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Aula 6 - Enfermagem Obstétrica


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Enfermagem Obstétrica: 
fecundação e anexos da 
gestação. 
Diagnóstico de gravidez
Disciplina: Saúde da Mulher
Profa Nathália Ruder Borçari
Profa Natalia Castro do Nascimento
Profa Thaís Morengue Di Lello Boyamian
Curso de Enfermagem
Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU
Etapas da formação fetal intrauterina
 Vídeo: Reprodução Humana: Gravidez, 
Desenvolvimento Fetal e Parto
Link: 
https://www.youtube.com/watch?v=CSdv
y7Z2WbU
https://www.youtube.com/watch?v=CSdvy7Z2WbU
Relembrando...
• O desenvolvimento folicular é estimulado pelo ação do
hormônio FSH. A medida que o folículo cresce, suas células
começam a produzir estrógeno, fundamental para o
desenvolvimento do endométrio
• O pico do LH promove o fenômeno da ovulação daquele
folículo mais maduro (Folículo de Graaf)
•Ovulação: ruptura da parede do folículo e liberação do
ovócito na tuba uterina
•O produto folicular após a ovulação dá origem ao corpo
lúteo que produz progesterona, estimulando o
endométrio e inibindo a produção do LH, preparando o
corpo da mulher à fecundação
Relembrando...
• Após ovulação – o ovócito tem 24h para ser
fecundado por um espermatozoide, se não se
degenera e é reabsorvido
• Se não houver fecundação o corpo lúteo forma o
corpo albicans, se degenera e é reabsorvido.
Consequentemente há a diminuição de estrógeno e
progesterona, promovendo a descamação das células
endometriais: menstruação
Relembrando...
O gameta feminino
• Folículo Maduro
- Teca: secreta estrógeno
- Células da granulosa: camadas de células foliculares
- Antro: espaço intercelular preenchido pelo líquido
folicular (estrógeno)
- Cumulus oophorus: extensão da membrana
- Corona radiata: camada de células que circundam o
ovócito
- Zona pelúcida: camada de glicoproteínas que
circundam o ovócito (cromossomos maternos)
O gameta masculino
• Espermatozoide
- Acrossomo: bolsa contendo enzimas
- Núcleo: cromossomos paternos
- Mitocôndrias: organelas essenciais no
movimento do espermatozoide
- Flagelo: responsável pelo movimento que
impulsiona o espermatozoide até o ovócito
Fecundação
• Penetração com sucesso do espermatozoide na
membrana que envolve o ovócito, dando a
formação do zigoto
•Processo que ocorre no terço distal da tuba =
ampola uterina
Fecundação
1. Aproximação dos espermatozoides capacitados
2. Penetração na corona radiata
- Os espermatozoides capacitados passam livremente
pela corona radiata (2 – 3 camadas de células)
3. Penetração na zona pelúcida
- Liberação de enzimas e proteínas do acrossomo, 
permitindo o contato entre o espermatozoide e 
zona pelúcida
- A zona pelúcida se altera, levando ao bloqueio da
entrada de um novo espermatozoide
4. Penetração do núcleo
- As estruturas do espermatozoide (flagelo e 
mitocôndria) se fundem à membrana do ovócito
Fecundação
5. Fusão dos núcleos
- O núcleo feminino se funde com o núcleo 
masculino, dando origem ao zigoto (n + n = 2n)
Zigoto (2n): célula única formada pela fusão do 
óvócito (n) com o espermatozoide (n)
INICIA-SE O DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
•Após a fecundação o zigoto passa por
diversas clivagens (divisões celulares -
blastômero) em 72 h até formar a mórula (16
células)
•Aproximadamente 4 dias após a fecundação
forma-se o blastocisto: embrioblasto (origem
ao embriãos) e o trofoblasto (origem a
placenta)
- O blastocisto desloca-se para o interior
do útero, fixando-se na sua parede
endometrial: sendo implantando entre 6-7
dias
Desenvolvimento Embrionário
•EMBRIOBLASTO: origina o embrião
•TROBLASTO: origina a placenta
- O blastocisto desloca-se para o interior
do útero, fixando-se na sua parede
endometrial: sendo implantando entre 6-7
dias
Blastocisto
Desenvolvimento Embrionário
Nidação
• As células trofoblásticas do blastocisto são estimuladas e
começam a proliferar, invadindo o endométrio
•O blastocisto se aprofunda pelo endométrio, até ser
encoberto (implantado) → NIDAÇÃO
Nidação
• Alguns vasos sanguíneos do endométrio podem se romper
→ sangramento de implantação
• Formam-se as vilosidades coriônicas: projeções que se
desenvolvem a partir do trofoblasto e se estendem aos
espaços cheios de sangue do endométrio
• As vilosidades promovem as trocas gasosas e nutrientes
-Recebem O2 e nutrientes
-Liberam CO2 e resíduos para o sangue materno
