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Relatório - Populações Comunidades e Conservação - Isabella de Oliveira Pinheiro

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Prática de Campo 
Parque Natural Municipal do Ipiranga 
Isabella de Oliveira Pinheiro
Disciplina: Populações, Comunidades e Conservação
Petrópolis
06 de outubro de 2018 
1. INTRODUÇÃO
A Mata Atlântica também denominada Floresta Tropical Atlântica, ocupa uma área de
1.110.182 Km², correspondente a 13,04% de todo o território nacional, que originalmente abrangia
17 estados, mas que atualmente só apresenta cerca de 8% de seu tamanho. 
Como segunda maior floresta em extensão do Brasil, esse bioma possui uma diversidade de
florestas e ecossistemas, que de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, corresponde a
cerca de 20.000 espécies vegetais, sendo 8.000 endêmicas, 849 espécies de aves, 370 espécies de
anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 espécies de mamíferos e aproximadamente 350 espécies de
peixes. 
Devido as ações antrópicas que vem causando destruição e fragmentação da floresta, a
organização não-governamental Conservação Internacional (CI), incluiu este bioma entre um dos
mais ricos em biodiversidade que, ao mesmo tempo, é também um dos mais ameaçados, de maneira
frisar a importância de se preservar este ambiente. 
Diante destas constatações, estudos que analisem os impactos da destruição, bem como a
diversidade de espécies e a ecologia da mata, podem e vem servindo de importantes instrumentos
para a criação de técnicas de conservação e manejo. 
O atual trabalho visa analisar o efeito de borda, que é uma alteração na composição e na
abundância relativa de espécies de parte marginal de um fragmento florestal, averiguando o
contraste apresentado entre uma área aberta e fechada, presente no Parque Natural Municipal do
Ipiranga, no município de Petrópolis, Rio de Janeiro. Este trecho corresponde a uma Floresta
Ombrófila Densa, que faz parte da Área de Proteção Ambiental do ICMBio e está registrada no
Cadastro Nacional de Unidades de Conservação do Ministério do Meio Ambiente.
2. OBJETIVO
2.1 OBJETIVO GERAL
Caracterizar a riqueza e estruturas de arbórea e arbustos, bem como de insetos exofíticos e
endofíticos, em uma área de Mata Atlântica verificando um possível efeito de borda sobre esses
parâmetros. 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
2.2.1 Analisar a estrutura da vegetação em dois pontos diferentes da Mata, avaliando a altura, DAS
e diversidade de Shannon entre os locais.
2.2.2. Avaliar a proporção de Lianas e Epífitas nas árvores e arbustos dos grids. 
2.2.3 Comparar os percentuais de cobertura total de herbáceas com os percentuais de cobertura do
dossel das áreas.
2.2.4 Examinar a proporção de insetos endofíticos e exofíticos. 
2.2.5 Preparar uma curva do coletor para examinar a eficiência de amostragem feita na área aberta e
fechada da mata.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo corresponde ao Parque Natural Municipal do Ipiranga, localizado na
Avenida Ipiranga, no Centro Histórico de Petrópolis/RJ. Abaixo é possível ver a localização da Área
Aberta – Área 1 (Coordenadas: 23K 687980 E 7510543 N) e da Área Fechada – Área 2
(Coordenadas: 23K 687996 E 7510609). 
3.2
AMOSTRAGEM
O estudo no parque deu início com a seleção de duas áreas, uma de mata aberta
(Área 1) e outra de mata fechada (Área 2), a cerca de 50 metros da borda, de maneira a evitar a
influência do ecótono. Nestes locais foram utilizadas duas grades (grids) com 15 metros de lado,
sendo cada uma delimitada por uma corda de plástico estendido, que a dividiu em 9 quadrats de 5 x
5m. A exemplo do que foi feito em tamanho real, o grid foi desenhado em papel e enumerado, de
maneira que fosse sorteado quatro quadrats a serem analisados em ambas as áreas. Nas figuras
abaixo há a representação dos grids e os quadrats sorteados. 
