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03 TÓPICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL - XXVIII - Alunos (1)

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1 
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OAB 1ª FASE 
 
 
Seu Sucesso é o Nosso Objetivo! 
TÓPICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Elaboração: Profª Andréa Azevêdo. 
 
 
PARTE 1 – TEORIA GERAL DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
Assunto 1: A CONSTITUIÇÃO 
 
1.1 O Direito Constitucional 
 
Segundo Alexandre de Moraes (2017), o Direito Constitucional é um ramo do direito público, destacado por ser fundamental à organização e 
funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do Estado e ao estabelecimento das bases da estrutura política. 
Tem, pois, por objeto o estudo da constituição política do Estado, no sentido amplo de estabelecer sua estrutura, a organização de suas instituições 
e órgãos, o modo de aquisição e limitação do poder, por meio, inclusive, da previsão de diversos direitos e garantias fundamentais. 
Assim, o Direito Constitucional possui normas de hierarquia superior frente a outras normatizações existentes no Estado. 
 
Não confunda!!! 
• Constitucionalismo: Movimento jusfilosófico surgido no século XVIII com as revoluções liberais burguesas baseado na crença de que o poder 
político deve estar submetido à supremacia da lei, de uma Lei Maior, a Constituição escrita. 
• Neoconstitucionalismo: trata-se de um movimento teórico de revalorização do direito constitucional, de uma nova abordagem do papel da 
constituição no sistema jurídico, movimento este que surgiu a partir da segunda metade do século XX. Visa refundar o direito constitucional com 
base em novas premissas como a difusão e o desenvolvimento da teoria dos direitos fundamentais e a força normativa da constituição, objetivando 
a transformação de um estado legal em estado constitucional. 
• Transconstitucionalismo: O conceito está relacionado à existência de problemas jurídico-constitucionais que perpassam às distintas ordens 
jurídicas, sendo comuns a todas elas, como, por exemplo, os problemas associados aos direitos humanos. 
 
1.2 Conteúdo das Normas Constitucionais 
 
Nem todas as normas que estão enunciadas na Constituição são materialmente constitucionais, isto é, nem todas têm conteúdo de norma 
constitucional. Algumas das que lá estão - tanto pela matéria de que tratam quanto pelo detalhamento da regulação - poderiam ser postas por outros 
veículos, como por exemplo, a lei ordinária. 
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Seu Sucesso é o Nosso Objetivo! 
Poderiam ser normas ordinárias ao invés de normas constitucionais e, logo, poderiam ser modificadas por lei ordinária e não por emenda 
constitucional. 
 
Exemplo 1: art. 242, § 2º da CF/88 - O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal – é uma norma 
FORMALMENTE constitucional (são as normas da Constituição que NÃO tratam de assuntos essenciais a uma Constituição). 
 
Exemplo 2: art. 18 da CF/88 - A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição – é uma norma MATERIALMENTE constitucional (são as normas da Constituição, que, 
além de formais, tratam de assuntos essenciais a uma Constituição). 
 
 
 
 
1.3 Sentido de Constituição 
 
• Constituição em sentido material – conjunto de normas, escritas ou não, cujo conteúdo seja considerado propriamente constitucional, isto é, 
essencial à estruturação do Estado, à regulação do exercício do poder e ao reconhecimento dos direitos fundamentais. 
• Constituição em sentido formal – documento escrito, por órgão soberano instituído com tal finalidade. Em geral, compreende tanto as normas 
materialmente constitucionais como normas formalmente constitucionais. 
 
Em geral, as constituições em sentido formal, como a nossa, possuem regras tanto materialmente constitucionais (arts. 18 a 43 da CF/88 - Da 
Organização do Estado), quanto possui regras formalmente constitucionais (art. 242, § 2º da CF/88). Estas últimas são consideradas constitucionais 
apenas formalmente, porque constam do texto constitucional e não porque tratam de assuntos relevantes ao Estado Brasileiro. 
 
1.4 A supremacia da Constituição Federal 
 
Pela sua própria natureza, a Constituição é tida como a primeira lei positiva (ápice do ordenamento 
jurídico). É a lei suprema do Estado brasileiro e fundamento de validade de todas as demais normas jurídicas, razão pela qual estas só serão válidas 
se estiverem em conformidade com as normas constitucionais. 
Assim, a supremacia da Constituição importa, num primeiro momento, o aspecto material (de forma 
que as leis e atos normativos não podem contrariar as normas constitucionais); e, também, um aspecto formal (pois é a Constituição que fixa a organização, 
a estrutura, a composição, as atribuições e o procedimento dos Poderes - estes nada podem senão pelo modo que prevê a Constituição). 
O sistema jurídico pátrio pode ser representado por uma pirâmide imaginária composta, basicamente por três níveis hierárquicos, vejamos: 
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Normas Constitucionais + Normas Infraconstitucionais + Normas Infralegais. 
 
Observe que: 
• Constituição (normas originárias e derivadas/conteúdo material e formal) + TIDH (3/5, em 2 turnos em cada Casa no CN). 
• Atos Normativos Primários = Lei Complementar (art. 61/64), Lei Ordinária (arts. 61/64), Lei Delegada (art. 68), Medida Provisória (art. 62), Decreto 
Legislativo (art. 49 da CF) e Resolução (arts. 51 e 52 da CF)+ Decreto Autônomo (art. 84, VI da CF). 
• Atos Normativos Secundários = Decreto Regulamentar (art. 84, IV da CF), Portaria, Regulamento, Resolução. 
Fique atento: 
• Poder Regulamentar – ato privativo do Chefe do Executivo. 
• Poder Normativo – de todos que detenham competência para editar atos normativos. 
Cuidado!!! 
• Posição dos Tratados Internacionais no OJ brasileiro. 
 
Não confunda!!! Ato normativo primário (A.N.P) extrai o seu fundamento de validade diretamente do texto constitucional; já o ato normativo secundário 
(A.N.S) extrai o seu fundamento de validade diretamente das leis. Logo, o ANP é passível de controle de constitucional e o ANS é passível de controle de 
legalidade. 
 
SUPER DICAS: 
- Não há controle de constitucionalidade de NC originária. O STF admite o controle de constitucional de NC derivada. 
- Não há hierarquia entre as normas constitucionais, pois todas são dotadas de supremacia. 
- Somente gozam de presunção absoluta de constitucionalidade as normas constitucionais originárias (ADI 185) e eventuais conflitos serão resolvidos 
com base nos princípios integradores. 
 
 
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1.5 Concepções de Constituição 
 
A constituição pode ser conceituada sob diversas acepções. Os conceitos mais consagrados pela doutrina, e de maior relevância histórica, são os conceitos 
sociológico, político e jurídico de Constituição. Modernamente, novos conceitos também vêm sendo elaborados. 
 
A) Concepção Sociológica: 
 
Proposta por Ferdinand Lassalle no livro "A essência da Constituição". Enxerga a Constituição sob o aspecto da relação entre os fatos sociais dentro 
do Estado. 
Para Lassalle havia uma Constituição real (ou efetiva – definição clássica – é a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada 
nação) e uma Constituição escrita. 
 
Ex.: CF/88 é uma constituição escrita, mas não passa de uma folha de papel - para Lassalle. 
 
Esta soma poderia ou não coincidir com a Constituição escrita, que sucumbirá se contrária à Constituição real ou efetiva, devendo se coadunar com 
a Constituição real ou efetiva.B) Concepção Política 
 
Defendida por Carl Schmitt no livro "Teoria da Constituição". Busca-se o fundamento da Constituição na decisão política fundamental que 
antecede a elaboração da Constituição - aquela decisão sem a qual não se organiza ou funda um Estado; ou seja, a partir dessa concepção o fundamento 
de uma Constituição não estaria contido em outras normas jurídicas ou em si mesma, mas na vontade política concreta que a antecede. 
O autor diferencia Constituição de Lei Constitucional. A 1ª traz as normas que decorrem da decisão política fundamental, normas estruturantes 
do Estado, que nunca poderão ser reformadas (para prejudicar/abolir). A 2ª será a que estiver no texto escrito, mas não for decisão política fundamental. 
 
Ex.: Estado unitário ou federação, Estado Democrático ou não, parlamentarismo ou presidencialismo, quais serão os direitos fundamentais, etc. – podem 
estar ou não no texto escrito. 
Ex.: art. 242, §§ 1º e 2º, CF – é matéria adstrita à lei, mas que está na Constituição (para Carl Schimtt é Lei Constitucional), podendo ser reformadas por 
processo de reforma constitucional. 
 
DICA: 
SSOCIOLÓGICO - LASSALE 
POLÍTTICO - SCHIMITT 
 
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C) Concepção Jurídica ou concepção puramente normativa da Constituição 
 
Defendida por Hans Kelsen no livro "Teoria Pura do Direito". A Constituição é puro dever-ser, norma pura, não devendo buscar seu fundamento 
na filosofia, na sociologia ou na política, mas na própria ciência jurídica. 
Para o autor a Constituição deve poder ser entendida no sentido: 
• lógico-jurídico: a Constituição é uma norma fundamental hipotética: fundamental porque é ela que nos dá o fundamento da Constituição; hipotética 
porque essa norma não é posta pelo Estado é apenas pressuposta. Não está a sua base no direito positivo ou posto, já que ela própria está no 
topo do ordenamento. 
• jurídico-positivo: é aquela feita pelo poder constituinte, constituição escrita, é a norma que fundamenta todo o ordenamento jurídico. 
 
