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Cartilha - Crimes Eleitorais

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CRIMES ELEITORAIS
APONTAMENTOS – APURAÇÃO - JURISPRUDÊNCIA
ÍNDICE
1. APRESENTAÇÃO ________________________________________________________ 1
2. CRIMES ELEITORAIS __________________________________________________ 1
3. INSTRUMENTOS DE APURAÇÃO DOS CRIMES ELEITORAIS ______ 2
4. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA ________________________________________ 4
5. INSTITUTOS DESPENALIZADORES DA LEI Nº 9.099/95 _________ 6
6. TIPOS PENAIS ELEITORAIS ___________________________________________ 9
7. CRIMES PREVISTOS NO CÓDIGO ELEITORAL ______________________ 10
8. CRIMES PREVISTOS NA LEI Nº 6.091/76 ___________________________ 26
9. CRIME PREVISTO NA LEI Nº 7.021/82 ______________________________ 29
10. CRIME PREVISTO NA LEI Nº 6.996/82 ____________________________ 30
11. CRIMES PREVISTOS NA LEI Nº 9.504/97 _________________________ 31
12. CRIME PREVISTO NA LC Nº 64/90 _________________________________ 36
13. BIBLIOGRAFIA ________________________________________________________ 36
1. APRESENTAÇÃO
A análise dos crimes eleitorais revela que o
legislador visou tutelar a lisura e legitimidade das
eleições e do processo eleitoral, a igualdade entre os
candidatos e a regularidade da prestação
administrativa da Justiça Eleitoral. São inúmeros
tipos penais que buscam, em uma ampla acepção,
garantir a mais legítima manifestação da vontade
popular, de modo a assegurar a forma democrática
de governo pretendida na Constituição Federal. 
Entretanto, como é sabido, não existe no
ordenamento jurídico um "código penal eleitoral".
Os crimes eleitorais estão espalhados no Código
Eleitoral (CE) e na legislação pátria. Há, inclusive,
previsões contidas em leis antigas, a exemplo do art.
11 da Lei nº 6.091/76, que tipifica o transporte
irregular de eleitores em dias de eleição.
Considerando tal circunstância, o Grupo
Executivo Nacional da Função Eleitoral (Genafe)
organizou o presente trabalho, com a finalidade de
consolidar todos os crimes eleitorais em vigor em
um só documento. O escrito, dirigido inicialmente à
atuação originária dos promotores eleitorais, traz
apontamentos formulados por atores que
vivenciam na prática a aplicação da legislação
eleitoral1, sugestões de diligências a serem adotadas
na apuração das condutas delituosas, além de um
repertório da jurisprudência correlata.
Espera-se, assim, propiciar um instrumento
de consulta sistematizada que possibilite uma visão
mais célere acerca dos crimes eleitorais.
2. CRIMES ELEITORAIS 
Os crimes eleitorais estão tipificados tanto
no CE (nos arts. 45, 47, 68, 71, 129 e do 289 a 354 –
que totalizam 66 tipos penais), quanto em outras
leis eleitorais esparsas (Lei nº 6.091/76, com
previsão de 06 tipos penais; Lei nº 6.996/82 e Lei
nº 7.021/82, cada uma com um único tipo penal;
Lei nº 9.504/97, com 09 tipos penais, e Lei
Complementar nº 64/1990, também com apenas
um tipo penal). 
Com o advento da LC nº 135/2010, popular-
1 Ana Paula Mantovani Siqueira, procuradora regional
da República e coordenadora nacional do Genafe; Car-
los Augusto da Silva Cazarré, procurador regional da
República e membro auxiliar da PGE; Lívia Nascimen-
to Tinôco, procuradora da República e coordenadora
regional do Genafe; Patrick Salgado Martins, procura-
dor da República, procurador regional eleitoral em MG
e coordenador regional do Genafe; Rodrigo Antonio
Tenório Correia da Silva, procurador da República e
coordenador regional do Genafe; e Victor Carvalho
Veggi, procurador da República e coordenador regional
do Genafe. 
1 
mente denominada Lei da Ficha Limpa, a condena-
ção pela prática destes crimes tomou especial rele-
vo, pois passaram a importar na inelegibilidade pre-
vista no art. 1º, I, “e”, “4” da LC nº 64/90, caso o deli-
to possua cominação abstrata de pena privativa de
liberdade, já tenha transitado em julgado ou tenha
sido proferida por órgão judicial colegiado. André
de Carvalho Ramos faz lembrar que 90% dos crimes
eleitorais previstos nas leis mencionadas corres-
pondem à exigência da cominação abstrata de pena
privativa de liberdade. São eles os crimes previstos
nos arts. 292, 303, 304, 306, 313, 320, 338 e 345 do
CE.2
A LC nº 135/2010 exigiu, ainda, que a inele-
gibilidade decorrente de suas prescrições só tenha
aplicação no caso dos crimes dolosos e que não se-
jam considerados crimes de menor potencial ofensi-
vo. Essa exigência afastará da hipótese de inelegibi-
lidade, por exemplo, os crimes previstos na Lei nº
6.091/76, que trata da alimentação e transporte de
eleitores em dias de eleição, cujas figuras delitivas
em sua esmagadora maioria são delitos de menor
potencial ofensivo.
Um bom aceno veio da jurisprudência do
TSE, o qual já assentou que a inelegibilidade terá
aplicação ainda que tenha ocorrido substituição da
pena de privativa de liberdade por pena restritiva
de direitos3. A inelegibilidade durará desde a
condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito)
anos após o cumprimento da pena.
Outro ponto digno de nota em relação aos
crimes eleitorais previstos no CE é que muitos deles
2 CARVALHO RAMOS, André de, Aspectos Controvertidos
da Inelegibilidade Prevista na alínea “e’ da LC nº
64/1990. In: Pontos Controvertidos sobre a Lei da Ficha
Limpa. Belo Horizonte: Del Rey; ANPR, 2016, p. 27
3 Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº
36440, Acórdão de 14/02/2013, Rel Min. Henrique Ne-
ves da Silva, publ.: DJE, tomo 056, 22/03/2013, p. 27
não tiveram sua pena mínima estabelecida no
preceito secundário. Contudo, o art. 284 preconizou
que sempre que o CE não indicar o grau mínimo de
uma pena, entende-se que será ele de quinze dias
para a pena de detenção e de um ano para a de
reclusão.
Por fim, as normas gerais previstas no
Código Penal (CP) são aplicáveis ao CE por
disposição expressa do art. 287.
3. INSTRUMENTOS DE APURAÇÃO DOS CRIMES
ELEITORAIS
São dois os instrumentos de apuração dos
crimes eleitorais previstos no ordenamento jurídico
brasileiro: 
(i) o procedimento investigatório criminal (PIC);
(ii) o inquérito policial eleitoral (IP eleitoral).
Ambos possuem uma única finalidade:
fornecer subsídios à formação da opinio delicti do
Ministério Público Eleitoral, titular exclusivo da
ação pela pública eleitoral.
O PIC é regulado pela Resolução CNMP nº
13, de 2 de outubro de 2006. Nos termos do art. 1º
da aludida resolução “o procedimento investigatório
criminal é um instrumento de natureza
administrativa e inquisitorial, instaurado e presidido
pelo membro do Ministério Público com atribuição
criminal, e terá como finalidade apurar a ocorrência
de infrações penais de natureza pública, servindo
como preparação e embasamento para o juízo de
propositura, ou não, da respectiva ação penal”.
Uma vez instaurado, o procedimento deverá
ser concluído no prazo de 90 dias, permitidas, por
igual período, prorrogações sucessivas, por decisão
fundamentada do membro responsável por sua
condução.
2 
O IP eleitoral, por sua vez, é regido pela
Resolução TSE nº 23.396, de 17 de dezembro de
2013 e, subsidiariamente, pelas disposições do
Código de Processo Penal (CPP). Sua condução é
atribuição da Polícia Federal, que exercerá, com
prioridade sobre suas atribuições regulares, a
função de polícia judiciária em matéria eleitoral.
Todavia, quando no local da infração não existirem
órgãos da Polícia Federal, a Polícia Civil do
respectivo Estado terá atuação supletiva, ficando
encarregada de presidi-lo.
Uma vez instaurado, o IP eleitoral deverá ser
concluído em 10 dias, se o investigado tiver sido
preso em flagrante ou preventivamente; ou em 30
dias, se o investigado estiver solto, mediante fiança
ou sem ela (art. 10 do CPP e art. 9º da resolução).
Como destinatário dos elementos indiciáriosproduzidos no âmbito do inquérito policial, poderá
o Ministério Público Eleitoral requisitar diligências
que entenda necessárias à elucidação dos fatos.
Vale lembrar, por oportuno, que o Supremo
Tribunal Federal, no julgamento da medida cautelar
na ação direta de inconstitucionalidade nº 5.104,
suspendeu a eficácia do art. 8º da mencionada
resolução, que condicionava a instauração de IP
eleitoral à autorização do Poder Judiciário, por
considerar a ocorrência de violação ao núcleo
essencial do princípio acusatório.
Ademais, o IP eleitoral e o PIC não são
condição de procedibilidade ou pressuposto para o
ajuizamento da ação penal. Caso o Ministério
Público Eleitoral, ao tomar conhecimento da notitia
criminis, já disponha de elementos suficientes para
o oferecimento da denúncia, poderá assim fazer,
dispensando a instauração de PIC ou a requisição
de instauração IP eleitoral.
Orientação Jurisprudencial
RESOLUÇÃO Nº 23.396/2013, DO TRIBUNAL SUPERIOR
ELEITORAL. INSTITUIÇÃO DE CONTROLE
JURISDICIONAL GENÉRICO E PRÉVIO À INSTAURAÇÃO
DE INQUÉRITOS POLICIAIS. SISTEMA ACUSATÓRIO E
PAPEL INSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 1.
Inexistência de inconstitucionalidade formal em
Resolução do TSE que sistematiza as normas aplicáveis
ao processo eleitoral. Competência normativa fundada
no art. 23, IX, do Código Eleitoral, e no art. 105, da Lei nº
9.504/97. 2. A Constituição de 1988 fez uma opção
inequívoca pelo sistema penal acusatório. Disso decorre
uma separação rígida entre, de um lado, as tarefas de
investigar e acusar e, de outro, a função propriamente
jurisdicional. Além de preservar a imparcialidade do
Judiciário, essa separação promove a paridade de armas
entre acusação e defesa, em harmonia com os princípios
da isonomia e do devido processo legal. Precedentes.
