Buscar

Diferenças entre Língua Materna e Língua Estrangeira

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Diferenças organizacionais e linguísticas de 
textos em língua materna e língua estrangeira
Seja para leitura ou para a escrita é importante entender as principais di-
ferenças organizacionais e linguísticas entre a língua portuguesa e a língua 
inglesa. Se considerarmos um aprendiz adulto que já tenha estruturado de 
modo efetivo sua língua materna, constataremos que os principais erros ocor-
rem devido à interferência daquela no aprendizado da língua estrangeira.
A fim de ampliarmos essa discussão, abordaremos a organização retóri-
ca1, ou seja, a estrutura da língua portuguesa contrastada à inglesa destacan-
do especialmente as diferenças linguísticas entre essas línguas, com ênfase 
na gramática e no léxico (vocabulário e colocações). O texto complementar 
tratará da questão do erro, visto que é na prática escrita, em especial, que os 
contrastes linguísticos e as incorreções tornam-se mais evidentes.
Organização retórica português/inglês
Cada língua tem sua organização retórica, ou estrutural, que pode ser 
semelhante a outras ou não. As normas de escrita particulares a cada cul-
tura são apropriadas pelas convenções de cada gênero, que lhes dá forma. 
Assim, para um estudo mais efetivo da estruturação organizacional de 
textos teríamos que fazê-lo a partir de cada gênero.
Considerando que o contraste entre a organização textual da LP (língua 
portuguesa) e LI (língua inglesa) não é muito significativo, daremos, a título 
de ilustração, um exemplo, a partir de um estudo de Motta-Roth (1998) acerca 
de Abstracts (Resumos) em português e em inglês. O Abstract (Resumo) é um 
gênero importante na vida acadêmica, pois é um sumário de um trabalho 
científico, seja de uma monografia, tese, dissertação ou artigo.
A partir do modelo teórico de Swales (1990), Motta-Roth identificou a 
seguinte organização retórica de um Abstract: (a) situar a pesquisa (contex-
tualização); (b) apresentar a pesquisa (objetivo); (c) descrever a metodologia 
(metodologia) , resumir os resultados (resultados) e discutir a pesquisa (con-
1 A retórica trata da organização estrutural da linguagem, ou seja, como essa se organiza em termos de discurso e nos aspectos gramaticais.
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
42
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
clusão). Finalmente essa autora concluiu que não há diferenças significativas entre 
as línguas, em relação ao modo como o gênero Abstract é organizado.
Para ilustrar, veja os exemplos 1 e 2 abaixo:
Exemplo 1 – Extraído do periódico Child Abuse & Neglect.
The health and well-being of neglected, abused and 
exploited children: The Kyiv Street Children Project
Abstract
Objective: to report on the backgrounds and physical and emotional well-
being of street children using two street shelters in Kyiv, Ukraine . This study 
is important because personal accounts of street children may highlight 
individual of family factors that are associated with vulnerability for and risk 
of poor mental health, and these could have serious repercussions for the 
future. This study also poses a challenge to research because street children 
are a highly elusive population that services find hard to reach.
Methods: ninety-seven children were recruited and interviewed using 
a semistructured, psychosocial interview schedule; psychopathology was 
measured using the Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) and the 
Mood ans Feelings Questionnaire (MFQ).
Results: seventy percent of street children scored for behavioral and 
emotional difficulties on the SDQ, and 74% scored for depression on the 
MFQ. Current health problems were reported by 78%, with 43%, described 
as persistent or severe. Two thirds of the children in the sample were not 
homeless but had chosen life on the streets in preference to permanent 
residence with their families. Their “survival” history on the streets contributed 
to the development of three different profiles of vulnerability.
Conclusions: high rates of physical and emotional problems in a 
population of street children, many of whom were still connected to their 
families, emphasize the importance of developing different approaches 
for children with different vulnerabilities. This study also demonstrates the 
feasibility of embedding on-going field research into the service dimension 
of “front-line” social care agencies.
©2006 Elsevier Ltd. All rights reserved.
Keywords: Abuse; Neglect; Exploitation; Street children.