 
Em ambos os grids, nos quadrats selecionados, foram analisados os estratos arbóreos e
arbustivos do local, com a contagem de morfoespécies com o das (diâmetro na altura do solo)
1 2 3
4 5 6
7 8 9
Figura 1: Área 1 
- Aberta
1 2 3
4 5 6
7 8 9
Figura 2: Área 2 
- Fechada
Tabela 1: Áreas de estudo - Parque da Ipiranga
acima ou igual a 3 centímetros, além de estimar uma determinada altura para os vegetais e
quantificar a presença de lianas e epífitas nas árvores e arbustos. A medida do das foi feita com a
utilização do de um paquímetro, e em espécies maiores que o tamanho de medição do instrumento,
foi feito o cálculo da razão entre a circunferência e o valor de Pi (π) para estimar o diâmetro destas
árvores. 
Posteriormente, foi feito o estudo da cobertura vegetal no estrato herbáceo e analisada a
cobertura do dossel. Para tal avaliação, foi utilizado um quadrat reticulado de 0,5x0,5m, onde era
necessário colocar o equipamento gradeado acima da cabeça, em direção ao dossel, para se verificar
o percentual de cobertura. O procedimento foi feito em duas quinas opostas e estimado uma média
entre os percentuais encontrados.
 A última parte da pesquisa em campo, foi analisar em ambos os grids, porém em todos os
quadrats, a presença de insetos exófagos e endófagos ou os vestígios da presença destes animais.
Esta etapa do trabalho se decorreu por avistamento, ou seja, sem a utilização de armadilhas para
captura dos espécimes. 
3.3 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS
A partir dos dados coletados na prática de campo, inicialmente foi feita a curva do coletor
para a quantidade de espécies analisadas nos dois grids, a qual avalia as espécies acumuladas por
área acumulada. A curva foi feita para ambos os grids e os resultados foram comparados e
analisados, de maneira a averiguar se houve um número mínimo de amostragem para se obter o
valor de riqueza do ambiente.
Com intuito de analisar e comparar a diversidade entre os locais, foi feito uso do Índice de
Shannon, que assume que todas as espécies estão representadas na amostra. Ele é calculado através
da equação H’= − ∑ p i Lp i1. Além de também ter sido calculado o valor da equitabilidade dos
grids, através da fórmula: Equitabilidade (E) = H’/Hmax = H’/ln.S2
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 CURVA DO COLETOR
Para averiguar se a quantidade de amostras obtidas foram suficientes, foi utilizado o método
da curva do coletor. Este baseia-se na relação de aumento no número de espécies com o aumento do
esforço de amostragem, relacionando graficamente a frequência cumulativa. Quando o gráfico
apresenta um patamar estável, isto significa que o número de espécies mínimas foi obtido. 
A curva do coletor foi feita para ambos os grids, podendo ser observado a tabela de espécies
por quadrats e logo em seguida os seus respectivos gráficos abaixo.
1 Equação de Shannon – Pi=ni/N 
2 Equitabilidade – S corresponde ao valor da Riqueza de espécies
 
Espécies Q2 Q3 Q6 Q7
A X X X X
B X X
C X
D X
E X
F X
G X
Tabela 2: Presença de 
espécies por quadrats - Área 
1
Espécies Q1 Q5 Q8 Q9
1 X X
2 X
3 X X X
4 X
5 X X
6 X
7 X
8 X
Tabela 3: Presença de 
espécies por quadrats - Área 
2 
Q2 Q3 Q6 Q7
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Curva do Coletor - Área 1 
Número de Espécies 
Quadrats
E
sp
é
ci
e
s
Figura 3: Gráfico para curva do coletor - Área 1
Q1 Q5 Q8 Q9
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Curva do Coletor - Área 2 
Número de Espécies 
Quadrats
E
sp
é
ci
e
s
Figura 4: Gráfico para curva do coletor - Área 2
A análise da curva do coletor referente a Área 1, não apresenta um patamar estável, não
configurando a assíntota que diz respeito a coleta mínima de amostras para se obter um número
relativamente estável de espécies do local. Sendo assim, o ideal seria que mais amostras fossem
coletadas, para que fosse possível obter um retrato real da comunidade daquela área. 
