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NEGOCIO JURIDICO - PROVA

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NEGÓCIO JURÍDICO
Quaisquer acontecimentos que produzam efeito no mundo jurídico, decorrente da ação ou omissão humana ou de fenômenos da natureza, são chamados de fatos jurídicos, gênero que comporta diversas espécies. Dentre elas está o negócio jurídico, onde seus efeitos se restringem àqueles decorrentes de atos humanos voluntários.
O que é negócio jurídico?
As linhas a seguir se dedicarão ao estudo dos negócios jurídicos, fatos jurídicos dependentes da vontade humana tanto para sua formação quanto para produção de efeitos, tais como os contratos de maneira geral ou os testamentos, por exemplo. 
Tratam-se, portanto, de exercício da autonomia privada, já que o elemento volitivo é essencial à formação dos negócios jurídicos mediante a combinação de vontades aptas a adquirir, modificar ou extinguir direitos. 
Autores conceituaram o negócios jurídicos como sendo o acordo de vontades tendente a adquirir, modificar ou extinguir direitos, por intermédio da livre utilização, que os particulares fazem, de sua autonomia da vontade.
Eles ressalvam, ainda, que para caracterização do negócio jurídico não é necessário que a pessoa compreenda a juridicidade do ato (saiba que está praticando um negócio jurídico).. 
Então, quando falamos de negócio jurídico, nos referimos a um ato que tem por finalidade a aquisição, modificação ou extinção do direito. Ele forma uma conduta de auto regramento de conduta das partes, com a intenção de satisfazer seus interesses.
É a declaração de vontade emitida em obediência aos seus pressupostos de existência, validade e eficácia, cujo propósito deve ser o de produzir efeitos lícitos.
“A consciência de que se está praticando um ato jurídico não é importante; mas a consciência dos efeitos contextualizados daquilo que se está manifestando ou declarando é, sim, relevante.”
Manual de Direito Civil – Volume Único / Cristiano Chaves de Farias, Felipe Braga Netto, Nelson Rosenvald. – 4. ed. rev, ampl. e atual. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2019, p. 520 e 525.
É importante observar que, apesar de os negócios jurídicos serem, sim, fomento à vontade humana, hoje já não cabe a sujeição absoluta ao elemento da vontade, consubstanciada no antigo jargão , “o contrato faz lei entre as partes”. 
Isso porque entende-se que, muitas vezes, há um desequilíbrio entre as partes tendente a gerar igual desarmonia entre os resultados esperados, com exagerado benefício para uma em detrimento de excessivo fardo para a outra. 
Neste sentido, há um antigo debate civilista sobre o que levar em conta quando existir divergência entre a vontade real e a vontade declarada. 
Duas principais teorias se propõem a resolver o dilema:  a teoria da vontade, que advoga pela prevalência da vontade real. E de outro lado, a teoria da declaração, que defende que somente poderá prevalecer a vontade manifestada, declarada. 
Atualmente, o Código Civil Brasileiro propõe um caminho intermediário estabelecendo ao estabelecer que “nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.”, segundo a Lei 10.406/2002, art. 112 .
Com isso, o legislador quis admitir que a intenção é importante, desde que seja, de alguma forma, externalizada (tanto é assim que o art. 110 do CC exclui de maneira expressa a validade da reserva mental de que o destinatário não tinha conhecimento). Assim, a interpretação dos negócios jurídicos não deve ser literal, analisando-se, portanto, conjuntamente o texto e o contexto. 
Neste contexto é que se verifica a importância da lei e da doutrina acerca dos negócios jurídicos, sempre tendentes a assegurar a autonomia da vontade e a proibir abusos. 
2.0 Requisitos
Como para quase todas as coisas, o negócio jurídico também exige alguns requisitos, tais como:
(Art. 104, CC/2002)
1. Agente capaz: O ideal é que haja um agente capaz, porém, quando houver um agente absolutamente incapaz, ele deverá ser representado por seu representante legal. Já quando o agente for relativamente incapaz, ele deverá ser assistido ao celebrar o negócio.
2. Objeto lícito: Deve-se estar em conformidade com a norma jurídica e também respeitar a moral e os bons costumes
3. Norma prevista (ou não proibida por lei): É simplesmente a liberdade das formas limitadas pela lei. Que é o acordo de vontades a respeito do negócio que se celebra.