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira
43
Nesse primeiro exemplo de um artigo acadêmico sobre crianças de rua, 
vemos a organização marcada das partes do Abstract. Resumidamente, pode-
ríamos dizer que o objetivo da pesquisa é relatar o estado emocional e físico de 
crianças de rua em dois abrigos na cidade de Kiev, na Ucrânia; a metodologia 
empregada está baseada em entrevistas; os resultados indicaram que 70% das 
crianças apresentavam problemas emocionais ou de comportamento e a con-
clusão aponta para a importância de haver diferentes abordagens, especialmen-
te por órgãos de assistência social, para o acolhimento dessas crianças.
Exemplo 2 – Extraído do periódico Rev. Saúde Pública.
(ROHDE; FERREIRA; ZOMER et al.)
Abstract
Impacto da vivência de rua nas amizades de crianças em idade escolar.
Objetivo: trata-se de um estudo para avaliar as relações de amizade em 
meninos de rua de 7 a 11 anos da cidade de Porto Alegre, RS, Brasil.
Métodos: uma amostra de 30 meninos de rua foi comparada com outra 
de 51 meninos de 7 a 11 anos que viviam com suas famílias de baixa renda, 
utilizando-se a Entrevista Sobre Amigos e Companheiros da Cornell (Cornell 
Interview of Peers and Friends).
Resultados: os dois grupos apresentaram escores globais na entrevista 
significativamente diferentes, sendo que o grupo de meninos de rua obteve 
o escore médio mais alto. Da mesma forma, os meninos de rua apresentaram 
escores de adequação do desenvolvimento, autoestima e habilidades sociais 
significativamente menores do que os meninos com família.
Conclusões: levando-se em conta os resultados, é enfatizada a urgência 
do desenvolvimento de intervenções com as crianças com vivência de rua, 
especialmente com os meninos de rua.
Keywords: Homeless youth [psychology]; Family; Interpersonal relations; 
Menores de rua [psicologia]; Família; Relações interpessoais.
Como você pode notar, o Exemplo 2, em português, tem uma estruturação tex-
tual semelhante ao Exemplo 1, em inglês. Os dois Abstracts possuem os mesmos 
itens (objetivo, métodos, resultado, conclusão e palavras-chaves (keywords) e têm 
o mesmo propósito – que é apresentar um resumo de um trabalho de pesquisa 
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
44
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
científica. Cabe mencionar, entretanto, isso não significa que a organização retó-
rica seja semelhante em todos os gêneros das duas línguas.
No entanto, é importante que você comece a observar semelhanças e distinções 
entre os gêneros na LI e LP (LI – inglesa) e (LP– portuguesa), para que possa aprovei-
tar seu conhecimento da língua materna (português) para estruturação de textos na 
língua estrangeira (inglês), visto que há maiores similaridades do que diferenças.
Embora em nível de análise do gênero, não tenhamos encontrado aspectos 
contrastivos muito diferenciados entre a língua materna (L1 – português) e a 
língua estrangeira (L2 – inglês), no aspecto léxico-gramatical (vocabulário e gra-
mática) encontraremos estruturas peculiares a cada idioma, que têm origem cul-
tural, ou seja, possuem raízes históricas e têm a ver com o modo com que cada 
cultura entende e descreve uma situação ou objeto.
Principais diferenças linguísticas 
entre L1 e L2 – aspectosgramaticais
Dentre os fatores de interferência da L1 na L2 está o aspecto gramatical. 
Embora haja muitas diferenças significativas, nos concentraremos nos tópicos 
mais pontuais da língua que poderão causar dificuldades na escrita, e possivel-
mente na leitura em língua inglesa. São eles os verbos e a organização de alguns 
elementos na sentença.
Verbos
Modo interrogativo e negativo
O padrão do inglês difere do português na estruturação das sentenças interroga-
tivas e negativas. Na forma interrogativa, em inglês, há o acréscimo de verbos auxilia-
res (do, does, did), que ocorrem antes do sujeito da sentença em todos os verbos, com 
exceção do verbo to be e dos modais (would, can, may, might, should, must, shall), em 
que há uma inversão do verbo, que aparecerá antes do sujeito.
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira
45
Exemplo:
They dance – Do they dance?
They can dance – Can they dance?
Vemos que enquanto, em inglês, acrescentamos um elemento linguístico 
(verbo auxiliar) ou organizamos a sentença com o verbo antes do sujeito, em 
português a única diferença é o ponto de interrogação.