Dessa concepção nasce a ideia de supremacia formal constitucional e controle de constitucionalidade, e de rigidez constitucional; ou seja, 
necessidade de proteger a norma que dá validade a todo o ordenamento. 
 
Ex.: a CF/88 - é algo que está no direito positivo, no topo na pirâmide. A norma infraconstitucional deve observar a norma superior e a Constituição, por 
consequência. 
 
D) Concepção Cultural (Total/Ideal) 
• A essência dessa concepção reside na ideia de que todas as concepções anteriores possuem fundamento; pois percebe a Constituição como 
realidade social, decisão política fundamental e norma suprema positivada. Comungando desse sentido: Konrad Hesse, com a “Força 
Normativa da Constituição” e Peter Harbele, com “A sociedade aberta dos intérpretes da Constituição”. No Brasil, Paulo Bonavides. 
 
1.5.1 CONCEPÇÕES MODERNAS SOBRE A CONSTITUIÇÃO 
 
• Força Normativa da Constituição – Konrad Hesse – critica e rebate a concepção tratada por Ferdinand Lassalle. A Constituição possui uma 
força normativa capaz de modificar a realidade, obrigando as pessoas. Nem sempre cederia frente aos fatores reais de poder, pois obriga. 
Tanto pode a Constituição escrita sucumbir, quanto prevalecer, modificando a sociedade. O STF tem utilizado bastante esse princípio da força 
normativa da Constituição em suas decisões. 
 
• Constitucionalização Simbólica – Marcelo Neves. Cita o autor que a norma é mero símbolo. O legislador não a teria criado para ser concretizada. 
Nenhum Estado Ditatorial elimina da Constituição os direitos fundamentais, apenas os ignora. Ex.: salário-mínimo que “assegura” vários direitos. 
 
• Constituição Aberta – Peter Häberle e Carlos Alberto Siqueira Castro. Leva em consideração que a Constituição tem objeto dinâmico e aberto, 
para que se adapte às novas expectativas e necessidades do cidadão. Se for aberta, admite emendas formais (EC) e informais (mutações 
constitucionais), está repleta de conceitos jurídicos indeterminados. Ex.: art. 5º, XI, CF – no conceito de “casa” está incluso a casa e o escritório 
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onde exerce atividade profissional. A ideia dele é que nós devemos urgentemente recusar a idéia de que a interpretação deve ser monopolizada 
exclusivamente pelos juristas. Para que a Constituição se concretize é necessário que todos os cidadãos se envolvam num processo de 
interpretação e aplicação da constituição. O titular o poder constituinte é a sociedade (POVO), por isso ela deve se envolver no processo 
hermenêutico de materialização da Constituição. Essa ideia abre espaço para que os cidadãos participem cada vez mais nessa interpretação. 
 
1.6 Estrutura da CF/88 
 
A CF/88 é dividida em 3 partes básicas: preâmbulo, corpo fixo (texto constitucional propriamente dito) e ADCT, vejamos (bloco de 
constitucionalidade): 
 
Preâmbulo 
+ 
Corpo Fixo 
+ 
ADCT 
Emendas Constitucionais Atos 
Internacionais Equivalentes à EC 
 
Fique atento!!! 
• No texto constitucional há normas constitucionais originárias (advindas do poder constituinte originário) e normas constitucionais derivadas 
(advindas do poder constituinte derivado) e entre elas não há que se falar em hierarquia. 
• No texto constitucional não existe hierarquia entre o corpo principal (corpo fixo) da CF/88 e as normas da ADCT (possuem a mesma hierarquia) 
e, em caso de colisão do corpo fixo e o ADCT então usaremos como critério para solução do conflito o princípio da especialidade/harmonização 
(aplica-se a norma mais específica ao caso concreto). 
Assim, não há dúvida de que todas as normas do corpo fixo e do ADCT, em regra, podem ser consideradas parâmetro do controle, mas o mesmo 
não pode ser dito do preâmbulo (ADI 2070 – preâmbulo é fonte política). 
• O Preâmbulo não serve como parâmetro de controle de constitucionalidade, pois não tem força cogente, porém as outras partes da 
Constituição sim, logo o ADCT serve como parâmetro de controle de constitucionalidade de leis e atos normativos e tem força cogente. 
 
Obs.: O ADCT possui regras de transição (do regime constitucional anterior para o novo regime) + regras transitórias (eficácia exaurida tão logo ocorra 
a situação nela prevista). 
 
1.6.1 Princípio da Unidade Constitucional 
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Entende-se que a Constituição deve ser compreendida como um "corpo uno", sem que haja hierarquia entre as normas, apesar de sua 
divisão. Para Gilmar Mendes (2016), “segundo essa regra de interpretação, as normas constitucionais devem ser vistas não como normas isoladas, mas 
como preceitos integrados num sistema unitário de regras e princípios, que é instituída na e pela própria Constituição. Em consequência, a Constituição só 
pode ser compreendida e interpretada corretamente se nós a entendermos como unidade...”. 
 
1.6.2 A posição dos Tratados Internacionais no ordenamento jurídico pátrio 
 
PARA A PROVA: 
• Os tratados internacionais de direitos humanos incorporados segundo o procedimento do artigo 5º, § 3º, da Constituição Federal/88, possuem 
status norma constitucional equivalente a Emenda Constitucional. Deste modo, pode vir a ser considerada como parâmetro para controle de 
constitucionalidade, assim como as demais normas da Constituição da República. 
 
• Os tratados internacionais de direitos humanos não incorporados segundo o procedimento do artigo 5º, § 3º, da Constituição Federal/88, possuem 
status hierárquico de Norma Supralegal, conforme restou consolidado na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 
 
• Os tratados internacionaisque versem sobre qualquer outro assunto, que não de direitos humanos, possuem status hierárquico de norma 
infraconstitucional equivalente a Lei Ordinária. 
 
 
 
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DICA: Atualmente há apenas um tratado internacional aprovado com status de emenda constitucional, a saber, o DECRETO Nº 6.949, DE 25 DE AGOSTO 
DE 2009, mais conhecido como Convenção de Nova York - Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – possui status constitucional 
(integra o chamado Bloco de Constitucionalidade). 
 
DICA: Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) – possui status supralegal. 
 
BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE 
• Consiste no conjunto de normas que funcionam como parâmetro para a realização do controle de constitucionalidade, isto é, que servem 
para o confronto de aferição de constitucionalidade das demais normas que integram o Ordenamento Jurídico. 
• No conceito de bloco de constitucionalidade inserem-se normas que não estão necessariamente expressas no texto constitucional. 
• A figura do bloco de constitucionalidade no Brasil é composta pelas normas expressamente constantes da CF/88, além daquelas previstas 
nos tratados internacionais sobre direitos humanos – aprovados com quórum exigido –, dos princípios e dos direitos fundamentais implícitos, sendo 
certo que podemos afirmar que há alargamento do paradigma do controle de constitucionalidade. 
 
 
Assunto 2: FENÔMENOS QUE SURGEM COM A NOVA CONSTITUIÇÃO 
 
• Teoria da Revogação Global – a Nova Constituição revoga a Constituição Anterior. 
 
Por esse fenômeno jurídico a Constituição anterior deixa de produzir seus efeitos jurídicos. Como são normas de mesma hierarquia e versam sobre matéria 
constitucional, aplica-se o princípio geral do direito no sentido de que a lei nova revoga completamente a anterior. 
 
• Teoria da Desconstitucionalização – a Nova Constituição dispõe que alguns (ou todos) dispositivos da Constituição Anterior serão mantidos 
válidos perante o novo OJ, mas não sob a forma de NC, mas sim sob a forma de NI. 
 
Fenômeno ainda não inteiramente absorvido pela doutrina, contestado mesmo por uma grande parte dos doutrinadores, segundo o qual algumas normas 
da Constituição anterior permaneceriam vigentes sob a forma de lei ordinária. 
Ocorre quando a nova ordem constitucional se queda silente sobre algumas normas constantes da Constituição anterior, deixando de revogá-la, tácita ou 
expressamente, permitindo, assim, que continue a viger como lei infraconstitucional; pois não é um fenômeno automático, e, para acontecer deverá vir 
expresso no novo texto constitucional. 
DICA: não existe no Brasil, pois com a entrada em vigor de uma nova Constituição, a antiga foi totalmente revogada. 
 
• Teoria da Recepção – se houver compatibilidade de conteúdo (assunto) com a Nova Constituição, as normas do direito ordinário serão bem-vindas 
e recebidas perante o novo OJ e continuarão produzindo seus efeitos jurídicos. 
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Por esse fenômeno jurídico a norma jurídica infraconstitucional é entendida como compatível com o novo texto constitucional, condicionada a sua 
interpretação e o seu significado aos novos parâmetros estabelecidos pela nova ordem constitucional. 
Destarte, diz-se que a norma foi recepcionada pela nova Constituição, vale dizer, que foi acolhida e incorporada à nova ordem constitucional porque 
compatível com os termos da nova Constituição. 
Essa recepção vem ao encontro do princípio da segurança jurídica e mesmo da economia legislativa, uma vez que inexiste razão técnico-jurídica para a 
retirada da norma infraconstitucional em perfeita harmonia com o novo ordenamento constitucional. 
Vale ressaltar que a recepção é um fenômeno de natureza material porque não analisa o processo legislativo que fundamentou a elaboração da norma, 
fixando-se na análise de seu conteúdo; além do que, a norma que reger o processo legislativo é a que existia no momento de sua elaboração e não as 
normas de uma constituição futura. 
 
