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Responsabilidade Civil Resumo Doutrinário e principais apontamentos

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Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
Nexo Causal Abuso de Direito História do Direito Fornecedor Ação Civil Ex Delicto
Consumo Culpa Médico Relações de Consumo Mercadoria com Defeito
Lucros Cessantes Resumo Excludentes do Nexo de Causalidade Não Verificadas
Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990 Artigo 187 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Dano Estético Danos Materiais Dano Moral Direito Civil Direito do Consumidor
Responsabilidade Civil Responsabilidade Civil Dano Nemimnem Laeder 
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Responsabilidade Civil: Resumo
Doutrinário e principais apontamentos
Resumo doutrinário sobre as responsabilidades civil, com sua origem
e aplicação em nosso ordenamento jurídico. Responsabilidade Civil
nas relações de consumo e a Ação Civil Ex Delicto.
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Publicado por Marcus Vinicius Mariot Pereira
Atualizado e Revisado em 22/01/2020 - Dúvidas ou
sugestões entre em contato pelo email marcusmariot@gmail.com
A responsabilidade civil consiste no dever de indenizar o dano
suportado por outrem
O titular de um direito se relacionará juridicamente com a toda a coletividade.
A lei imporá a essa coletividade um dever jurídico de abstenção , ou seja,
ninguém poderá praticar atos que venham a causar lesões a direitos
(patrimoniais ou extra patrimoniais) desse titular.
A esse dever de abstenção (imposto por lei) deu-se o nome de
Nemimnem Laeder
Ou seja, a ninguém é dado o direito de causar prejuízo a outrem.
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https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
A Responsabilidade Civil possui duas grandes vertentes sobre sua origem
(fonte): A Responsabilidade Civil Contratual, aonde é necessário a
existência de um contrato entre as partes e a Responsabilidade Civil
Extracontratual (Aquiliana) aonde o infrator infringi a lei vigente. Também
é de importante ressalva que quando alguém não cumpre a "obrigação
originária" gera uma "obrigação sucessiva", que é a obrigação de indenizar.
Os pressupostos (elementos) da responsabilidade também possuem duas
grandes vertentes. São elas:
Responsabilidade Subjetiva, composta por:
- Conduta
- Nexo-causal
- Dano (que pode material ou moral (individual ou coletivo); estético e
aquele decorrente da perda de uma chance)
- Culpa
Responsabilidade Objetiva composta por:
- Conduta
- Nexo-causal
- Dano (que pode material ou moral (individual ou coletivo); estético e
aquele decorrente da perda de uma chance)
- Risco
A partir de tais pressupostos podemos definir como ato ilícito em sentido
amplo aquele contrário à lei ou ao direito (causar dano injusto a outra pessoa);
já o dano é o prejuízo (moral ou material – coletivo ou individual, estético ou a
perda de uma chance) experimentado pela vítima; nexo de causalidade é o
vínculo lógico entre determinada conduta antijurídica do agente e o dano
experimentado pela vítima; por fim, a culpabilidade é um juízo de censura à
conduta do agente, de reprovabilidade pelo direito, decorrente de dolo,
negligência, imprudência ou Imperícia. No presente resumo, tais informações
serão esmiuçadas e explicadas, apontando o fundamento legal de cada uma.
Vejamos:
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https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
Evolução histórica da Responsabilidade Civil
Nos primórdios, o ofendido reagia ao dano de maneira imediata e brutal,
movido por puro instinto (vingança privada) nesta, observamos a primeira fase
da responsabilidade civil, aonde a Responsabilidade civil é exclusivamente
objetiva;
Quando o castigo era posterior, foi criada a Lei de Talião. Esta, por sua vez, era
pautada no olho por olho, dente por dente, além de ser uma forma de limitar a
vingança privada, balizada nas penas corporais, castigos físicos. A
Responsabilidade civil é objetiva;
Após esse período, surge a composição voluntária, o ofendido passou a ter a
faculdade de substituir a retaliação ao agente por uma compensação de ordem
econômica. Esta, classificada como a segunda fase da responsabilidade civil,
notada a importante evolução; Nesta, as vítimas poderiam optar por sofrer
danos físicos ou pagar para não sofrer as consequências. A Responsabilidade
civil é objetiva;
Com o Estado estruturado, a vingança privada foi banida e a vítima não podia
fazer justiça com as próprias mãos. A composição passa a ser obrigatória.