• Após nidação, o trofoblasto passa a secretar gonadotrofina
coriônica humana (hCG) – preserva o corpo lúteo, mantendo
as taxas de progesterona e estrógeno (amenorreia)
Desenvolvimento Embrionário
•O estágio de embrião dura desde o 15º dia até a 8ª semana após a concepção
•Na 3ª semana o disco embrionário se diferencia em 3 camadas germinativas
(gastrulação):
- Ectoderma
- Mesoderma
- Endoderma
Anexos Embrionários
• No momento da implantação há o
desenvolvimento do saco vitelínico,
membranas fetais, líquido amniótico, cordão
umbilical e placenta
• Saco Vitelínico
- Responsável pela transferência de nutrientes
para o embrião durante a 2ª e 3ª semana,
período que a circulação útero placentário não
está formada. Atrofia-se por volta da 10ª semana
Anexos Embrionários
• Membranas Fetais
1. Córion: revestimento mais externo onde estão
os principais vasos sanguíneo (vilosidades)
2. Âmnio: revestimento mais interno, limitando o
líquido amniótico, evita dessecamento do
embrião e protege o feto contra choques
mecânicos
Amniocentese e diagnóstico de doença
Anexos Embrionários
• Líquido Amniótico
- Composto por água proveniente da mãe e da urina fetal
- O feto inspira, expira e engole
- Contém proteínas, frutose, gordura, leucócitos,
células epiteliais, enzimas e lanugo
Funções: mantêm a temperatura corporal fetal, protege
contra choques mecânicos, permite liberdade de
movimentos, contribuindo para o desenvolvimento do
sistema muscular, age como barreira contra infecções,
permite maturação pulmonar e mantém a homeostase de
líquidos e eletrólitos
Anexos Embrionários
• Cordão Umbilical
- Origina-se na 5ª semana de gestação
- Liga o feto à placenta
-Estrutura estreita composta por 2 artérias
(embrião → mãe) e 1 veia (mãe → embrião)
-Função: garante a nutrição e respiração do 
embrião
-55 cm: envolvido por tecido conjuntivo –
geléia de Wharton – evita compressão dos
vasos
Anexos Embrionários
• Placenta
-Formação completa na 12ª semana à partir das
vilosidades
-Se desenvolve até o momento do nascimento
- Quando madura tem aproximadamente 20cm
de diâmetro e 2 cm de espessura – aparência
de carne vermelho escura – pesa entre 500 a
600g
- Apresenta a face materna, aderida ao útero e a
face fetal, de onde emerge o cordão umbilical
Anexos Embrionários
• Placenta – funções
1. Hormonal
- Gonadotrofina coriônica humana (hCG): preserva a função do corpo lúteo
- Progesterona: mantém o endométrio, diminui a contratilidade uterina
- Estrógeno: estimula o crescimento uterino, o fluxo sanguíneo uteroplacentário e
estimula a contratilidade uterina
2. Metabólico
- Respiração: O2 e CO2
- Nutrição: água, sais minerais, carboidratos, proteínas e vitaminas
- Excreção: excretas que ultrapassam a barreira placentária e são eliminadas através
do rim materno
3. Proteção
Transporta anticorpos materno embora permita a passagem de alguns vírus,
bactérias e fármacos
GEMELARIDADE
• 2 zigotos: 2 âmnions,
e córions e 2 placentas
•Mesmo sexo ou sexo 
diferentes
•Geneticamente 
diferentes
• 1 óvulo fecundado
que se divide
•2 âmnions, 1 córion e 
1 placenta
•Mesmo sexo e 
mesmo genótipo
GEMELARIDADE
GEMELARIDADE
Chang e Eng Bunker
DIAGNÓSTICO DE 
GRAVIDEZ
Diagnóstico de gravidez 
• DIAGNÓSTICO CLÍNICO: 
1. Sinais de presunção
2. Sinais de probabilidade 
3. Sinais de certeza
• DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: 
1. Teste Imunológico de Gravidez 
2. Βeta-hCG
• DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO: 
1. Ultrassonografia pélvica 
2. Ultrassonografia transvaginal ou endovaginal
Sinais de presunção
AMENORRÉIA (4 sem) Ausência de menstruação
Manifestações clínicas
Náuseas (4-14sem), vômitos, sialorréia, aversão a odores,mudança de apetite, polaciúria, tontura e sonolência
Tubérculos de Montgomery (8 sem)
Hipertrofia das glândulas sebáceas – lubrificação de 
aréola e mamilo
Rede de Haller (16 sem) Aumento da vascularização da mama
Sinal de Hunter (20 sem)
Aumento de tamanho e pigmentação do mamilo, 
tornando seus limites imprecisos, originando aréola 
secundária
• Sinais comumente percebidos pela própria mulher 
Sinais de presunção
Sinais de probabilidade
Sinal de Chadwick (Jacquemier) (8 
sem)
Aumento da vascularização da vagina e do colo:
tonalidade violácea
Sinal de Goodell (5 sem) Amolecimento do colo uterino. Colo uterino não gravídico: 
cartilagem nasal. Colo uterino gravídico: mucosa labial