Lembrando que as alterações futuras só podem ser realizadas de acordo com o novo processo legislativo previsto na CF. 
 
 • Teoria da Repristinação – art. 2º, § 3º da LINDB. 
 
Por esse outro fenômeno jurídico, uma norma infraconstitucional anteriormente revogada, de maneira tácita, pela anterior ordem jurídica, é restaurada pela 
nova ordem constitucional. 
Significa, pois, a revalidação de uma norma revogada pela Constituição, mas que se apresenta compatível com a nova Carta Constitucional. A repristinação, 
por razões de segurança jurídica, somente é admissível em nosso sistema jurídico se e quando expressamente prevista e autorizada. 
DICA: não confunda com o efeito repristinatório que ocorre em sede de decisão de Adin; que ocorre em situações em que dada lei revogadora é declarada 
inconstitucional e a revogada volta a produzir efeitos automáticos. 
 
Cuidado!!!! MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL = Mutação constitucional é um processo informal de alteração do conteúdo da CF sem que haja qualquer 
modificação em seu texto, ou seja, o conteúdo da constituição é modificado, mas o texto permanece o mesmo. Norma é produto da interpretação do texto. 
 
 
Assunto 3: CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
 
Como é possível atribuir mais de um significado para a palavra Constituição, desde a usual ideia de estrutura até a ideia de Lei Fundamental de um 
Estado, é indispensável a realização de uma classificação para que sejam desvendados os vários sentidos que a expressão deve receber. 
 
As Constituições dos diversos países do mundo não são iguais entre si. Contudo, podem ser classificadas de acordo com três critérios básicos – a 
forma, a origem e estabilidade - que por sua vez se subdividem em outros: 
 
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a) Quanto à forma. 
• Escrita (ou instrumentais ou positivistas) – as regras estão codificadas e sistematizadas em um texto único e solene. 
 
• Não escrita (ou costumeiras) – as regras não estão codificadas em um texto único, mas resultam de leis esparsas, da jurisprudência, assim como 
dos próprios costumes. Também chamadas de costumeira. 
 
A Constituição escrita, quanto à sua extensão (tamanho), pode ser: analítica – quando busca enfocar todas as hipóteses do universo jurídico 
atingido, contém um número elevado de artigos e possui normas constitucionais materiais e formais e sintética – estabelece apenas os preceitos 
fundamentais e os limites impostos ao Estado, contém um reduzido número de artigos e possui somente normas constitucionais materiais. 
 
b) Quanto à origem. 
• Promulgada – elaborada por um órgão constituinte composto de representantes legitimamente eleitos pelo povo de forma livre e consciente. 
Também denominadas de democráticas ou populares. 
• Outorgada – elaborada sem a participação de representantes eleitos pelo povo, sendo imposta pelo governante, sem um processo regular de 
escolha dos constituintes. São as denominadas Cartas Constitucionais. 
 
Pode-se acrescentar aqui outro tipo de Constituição não propriamente promulgada ou outorgada, ainda que criada com a participação popular – é a 
chamada Constituição Cesarista (por ter sido um método utilizado por Napoleão Bonaparte nos denominados plebiscitos napoleônicos) porque é 
formalizada por plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um imperador ou um ditador; a participação popular, nesses casos, não é democrática, 
pois visa apenas ratificar a vontade do detentor do poder. 
Assim, alguns doutrinadores afirmam que o processo de positivação ou efetivação de umaConstituição pode se dar através da promulgação, outorga, 
referendo ou plebiscito. 
 
c) Quanto à estabilidade. 
• Rígida – é aquela que, embora seja modificável, exige um procedimento especial de alteração dos preceitos constitucionais, mediante processos, 
solenidades e exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis que os de formação das leis ordinárias e complementares. São também 
denominadas condicionais. 
• Semi-rígida – é aquela que explicita matérias modificáveis por quórum simples e matérias modificáveis por quórum especial; ou seja, algumas 
normas constitucionais exigem um procedimento especial de alteração e outras não. 
• Flexível – é aquela que não exige um procedimento especial de modificação, podem ser modificadas pelo legislador, segundo o mesmo processo 
de elaboração das leis ordinárias, sendo aprovada por maioria simples. São também denominadas não condicionais. 
 
Cumpre esclarecer que as Constituições que não podem ser alteradas são denominadas de “imutáveis”. 
 
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Por fim, há quem classifique uma Constituição como super-rígida, que é aquela que, além de exigir um procedimento mais complexo para sua 
alteração, possui partes imutáveis (cláusulas pétreas) pelo legislador ordinário, posição sustentada pelo professor Alexandre de Moraes quando diz que a 
nossa atual Constituição Federal de 1988 é super-rígida quanto à estabilidade. No entanto, a nossa Constituição apenas impede alterações que reduzam 
ou que venham a abolir direitos. 
 
Podemos ainda classificar a Constituição: 
 
d) Quanto à elaboração. 
• Dogmática – será sempre escrita e elaborada por um órgão constituinte, sistematizando os dogmas (pontos fundamentais de uma doutrina) ou as 
ideias fundamentais da teoria política e do Direito dominante naquele momento. 
• Histórica – são sempre costumeiras, não escrita e resultante de morosa formação histórica e do lento evoluir das tradições que se cristalizam como 
normas fundamentais da organização de determinado Estado. 
 
e) Quanto à função ou objeto (finalidade). 
• Garantia (1ª geração: negativas ou liberais) – é aquela que visa a garantir a proteção dos componentes do Estado, assegurando liberdades e 
limitando o poder existente, estabelecendo apenas um quadro com princípios fundamentais, deixando largo espaço para a interpretação 
jurisprudencial. 
• Dirigente (2ª geração: positivas ou sociais) – é aquela que contém um projeto político de Estado a ser desenvolvido, com o cumprimento de metas 
estabelecidas a serem alcançadas. Também denominada de programática ou compromissória. 
• Balanço – é aquela que descreve e registra o poder estabelecido. Foi concebida por juristas da antiga União Soviética e que buscavam registrar as 
conquistas sociais de forma a torná-las irreversíveis, promulgando uma nova ordem constitucional a cada etapa da evolução. 
 
 f) Quanto à ideologia 
• Eclética, pluralista, complexa: possui uma linha política indefinida, equilibrando diversos princípios ideológicos. 
• Ortodoxa ou simples: possui linha política bem definida, traduzindo apenas uma ideologia. 
 
g) Quanto ao conteúdo 
• Materiais – são constituições que consagram como normas constitucionais todas as leis, tratados, convenções desde que tratem de assuntos 
essencialmente constitucionais (materialmente constitucionais) 
• Formais – são constituições que possuem conteúdo tanto material quanto formal. 
 
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A partir de 1891 o Brasil passou a adotar as Constituições Formais, sem divisão entre as suas normas, privilegiando a forma, o estereótipo em 
privilégio ao conteúdo de seus dispositivos. É claro que se analisa a essência das normas, mas não há distinção hierárquica alguma entre as normas que 
estão em nossa Constituição. 
A Constituição é um todo harmônico que não possibilita verdadeiras antinomias entre os seus dispositivos. Em regra, as Constituições escritas são 
também formais. 
 
h) Quanto à correspondência com a realidade 
• Normativas – estão em consonância com a vida do Estado e conseguem efetivamente regular a vida política desse Estado. 
• Nominativas – não conseguem efetivamente cumprir o papel de regular a vida política do Estado, apesar de elaboradas com este intuito. 
• Semânticas – desde a sua elaboração não têm o objetivo de regular a vida política do Estado, limitando-se apenas em dar legitimidade formais aos 
atuais detentores do poder. 
 
Apesar a divergência doutrinária, entende-se que a CF/88 ainda não conseguiu atingir os seus objetivos principais, portanto pode ser considerada 
nominativa. 
 
Atenção!!! Pode-se inferir que a Constituição Federal vigente é: escrita, analítica, promulgada, rígida, dogmática, eclética com normas constitucionais 
materiais e formais e nominativa. Além disso, seria dirigente, pois possui normas prevendo programas a serem desenvolvidos; como a saúde, a educação, 
etc., bem como garantia, pois estabelece direitos e garantias; tais como os previstos no Título II da CF/88. 
 
A CF/88 é PROFERIDA: PROmulgada Formal Escrita Rígida Dogmática Analítica. 
 
 
Assunto 4: PODER CONSTITUINTE 
 
• Quem foi o grande teórico do Poder Constituinte? Joseph Sieyès (Abade de Sieyès), com o livro “ Que é o terceiro Estado?” (no BR: “A 
constituinte burguesa”). 
• Divisão: Poder Constituinte Originário (Histórico e Revolucionário) e Poder Constituinte Derivado (Revisão, Reforma e Decorrente). 
 
• Poder Constituinte Originário: quanto às suas características são: inicial, ilimitado, incondicionado, soberano, absoluto, autônomo - ; ou seja, 
pode tudo, não tem limites, pois pode até acabar com as cláusulas pétreas e as Convenções Internacionais, mas para os jusnaturalistas, mesmo 
sendo o Poder Constituinte inicial e ilimitado, ele enfrenta limites no Direito Natural. 
 
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• Poder Constituinte Derivado: quanto às suas características são: derivado, limitado, condicionado. Ao criar uma Constituição, o PCO 
normalmente estabelece um Poder Constituinte Derivado, ou seja, atribui a um órgão o poder de alterar dispositivos da Constituição na forma e nos 
demais limites fixados por ele próprio. 
 