Os romanos começaram a diferenciar pena de reparação, estabelecendo os
delitos públicos e os delitos privados Nessa fase, verifica-se o aparecimento da
responsabilidade contratual. Observamos também a divisão entre
responsabilidade penal e responsabilidade civil, a observância dos delitos
públicos, que são os que repercutem de forma mais intensa na sociedade
(matar, roubar e etc), que a responsabilidade contratual, Nesta, observa-se a
que a responsabilidade civil é subjetiva;
A Lei Aquília aponta princípio geral do dano, sendo desta época a ideia de
culpa. Desta forma, é nesta fase que a responsabilidade subjetiva (culpa)
começa a fazer parteda responsabilidade civil;
O direito francês influenciou vários países, pois após a Revolução Francesa, na
idade contemporânea, surge o Código de Napoleão aonde a Responsabilidade
civil é subjetiva;
O Código Civil de 1916 do Direito brasileiro, no artigo 159 estabeleceu que
aquele que, por omissão ou ação voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103251/código-civil-de-1916-lei-3071-16
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11482313/artigo-159-da-lei-n-3071-de-01-de-janeiro-de-1916
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https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
(Responsabilidade civil é subjetiva)
Em linhas gerais, temos que a Responsabilidade Civil consiste no dever
de indenizar o dano suportado por outrem.
Código Civil de 2002 mesclou o código de 1916 com o Código de Defesa do
Consumidor (responsabilidade objetiva), trazendo em seu bojo as duas
possibilidades. Vejamos:
Responsabilidade civil subjetiva (regra geral)
Artigo 186 define o que é ato ilícito
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Por sua vez, temos no artigo 927 CC, o requisito da culpa;
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Em seu parágrafo único, observamos a responsabilidade civil
objetiva (exceção)
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.
Observemos casos específicos em lei e as atividades consideradas de risco pelo
poder judiciário. (exemplos de atividade de risco: usina nuclear,
transporte de cargas perigosas, transporte de pessoas e etc)
As causas de Responsabilidade Independe de culpa estão nos artigos 928,
932, 936, 937, 938, 944 CC e Art 37, parágrafo 6, CF
É importante a ressalva que a responsabilidade civil subjetiva é
residual, pois primeiro verifica se é objetiva, se não for, por
exclusão é subjetiva.
Observamos assim a teoria do risco, que parte do pressuposto de que aquele
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677854/artigo-927-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art186
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677771/artigo-928-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677562/artigo-932-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677183/artigo-936-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677159/artigo-937-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677124/artigo-938-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676887/artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/2186546/artigo-37-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10710882/parágrafo-6-artigo-37-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
que tira proveito da atividade, deve arcar com os danos advindos do exercício
da atividade, uma vez que a sua natureza já traz implícitos esses riscos.
O artigo 187, CC dispõe que:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
A doutrina espacializada separou a ilicitude do artigo 187 em duas: A ilicitude
subjetiva (dolo ou culpa) e a ilicitude objetiva (aquela em que apenas ocorre
o prejuízo, sem analisar a conduta, se ela foi intencional ou não)
Responsabilidade civil objetiva
É aquela em que a lei dispensa a produção de prova a respeito da culpa. Porém,
na origem é normal que se tenha um ato culposo. A lei apenas estabelecerá não
ser necessária a produção de prova acerca dessa culpa. Desta forma, é errado
dizer que responsabilidade objetiva é aquela em que não há culpa.
Em verdade, responsabilidade objetiva é aquela em que não há
necessidade de discussão do elemento culpa.
Exemplos de responsabilidade objetiva:
A responsabilidade civil nas relações de consumo é, em regra, objetiva, a
única exceção é aquela dos profissionais liberais (art. 14, § 4º, CDC);
A responsabilidade civil decorrente de abuso de direito (art. 187) independe
de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo finalístico
(Enunciado 37 da Jornada de Direito Civil e entendimento prevalente da
doutrina);
Responsabilidade por fato de terceiro (art. 933);
Responsabilidade pelo fato do animal (art. 936);
Responsabilidade pela ruína de edifício ou construção (art. 937);
Responsabilidade da pessoa que agiu em estado de necessidade (artigos
929 e 930 - independentemente da excludente de ilicitude, o dano causado
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718722/artigo-187-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
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https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
em estado de necessidade pode gerar o dever de indenizar)
Quando tratar-se de risco integral, por vezes nem o caso fortuito e a força
maior são capazes de afastar a resp. Civil, como nos casos de danos ao
meio ambiente e do seguro obrigatório de veículos automotores)
Responsabilidade dos pais
É responsabilidade Civil por ato de terceiro ou responsabilidade civil indireta
Pais respondem pelos danos causados pelos filhos em regra geral
Os pais que têm filho sobre sua proteção, que causam dano a terceiros não
podem alegar que criaram bem o filho (culpa in vigilando), tendo em vista que
a responsabilidade dos pais é objetiva. (independe de culpa)
Ocorre a teoria da Substituição: os pais substituem os filhos, o tutor
substitui o tutelado e o curador, o curatelado.
