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TDE AV2 DOACAO DE ORGAOS2

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :
1. BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM nº. 1.480/1997. Dispõe sobre a retirada de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. Brasília: CFM; 1997.
2. CAROLINE, Letícia. ARAÚJO, Ewerton. Tráfico de Órgãos Humanos: Um Mercado Negro em Expansão. Âmbito Jurídico, 2019. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-186/trafico-de-orgaos-humanos-um-mercado-negro-em-expansao/amp/>. Acesso em: 26 de maio de 2020.
3. Catraca Livre. Confira o que é necessário para ser um doador de órgãos e tecidos., São Paulo, 2017. Disponível em: < https://catracalivre.com.br/projetos/confira-o-que-e-necessario-para-ser-um-doador-de-orgaos-e-tecidos/ >. Acesso em: 01 DE Junho DE 2020.
4. GARCIA, Clotilde Druck (org.) Doação e transplante de órgãos e tecidos / Organizadores Clotilde Druck Garcia, Japão Dröse Pereira, Valter Duro Garcia. – São Paulo: Segmento Farma, 2015.
5. Jus Brasil. Disposição do corpo em vida e após a morte., São Paulo, 2017 Disponível em:<https://willianerivan.jusbrasil.com.br/artigos/374188831/disposicao-do-corpo-em-vida-e-apos-a-morte?ref=topic_feed >. Acesso em: 01, junho de 2020.
6. LIMA, Walber Cunha. Os direitos da personalidade e o transplante de órgãos humanos no brasil. 2009. 20 f. Tese (Doutorado) - Curso de Direito, Faculdade Natalense Para O Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, Natal, 2009.
7. Ministério da Saúde. Doação de Órgãos: transplantes, lista de espera e como ser doador., São Paulo, 2016. Disponível em: < http://saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos >. Acesso em: 01 de Junho de 2020.
	RESUMO
	A temática dos direitos da personalidade alude uma fila de repercussões sobre o campo da vida pessoal. Isto quer dizer que para diversas ocasiões da vida, temos como modelo, a destruição, nas políticas públicas de inserção, no direito à informação, na engenharia genética, no direito à imagem, entre outros, os direitos de personalidade permanecerão lá presentes ou existe falta deles por causas diferentes. Em relação aos direitos de personalidade e à questão dos transplantes de órgãos, pode-se delinear um paralelo a respeito da falta dos direitos de personalidade no que fere à doação de órgãos, à pretensão dos cidadãos em relação à doação e ao despreparo relativo às políticas públicas de saúde e, por vezes, a própria equipe hospitalar como: médicos, assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, etc, em persuadir a família da suma importância da doação e do transplante de órgãos. Sendo assim esse presente trabalho almeja tracejar um cenário das legislações alusivos ao tema das doações de órgãos.
	FICHAMENTO DE TRANSCRIÇÃO
	Página
	Fragmento/citação
	O QUE É DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E A DISPOSIÇÃO DO CORPO
	
	"Doação de órgãos é um ato nobre que pode salvar vidas. Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação."
	
1
	"Prevista no artigo 13 no código civil, a integridade física é um direito da personalidade, portanto, é indisponível e irrenunciável. Por isso a pessoa não pode dispor do próprio corpo da forma que bem endente, porque a integridade física é tutelada pelo Estado."
	1
	"O artigo 13 do código civil determina que a pessoa pode dispor do próprio corpo deste que não aja diminuição à integridade física, ou contrariar os bons costumes."
	
1
	"Verificando a primeira parte do código civil salvo por exigência médica. Quando for por exigência médica, a pessoa pode ter uma disposição à próprio corpo que traga diminuição a integridade física, como por exemplo, uma amputação por causo de uma diabete."
	1
	'Por sua vez no parágrafo único do artigo 13 eleva a disposição do próprio corpo é permitida para fins de transplante, que estará especifica em uma lei especial."
	2
	“Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. ”
	
2
	"A pessoa pode dispor do corpo após a morte, com objetivo a fins científicos, ou seja, doar o seu próprio corpo para uma universidade para fazer estudos, ou laboratórios de pesquisa cientificas. Ou altruístico, para fazer bem para outrem, como no caso de doação de órgãos."
	
2
	"O art. 14 parágrafos único do código civil determinou que o ato de disposição pode ser revogado a qualquer tempo, ou seja, se a pessoa determinou que ela vai ser uma doadora de órgãos, a qualquer momento ela pode revogar esta sua disposição."
	2
	"A doação do corpo para depois da morte por se realizada por ato de livre vontade do doador ou pela vontade de seus familiares"
	2
	"Determinando uma lei especial para regulamentar os transplantes de órgãos e de sangue, mas não é permitido nenhum tipo de comercialização. Todo transplante de órgãos e transfusão de sangue tem de ser gratuito no Brasil."
	
2
	"Em vida, cada pessoa pode fazer doação se tiver de acordo com a lei. Segunda a lei, esta doação só pode ser feita por parentes até quarto grau ou cônjuge. Caso a contrário, não sendo doado para ambos, só para outrem, terá que ter uma autorização judicial para realizar o ato."
	