Entretanto, na curva do coletor da Área 2, é possível observar um patamar estável, logo, o
número de amostras mínimas foi coletado e portanto, os resultados a respeito desta área obterão
maior fidelidade referente a realidade deste ponto da mata. 
4.2 APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE SHANNON
Os dados obtidos em campo, referentesa análise de arbóreas e arbustivas do local, estão
representados nas planilhas abaixo. 
Planilha dos quadrats de arbóreas e arbustvas – Área 1 
Quadrat 2 DAS Altura Epífta Liana
A 4 cm 6 m x
A 8 cm 6 m x
Quadrat 3 DAS Altura Epífta Liana
A 4 cm 5 m x
A 3,5 cm 5 m x
A 3 cm 6 m x
A 3 cm 5 m x
B 9 cm 6 m
C 19,1 cm 10 m x
D 14,3 cm 10 m x
Quadrat 6 DAS Altura Epífta Liana
A 3 cm 7 m x
E 5 cm 8 m x
F 7 cm 6 m x
Quadrat 7 DAS Altura Epífta Liana
G 8 cm 8 m x
A 4 cm 2 m x 
A 3 cm 2 m x
B 4 cm 2 m x
Figura 5: Planilha referente aos dados obtidos na Área 1 - 
Área Aberta
A partir destes dados, diferentes investigações puderam ser feitas, as quais podem ser
extrapoladas para uma hipótese explicativa da diferença encontrada nas áreas. 
Dentre estas investigações, a primeira a ser analisada é a medida de diversidade apresentada
pelos ambientes. Esta medida é feita através do cálculo do índice de diversidade de Shannon, que
foi usado tanto para os quadrats individualmente dentre cada grid3, bem como para os dados do grid
inteiro. 
3 O índice de Shannon para os quadrats individuais esta apresentado em anexo.
Planilha dos quadrats de arbóreas e arbustvas – Área 2
Quadrat 1 DAS Altura Epífta Liana
1 23,56 cm 15 m x
2 8,28 cm 2 m x x
3 13,37 cm 10 m
4 16,24 cm 7 m x
Quadrat 5 DAS Altura Epífta Liana
5 18,47 cm 20 m
6 12,10 cm 6 m x x
7 7,32 cm 3 m x
5 18,47 cm 20 m
6 12,10 cm 6 m x x
7 7,32 cm 3 m x
5 18,47 cm 20 m
Quadrat 8 DAS Altura Epífta Liana
8 29,61 cm 20 m x
3 10,82 cm 9 m x x
5 15,25 cm 25 m x x
3 7 cm 16 m x x
Figura 6: Planilha referente aos dados obtidos na Área 2 - 
Área fechada
Para fins comparativos, foi feito um gráfico apresentando a diferença da riqueza4,
Equitabilidade e o resultado do Índice de Shannon. 
Tendo em vista estes dados, pode-se perceber uma riqueza próxima entre os dois ambientes,
com uma variação de apenas uma espécie. Porém, como a curva do coletor da área aberta não
apresentou o mínimo de certeza, não se pode dar total credibilidade a este número de espécies. 
4 Riqueza refere-se a quantidade de espécies presentes na comunidade e é representada pela letra S.
GRID 1 – Área Aberta
Espécies Abundância Pi lnpi pi.lnpi H’ (E)
A 9 0,56 -0,575 -0,322 1,416 0,51
B 2 0,12 -2,12 -0,254 1,416 0,51
C 1 0,06 -2,81 -0,168 1,416 0,51
D 1 0,06 -2,81 -0,168 1,416 0,51
E 1 0,06 -2,81 -0,168 1,416 0,51
F 1 0,06 -2,81 -0,168 1,416 0,51
G 1 0,06 -2,81 -0,168 1,416 0,51
GRID 2 – Área Fechada
Espécies Abundância Pi lnpi pi.lnpi H’ (E)
1 2 0,15 -1,89 -0,28 1,82 0,87
2 1 0,07 -2,65 -0,18 1,82 0,87
3 4 0,3 -1,2 -0,36 1,82 0,87
4 1 0,07 -2,65 -0,18 1,82 0,87
5 2 0,15 -1,89 -0,28 1,82 0,87
6 1 0,07 -2,65 -0,18 1,82 0,87
7 1 0,07 -2,65 -0,18 1,82 0,87
8 1 0,07 -2,65 -0,18 1,82 0,87
Figura 7: Tabela do calculo do Índice de Shannon para os dois 
GRIDS.