3. Parâmetro de avaliação jurisdicional dos atos
normativos editados pelo TSE: ainda que o legislador
disponha de alguma margem de conformação do
conteúdo concreto do princípio acusatório – e, nessa
atuação, possa instituir temperamentos pontuais à
versão pura do sistema, sobretudo em contextos
específicos como o processo eleitoral – essa mesma
prerrogativa não é atribuída ao TSE, no exercício de sua
competência normativa atípica. 4. Forte plausibilidade
na alegação de inconstitucionalidade do art. 8º, da
Resolução nº 23.396/2013. Ao condicionar a
instauração de inquérito policial eleitoral a uma
autorização do Poder Judiciário, a Resolução
questionada institui modalidade de controle judicial
prévio sobre a condução das investigações, em
aparente violação ao núcleo essencial do princípio
acusatório. 5. Medida cautelar parcialmente deferida
para determinar a suspensão da eficácia do referido
art. 8º, até o julgamento definitivo da ação direta de
inconstitucionalidade. Indeferimento quanto aos
demais dispositivos questionados, tendo em vista o fato
de reproduzirem: (i) disposições legais, de modo que
inexistiria fumus boni juris; ou (ii) previsões que já
constaram de Resoluções anteriores do próprio TSE,
aplicadas sem maior questionamento. Essa circunstância
afastaria, quanto a esses pontos, a caracterização de
periculum in mora. (ADI 5104 MC/DF, Acórdão de
3 
21/05/2014, Relator(a) Min. LUÍS ROBERTO BARROSO,
Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data
30/10/2014)
HABEAS CORPUS. A ACUSAÇÃO PENAL, PARA SER
FORMULADA, NÃO DEPENDE, NECESSARIAMENTE, DE
PRÉVIA INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL.
REALIZAÇÃO DE PASSEATA COM MICROFONES APÓS
DETERMINAÇÃO DE ABSTENÇÃO PELA JUSTIÇA
ELEITORAL. CARACTERIZAÇÃO, EM TESE, DE
DESOBEDIÊNCIA ELEITORAL (CE, ART. 347). ORDEM
DENEGADA. 1. Não tendo havido fase investigatória
prévia, não há que se falar em requisição de instauração
de inquérito policial. 2. A acusação penal, para ser
formulada, não depende, necessariamente, de prévia
instauração de inquérito policial. Precedentes. 3. A
desobediência de ordem de abstenção proferida em
representação por propaganda eleitoral irregular
caracteriza, em tese, o delito do artigo 347 do Código
Eleitoral. Nesse caso, a intimação da sentença mostra-se
suficiente, em princípio, para demonstrar a ciência da
ordem pelos representados. 4. O trancamento da ação
penal pela via do habeas corpus é medida excepcional,
somente admitida quando se constata, de plano, a
imputação de fato atípico, a ausência de indícios de
autoria e de materialidade do delito ou, ainda, a extinção
da punibilidade, hipóteses não verificadas no caso
concreto. 5. Ordem denegada. (Habeas Corpus nº 56419,
Acórdão de 16/04/2015, Relator(a) Min. MARIA
THEREZA ROCHA DE ASSIS MOURA, Publicação: DJE -
Diário de justiça eletrônico, Tomo 94, Data 20/05/2015,
Página 150/151)
4. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
Art. 35. Compete aos Juízes:
(…)
II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns
que lhes forem conexos, ressalvada a competência
originária do Tribunal Superior e dos Tribunais
Regionais;
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes
eleitorais e dos comuns que lhes forem conexos, assim
como nos recursos e na execução, que lhes digam
respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou
supletiva, o Código de Processo Penal.
O art. 35, II, do CE prevê a competência dos
juízes eleitorais para “processar e julgar os crimes
eleitorais e os comuns que lhes forem conexos”.
Além dessa previsão, o Título IV, Capítulo III, da
Quinta Parte do CE contempla a normatização
acerca do processamento das infrações penais
previstas no código e na legislação eleitoral.
Contudo, consoante se observa, em nenhum
momento foram delineadas regras de definição de
competência do Juízo Eleitoral. A incumbência,
conforme preconiza o art. 364 do CE, ficou a cargo
do CPP, mediante aplicação supletiva.
Assim, vale a regra geral segundo a qual
compete aos juízes eleitorais do lugar da infração
(art. 70 do CPP) o processamento e julgamento
originário dos crimes eleitorais. A aludida regra
somente será excepcionada pelo(a):
(i) desconhecimento do local da infração (art.
72 do CPP), circunstância na qual a competência
será determinada pelo domicílio ou residência do
réu;
(ii) ocorrência de conexão ou continência (art.
76 e seguintes do CPP); ou,
(iii) existência de prerrogativa de função do
indivíduo.
Especificamente quanto à prerrogativa de
função, importa registrar que serão processadas e
julgadas originariamente no Tribunal Regional
Eleitoral do respectivo Estado todas as pessoas com
privilégio de foro nos Tribunais de Justiça.
Orientação jurisprudencial
FORO PRIVILEGIADO. CRIMES ELEITORAIS. VEREADOR.
INEXISTÊNCIA. - A Constituição Federal não
4 
estabelece foro privilegiado para vereadores, como o
faz para os prefeitos (art. 29, X), razão pela qual não
haveria como aplicar o princípio do paralelismo
constitucional para se concluir pela competência
originária da Corte Regional para o julgamento de
crimes eleitorais supostamente praticados contra
detentores do cargo de vereador. Precedentes: HC nº
3-26, rel. Min. Maurício Corrêa, DJE de 4.9.1998 e AgR-
HC nº 316-24, rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE de
17.5.2011. Agravo regimental a que se nega provimento.
(Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº
4142, Acórdão de 17/11/2015, Relator(a) Min.
HENRIQUE NEVES DA SILVA, Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Tomo 236, Data 15/12/2015, Página
20/21)
RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2010.
INVESTIGAÇÃO CRIME ELEITORAL. CANDIDATA NÃO
SUJEITA AO FORO ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE
FUNÇÃO. BUSCA E APREENSÃO. AFRONTA PRINCÍPIO
DO JUIZ NATURAL. NULIDADE INSANÁVEL.
PROSSEGUIMENTO INVESTIGAÇÕESPERANTE JUÍZO
INCOMPETENTE. INAPLICABILIDADE TEORIA DO JUÍZO
APARENTE. FORO PRIVILEGIADO POSTERIOR.
CONVALIDAÇÃO DOS ATOS. IMPOSSIBILIDADE. 1. A
atribuição para o acompanhamento de investigação de
crimes eleitorais, quando o candidato não goza de foro
por prerrogativa de função, é do juízo de primeiro grau
da zona eleitoral em que foi praticado o crime, por força
de lei (arts. 35, II, c/c 356 do Código Eleitoral). 2.
Igualmente, é desse juiz a competência para deferir
as medidas com reserva de jurisdição (como busca e
apreensão, interceptação telefônica, quebras de
sigilos, etc.) durante as investigações dos crimes
eleitorais. 3. Quando as representações, policial e
ministerial, já possuem como objeto a provável
prática de crime eleitoral é possível aferir, de plano,
a incompetência do Tribunal Regional Eleitoral para
apreciar e deferir tais medidas. Inaplicável, in casu, a
teoria do juízo aparente. 4. A incompetência do juízo
na fase inquisitorial acarreta nulidade. Precedentes do
Supremo Tribunal Federal. 5. O fato de,
supervenientemente, a investigada ter sido eleita
deputada estadual, deslocando, a partir daí, a
competência para o TRE/ES, não tem o condão, no
contexto dos autos, de convalidar os atos praticados por
juízo incompetente durante o inquérito, se a
incompetência era verificável de plano. 6. As provas que
fundamentaram a denúncia (documentos, depoimentos
testemunhais) somente foram obtidas em decorrência da
busca e apreensão realizada no comitê eleitoral da
candidata denunciada, razão pela qual desconsideradas
essas provas, nada mais resta para embasar a ação penal.
 7. Recurso especial provido para trancar a ação penal.
Habeas corpus prejudicado.(Recurso Especial Eleitoral
nº 3053, Acórdão de 25/06/2015, Relator(a) Min. JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Data 26/08/2015, Página 25)
RECURSO EM HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE
AÇÃO PENAL. CRIME DE FALSIDADE. CÓDIGO
ELEITORAL, ART. 350. CRIMES CONEXOS.
COMPETÊNCIA. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE DOLO.
NECESSIDADE DE EXAME APROFUNDADO DE PROVAS.
HABEAS CORPUS. IMPOSSIBILIDADE. 1. A fixação inicial
da competência se verifica a partir dos fatos narrados na
peça acusatória. Afirmado que a falsificação de
documentos visou permitir a doação de bens com
propósitos eleitorais, a Justiça Eleitoral é competente
para o processamento da ação penal. 2. Na linha da
jurisprudência deste Tribunal "É da competência da
Justiça Eleitoral processar e julgar os crimes
eleitorais e os comuns que lhes forem conexos.
Precedentes" (HC nº 592, rel. Min. Caputo Bastos, DJE
de 18.8.2008). 3. Não é inepta a denúncia que descreve
fatos que, em tese, configuram crime eleitoral. 4. A
veracidade e a confirmação dos fatos apontados na
denúncia, inclusive no que tange ao dolo e propósitos
eleitorais indicados pela acusação, são matéria a serem
solvidas na instrução processual. 5. Na linha da
jurisprudência deste Tribunal, o trancamento da ação
penal pela via do habeas corpus é medida excepcional.
"somente admitida quando se constata, de plano, a
imputação de fato atípico, a ausência de indícios de
autoria e de materialidade do delito ou, ainda, a extinção
da punibilidade, hipóteses não verificadas in casu" (RHC
nº 1033-79, relª. Minª. Nancy Andrighi, DJE de
30.5.2012). No mesmo sentido: HC nº 1540-94, rel. Min.
Gilson Dipp, DJE de 14.2.2012; HC nº 1066-60, rel. Min.
Marco Aurélio, DJE de 17.8.2010; AgR-REspe nº 27.800,
rel. Min. Carlos Ayres Britto, DJ de 9.11.2007; HC nº 525,
rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 25.11.2005; HC nº 1140-
5 
80, rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE de 11.11.2011; HC
2883-62, rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJE de
17.12.2010. Recurso em habeas corpus ao qual se nega
provimento. (Recurso em Habeas Corpus nº 33425,
Acórdão de 15/05/2014, Relator(a) Min. HENRIQUE
NEVES DA SILVA, Publicação: DJE - Diário de justiça
eletrônico, Tomo 115, Data 24/6/2014, Página 125)
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL.
AÇÃO PENAL. BOCA DE URNA. DESACATO. CONEXÃO.