Na forma negativa, o não (not) é acrescentado de modo semelhante nas duas 
línguas. No entanto, em português ele é sempre colocado antes do verbo (Ela 
não trabalha; Ela não está trabalhando) enquanto que, em inglês, o not pode vir 
antes, acrescido de um verbo auxiliar (do, does, did).
Ex.: She doesn’t know ou após o verbo to be (She isn’t here) ou um modal 
(would, can, may, might, should, must, shall) ( she shouldn’t work).
There to be (verbo haver no sentido de existir)
Em português o verbo TER tem pelo menos dois significados básicos: possuir 
e existir, enquanto em inglês temos dois verbos diferentes para cada uma dessas 
traduções, respectivamente, to have e there to be. Exemplos:
(a) Elas têm um dicionário. = Elas possuem um dicionário. – They have a 
dictionary;
(b) Tem (há) um dicionário na minha mochila. = Existe um dicionário na 
minha mochila -There’s a dictionary in my schoolbag. 
A concordância, também difere entre as línguas, já que em português o 
verbo TER no sentido de existir é impessoal, isto é, não tem sujeito e é conjugado 
sempre na terceira pessoa do singular.
Há uma cadeira aqui Há várias cadeiras aqui
Em inglês, o verbo there to be irá concordar com o substantivo que o segue. 
Assim:
Há uma cadeira aqui (singular) Há várias cadeiras aqui (plural)
There is a chair here There are several chairs here
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
46
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
Transitividade
De um modo geral, há correspondência de transitividade no português e 
inglês. Transitivo direto é o verbo que transita diretamente ao seu complemento. 
Por exemplo: falar inglês. Transitivo indireto é o verbo que transita ao seu com-
plemento por intermédio de uma preposição. Por exemplo: ir ao supermercado. 
Abaixo, alguns exemplos da correspondência português-inglês.
Verbo Inglês/Português transitivo direto ou indireto
To like
Gostar de
I like ice cream (D)
Eu gosto de sorvete (I)
To ask
Perguntar/pedir
Ask him to step down (D)
Peça para ele descer (I)
To listen to
Escutar
He isn’t listening to what she is saying (I)
Ele não está escutando o que ela está dizendo (D)
Phrasal verbs (verbos preposicionados)
Embora os verbos preposicionados façam parte de um aspecto mais idiomá-
tico da língua inglesa, os incluiremos na categoria gramatical, para fins de orga-
nização. Os verbos preposicionados são a combinação de um verbo + uma pre-
posição (come + in = entrar) ou um verbo + um advérbio ( sit + down = sentar-se). 
De fato, a dificuldade com esses tipos de verbos é realmente conhecê-los e em-
pregá-los de modo mais adequado, escolhendo seu contexto mais apropriado.
De um modo geral, os phrasal verbs são utilizados na modalidade informal da 
linguagem e sempre têm um correspondente mais formal. Exemplos:
Phrasal Verb Verbo correspondente
They cancelled the meeting (cancelar) They called off the meeting (cancelar)
He will disconnect the equipment (desligar) He will turn off the equipment (desligar)
He investigated this matter (investigar) He looked into this matter (investigar)
Organização da sentença
Posição do Sujeito
Em português frequentemente encontramos frases sem sujeito (sujeito 
oculto, indeterminado, inexistente). Entretanto, em inglês, isso não é possível, 
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira
47
com exceção do imperativo. Na falta de um sujeito específico, teremos que utili-
zar o sujeito neutro (it).
Veja abaixo:
Está nevando Somos casados
It is snowing We are married
Dizem que amanhã é feriado
They say tomorrow is a holiday
Outro aspecto importante é que, diferentemente do português, o sujeito, em 
inglês, deve estar prioritariamente antes do verbo e mais para o início da sentença.
Amanhã cairá uma chuva pesada
A heavy rain will fall tomorrow
Nominalização
A nominalização é outro recurso linguístico utilizado para condensar o sen-
tido da sentença e assim torná-la mais direta e menos longa. Embora seja consi-
derado um elemento mais léxico do que gramatical, estamos incluindo-o neste 
espaço justamente pela dificuldade dos aprendizes em compreender sua orga-
nização na sentença.