4. Causa final: Se trata do motivo pelo qual as partes celebraram o negócio, devendo sempre ter a finalidade lícita.
Na ausência de qualquer destes elementos, o negócio jurídico sequer existe.
3.0 Efeitos do negócio jurídico
1. Gera direitos e obrigações;
2. Obriga aquele que não cumpre com suas obrigações a pagar uma indenização por perdas e danos;
3. Confere o direito de ação judicial para a defesa dos direitos correspondentes; e
4. Transfere aos herdeiros os direitos decorrentes do negócio jurídico (salvo nos casos de natureza personalíssima).
4.0 Classificações do negócio jurídico
O negócio deve ser unilateral, bilateral ou plurilateral.
1. Negócio unilateral acontece quando há declaração de vontade de apenas uma das partes (ex: testamento). Ele pode ser receptício, que ocorre quando quem recebe o efeito sabe a intenção/vontade da outra parte (exemplo: oferta de recompensa), ou não receptício, quando não se sabe da vontade da outra parte;
2. Negócio bilateral ocorre com a declaração de vontade de ambas as partes, tendo efeitos no momento por elas determinadas enquanto vivas. E por fim,
3. Negócio Plurilateral se forma mediante associação de interesses em regime de comunhão de direitos.
· Quanto à titularidade, pode ser inter vivos, se for celebrado e tiver efeitos durante a vida de ambas as partes, ou mortis causa, formado pela declaração de uma das partes e com efeitos apenas após a sua morte, desde que ocorra aceitação pela outra parte.
· Quanto à onerosidade. O negócio pode ser oneroso (há contraprestação), gratuito (apenas uma das partes tem vantagem patrimonial), neutro (sem alguma vantagem ou desvantagem para as partes) ou bifronte (quando o negócio se inicia oneroso e por fim acaba sendo gratuito, ou vice versa) dependendo se há disposição patrimonial de ambas as partes ou não.
· Quanto à forma. O Negócio pode ser formal, se tiver que adotar a forma prevista em lei para ter validade, e informal, cabendo apenas às parte estabelecerem livremente a forma a ser adotada.
· Os negócios jurídicos podem ainda ser classificados como principais e acessórios, na medida em que tenham ou não relação de dependência com outro negócios jurídico; Exemplo: locação e fiança.. 
5.0 Como se dá a interpretação do negócio jurídico?
1. Nas declarações de vontade se levará em conta mais a intenção real das partes do que o sentido literal usado por elas;
2. No caso de dúvida, a interpretação será mais favorável ao devedor, pois toda obrigação é uma restrição de liberdade individual;
3. Em caso de dúvida, a interpretação do contrato de adesão ( aquele em que uma das partes apenas aceita as condições) será mais favorável ao aderente;
4. Na análise da eficácia do negócio jurídico, devem prevalecer os interesses sociais, direta ou indiretamente ligados, sobre os interesses meramente individuais das partes;
5. A cláusula ambígua, omissa ou contraditória deve ser interpretada em conformidade com os costumes locais e de forma a se harmonizar com a natureza do negócio;
6. São implícitas ao negócio as cláusulas de uso;
7. Os atos benéficos são interpretados de forma restritiva;
8. O conteúdo de um negócio compreende tão somente os bens que as partes pretendem por meio dele regular;
9. A expressão ininteligível deve ser considerada não escrita;
10. A transação deve ser interpretada de forma estrita;
11. A fiança deve ser concedida por escrito e se sujeita à interpretação restritiva;
12. O negócio inter vivos não se sujeita às mesmas regras interpretativas que o negócio causa mortis, devendo o testamento ser interpretado de acordo com o sentido dado pelo testador.
6.0 Elementos acidentais do Negócio Jurídico: a condição, o termo e o encargo.
6.1 Condição
Considera-secondição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto (art. 121, CC/2002)
Trata-se do acontecimento futuro e incerto estabelecido por uma cláusula modificativa do ato ou do negócio jurídico. Ela aparece em três situações:
1. Incertus an incertus: não se sabe se haverá, nem quando haverá;
2. Incertus an certus: sabe-se que pode ocorrer até determinado tempo, mas não sabe se ocorrerá;
3. Certus an incertus: conclui-se que haverá o acontecimento, mas sem saber quando.
ATENÇÃO:
· Não se sujeitam à condição: emancipação, casamento, reconhecimento de filiação, adoção, aceitação de herança e renúncia de herança.