2
	"Salvo pelo o parágrafo 3º, do Art. 9º, da lei 9.434/1997 determina que a pessoa somente pode doar quando a doação não constitui perigo de vida. Não permitindo qualquer tipo transplante que leve a pessoa a renunciar a integridade física e a vida, podendo ser órgãos duplos."
	DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E O DIREITO DA PERSONALIDADE
	163
	"[...]o direito, enquanto produto sócio-cultural, necessita encontrar soluções para as novas e diversas questões que surgem, não somente como forma de promover pacificação social, mas também para que não se coloque em risco os direitos inerentes ao ser humano enquanto pessoa."
	163
	"Com efeito, dentre os avanços tecnocientíficos pode-se citar os transplantes de órgãos humanos, que assinalam um relevante progresso no campo da medicina, trazendo reflexos diretos no campo da ciência jurídica, pois esta se vê compelida a envolver-se em casos que impõem o seu pronunciamento. "
	163
	"Especificamente acerca dos transplantes de órgãos humanos, vários problemas de ordem ética e filosófica podem deles decorrer, cabendo ao direito dar-lhes as respostas jurídicas adequadas, como por exemplo, como e em quais condições as pessoas podem ser doadoras e receptoras de órgãos, sem que isso venha a violar a sua dignidade e os direitos inerentes a sua personalidade."
	164
	[...]durante o governo imperial, antes mesmo da existência de qualquer código civil brasileiro, o jurista Teixeira de Freitas (apud BELTRÃO, 2005, p. 44), que foi o responsável pela Consolidação das Leis Civis, aprovada em 1858, já reconhecia a
existência dos direitos da personalidade. Entretanto, para ele, tais direitos não poderiam ser dirimidos por um código civil, mas por leis administrativas.
	164
	Igual entendimento possuía Clóvis Bevilaqua, o autor do projeto do Código Civil de 1916. Segundo Beltrão (2005, p. 44-45), fez ele uma classificação dos direitos tomando como base o objeto, o bem ou interesse sob proteção da ordem jurídica e, apesar de ter conhecimento dos direitos da personalidade, não estudou em sua obra esta categoria, visto que essa matéria encontrava-se regulada na Constituição Brasileira de 1891 (BRASIL, 2001), evitando-se, assim, a sua duplicação. 
	164
	Por esta razão, o Código Civil de 1916 não contemplou em seu corpo textual os direitos da personalidade, pois não queria duplicar a Constituição Federal de 1891 que assegurava, no seu art. 72, alguns desses direitos[...].
	165
	Somente com o advento do Código Civil de 2002 (BRASIL, 2002 b), os direitos da personalidade passaram a ser disciplinados na esfera do direito privado brasileiro. 
	165
	[...]não se pode dizer que a inclusão desses direitos no atual Código Civil (2002 b) foi um marco inovador, pois quando ele foi promulgado, a Constituição Federal de 1988 já estava em vigor, e foi através desta que os direitos da personalidade ganharam força, passando a ter destaque nasobras doutrinárias e na jurisprudência, porquanto muitas decisões judiciais já tratavam de alguns daqueles direitos, tais como o direito à privacidade, à imagem e à honra.
	165
	Segundo Alberto Trabucchi (apud BORGES, 2008, p.245-246), os direitos de personalidade são direitos essenciais que visam a garantir as razões fundamentais da vida da pessoa e o desenvolvimento físico e moral de sua existência, tendo por objeto modos de ser da mesma pessoa. 
	166
	Na realidade, a maioria dos autores que nega a existência dos direitos da personalidade se apega ao fato da necessidade de uma relação jurídica externa entre o direito e o seu titular, como se evidencia na relação existente entre a coisa e seu proprietário, o que não ocorre com os direitos da personalidade.
	167
	"Rechaçando o entendimento de outrora, Miguel Maria Serpa Lopes (apud CATÃO, 2004, p. 106) é categórico ao pontuar que os direitos da personalidade são direitos subjetivos não-patrimoniais, pois, para ele, esses direitos: “ [...] são definidos pelo objeto especial, consistente nos elementos constitutivos da personalidade do titular, tomada sob seus múltiplos aspectos, físico e moral, individual e social. Enquanto os demais direitos visam à defesa do gozo externo dos bens, os direitos da personalidade dirigem-se ao gozo de nós mesmos, assegurados ao indivíduo os seus valores estritamente pessoais [...]. Representa uma espécie de faculdade de conjunto, inerente ao homem, e contendo, em potência, os diversos direitos que realiza por sua vontade. Visam a categorias especiais de direitos, como os inerentes às condições de existência e dedesenvolvimento do indivíduo no meio social, de onde se haver proposto a denominação de direitos de cada um sobre a sua própria pessoa.”
	167
	"Apesar dos diversos embates doutrinários, é dominante o entendimento atual acerca da existência dos direitos da personalidade e que eles estão enquadrados na categoria dos direitos subjetivos. Nesse aspecto, Catão (2004, p. 108) arremata aduzindo que “os direitos de personalidade pertencem aos direitos subjetivos comuns da existência, na medida em que são suficientes em si mesmos”. 
	167
	"Entretanto, uma das características dos direitos da personalidade é exatamente a sua não limitação, de forma que o rol daqueles previstos no Código Civil é meramente exemplificativo e não taxativo."
	167
	"Isso se deve em face dos avanços científicos e tecnológicos como a internet, a manipulação do gene, a imagem virtual, entre outros, os quais certamente tornam-se ameaças potenciais à pessoa humana." 
	168
	"[...]os direitos da personalidade possuem diversas expressões dentre as quais poderíamos citar algumas como o direito à vida, à integridade física, à imagem, à privacidade, à honra, à liberdade. "
	168
	"Nesse aspecto, é importante destacar que, em uma escala valorativa dos bens jurídicos tutelados, após o direito à vida humana, premissa existencial dos demais direitos da personalidade, tem-se o direito à integridade física." 
	168