A nominalização é obtida pelo acréscimo de vocábulos (artigos, advérbios, 
substativos, adjetivos) que qualificam um substantivo (núcleo), o qual exerce a 
função sintática de sujeito ou objeto da sentença. É importante mencionar que 
a língua inglesa é altamente nominalizada, especialmente na forma escrita e no 
discurso técnico ou da área de negócios.
Exemplos:
Sujeito Verbo Objeto Complemento
1. The director sent an email yesterday
Basf International 
German director
A very polemic 
confidential email yesterday
2. The executive is the CEO ----------------
The Mexican plant 
American executive is
the Latin American 
CEO
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
48
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
Nesse exemplo as palavras director e executive são os sujeitos, respectivamen-
te, das sentenças 1 e 2 e os núcleos (principais palavras) do grupo nominal, em 
cada sentença. As palavras acrescentadas (em itálico) complementam a ideia do 
sujeito ou do objeto (e-mail, CEO), qualificando-os.
Pela diferença na estrutura do português e do inglês, se você quiser descrever 
um sujeito de modo compacto deverá partir do núcleo do sujeito (director, exe-
cutive) ou do objeto (e-mail, Ceo) e posicionar seus modificadores antes dele.
Exemplo: The boy (sujeito) met the girl (objeto)
A very good looking teenage boy met the intelligent American girl
Modificadores Núcleo-Sujeito Modificadores Núcleo-Objeto
Observe, em um texto da área de negócios, a ocorrência dos grupos nominais.
Nokia, the world’s largest mobile phone manufacturer, has announced 
the introduction of a range of new products. All of Nokia’s main rivals 
increased their market share. South Korea´s Samsung Electronics saw its 
share grow to 12.5% from 10.8%. Total world sales for mobiles are expected 
to reach 153 million this year. In mature markets such as Europe, consumers 
are replacing older mobile phones with the latest models. In Japan the 
latest mobiles will soon have integrated hard disks. This will allow users 
to download music and other data from the Internet and store it on their 
mobiles. Nokia’s target is 40% of world sales but, as competitors increase 
their market share, they will need to respond to the latest developments intechnology to achieve this.
(Disponível em: <www.businessenglishonline.net>.)
Principais diferenças linguísticas entre 
L1 e L2 – aspectos lexicais (vocabulário)
São frequentemente atribuídas ao vocabulário as dificuldades enfrentadas 
pelos alunos na compreensão ou elaboração de textos. Se, por um lado, é im-
portante o domínio de um abrangente repertório lexical da língua, por outro 
devemos atentar também para:
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira
49
(a) adequação desse vocábulo em situações formais ou informais, escritas 
ou orais;
(b) conhecimento das regras de convencionalidades linguísticas (expressões 
idiomáticas).
Além disso, cabe salientar que a estruturação da língua, ou seja, as regras gra-
maticais que estabelecem como organizar esse vocabulário são essenciais para 
que as mensagens sejam criadas e para que a comunicação aconteça.
Expressões convencionalizadas (Idioms)
Toda língua contém grupos de palavras que aparecem juntas, muitas vezes 
numa determinada ordem, as quais adquirem uma função comunicativa espe-
cífica. Essas expressões devem ser entendidas pelo seu conjunto e não por cada 
elemento individualmente.
Em português, termos como: café com leite tem sua ordem convencionali-
zada. Dificilmente alguém irá encontrar em um menu de restaurante os dizeres 
temos leite com café, embora a inversão dos vocábulos não impeça a comunica-
ção. Outras expressões como É sopa! ou Estou ficando com o Marquinho somen-
te são entendidas pelo seu conjunto e pelo seu conceito. Assim, alguém que 
não conheça as regras para agrupamento de certas palavras, soará, no mínimo 
estranho em determinada cultura.
Apresentaremos, a seguir, alguns exemplos desses grupos de palavras. Ob-
serve que a tradução literal às vezes possibilita uma compreensão do sentido da 
expressão, mas, muitas vezes não, como no caso da expressão Saúde (God bless 
you). Assim, temos
Nice to meet you (Prazer em conhecê-lo)
Help yourself (Sirva-se)
God bless you (Saúde)
Have a safe trip! (Boa viagem)
Outro exemplo de convenções linguísticas são os provérbios, os quais retra-
tam a cultura de determinado povo, às vezes, em determinada época. Do ponto 
de vista linguístico, provérbios são expressões metafóricas de alto poder comu-
nicativo. Algumas são traduzidas e interpretadas do mesmo modo, do inglês 
para o português, tais como:
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
50
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
The last will be the first. Os últimos serão os primeiros.