· invalidarão o negócio jurídico: As condições física ou juridicamente impossíveis, ilícitas ou de fazer coisa ilícita e incompreensíveis ou contraditórias. (art. 123, CC/2002)
· As condições com efeito sobre o ato ou o negócio podem ser suspensivas ou resolutivas.
· A condição suspensiva irá suspender a eficácia do ato ou do negócio, até que o acontecimento expresso na cláusula ocorra. Já a condição resolutiva (ou final) irá extinguir os efeitos do ato ou negócio realizado em virtude de ocorrência do evento futuro e incerto.
6.2 Termo
É o acontecimento futuro e certo. Pode ser classificado quanto aos seus efeitos, como suspensivo e resolutivo.
Termo suspensivo estabelece que o ato ou negócio só passa a ter eficácia após ocorrer o evento futuro e certo. E
Termo resolutivo é aquele que extingue os efeitos do ato ou negócio em virtude da ocorrência do evento futuro e certo.
6.3 Encargo
É a tarefa atribuída a uma pessoa que lhe impõe uma obrigação de fazer em virtude de um benefício com que veio a ser contemplada. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito (art. 136, CC/2002).. 
Vícios e defeitos do negócio jurídico
Os negócios jurídicos estão sujeitos a requisitos essenciais tanto para que se formem, quanto para que sejam válidos e eficazes, e a não observância de qualquer daqueles requisitos acarretará a inexistência ou invalidade dos negócios e consequente nulidade. 
Se, por um lado, o não atendimento dos pressupostos gera, necessariamente, a nulidade dos negócios jurídicos, por outro lado pode ocorrer vícios menos graves que conhecemos como vícios de consentimento ou vícios sociais, chamados de defeitos dos negócios jurídicos, o que os torna anuláveis. 
Com o efeito, caso a vontade da parte não seja expressa de maneira livre, haverá vício de consentimento, causando um desalinho entre a declaração de vontade e aquilo que a parte realmente pretendia. 
O Código Civil lista seis hipóteses de defeito: erro; dolo; coação; lesão; estado de perigo; e fraude contra credores. 
Por outro lado, haverá vício social se a vontade expressa estiver imbuída de má-fé, havendo contradição entre a vontade e o direito, tal como na fraude contra credores.
Assim, os vícios dos negócios jurídicos decorrem da não observância, em sua formação dos elementos essenciais, e serão inválidos e, portanto, nulos. Já os defeitos dos negócios jurídicos dizem respeito a negócios existentes e válidos, mas cuja manifestação da vontade foi contaminada e serão, portanto, anuláveis.
Conclusão 
Os negócios jurídicos são uma verdadeira ode à autonomia da vontade, que sempre ocupou espaço de grande importância no direito civil, valorizando a liberdade das partes em detrimento da antiga concepção de que a lei deve guiar a totalidade dos atos humanos. 
Os seres humanos são plenamente capazes de se relacionar e definir, entre si, as próprias regras e formas negociais. O direito serve, basicamente, para coibir abusos. 
Os negócios jurídicos serão nulos de pleno direito somente quando efetivamente descumprirem os requisitos essenciais previstos pela lei, sendo anuláveis nas hipóteses de vícios sociais ou de vontade. Entretanto, o maior interesse é pela prevalência dos negócios e pela autorregulação das partes. 
Quanto aos efeitos que geram os negócios podem ser nulos ou anuláveis:
	NULOS ( ABSOLUTA )
	ANULAVEIS (RELATIVA)
	NÃO PRODUZ EFEITO NO MUNDO JURIDICO
	SANA-SE O DEFEITO
	VIOLA NORMA DE INTERESSE PUBLICO
	VIOLA NORMA DE INTERESSE PRIVADO
	PODE SER ALEGADO POR QUALQUER PESSOA
	SÓ PODE SER ALEGADO POR PESSOA PREJUDICADA ( PARTICULAR )
	PODE SER PEDIDO DE OFICIO PELO JUIZ
	NÃO PODE SER RECONHECIDO DE OFICIO PELO JUIZ.
	É IMPRESCRITÍVEL.
	DEVE SER ARGUIDA DENTRO DE UM PRAZO.
	TRATA-SE DA CAPACIDADE ABSOLUTA, DE OBJETOS( MOTIVOS ILICITOS OU IMPOSSIVEIS) E OBJETIVO DE FRAUDAR A LEI.
	TRATA-SE DA CAPACIDADE RELATIVA, PERSONALIDADE E VICIOS DO CONSENTIMENTO.

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