, objetiva a condenação do réu a prestar uma obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar 
quantia. 
 
A doutrina admite, ainda, a ação mandamental, na qual o provimento judicial ordena que se cumpra 
alguma coisa. 
 
Segundo a natureza da relação jurídica discutida 
Com base na relação jurídica material discutida, divide-se a ação em real e pessoal: 
- Ação Real: Se a demanda se funda em direito real (art. 1.225 do CC - propriedade, usufruto, penhor, 
hipoteca, etc) 
- Ação Pessoal: Se a demanda se funda em direito pessoal. Ex.: ação de cobrança fundada em 
contrato de empréstimo bancário. 
 
Segundo o objeto do pedido mediato (bem jurídico pretendido) 
Distinguem-se, sob esse prisma, as ações imobiliárias (se o bem jurídico pretendido é um bem imóvel) 
das ações mobiliárias (se o objeto mediato for bem móvel). 
 
Teorias sobre a Natureza Jurídica da Ação 
 
Teoria Civilista/Imanentista 
Ação é o próprio direito material em juízo, algo imanente ao direito material. O direito material se 
mexendo em juízo. Ela nega autonomia ao direito de ação. “A todo direito corresponde uma ação que o 
assegura.” Essa teoria ficou superada com a polêmica entre Windsscheisl e Muther que deram as bases 
para a teoria concreta. 
 
Polêmica de Windscheid x Muther 
Reelaboração do conceito de ação, que passou a ser vista como um direito abstrato, autônmo em 
relação ao direito substancial; 
- Da ação nascem dois direitos: um para o ofendido e outro para o Estado; 
- Deu origem a duas correntes: direito autônomo e concreto e direito autônomo e abstrato. 
 
Teoria do Direito Autônomo e Concreto 
A ação só existe quando existir o direito material; direito à sentença favorável (Wach, Bulow e 
Heffwing); 
- Direito Potestativo: a ação é direito autônomo e concreto, porém se dirige contra o adversário, não 
contra o Estado (Chiovenda). 
 
Teoria do Direito Autônomo e Abstrato 
A ação não tem relação alguma de dependência com o direito material controvertido (Degenkolb e 
Plosz). 
 
Teoria Eclética 
A teoria eclética da ação, adotada pelo atualmente pelo CPC/2015, define ação como um direito 
autônomo e abstrato, independente do direito subjetivo material, condicionada a requisitos para que se 
possa analisar o seu mérito. (condições da ação). 
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16 
 
Importante lembrar: No Novo Código, não há mais a referência à “possibilidade jurídica do pedido” nem 
ao termo “condições da ação”. 
Nesse sentido leciona o doutrinador Luiz Guilherme Marinoni7: 
“Não se fala mais em condições da ação. Há apenas advertência de que para postular em juízo é 
necessário ter interesse e legitimidade (art. 17). Diz o art. 485 do CPC que o órgão jurisdicional não 
resolverá o mérito em diversas hipóteses, entre essas quando verificar ausência de legitimidade ou de 
interesse processual (art. 485, VI). Trata-se, assim, de requisitos para a apreciação do mérito, estando 
muito distante a ideia de que tais elementos poderiam ter a ver com a existência da ação”. 
 
Teoria da Asserção 
Entende que as condições da ação devem ser analisadas abstratamente e no recebimento da ação 
penal, ou seja, no momento em que se verifica sua admissibilidade. Trata-se da teoria adotada atualmente 
pelo STJ. 
 
Momento de verificação das condições da ação 
 
A doutrina se divide em duas correntes quanto ao momento de verificação das condições da ação: 
 
Teoria da Exposição: esta teoria entende que como as condições da ação são de ordem pública, elas 
podem ser analisadas a qualquer tempo. Dessa forma, verificada a qualquer tempo a ausência de uma 
condições da ação, ela deverá ser extinta sem resolução do mérito. 
 
Teoria da Asserção: para esta teoria, as condições da ação devem ser analisadas até antes da fase 
probatória, haja vista que após esse momento estaremos falando em produção de provas e nesse caso 
deve-se extinguir o processo com resolução de mérito. 
 
