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Marcos Cesar Pereira de Aguiar – RA 28289754 – 1NA 
Professor Maurício Tadeu Sobrinho 
 
O principio da Dignidade da Pessoa Humana 
 
 Derivada do latim dignitas (virtude, honra, consideração) a palavra dignidade aplica-se a qualidade moral 
que, possuída por uma pessoa, serve de base ao próprio respeito em que é tida. Compreende-se também 
como próprio procedimento da pessoa pelo qual se faz merecedor do conceito público. 
O reconhecimento e a proteção da dignidade da pessoa humana pelo Direito é resultado da evolução do 
pensamento humano. 
A Constituição Federal de 1988 traz como fundamentos da República Federativa do Brasil e 
consequentemente, do Estado Democrático de Direito, a dignidade da pessoa humana. 
É o que dispõe o art. 1º, III da Constituição Federal: 
“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
III – a dignidade da pessoa humana.” 
O avanço que o Direito Constitucional apresenta atualmente é resultado, em parte, da afirmação dos 
direitos fundamentais como núcleo da proteção da dignidade da pessoa e da visão de que a Constituição 
é o local adequado para positivar normas asseguradoras dessas pretensões. 
São várias as passagens na Constituição Federal que denotam a dignidade da pessoa humana, como no 
artigo 5º, incisos III (não submissão a tortura), VI (inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença), 
VIII (não privação de direitos por motivo de crença ou convicção), X ( inviolabilidade da vida privada, honra 
e imagem), XI (inviolabilidade de domicílio), XII (inviolabilidade do sigilo de correspondência), XLVII 
(vedação de penas indignas), XLIX (proteção da integridade do preso) etc. 
Sendo a dignidade da pessoa humana um fundamento da República, a essa categoria erigido por ser um 
valor central do direito ocidental que preserva a liberdade individual e a personalidade, portanto, um 
princípio fundamental alicerce de todo o ordenamento jurídico pátrio, não há como ser mitigado ou 
relativizado, sob pena de gerar a instabilidade do regime democrático, o que confere ao dito fundamento 
caráter absoluto. 
Do ponto de vista conceitual, podem-se destacar duas importantes contribuições na atribuição de sentido 
a esta expressão dentro dos debates acadêmicos: 
Em primeiro lugar, preceitua Ingo Wolfgang Sarlet, ao conceituar a dignidade da pessoa humana: 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ingo_Wolfgang_Sarlet
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ingo_Wolfgang_Sarlet
"[...] temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que 
o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, 
neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que asseguram a pessoa tanto contra 
todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições 
existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e co-
responsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos. 
Em segundo lugar, e nesta mesma linha de pensamento, que preceitua Eduardo C. B. Bittar ao tratar do 
tema: 
"No sentido atual da expressão dignidade da pessoa humana fica o rastro semântico de que é nela que 
mora a ética dos direitos humanos. Nesse sentido, a expressão funciona como um meta-valor, ideal 
regulativo, regra-matriz para a cultura dos direitos que garante a liberdade, a igualdade, a solidariedade, 
a segurança, a paz, a distribuição. É nesses termos que se impõe como um meta-princípio, pois está acima 
dos demais princípios e valores socialmente relevantes, devendo estes sempre ser filtrados por este eixo-
orientador da ação racional. O conceito de dignidade, ao se atualizar desta forma, deve pautar ações e 
condutas, nisso se compondo em 'utopia realista' (Habermas, 2012) para sociedades modernas que 
assumiram no compromisso com a cultura dos direitos humanos a tarefa de construção das formas de 
respeito à pessoa. Nestas, o grau de consolidação da cidadania de todos e de cada um pode, por aí, ser 
aferido".

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