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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE PSICOLOGIA PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS PERCEPÇÃO E SENSAÇÃO GRUPO 06 – PARTE 01 SÃO PAULO 2021 PERCEPÇÃO E SENSAÇÃO GRUPO 06 - PARTE 01 Trabalho de pesquisa para obtenção de nota na disciplina de Processos Psicológicos Básicos, do curso de Psicologia SÃO PAULO 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................4 1.1 PROCESSAMENTO TOP-DOWN E BOTTOM-UP ..........................................5 1.2 ATENÇÃO SELETIVA ......................................................................................5 1.3 PERCEPÇÃO SOBRE FORMA, PADRÕES E CORES ...................................5 1.4 FIGURA/FUNDO ..............................................................................................6 1.5 INFLUÊNCIA DO CONTEXTO NO PROCESSO DE SENSAÇÃO/PERCEPÇÃO 6 2 DESENVOLVIMENTO ..........................................................................................7 2.1 PROBLEMA .....................................................................................................7 2.2 OBJETIVO ........................................................................................................7 2.3 HIPÓTESES .....................................................................................................7 2.4 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................7 2.5 MÉTODO ..........................................................................................................7 2.6 RESULTADO ....................................................................................................9 3 DISCUSSÃO/CONCLUSÃO ................................................................................13 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................14 ANEXO A - Figura Ambígua – Terno ou Salto ....................................................15 ANEXO B - Termos de Consentimento Livre e Esclarecido ..............................17 4 1 INTRODUÇÃO Tendo em vista a ambiguidade de interpretação sobre tema, cabe explicitar que a análise sensorial é uma ferramenta que consente medir, interpretar e provocar reações produzidas, sejam elas por objetos, ambientes e experiências, além de, como elas são percebidas. É uma técnica que trabalha a sensação e a percepção sensorial, que são conceitos diferentes, mas acabam sendo usados erroneamente como sinônimos em várias publicações. Sensação e Percepção são processos contínuos que são iniciados a partir da recepção de um estímulo até a interpretação de determinada informação pelo cérebro, aproveitando dos conteúdos nele acomodado. A sensação é a detecção e experiência sensorial básica provenientes dos estímulos do meio, como cheiro, sons, objetos, etc. Já a percepção, segundo Maturana (1998, p. 61-2), é uma abstração e não uma réplica da realidade. Onde compreende-se uma representação interna, uma imagem consciente do estímulo ao qual respondemos. Para Kandel, Schwartz e Jessell (2000, p. 295), as percepções humanas “não são cópias diretas e precisas do mundo à nossa volta”. 5 1.1 Processamento top-down e bottom-up Para Wolfe (2004), podemos ter percepções do tipo botton up (de baixo para cima) e do tipo push down (de cima para baixo). O primeiro tipo se refere a sensações externas, por exemplo, se a temperatura está baixa e não estamos agasalhados, começamos a sentir frio. O segundo tipo refere-se a sensações internas, como ver um carro vindo em alta velocidade e sentir medo, pois o cérebro processa a imagem como uma forma de perigo. Segundo Myers (2006), nas experiências do dia-a-dia a sensação e percepção fundem-se em um processo contínuo. Dessa forma, as sensações são captadas pelos receptores sensoriais e evoluídas para níveis mais elevados de processamento. 