Diante das mudanças apontadas, pode-se constatar que o novo Código simplificou o tratamento das 
antigas condições da ação, perdendo sentido o debate doutrinário que culminou na teoria da asserção, e 
pôs fim à celeuma concernente ao seu significado e a sua consequência jurídica.8 
 
Concurso de Ações 
 
O concurso de ações acontece quando a lei coloca à disposição do titular do direito subjetivo a escolha 
de diversas ações ou diversas formas de solucionar a questão, podendo ajuizar a ação que lhe for mais 
conveniente. 
Deve-se observar, no entanto, que como regra, ao optar por uma ação, não caberá a propositura de 
outra (Bis de eadem re ne sit actio), salvo quando nos casos em que ação escolhida não tiver obtido o 
resultado prático total e sim parcial, situação em que caberá retorno à outra ação. 
 
Cumulação 
 
O art. 327 do CPC admite que o autor pode deduzir um único pedido ou vários pedidos, em cumulação 
objetiva, senão vejamos: 
 
CPC - Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, 
ainda que entre eles não haja conexão. 
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I - os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. 
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação 
se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais 
diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, 
que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. 
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplicaàs cumulações de pedidos de que trata o art. 326. 
 
 
7 MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil: Teoria do Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. 
8 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,teorias-explicativas-acerca-do-direito-de-acao-e-as-condicoes-da-acao-no-novo-codigo-de-processo-civil-lei-
131,55794.html 
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17 
 
Cumulação objetiva – art. 327: 
- Simples: pedidos independentes; 
- Sucessiva: um pedido depende do outro; 
- Eventual: um pedido substitui o outro. 
 
O autor no caso de cumulação de pedidos poderá requerer a procedência de todos ou de pelo menos 
um dentre aqueles que foram formulados. 
 
- cumulação própria: é admitido o acolhimento conjunto dos pedidos (artigo 327); 
- cumulação imprópria: aquela por força de fatores peculiares ao direito material controvertido, a 
procedência de uma pretensão exclui a das demais (artigo 326). 
 
Requisitos para provimento do mérito 
 
O artigo 17 do CPC estabelece como condições da ação, ou seja, como requisito para se postular em 
juízo, o interesse e a legitimidade. Para que o magistrado possa analisar e proferir uma decisão de mérito, 
necessário se faz a observância das condições da ação, como requisito essencial. 
Além disso, para que o processo tramite de forma válida, há também a necessidade de se observar os 
chamados pressupostos processuais, conhecidos como requisitos de existência e validade do processo. 
 
Questão Principal 
 
Entende-se como questão principal o pedido efetivo da demanda. 
 
Questões prévias e de mérito 
 
As questões prévias são aquelas que antecedem o exame do mérito, ou seja, devem ser examinadas 
pelo magistrado antes de enfrentar o mérito. Podem ser divididas em preliminares e prejudiciais: 
 
Preliminar : são as questões que caso sejam acolhidas, impedem a análise do mérito. Podem ser 
divididas 
a) próprias: quando acolhidas, ocorre a extinção do processo sem resolução do mérito; 
b) impróprias: quando acolhidas, impedem a análise do mérito, mas não extingue o processo. 
 
Prejudiciais9 : são questões que influenciam e condicionam a análise do mérito. Podem ser 
classificadas em: 
a) interna: surge no mesmo processo em que é discutida a questão principal. 
b) externa: surge em outro processo. Nesse caso, admite-se, ainda, uma subclassificação: 
b.1) homogênea: ambos os processos (o da prejudicial e o da principal) pertencem ao mesmo ramo 
do direito. Por exemplo, ambos os processos são cíveis. 
b.2) heterogênea: cada um dos processos pertence a um ramo diverso. Por exemplo, uma ação é 
penal e a outra é civil ou trabalhista. 
 
As questões prévias devem necessariamente analisadas antes da questão principal. Podem ser 
apresentadas na petição inicial ou na contestação antes de examinar o mérito. Também podem surgir no 
curso do processo como incidentes processuais. 
 
Caso as questões prévias sejam de ordem pública elas só podem ser declaradas de ofício pelo juiz, 
nos termos do artigo 485, §3º do CPC. 
 
Pressupostos processuais 
 
São pressupostos de existência: existência de uma demanda, capacidade de ser parte; existência de 
um órgão investido de jurisdição. Já os pressupostos de validade são: competência do órgão jurisdicional; 
imparcialidade do juízo; capacidade processual; capacidade postulatória. 
 