Riqueza Equitabilidade Índice de Shannon
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Avaliação da Diversidade Biológica das duas áreas
Área Aberta
Área Fechada
Figura 8: Análise dos parâmetros de Riqueza, equitabilidade e Índice de Shannon
Contudo, o valor da equitabilidade, que informa a proporção de indivíduos por espécie,
apresentou diferença significativa, o que pode ser também avaliado pelos valores do índice de
Shannon, que conjuga riqueza e equitabilidade. 
Na área aberta, encontramos uma única espécie com nove indivíduos, ao passo que as
demais apresentavam apenas um espécime e apenas uma com dois. Já na área fechada, a proporção
dos indivíduos por espécie é mais uniforme, exibindo de um indivíduo a quatro, no máximo, além
de conter duas espécies com dois indivíduos. Isto resultou em um maior valor de equitabilidade e do
índice de Shannon para a área fechada. 
Esta diferença no resultado pode ser referente ao efeito de borda, o qual ocasiona em
distúrbios na comunidade. Uma hipótese para esse quadro, é que o efeito de borda diminuiu a
diversidade biológica da área 1, eliminando alguns indivíduos sensíveis a entrada de luz excessiva e
permitindo que uma espécie (Espécie A), que se apresentou mais resistente a este fator,
predominasse. Enquanto, na mata fechada, que apresenta um valor de equitabilidade maior, com
mais indivíduos por espécie, a diversidade se manteve estável, pois ainda não foi afetada ou foi
pouco afetada, pelo desmatamento da área próxima. 
Logo, o valor que mais alterou o índice foi o encontrado na equitabilidade. 
4.3 PROPORÇÃO DE LIANAS E EPÍFITAS 
As plantas epífitas, como as orquídeas e bromélias, são espécies que se desenvolvem sobre
outras sem lhes causar danos. Estas plantas utilizam a outra como apoio para que possam ter acesso
à maior incidência solar. 
As lianas são plantas que germinam no solo, mantendo-se enraizadas, mas utilizam um
suporte para poderem se manter eretas e alcançarem a luz. Elas podem ser herbáceas ou lenhosas,
sendo conhecidas também como trepadeiras, podendo algumas serem danosas a diversas árvores.
A proporção de lianas e epífitas nas duas áreas variou bastante, apresentando maior
quantidade de epífitas na área fechada, com poucos indivíduos na área aberta, e uma quantidade
significativamente maior de lianas na área aberta. 
Alguns estudos associam a presença abundante de lianas em uma floresta, devido a
pertubações que a mesma vem recebendo. Acredita-se que a presença de lianas na Bacia amazônica,
como por exemplo, seja devido a estas áreas estarem sujeitas a um maior número de intervenções
humanas no período Pré-Colombiano. 
A partir destas constatações, um maior número de lianas na área aberta pode ser devido à
sua proximidade com o ecótono, o que configura mais um indicativo do efeito de borda estar
influenciando esta área.
Área aberta
Área fechada
0 2 4 6 8 10 12
Proporção de Epífitas e Lianas das duas áreas
Epífitas
Lianas
Figura 9: Diferença na presença de lianas e epífitas nos dois ambientes estudados.
4.4 COMPARAÇÃO DOS PERCENTUAIS DE COBERTURA TOTAL DE HERBÁCEAS E
DO DOSSEL
As florestas podem ser divididas em extratos. O superior é denominado dossel, o qual é
composto pelas árvores mais altas que recebem toda incidência solar que chega ao planeta. Há
também o extrato arbustivo, que sãos as que vivem sombreadas pelas árvores presentes no dossel.
Além desses extratos, há o extrato herbáceo que corresponde as plantas de pequeno porte, como as
gramíneas, musgos etc. 