	Segundo Borges (2008, p. 262), a Constituição Federal, ao prever no caput do seu art. 5º o direito à “segurança”, estaria incluindo a garantia do direito à integridade física da pessoa, posto que segurança não só teria conteúdo patrimonial, mas, principalmente pessoal. 
	168
	"Por essa razão, a proteção constitucional à integridade física não se encontra limitada no caput do art. 5º, mas em vários dos seus incisos, tais como no III (ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante); no XLVII (não haverá penas cruéis); no XLIX (assegura-se respeito aos presos, o respeito à integridade física e moral) (BRASIL, Constituição, 1988). "
	169
	"Diante de toda essa proteção jurídico-constitucional acerca da integridade física, indaga-se: Haveria liberdade de disposição da pessoa sobre o seu corpo para transplantes de órgãos? E sendo possível essa liberdade, qual seria o seu limite? "
	169
	"A resposta a esses questionamentos encontra-se no próprio texto constitucional, mais precisamente no título da ordem social, na seção da saúde em seu art. 199, § 4º, o qual dispõe que: “A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização” (BRASIL, Constituição, 1988)." 
	169
	É de extrema relevância, antes de abordarmos as questões da ocorrência dos transplantes de órgãos no Brasil, proceder a uma análise conceitual e classificatória, a fim de nos familiarizarmos com o tema ora em estudo." 
	169
	Santos, citada por Catão (2004, p. 199) e Dalvi (2008,101), assevera que: “Trata-se de uma técnica cirúrgica denominada cirurgia substitutiva, que se caracteriza em
essência porque se introduz no corpo do paciente um órgão ou tecido pertencente a outro ser humano, vivo ou falecido, com o fim de substituir a outros da mesma entidade pertencente ao receptor, porém, que tenham perdido total ou sensivelmente a sua função.” 
	170
	"Para alguns doutrinadores, tais como Chaves (apud DALVI, 2008, p.102), haveria distinção entre o termo “transplante” e “enxerto”, pois para ele, este último seria a secção de uma porção de organismos, próprios ou alheios, para a instalação no organismo de outrem ou no próprio, com fins estéticos e terapêuticos, sem exercício de função autônoma. "
	170
	"Definições terminológicas à parte, a Lei dos Transplantes de nº. 9.434/97 (BRASIL, 2009) não faz qualquer diferenciação entre transplante e enxerto, razão pela qual, como bem observa Diniz (2009, p. 327), muitos doutrinadores empregam tais termos como sinônimos." 
	171
	"No campo dos direitos da personalidade, tradicionalmente foi dado um enfoque de liberdade negativa, ou seja, tinha-se como foco principal a abstinência de sua violação por parte de terceiros ou do Estado. Desse modo, ocorrendo alguma lesão a esses direitos, caberia ao responsável a obrigação de compensar pecuniariamente ao titular pelo mal infligido."
	171
	"Todavia, essa percepção tem mudado, sendo atualmente possível um exercício positivo dos direitos da personalidade por parte do seu titular[...]."
	171
	"Sob este enfoque Borges (2008, p.254) aduz o seguinte: “[...] a pessoa humana tem a liberdade de exercer seu direito de personalidade de forma positiva, isto é, de forma ativa, não apenas protegendo de terceiros, mas principalmente, atribuindo aos seus direitos de personalidade o fim que melhor se adequar à sua realização de sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.” 
	172
	"Sem embargo, sendo a integridade física uma das expressões do direito da personalidade e estando nela incluídos os atos de disposição do próprio corpo, pode-se afirmar que a doação de órgãos para fins de transplantes é perfeitamente possível, notadamente quando encontra arrimo na Constituição Federal de 1988, em seu art. 199, § 4º, conforme anteriormente declinado. "
	172
	"Com efeito, a Lei nº. 9.434/97, sob a orientação da Constituição Federal, disciplina o procedimento de disposição dos órgãos, tecidos e partes do corpo, por parte do seu titular, para fins de transplante e tratamento (BRASIL. Lei n. 9.434, 1997). PAG: 172- Jurisdição."
	172
	"Especificamente acerca da disposição de órgãos, esta pode ocorrer de duas formas: em vida ou post mortem[...]"
	172/173
	"A redação original do art. 4º da Lei 9.434/97, já apontada, como forma de incentivar o aumento do número de doadores e com isso diminuir a angustiante espera dos possíveis receptores, tornou todas as pessoas em doadores presumidos após o seu falecimento. O citado dispositivo tinha em sua redação original o seguinte teor:"Salvo manifestação de vontade em contrário, nos termos desta lei, presume-seautorizada a doação de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano, para finalidade de transplantes ou terapêuticas post mortem. § 1º A expressão ‘não doador de órgão e tecidos’ deverá ser gravada de forma indelével e inviolável,na Carteira de Identidade Civil e na Carteira Nacional de Habilitação da pessoa que optar por essa condição (BRASIL, Lei n. 9.434, 1997, art.4º).” 
	173
	"Assim, caso a pessoa não almejasse ser doadora, caberia fazer registrar essa vontade na sua identidade ou na sua carteira de habilitação."
	173
	"Fortes pressões da sociedade civil, bem como da comunidade médica e jurídica, ocasionaram a derrogação do referido preceito legal, o que se deu com o advento da Lei nº. 10.211 de 23 de março de 2001 (BRASIL, Lei n. 10.211, 2001), que modificou a redação do artigo 4º, suprimindo os seus respectivos parágrafos."
	173
	"[...] hoje não mais vigora a imposição de doador presumido, sendo necessária a autorização dos parentes para a retirada de parte do corpo do doador falecido." 
	173
	"[...]a retirada de quaisquer órgãos, tecidos ou partes do corpo humano post mortem somente ocorrerá se houver a constatação da morte encefálica, que deverá ser feita por dois médicos não participantes da equipe de remoção e transplante (BRASIL, Lei n. 9.434, 1997, art. 3º)."
	173/174