9 http://estacio.webaula.com.br/Cursos/gon564/galeria/aula7/docs/a07_08_01.pdf 
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18 
 
Ressalta-se no entanto, que as condições da ação são requisitos para viabilidade do julgamento de 
mérito, já os pressupostos processuais estão relacionados a validade da relação jurídica processual, por 
isso, sua análise deve ocorrer antes da análise das condições da ação. 
Diante disso, podemos concluir que as condições da ação são requisitos que deve conter a ação para 
que o juiz possa proferir uma decisão de mérito, apreciando a questão trazida a juízo. 
 
Juízo de admissibilidade da demanda 
O juízo de admissibilidade consiste na atividade judicial pela qual juiz analisa se foram preenchidos os 
requisitos mínimos que possibilitam o surgimento de uma relação jurídica válida e seu desenvolvimento 
sem nenhum vício. 
Ou seja, é a analise promovida pelo juiz acerca dos requisitos para o exercício do direito de Ação e 
dos requisitos para que o Processo seja constituído e se desenvolva de forma regular (pressupostos 
processuais). 
Nos termos do artigo 17 do CPC, são consideradas condições da ação: a legitimidade “ad causam” e 
o interesse processual. A possibilidade jurídica do pedido deve ser encartada no interesse processual, 
como já se asseverou acima. 
O artigo 485, VI, do CPC por sua vez, prescreve que a ausência de qualquer dos dois requisitos, 
passíveis de serem conhecidos de ofício pelo magistrado, permite a extinção do processo, sem resolução 
do mérito. 
Já os pressupostos processuais são os elementos necessários à existência válida do processo e são 
divididos em pressupostos de existência e requisitos de validade. Trata-se de matérias preliminares que 
devem ser apreciadas antes de o juiz analisar o pedido. 
Os pressupostos processuais, a legitimidade e o interesse são questões prévias e prejudiciais. Assim, 
antes de analisar o mérito, o juiz necessariamente deverá verificar se a relação processual instaurou-se 
e desenvolveu-se validamente e se foram preenchidos todos os requisitos necessários para o legítimo 
exercício do direito de ação. A isso chamamos de juízo de admissibilidade 
A inadmissibilidade como efeito do juízo de admissibilidade é a invalidação do procedimento, decisão 
esta que impede a apreciação daquilo que foi postulado. É, pois, a sanção aplicável ao procedimento, 
que impede a análise do mérito do ato postulatório. 
 
Incidentes10 
 
Incidente processual é uma questão controversa secundária e acessória que surge no curso de um 
processo e que precisa ser julgada antes da decisão do mérito da causa principal. Com a entrada em 
vigor do novo Código de Processo Civil, foram integrados ao sistema processual brasileiro os Incidentes 
de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDrs) e de Assunção de Competência (IACs). 
Esses “Incidentes” veiculam a discussão de questões de direito que se repetem em vários processos 
ou que tenham grande repercussão social, cuja decisão se torna obrigatória, devendo ser reproduzida 
em todos os demais casos que discutem o mesmo tema. 
 
Direito de Defesa 
 
O direito à ampla defesa é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988( art. 5º, LV). 
OCPC/2015, da mesma forma garantiu o direito à ampla defesa quando reservou capítulos para 
tratar da Contestação, da Reconvenção e da Revelia. (Art.335 a 357 do CPC). 
 
Questões 
 
01.(CORE/MS – Assistente Jurídico – INAZ do Pará/2018) Ao longo do tempo, várias teorias 
surgiram a respeito da natureza jurídica da ação e da sua relação de dependência com o direito de ação. 
A teoria expressamente consagrada pelo Código de Processo Civil que defende que a existência do 
direito de ação não depende da existência do direito material, mas sim das condições da ação, é: 
(A) Teoria eclética. 
(B) Teoria abstrata do direito de ação. 
(C) Teoria concreta da ação. 
(D) Teoria imanentista. 
 