A análise deste ponto do trabalho, decorreu do primeiro e do último extrato retratado acima,
os quais apresentam os dados nas tabelas abaixo. A construção dos gráficos apresentou os valores
médios entre a porcentagem observado nas duas quinas do quadrat reticulado. 
Planilha para os quadrats de herbáceas e dossel Área 1
Grid Quadrat Dossel (%) Herbáceas (%)
Q 2 q 2.1 85% 15%
Q 2 q 2.2 70% 5%
Q 3 q 3.1 60% 10%
Q 3 q 3.2 75% 10%
Q 6 q 6.1 85% 20%
Q 6 q 6.2 75% 15%
Q 7 q 7.1 60% 20%
Q7 q 7.2 70% 25%
Figura 10: Porcentagem dos extratos da mata - Área aberta
Q 2 Q 3 Q 6 Q 7
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Proporção de Herbáceas e Dossel - Área Aberta
Dossel (%)
Herbáceas (%)
Figura 11: Gráfico de proporção de herbáceas e dossel
Como pode ser visualizado nos dois gráficos, a área aberta apresentou uma menor cobertura
de dossel em comparação com a mata fechada, sendo alguns pontos onde obteve menor cobertura,
possuindo maior quantidade de herbáceas. 
A mata atlântica possui como característica, a presença do dossel cobrindo toda floresta, o
que deixa o seu interior com pouca incidência de luz, tornando-a uma floresta úmida. A ausência de
dossel em alguns pontos, pode permitir um aumento das herbáceas, como as gramíneas, que devido
a exposição de luz, podem crescer e se reproduzir em maior quantidade. Quando não há uma
abertura de espaço, estas plantas de pouca exposição solar, tem seu crescimento mais limitado ou
possuem estratégias adaptativas para manter uma taxa de crescimento alta mesmo com pouca
incidência solar.
A presença de maior quantidade dedossel na segunda área, vai de encontro com o fato de
ser parte da mata fechada e estar mais preservada que a área um, devido a sua maior distância do
ecótono. 
Planilha para os quadrats de herbáceas e dossel Área 2
Grid Quadrat Dossel (%) Herbáceas (%)
Q 1 q 1.1 85% 10%
Q 1 q 1.2 80% 5%
Q 5 q 5.1 75% 20%
Q 5 q 5.2 80% 10%
Q 8 q 8.1 95% 15%
Q 8 q 8.2 90% 10%
Q 9 q 9.1 85% 10%
Q 9 q 9.2 85% 15%
Figura 12: Porcentagem dos extratos da mata - Área Fechada
Q1 Q5 Q8 Q9
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Proporção de Herbáceas e Dossel - Área Fechada
Dossel (%)
Herbáceas (%)
Figura 13: Gráfico de proporção de Herbáceas e Dossel
4.5 INTERAÇÃO INSETO PLANTA
Por fim, os últimos dados extraídos da prática de campo foram através do avistamento dos
insetos presentes dentro dos dois grids. Estes não foram estudados apenas por quadrats sorteados,
pois o método de coleta não era muito eficaz, o que resultaria em encontrar pouquíssimos ou
mesmo nenhum inseto. Sendo assim, todo o grid foi utilizado como área de busca destes animais.
A ordem e a guilda (endófagos ou exófagos) dos insetos encontrados, estão representadas
nas tabelas abaixo. 
Com exceção da evidência de um inseto minador, todos os outros eram exófagos. Sendo que
esta evidência só ocorreu na área aberta. Achando-se necessário mais trabalhos com uma busca
minuciosa para poder apresentar dados da proporção de endófagos para os exófagos. 
Abaixo estão apresentadas algumas imagens dos espécimes encontrados.
Área Aberta
Quadrat Ordem Guilda
Quadrat 9 Coleoptera Exófago
Quadrat 8 Lepidoptera Exófago
Quadrat 1 Evidência de minador Endófago
Quadrat 4 Orthoptera Exófago
Quadrat 5 Lepidoptera Exófago
Área Fechada
Quadrat Ordem Guilda
Quadrat 8 Lepidoptera Exófago
Quadrat 5 Lepidoptera Exófago
Quadrat 2 Blattodea e Coleoptera Exófago
Quadrat 3 Lepidoptera Exófago
Quadrat 6 Hymenoptera Exófago
4.6 DIFICULDADES NA REALIZAÇÃO DO TRABALHO 
Este estudo, através dos métodos utilizados, apresentam diversas dificuldades ao serem
executados. Contar as epífitas de longe, pode apresentar uma margem de erro grande, pois depende
do ponto onde o pesquisador está, o que pode impedir que todas elas sejam de fato contabilizadas.