MUITO IMPORTANTE!!! PODER CONSTITUINTE DERIVADO: 
 
Embora as Constituições normalmente sejam elaboradas para vigorar por prazo indeterminado, com o passar do tempo mostra-se necessária sua 
adaptação à realidade social, como forma de garantir a própria continuidade institucional. 
Assim, ao criar uma Constituição, o Poder Constituinte Originário normalmente estabelece um Poder Constituinte Derivado, ou seja, atribui 
a um órgão o poder de alterar dispositivos da Constituição na forma e nos demais limites fixados por ele próprio. 
 
São eles: 
• Poder Constituinte Derivado de Revisão - art. 3º do ADCT. 
• Poder Constituinte Derivado de Reforma (ou de Emendabilidade) – art. 60 da CF/88. 
• Poder Constituinte Derivado Decorrente – arts. 25 e 32 da CF/88. 
 
 
A) Poder Constituinte Derivado de Revisão - art. 3º do ADCT. 
O Poder Constituinte Derivado de Revisão ocorre quando são exigidas menores formalidades e podem ocorrer alterações simultâneas em diversos 
dispositivos constitucionais. Dessa forma, é o poder responsável pela revisão constitucional e, assim como o reformador, esse poder é derivado do poder 
constituinte originário - é de caráter jurídico, limitado e condicionado. Para Paulo Bonavides, a revisão é via extraordinária e a reforma é a via ordinária (via 
comum). 
 
B) Poder Constituinte Derivado de Reforma (ou de Emendabilidade) – art. 60 da CF/88. 
Este poderpressupõe a existência de uma Constituição, e nesta há expressa previsão de como poderá ser alterado o texto constitucional, tarefa que 
cabe ao legislador ordinário. Há limitações ao Poder Constituinte Derivado de Reforma (art. 60, CF/88): 
- Limitação Temporal: art. 3º do ADCT. 
- Limitação Circunstancial: art. 60, § 1º da CF/88. 
- Limitação Formal (ou processual): art. 60, I, II e III (subjetiva) + §§ 2º, 3º e 5º (objetiva) da CF/88. 
- Limitação Material: art. 60, § 4º da CF/88 (explícitas) e (implícitas que estão espalhadas na CF + vide art. 
5º, 2º, CF). 
b.1) Limitação Temporal: 
Significa que dentro de um determinado período de tempo não pode haver alteração na Constituição, ou seja, vedam-se alterações durante certo 
tempo após a vigência da Constituição original (ver art. 3º do ADCT). 
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b.2) Limitação Circunstancial: 
Desde 1934 estatui-se um tipo de limitação ao poder de reforma, qual seja a de não se proceder a 
reforma na Constituição em certas circunstâncias. 
 É aquela que suspende a tramitação das propostas de emenda em circunstâncias que indiquem 
instabilidade institucional; ou seja, são situações de extrema gravidade e serve para evitar a modificação constitucional de foram precipitada (art. 60, § 1º, 
CF). 
São três as situações: intervenção federal (art. 34/36, CF), estado de defesa (art. 136, CF) e estado 
de sítio (art. 137/139, CF); pois são períodos de legalidade extraordinária. 
 
b.3) Limitação Formal ou Processual: 
Formal porque está relacionada a uma formalidade, processual porque está relacionada a um 
procedimento de elaboração. 
O art. 60, nos incisos I, II e III, trata da iniciativa, ou seja, quem pode propor um projeto de emenda 
constitucional (PEC); nos seus §§ 2º, 3º e 5º, como deve ser o procedimento para emendar a Constituição. Tem-se, então, a limitação formal pode ser 
dividida em: subjetiva e objetiva. 
 
 • Subjetiva – está ligada ao sujeito (competência). Art. 60, incisos I, II e III. 
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. 
II – do Presidente da República. 
III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa 
de seus membros. 
 
Obs.: Casa Iniciadora – é aquela que dá início ao processo legislativo e Casa Revisora – é aquela que dá continuidade ao processo legislativo; podendo 
inclusive encerrá-lo e isso acontece somente na esfera federal por causa do bicameralismo. 
 
Vale ressalta que a única participação do Presidente da República no processo de emenda à 
Constituição é a iniciativa. 
De acordo com o entendimento do STF não cabe iniciativa popular de Emenda, conforme está escrito no 
art. 60, I, II e III da CF, que é uma norma excepcional, é uma exceção à regra geral, pois de acordo com a teoria geral do direito as normas excepcionais 
devem ser interpretadas restritivamente. 
Porém o ilustre professor José Afonso da Silva sustenta que há a possibilidade de iniciativa popular de emenda por meio de uma interpretação 
sistemática da Constituição; por analogia legis aplicar-se-ia o procedimento previsto no art. 61, § 2º, da CF. No entanto este não é o entendimento majoritário. 
É importante lembrar que não existe diferença na legitimidade para propor lei complementar e lei 
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ordinária, pois a iniciativa é idêntica, o que difere é a matéria tratada em ambos os casos e o processo de aprovação. 
 
 • Objetiva – está ligada ao processo. Art. 60, §§ 2º, 3º, e 5º, da CF. 
 
IMPORTANTE!!!! O trâmite acontece da seguinte maneira: a proposta será discutida e votada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em dois 
turnos, com a obtenção em cada um deles de três quintos (3/5) dos votos dos respectivos membros de cada Casa. 
Se aprovada, a emenda constitucional será promulgada (é a fase do processo legislativo onde a norma passa a existir no mundo jurídico) pelas Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal com o seu respectivo número de ordem (presidente, 1º vice-presidente, 2º vice-presidente, 1º, 2º, 3º e 4º 
secretários). 
Cumpre ainda destacar que a matéria de constante de emenda constitucional rejeitada ou prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma 
sessão legislativa (02 de Fev a 17 de Jul – 01 de Ago a 22 de Dez). 
Após esse trâmite é publicada a Emenda Constitucional. 
Não existe sanção nem veto em Emenda Constitucional; pois são atos privativos do Poder Executivo. 
 
b.4) Limitação Material: 
São as chamadas limitações materiais explícitas, cláusulas pétreas ou núcleos constitucionais 
intangíveis; ou seja, parte da Constituição que não podem ser modificadas por emendas constitucionais para abolir direitos. 
As cláusulas pétreas significam intangibilidade material, pois seu núcleo essencial tem que ser 
preservado. Isso não significa intangibilidade literal. Ela pode ser alterada, uma vez que podem ser ampliadas, o que não pode é ser restringidas. São 
materialmente intocáveis pelo Poder Constituinte Reformador os princípios que, desrespeitados, causariam a ruptura do sistema constitucional e eles só 
poderão ser retirados da Constituição se houver uma nova Assembleia Nacional Constituinte, que, como se sabe, não encontra limites. 
O art. 60, § 4º, incisos I a IV, da CF estão dispostas as cláusulas pétreas explícitas e são os seguintes 
casos: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e garantias individuais. Temos 
ainda as cláusulas pétreas implícitas, são aquelas que, apesar de não estarem previstas no § 4º do art. 60, mas por uma dedução lógica se entende que 
não podem ser modificadas, alteradas, que são: a forma republicana e o sistema presidencialista. Esta não é a posição da maioria doutrinária Todo o art. 
60, da CF, deve ser considerado como uma cláusula pétrea implícita, porque não há na Constituição nenhum artigo dizendo que ele pode ser alterado. 
 
C) Poder Constituinte Derivado Decorrente – arts. 25 e 32 da CF/88. 
 
É aquele atribuído aos Estados-membros e também ao Distrito Federal de se auto-organizarem de 
acordo com suas próprias Constituições, respeitando os princípios constitucionais impostos (de forma explícita ou implícita) pela Constituição Federal. 
Existe no país que adota a forma federativa de Estado (arts. 25 e 32, da CF/88). Note-se que é possível ampliar esse poder para englobar os Municípios, 
uma vez que recebem poderes diretamente da Constituição Federal (há divergência). 
O Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu que a Lei Orgânica do Distrito Federal constitui 
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instrumento normativo primário que equivale às Constituições promulgadas pelos Estados-membros. 
 
O professor José Afonso da Silva leciona que as limitações impostas ao constituinte estadual são dividas 
em dois tipos de regras: 
 uma de natureza vedatória – quando estabelecem obrigação de não fazer, a exemplo da proibição de o 
Estado não intervir em um Município, ressalvadas as hipóteses do art. 35 da CF e, 
 
 as de natureza mandatórias – quando determinam, de forma expressa e direta, os princípios que os Estados devem observar na sua auto-
organização, a exemplo do art. 37 da CF. 
 
Outra espécie de limitação são os princípios constitucionais sensíveis, ou seja, aqueles 
expressamente enumerados na Constituição Federal, cuja observância pelos Estados se mostra imprescindível para a preservação da ordem constitucional 
e cujo desrespeitopode levar à intervenção federal no Estado ou no DF (inciso VII, do art. 34, da CF/88). 
Alguns princípios da Constituição Federal são de observância necessária pelos Estados-membros e pelo DF na sua auto-organização e 
administração. 
Por fim, pelo princípio da simetria, as regras previstas nas Leis Orgânicas Municipais não podem desatender ao comando previsto na Constituição 
Estadual para hipótese similar, bem como a Constituição Estadual deve seguir os comandos da Constituição Federal. 
 