 
10 http://www.cnj.jus.br/pesquisas-judiciarias/demandas-repetitivas/o-que-sao-incidentes 
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19 
 
02.(TRT – 2ª Região – Juiz - TRT – 2ª Região) O direito de ação: 
(A) Depende da existência efetiva do direito material invocado. 
(B) É exercido contra o Estado, bastando que o seu titular se refira a um interesse primário, 
juridicamente protegido. 
(C) Configura o dever de dirigir-se ao órgão jurisdicional para a solução das lides. 
(D) Rege-se pela teoria imanentista, segundo a qual não há ação sem direito e não há direito sem 
ação. 
(E) É autônomo, mas pressupõe um direito subjetivo violado para os casos em que se pretendaa 
declaração da inexistência de uma relação jurídica. 
 
03. (TCE/SP – Auditor do Tribunal de Contas – FCC) Com relação à Ação, a teoria segundo a qual 
a ação seria uma qualidade de todo direito ou o próprio direito reagindo a uma violação é a 
(A) imanentista. 
(B) do direito concreto à tutela jurídica. 
(C) do direito abstrato de agir. 
(D) do direito de fazer agir do Estado. 
(E) do direito subjetivo instrumental próprio. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.B / 03.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
A teoria eclética da ação, adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro, define ação como um direito 
autônomo e abstrato, independente do direito subjetivo material, condicionada a requisitos para que se 
possa analisar o seu mérito. 
 
02. Resposta: B 
A ação, apesar de voltada à tutela do direito material, invoca a autoridade do Estado e a necessidade 
da observância do ordenamento jurídico. A ação se dirige contra o Estado, dele exigindo a solução do 
conflito. É por isso que a ação foi concebida como um direito autônomo de natureza pública. (MARINONI, 
Luiz Guilherme. Teoria Geral do Processo. São Paulo : Revista dos Tribunais, 2006. p.390). 
 
03. Resposta: A 
Teoria Civilista/Imanentista – Ação é o próprio direito material em juízo, algo imanente ao direito 
material. O direito material se mexendo em juízo. Ela nega autonomia ao direito de ação. “A todo direito 
corresponde uma ação que o assegura.” Essa teoria ficou superada com a polêmica entre Windsscheisl 
e Muther que deram as bases para a teoria concreta. 
 
 
 
Processo 
 
Noções Gerais 
Terceiro dos institutos fundamentais do Direito Processual, ou da chamada trilogia estrutural do 
processo (ao lado da Jurisdição e da Ação), o processo pode ser conceituado sob dois enfoques: do 
ponto de vista intrínseco, é a relação jurídica que se estabelece entre autor, juízo e réu (afora eventuais 
terceiros, como o assistente e o denunciado à lide),com vistas ao acertamento, certificação, realização 
ou acautelamento do direito substancial subjacente; sob a perspectiva extrínseca, é o meio, o método ou 
instrumento para definição, realização ou acautelamento de direitos materiais. 
 
Processo e Procedimento 
 
Os conceitos de processo e procedimento são distintos: 
Processo. Princípios processuais constitucionais. Relação jurídica processual. 
Pressupostos processuais. 
 
1593291 E-book gerado especialmente para JULIA EVELYN PAIXAO MACIEL
 
20 
 
Processo 
É o método pelo qual se opera a jurisdição, com vistas à composição dos litígios. É instrumento de 
realização da justiça; é relação jurídica, portanto, é abstrato e finalístico. 
 
 
Procedimento 
É o modus faciendi, o rito, o caminho trilhado pelos sujeitos do processo. Enquanto o processo constitui 
o instrumento para a realização da justiça, o procedimento constitui o instrumento do processo, a sua 
exteriorização. 
 
Teorias sobre a natureza jurídica do processo 
 
As principais teorias sobre a natureza jurídica do processo são: 
 
a) O processo como contrato 
Esta teoria entendia que o processo era um contrato realizado entre os litigantes que se firmava 
somente “com o comparecimento espontâneo das partes em juízo para a solução do conflito” (LEAL, p.77, 
2008). O juiz era considerado apenas um árbitro judicial e facultativo. 
 
b) O processo como quase-contrato 
Segundo entendimento do professor Rosemiro Pereira Leal o processo era considerado um quase 
contrato pelos teóricos, por que “a parte que ingressava em juízo já consentia que a decisão lhe fosse 
favorável ou desfavorável, ocorrendo um nexo entre o autor e o juiz, ainda que o réu não aderisse 
espontaneamente ao debate da lide” (LEAL, p.78, 2008). 
 