1.2 Atenção seletiva A atenção seletiva significa que em qualquer momento focalizamos a nossa capacidade de percepção do cérebro em apenas um aspecto limitado de tudo o que somos capazes de experimentar, tornando as informações selecionadas vistas como mais nítidas e intensas, sendo escolhidas grande parte das vezes de forma inconsciente. Para MEYERS e DEWALL (2017), o processamento dual (atenção seletiva) pode exercer um papel no alívio hipnótico da dor. Logo, a hipnose não bloqueia o estímulo sensorial, mas pode bloquear nossa atenção a outros demais estímulos. 1.3 Percepção sobre forma, padrões e cores Segundo os princípios da Gestalt desenvolvido por dois teóricos, eles observaram que a mente humana tem um comportamento bem padronizado ao perceber as formas vistas nos objetos, nas pessoas, nos cenários e em tudo o que enxergamos. Ao recebermos um estímulo visual, nosso cérebro não recebe uma 6 excitação sensorial isolada, mas vários sinais complexos que agrupam todas as características que consideramos semelhantes, somando rapidamente todas as partes do item visto. Isso significa que, percebemos os objetos em sua totalidade, para só depois nos atentarmos aos detalhes. Essa teoria é facilmente comprovada por ações da nossa rotina. Para ATKINSON, R. L., para manter a aparência dos objetos igual, apesar das grandes variações nas representações iniciais dos estímulos recebidos pelos órgãos sensoriais que são engendrados pelos diversos fatores ambientais. (ATKINSON, R. L, 2017, pág. 145). 1.4 Figura/Fundo A princípio, o sistema precisaria reconhecer as faces como distintas do fundo. Da mesma forma, nossa primeira tarefa perceptiva é identificar qualquer objeto (figura), como distinto de seus arredores (o fundo). Exemplo: se você está num ambiente em que várias pessoas estão falando, e tem alguém falando com você, a voz que você ouve torna-se figura, todas as outras tornam-se fundo. A relação figura-fundo inverte-se continuamente, mas sempre organizamos o estímulo em uma figura vista como um fundo. Essas ilustrações de figura e fundo reversíveis demonstram que o mesmo estímulo pode desencadear mais de uma percepção. (MYERS, 2012, pág. 200). 1.5 Influência do contexto no processo de sensação/percepção Há uma predisposição de confundirmos sensação com percepção, e apesar de ambas estarem relacionadas, uma se difere da outra. A diferença mais importante entre elas é que a sensação pode ser vista como primeiro contato que o nosso organismo percebe através dos estímulos sensoriais do meio ambiente, enquanto a percepção é o processo de interpretação, análise e integração com os estímulos sensoriais. (Feldman, 2011). 7 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Problema Quais as supostas diferenças nas respostas de homens e mulheres ao serem apresentados a uma figura ambígua que contenha como interpretações possíveis um terno (gênero masculino) e pernas com salto (gênero feminino)? 2.2 Objetivo Comparar respostas de diferentes sujeitos sobre a observação da mesma figura. Treinar habilidades de instrução, observação e coleta de relatos, além de treinar a tabulação de dados, o levantamento de hipóteses e a síntese dos dados coletados e a reação de relatório. 2.3 Hipóteses O grupo levantou a hipótese de que os colaboradores identificarão primeiramente o gênero que se identificam, tendo também a possibilidade de notarem primeiro o gênero que sentem atração. 2.4 Justificativa A relevância da proposta deste trabalho se apoia na importância do treinamento da habilidade da observação e análise do comportamento, visto que são requisitos indispensáveis para a atividade profissional do psicólogo. 2.5 Método a. Para esta pesquisa foram utilizadas quatro pessoas: dois homens, héteros, 24 e 35 anos,advogados, solteiros e duas mulheres, héteros, 20 e 47 anos, estudante e tesoureira, solteira e casada. 