DICAS: 
• Enquanto o poder originário é um poder político (ou poder de fato), o derivado é um poder jurídico. 
• A titularidade do PCO – Povo; mas quem exerce é o Estado (Assembleia Nacional Constituinte). Estado Democrático. 
• A titularidade do PCD – Representantes do povo no Congresso Nacional. Estado Absolutista. 
• Durante a intervenção federal (art. 34/36, CF), estado de defesa (art. 136, CF) e estado de sítio (art. 
137/139, CF); durante esse período poderá haver discussão de PEC, mas não aprovação. 
• Entendimento do STF não cabe iniciativa popular de Emenda Constitucional. 
• Não existe sanção nem veto em Emenda Constitucional; pois são atos privativos do Poder Constituinte Derivado. 
• As cláusulas pétreas podem ser alteradas, uma vez que podem ser ampliadas, o que não pode é ser restringidas/abolidas. 
 
Fique atento! 
• Poder Constituinte Difuso - Dá fundamento ao fenômeno denominado de mutação constitucional. Por meio da mutação constitucional, são dadas 
novas interpretações aos dispositivos da Constituição, mas sem alterações na literalidade de seus textos, que permanecem inalterados. 
• Poder Constituinte Supranacional - Fonte de validade na cidadania universal. Busca a sua fonte de validade na cidadania universal, no 
pluralismo de ordenamentos jurídicos, na vontade de integração e em um conceito remodelado de soberania. Há a tendência mundial de superação 
do constitucionalismo provinciano ou paroquial pelo “transconstitucionalismo”. 
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Assunto 5: EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
A norma, ao ser elaborada, para que possa ser objeto de cobrança, impondo o ajuste de condutas 
individuais, deve possuir vigência, ou seja, deve se apresentar válida. Essa caraterística depende de requisitos técnico-formais, tais como a obediência ao 
procedimento previsto para elaboração da norma (processo legislativo), do respeito à vacatio legis, ou seja, aguardar um período previsto para que depois 
da publicação, a lei ingresse no mundo jurídico. 
Anote-se desde logo que a vigência de uma norma é pressuposto lógico de sua aplicabilidade. 
Nem sempre, contudo, a vigência é suficiente para que a norma tenha eficácia. 
Todas as normas constitucionais são dotadas de eficácia jurídica, porém nem todas possuem 
efetividade (aplicabilidade). 
 
Não confunda: 
• Eficácia jurídica é a possibilidade da norma ser aplicada, é sua aptidão para gerar efeitos. 
• Eficácia social é a efetividade, é a norma ser realmente obedecida e aplicada no mundo prático. 
 
Ex.: art. 5º, XXXII, da CF diz que o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do Consumidor. O legislador quis proteger o consumidor, mas para proteger 
o consumidor deveria haver uma lei (essa proteção teria que se dá na forma de uma lei). Se não houver essa lei, ainda assim haverá uma eficácia reduzida, 
posto que não poderá existir norma posterior confrontando o disposto na Constituição. 
 
É indubitável que inexiste norma constitucional despida de eficácia, já que, por si só, ela terá o condão 
não apenas de revogar normas anteriores que com ela sejam incompatíveis, mas também de impedir o ingresso no ordenamento jurídico de quaisquer 
normas que com ela colidam. 
A classificação pode ser aplicada tanto em relação às normas prescritivas (que impõem obrigação de 
fazer – exemplo do inciso LXXIV, do art. 5º, da CF), quanto em relação às normas proibitivas (que impõem obrigação de não fazer – exemplo do inciso 
XXXVII, do art. 5º, da CF). 
Não são todas as normas Constitucionais que são capazes de sozinhas produzirem todos seus efeitos 
essenciais. Segundo a doutrina majoritária e de acordo com os efeitos imediatos que produzem no mundo jurídico e, pensando nisso o José Afonso da 
Silva subdividiu a eficácia das normas em: 
 
A. Normas de eficácia Plena. 
B. Normas de eficácia Contida. 
C. Normas de eficácia Limitada. 
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Vejamos cada uma: 
 
a) Normas Constitucionais de Eficácia Plena. 
São autoexplicáveis e também costumam ser denominadas completas, autoexecutáveis, bastantes em 
si, ou ainda, normas de aplicação; pois não necessitam de qualquer outra disciplina legislativa para terem aplicabilidade, a exemplo da inviolabilidade de 
domicílio prevista no art. 5º, XI, da CF/88. 
São aquelas normas de aplicabilidade imediata, direta, integral; ou seja, não dependem de regulamentação. 
Pertencem a esta categoria, de um modo geral, as normas que contenham proibições, vedações, 
isenções, imunidades, prerrogativas e aquelas que não indicam processos especiais para a sua execução ou que já se encontram suficientemente 
explicitadas na definição dos interesses nelas resguardados. 
 
Exemplos: artigos 1º, 2º, 13, 14 – § 2º, 17 – § 4º, 37 – inciso III, 69, 76, entre outros da CF/88. 
 
Compreendendo: Art. 18, §1º da CF – Que diz que Brasília é a Capital Federal; Art. 84, I da CF – Compete privativamente ao Presidente da República; 
Art. 5º, IV da CF – Livre manifestação do pensamento, vedando o anonimato. Não preciso de lei nenhuma me explicando esses dispositivos, são normas 
de eficácia plena. 
 
Dica: o verbo do artigo ou do inciso é o verbo ser no presente do indicativo (é/são); não aparecem as expressões: 
nos termos da lei, de acordo com a lei, etc. 
 
Resta, pois, demostrado que as normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que já 
contêm em si todos os elementos necessários para sua aplicação, independendo, assim, de norma regulamentadora. 
 
b) Normas Constitucionais de Eficácia Contida. 
São aquelas que trazem em seu sentido a previsão de que uma legislação subalterna (inferior) poderá 
compor seu significado. Esta norma subalterna pode restringir o alcance da norma constitucional com autorização da própria Constituição, a exemplo do 
disposto no § 1º do art. 9º da CF/88. 
São aquelas normas que têm aplicabilidade imediata, direta, integral e plena, mas podem ter reduzido o seu alcance pela atividade do 
legislador ordinário, em virtude de autorização constitucional. 
São também chamadas de normas de eficácia redutível ou restringível. 
A eficácia da norma contida também pode ser restringida ou suspensa pela incidência de outras normas 
constitucionais, a exemplo da liberdade de reunião, que mesmo estando consagrada no art. 5º, XVI, da CF/ 88 está sujeita a restrição ou suspensão em 
períodos de estado de defesa ou de sítio. 
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Vale lembrar que, enquanto o legislador não produzir a norma restritiva, a norma de eficácia contida terá 
aplicabilidade plena e imediata. 
 
Exemplos: artigos 5º - incisos VIII, XIII, XV, XXVII, XXXIII, LX, 9º c/c § 1º, 170 – § único, 184, entre outros da CF/88. 
 
Compreendendo: Art. 5º, LVIII – O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei – O direito 
não é absoluto – pode ser que venha uma lei e a lei restrinja o exercício desse direito – Como é o caso do sujeito que faz parte uma organização criminosa 
– já que a lei que trata de organizaçãocriminosa prevê que o sujeito que faz parte desse tipo de organização se sujeitará a identificação criminal; Art. 5º, 
XVI – Liberdade de reunião – prevê algumas limitações – todos podem reunir-se pacificamente sem armas, em local aberto ao público, desde que não 
haja outra reunião no mesmo horário, tem que avisar (comunicar) previamente. Esse direito pode sofrer restrição por uma outra norma Constitucional, 
como o Art. 136, I alínea “a” (restringe o direito de reunião) e o art. 139, IV da CF (direito a reunião durante o Estado de Sítio pode ficar suspenso) – A 
incidência de uma norma Constitucional que restringe o direito previsto em outra. 
 
Dica: o verbo do artigo ou do inciso está no futuro e aparece a palavra lei. 
 
Resta, pois, demonstrado que a norma constitucional de eficácia contida, embora não dependa de lei 
regulamentadora para ser aplicada, pode ter sua abrangência reduzida por outra norma. 
 
P: Qual a diferença entre a NC de Eficácia Plena e NC de Eficácia Contida? 
Resposta: apesar de ambas possuírem aplicabilidade imediata, se diferenciam pela possibilidade de futura restrição em seu âmbito de eficácia. As normas 
de eficácia plena são aquelas que produzem a plenitude dos seus efeitos, independentemente de complementação por norma infraconstitucional. São 
revestidas de todos os elementos necessários à sua executoriedade, tornando possível sua aplicação de maneira direta, imediata e integral. De outro lado, 
as normas de eficácia contida são aquelas que, de início, produzem a plenitude dos seus efeitos, mas podem ter o seu alcance restringido pela legislação 
infraconstitucional. Tais normas também possuem aplicabilidade direta, imediata e integral, mas o seu alcance poderá ser reduzido, em razão da existência, 
na própria norma, de uma cláusula expressa de redutibilidade. 
 
c) Normas Constitucionais de Eficácia Limitada. 
São aquelas normas de eficácia incompletas, não bastante em si, de eficácia relativa, de integração 
complementável, ou seja, normas constitucionais que não são autoaplicáveis que dependem de interposta lei (complementar ou ordinária) para gerar seus 
efeitos principais. 
São aquelas normas que dependem da emissão de uma normatividade futura, em que o legislador 
ordinário, integrando-lhes a eficácia, mediante lei, lhes dê capacidade de execução em termos de regulamentação dos interesses visados; ou seja dependem 
de norma infraconstitucional. 
São aquelas normas cuja aplicabilidade é mediata, indireta e reduzida. 
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Exemplos: artigos 5º - incisos XXVIII, XXIX E XXXII, 7º - incisos IV, XXIII e XXVII, 37 – incisos I e VII, 153 – inciso VII, entre outros da CF/88. 
 