Sinal de Piskacek (7/8 sem) Abaulamento (assimetria) na zona de implantação do 
blastocisto 
Sinal de Hegar (5 sem) Amolecimento do istmo uterino
Sinal de Osiander (8 sem) Aumento das paredes vaginais, podendo observar 
pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais
Sinal de Puzzos (14 sem) Percepção da movimentação (vai e vem) ao impulsionar o 
feto através do toque vaginal
• Sinais comumente percebidos no exame físico pelo enfermeiro
Sinais de probabilidade
Sinal de Chadwick Sinal de Goodell
Sinal de Osiander
Sinal de Puzzos
Sinais de probabilidade
Alterações abdominais Aumento do volume abdominal
Aumento da pigmentação da pele Cloasma/melasma: manchas escuras na face
Linha nigra: linha vertical escura no abdome, entre o 
esterno e a sínfise púbica
Contrações de Braxton Hicks (16 sem) Contrações irregulares e indolores durante toda a 
gestação para facilitar o fluxo sanguíneo e oxigenação
Exames laboratoriais β-hCG
Teste imunológico β-hCG
Sinais de probabilidade
Sinais de probabilidade
• Β-hCG: detecção no sangue
- Trofoblasto: sintetiza o hormônio gonadotrofina coriônica (hCG)
- hCG possui duas subunidades
- Menor reação cruzada com outros hormônios 
- Mais específico 
- A produção de hCG duplica a cada 48h na gestação tópica 
- Quantificável: identifica a IG
- Alpha: comum há 
vários hormônios
- Beta: específico 
do hCG
Sinais de probabilidade
• Β-hCG
- Positividade da fração beta do hCG:
 soro materno a partir de 8 a 11 dias após a fertilização
 na urina após 7 dias de atraso menstrual (mais preciso
após 15 dias de atraso menstrual)
OBS: em alguns livros o exame é definido como sinal de
certeza ou probabilidade
Cada laboratório pode 
ter seus próprios valores 
de referência... Portanto 
é necessário consultar a 
tabela de referência do 
laboratório 
Sinais de probabilidade
Sinais de probabilidade
• Teste imunológico Beta-hCG: detecção na urina
- Maior reação cruzada com LH hipofisário
- Não pode ser quantificado 
- Não auxilia na determinação da IG 
Sinais de certeza
Presença de batimentos cardiofetais (BCF) Detectável pelo sonar com 12 sem e pelo Pinard
com 20 sem. BCF: 120-160 bpm
Percepção e palpação dos movimentos fetais Primigestas: 18 a 20 sem
Multigestas: 16 a 18 sem
Palpação dos segmentos fetais (18 sem) Palpação da cabeça e pequenas partes
Ultrassonografia Presença de saco gestacional (4-5 sem), 
atividade cardíaca (6-7 sem), identificação da 
cabeça do feto (11 – 12 sem)
Sinais de certeza
TODAS ESSAS CARACTERÍSTICAS 
SÃO FORMA DE DIAGNOSTICAR A 
GESTAÇÃO. MAS DE ACORDO 
COM O MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
COMO ESSE DIGNÓSTICO DEVE SER 
FEITO?
Diagnóstico de gravidez - MS
O Ministério da Saúde incluiu o Teste Rápido de Gravidez
nos exames de rotina realizados na atenção básica com o
objetivo de acelerar o processo de confirmação da
gravidez e início precoce do pré-natal
• Na Rede Básica de Saúde, de acordo com o MS:
- Toda mulher da área de abrangência da unidade de
saúde e com história de atraso menstrual de mais de 15
dias deverá ser orientada pela equipe de saúde a realizar
o Teste Imunológico de Gravidez (TIG), que será
solicitado pelo médico ou enfermeiro.
No alto risco:
- Garantir atendimento no ambulatório de pré-natal de
alto risco
- Manter acompanhamento da equipe da área de
abrangência
- Monitorar os retornos no ambulatório de alto risco
- Visitas domiciliares mensais pelos ACS e pela equipe, se
necessário
- Identifique o hospital de referência de alto risco para o
parto
- Agende consulta de puerpério para a primeira semana
pós-parto
No baixo risco:
- Atendimento pela equipe da área de abrangência.
Promover consultas alternadas com médico e enfermeiro
- Inclua o companheiro da gestante nas consultas
- Monitorar os retornos
- Visitas domiciliares mensais pelos ACS e pela equipe,
se necessário
- Identifique o hospital de emergência de baixo risco
para o parto
- Agendar consulta de puerpério para a primeira semana
pós-parto
REFERÊNCIAS
• BARROS, S.M.O.; MARIN, H.F.; ABRÃO, A.C.F.V. Enfermagem Obstétrica e Ginecológica: guia para a prática
assistencial. São Paulo: Roca, 2006.
• FABBRO, M.R.C.; MONTRONE, A.V.G. Enfermagem em Saúde da Mulher. 1ª ed. Senac: Rio de Janeiro, 2013.
•FERNANDES, R.A.Q.; NARCHI, N.Z. Enfermagem e Saúde da Mulher. 2. ed. rev. ampl.- Barueri, SP: Manole. 
2013
• LOWDERMILK, D.L. et al. Saúde da Mulher e Enfermagem Obstétrica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.