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Matéria TEORIA GERAL DO DIREITO

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Teoria Geral do Direito
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Unidade I 1. Fontes do Direito: 1.1. Fontes Materiais do Direito; 1.2. Fontes Formais Primárias e Secundárias; 1.3. Fontes Negociais e Doutrinárias; 1.4. Costume Jurídico Como Fonte do Direito; 1.5. A Lei Como Fonte do Direito; 1.6. Etapas e Procedimentos do Processo Legislativo; 1.7. Evolução Histórica e As Diversas Acepções do Termo Jurisprudência; 1.8. Processo de Formação e Requisitos Constitutivos da Jurisprudência Enquanto Fonte do Direito; 1.9. Técnicas de Uniformização da Jurisprudência; 2. Dimensões das Normas Jurídicas: Validade, Vigência e Eficácia 2.1. O Conceito de Validade Jurídica: Aspectos Formais e Materiais; 2.2. O Conceito de Vigência; 2.3. Eficácia Como Expressão do Cumprimento da Norma Jurídica; 3. Causas e Formas de Cessação de Validade: Revogação, Caducidade, Desuso; 3.1. O Conceito de Revogação e As Suas Formas de Operação (Expressa, Tácita ou Global); 3.2. Repristinação e Restauração da Validade Jurídica; 3.3. A Caducidade Como Perda das Condições de Aplicação do Enunciado Normativo; 3.4. O Desuso Como Expressão da Ineficácia Social; 4. Teoria da Relação Jurídica; 4.1. Os Termos da Relação Jurídica; 4.2. Sujeitos de Direito: Conceito e Espécies; 4.3. Dever Jurídico e Direito Subjetivo; 4.4. Fato, Ato e Negócio Jurídicos. Unidade II 5. Doutrinas do Positivismo Jurídico e Seus Problemas; 5.1. Legalismo Exegético; 5.2. Normativismo; 5.3. Realismo Jurídico; 6. Ordenamento Jurídico Como Sistema; 6.1. Conceito de Sistema; 6.2. A Estrutura do Ordenamento Jurídico; 6.3. Antinomias Jurídicas e Critérios de Solução; 6.4. Completude do Ordenamento Jurídico e Proibição do Non Liquet; 7. Pluralismo Jurídico e Direito Alternativo; 7.1. Pluralismo Jurídico Cultural; 7.2. Pluralismo Jurídico Sociológico e Direito Alternativo; 7.3. Direito Alternativo e Uso Alternativo do Direito; 8. Direito Moderno e Crise do Direito; 8.1. Crise do Modelo Estatal de Monopólio do Direito; 8.2. O Direito Interno e a Dogmática Jurídica; 8.3. Direito Central e Direito Periférico.
FONTES DO DIREITO
As fontes do direito baseado em Kelsen se origina pelas NORMAS. 
NORMAS
 Abstrata Geral Bilateral Imperativa
 Heterônoma ou Exterior
Ela tem uma linguagem prescritiva sendo os modais deôntico (é proibido/é obrigatório/é permitido)
"Fontes do direito" é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos componentes utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto sistematizado de normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da realidade social de um estado. Em outras palavras, fontes são as origens do direito, a matéria prima da qual nasce o direito.
São utilizadas como fontes recorrentes do direito as leis, o costume, a jurisprudência, a equidade e a *doutrina.