CONCURSO MATERIAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. INEXISTÊNCIA. VIOLAÇÃO AOS ARTS.
331 DO CP, 5º, LVII, DA CF/88 E 69 DO CÓDIGO PENAL.
SÚMULA 7/STJ. OFENSA AO ART. 35, II, DO CÓDIGO
ELEITORAL. AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO. 1. Não se
configura negativa de prestação jurisdicional se o
julgador enfrentou todas as questões fáticas e jurídicas
necessárias à solução da demanda.
 2. Na espécie, a mudança do que decidido pela Corte
Regional no que se refere à configuração de dois crimes
de desacato, em concurso material, demandaria o
reexame de fatos e provas, o que é inviável em recurso
especial, conforme o disposto na Súmula 7/STJ.
 3. No caso dos autos, a Justiça Eleitoral é competente
para julgar os crimes de desacato, pois, além de os
policiais militares desacatados estarem no exercício
de atividades relacionadas às eleições, esses crimes
eram conexos ao de boca de urna e, conforme o
disposto no art. 81 do CPP, ainda que tenha havido
absolvição quanto ao crime eleitoral, esta Justiça
Especializada continua competente para os demais
crimes. 4. Agravo regimental não provido.(Agravo
Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 174724,
Acórdão de 25/11/2014, Relator(a) Min. JOÃO OTÁVIO
DE NORONHA, Publicação: DJE - Diário de justiça
eletrônico, Tomo 234, Data 12/12/2014, Página 51 )
ELEIÇÕES 2014. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECISÃO
MONOCRÁTICA. RECEBIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL.
RECURSO ORDINÁRIO. REGISTRO DE CANDIDATURA.
ALÍNEA E, I, ART. 1º, DA LC N. 64/90. CONDENAÇÃO
TRANSITADA EM JULGADO. PRESCRIÇÃO DA
PRETENSÃO EXECUTÓRIA. RECONHECIMENTO. JUSTIÇA
COMUM. INELEGIBILIDADE. INCIDÊNCIA. PRESCRIÇÃO
DA PRETENSÃO PUNITIVA. DECRETAÇÃO. JUSTIÇA
ELEITORAL. INCOMPETÊNCIA. DESPROVIMENTO. 1. O
reconhecimento da prescrição da pretensão executória
pela Justiça Comum não afasta a inelegibilidade prevista
no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90, porquanto não extingue
os efeitos secundários da condenação, na linha da
orientação jurisprudencial desta Corte. 2. A Justiça
Eleitoral não detém competência para reconhecer a
prescrição da pretensão punitiva e declarar a
extinção da pena imposta pela Justiça Comum,
notadamente em sede de processo de registro de
candidatura. Precedentes. 3. Embargos de declaração
recebidos como agravo regimental, ao qual se nega
provimento. (Embargos de Declaração em Recurso
Ordinário nº 96862, Acórdão de 22/10/2014, Relator(a)
Min. LUCIANA CHRISTINA GUIMARÃES LÓSSIO,
Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data
22/10/2014)
5. INSTITUTOS DESPENALIZADORES DA LEI Nº
9.099/95
Infrações penais de menor potencial ofensivo
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada
ou não com multa.
Transação Penal
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de
crime de ação penal pública incondicionada, não
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva
de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
Suspensão Condicional do Processo
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada
for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por
esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia,
poderá propor a suspensão do processo, por dois a
quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo
processado ou não tenha sido condenado por outro
crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77
do Código Penal).
6 
Os institutos despenalizadores previstos na
Lei nº 9.099/95 (transaçãopenal e suspensão
condicional do processo) são aplicáveis aos crimes
eleitorais, em que pese inexista na estrutura
orgânica da Justiça Eleitoral a figura do “juizado
especial criminal eleitoral” para processamento dos
delitos eleitorais de menor potencial ofensivo. 
Reputam-se compreendidos no conceito de
menor potencial ofensivo os crimes eleitorais a que
lei comine pena máxima não superior a 2 anos (art.
61). Tal parâmetro deve ser observado, juntamente
com os requisitos do art. 76, para fins de proposta
da transação penal. Todavia, esse limite de pena
máxima não é levado em conta para proposta de
suspensão condicional do processo, a qual depende,
além do preenchimento dos pressupostos contidos
no art. 89, que o quantum da pena mínima
cominada ao crime seja igual ou inferior a 1 ano.
Importa registrar que, na seara eleitoral, a
proposição dessas medidas é atribuição do
Ministério Público Eleitoral. 
Orientação jurisprudencial
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO. TRANSAÇÃO PENAL.
DESCUMPRIMENTO. CONSEQUÊNCIA. PROCESSO.
RETORNO. ESTADO INICIAL. SENTENÇA
HOMOLOGATÓRIA. EFICÁCIA. COISA JULGADA FORMAL.
DENÚNCIA. OFERECIMENTO. POSSIBILIDADE.
DESPROVIMENTO. 1. A decisão homologatória do
acordo de transação penal não faz coisa julgada
material e o descumprimento dos termos da
transação acarreta o retorno do processo a seu
estado inicial, possibilitando ao Parquet o
oferecimento da denúncia e ao juiz, o seu
recebimento. 2. Agravo regimental desprovido. (Agravo
Regimental em Agravo de Instrumento nº 28953,
Acórdão de 09/12/2014, Relator(a) Min. LUCIANA
CHRISTINA GUIMARÃES LÓSSIO, Publicação: DJE - Diário
de justiça eletrônico, Tomo 24, Data 04/02/2015, Página
113)
PROCESSO-CRIME ELEITORAL - TRANSAÇÃO - RECUSA.
Uma vez verificada a recusa quanto à proposta de
transação, cumpre observar o rito previsto no Código
Eleitoral, afastando-se o da Lei nº 9.099/1995.
(Recurso Especial Eleitoral nº 29803, Acórdão de
28/06/2012, Relator(a) Min. MARCO AURÉLIO MENDES
DE FARIAS MELLO, Publicação: DJE - Diário de justiça
eletrônico, Tomo 168, Data 31/08/2012, Página 71)
RECURSO. HABEAS CORPUS. PEDIDO DE ANULAÇÃO.
CONDENAÇÃO CRIMINAL. TRANSITADA EM JULGADO.
OMISSÃO. DENÚNCIA. MINISTÉRIO PÚBLICO.
TRANSAÇÃO PENAL. ART. 76 DA LEI Nº 9.099/95.
AUSÊNCIA. ALEGAÇÃO. BENEFÍCIO. DEFESA. AÇÃO
PENAL E REVISÃO CRIMINAL. ALEGAÇÃO.
POSTERIORIDADE. TRÂNSITO EM JULGADO. SENTENÇA.
REVISÃO CRIMINAL. PRECLUSÃO. AUSÊNCIA.
ELEMENTOS. CONCESSÃO. BENEFÍCIO. RECURSO
DESPROVIDO. 1. A irresignação do recorrente - ausência
de proposta de transação penal -, somente veiculada
após o trânsito em julgado de sentença condenatória e
da respectiva revisão criminal, foi alcançada pela
preclusão. Além do mais, não demonstrou o recorrente
que o paciente faria jus ao benefício, até porque os autos
revelam a presença de antecedentes criminais. 2.
Correto o acórdão regional ao consignar que "A
transação penal de que cogita o art. 76 da Lei nº
9.099/95 é hipótese de conciliação pré-processual,
cuja oportunidade fica preclusa com o oferecimento
da denúncia ou, pelo menos, com o seu recebimento
sem protesto (STF - HC nº 77.216, 1ª Turma. DJ
21.8.98, rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE)". 3.
Recurso a que se nega provimento. (Recurso em Habeas
Corpus nº 123, Acórdão de 04/12/2008, Relator(a) Min.
MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA,
Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data
02/02/2009, Página 50-51)
QUESTÃO DE ORDEM. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÃO
2008. CRIME ELEITORAL. USO DE DOCUMENTO FALSO.
ART. 353 DA LEI Nº 4.737/65. SUSPENSÃO
CONDICIONAL DO PROCESSO. ART. 89 DA LEI Nº
9.099/95. PENA MÍNIMA. PREENCHIMENTO DOS
REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS. DIREITO DO
ACUSADO AO BENEFÍCIO. REMESSA À PROCURADORIA
7 
GERAL ELEITORAL. 1. Preenchidas as condições
legais, a suspensão condicional do processo
consubstancia direito do acusado, não configurando
sua proposição uma faculdade do Ministério Público.
 2. No caso dos autos, a Procuradoria Regional Eleitoral
de São Paulo, ao negar a proposta de sursis, adotou
fundamento já rechaçado pelo TSE no julgamento do
presente recurso especial, além de ser contrário à
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do
Superior Tribunal de Justiça, incidindo, na espécie, o
disposto na Súmula nº 696/STF. 3. Questão de ordem
resolvida no sentido de enviar os autos à Procuradoria
Geral Eleitoral para se manifestar quanto à suspensão
condicional do processo. (Questão de Ordem em Recurso
Especial Eleitoral nº 3845587, Acórdão de 01/02/2016,
Relator(a) Min. JOSÉ ANTÔNIO DIAS TOFFOLI,
Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 037,
Data 24/02/2016, Página 78/79)
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECISÃO MONOCRÁTICA.
RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO
PENAL. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO.
REVOGAÇÃO APÓS PERÍODO DE PROVA.
POSSIBILIDADE. 1. Na linha da jurisprudência do
Tribunal Superior Eleitoral, recebem-se como agravo
regimental os embargos de declaração com pretensão
infringente opostos em face de decisão monocrática. 2.
Não houve impugnação objetiva dos fundamentos da
decisão agravada - aplicação da Súmula 182 do Superior
Tribunal de Justiça em relação ao agravo, aplicação das
Súmulas 284 e 291 do Supremo Tribunal Federal e 83 do
Superior Tribunal de Justiça em relação ao recurso
especial -, razão pela qual o agravo regimental é inviável,
por nova incidência da Súmula 182 do Superior Tribunal
de Justiça. 3. O argumento atinente à suposta divergência
de entendimento no âmbito do Supremo Tribunal
Federal a respeito da possibilidade de revogação do
sursis processual após o término do período de prova
não constou das razões do recurso especial ou do
respectivo agravo, configurando inadmissível inovação
em sede de agravo regimental. 4. Conforme orientação
do Tribunal Superior Eleitoral, do Supremo Tribunal
Federal e do Superior Tribunal de Justiça, a
suspensão condicional do processo pode ser
revogada mesmo após o término do período de
prova, desde que o respectivo motivo ensejador
tenha ocorrido durante o período de vigência do
benefício. Embargos de declaração recebidos como
agravo regimental, ao qual se nega provimento.(Agravo
Regimental em Agravo de Instrumento nº 298350,
Acórdão de 17/11/2015, Relator(a) Min. HENRIQUE
NEVES DA SILVA, Publicação: DJE - Diário de justiça
eletrônico, Volume -, Tomo 236, Data 15/12/2015,
Página 23/24)
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL
ELEITORAL. AÇÃO PENAL. SUSPENSÃO CONDICIONAL
DO PROCESSO. OFERECIMENTO DE NOVA DENÚNCIA.