	"Importante registrar que, o doador falecido, sendo juridicamente incapaz, a remoção dos seus órgãos somente se dará mediante autorização expressa dos seus responsáveis legais e, em se tratando de menor, de ambos os pais (art. 5º, Lei 9.434/97), sendo expressamente vedada a retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas não identificadas (art. 6º, Lei 9.434/97)." 
	174
	"Sem embargo, consigna-se que a Lei 9.434/97, supracitada, sempre focada na dignidade da pessoa humana, determina que, procedida a retirada dos órgãos do cadáver, faça-se a sua imediata recomposição, como forma de preservar a sua estética, sendo condignamente recomposto para ser entregue aos seus parentes ou responsáveis legais para sepultamento (art. 8º, Lei 9.434/97). "
	174
	A não observância desta imposição implica em prática de crime tipificado no art. 19 da Lei dos Transplantes, em questão, punido com detenção de seis meses a dois anos (BRASIL, Lei n. 9.434, 1997). PAG: 174- Sancção para o descumprimento da pena.
	174
	A Constituição Federal de 1988 permite a remoção de órgãos para fins de transplantes, desde que seja realizada de forma gratuita, conforme art. 199, §4º, coibindo, desta forma, qualquer forma de comercialização de órgãos humanos (BRASIL. Constituição, 1988). PAG: 174- Requisitos para a doação em vida.
	175
	Sendo o doador incapaz juridicamente, vale dizer, se não possuir dezoito anos completos ou se não for emancipado, ou ainda, mentalmente enfermo,
somente está autorizado o transplante de medula óssea e nas seguintes condições: “a) compatibilidade imunológica comprovada entre ele e o receptor; b) o ato não oferecer risco a sua saúde; c) consentimento de ambos os pais ou responsáveis legais, mediante autorização judicial.’’
	175
	"Portanto, conforme disciplina o art. 9º, §6º da Lei dos Transplantes (Lei 9.434/97), faculta-se ao juridicamente incapaz ser tão somente doador de medula óssea e nas condições acima descritas. "
	175
	"Destaque-se que, por expressa determinação legal, a gestante, ainda que capaz, somente poderá ser doadora de medula óssea. Tal doação está condicionada ao fato de o ato médico não oferecer risco a sua saúde ou ao feto. (art. 9º, §7º, Lei 9.434/97)."
	175
	"Em se tratando de pessoa juridicamente capaz, esta poderá dispor, de forma gratuita, de tecidos, órgãos e partes do seu próprio corpo, desde que atendidos os requisitos previstos em lei (Lei 9.434/97), a saber: que a retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade, como também não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental, sendo vedada, em qualquer hipótese, o transplante de órgãos ímpares, ou daqueles que, apesar de duplos, sua extração venha a causar mutilação ou deformação inaceitável."
	176
	"Corroborando nosso entendimento, Catão (2004, p.212) conclui que só podem ser objeto de transplante inter vivos as partes recuperáveis e regeneráveis, bem como os órgãos duplos, em que a retirada de um não coloque em risco o sistema de que faz parte e não prejudique a saúde do doador."
	176
	"Todavia, ainda que manifestada livremente, a autorização dada pelo doador poderá ser revogada a qualquer tempo antes da concretização do transplante. Essa desistência é autorizada pela própria Lei dos Transplantes, que no seu art. 9º, § 5º preconiza que a doação poderá ser revogada a qualquer tempo antes de sua concretização pelo doador ou seus responsáveis legais."
	176
	"Por fim, convém ressaltar que os transplantes de órgãos, por envolverem considerável lesão à integridade física e, muitas vezes, iminência de morte, deve ser realizada quando forem a única alternativa para salvar o receptor ou melhorar a sua qualidade de vida, resguardando, igualmente, a saúde do doador, não devendo, pois,constituir regra, esse procedimento médico. 
	177
	[...]a Bioética possui o escopo de proteger o ser humano em toda a sua essência contra experimentos médicos que venham a transformá-lo em cobaia, em prol do desenvolvimento da biomedicina, e com isso acarretar-lhe seqüelas físicas e psicossomáticas. 
	177
	"Todavia, sendo a Bioética uma ciência filosófica, não possui força coercitiva, razão pela qual nasce um novo ramo na ciência jurídica voltado a refletir e positivar normas que regulamentem os avanços tecnocientíficos relacionados à biomedicina: o Biodireito."
	177
	"O Biodireito origina-se, portanto, com a finalidade de responder juridicamente às questões postas pelas ciências biomédicas e seus respectivos avanços tecnológicos nos mais variados setores, tais como os da reprodução assistida, manipulação do patrimônio genético,cessão temporária do útero, transplante de órgãos, entre outros."
	177
	"Para Silva (2008, p. 74), o Biodireito surgiu para impor limites que devem ser observados nas mais diversificadas experiências científicas, cabendo ao Estado a aplicação das sanções legalmente previstas em caso de inobservância às imposições postas nas normas jurídicas que os regulamentam. Partindo dessa premissa, conclui-se que o Biodireito nada mais é do que a positivação da Bioética, e que ambos se comunicam e se complementam na proteção da pessoa humana. "
	178
	"[...]o Biodireito e a Bioética se revelam na atualidade um instrumento relevante para a compreensão e regulamentação de técnicas que lidam com a integridade física e a vida humana, salvaguardando os direitos da personalidade."
	178
	"Partindo dessa premissa, não se pode permitir que intervençõescientíficas venham ocorrer sobre a pessoa e que possam atingir sua vida e a sua integridade físico-mental, cabendo ao Biodireito e aBioética, capitaneados pelo princípio da dignidade da pessoa humana, coibir tais práticas de modo a evitar que se reduza o ser humano a um mero componente das novas práticas do exercício médico dos transplantes." 
	178
	"Por isso é que a lei que regulamenta o transplante de órgãos e tecidos humanos no Brasil (Lei 9.434/97), a qual foi analisada ao longo deste escrito, estabelece requisitos para o processo de doação, tudo com vistas a preservar a dignidade do doador e do receptor."
	TODOS OS CRITÉRIOS E REQUISITOS PARA SE DOAR ÓRGÃOS
	