· Leis são as normas ou o conjunto de normas jurídicas criadas através de processos próprios, estabelecidas pelas autoridades competentes;
· Costume é a regra social derivada de prática reiterada, generalizada e prolongada, o que resulta numa convicção de obrigatoriedade, de acordo com a sociedade e cultura em particular; sua maior utilização é quando complementa a lei. Contra legem (não pode ser usada como fonte de direito)
Costume: Segundo legem 
 Prueter legem (esse é a mais importante fonte de direito)
· Jurisprudência é o conjunto de decisões sobre interpretações de leis, feita pelos tribunais de determinada jurisdição;
· Equidade é a adaptação de regra existente sobre situação concreta que prioriza critérios de justiça e igualdade;
· Doutrina é a produção realizada por pensadores, juristas e filósofos do direito, concentrados nos mais diversos temas relacionados às ciências jurídicas;
*Observação: 
 Segundo autores, fontes do direito são modos de formação das normas jurídicas, dentre eles a doutrina. Entretanto, para o autor Miguel Reale, no livro Lições Preliminares de Direito, a doutrina não é propriamente uma fonte do direito, embora a reconheça como uma condição fundamental ao conceito de fonte, ela não viria a se desenvolver como “estrutura de poder”, pois sua composição se dá através de modelos jurídicos e obrigatórios que impõem disciplinas entre as categorias variadas das relações sociais.
 Reale, do mesmo modo, destaca a importância da fonte negocial, ou poder negocial, como força geradora de normas jurídicas que, por conseguinte, tem como base a autonomia de vontade, que viria a ser o poder que o homem tem sobre seus direitos e obrigações no âmbito das leis em vigor, ou seja, o poder de determinar seus negócios – para realização de fins lícitos graças ao acordo de vontades (REALE,2022, p.168).
Analogia - Novo CPC (Lei nº 13.105/2015) - Consiste em um método de interpretação jurídica utilizado quando, diante da ausência de previsão específica em lei, aplica-se uma disposição legal que regula casos idênticos, semelhantes, ao da controvérsia.
Princípios Gerais do Direito – São as ideias bases e fundamentais do Direito, que dão apoio e coerência, que são respaldados pelo ideal de Justiça, de Liberdade, igualdade, democracia, dignidade, etc. seriam ideias fundamentais de caráter geral dentro de cada área de atuação do Direito.
As fontes do direito se dividem em formais e materiais.
· FONTES FORMAIS – Dizem respeito ao direito já devidamente formalizado, em documentos ou formas não-escritas. 
*Fontes formais estatais. 
*Fontes formais não estatais (poder negocial e poder normativo dos grupos sociais.
· FONTES MATERIAIS – para alguns, são as instituições ou grupos sociais que têm a capacidade de editar normas
 A FONTE IMEDIATA é representada pela lei.
AS FONTES MEDIATAS são a doutrina, jurisprudência, costume, fatos históricos, políticos etc...
ORIGINÁRIAS – quando o poder revolucionário institui uma nova ordem.
DERIVADAS – são limitadas umas pelas outras, a Jurisprudência pela lei, a lei pela Constituição... 
Fontes (LINDB)
ART. 4° Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os principios gerais do direito.
Observação:
Súmula vinculante: é um termo usado no Direito para se referir a um conjunto de decisões de um Tribunal Superior. Essas decisões são relativas a casos que tratam de temas parecidos e que são julgados de maneira semelhante. Elas só podem ser produzidas pelo STF e seus efeitos são obrigatórios para todo o ordenamento jurídico, tratam de forma abstrata e geral.
Etapas e Procedimentos do Processo Legislativo
Etapas e Procedimentos do Processo Legislativo
 São seis as etapas ou fases do processo legislativo brasileiro: iniciativa, discussão, deliberação (ou votação), sanção ou veto, promulgação, publicação. Alguns autores também dividem o processo em três fases: introdutória, constitutiva e complementar.
· Fase introdutória (iniciativa) – Trata do poder de iniciativa, onde qualquer membro da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional; Presidente da República; Supremo Tribunal Federal; Tribunais Superiores (STJ,TSE,STM e TST); Procurador-Geral da República e aos Cidadãos. Para a iniciativa popular deve obedecer aos seguintes requisitos:
· Requisito numérico: no mínimo, 1% do eleitorado nacional;
· Requisito espacial: eleitorado distribuído por pelo menos 5 Estados;
· Requisito interno: com não menos de 3/10% dos eleitores em cada um deles;
· Não cabe para as emendas constitucionais;
· Iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos 5% do eleitorado (art. 29, XII da CF).
 
· Fase constitutiva – Trata da deliberação parlamentar e da deliberação executiva.