Além disso, estimar a porcentagem das herbáceas e do dossel pelo quadrat reticulado, é uma medida
um tanto imprecisa, o que demanda de técnicas mais organizadas para que haja maior certeza sobre
esses dados. Outro ponto de dificuldade, é a busca por insetos. O proposto no trabalho era uma
busca por avistamento, o que não se torna muito eficaz. Atualmente, existem diversos métodos para
coletar estes artrópodes, com pouco custo e de fácil manejo. Desta maneira, os dados ficam mais
próximos da realidade e assim seria possível ter um retrato real do que está ocorrendo na
comunidade do parque. 
Atualmente, as tecnologias têm se superado bastante e existem diversas utilidades no campo
da pesquisa. Para fazer, por exemplo, uma porcentagem de dossel da mata, pode ser utilizado um
drone e através de programas computacionais, os dados são obtidos com uma porcentagem de erro
bem menor. 
Vale ressaltar que estes métodos são mais caros e infelizmente nosso país enfrenta graves
problemas referentes ao investimento na pesquisa. Mas já é sabido que investir em preservação é
importante para evitar problemas maiores futuros, afinal os seres humanos compõem o ecossistema
do planeta e precisam arranjar meios eficazes de coexistir com as outras espécies. 
4.7 OUTRAS VARIÁVEIS A SEREM ANALISADAS
Devido aos vegetais dependerem, em sua maioria, do substrato para fixação e nutrição, uma
análise do solo poderia aumentar a compreensão sobre estas comunidades, principalmente no que
tange a serrapilheira, pois uma das consequências do efeito de borda está na alteração do padrão de
produção desse estoque, que é resultado da morte das árvores. As populações de organismos ali
viventes, que mantém relações importantes com as plantas, constituindo o ecossistema, também são
afetados, pois apresentam sensibilidade às alterações do meio. 
 Analisar a diferença de temperatura também pode fornecer bons indicativos, visto que a
mata fechada possui característica de ser mais fria e úmida, enquanto se é sabido que o efeito de
bordo torna as regiões expostas mais quentes e isto pode alterar o ciclo de vida das plantas e as
colocarem mais sujeitas a dessecação.
5. CONCLUSÃO
Os trabalhos realizados puderam dar uma amostra real do efeito de borda sobre as diferentes
áreas e como este altera o ecossistema local. Todas as variáveis analisadas apresentaram diferenças
em seus pontos, sendo a área aberta apresentando características notáveis de estresse ambiental. 
As bordas florestais vem se apresentando cada vez mais comuns nas florestas em
decorrência das ações humanas, sendo a zona de contato com o meio antrópico a mais sujeita aos
efeitos externos, os quais alteram a composição, estrutura, função e dinâmica deste ambiente.
Portanto, trabalhos que avaliam estes efeitos são importantes para propor medidas
conservativas, bem como para entender o funcionamento do ecossistema. 