1
	A doação de órgãos também pode ser feita em vida para algum membro da família até o quarto grau (avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos e netos) e cônjuges. Fora esse critério também possível fazer a doação, mas somente com uma autorização judicial.
	1
	Apresentar bom estado geral de saúde (não ter doença infecciosa ou incapacitante);
	1
	Ser um cidadão juridicamente capaz (maior de 18 anos ou menor de idade antecipado, com condições de saúde que não comprometam a manifestação válida da sua vontade);
	1
	Estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais;
	1
	Ter um receptor com indicação terapêutica indispensável de transplante
	1
	o doador deve comparecer à unidade hospitalar em que o receptor é acompanhado e fazer exames de compatibilidade.Caso doador e paciente sejam compatíveis, ambos serão encaminhados para acompanhamento multidisciplinar e depois é agendado o transplante.
	1
	O primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só com autorização judicial.
	1
	O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).
	CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA E SUA RELAÇÃO COM A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
	51
	“ Como a legislação atribuiu a autoridade para determinação de morte ao Conselho Federal de Medicina (CFM), este, em 1997, publicou uma resolução para o diagnóstico de morte encefálica. Os testes clínicos devem ser realizados por dois médicos não envolvidos com as equipes de remoção ou transplante, sendo necessários dois testes, com intervalo mínimo de 6 horas entre eles, de acordo com a idade, e um teste de imagem. Entretanto, o decreto-lei exige que um dos médicos tenha o título de especialista em neurologia ou em neurocirurgia.”
	62
	“A morte encefálica é definida como a parada total e irreversível das funções encefálicas. No Brasil, de acordo com a Resolução no 1.489, de 1997, do Conselho Federal de Medicina (CFM), são necessários para o seu diagnóstico dois exames clínicos, com intervalos variados de tempo de acordo com a idade, realizados por dois médicos não envolvidos com os procedimentos de transplante, e um exame gráfico complementar .”
	62
	“O doador em morte encefálica é o indivíduo com perda total e irreversível das funções encefálicas, mas que mantém os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea de forma artificial e temporária. ”
	63
	“Doadores em morte circulatória são aqueles que têm a morte declarada de acordo com o critério cardiovascular tradicional. A morte cardiovascular é a cessação irreversível das funções circulatória e respiratória. Três condições são necessárias para ocorrer a morte: • Não responsividade; • Apneia; • Cessação permanente da circulação.”
	80
	“ Em virtude dos diversos dilemas éticos que surgiram e da escassez de doadores de órgãos para transplantes, surgiu a necessidade de se estabelecerem critérios clínicos e tecnológicos para a constatação da morte encefálica, hoje, no Brasil, previstos na Resolução CFM no 1.480, de 21 de agosto de 19975,3.”
	80
	“[...] Os critérios são baseados na ausência de atividade cerebral, incluindo o tronco encefálico, e foram disciplinados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no uso das atribuições conferidas pela Lei no 3.268/576,3, regulamentada pelo Decreto no 44.045/587 e, ainda, em atenção ao previsto no art. 3o da Lei no 9.434/978 , que considera a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante.”
	177
	“[...]Notificar e promover o registro de todos os casos com diagnóstico estabelecido de morte encefálica, mesmo daqueles que não sejam possíveis doadores de órgãos e tecidos, ou em que a doação não seja efetivada, com registro dos motivos da não doação; [...]”
	189
	“ O artigo 2o da Lei no 9.434/97, por exemplo, afirma que: “A realização de transplante ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por equipes médico-cirúrgicas de remoção e transplante previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do Sistema Único de Saúde”. Isso garante que a execução dos atos médicos seja restrita às equipes previamente autorizadas e cadastradas nos órgãos reguladores, impossibilitando, portanto, a realização de tais procedimentos por qualquer profissional da saúde.”
	277
	“Será considerado potencial doador falecido o paciente em coma profundo que satisfizer os critérios para diagnóstico de morte encefálica, conforme Resolução do Conselho Federal de Medicina no 1.480/9722. Para efetivar-se a doação, é necessária a autorização do cônjuge ou parente, de até segundo grau inclusive, na presença de duas testemunhas, conforme a Lei no 10.211/200123.”
	278
	“Os doadores falecidos não devem ter câncer, processo séptico sistêmico ou sorologia positiva para HIV. Doadores portadores de sorologia positiva para vírus B ou C da hepatite eventualmente poderão ser utilizados em receptores com sorologia semelhante, após discussão e consentimento pós-informado pelo receptor. A positividade para doença de Chagas não é uma contraindicação absoluta.”
	435
	“A qualidade do enxerto é fundamental para o sucesso do transplante, pois deve ser capaz de manter condições hemodinâmicas adequadas após o implante e estar isento de doenças infecciosas e tumorais. Mesmo após a constatação da morte encefálica (Resolução no 1.346/1991, do Conselho Federal de Medicina), é necessário que o doador continue sendo tratado como um paciente crítico, principalmente para preservar os órgãos a serem doados. É importante o conhecimento da causa de morte para excluir intoxicações exógenas ou metabólicas.”
	495
	“No Brasil, o Conselho Federal de Medicina estabeleceu esse diagnóstico em 1997, por meio da Resolução no 1.489, salientando que os médicos que realizam o diagnóstico de morte não podem participar das equipes de remoção ou transplante. Ele exige ainda, além dos dois testes do tronco cerebral e de apneia, exame de imagem”
	497
	“Com o objetivo de receber permissão para o uso dos órgãos dos doadores falecidos, são empregadas diferentes formas de consentimento ao redor do mundo, as quais se fazem presentes em praticamente todas as legislações sobre transplante. As mais comuns estão listadas abaixo28,29: • Remoção compulsória; • Consentimento presumido: – Forte; – Fraco. • Consentimento informado; • Decisão obrigatória; • Decisão registrada.”
	TRÁFICO DE ÓRGÃOS HUMANOS: UM MERCADO NEGRO EM EXPANSÃO
	