· Deliberação parlamentar - O projeto de lei é apreciado nas duas casas do Congresso Nacional (Casa Iniciadora e Revisora), separadamente, e em um turno de discussão e votação (no plenário), necessitandode maioria relativa em cada uma delas.
I - Casa iniciadora: os PLs de iniciativa do senado tem o senado como casa iniciadora, em todos os demais a casa iniciadora é a Câmara.
II - Princípio da inexistência de aprovação tácita de projetos pelo decurso do tempo.
III - Comissões: O projeto de lei primeiramente será apreciado na Comissão de Constituição e Justiça e depois nas Comissões temáticas, que emitirão pareceres. Se o processo for multidisciplinar, passará por várias comissões temáticas.
As comissões poderão aprovar projetos, na forma de delegação interna corporis.
IV - A Comissão de Constituição e Justiça pode fazer um controle preventivo de constitucionalidade. Se achar que é caso de inconstitucionalidade, remete o projeto ao arquivo.
V - Votação: Após discussão e parecer, o projeto será enviado ao plenário da Casa para um turno de discussão e votação. Encerrada a discussão passa-se à votação.
VI - É preciso maioria absoluta para instalar a sessão validamente e maioria simples para votação de uma lei ordinária.
Resultado das votações, os projetos podem ser aprovados, rejeitados ou emendados.
Emendas: aditivas, supressivas, modificativas, substitutivas, aglutinativas ou de redação. (A emenda encaminhada pelo executivo denomina-se mensagem aditiva).
VII - A proposta de emenda que alcança todo o projeto é chamado no direito parlamentar de substitutivo.
A emenda que determina o retorno à casa de origem é aquela que de alguma forma modifique o sentido jurídico da proposição, pois se não modificar, não precisa voltar. 
Se a Casa Iniciadora concordar com a emenda: O projeto será encaminhado para o autógrafo (reprodução do trâmite legislativo e o conteúdo final do projeto aprovado ou emendado) e depois segue para o Presidente da República.
VIII - Se houver divergência: Prevalecerá a vontade de quem fez a deliberação principal.
· Deliberação executiva – se dividem em:
Sanção: É a manifestação concordante do Chefe do Poder Executivo, que transforma o projeto de lei em lei. Pode ser expressa ou tácita, mas sempre motivada.
Veto: É a manifestação discordante do Chefe do Poder Executivo que impede ao menos transitoriamente a transformação do projeto de lei em lei. O veto é irretratável.
Observações do veto:
· Tem que ser expresso, motivado, formalizado;
· É sempre supressivo;
· Pode ser total ou parcial;
· O presidente da República não pode vetar itens;
· Havendo veto parcial, somente a parte vetada é devolvida ao Congresso Nacional, as demais serão sancionadas e seguirão para promulgação e publicação.
· O veto parcial que incidir sobre a vigência importa em “vacatio legis” de 45 dias;
I - O veto é superável ou relativo.
II - A rejeição do veto ocorre por maioria absoluta.
III - Se o veto for mantido: o projeto estará arquivado.
IV - Se for rejeitado o veto parcial, será transformado em lei. Será promulgado e publicado como parte da lei que antes fazia parte. Assim, uma lei no Brasil pode ter dispositivos que entram em vigor em uma data e outros que entram em outra.
· Fase Complementar: 
Promulgação: É um atestado da existência válida da lei e de sua executoriedade. No silêncio da lei, a vigência tem início 45 dias após a publicação (LICC).
Observação:
O que se promulga é a lei e não o projeto de lei. Este já se transformou em lei com a sanção ou com a derrubada do veto.
Quando está escrito no texto “eu sanciono”, implicitamente traz a promulgação. A promulgação é implícita na sanção expressa. No caso da rejeição do veto, estará escrito no texto “eu promulgo”. Na emenda constitucional, não há sanção ou veto, mas há promulgação pelas mesas da Câmara e do Senado.