REVOGAÇÃO DO BENEFÍCIO. ART. 89, § 3º DA LEI Nº
9.099/95. O benefício da suspensão condicional do
processo é revogado se o réu vem a ser processado
pela prática de novo crime, ante o que dispõe o art.
89, § 3º, da Lei nº 9.099/95. Precedentes do Superior
Tribunal de Justiça. Agravo regimental desprovido.
(Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº
132728, Acórdão de 10/11/2015, Relator(a) Min.
MARIA THEREZA ROCHA DE ASSIS MOURA, Publicação:
DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 228, Data
02/12/2015, Página 61)
RECURSO EM HABEAS CORPUS. AÇÃO PENAL.
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. CONDIÇÕES
FACULTATIVAS. FIXAÇÃO PELO JUIZ. ART. 89, § 2º, DA
LEI 9.099/95. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
COMUNITÁRIOS. POSSIBILIDADE. DESPROVIMENTO. 1.
É possível o estabelecimento de prestação de serviços
comunitários por ocasião da suspensão condicional do
processo, no prudente uso da faculdade judicial disposta
no art. 89, § 2º, da Lei nº 9.099/1995, mas que, para os
fins do sursis processual, se apresentam tão somente
como condições para sua incidência. Precedentesde
ambas as turmas do STJ e do STF. 2. A jurisprudência
do Tribunal também autoriza a especificação de
outras condições para a suspensão do processo, tais
como a prestação de serviços comunitários, com
base no art. 89, § 2º, da Lei nº 9.099/1995 (RHC nº
44912/AL, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 26.3.2013). 3.
Recuso desprovido. (Recurso em Habeas Corpus nº
75655, Acórdão de 15/10/2015, Relator(a) Min.
LUCIANA CHRISTINA GUIMARÃES LÓSSIO, Publicação:
DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 221, Data
23/11/2015, Página 89)
8 
ELEIÇÕES 2008. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO
ESPECIAL. CRIME ELEITORAL. CORRUPÇÃO ELEITORAL.
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. ART. 89 DA
LEI Nº 9.096/95. NULIDADE RELATIVA. PRECLUSÃO.
DESPROVIMENTO. 1. A jurisprudência deste Tribunal
e do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de
que, por se tratar de nulidade relativa, a ausência de
proposição de suspensão condicional do processo
pelo Ministério Público Eleitoral torna a matéria
preclusa, se não suscitada pela defesa no momento
oportuno. 2. Agravo regimental desprovido. (Agravo
Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 4095,
Acórdão de 03/08/2015, Relator(a) Min. LUCIANA
CHRISTINA GUIMARÃES LÓSSIO, Publicação: DJE - Diário
de justiça eletrônico, Tomo 201, Data 22/10/2015,
Página 31/32)
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO
EM RECURSO ESPECIAL. FALTA DE INFIRMAÇÃO DOS
FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA 182/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Não é
viável, em sede de recurso especial, rever a conclusão de
ter sido o agravante o mandante do delito. Súmulas 7 do
STJ e 279 do STF. 2. Requerimento de diminuição da
pena fixada para a continuidade delitiva. Ausência de
prequestionamento. Inviabilidade. 3. Suspensão
condicional do processo. Infração penal cometida em
continuidade delitiva. Pena aplicada que, pela
incidência da majorante, ultrapassa o limite de um
ano. Impossibilidade. Súmula 243 do STJ. 4. Alegação
de cerceamento de defesa não demonstrada. Agravante
regularmente intimado para o interrogatório deixou de
comparecer injustificadamente ao ato. 5. Agravo
regimental desprovido. (Agravo Regimental em Agravo
de Instrumento nº 4374, Acórdão de 05/05/2015,
Relator(a) Min. MARIA THEREZA ROCHA DE ASSIS
MOURA, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico,
Tomo 104, Data 03/06/2015, Página 13)
CRIME ELEITORAL. CORRUPÇÃO ELEITORAL. ART. 353
DO CÓDIGO ELEITORAL. CONFIGURAÇÃO. EMENDATIO
LIBELLI. 1. Para modificar a conclusão da Corte de
origem no sentido de que ficou comprovado o uso de
documento falsificado, seria necessário o reexame dos
fatos e das provas dos autos, o que é vedado em sede de
recurso especial, nos termos das Súmulas 7 do STJ e 279
do STF. 2. Havendo a simples correção na qualificação
jurídica dos fatos narrados na denúncia - emendatio
libelli -, é desnecessária a abertura de prazo para
manifestação da defesa e produção de provas.
Precedentes: REspe nº 21.595, rel. Min. Luiz Carlos
Madeira, DJe de 3.6.2005; AgR-REspe nº 28.569, rel. Min.
Marcelo Ribeiro, DJe de 20.8.2008. 3. De acordo com a
jurisprudência do STJ, não se admite a suspensão
condicional do processo se já foi proferida a
sentença penal condenatória. Precedentes: HC nº
38.064, rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, DJe de
21.2.2005; HC nº 87.182, rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, DJe de 24.11.2008; HC nº 150.229, rel.
Min. Laurita Vaz, DJe de 24.5.2010. Agravo regimental
a que se nega provimento. (Agravo Regimental em
Agravo de Instrumento nº 21251, Acórdão de
28/04/2015, Relator(a) Min. HENRIQUE NEVES DA
SILVA, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico,
Tomo 99, Data 27/05/2015, Página 35/36)
6. TIPOS PENAIS ELEITORAIS
A análise dos crimes eleitorais previstos no
CE ou em leis esparsas demonstra que os vários
tipos penais têm como objetividade jurídica a
proteção dos diversos aspectos do processo
eleitoral, com a finalidade de garantir a efetividade
das normas que visam obter a mais legítima
manifestação da vontade popular. Assim, vai-se de
crimes que protegem a regular formação do corpo
de eleitores até aqueles que procuram garantir a
igualdade entre os postulantes aos mandatos ou
mesmo a liberdade de consciência do eleitor.
Em verdade, são vários os bens jurídicos
envolvidos, mas todos trazem a nota comum de
integrantes do processo eleitoral. Essa diversidade
faz surgir na doutrina a variação de classificações
dos crimes eleitorais. A lição de Suzana de Camargo
Gomes (GOMES, 2010, p. 64) sistematiza a matéria
mediante combinação da objetividade jurídica
imediata com a fase do processo eleitoral em que se
dá a conduta. Nessa compreensão, apenas para fins
9 
didáticos, os crimes eleitorais podem ser assim
classificados:
i) Crimes eleitorais relativos à formação do
corpo eleitoral – arts. 289 ao 293 do CE, 295 do CE
e 91, parágrafo único, da Lei nº 9.504/1997 (Lei das
Eleições (LE));
ii) Crimes eleitorais relativos à formação e ao
funcionamento dos partidos políticos – arts. 319
ao 321, 338 e 346 do CE;
iii) Crimes eleitorais em matéria de
inelegibilidades – art. 25 da LC nº 64/1990;
iv) Crimes eleitorais relativos à propaganda
eleitoral – arts. 323 ao 327, 331, 332, 334, 335, 336
e 337 do CE, 33, § 4º, 34, §§ 2º e 3º, 39, § 5º, 40, da
LE;
v) Crimes eleitorais relativos à votação – arts.
297 ao 312 e 316 do CE;
vi) Crimes eleitorais relativos à garantia do
resultado legítimo do pleito – arts. 313, 314, 317
e 318 do CE e art. 72 da LE;
vii) Crimes eleitorais concernentes à
organização e ao funcionamento dos serviços
eleitorais – arts. 296, 339-345 e 347 do CE;
viii) Crimes contra a fé pública eleitoral – arts.
348-354 do CE.
7. CRIMES PREVISTOS NO CÓDIGO ELEITORAL
Os delitos previstos no CE estão localizados
nos arts. 45, 47, 68, 71, 129 e a partir do art. 289 até
o art. 354, totalizando 66 tipos penais, já que foram
revogados, sem substituição, os antigos artigos 294,
322, 328 e 329. 
São estes os tipos penais previstos no CE:
Art. 45 (…)
§9º Findo esse prazo, sem que o alistando se
manifeste, ou logo que seja desprovido o recurso em
instância superior, o juiz inutilizará a folha individual
de votação assinada pelo requerente, a qual ficará
fazendo parte integrante do processo e não poderá,
em qualquer tempo, ser substituída, nem dele
retirada, sob pena de incorrer o responsável nas
sanções previstas no Art. 293.
(…)
§ 11. O título eleitoral e a folha individual de votação
somente serão assinados pelo juiz eleitoral depois de
preenchidos pelo cartório e de deferido o pedido, sob
as penas do artigo 293.
Art. 47. As certidões de nascimento ou casamento,
quando destinadas ao alistamento eleitoral, serão
fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos
pedidos apresentados em cartório pelos alistandos ou
delegados de partido.
(…)
§ 3º O escrivão, dentro de quinze dias da data do
pedido, concederá a certidão, ou justificará, perante o
Juiz Eleitoral por que deixa de fazê-lo.
§ 4º A infração ao disposto neste artigo sujeitará o
escrivão às penas do Art. 293.
Art. 68 (...)
§2º O despacho de pedido de inscrição, transferência,
ou segunda via, proferido após esgotado o prazo legal,
sujeita o juiz eleitoral às penas do Art. 291.
Art. 71 (…)
O despacho de pedido de inscrição, transferência, ou
segunda via, proferido após esgotado o prazo legal,
sujeita o juiz eleitoral às penas do Art. 291.
Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio
Art. 129. (...)
Parágrafo único. O eleitor que inutilizar ou arrebatar
as listas afixadas nas cabinas indevassáveis ou nos
10 
edifícios onde funcionarem mesas receptoras,
incorrerá nas penas do artigo 297.Art. 135.
§ 5º Não poderão ser localizadas seções eleitorais em
fazenda sítio ou qualquer propriedade rural privada,
mesmo existindo no local prédio público, incorrendo o
juiz nas penas do Art. 312, em caso de infringência.
Art. 174 (...)