	"Lamentavelmente, o ato que surgiu como esperança aos doentes e suas famílias, e representava grande generosidade dos doadores, transformou-se em um lucrativo mercado ilegal. Percebendo a alta demanda por órgãos e tecidos e a baixa disponibilidade dos órgãos, este mercado, conhecido como mercado negro, oferece aos compradores interessados a possibilidade de cura sem precisar aguardar na lista de espera como os demais. Não se trata apenas de conseguir o órgão mais rapidamente, mas também de alimentar a pratica criminosa que também adquire sua “mercadoria” de forma ilegal, não respeitando a vida nem a dignidade humana."
	
	"O Brasil está em segundo lugar no mundo em transplante de órgãos e em primeiro lugar em transplante gratuito feito pelo sistema único de saúde. Apesar destes índices, o que torna possível e atraente o crime de tráfico de órgãos em nosso país é exatamente esta escassez de órgãos compatíveis disponíveis para doação [...]"
	
	"O comercio de órgãos no Brasil é proibido e a doação é normatizada pela lei dos transplantes 9.434/97, esta lei trata dos assuntos relacionados a doação, tanto em casos de doação Inter vivo como também post mortem, sendo essencialmente fundamentada pela Constituição Federal de 1988, e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. (BRASIL, 1997)."
	
	"[...] é possível realizar transplante com órgãos de doadores mortos, que tiveram suas mortes constatadas como “morte encefálica” e doadores vivos em alguns casos. Em ambos os casos os órgãos só podem ser retirados do doador mediante autorização do doador (vivo), família, responsáveis, ou autorização judicial em alguns casos, sempre garantindo que os devidos responsáveis pela autorização e doação não sofreram nenhum tipo de coação ou retribuição financeira. (BRASIL, 1997)."
	
	"Todo este cuidado e especificação legal, foi criado com o intuito de evitar a retirada ilegal de órgãos que alimentam o mercado negro. Busca-se com este dispositivo legal, coibir a ação de criminosos que tentam adquirir órgãos coagindo doadores e/ou familiares, oferecendodinheiro a pessoas em situação de extrema necessidade financeira, ou ainda outras modalidades ilegais. Não há dúvidas de que a prática criminosa de aquisição de órgãos por meios ilegais, é uma violação a vida e a dignidade humana, sacrificadas em nome do lucro."
	
	"[...] cerca de 5% dos procedimentos de transplante só ocorreram porque o órgão foi comprado no mercado negro, o que significa uma movimentação de até 1,2 bilhões de dólares."
	