Compreendendo: Art. 5º, XXXII – O Estado promoverá na forma da lei a defesa do Consumidor – Para o estado proteger o consumidor o Estado precisa 
de Lei; Art. 37, VII da CF – O direito de Greve do servidor público será exercido nos termos e nos limites de Lei específica; Art. 153, VII da CF – Compete 
a União instituir Impostos sobre Grandes Fortunas – dependendo de lei complementar – só quando a lei complementar vier é que esse dispositivo poderá 
produzir todos os seus efeitos; Art. 7º, XXVII – São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a proteção da automação na forma de Lei – a aplicabilidade 
desses dispositivos é de norma de eficácia limitada 
Dica: aparece a expressão: a lei estabelecerá ou na forma da lei, etc. 
 
Importante ponderar, ademais, tal como visto na introdução, que essas normas constitucionais limitadas 
não são totalmente despidas de eficácia. Ou seja, elas podem até não ter, momentaneamente eficácia social, porém, sempre terão o condão de revogar as 
normas do sistema jurídico que com ela colidam, além de impedir o ingresso no ordenamento de normas incompatíveis com seus preceitos. 
 
Neste tópico pode, ainda, existir uma subdivisão classificatória: 
 
• Normas de Princípio Institutivo – (ou organizatório) são aquelas que dependem da lei para dar corpo às instituições, pessoas e órgãos previstos 
na Constituição, a exemplo os artigos 18 - § 3°, 25 – § 3º, 224, entre outros da CF/88. 
A norma de princípio institutivo pode ser impositiva (quando determina ao legislador a edição de lei integradora, a exemplo o art. 88, da CF) ou 
facultativa (quando apenas permite a edição de uma lei, a exemplo do art. 25, § 3º, da CF). 
 
• Normas de Princípio Programático – são aquelas que estabelecem programas a serem desenvolvidos mediante legislação integrativa da vontade 
constituinte, a exemplo os artigos 196, 205, 214, 215, entre outros da CF/88. 
 
São as normas de aplicação diferida (para o futuro) que se limitam a enunciar comando-valores que 
devem ser seguidos pelo Poder Público (eficácia interpretativa). 
 
Vale lembrar que: 
- O sistema jurídico constitucional é um sistema aberto de regras e princípios, uma vez que as normas constitucionais são divididas em normas-
regras e normas-princípios. 
- A norma Constitucional cuja eficácia seja contida não depende de lei, se a lei não vier (não for feita), vale a regra geral. Por outro lado, a norma 
Constitucional que possui eficácia limitada é aquela que depende de normatização posterior para produzir todos os seus efeitos essenciais. 
 
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Obs.: art. 5º, §1º da CF: As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata - estabelece o princípio da máxima efetividade 
e aplicação imediata dos direitos fundamentais. Dessa maneira, percebe-se que o simples fato de não haver regulamentação infraconstitucional sobre 
determinado preceito fundamental, não é motivo suficiente, por si só, para que o poder público possa furtar-se de seu dever constitucional. Os direitos 
fundamentais possuem uma posição de destaque no ordenamento constitucional, sendo materialmente abertos (artigo 5º, § 2º, da Constituição Federal) e 
insuscetíveis de abolição, inclusive por emenda constitucional (artigo 60, § 4º, IV, da Constituição Federal). Além do mais, o princípio da máxima efetividade 
e da aplicação imediata dos direitos fundamentais, positivado no artigo 5º, § 1º, da Magna Carta, determina o dever de sua concretização imediata, da 
forma mais eficiente possível. 
 
P: As normas constitucionais de eficácia limitada de princípio programático, antes da intermediação legislativa, geram algum efeito jurídico? 
Resposta: normas constitucionais de eficácia limitada de princípio programático, apesar de dependerem da integração da lei para a produção da plenitude 
de seus efeitos, geram de imediato, efeitos jurídicos. Assim, apesar de não se poder extrair de imediato, da norma, a plenitude de seus efeitos, em especial 
a eficácia positiva, capaz de amparar a pretensão de produção da consequência jurídica prevista na norma, é possível extrair, da norma, uma eficácia 
interpretativa, capaz de reger a interpretação das normas de hierarquia inferior, bem como uma eficácia negativa, isto é, a capacidade de servir de 
parâmetro ao controle de constitucionalidade das normas de hierarquia inferior que vierem a lhe contrariar ou ao controle de constitucionalidade das 
omissões do Poder Público. 
 
 
Assunto 6: HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 
 
1ª CONSTITUIÇÃO – 1824 – outorgada 
Entrou em vigor dois anos após a Independência do Brasil, tendo por modelo as monarquias liberais europeias, em particular a França da Restauração. 
Seu efeito mais marcante foi o estabelecimento de um quarto poder, o moderador, acima do Executivo, Legislativo e Judiciário: "O poder moderador é a 
chave de toda a organização política e é delegado privativamente ao Imperador [...] para que incessantemente vele sobre a manutenção da independência,equilíbrio e harmonia dos mais poderes políticos". Embora tenha tratado o catolicismo como a religião oficial do país, previu liberdade de "culto doméstico" 
para todas as crenças. Para uma sociedade escravista e pouco dinâmica, discriminou textualmente os 'libertos' (escravos alforriados) e só concedeu direito 
de votar e ser votado aos mais ricos. 
 
2ª CONSTITUIÇÃO – 1891 – promulgada 
De espírito republicano, e influenciada pelo positivismo, a Constituição de 1891 não fez menção a Deus em seu preâmbulo. Aboliu a pena de morte, 
estabeleceu o federalismo, ampliou o direito a voto (já o direito de ser votado continuou reservado à elite agrária) e instituiu o mandato de quatro anos para 
Presidente da República. Foi a primeira Carta do país a gravar a fórmula: "Todos são iguais perante a lei". Suas principais fontes de inspiração são a 
Constituição Americana e, para o modelo de federalismo, a Argentina. 
 
3ª CONSTITUIÇÃO – 1934 – promulgada 
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Em julho de 1932, São Paulo se insurgiu contra o governo provisório de Getúlio Vargas, instalado um ano e nove meses antes, para exigir o retorno da 
ordem constitucional. A 'Revolução Constitucionalista' (para os paulistas) ou 'Contrarrevolução' (para os getulistas) foi esmagada, mas Vargas, até então 
hesitante, acabaria cedendo às pressões para convocar no ano seguinte uma nova Assembleia Constituinte. O texto foi influenciado pela Constituição 
alemã da República de Weimar. Estabeleceu o voto universal e secreto, o salário mínimo e a jornada de oito horas e, pela primeira vez, assegurou às 
mulheres o direito a participar das eleições. 
 
4ª CONSTITUIÇÃO – 1937 – outorgada 
A Carta de 1937 é o marco-fundador do Estado Novo. Foi escrita sob influência do fascismo e apelidada de 'polaca', pelas semelhanças com a Constituição 
autoritária da Polônia, de 1935. Centralizou poderes, estendeu o mandato presidencial para seis anos, reintroduziu a pena de morte e eliminou o direito de 
greve. Por meio dela, Vargas passou a indicar os governadores e acumulou poderes para interferir no Judiciário. 
 
5ª CONSTITUIÇÃO – 1946 – promulgada 
A vitória dos aliados na II Guerra Mundial expôs a contradição do Estado Novo: na Europa, a ditadura de Getúlio Vargas havia engrossado a frente contra 
o fascismo; no Brasil, apoiava-se em uma Carta inspirada naquele regime. Encurralado, Getúlio entregou o cargo em 1945 (Redemocratização do país). 
No ano seguinte, o país ganhava uma nova Constituição, que proporcionaria um respiro democrático de 18 anos. O novo marco legal, promulgado sob a 
presidência de Eurico Gaspar Dutra (que havia sido ministro da Guerra de Getúlio), retomou diversos pontos da Carta de 1934, reassegurando a livre 
expressão e os direitos individuais. 
 
6ª CONSTITUIÇÃO – 1967 – outorgada 
Três anos após o golpe de 1964, os militares patrocinaram uma nova Constituição, enterrando as previsões democráticas da Carta de 1946. O texto 
restringia a organização partidária, concentrava poderes no Executivo, impunha eleições indiretas para presidente e restabelecia a pena de morte. O 
arcabouço legal da ditadura militar seria remendado nos anos seguintes por sucessivos decretos: mais 13 atos institucionais, 67 complementares e 27 
emendas. O mais notório, o AI-5, decretado em 1968, suspendeu as mais básicas garantias, como o direito ao habeas corpus. Foi revogado dez anos 
depois, em 1978. Já a Carta de 1967 duraria outros dez anos. 
 