c) O processo como relação jurídica 
Nesta teoria o processo é considerado como relação jurídica, pelo fato de demandante, demandado e 
juiz estabelecerem uma relação jurídica que incumbirá na decisão de prolatar sentença definindo o ato 
jurisdicional, seguindo os direitos e obrigações criados nos procedimentos desta relação11. Para a 
relação jurídico-processual, é necessário que todos os requisitos estejam presentes e sendo observados: 
capacidade de quem formula o pedido; legitimidade do juiz, provocação da jurisdição, objeto do litígio. 
Nesta teoria há distinção entre o processo e o procedimento. 
 
d) O processo como situação jurídica 
Para esta teoria, não há relação entre os sujeitos processuais (autor, réu e juiz). O juiz aqui atua com 
dever funcional e as partes se sujeitam à autoridade do órgão jurisdicional. As partes aqui não se 
relacionam, uma se sujeita a outra. 
 
e) O processo como procedimento informado pelo contraditório 
Para esta teoria há distinção entre o procedimento e o processo, sendo que não há que se falar e 
processo se não houver o contraditório. O contraditório representa a participação simétrica dos sujeitos 
do processo (juiz, autor, réu, etc.) 
 
Classificação/Espécies de Processos12 
 
- Processo de Conhecimento: que se subdividem em meramente declaratório, condenatório e 
constitutivo; 
- Processo de Execução: que visa a satisfação de uma obrigação expressa em título produzido em 
processo de conhecimento ou em um Negócio Jurídico; 
- Tutelas Provisórias: no CPC de 1973, essa categoria recebia o nome de Medidas Cautelares. Mas 
foram substituídos pelas tutelas provisórias de Urgência e Evidência. 
 
Pressupostos processuais 
 
Atribui-se ao alemão Oskar Bulow a identificação dos pressupostos processuais como categoria 
especial do processo. Com efeito, o notável jurista alemão foi responsável pela identificação do processo 
como relação jurídica distinta e autônoma da relação de direito material que nele se discute. 
 
11 https://jus.com.br/artigos/36061/breves-apontamentos-sobre-a-teoria-do-processo-como-relacao-juridica 
12 https://eutenhodireito.com.br/classificacao-processo-procedimento-novo-cpc/ 
1593291 E-book gerado especialmente para JULIA EVELYN PAIXAO MACIEL
 
21 
 
A relação jurídica processual se estabelece por intermédio de atos processuais sequenciados 
(procedimento), principalmente pela petição apta e citação válida. Aliás, do ponto de vista estático, o 
processo nada mais é do que uma relação jurídica de direito processual; porém, sob um enfoque 
dinâmico, o processo é constituído por uma série de atos processuais, que constituem espécies dos atos 
jurídicos. 
Ora, sendo o processo formado por uma série de atos jurídicos (atos processuais), nada mais evidente 
que sua instauração ou desenvolvimento válido seja condicionado a certos requisitos, que, mutatis 
mutandi, em última análise, são os mesmos requisitos de validade do ato jurídico, isto é, agente capaz, 
objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104 do 
CC). 
No Direito Processual, a tais elementos dá-se o nome de pressupostos processuais. Tradicionalmente, 
portanto, “os pressupostos processuais constituem aquelas exigências que possibilitam o 
surgimento de uma relação jurídica válida e seu desenvolvimento imune a vício que possa nulifica-
la, no todo, ou em parte”. 
Para alguns, o primeiro dos pressupostos processuais a ser analisado é a competência do juízo, mas 
não é bem assim. O primeiro pressuposto que se deve perquirir é a imparcialidade. O juiz cuja parcialidade 
é suscitada (impedimento ou suspeição) (artigos 144 e 145), não pode sequer declarar a sua própria 
incompetência, tampouco decidir sobre o impedimento ou suspeição. A única coisa que poderá fazer é 
sustentar sua imparcialidade e remeter os autos ao tribunal para decidir a exceção ou, reconhecendo a 
parcialidade, remeter os autos ao seu substituto legal. 
Depois de declarada a imparcialidade, se esta foi questionada, e o julgamento de eventual alegação 
de incompetência, é que o juiz examina os demais pressupostos processuais e os requisitos que 
legitimam o autor a manejar o direito de ação, ou seja, a legitimidade e o interesse. 
Os pressupostos processuais, a legitimidade e o interesse