§3º Não poderá ser iniciada a apuração dos votos da
urna subsequente sob as penas do Art. 345, sem que
os votos em branco da anterior estejam todos
registrados pela forma referida no § 1º. 
Inscrição f raudulenta de e leitor 
Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:
Pena - Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a
15 dias-multa.
Inscrição fraudulenta de eleitor
Orientação jurisprudencial
RECURSO ELEITORAL. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA.
INSCRIÇÃO ELEITORAL FRAUDULENTA. ART. 289 DO
CÓDIGO ELEITORAL. AUSÊNCIA DE FINALIDADE
ELEITORAL. DELITO FORMAL. DOLO GENÉRICO.
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO E
JULGAMENTO. JUSTIÇA ELEITORAL. RECURSO
IMPROVIDO. 1.Para caracterização do crime previsto
no artigo 289 (inscrição fraudulenta) do Código
Eleitoral, basta a vontade livre e consciente de
inscrever-se fraudulentamente, sendo despicienda a
averiguação de resultado ou vantagem para o
enquadramento da ação fraudulenta no tipo,
porquanto o delito é formal. 2. Caso em que o
Recorrente foi denunciado por ter transferido
fraudulentamente o seu título eleitoral para o município
de Palmas/TO, com a intenção de comprovar o domicílio
eleitoral e participar de exame necessário à sua inscrição
no quadros da Ordem dos Advogados Brasil (OAB). 3.
Conduta violadora da fé pública dos registros eleitorais,
competência do Juízo da 29ª Zona Eleitoral para
processar e julgar a conduta descrita no delito em
espécie, sendo desnecessária perquirir a finalidade
especial de agir do infrator para a adequação da ação
fraudulenta ao tipo. (TRE-TO - RE: 47927 SP, Relator:
JOÃO OLINTO GARCIA DE OLIVEIRA, Data de
Julgamento: 11/06/2014, Data de Publicação: DJE -
Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 104, Data
13/06/2014, Página 3)
RECURSO CRIMINAL - ART. 289 DO CÓD. ELEITORAL –
INSCRIÇÃO FRAUDULENTA - SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA - PROVA SUFICIENTE PARA A
CONDENAÇÃO. 1. PROVA PERICIAL: EXAME
GRAFOTÉCNICO COMPROVANDO A APOSIÇÃO DA
ASSINATURA DA RÉ NO REQUERIMENTO DE
ALISTAMENTO ELEITORAL. 2. DELITO DE CARÁTER
FORMAL, O QUAL DISPENSA O DOLO ESPECÍFICO DE
FRAUDAR A JUSTIÇA ELEITORAL PARA SUA
CONSUMAÇÃO. 3. RECURSO DESPROVIDO.” (TRE-SP,
RECURSO CRIMINAL nº 6765, Acórdão de 18/12/2014,
Relator(a)ALBERTO ZACHARIAS TORON, Publicação:
DJESP - Diário da Justiça Eletrônico do TRE-SP, Data
08/01/2015)
Ação penal. Denúncia. Recebimento. 1. Na linha da
jurisprudência deste Tribunal, a certidão emitida por
Oficial de Justiça - atinente à diligência de verificação da
veracidade ou não da residência declarada para fins de
transferência de domicílio eleitoral - deve, ao menos, ser
considerada como indício para efeito de oferecimento de
denúncia, sendo que no curso da ação penal, sob as
garantias do contraditório, poderão ser produzidas as
provas que, afinal, confirmem ou não o indício apontado.
Este Tribunal já entendeu haver justa causa para o
prosseguimento da persecução criminal nessa hipótese,
conforme decidido no RHC nº 196/PB, rel. Min.
Sepúlveda Pertence, DJ de 6.5.1993. 2. No que tange ao
argumento relativo à atipicidade da conduta, por se
considerar que o tipo do art. 289 do Código Eleitoral
atingiria apenas a inscrição originária e não
contemplaria a hipótese de transferência de
domicílio, a jurisprudência desta Corte Superior, há
muito, admite a incidência do mencionado tipo penal
também nos atos de transferência do alistamento,
pois "a inscrição eleitoral é gênero do qual a
transferência é espécie" (AG nº 11.301, rel. desig.
Min. Carlos Velloso, DJ de 7.10.94), donde o pedido
11 
fraudulento de transferência compreende-se no tipo
do art. 289, CE (RHC nº 200, rel. Min. Torquato
Jardim). Nesse sentido também: RESPE nº 15177, rel.
Min. Maurício Corrêa, DJ de 22.5.1998. 3. Este
Tribunal admite o cometimento de inscrição fraudulenta
na modalidade de transferência fraudulenta tentada
(RHC nº 27/SP, rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de
19.11.1999), razão pela qual o fato de a transferência
não se ter concretizado não configura justa causa para o
trancamento da ação penal, cabendo ao julgador, se for o
caso, desclassificar o delito no momento próprio.
Precedentes: Acórdãos nº 13.224, relator Ministro
Torquato Jardim, e nº 24, de 2.9.99, rel. Ministro Edson
Vidigal. 4. Em relação à fragilidade probatória
decorrente de necessidade de oitiva da denunciada no
inquérito policial, já se decidiu que o oferecimento de
denúncia não está condicionado à existência de inquérito
prévio, razão pela qual não se mostra juridicamente
possível condicionar o oferecimento da denúncia à
prévia oitiva da ré perante a autoridade policial.
Precedentes STJ e STF. 5. A aferição do dolo específico da
conduta da ré é questão que deve situar-se no âmbito da
instrução probatória, por não comportar segura ou
precisa análise na fase processual de recebimento da
denúncia, que é de formulação de um simples juízo de
delibação. 6. A denúncia só deve ser rejeitada quando a
atipicidade é patente e pode ser verificada sem a
necessidade de produção de outras provas. Havendo um
substrato mínimo de prova, que, no presente caso, se
verifica da certidão de Oficial de Justiça, a ação penal
deve ser aberta, possibilitando as fases de instrução.
Recurso especial provido a fim de receber a denúncia.”
(TSE, REspe nº 287.477, Rel. Min. Henrique Neves da
Silva, D.J.E. 10/09/2013)
RECURSO CRIMINAL. DENÚNCIA FEITA COM BASE NA
FIGURA TÍPICA DO ART. 289 DO CÓDIGO ELEITORAL.
INSCRIÇÃO ELEITORAL FRAUDULENTA.
CONDENAÇÃO NA ORIGEM. AGENTE QUE REQUEREU
À JUSTIÇA ELEITORAL TRANSFERÊNCIA DE
DOMICÍLIO ELEITORAL DECLARANDO ENDEREÇO
DIVERSO DA SUA REAL RESIDÊNCIA. AUTORIA E
MATERIALIDADE DEMONSTRADAS PELA PROVA
DOCUMENTAL E TESTEMUNHAL. CRIME
ESSENCIALMENTE FORMAL. INOCORRÊNCIA DO
CHAMADO ERRO DE PROIBIÇÃO.
DESPROVIMENTO.”(TRE-SP, Recurso Criminal nº 12.555,
Rel. Roberto Caruso Costabile e Solimene, DJESP
19/09/2013)
Recurso Criminal. Crime de Inscrição Eleitoral
Fraudulenta - art. 289 do Código Eleitoral. Suposta
fraude na declaração de domicílio para fins de Revisão
de Eleitorado em 2007 no Município de Engenheiro
Paulo de Frontin. Atipicidade da conduta. Provimento. I -
Inexiste fraude na inscrição eleitoral confirmada pelo
réu no momento da Revisão de Eleitorado de 2007, já
que o acusado, de fato, possuía, à época, vínculo
comunitário, patrimonial e afetivo com o endereço
informado à Justiça Eleitoral, ainda que ali não residisse.
II - O fato de o réu não residir no endereço informado à
Justiça Eleitoral quando da Revisão do Eleitorado é
insuficiente para se poder concluir que ele não tivesse
domicílio eleitoral naquela localidade. Isso porque o
conceito de domicílio eleitoral é muito mais abrangente
que o de domicílio civil, bastando para a configuração
daquele que o eleitor tenha vínculo profissional,
patrimonial ou comunitário com determinada localidade
(art. 65, caput, da Resolução TSE 21.538/03). Até mesmo
o liame familiar ou afetivo é apto a justificar a existência
de domicílio eleitoral em determinado local. Doutrina e
precedentes do TSE (AgR-AI 7286/PB e RESPE
23721/RJ). III - Provimento do recurso criminal para
reformar a sentença recorrida e absolver o réu pela
prática do crime previsto no art. 289 do Código Eleitoral.
(TRE-RJ - RC: 1351 RJ, Relator: FLAVIO DE ARAUJO
WILLEMAN, Data de Julgamento: 16/06/2014, Data de
Publicação: DJERJ - Diário da JustiçaEletrônico do TRE-
RJ, Tomo 145, Data 07/07/2014, Página 37/46)
CRIME ELEITORAL. ART. 350 DO CÓDIGO ELEITORAL.
SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECAPITULAÇÃO DOS
FATOS NARRADOS NA DENÚNCIA (ART. 383, CAPUT,
CPP). ART. 289 DO CÓDIGO ELEITORAL. AUTORIA E
MATERIALIDADE COMPROVADAS. AFASTADA A
ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE DOLO. NEGA-SE
PROVIMENTO AO RECURSO. 1. DENÚNCIA QUE
IMPUTOU AO ACUSADO O CRIME TIPIFICADO NO ART.
350 DO CÓDIGO ELEITORAL. DIANTE DA ERRÔNEA
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME FEITA NA PEÇA INAUGURAL,
CABÍVEL A EMENDATIO LIBELLI (ART. 383, CAPUT, CPP)
PARA RECAPITULAR OS FATOS NARRADOS NA INICIAL
12 
PARA O CRIME DESCRITO NO ART. 289 DO CÓDIGO
ELEITORAL (INSCRIÇÃO FRAUDULENTA DE ELEITOR).
2. OS FATOS NARRADOS NA DENÚNCIA E O CONJUNTO
PROBATÓRIO AMEALHADO AOS AUTOS EVIDENCIAM A
MATERIALIDADE E A AUTORIA. PRESENTE O DOLO
CONSISTENTE NA INTENÇÃO DELIBERADA DO AGENTE
EM FRAUDAR E ENGANAR OS SERVIÇOS DA JUSTIÇA
ELEITORAL. 3. O RECORRENTE DECLAROU, POR
OCASIÃO DO REQUERIMENTO DE TRANSFERÊNCIA DE
SUA INSCRIÇÃO ELEITORAL, ENDEREÇO PERTENCENTE
A TERCEIRO, DESCONHECIDO SEU, BEM COMO NÃO
COMPROVOU QUALQUER VÍNCULO COM A CIDADE DE
CANANÉIA. 4. NEGA-SE PROVIMENTO AO RECURSO.”