8 b. A pesquisa foi realizada com três participantes de forma presencial na residência da pessoa aplicadora, sendo cumprido todo o protocolo, evitando contato e aproximação física para preservação da saúde de entrevistado e entrevistador e com uma participante de forma remota (online), com aplicador e participante em suas próprias casas, no período noturno, utilizando como materiais: canetas e cadernos; e como instrumentos, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexos, item B) e uma figura ambígua (anexos, item A). c. O processo de execução da pesquisa consistiu em apresentar a imagem ambígua, que possui como possíveis formas de interpretações principais um terno com gravata e pernas com um salto alto e com base na imagem, os participantes foram questionados sobre o que viram ao olhá-la, as demais interpretações que tiveram após a primeira impressão e os possíveis motivos para terem enxergado tais elementos. Observou-se comportamentos relaxados e concentrados ao iniciar a análise, gesticulação ao encontrar algo na figura, mostrando ao aplicador onde estavam vendo determinadas coisas, contato visual com o aplicador e risos tímidos. 9 2.6 Resultado Tabela 1: Decodificação apresentados pelos colaboradores durante a observação das figuras. Colaborador 1ª Decodificação 2ª Decodificação 3ª Decodificação 4ª Decodificação Influência nas respostas 1 Gravata. Uma cidade atrás. Pernas de uma mulher. - Gravata com advocacia referência ao trabalho, a cidade por morar em uma, e a mulher pelo que me atrai. 2 Uma mulher olhando uma cidade. Marilyn Monroe. Gravata. Um terno. Sapatos, saltos altos me lembrou a Marilyn Monroe, curvas das pernas, cidade porque vi vários prédios, quando foquei mais vi a gravata. 3 Prédios no fundo. Pernas de uma mulher. Salto alto. Saia. Ah não sei, é o que estou vendo, é mais pelo visual das coisas. 4 Um par de pernas. Palito. Gravata. Eu vejo um sapato. Formato das coisas na imagem. Legenda: Nesta pesquisa utilizou, dois homens solteiros, ambos, héteros e do gênero masculino X duas mulheres, ambas, héteros e do gênero feminino. Os dados da tabela acima revelam que todos os entrevistados realizaram a 1ª, 2ª e 3ª decodificação, entretanto a 4ª decodificação não foi realizada apenas pelo colaborador 1. Enquanto as influências para as codificações foram: • Colaborador 1- Gravata com advocacia referência ao trabalho, a cidade por morar em uma, e a mulher pelo que me atrai. 10 • Colaborador 2 - Sapatos, saltos altos me lembrou a Marilyn Monroe, curvas das pernas, cidade porque vi vários prédios, quando foquei mais vi a gravata. • Colaborador 3 - Ah não sei, é o que estou vendo, é mais pelo visual das coisas • Colaborador 4 - Formato das coisas na imagem. Observações dos colaboradores Entrevistado 1: Comportamentos Identificados • Relaxado ao iniciar a entrevista; • Confuso ao ver a figura ambígua pela primeira vez; • Mexeu no cabelo; • Mão na cintura; • Empolgado ao responder as perguntas; • Movimentou as mãos; • Corpo para frente apoiando os cotovelos na perna; • Confuso ao responder; • Trocou de posição; • Coçou a perna; • Fez contato visual com o entrevistador; • Mexeu as pernas; • Mão no peito; • Riso tímido. Entrevistado 2: Comportamentos Identificados • Iniciou a entrevista entrelaçando as mãos; • Arrumando a blusa; • Coçando os olhos; • Mexendo nas mãos; • Gesticulando muito ao explicar; • Apontava para a figura ambígua com as mãos para indicar quando encontrava algum elemento; • Fez contato visual com o entrevistador; • Coçou o nariz; • Riso tímido. 11 Entrevistado 3: Comportamentos Identificados • Braços cruzados; • Gesticulando muito ao explicar; • Mão na boca; • Dando de ombros (ao responder o que mais era visto); • Virando a cabeça (ao tentar entender a pergunta); • Concordando com a cabeça quando a imagem foi explicada. • Séria Entrevistado 4: Comportamentos Identificados • Braços cruzados; • Apontando na imagem que ia identificando; • Contato visual com o entrevistador; • Timidez; • Reservada. Tabela 2: Ilustração dos resultados segundo as hipóteses levantadas. 