7ª CONSTITUIÇÃO – 1968 – AI 5 – outorgada 
Este ato sobrepunha-se à Constituição de 1967, bem como as constituições estaduais e suspendia várias garantias constitucionais. 
O Ato Institucional nº 5, AI-5, baixado em 13 de dezembro de 1968, durante o governo do general Costa e Silva, foi a expressão mais acabada da ditadura 
militar brasileira (1964-1985). Vigorou até dezembro de 1978 e produziu um elenco de ações arbitrárias de efeitos duradouros. Definiu o momento mais 
duro do regime, dando poder de exceção aos governantes para punir arbitrariamente os que fossem inimigos do regime ou como tal considerados. 
O ano de 1968, "o ano que não acabou", ficou marcado na história mundial e na do Brasil como um momento de grande contestação da política e dos 
costumes. O movimento estudantil celebrizou-se como protesto dos jovens contra a política tradicional, mas principalmente como demanda por novas 
liberdades. O radicalismo jovem pode ser bem expresso no lema "é proibido proibir". Esse movimento, no Brasil, associou-se a um combate mais organizado 
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contra o regime: intensificaram-se os protestos mais radicais, especialmente o dos universitários, contra a ditadura. Por outro lado, a "linha dura" 
providenciava instrumentos mais sofisticados e planejava ações mais rigorosas contra a oposição. 
 
Observação: Embora o entendimento não seja unânime, a doutrina majoritária constitucionalista defende a tese de que o documento não foi uma emenda, 
mas sim, uma nova Constituição, pois, os governantes que a subscreveram não tinham legitimidade para tanto, caracterizando, assim, verdadeiro Poder 
Constituinte Originário. 
 
Entendimento do STF: O Supremo Tribunal Federal possui entendimento pacificado de que se trata de uma nova Constituição, devido a sua estrutura 
e pela imposição do modo em que os dispositivos anteriores na Constituição de 1967 estariam em vigor. Em tese, para a Suprema Corte, a Constituição 
de 1967continuaria em vigor, mesmo com as alterações e manutenções da Emenda nº 1. O STF entende, ainda, que o que vigorava no período eram os 
atos institucionais comandados autonomamente de subversão e corrupção, cujos atos se tornaram normas que foram incorporadas à Constituição, no artigo 
182, que dispõe sobre o Ato 
Institucional nº 5. 
 
8ª CONSTITUIÇÃO – 1988 – promulgada 
A ditadura já havia caído (1985) e, após a presidência de cinco militares, o país tinha de novo um civil à frente do governo, José Sarney. Faltava o marco 
legal que livrasse o país do entulho autoritário. Em 1º de fevereiro de 1987, um domingo, foi instalada a Assembleia Constituinte, que seria presidida por 
Ulysses Guimarães. Em 5 de outubro de 1988, uma quarta-feira, foi promulgada a nova Carta. Para espantar o fantasma do regime militar, o texto ganhou 
forte acento 'garantista'. Estabeleceu ampla liberdade política e de imprensa, restabeleceu o equilíbrio entre os poderes e fixou direitos individuais. Mas 
para além das garantias fundamentais, o texto enfileirou uma série de direitos que custam a sair do papel. Tendo cedido ao assédio dos mais diversos 
grupos de interesse, resultou prolixa, ambígua, paternalista e, especialmente no campo econômico, desastrada, o que exigiu dezenas de remendos. 
Certamente não é a Constituição ideal. Mas nem seus críticos questionam sua legitimidade. Bem ou mal, o texto proporcionou o mais longo período 
ininterrupto de democracia que o país já atravessou. Não é o caso, portanto, de ceder à tentação de reformá-la em grandes blocos, muito menos de deitar 
abaixo o edifício inteiro. É o caso de depurá-la, segundo os mecanismos que ela mesma prevê. 
 
6.1 HISTÓRICO SOBRE O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRA 
• Constituição 1824 - Não previu forma de controle. 
• Constituição 1891 - Controle difuso. 
• Constituição 1934 - Controle concentrado. Representação interventiva. 
• Constituição 1937 - Previu a cláusula notwhithstand (cláusula do não obstante) do direito canadense. Quando o PJ declara uma lei inconstitucional, 
o Parlamento pode dar a última palavra se ela será ou não invalidada, ou seja, não obstante a declaração de inconstitucionalidade da lei pelo 
judiciário, esta continuará a ser aplicada (art.96). Ano passado essa cláusula foi ventilada no CN como forma de retaliação a atuação do STF. 
• Constituição 1946 - Com a EC 16/65. Controle abstrato de Constitucionalidade "Representação de inconstitucionalidade" que corresponde a ADI. 
Controle abstrato e concentrado. 
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• Constituição 1967- Os atos do comando supremo da revolução eram imunes à apreciação do PJ (art. 
173). 
• Constituição 1988 - Controle abstrato e concentrado. Introduz a ADPF. 
 
DICA: 
 
1822 - 1ª CONSTITUIÇÃO – 1824 
1889 - 2ª CONSTITUIÇÃO – 1891 
1932 - 3ª CONSTITUIÇÃO – 1934 
1937 - 4ª CONSTITUIÇÃO – 1937 
1945 - 5ª CONSTITUIÇÃO – 1946 
1964 - 6ª CONSTITUIÇÃO – 1967 
1968 - 7ª CONSTITUIÇÃO – AI 5 de 1968 
1985 - 8ª CONSTITUIÇÃO – 1988 
 
Assunto 9: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
ESTUDE MUITO!!! 
 
Para Alexandre de Moraes, “Controlar a Constitucionalidade significa verificar a adequação (compatibilidade) de uma lei ou de um ato normativo 
com a Constituição, verificando seus requisitos formais e materiais”. 
O controle de constitucionalidade é a aferição das normas infraconstitucionais tomando-se como 
parâmetro a Constituição de determinado país. Ocorre que esta aferição só se faz possível nos Estados soberanos que contem com Constituição escrita, 
do tipo dogmática. É o exemplo do Brasil. 
Além de a Constituição ser formal, deve achar-se no topo de todo o sistema, numa verdadeira 
hierarquia das normas. Ou seja, é a partir da Constituição que as demais normas se escalonam e dela retiram seu fundamento de validade. 
Fica a informação extra de que a supremacia formal, pressuposto para o controle, inexiste nos 
sistemas consuetudinários, em que prevalece, muitas das vezes, a supremacia material, e, bem por isto, não há controle de constitucionalidade das normas, 
como é o exemplo da Inglaterra. 
São princípios orientadores do controle de constitucionalidade: 
- princípio da supremacia da constituição; 
- princípio da presunção relativa de constitucionalidade das normas constitucionais derivadas e das normas infraconstitucionais; 
- presunção absoluta de constitucionalidade das normas constitucionais originárias e, - princípio da rigidez constitucional. 
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 Em suma, o controle de constitucionalidade visa proteger a supremacia da Constituição, a unidade do 
ordenamento jurídico e os direitos e garantias fundamentais. A fiscalização, portanto, visa verificar a compatibilidade material e formal das normas 
produzidas no país para com a CF. 
 
Entenda o STF: 
 O entendimento do STF e da grande maioria da doutrina é que não pode haver controle de constitucionalidade de normas constitucionais 
originárias. Assim, não seria possível falar em normas constitucionais ORIGINÁRIAS inconstitucionais. A tese das normas constitucionais 
inconstitucionais não é adotada pelo STF. 
 Assim, o Supremo Tribunal Federal admite o controle de constitucionalidade de normas advindas do Poder Constituinte Derivado (jamais do 
Poder Constituinte Originário). Logo, não há que se falar em controle de constitucionalidade de norma constitucional originária!!!! 
 O STF já assentou o entendimento de que é admissível a ação direta de inconstitucionalidade de emenda constitucional, quando se alega, na 
inicial, que esta contraria princípios imutáveis ou as chamadas cláusulas pétreas da Constituição originária (art. 60, § 4º, da CF). Precedente: 
ADI 939. Logo, a Emenda Constitucional é passível de controle!!! 
 
O parâmetro para o controle: 
A CF/88 é dividida em 3 partes básicas: preâmbulo, corpo fixo (texto constitucional propriamente 
dito) e ADCT. Não há dúvida de que todas as normas do corpo fixo e do ADCT, em regra, podem ser consideradas parâmetro do controle, mas o mesmo 
não pode ser dito do preâmbulo (ADI 2070 – preâmbulo é fonte política). Dessa forma, no sistema constitucional brasileiro somente as normas constitucionais 
positivadas podem ser utilizadas como paradigma para a análise da constitucionalidade de leis ou atos normativos estatais (Bloco de Constitucionalidade 
– ADI 1120). 
 
1. TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE 
 
A) Por Ação Formal (ou orgânica ou nomodinâmica) 
 Material (ou nomoestática) 
 
B) Por Omissão – há uma norma constitucional de eficácia limitada que não foi regulamentada. 
 
1.1 Inconstitucionalidade por Ação 
 
Esse fenômeno surge com a produção de atos legislativos ou normativos (administrativos) que não 
estejam de acordo com as normas ou princípios da Constituição. 
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O fundamento dessa inconstitucionalidade está ligado ao princípio da supremacia da Constituição. 
 
 São atos legislativos: Emendas à Constituição, as leis complementares, as leis ordinárias, as leis delegadas, as medidas provisórias, os decretos 
legislativos e as resoluções. 
 
 São atos normativos: resoluções, decretos, portarias, entre outros editados pelo Poder Executivo, além das normas regimentais dos Tribunais. 
 