	"De acordo com o disposto no artigo 2° da Constituição Federal de 1988, todo e qualquer remoção de órgãos e tecidos com a finalidade terapêutica deve ser previamente autorizada pelo SUS e realizada por equipe autorizadas em locais cadastrados. Desta forma, todo procedimento desta natureza realizado em locais inadequados e por pessoas não autorizadas é ilegal e não está de acordo com a legislação vigente."
	
	"A ambição pelo valor dos órgãos no mercado negro torna provocante para aqueles que não se ligam aos princípios éticos da profissão, retirar ilegalmente órgãos de indigentes e/ou moradores de rua sem identificação que tem a morte cerebral declarada para dispor à venda no mercado ilegal. Assim, a especificação da lei é mais uma forma de coibir a prática criminosa."
	
	[...] Retirar órgãos post mortem ilegalmente é uma violação do corpo e um desrespeito à dignidade e a vida. Retirar órgãos inter vivos oferecendo dinheiro a pessoas em situação de pobreza ou mesmo sequestrando pessoas “insignificantes”, pobres e desamparados para retirar órgãos, é um desrespeito a dignidade humana, é uma violação a sua vida, seu corpo suas crenças, personalidade e tudo que a define. [...]
"Logo, de acordo com o disposto pelo Conselho Federal de Medicina, a prática do crime de tráfico de órgãos não só é crime civil como também fere aos preceitos éticos estabelecidos e cumpridos pela profissão, de modo que associar-se e realizar esta pratica ilegal, não apenas corre o risco de ser preso como também coloca em risco seu registro profissional"
	
	"[...] o mercado que abriga o tráfico de órgãos, chamado de “Mercado Negro” encontra-se e ritmo de crescimento, e que é um crime que acontece em redes organizadas com extensas quadrilhas que atuam no mundo todo. Por este motivo, faz-se necessário abordar algumas das medidas legais em vigência que buscam combater este crime."
	
	"O Protocolo de Palermo é uma iniciativa global que visa combater o tráfico ;de pessoas. O protocolo foi formulado no ano 2000 e entrou em vigor em 2003, trata-se de um protocolo adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças. [...]"
	
	"O Protocolo de Palermo é importante no combate ao tráfico de órgãos porque inibe o tráfico de pessoas, sendo esta uma das mais comuns formas de captação ilegal de órgãos. [...]"
	
	"Junto ao tráfico de órgãos e de pessoas, há um outro de crime associado, o turismo de transplante, trata-se de viagens entre fronteiras jurisdicionais que envolvem tráfico de órgãos, comercialismo de transplante e/ou seus recursos, tal como equipe médica, local adequado, proximidade com o receptor, dentro outros."
	
	"A dignidade humana é o princípio prevalente na maioria das culturas e nações. Por isso, toda legislação contra o tráfico de pessoas busca proteger a dignidade a vida, entendendo o tráfico como uma violação do corpo. A dignidade humana, constitui a essência do Estado Democrático de Direito"
	
	"O filósofo que preconizou o conceito da Dignidade da Pessoa Humana foi Immanuel Kant, defendendo a ideia de que as pessoas deveriam ser tratadas com um fim em si mesmas, e não como meio, formulando o princípio de que “no reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma dignidade” (KANT, 2004, p. 65)."
	
	"A legislação brasileira é fundamentada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, e em consonância com esta, apresenta-se em defesa da vida e dignidade, incentivando a extinção de práticas que desrespeitam estes princípios. Portanto, sua postura diante do tráfico de órgãos, é totalmente contrária, entendendo como intolerável e punível com multas e reclusão, agindo assim em defesa das vítimas e proteção da vida."
	
	"O tráfico existe porque há compradores, a busca ilegal por órgãos cresce, porque cresce também o número de terceiros interessados em adquirir os órgãos mais rapidamente, independente do preço, seja financeiro ou humano. Buscar entender o que possibilita e torna este crime tão favorável ao crescimento e lucrativo, é essencial para descobrir o que fazer para coibir a ação criminosa."
	
	"O fator socioeconômico é um dos mais importantes porque está relacionado à vítima, às famílias, e aos interessados ou receptores. A condição de pobreza em que um indivíduo ou família se encontra pode ser determinante para que ele concorde em vender os seus órgãos. Também afeta a qualidade e disponibilidade de tratamento médico que um paciente em estado grave vai receber, se ele for atendido em um hospital com poucos recursos tem mais chances de evoluir com morte cerebral e tornar-se um doador potencial. Além disso, moradores de rua ou “não identificados” que são diagnosticados com morte cerebral podem se tornar alvos fáceis aos criminosos e terem seus órgãos retirados sem nenhum consentimento, isso porque são indivíduos considerados “sem importância social”, e, portanto, não recebem muita atenção sobre procedimentos e consentimentos."
	
	"[...] Culturalmente nossa sociedade não tem conhecimento sobre doação de órgãos, com isso, há maior escassez de órgãos disponíveis, a lista e o tempo de espera aumentam. Os fatores estruturais estão relacionados há falta de equipe técnica de transplantes cadastrados, locais habilitados, dificuldade de locomoção do doador e do receptor, tempo hábil para transplantação de órgão."
	