50% 25% 25% RESULTADO SEGUNDO AS HIPOTESES Gênero Sexualidade Indefirido Legenda: O primeiro e quarto entrevistado viram a primeira imagem relacionando com o gênero, e o segundo entrevistado visualizou a primeira imagem que tem relação com a sexualidade. A terceira participante, não identificou na primeira olhada algo que relacione com a sua sexualidade e gênero. 12 Tabela 3: Segundo as percepções dos entrevistados Legenda: O primeiro colaborador fala que identificou a gravata primeiro por conta do trabalho, o segundo foi por assistir muitas series e já identificou com a imagem de um personagem, os outros dois pela composição da imagem. 13 3 DISCUSSÃO/CONCLUSÃO Neste trabalho objetivou-se a comparação de respostas de diferentes sujeitos sobre a observação de uma mesma figura, a fim de treinar habilidades de observação, coleta de dados e levantamento de hipóteses nos aplicadores desta atividade laboral. Tendo em vista os dados coletados, considera-se que os objetivos foram alcançados, pois obteve-se, mediante às questões levantadas, variedades de respostas de indivíduos distintos; nota-se, também, que o grupo observador coletou informações satisfatórias e suficientes para o desenvolvimento da pesquisa. Considerando o resultado das entrevistas, é possível observar que as respostas da 1ª decodificação não correspondem às hipóteses levantadas pelo grupo, já que as influências nas respostas tiveram referências distintas ao que se esperava, tais como associação à profissão, local de residência e referência a uma personagem histórica. Nota-se, ainda, que a resposta correspondente à hipótese se encontra na 3ª decodificação, tornando as hipóteses refutadas, visto que a primeira percepção do colaborador não foi relacionada a seu gênero ou sexualidade. Dentre outras respostas apresentadas, pode-se fazer uma relação com os conceitos de Processamento top-down e bottom-up, mostrando que, embora indivíduos vejam a mesma imagem, podem interpretar de formas distintas um do outro. Percebe-se, também, o conceito de Gestalt, onde 1 colaborador visualizou diversas imagens e, somente depois focalizou em apenas um objeto. Esses resultados evidenciam e reforçam os conceitos dos processamentos psicológicos aprendidos em aula. Assim sendo, conclui-se que, apesar das hipóteses levantadas não serem confirmadas, o trabalho possibilitou aos alunos a aprendizagem, na prática, dos processos de sensação e percepção, além de proporcionar o treino da capacidade de observação pertinente à futura profissão de psicólogo. Outrossim, foi possível demonstrar que os processamentos de percepções humanas podem variar de um sujeito a outro e reforçar a ideia dos autores: Kandel, Schwartz e Jessell, os quais afirmam que as percepções humanas não são cópias diretas e precisas do mundo ao nosso redor. 14 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINSON, R. L. Introdução À Psicologia: Atkinson & Hilgard. 2017. FELDMAN, R.S. (março 2011). Compreender a Psicologia. KANDEL, Eric R.; SCHWARTZ, James H.; JESSEL, Thomas M. Fundamentos da Neurociência e do comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara – Koogan, 2000. MATURANA, Humberto. Da Biologia à Psicologia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006. MYERS, D.; DEWALL, C. N. Psicologia - 11ª ED (2017). MYERS, David G. (Rio de Janeiro: LTC,2012) Psicologia. 9 ª ed. SENSENOVA; “Ciência dos cincossentidos: Qual a diferença entre sensação e percepção sensorial? ” – 2017 - https://www.sensenova.com.br/blog/diferenca-entre- sens-percepcao-sensorial/ - Acesso em outubro de 2021. WOLFE, P. Compreender o funcionamento do cérebro e a sua importância para a aprendizagem. Porto: Porto Editora, 2004. https://www.sensenova.com.br/blog/diferenca-entre-sens-percepcao-sensorial/ https://www.sensenova.com.br/blog/diferenca-entre-sens-percepcao-sensorial/ 15 ANEXO A - Figura Ambígua – Terno ou Salto 16 17 ANEXO B - Termos de Consentimento Livre e Esclarecido 18 19 20 21
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