(TRE-SP, Recurso Criminal nº 686, Rel. Antônio Carlos
Mathias Coltro, DJESP 23/01/2014)
RECURSO ESPECIAL. INSCRIÇÃO FRAUDULENTA DE
ELEITOR (CE, art. 289). CRIME DE MÃO PRÓPRIA.
PARTICIPAÇÃO POSSÍVEL ATRAVÉS DE CUMPLICIDADE.
1. O crime do artigo 289 do Código Eleitoral é
qualificado como crime de mão própria, na medida
em que somente pode ser praticado pelo eleitor.
Assim sendo, não admite a coautoria, mas é possível
a participação. Precedente do TSE. 2. A indução à
prática da inscrição fraudulenta perfectibiliza o tipo
do artigo 290 do Código Eleitoral. Se, porém, há
prestação de auxílio material à conduta delitiva, está
caracterizada a participação no delito do artigo 289
do Código Eleitoral. 3. Recurso especial desprovido.
(TSE - REspe 571991 RN, Relator: MARIA THEREZA
ROCHA DE ASSIS MOURA , Data de Julgamento:
03/03/2015 , Data de Publicação: DJE - Diário de justiça
eletrônico, Tomo 58, Data 25/03/2015, Página 37)
Inscrição fraudulenta de eleitor
Apuração / Diligências recomendadas
1. Identificação das pessoas envolvidas;
2. Obtenção do documento eleitoral, como, por
exemplo, requerimento de alistamento eleitoral ou de
transferência de domicílio (REspe nº 287.477)
utilizado para realização da inscrição fraudulenta;
3. Juntada aos autos de eventuais certidões lavradas
pela Justiça Eleitoral acerca dos fatos em apuração;
4. Oitiva das pessoas envolvidas e das testemunhas
que possam comprovar os atos delituosos e colher
seus padrões gráficos;
5. Realização de perícia grafotécnica no documento
eleitoral com a finalidade de identificar a autoria
delitiva;
6. Realização de levantamento de informações junto
aos bancos de dados acessíveis pelas autoridades de
investigação, como Receita Federal do Brasil, CNIS e
RAIS, para identificar onde declarou residência e,
entre outros, onde manteve vínculos empregatícios.
De posse dessas informações, apontar possíveis
contradições suficientes a configurar ou não o crime;
7. Igualmente, a depender da localidade, buscar
informações cadastrais junto a sindicatos rurais e no
CadÚnico;
8. Relato minucioso dos fatos e de suas circunstâncias;
e
9. Colher o depoimento, na condição de investigado(s),
daquele(s) apontado(s) como autor(es) do delito,
sendo importante levantar informações acerca de
eventuais vínculos profissionais, patrimoniais,
comunitário ou algum tipo de liame familiar ou
afetivo com determinada localidade.
Induzimento à inscrição de eleitor em infração às
normas legais
Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com
infração de qualquer dispositivo dêste Código.
Pena - Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30
dias-multa.
Inscrição fraudulenta efetivada por Juiz
Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição
de alistando.
Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a 
quinze dias-multa.
Negativa ou retarmaneto de inscrição eleitoral
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária,
sem fundamento legal, a inscrição requerida:
Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
13 
Pertubação ou impedimento do alistamento
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o
alistamento:
Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento
de 30 a 60 dias-multa.
Retenção de título eleitoral
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do
eleitor:
Pena - Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a
60 dias-multa.
Promoção de desordem nos trabalhos eleitorais
Art. 296. Promover desordem que prejudique os
trabalhos eleitorais;
Pena - Detenção até dois meses e pagamento de 60 a
90 dias-multa.
Impedimento ou embaraço ao exercício do sufrágio
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do
sufrágio:
Pena - Detenção até seis meses e pagamento de 60 a
100 dias-multa.
Prisão ou dentenção fora das hipóteses legais
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa
receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato,
com violação do disposto no Art. 236:
Pena - Reclusão até quatro anos.
Corrrupção Eleitoral
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber,
para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer
outra vantagem, para obter ou dar voto e para
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta
não seja aceita:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco
a quinze dias-multa.
Corrupção Eleitoral
Orientação Jurisprudencial
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
RECURSO ESPECIAL. CONDENAÇÃO CRIMINAL.
CORRUPÇÃO ELEITORAL. CÓDIGO ELEITORAL. ART. 299.
PROVIMENTO. 1. Para a configuração do crime de
corrupção eleitoral, além de ser necessária a
ocorrência de dolo específico, qual seja, obter ou dar
voto, conseguir ou prometer abstenção, é necessário
que a conduta seja direcionada a eleitores
identificados ou identificáveis, e que o corruptor
eleitoral passivo seja pessoa apta a votar.
Precedentes. 2. Não há falar em corrupção eleitoral
mediante o oferecimento de serviços odontológicos à
população em geral e sem que a denúncia houvesse
individualizado os eleitores supostamente aliciados. 3.
Agravos regimentais providos. (TSE - AgR-AI: 749719 RJ,
Relator: Min. MARIA THEREZA ROCHA DE ASSIS
MOURA, Data de Julgamento: 11/12/2014, Data de
Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 35,
Data 23/02/2015, Página 54)
HABEAS CORPUS. RECEBIMENTO DE DENÚNCIA ART.
299 DO CÓDIGO ELEITORAL. ATIPICIDADE. CONCESSÃO.
1. O tipo penal previsto no art. 299 do Código
Eleitoral, o qual visa resguardar a vontade do eleitor,
não abarca eventuais negociatas entre candidatos,
visando à obtenção de renúncia à candidatura e
apoio político, em que pese o caráter reprovável da
conduta. 2. Ordem concedida.” (TSE, Habeas Corpus nº
3160, Rel. Min. Luciana Christina Guimarães Lóssio, DJE
03/04/2014)
RECURSO EM HABEAS CORPUS. CORRUPÇÃO
ELEITORAL. CÓDIGO ELEITORAL. ARTIGO 299.
DENÚNCIA. REQUISITOS. 1. A denúncia deve conter a
exposição do fato criminoso com todas as suas
circunstâncias. 2. Na acusação da prática de
corrupção eleitoral (Código Eleitoral, art. 299), a
peça acusatória deve indicar qual ou quais eleitores
teriam sido beneficiados ou aliciados, sem o que o
direito de defesa fica comprometido. 3. Recurso em
habeas corpus provido. (TSE - RHC: 45224 MG, Relator:
Min. LAURITA HILÁRIO VAZ, Data de Julgamento:
26/02/2013, Data de Publicação: DJE - Diário de justiça
eletrônico, Tomo 77, Data 25/04/2013, Página 55)
14 
HABEAS CORPUS CONCEDIDO DE OFÍCIO. ATIPICIDADE
DA CONDUTA. CRIME DE CORRUPÇÃO ELEITORAL.
REALIZAÇÃO DE BINGOS COM FINALIDADE ELEITORAL.INADEQUAÇÃO AO TIPO PENAL DO ART. 299 DO
CÓDIGO ELEITORAL. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO
PARA JULGAR IMPROCEDENTE A AÇÃO PENAL.
AGRAVOS REGIMENTAIS DESPROVIDOS. RECURSO
ESPECIAL. FALTA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS
FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA Nº
182/STJ. DESPROVIMENTO. 1. Há de se manter a decisão
agravada cujos fundamentos não foram especificamente
infirmados nas razões do agravo interno (Súmula nº
182/STJ). Precedentes. 2. A configuração do crime de
corrupção eleitoral exige a presença do dolo
específico, qual seja, obter ou dar voto, conseguir ou
prometer abstenção, e que os eleitores corrompidos
sejam identificados na denúncia. Precedentes. 3. A
realização de bingos, com a distribuição de brindes e
pedido de apoio político aos presentes, apesar de não ser
conduta legalmente autorizada, não se adéqua ao tipo do
art. 299 do Código Eleitoral. 4. As testemunhas arroladas
na denúncia, apesar de confirmarem a realização dos
eventos dos quais participaram, não afirmaram durante
a instrução penal terem aceito ou recebido proposta de
doação de vantagem em troca dos seus votos, o que
afasta o dolo específico. 5. Agravos regimentais
desprovidos e ordem de habeas corpus concedida de
ofício para julgar improcedente a ação penal.” (TSE, AgR-
REspe nº 445.395, Rel. Min. José Antônio Dias Toffoli, DJE
29/11/2013)
RECURSO CRIMINAL. AÇÃO PENAL ELEITORAL.
ELEIÇÕES 2010. ART. 299, DO CÓDIGO ELEITORAL.
PRELIMINARES PROCESSUAIS AFASTADAS. MÉRITO.
CONJUNTO PROBATÓRIO SUFICIENTE PARA O
RECONHECIMENTO DO CRIME. ABSOLVIÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. PENAS REDIMENSIONADAS.
SENTENÇA REFORMADA NESSA EXTENSÃO. RECURSOS
PARCIALMENTE PROVIDOS. “O fato de uma denúncia
anônima ter servido de base para a expedição de
mandado de busca e apreensão não nulifica, por si só, a
criticada diligência policial e a prova respectivamente
produzida. Ademais, não é informe anônimo que
embasou a acusação, mas os elementos de prova
apurados no curso da investigação criminal, iniciada com
informação policial n2 252/2010 (fls. 07), seguida de
mandado de busca e apreensão (fls. 08/12), boletim de
ocorrência (fls. 03/06) e informação 256/2010 (fls.
14/15), os quais redundaram na abertura de inquérito
policial, instaurado mediante portaria (vide fls. 02).
Ressalte-se, a propósito, que o Excelso Supremo Tribunal
Federal já firmou jurisprudência no sentido de que
denúncia anônima pode deflagrar a persecução penal,
desde que esta seja seguida de diligências realizadas
para averiguar os fatos nela originariamente noticiados,
como é o caso dos autos. Nessa vertente: STF; 2a Turma,
AP na 560/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, Dje 10.09.2015; 2a
Turma, RHC n2 125.392/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, Dje
20.05.2015; 1a Turma, RHC n2 110436/DF AgR, Rel.