	"O direito, nesta delicada área, consiste em definir quem pode ser doador, os critérios para doação em vida e post mortem, e defender aqueles que sentirem-se violados. Besson (2018) busca fazer um breve delineamento dos requisitos para doação em vida, citando Fábio Ulhôa Coelho (p.491, 2012) “As possibilidades são: capacidade do doador, autorização judicial, justificativa médica e vínculo parental entre o doador e receptor”. De acordo com os autores, estes requisitos dificultam a ação do tráfico."
	
	"Em casos em que o doador potencial é um irmão menor de idade ou incapaz, a autorização dos pais ou tutor, juntamente ao laudo médico garantindo que não há riscos para a saúde do doado, é suficiente para autorizar o transplante sob homologação judicial. Esta última, deve ser requerida através de um advogado. Se o doador for capaz, maior de idade e/ou saudável, também casos de doação de medula óssea, a homologação judicial é desnecessária, e deve seguir os preceitos especificados em lei. A lei permite a doação em vida para parentes consanguíneos de até 4° grau e cônjuges, também em casos de evidentes amizades íntimas e de longa data o juiz pode autorizar a doação dirigida."
	
	"A dificuldade maior em constatar a compra de órgãos em vida, acontece em casos familiares, quando um parente compatível é sujeito a receber uma parte maior da herança, ou mesmo receber pagamento direto, por ser parente é de difícil constatação. Ou ainda, menores parcialmente incapazes são pressionados e influenciados, ou até mesmo obrigados a realizar a doação. Estas práticas também são ilegais e enquadram-se no crime de tráfico."
	
	"O desafio do Direito, apresenta-se na dificuldade de equilíbrio entre o total direito de quem doa e o direito de quem recebe. É dever do Direito, zelar pela dignidade de cada ser humano, protegendo sua integridade física e moral, para tanto estabelecer limites e critérios para a doação de órgãos em vida ou morte, seja dirigida ou não, é essencial para evitara compra e venda de órgãos que sustentam um mercado negro milionário."
	
	"Também é papel do direito fiscalizar as práticas, equipes e locais habilitados para transplantes, assim como averiguar a efetiva obrigação moral e ética dos profissionais de saúde. A obrigação maior do direito neste aspecto, trata-se de proteger os direitos totais de cada indivíduo, tais como o direito à vida, à integridade física e moral, à dignidade humana, à propriedade do corpo, à autonomia, liberdade e à saúde."
	
	"[...]O direito busca proteger a sociedade de ações que podem ferir a dignidade e de qualquer ato que possa causar lesão corporal e psíquica. O principal objetivo dos direitos fundamentais é o bem-estar da sociedade, entendendo assim a vida como o bem mais caro tutelado pelo direito, senda está a maior preocupação do Estado. Por isso, a Constituição estabelece e direito e a proteção da vida."
	
	"Diante do conteúdo apresentado, é evidente que é longo o caminho a ser percorrido para combater o tráfico de órgãos e tecidos e o mercado negro. Apesar disso, as primeiras iniciativas já foram tomadas, e há amparo legal para a criminalização de combate do tráfico de órgãos, o que representa determinação do Estado em eliminar o tráfico de órgãos e prestar proteção e assistência às vítimas."
	
	"Diante da alta procura por órgãos e as possibilidades de fluxo de órgãos, tecidos e partes do corpo possibilitadas pela globalização, assim como o próprio tráfico de pessoas, este crime é considerado como de difícil combate."
	
	"Há muito que ser feito, mas os primeiros passos já foram dados, cabe agora Estado buscar por mudanças sociais, ao Direito proteger a vida, a dignidade, a autonomia, a liberdade, a saúde e os direitos fundamentais dos indivíduos, mas cabe principalmente à sociedade, refletir sobre doação de órgãos como algo benéfico, e ser totalmente intolerante com o tráfico de órgãos e tecidos."
	QUAL TEMPO DE ISQUEMIA DE CADA ÓRGÃO?
	
	O tempo de isquemia é o tempo de retirada de um órgão e transplante deste em outra pessoa. A tabela abaixo demonstra o tempo de isquemia aceitável para cada órgão a ser considerado para transplante:
	Órgão
	Tempo de isquemia
	Coração
	04 horas
	Pulmão
	04 a 06 horas
	Rim
	48 horas
	Fígado
	12 horas
	Pâncreas
	12 horas
	ANÁLISE CRÍTICA
	O trabalho proposto trata-se sobre doação de órgãos, (que está efetivada na lei 9.434 de 1997), em que, é tratado sobre tal, em vida, post mortem e em caso de morte encefálica, podendo ser feito gratuitamente pelo SUS e ser autorizada por tal, tendo assim, uma alta taixa de efetividade no que diz respeito ao salvamento de vidas. Ainda neste trabalho é abordado sobre a venda ilegal de órgãos, lembrando que esse comercio no Brasil, é ilegítimo. A efetivação legal se deu justamente para que fosse evitada a compra de órgãos no mercado ilegal , mas o alto preço dos órgãos neste mercado, cresce os olhos dos que não ligam para princípios éticos, sendo notório que as práticas ilegais da retirada de órgãos é uma violação a vida e a dignidade humana pelo código civil e pode não apenas ser preso, como também ter a sua licença “caçada”. Contudo, são tomadas medidas para combater ao tráfico e algumas delas são: fiscalização das práticas, das equipes encarregadas e locais onde são feitos os procedimentos. Buscando assim, manter a ordem, segurança e bem estar da sociedade como um todo
	MAPA MENTAL

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