A closed mouth catches no flies. Em boca fechada não entra mosca.
God helps those who help themselves. Deus ajuda a quem se ajuda.
Outras expressões são de mais difícil tradução:
Achado não é roubado. Finders keepers, losers weepers.
Quem vai ao ar, perde o lugar. If you snooze, you lose.
O que os olhos não veem o coração não sente. Out of sight, out of mind.
Antes prevenir do que remediar. An ounce of prevention is worth a pound of cure.
A stitch in time saves nine.
Falsos cognatos
Um outro item que convém mencionarmos são aquelas palavras enganosas, 
que, em grande parte, por serem derivadas do latim, causa-nos a impressão de 
que nos são familiares, quando, na realidade, têm um significado diferente do 
que imaginamos. Elas são geralmente conhecidas como falsos cognatos.
Vamos fazer um teste? Qual seria a tradução mais adequada para a sentença 
abaixo?
My parents are educated and pretended not to notice that particular costume.
(a) Meus parentes são educados e pretenderam não dar a notícia daquele 
modo particular.
(b) Meus pais têm boa formação e fingiram não perceber aquela fantasia 
específica.
Você acertou se escolheu a alternativa (b). Note que, muitas vezes, até parece 
que faz sentido e temos que recorrer ao contexto para nos auxiliar.
Embora não tenham uma ocorrência frequente que possa nos causar maiores 
preocupações, convêm estarmos atentos aqueles falsos cognatos que são mais 
comumente encontrados em textos orais ou escritos. O quadro abaixo, lista al-
gumas dessas palavras.
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira
51
INGLÊS PORTUGUÊS
Actually (adv) – na verdade ..., o fato é que ...
Balcony (n) – sacada
Beef (n) – carne de boi ou de vaca
Cafeteria (n) – refeitório tipo universitário 
ou industrial
Exquisite (adj.) – belo, refinado
Fabric (n) – tecido
Pull (v) – puxar
Push (v) – empurrar
Resumé (n) – curriculum vitae, currículo
Atualmente – nowadays, today
Balcão – counter
Bife – steak
Cafeteria – coffee shop, snack bar
Esquisito – strange, odd
Fábrica – plant, factory
Pular – to jump
Puxar – to pull
Resumo – summary
Balcony or Counter? Você saberia dizer?
Então, anote:
balcony: sacada; counter: balcão
D
iv
ul
ga
çã
o:
 E
rv
a 
M
ag
ia
.
Em suma, para melhor compreensão e emprego dos itens lexicais (vocabulá-
rio) da língua inglesa é importante saber utilizá-los considerando as convenções 
linguísticas da L2. Ao verter uma palavra para o inglês, seja com o auxílio do 
dicionário ou de ferramentas de tradução eletrônica é necessário observar prin-
cipalmente sua adequação à situação de uso.
Também é importante mencionar que vocabulário não deve ser estudado 
em listas, mas sim, na medida em que textos orais e escritos estiverem sendo 
estudados.
Texto complementar
Análise dos erros
(BASSO; BONNICI, 2004)
Em se tratando de aquisição de línguas, o erro tem sido bastan te estuda-
do e avaliado por diversos estudiosos, gerando intensas controvérsias. O que 
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
52
Fundamentos do Texto em Língua Inglesa I
podemos considerar como erros quando se apren de uma segunda língua? 
Como avaliá-los? Quando corrigi-los?
Muitos pesquisadores têm estudado a questão envolvendo er ros ou o 
que pode ser visto como erro. Este é um assunto muito complexo já que o 
erro tem sido definido por diferentes pontos de vista. Lima (1999) diz que 
os erros podem ser vistos como um out put modificado ou hipóteses que os 
aprendizes fazem sobre as regras da língua-alvo. Chaudron (1986) define o 
erro como forma lín guística que difere das normas usadas pelos nativos da 
língua; ou trossim, o erro depende do contexto e da intenção do aprendiz.
O erro faz parte do processo de aprendizagem humana. Quan do estamos 
aprendendo alguma coisa, cometemos um número maior de erros e, gradati-
vamente, corrigimos estes erros para alcan çar o que consideramos correto.