Natureza de LEI OU ATO NORMATIVO 
Nos termos da Constituição, o objeto da ADI ou da ADC deve ser uma lei ou ato normativo (CF, art. 102, I, a), os quais são admitidos apenas quando 
se questiona, em tese, uma violação direta da Constituição. Em geral, podem ser objeto dessas ações: 
I) emendas à Constituição; 
II) leis ordinárias e complementares; 
III) medidas provisórias; 
IV) decretos legislativos editados para aprovar tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio 
nacional e autorizar o Presidente da República a ratificá-los em nome do Brasil (CF, art. 49, I), bem como para sustar os atos normativos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa (CF, art. 49, V); 
V) resoluções da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacional; 
VI) resoluções de tribunais, do Conselho Nacional de Justiça ou do Conselho Nacional do Ministério 
Público, desde que dotadas de caráter normativo e ligadas diretamente à Constituição; 
VII) regimento interno dos tribunais e órgãos legislativos, desde que a violação à Constituição seja direta; 
VIII) atos do Poder Executivo com força normativa; inclusive decretos, instruções normativas, ordens de serviço ou portarias, quando violarem 
diretamente a Constituição; 
IX) decretos autônomos, de promulgação de tratados e convenções internacionais ou que veiculam atos normativos; 
X) tratados e convenções internacionais; 
XI) atos normativos primários editados por pessoas jurídicas de direito público. 
 
A inconstitucionalidade por Ação pode ser: 
 
a) Inconstitucionalidade por Ação Formal: quando há o desrespeito ao procedimento previsto na Constituição para a realização de um ato jurídico 
(iniciativa, sistema de aprovação, espécie normativa, etc). Em regra, acarreta uma nulidade total. Essa inconstitucionalidade pode ser dividida em objetiva 
(art. 60, § 2º) e subjetiva (art. 61, §1º da CF). 
 
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b) Inconstitucionalidade por Ação Material: é a adoção de atos jurídicos que violem as cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, da CF/88) ou direitos 
materiais constitucionais. Por exemplo: uma emenda constitucional que estabeleça a pena de prisão perpétua estaria violando o inciso IV do § 4º do art. 
60; ou seja, estaria violando uma garantia fundamental prevista no art. 5º, XLVII,“b” da CF. 
 
Obs.: 
- Lembre-se que o art. 5º da CF/88 é cláusula pétrea, só admitindo alteração para ampliar direitos. 
- Vale lembrar que normas infraconstitucionais anteriores à CF/88 podem ser recepcionadas mesmo que haja incompatibilidade formal. 
 
Não confunda!!! 
- conteúdo material NC X conteúdo formal da NC: normas materiais possuem status constitucional em razão do seu conteúdo, pois estabelecem normas 
referentes à estrutura organizacional do Estado, à separação dos Poderes e aos direitos e as garantias fundamentais, enquanto as normas em sentido 
formal só possuem o caráter de constitucionais porque foram elaboradas com o uso do processo legislativo próprio das normas constitucionais. 
 
- vício material X vício formal: existe uma inconstitucionalidade formal (ou orgânica) se há o desrespeito ao procedimento previsto na Constituição 
para a realização de um ato jurídico; já a chamada inconstitucionalidade material é a adoção de atos jurídicos que violem as cláusulas pétreas ou 
direitos materiais constitucionais. 
1.2 Inconstitucionalidade por Omissão 
 
Há uma norma constitucional de eficácia limitada que não foi regulamentada, ou seja, existe um 
direito assegurado na Constituição, porém não é possível exercê-lo em virtude da ausência de regulamentação. 
Pode-se citar como exemplo o art. 7º, XXVII, da Constituição Federal de 1988, que prevê a proteção 
dos trabalhadores em face da automação, na forma da lei, mas se essa proteção não se formalizar por omissão do legislador em produzir a lei aí referida 
e necessária à plena aplicação da norma estar-se-á diante de uma omissão passível de interposição de uma ação direta de inconstitucionalidade por 
omissão ou de um mandado de injunção, visando obter do legislador a elaboração da lei em referência. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
2.1 Quanto ao momento em que é exercido: 
 
2.1.1 PREVENTIVO (ou a priori) - Opera antes que o ato se aperfeiçoe, ou seja, o controle é feito sobre o projeto de lei. No Brasil, o controle preventivo é 
exercido pelo Poder Legislativo e pelo Poder Executivo. Lembrando que nada impede que o Poder Judiciário o exerça excepcionalmente. 
Temos, assim, o controle preventivo (dentro da normalidade): 
 
a.1) Comissões de Constituição e Justiça. 
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Na esfera federal, previstas nos regimentos internos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, examinam a constitucionalidade dos projetos de lei, 
dando parecer sujeito à apreciação do Plenário. Somente na esfera federal o mesmo projeto de lei passa por duas Comissões de Constituição e Justiça 
(Câmara dos Deputados e Senado Federal). 
 
a.2) Veto Presidencial por Inconstitucionalidade. 
A Constituição Federal vigente, no art. 66, § 1º, prevê o veto por dois motivos: contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade do projeto de lei. 
No primeiro caso, o veto não significa controle de constitucionalidade, pois seu motivo é a simples discordância do Presidente em relação à vontade do 
Congresso (veto político). No segundo caso, sim, é controle de constitucionalidade, porque o Presidente veta o projeto por considerá-lo contrário à 
Constituição (veto jurídico). 
 
a.3) O Poder Judiciário, excepcionalmente, realiza o controle preventivo. 
Cite-se, como exemplo, a propositura de mandado de segurança para realizar o controle de constitucionalidade difuso no Supremo Tribunal Federal por 
parlamentares (Deputados ou Senadores Federais) no processo legislativo em andamento. 
 
Cuidado: veja a Q19 do XXI Exame da OAB. Comentários: 
Agora, perceba que o projeto poderá ser aprovado normalmente pelo Congresso Nacional, uma vez inexistente qualquer controle prévio material de outro 
Poder sobre a atividade legiferante do Legislativo. Nesse sentido, a Comissão de Constituição e Justiça da Casa Legislativa poderá emitir parecer contrário 
ao projeto. Poderá, também, o Presidente da República, vetar o projeto por inconstitucionalidade, e, se derrubado o veto pelo Congresso, a lei 
sancionada sofrer ação direta de inconstitucionalidade. 
Mas e o mandado de segurança do parlamentar impetrado perante o STF? Consoante entendimento consolidado do Supremo, não se admite, no 
sistema brasileiro, o controle jurisdicional de constitucionalidade material de projetos de lei (controle preventivo de normas em curso de formação). 
O que a jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é “a legitimidade do parlamentar - e somente do parlamentar - para impetrar mandado de 
segurança perante o Supremo com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda constitucional incompatíveis com 
disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo”, onde o vício de inconstitucionalidade está diretamente relacionado a aspectos formais 
e procedimentais da atuação legislativa (Dentre outros, MS 32.033, Redator do Acórdão Min. Teori Zawascki, Julg. 20-6-2013; MS 24.667, Pleno, Min. 
Carlos Velloso, DJ de 23-04-2004). 
 
2.1.2 REPRESSIVO (ou a posteriori) – controle exercido sobre lei ou ato normativo, via de regra, já existente no ordenamento jurídico. A exceção ocorre 
com as normas constitucionais de eficácia limitada ainda não regulamentadas. 
No Brasil, via de regra, o controle repressivo é confiado ao Poder Judiciário, mas a CF vigente admite 
a retirada da efetividade de certas normas infraconstitucionais, nos seguintes casos pelo Poder Legislativo: 
 
b.1) MPs rejeitadas pelo Congresso Nacional por não atenderem aos requisitos de relevância e urgência ou outra inconstitucionalidade (art. 62, §5º). 
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b.2) Decreto legislativo do Congresso Nacional visando sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da 
delegação legislativa (art. 49, V c/c art. 84, IV e 68, da CF). 
b.3) Resolução do Senado nos termos do inciso X do art. 52 da CF em controle difuso de constitucionalidade. 
 
2.2 Quanto ao número de órgãos encarregados do controle: 
 
2.2.1 CONCENTRADO (reservado ou austríaco) – caso abstrato - um único órgão desempenha esta função (só STF). Via de Ação. 
Ex.: STF para julgar ADIN, ADECON e ADPF. 
 
2.2.2 DIFUSO (aberto ou norte-Americano) – caso concreto - todos os magistrados, ao julgarem seus processos, podem exercer o controle de 
constitucionalidade dentro da sua competência jurisdicional. Via de Exceção. Ex.: RE, MS, MI, ACP e HC. 
 
 
VIA DE AÇÃO VIA DE EXCEÇÃO OU DEFESA 
Método concentrado Método difuso ou aberto 
Controle principal Controle incidental 
Controle abstrato Controle concreto 
Processo objetivo Processo subjetivo 
Legitimados do art. 103, da CF (rol taxativo) Legitimados: Autor, Réu, Terceiro Interessado, 
Juiz/Tribunal de ofício 
STF / TJ Perante qualquer Juiz ou Tribunal; inclusive o STF 
por meio de RE 
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“Erga omnes” e “ex tunc” + 
vinculante. 
Eficácia da decisão “inter partes” e “ex tunc” + não 
vinculante. 
 
Obs. 01: Destaque-se que o Supremo Tribunal Federal brasileiro também realiza o controle difuso (art. 102, I, 
“d”, “i”, “l”, “q”, “r”, II, III, CF/88). 
Obs. 02: O BR adota os dois sistemas (concentrado/difuso). 
 
2.3 Quanto à natureza do órgão controlador: 
 
2.3.1 POLÍTICO - quando o controle é exercido por órgão não pertencente ao Poder Judiciário, como as CCJ’s e a Presidência da República, no Brasil, no 
controle preventivo. 
 
2.3.2 JUDICIAL - sempre que a averiguação de concordância entre um ato e as regras constitucionais é conferida a um órgão

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