Min. Roberto Barroso, Cole 18.11.2014, dentre inúmeros
outros.“ “O indeferimento da pergunta formulada à
testemunha de acusação Rafael Silva de Oliveira, acerca
da forma que se deu a colheita de seu depoimento na
fase inquisitorial, não pode implicar no reconhecimento
de cerceamento de defesa. Ora, caberia ao interessado
fazer consignar seu inconformismo na ata da audiência e,
inexistindo tal registro (fls. 257/257vº e 265), não
subsiste a possibilidade de reabertura da discussão de
referida matéria. É que o artigo 571, inciso VIII, do
Código de Processo Penal, determina expressamente que
as nulidades ocorrida em audiência deverão ser arguidas
logo depois de ocorrerem, sob pena de serem
consideradas sanadas, na forma do artigo 572, inciso I,
do referido codex. De violação do devido processo legal,
pela alegada inobservância do direito de a parte inquirir
diretamente as testemunhas, não se cogita. O sistema de
inquirição de testemunhas, modificado pela Lei nº
11.690/08, estabeleceu a 'oportunidade de as partes
inquirirem diretamente as testemunhas, mas não afastou
a intervenção do Magistrado". (TRE-SP, RECURSO
CRIMINAL nº 961, Acórdão de 02/02/2016, Relator(a)
CLAUDIA LÚCIA FONSECA FANUCCHI, Publicação: DJESP
- Diário da Justiça Eletrônico do TRE-SP, Data
11/02/2016)
RECURSO CRIMINAL - ARTIGO 299 DO CÓDIGO
ELEITORAL – SENTENÇA CONDENATÓRIA -
PRELIMINAR DE NULIDADE ARGUIDA POR PELO
RECORRENTE GILMAR EM RAZÃO DE SER CIVILMENTE
INCAPAZ E TER SIDO OUVIDO NO INQUÉRITO SEM O
ACOMPANHAMENTO DE SUA CURADORA - NULIDADE
RELATIVA - AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE
15 
PREJUÍZO - MATÉRIA PRELIMINAR REPELIDA - MÉRITO
- DISTRIBUIÇÃO DE VALES COMBUSTÍVEL EM TROCA
DA AFIXAÇÃO DE ADESIVOS COM PROPAGANDA
ELEITORAL - AUSÊNCIA DE PROVAS SUFICIENTES
QUANTO À CONFIGURAÇÃO DOS ILÍCITOS - RECURSOS
PROVIDOS PARA ABSOLVER OS RÉUS COM
FUNDAMENTO NO ARTIGO 386, VII, DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL.” (RECURSO CRIMINAL nº 40270,
Acórdão de 25/08/2015, Relator(a) MÁRIO DEVIENNE
FERRAZ, Publicação: DJESP - Diário da Justiça Eletrônico
do TRE-SP, Data 03/09/2015)
RECURSO CRIMINAL - ART. 299 DO CÓDIGO ELEITORAL
- SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PROVA SUFICIENTE
PARA A CONDENAÇÃO. 1. NO CASO EM TELA, O
DENUNCIADO AGIU COM DOLO DE ANGARIAR VOTOS
AO "EMPRESTAR" SEU NOME A ELEITORES COM
RESTRIÇÃO FINANCEIRA, PARA REALIZAR COMPRA
DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO EM PERÍODO
ELEITORAL. 2. O FATO DE A REPRESENTAÇÃO, A
RESPEITO DOS MESMOS, FATOS, TER SIDO JULGADA
IMPROCEDENTE, NÃO OBSTA, A PROPOSITURA DA
AÇÃO PENAL, TENDO EM VISTA A INDEPENDÊNCIA
ENTRE AS ESFERAS CÍVEL-ELEITORAL E A PENAL.
PRECEDENTES DO TSE. 3. PROVA TESTEMUNHAL,
PRODUZIDA SOB O CRIVO DO CONTRADITÓRIO,
DEMONSTROU QUE O RECORRENTE INTERMEDIOU TAL
COMPRA DE MATERIAIS A ELEITORES. 4.
DESNECESSÁRIO O PEDIDO EXPLÍCITO, BASTANDO A
ATUAÇÃO DO CANDIDATO E A EVIDÊNCIA DO
ESPECIAL FIM DE ANGARIAR VOTOS. 5. ADEQUADA A
FIXAÇÃO DA PENA BASE ACIMA DO LIMITE LEGAL
DIANTE DAS CIRCUNSTÂNCIAS E CONSEQUÊNCIAS DO
DELITO, INEXISTINDO QUALQUER "BIS IN IDEM".
CONFIGURAÇÃO DO TIPO PENAL EM CONTINUIDADE
DELITIVA, QUE JUSTIFICA O AUMENTO DE 2/3.
MANUTENÇÃO DO VALOR ESTIPULADO NA PENA DE
MULTA, PORQUANTO A HIPOSSUFICIÊNCIA DO
RECORRENTE NÃO FOI COMPROVADA. 6. RECURSO
DESPROVIDO. (TRE-SP, RECURSO CRIMINAL Nº 7349,
Acórdão de 03/02/2015, Relator(a) ROBERTO MAIA
FILHO, Publicação: DJESP – Diário da Justiça Eletrônico
do TRE-SP, Data 12/02/2015)
RECURSO CRIMINAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA NÃO
CONFIGURADA. CORRUPÇÃO ELEITORAL. TRANSPORTE
MARÍTIMO GRATUITO DE ELEITORES NA TRAVESSIA
ENTRE ILHA GRANDE E ANGRA DOS REIS, NO PERÍODO
ELEITORAL. NÃO CONFIGURAÇÃO DO CRIME PREVISTO
NO ART. 299 DO CÓDIGO ELEITORAL. AUSÊNCIA DE
IDENTIFICAÇÃO DOS ELEITORES, CUJOS VOTOS
ESTARIAM SENDO OBJETO DE CORRUPÇÃO ELEITORAL.
ATIPICIDADE DA CONDUTA. FATOS QUE CONFIGURAM
ABUSO DE PODER POLÍTICO DO ENTÃO PREFEITO, E
NÃO CORRUPÇÃO ELEITORAL. RECURSO DESPROVIDO.
1. Da narrativa dos fatos apresentados na denúncia
decorre, logicamente, a sua conclusão. As condutas
descritas na denúncia configuram, em tese, os ilícitos
eleitorais imputados a ambos os recorridos. Imputações
que justificaram a instauração de ação penal e a
realização de instrução probatória, no curso do processo
criminal. Alegação de inépcia da denúncia rejeitada. 2.
Com relação aos recorridos, os fatos narrados na
denúncia representaram "promessa de campanha", já
que o serviço gratuito foi disponibilizado pelo então
Prefeito, Fernando Jordão, que não figura no processo,
mas foi o responsável pela divulgação do benefício. 3. O
crime de corrupção eleitoral pressupõe o
oferecimento de vantagens a eleitores, diretamente
relacionadas à obtenção do voto dos respectivos
beneficiários. Para a caracterização do tipo previsto
no art. 299 do Código Eleitoral faz-se impositiva a
produção de prova robustapelo Parquet de que a
vantagem oferecida a eleitor teria, como
contrapartida, a concessão de seu voto em
determinada eleição, nos termos da jurisprudência
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE - RespE nº 291 -
Petrópolis/RJ - Rel. Min. Maria Thereza Rocha de
Assis Moura - DJE 4/3/2015; TSE - RHC nº 142354,
Rel. Min. Laurita Vaz - DJE 5.12.2013; TSE - RespE -
Ilha Solteira/SP - Rel. Min. Carmen Lúcia Antunes
Rocha - DJE 22/11/2013; TSE - RO nº 1522 - São
Paulo/SP - Rel. Marcelo Henriques Ribeiro de
Oliveira - DJE 10/05/2010). 4. Não foram identificados,
dentre os beneficiários do serviço de transporte
marítimo gratuito na travessia entre Ilha Grande e Angra
dos Reis, eleitores específicos e determinados, o que
impossibilita a configuração do crime de corrupção
eleitoral, segundo a jurisprudência do e. Tribunal
Superior Eleitoral (TSE - AgR-AI nº 749719 -
Teresópolis/RJ - Rel. Min. José Antônio Dias Toffoli - DJE
23/02/2015; TSE - HC nº 69358 - Jandira/SP - Rel. Min.
16 
José Antônio Dias Toffoli - DJE 09/09/2013; TSE - HC nº
81219 - Miguel Pereira/RJ - Rel. Min. José Antônio Dias
Toffoli - DJE 20/03/2013; TSE - HC nº 672 -
Jequitinhonha/MG - Rel. Min. Felix Fischer - DJE
24/03/2010). 5. Os fatos comprovados nos autos
indicam a prática de grave ilícito cível-eleitoral,
possivelmente realizado pelo então Prefeito, Fernando
Jordão, além de improbidade administrativa, mas não o
crime de corrupção eleitoral, cuja configuração depende
de elementos específicos, inexistentes no caso em
julgamento. Não há tipicidade penal eleitoral na conduta
de conceder, através de terceiro agente público,
vantagens a uma coletividade indeterminada de pessoas,
ainda que o propósito dos agentes seja o de angariar
votos. Trata-se de ilícito cível-eleitoral e administrativo
(TRE-RJ - RC: 8010 RJ, Relator: ANA TEREZA BASILIO,
Data de Julgamento: 08/06/2015, Data de Publicação:
DJERJ - Diário da Justiça Eletrônico do TRE-RJ, Tomo
115, Data 11/06/2015, Página 51/52)
RECURSO CRIMINAL APRESENTADO POR DEMÉTRIUS
ÍTALO. AÇÃO PENAL ELEITORAL. DENÚNCIA
REFERENTE AO CRIME PREVISTO NO ART. 299 DO
CÓDIGO ELEITORAL. SENTENÇA CONDENATÓRIA EM
RELAÇÃO A ESSE CORRÉU. INCONFORMISMO.
PREJUDICIAIS DE INÉPCIA DA DENÚNCIA,
CERCEAMENTO DE DEFESA E NULIDADES DA CITAÇÃO,
DO INQUÉRITO CIVIL QUE ANTECEDEU A DENÚNCIA A
DA PROVA CONSUBSTANCIADA EM GRAVAÇÃO
AMBIENTAL. TODAS AFASTADAS. MÉRITO.