É de fundamental importância saber distinguir mistakes de errors. Em 
inglês as duas palavras possuem significados di ferentes. A palavra mistake 
refere-se a um engano ou como se diz, um lapso. Ele não é o resultado de 
uma deficiência na com petência linguística, mas sim uma imperfeição da 
língua falada. Todas as pessoas, nativas ou aprendizes da L2, cometem en-
ganos quer na fala quer na escrita. A diferença é que o falante nato tem mais 
facilidade de reconhecer um engano do que o aprendiz da L2. Já a palavra 
error é uma deficiência no processo de aprendiza do ou de aquisição. Geral-
mente, quando se comete um erro, o aprendiz o faz de forma inconsciente. 
Portanto, ele não percebe que cometeu um erro.
Alguns fatores podem ser as causas da ocorrência dos erros de alunos de 
inglês como L2 (ESL). Quando falamos em uma determi nada língua, falamos 
em um sistema linguístico, visto que cada lín gua possui seu próprio sistema. 
Ao aprender uma segunda língua, o indivíduo faz uma superposição de dois 
sistemas diferentes para atingir a língua-alvo. São sete os fatores que podem 
influenciar e caracterizar o sistema de uma segunda língua.
Interlanguage.Essa situação produz no aprendiz a necessida de de criar 
um novo sistema. Ele constrói novas regras gramati cais e fonológicas para 
atingir a língua-alvo.
Transferência das regras usadas na L1 para a L2. Como exem plo, podemos 
citar o uso das preposições. Em português, as preposi ções possuem um único 
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br
Diferenças organizacionais e linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira
53
sentido, já em inglês, a mesma preposição possui várias terminologias e usos 
diferentes. O aprendiz da língua inglesa encontra muita dificuldade em as-
similar o uso correto das preposições. Em português falamos: João casou-se 
com Maria. Se ao passar esta frase para o inglês, o aprendiz falar John married 
“with” Mary, ele não fez bom uso da preposição with. O correto é dizer: John 
married Mary. A razão para isto é que o verbo marry é um verbo não preposi-
cionado e exige apenas um objeto direto.
Intralingual interference. É a hipótese que o aprendiz faz das regras da L2. 
Estas hipóteses são elaboradas a partir da exposição parcial à LE. Em um dos 
seus estudos, Richards (1994) percebeu a ocorrência de alguns tipos de erros 
comuns em alunos de diversas línguas, os quais são consequência de hipó-
teses realizadas pelos alunos acerca das regras da língua-alvo. Brudhiprabha 
(apud RICHARDS, 1994) sugeriu que muitos dos erros cometidos por causa 
da intralanguage representam as dificuldades que os aprendi zes têm de re-
conhecer as regras básicas da língua-alvo, como por exemplo, as inflexões 
verbais em inglês, como: I walk, she walks.
Sociolinguistic situation. Está relacionada ao contexto social pertencente 
ao aprendiz. O diferente uso da língua resulta em dife rentes níveis de apren-
dizagem. Segundo Richards (1994), isto pode ser distinguido nos efeitos do 
contexto sociocultural na aprendiza gem de uma segunda língua, na situa-
ção envolvendo o aprendiz e a comunidade na língua-alvo e as respectivas 
marcas linguísticas des sas relações e suas identidades. Atrelado a tudo isto 
está a motiva ção pessoal de cada aprendiz. Considerando os aspectos socio-
linguísticos, podemos dizer que a aprendizagem está relacionada à va riação 
da motivação causada pela necessidade e pela percepção de cada indivíduo. 
Portanto, a motivação depende do propósito que cada aprendiz tem em 
aprender/adquirir a L2.
Os efeitos de todos esses fatores são percebidos na sala de aula quando o 
aluno, por não se sentir à vontade ou confortável com a LE, não produz como 
deveria, assim, a aquisição da língua-alvo se torna mais difícil. Como já vimos 
anteriormente, para se adqui rir uma segunda língua, é necessário que haja 
uma combinação de fatores que são determinantes nesse processo, os quais 
muitas vezes não são levados em conta em sala de aula.
Esse material é parte integrante do Curso de Atualização do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br

Outros materiais

Outros materiais