Se o Presidente não promulgar em 48 horas, o Presidente do Senado a promulgará e, se este não fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo (art. 66, §7º da CF). Isto pode ocorrer na sanção tácita e na rejeição do veto, mas nunca na sanção expressa, pois a promulgação está implícita.
Publicação: Consiste na inserção do texto promulgado na Imprensa Oficial como condição de vigência e eficácia da lei. Não é fase do processo legislativo, pois que a lei já é considerada existente a partir da promulgação. 
A notoriedade que decorre da publicação. Esta notoriedade é ficta, assim presume-se que as pessoas conheçam a lei.
A publicação é feita por quem promulga.
Lei delegada: 
I - É a espécie normativa utilizada nas hipóteses de transferência da competência do Poder Legislativo para o Poder Executivo. Trata-se de uma exceção ao princípio da indelegabilidade das atribuições. Delegação “externa corporis”.
 II -  Iniciativa solicitadora: O Presidente da República solicita a delegação ao Congresso Nacional (iniciativa solicitadora), delimitando o assunto sobre o qual pretende legislar. 
 III - Se o Congresso Nacional aprovar (por maioria simples) a solicitação, delegará por meio de resolução.
Medidas Provisórias: Reflexo do antigo decreto-lei, não possui natureza jurídica de lei, sendo apenas dotada de força de lei. Embora seja um ato sob condição (condição de ser um dia aprovado pelo Congresso Nacional), é vigente e eficaz. Pressupostos de admissibilidade: relevância e urgência.
Observação:
· Se a medida provisória não for apreciada em 60 dias, haverá uma prorrogação automática do prazo, totalizando prazo máximo de 120 dias. Se após esse prazo, não for convertida em lei, perderá a eficácia desde a sua edição (efeitos retroativos).
· Se a medida provisória não for apreciada em até 45 dias da sua publicação, entrará em regime de urgência, fazendo com que todas as demais deliberações da casa legislativa fiquem sobrestadas. O prazo fica suspenso durante o recesso parlamentar.
Aprovada a medida provisória: Será convertida em lei com o número subsequente da casa. 
I - A lei será promulgada pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional e publicada pelo Presidente da República.
II - Projeto de lei conversão: A medida provisória com emendas se transforma em projeto de lei de conversão, devendo ser remetido ao Presidente da República para que sancione ou vete. Se sancionar, irá promulgá-la e determinará sua publicação.
III- Os efeitos decorrentes da matéria alterada devem ser regulamentados por decreto legislativo, perdendo a medida provisória a eficácia desde a sua edição.
IV - Se o Congresso Nacional não editar o decreto legislativo no prazo de 60 dias, possibilita que ela discipline as relações jurídicas decorrentes de atos praticados durante sua vigência, como uma lei temporária (art. 62, §11 da CF).
V - A medida provisória rejeitada não pode ser objeto de reedição na mesma sessão legislativa.
VI - A medida provisória que implicar em instituição (criação) ou majoração (aumento) de impostos, salvo imposto sobre importação, imposto sobre exportação, impostos sobre produtos industrializados, imposto sobre operações financeiras e imposto extraordinário, só entrará em vigor (produzirá efeitos) no exercício financeiro seguinte se tiver sido convertida em lei até o último dia daquele exercício em que foi editada (art. 62, §2º da CF).
VII - As taxas e contribuições de melhoria não podem ser instituídas por meio de medida provisória.
VIII - Segundo o Supremo Tribunal Federal, pode ser editada medida provisória pelo Governador do Estado desde que exista previsão na Constituição Estadual. Os únicos Estados que colocaram essa previsão foram: Tocantins, Santa Catarina e Acre.
Limitação material à edição de medidas provisórias
· Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral.
· Direito penal, processual penal e processual civil.
· As matérias processuais civis, como do trabalho, também não podem ser tratadas por medida provisória.
· Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros.
· Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, §3º.
· Matéria que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança ou qualquer outro ativo financeiro (art. 62, §1º, II da CF).
·Matéria reservada a lei complementar (art. 62, §1º, III da CF)
· Matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República (art. 62, §1º, IV da CF).

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