6. BIBLIOGRAFIA
Agenda Petrópolis. Parque Natural Municipal Padre Quinha. Disponível em:
<http://agendapetropolis.com.br/artigo/parque-natural-municipal-padre-quinha>, Acesso em:
19/10/2018;
Apremavi. Biodiversidade: A mata Atlântica é um dos Biomas mais ricos em
biodiversidade do mundo. Disponível em:
<http://www.apremavi.org.br/mata-atlantica/biodiversidade/>, Acesso em: 19/10/2018;
Instituto Brasileiro de Florestas. Bioma Mata Atlântica. Disponível em:
<https://www.ibflorestas.org.br/bioma-mata-atlantica.html>, Acesso em: 19/10/2018;
Magalhães, A. Mata Atlântica. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/mata-
atlantica/>, Acesso em: 19/10/2018;
Suçuarana, M. S. Mata Atlântica. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/biomas/mata-atlantica/>, Acesso em: 19/10/2018;
Curtindo Biologia. Lianas. Disponível em: <http://curtindobiologia.blogspot.com/2011/06/
lianas.html>, Acesso em: 20/10/2018;
Caramaschi, E. P. et al. População, comunidades e conservação. v.2. - Rio de Janeiro:
Fundação CECIERJ,2007;
Putz, F. E. Ecologia das Trepadeiras. Disponível em:
<http://ecologia.info/trepadeiras.htm>, Acesso em: 20/10/2018;
Alunos Online. Plantas epífitas. Disponível em: <https://alunosonline.uol.com.br/biologia/
plantas-epifitas.html>, Acesso em: 20/10/2018;
Ib.USP. Flora. Disponível em:
<http://www.ib.usp.br/ecosteiros/textos_educ/mata/flora/flora.htm>, Acesso em: 20/10/2018;
Santos, R. S. et al. Indicadores do solo na avaliação do efeito de borda em fragmento de
floresta estacional. IV Coneflor – III Seeflor – Bahia, 2013.
http://agendapetropolis.com.br/artigo/parque-natural-municipal-padre-quinha
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https://alunosonline.uol.com.br/biologia/plantas-epifitas.html
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http://ecologia.info/trepadeiras.htm
http://curtindobiologia.blogspot.com/2011/06/lianas.html
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https://www.infoescola.com/biomas/mata-atlantica/
https://www.todamateria.com.br/mata-atlantica/
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https://www.ibflorestas.org.br/bioma-mata-atlantica.html
http://www.apremavi.org.br/mata-atlantica/biodiversidade/
7. ANEXOS
Cálculo do Índice de Shannon e da Equitabilidade – Área 1
Quadrat 2 
Espécies Abundância Pi lnpi pi.lnpi H’ (E)
A 2 1 0 0 0 0
Quadrat 3
Espécies Abundância Pi lnpi pi.lnpi H’ (E)
A 4 0,57 -0,56 -0,319 1,12 0,81
B 1 0,14 -1,94 -0,27 1,12 0,81
C 1 0,14 -1,94 -0,27 1,12 0,81
D 1 0,14 -1,94 -0,27 1,12 0,81
Quadrat 6 
Espécies Abundância Pi lnpi pi.lnpi H’ (E)
A 1 0,33 -1,098 -0,36 1,08 0,99
E 1 0,33 -1,098 -0,36 1,08 0,99
F 1 0,33 -1,098 -0,36 1,08 0,99
Quadrat 7
Espécies Abundância Pi lnpi pi.lnpi H’ (E)
G 1 0,25 -1,386 -0,346 1,03 0,94
A 2 0,5 -0,693-0,346 1,03 0,94
B 1 0,25 -1,386 -0,346 1,03 0,94
Cálculo do Índice de Shannon e da Equitabilidade – Área 2
Quadrat 1
Espécies Abundância Pi lnpi pi.lnpi H’ (E)
1 1 0,25 -1,386 -0,346 1,386 1
2 1 0,25 -1,386 -0,346 1,386 1
3 1 0,25 -1,386 -0,346 1,386 1
4 1 0,25 -1,386 -0,346 1,386 1
Quadrat 5
Espécies Abundância Pi lnpi pi.lnpi H’ (E)
5 1 0,33 -1,098 -0,36 1,08 0,99
6 1 0,33 -1,098 -0,36 1,08 0,99
7 1 0,33 -1,098 -0,36 1,08 0,99
Quadrat 8 
Espécies Abundância Pi lnpi pi.lnpi H’ (E)
8 1 0,25 -1,386 -0,346 1,03 0,94
3 2 0,5 -0,693 -0,346 1,03 0,94
5 1 0,25 -1,386 -0,346 1,03 0,94
Quadrat 9
Espécies Abundância Pi lnpi pi.lnpi H’ (E)
1 1 0,33 -1,108 -0,365 0,638 0,91
3 2 0,66 -0,415 -0,415 0,638 0,91
Figura 14: Cálculo do índice de shannon para todos os quadrats 
selecionados.

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