CONFIGURAÇÃO DO DELITO. INSURGÊNCIA QUANTO À
DOSIMETRIA. DESACOLHIMENTO. PREJUDICIAIS
AFASTADAS E RECURSO DESPROVIDO. (...). 5. EMBORA O
INQUÉRITO CIVIL TENHA POR OBJETIVO, EM
PRINCÍPIO, APURAR FATOS QUE PODERÃO ENSEJAR A
PROPOSITURA DE AÇÕES DE NATUREZA CIVIL
(EXEMPLOS: AÇÃO CIVIL PÚBLICA E AÇÃO DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA), POR OUTRO LADO,
NÃO HÁ ÓBICE A QUE, CASO POSTERIORMENTE SE
ENTENDA HAVER A PRÁTICA DE INFRAÇÃO PENAL,
SEJA ELE UTILIZADO COMO SUPORTE PROBATÓRIO DE
EVENTUAL AÇÃO PENAL. PRECEDENTES. 6. EM
RELAÇÃO AO MÉRITO, ESTÁ SUFICIENTEMENTE
DEMONSTRADO QUE O RECORRENTE DEMÉTRIUS
ÍTALO, CANDIDATO A VEREADOR E À ÉPOCA
PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SERRA
NEGRA, OFERECEU E DEU A RESIDENTES DO SÍTIO SÃO
JOSÉ, LOCALIZADO NO BAIRRO TRÊS BARRAS, EM
SERRA NEGRA, MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO (PEDRAS)
PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA PONTE, BEM COMO
COLABOROU PARA QUE UMA MÁQUINA DA
PREFEITURA LOCAL FOSSE UTILIZADA NESSA OBRA,
SEM A DEVIDA CONTRAPRESTAÇÃO. E FÊ-LO COM
ESCOPO DE SENSIBILIZAR E COOPTAR ELEITORES,
INCIDINDO, ASSIM, NA FIGURA TÍPICA-PENAL
DESCRITA NO ART. 299 DO CÓDIGO ELEITORAL. 7. (...)” 
(TRE-SP, Recurso criminal nº 100.327, Rel. Silmar
Fernandes, DJESP 29/05/2014)
RECURSO CRIMINAL. CORRUPÇÃO ELEITORAL (ART.
299 DO CÓDIGO ELEITORAL). ELEITORAS
SURPREENDIDAS, NO MOMENTO EM QUE RECEBERIAM
DINHEIRO EM TROCA DE VOTOS. TESTEMUNHOS DE
DOIS POLICIAIS CIVIS QUE PARTICIPARAM DA AÇÃO E
DA PROMOTORA DE JUSTIÇA QUE A COORDENOU.
PEQUENAS CONTRADIÇÕES NOS DEPOIMENTOS SÃO
DESPREZÍVEIS. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL QUE APUROU OS
MESMOS FATOS. REJEIÇÃO DA PRELIMINAR. RECURSO
DESPROVIDO NO MÉRITO. (...) 3. A CORRUPÇÃO
ELEITORAL É CRIME QUE PODE SER LEVADO A EFEITO
MEDIANTE INTERPOSTA PESSOA. ASSIM SENDO,
AFIGURA-SE IRRELEVANTE PERÍCIA GRAFOTÉCNICA
EM DOCUMENTO COM OBJETIVO DE COMPROVAR NÃO
TER PARTIDO DETERMINADA ASSINATURA DO PUNHO
DO PRÓPRIO CANDIDATO SUPOSTAMENTE
BENEFICIADO PELO ILÍCITO. PRELIMINAR DE
CERCEAMENTO DE DEFESA INDEFERIDA. 4.
EXISTÊNCIA DE PEQUENAS CONTRADIÇÕES NOS
DEPOIMENTOS PRESTADOS PELAS TESTEMUNHAS DE
ACUSAÇÃO PERANTE A AUTORIDADE POLICIAL E EM
JUÍZO NÃO TÊM O CONDÃO DE LEVAR À ABSOLVIÇÃO
DO RÉU, VEZ QUE OS CRIMES DE COMPRA DE VOTOS
SÃO DE DIFÍCIL COMPROVAÇÃO. 5. REJEIÇÃO DA
PRELIMINAR E, NO MÉRITO, DESPROVIMENTO DO
RECURSO, MANTENDO-SE A SENTENÇA
CONDENATÓRIA. (TRE-SP, Recurso criminal nº 96.665,
Rel. Luiz Guilherme da Costa Wagner Junior, DJESP
20/03/2014)
17 
Corrupção Eleitoral
Apuração / Diligências recomendadas
1. Identificação das pessoas envolvidas;
2. Registro da abordagem ou da ocorrência, sempre
que possível, por meio audiovisual;
3. Caso tenha sido dado algum bem ou prestado algum
serviço para prática do delito, deve-se tentar:
3.1. Obter o registro fotográfico ou filmagem do bem
doado; e
3.2. Obter documentos, notas fiscais e recibos de
empresas (ou pessoas físicas caso sejam os
prestadores de serviços), como lojas de materiais de
construção, supermercados, postos de gasolina ou
prestadoras de serviços, responsáveis pelo
fornecimento do bem ou pela prestação dos serviços; 
4. Obtenção de filmagens, fotografias e gravações que
comprovem a prática do delito;
5. Identificar se os envolvidos constam como doadores
de campanha ou prestadores de serviços contratados
por algum candidato; 
6. Oitiva das pessoas envolvidas e das testemunhas
que possam comprovar os atos delituosos e, sendo o
caso, colher seus padrões gráficos;
7. Realização de perícia grafotécnica nos documentos
que possam servir de prova;
8. Relato minucioso dos fatos e de suas circunstâncias;
e
9. Colher o depoimento, na condição de investigados,
daqueles que deram, ofereceram, prometeram,
solicitaram ou receberam a vantagem indevida.
Coação visando a obtenção de voto ou a abstenção
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua
autoridade para coagir alguém a votar ou não votar
em determinado candidato ou partido:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a
100 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário
da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se
do cargo a pena é agravada.
Violência ou grave ameaça visando a obtenção de voto
ou a abstenção
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para
coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado
candidato ou partido, ainda que os fins visados não
sejam conseguidos:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco
a quinze dias-multa.
Concentração de eleitores para embaraçar ou fraudar
o exercício do voto
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de
impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto a
concentração de eleitores, sob qualquer forma,
inclusive o fornecimento gratuito de alimento e
transporte coletivo: 
Pena - reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e
pagamento de 200 a 300 dias-multa. 
Majoração de preços de utilidades e serviços
necessários à realização das eleições
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços
necessários à realização de eleições, tais como
transporte e alimentação de eleitores, impressão,
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Ocultação, sonegação ou recusa de fornecimento de
utilidades, alimentos e transporteno dia das eleições
Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no
dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos,
de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou
conceder exclusividade dos mesmos a determinado
partido ou candidato:
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Intervenção indevida de autoridade junto à mesa
receptora
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa
receptora, salvo o juiz eleitoral, no seu funcionamento
sob qualquer pretexto:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90
dias-multa.
18 
Inobservância da ordem de chamamento dos eleitores
para votar
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores
devem ser chamados a votar:
Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Fornecimento ao eleitor de cédula oficial já assinada
ou marcada
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já
assinalada ou por qualquer forma marcada:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
dias-multa.
Fornecimento de cédula oficial rubricada a destempo
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra
oportunidade que não a de entrega da mesma ao
eleitor.
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 
dias-multa.
Votação múltipla ou realizada em lugar de outrem
 Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou
em lugar de outrem:
Pena - reclusão até três anos.
Práticas irregulares que determinem a anulação da
votação
Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa
receptora que seja praticada, qualquer irregularidade
que determine a anulação de votação, salvo no caso do
Art. 311:
Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a
120 dias-multa.
Votação em seção eleitoral onde não há inscrição ou
autorização para votar
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está
inscrito, salvo nos casos expressamente previstos, e
permitir, o presidente da mesa receptora, que o voto
seja admitido:
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15
dias-multa para o eleitor e de 20 a 30 dias-multa para
o presidente da mesa.
Violação do sigilo do voto
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena - detenção até dois anos.
Omissão na expedição do boletim de apuração
Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de
expedir o boletim de apuração imediatamente após a
apuração de cada urna e antes de passar à
subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que
dispensada a expedição pelos fiscais, delegados ou
candidatos presentes:
Pena - pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a
contagem fôr procedida pela mesa receptora
incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários
que não expedirem imediatamente o respectivo
boletim.
Omissão no recolhimento das cédulas apuradas, no
fechamento e lacração da urna
Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de
recolher as cédulas apuradas na respectiva urna,
fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de
cada seção e antes de passar à subsequente, sob
qualquer pretexto e ainda que dispensada a
providência pelos fiscais, delegados ou candidatos
presentes:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a
120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a
contagem dos votos for procedida pela mesa receptora
incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários
que não fecharem e lacrarem a urna após a contagem.
Alteração do resutado da votação nos mapas ou
boletins de apuração
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de
apuração a votação obtida por qualquer candidato ou
lançar nesses documentos votação que não
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corresponda às cédulas apuradas:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
dias-multa.
Omissão no recebimento e registro de protestos
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da
eleição ou da apuração os protestos devidamente
formulados ou deixar de remetê-los à instância
superior:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
dias-multa.
Violação do sigilo da urna ou dos invólucros
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos
invólucros.
Pena - reclusão de três a cinco anos.
Contagem de votos de eleitores em relação aos quais
houve impugnação
Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos
votos da urna quando qualquer eleitor houver votado
sob impugnação (art. 190):
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60
dias-multa.
Subscrição de mais de uma ficha de registro de
partido
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de
registro de um ou mais partidos:
Pena - detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30
dias-multa.
Inscrição simultânea em dois ou mais partidos
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em
dois ou mais partidos:
Pena - pagamento de 10 a 20 dias-multa.
Coleta de assinatura em mais de uma ficha de registro
de partido
Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de
uma ficha de registro de partido:
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 20 a
40 dias-multa.
Divulgação de fatos inverídicos na propaganda
eleitoral
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe
inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e
capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
Pena - detenção de dois meses a um ano, ou
pagamento de 120 a 150 dias-multa.
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é
cometido pela imprensa, rádio ou televisão.
Calúnia na propaganda eleitoral
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou
visando fins de propaganda, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e
pagamento de 10 a 40 dias-multa.
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a
imputação, a propala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o
crime, mas não é admitida:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação
privada, o ofendido, não foi condenado por sentença
irrecorrível;
II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou
chefe de governo estrangeiro;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Difamação na propaganda eleitoral
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou
visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato
ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento
de 5 a 30 dias-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se
admite se ofendido é funcionário público e a ofensa é
relativa ao exercício de suas funções.
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Injúria na propaganda eleitoral
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou
visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decôro:
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a
60 dias-multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou
diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em
outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato,
que, por sua natureza ou meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento
de 5 a 20 dias-multa, além das penas correspondentes
à violência prevista no Código Penal.
Causa de aumento de pena para os crimes de calúnia,
difamação e injúria
Art. 327. As penas cominadas nos artigos. 324, 325 e
326, aumentam-se de um terço, se qualquer dos
crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República ou chefe de
governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas
funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
facilite a divulgação da ofensa.
Inutilização, alteração ou perturbação de propaganda
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de
propaganda devidamente empregado:
Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a
120 dias-multa.

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