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A contribuição da Psicanálise para Psicomotricidade

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FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
COORDENAÇÃO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOMOTRICIDADE
PROFª: 
AS PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE PARA A PSICOMOTRICIDADE
TERESINA- PI
2019
 A inclusão da Psicanálise na Psicomotricidade é voltada para o sujeito com seu corpo em movimento, ‘’pois não se trata mais de uma globalidade, de uma totalidade, mas de um sujeito dividido, com um corpo real, imaginário e simbólico. ” (LEVIN, 1995:31)
 Nesse sentido, surge uma nova forma de abordagem psicomotora, a clínica psicomotora, porque analisa o sujeito e seu corpo em movimento, a clínica motora possui como eixo os processos transferenciais e dirige um olhar clínico e faz uma escuta do lugar do simbólico. Na história da Psicomotricidade, o corpo é considerado um instrumento de relação, realidade interna e externa, um eixo de sustentação da vida sócio-psicoafetiva do sujeito.
 À luz dos pressupostos da Psicanálise para a Psicomotricidade redimensionam suas práticas. Perceberam o homem como um ser interdisciplinar, sujeito psicomotor-cognoscente, marcado por uma falta, representada pela linguagem simbólica. 
 Desse modo, uma das contribuições à Psicomotricidade foi a compreensão dos processos transferenciais. Esses processos se estabelecem nas relações de qualquer natureza, enquanto os distúrbios psicomotores e os problemas de aprendizagem se estabelecem como sintoma. Na concepção de Andrade (1994) sintoma é representação inconsciente que remete à história do sujeito e que, para intervir terapeuticamente, torna-se necessário perceber esse sujeito nas dimensões real, imaginária e simbólica.
 Dentro do campo psicomotor, as contribuições freudianas são indicadoras das mais relevantes referências teóricas e práticas, a saber: a importância das fases da sexualidade infantil e seu papel na inscrição psíquica, a descoberta do prazer no movimento, o processo de interação entre o corpo e a linguagem, a gênese da fantasia/fantasmas, as origens da agressividade, o papel essencial do brincar e da arte para a compreensão do real e a importância do outro na constituição do Eu.
 A importância das fases da sexualidade infantil e o seu papel na inscrição psíquica, sendo que a primeira relação da criança é fusional, narcísica, e que a mãe é sentida como objeto parcial. O primeiro objeto de amor é a mãe, indiferenciada. O prazer do bebê está restrito à boca, abrangendo seios, braços que afagam, boca, saciedade da fome. O prazer encontra-se na boca, ela é a cavidade oral-passiva. A modalidade do prazer é o chupar, incorporar-se e posteriormente, quando se torna ativa, o prazer estende-se a morder, devorar.
 Na fase anal tem como zona erógena o ânus e o prazer resulta da expulsão ou retenção das fezes, da concepção do bolo fecal como representação da primeira produção. A característica mais intensa dessa fase é a agressividade. A fase fálica, estágio edipiano é a modalidade do prazer está em urinar e reter a urina. A criança vive as protofantasias da cena primária, a descoberta anatômica dos sexos e a castração e a última fase é a genital que é reeditada na adolescência, quando já se pode realizar, sexualmente as primeiras fantasias edípicas que interditadas pela lei, leva o adolescente a deslocar seu desejo para outro parceiro (a) sexual. 
 Em 1930, Melanie Klein cria a Psicanálise Infantil com primeiro livro publicado em 1932 e a técnica do brincar sobre a qual cria polêmica com Anna Freud. Ela fala de objetos internos, imagos parentais, superego primitivo e início do Édipo no primeiro ano de vida, amor/ódio e seio bom/mau. Numa concepção Kleiniana, o sujeito na sua formação egóica é investido libidinalmente, de forma a oscilar, segundo posições que formam a estruturas de personalidade, onde pode predominar ansiedade persecutória ou depressiva. Assim, o brincar de faz- de conta gratifica a criança por conhecer e descobrir novas aprendizagens. O que antes era apenas uma ação motriz se interioriza, transforma-se em pensamento e produz uma clara distinção entre o significado e o significante.
 Winnicott questiona o excesso de imaginário de Klein e fala do ambiente e maternagem suficientemente boa (mãe capaz de ilusionar e gradativamente dar a desilusão necessária à evolução do bebê). Surge o espaço potencial entre ela e o filho, com os objetos transicionais. Há um discurso que envolve a criança mesmo antes de nascer (desejo da mãe) e presença precoce do pai, pois a mãe o veicula quando se afasta do filho para estar com o marido.
 No ano de 1950/53 surge o florescimento do movimento psicanalítico na França e surge Lacan, que tem influência estruturalista e relendo Freud cria os conceitos imaginário/simbólico/real. Reafirma o Édipo como fundador do inconsciente. Enfatiza o desejo, o outro, o sujeito do inconsciente. O meio médico francês aceita uma psicanálise mais tradicional e Lacan cinde com ela, criando a Sociedade Francesa de Psicanálise, junto com Dolto e Lagache, e depois cria nova cisão, criando a Escola Freudiana de Paris.
 Entre 1970 e 80 há influência da nova leitura da psicanálise sobre a psicomotricidade. Diatkine e Lebovici integram os conceitos de Lacan e os publicam em livros que tratam também da teoria da psicomotricidade e participam das Jornadas anuais de Psicomotricidade promovidas pelo recém-criado sindicato de Psicomotricistas. Há a partir daí grande produção teórica de psicanalistas sobre a psicomotricidade.A transferência é reconhecida, mas não trabalhada diretamente na terapia psicomotora. Em 1974 houve um grande avanço na Psicomotricidade, pois enfatizam-se a relação e a transferência. Fala-se em fantasias, fantasmas, projeções, atividades livres psicomotoras simbólicas e atividades tônico-motoras expressivas, saindo do uso puramente instrumental e funcional das atividades corporais.
 Para tanto, as contribuições da Psicanálise para a Psicomotricidade ressignificaram os sintomas e os processos transferenciais que se instalam na relação terapeuta-paciente . Os psicomotricistas compreendem o papel do corpo nas formações do inconsciente: “o corpo é justamente a fonte biológica de todas as pulsões, o centro das relações infantis com a mãe, o lugar onde se inscrevem as pulsões que não têm acesso à palavra”. (COSTE,1978)
 
Referências Bibliográficas:
ANDRADE, Maria Lúcia de Araújo. Clínica e teoria psicanalítica do sintoma psicomotor. São Paulo: 1994(Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo).
FREUD, Sigmund. Sobre o narcisismo .IN: Edições Standard Brasileiras da sobras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:Imago,1969,vol.XIV
LEVIN, Esteban. A clínica psicomotora. Petropólis: vozes, 1995.
THIERS, Solange. Sócio- Psicomotricidade Ramain- Thiers. São Paulo: Casa do Psicólogo,1994.
+
CRUZ, J.F. Stress, ansiedade e rendimento na competição desportiva. Braga: Centro de Estudos em Educação e Psicologia/Instituto de Educação e Psicologia/Universidade do Minho, 1996.
 SAMULSKY, D. Psicologia do esporte: Conceitos e novas perspectivas. 2ª
Edição. 2009.

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