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Psicologia da Percepção Prof. Felipe Gonçalves - felipegoncalvespsi@gmail.com Universidade Estácio de Sá Percepção PERCEPÇÃO: capacidade dos organismos coletarem informações no ambiente, relacioná-las com informações prévias e combiná-las com outras funções cognitivas, de maneira a permitir que o organismo opere no ambiente. A percepção não é uma “coisa”, mas sim um processo, que se dá no tempo. Percepção X Sensação Sensação: capacidade que os organismos têm de reagir a certos aspectos das energias físicas e químicas do ambiente. Percepção: Processamento das diversas sensações apreendidas no ambiente. Sensação Estímulo externo apreensão pelos órgãos dos sentidos (transdução) Transmissão do impulso pelas fibras nervosas Formação da Imagem no Encéfalo (Córtex) Percepção Percepção: INTERPRETAÇÃO E SÍNTESE dos estímulos apreendidos pela sensação X Sensação: processo fisiológico – órgãos dos sentidos Fatores que influenciam a percepção: Memória Atenção Motivação (interesse) Emoções Experiências passadas, Crenças, etc. Percepção Por que a psicologia da percepção é tão importante para a história da psicologia? O que ela oferece em termos de possibilidade de conhecimento científico? História dos Estudos da Percepção VETOS KANTIANOS 1- descobrir o seu elemento de modo similar à química, para com isto efetuar análises e sínteses (definição objetiva do objeto); 2- facultar a esse elemento um estudo objetivo, em que sujeito e objeto não se misturem como na introspecção (delimitação de um método); 3- produzir uma matematização apta a dar conta das sucessões temporais da nossa consciência (a psicologia deveria ser quantificável). História dos Estudos da Percepção Resposta ao 1º Veto: Johannes Muller (1801-1858) e a Teoria das Energias Nervosas Específicas (Manual de Fisiologia, 1826) cada via aferente possuiria uma energia nervosa específica, que se traduziria em uma sensação específica de cada nervo. Especificidade das energias nervosas kantismo fisiológico: o mundo percebido como mera propriedade das nossas energias nervosas específicas História dos Estudos da Percepção Resposta ao 2º Veto: Hermann von Helmholtz (1795-1878) e a Teoria das Inferências Inconscientes e o método da introspecção experimental sensações organizadas por experiências passadas, aptas a ordenar de modo inconsciente e rápido as informações trazidas pelos sentidos, produzindo as nossas representações psicológicas. introspecção experimental: neutralizaria os efeitos da inferência operada pela experiência passada. Para neutralizar esta síntese inconsciente, processa-se uma análise consciente - sujeitos treinados para reconhecer o aspecto mais bruto da experiência. História dos Estudos da Percepção Resposta ao 3º Veto: Gustav Fechner (1801-1887), Elementos de Psicofísica (1860). Lei de Weber-Fechner: relação entre a magnitude da sensação e a magnitude do estímulo seria logarítimica, ou seja, enquanto estímulo na sua propriedade física aumenta de forma exponencial, a sensação aumenta de forma aritmética. Possibilidade de mensurar a percepção Fechner e a psicofísica Lei de Weber-Fechner: Fechner e a psicofísica Limiar absoluto: o mínimo de um estímulo capaz de causar uma sensação Limiar diferencial: a diferença mínima entre dois estímulos para que seja discriminada alguma diferença entre eles – a chamada Diferença Apenas Perceptível (D.A.P.). Fechner propõe a primeira medição em psicologia, que pode tornar-se ciência graças à possibilidade de ter um objeto (sensação), um método (introspecção), e a possibilidade de quantificar seu objeto de estudo (Lei de Weber-Fechner). Fechner e a psicofísica Estruturalismo (escola norte-americana) Stanley Hall, James Cattell, Edward Titchener Para se compreender os padrões psíquicos como a percepção, era necessário decompô-la em seus elementos fundamentais: as sensações A percepção seria um somatório de sensações elementares. Fechner e a psicofísica Críticas: Fechner considerava que uma sensação forte era a mera soma de sensações fracas, o que se provou não ser verdadeiro. As D.A.P. não constituem unidades iguais, uma vez que variam de observador para observador, e até mesmo para um mesmo observador em condições diferentes. O Limiar absoluto não tem valor fixo como Fechner pensava. Ele oscila por razões fisiológicas e também psicológicas (influências culturais, fadiga, atenção, etc). Essa distinção sensação X percepção é unânime? O Gestaltismo irá afirmar que não há “sensação” como um momento anterior à percepção: é um processo simultâneo e contínuo. Para eles, não há distinção entre uma base biológica e um processo cognitivo, uma vez que não é possível apreender ou observar uma sensação pura Essa distinção sensação X percepção é unânime? O Gestaltismo irá criticar a psicologia do século XIX de Fechner, Tichener, Wundt e outros autores, juntando esses diferentes estudos no mesmo nome: “elementarismo associacionista”. Os elementos seriam as sensações. O associacionismo explicava a associação que se estabelece pela contiguidade dos elementos (as sensações) no tempo. Psicologia da Gestalt “O todo é maior do que a soma das partes” - a função, sentido, ou mesmo existência de uma parte depende do seu conjunto. Totalidade x divisão analítica Leis da Gestalt: Lei da Boa Forma (proximidade, semelhança, closura, boa-continuidade). Princípio da Figura e Fundo Psicologia da Gestalt Com a lei da Boa-Forma (e sua implícita tendência ao equilíbrio e homogeneização) e o Princípio de Figura e Fundo (e a manutenção do contraste), o gestaltismo explica uma série de fenômenos perceptivos como a tridimensionalidade, a percepção de movimento, a constância perceptiva, a atenção etc. Psicologia da Gestalt Gestalt = Forma Christian Von Eherenfels (1856 -1932): Qualidades da Forma. As experiências são irredutíveis a seus termos elementares. Max Wertheimer (1880-1943): Fenômeno Phi http://www.michaelbach.de/ot/col-colorPhi/index.html Psicologia da Gestalt Max Wertheimer (1880-1943): Fenômeno Phi Psicologia da Gestalt Exemplo de Fenômeno Phi associado a um efeito de pós-imagem Psicologia da Gestalt Psicologia da Gestalt Psicologia da Gestalt Ilusão de Jastrow
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