A responsabilidade civil encontra limite no patrimônio mínimo. É um limite
humanitário da responsabilidade civil. Se os pais não tiverem patrimônio
suficiente para reparar o dano, mas o incapaz tem, este responderá, civilmente,
por equidade (art. 928 do CC). Haverá um litisconsórcio sucessivo. O Código
Civil pretende reparar o dano causado pelo incapaz. A reparação será
subsidiária e mitigada.
Subsidiária: o incapaz só responderá se os pais não tiverem condições de pagar
em favor da vítima.
Mitigada: o juiz utiliza da equidade e poderá diminuir o valor a ser pago pelo
menor (prestigiando o princípio da proporcionalidade), com fulcro nos art. 928
do CC, En.39 CJF.
Observe, contudo, que a aplicação da teoria finalista de forma mitigada é uma
exceção. Julgados mais recentes do STJ têm restringido bastante a sua
utilização.
Segundo os art. 928 c/c 932, I, CC, se um dos genitores não tiver a guarda não
terá a obrigação de reparar o dano. Mas, por outro lado, o poder de família é do
casal, tendo os pais responsabilidade solidária (posição minoritária).
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por
ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
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https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser
eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas
que dele dependem.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
[...]
Quando ocorrer emancipação voluntária, o emancipado não responderá por
ato ilícito. Os pais ainda responderão pelo ato ilícito praticado pelo então
emancipado, uma vez que este ainda é dependente econômico daqueles. Neste
caso, poderá haver litisconsórcio passivo facultativo,
En 41 CJF:
41 – Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade
solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos
termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil.
Há casos em que o incapaz responderá diretamente. Quando o menor é
condenado por ato infracional, art. 116 do ECA, ele responderá com seu próprio
patrimônio.
En 40 CJF:
40 – Art. 928: o incapaz responde pelos prejuízos que causar de maneira
subsidiária ou excepcionalmente como devedor principal, na hipótese do
ressarcimento devido pelos adolescentes que praticarem atos infracionais
nos termos do art. 116 do Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito
das medidas sócio-educativas ali previstas.
Abuso de direito
Para a caracterização do abuso de direito, lembra-nos Daniel Boulos, que basta
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https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
a ilicitude objetiva, ou seja, não se exige a prova da intenção de prejudicar. O
art. 187 do CC usou apenas um critério finalístico (fim econômico ou social, boa
fé objetiva e bons costumes). Se ficar caracterizado que houve um
desvirtuamento do direito, houver abuso. Como desdobramento do princípio
venire contra factum proprium, em respeito à boa fé objetiva, o direito
adquirido e exercido em virtude de surrectio, não pode ser atacado como
abusivo pela parte que sofre a supressio.
(Supressio - perda de um direito em face do seu não exercício. Surrectio -
aquisição de um direito pela não reclamação da parte contrária.)
En 37 CJF:
37 – Art. 187: a responsabilidade civil decorrente do abuso do direito
independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-
finalístico.
Elementos ou requisitos (pressupostos) da
Responsabilidade Civil
- Conduta
- Nexo-causal
- Dano
- Risco (objetiva) ou culpa (subjetivo)
Conduta humana
A conduta que gera responsabilidade civil é a conduta voluntária, livre e
consciente, bastando um grau moderado de consciência na atuação humana,
podendo ser omissiva ou comissiva.
1. Comissiva: é aquela conduta que envolverá um agir, uma ação do sujeito.
Porém, essa ação acaba por violar um dever jurídico imposto pela lei ou
pelo contrato, gerando danos que devem ser indenizados.
2. Omissiva: para que possa haver a imputação de responsabilidade a um
sujeito pela sua omissão, é fundamental que antes exista um dever de agir
imposto pela norma. Sem dever de agir não há que se falar em conduta
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718722/artigo-187-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
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omissiva. Esse dever de agir pode ser oriundo: a) da lei: por exemplo,
policial diante de um crime no qual tenha a possibilidade de agir;
bombeiro em uma situação de perigo; pai em relação aos filhos etc.; b) do
contrato: o guia da montanha é obrigado a agir em razão de sua custódia;
instrutor de mergulho; babá etc.; c) dever de ingerência: quando uma
conduta anterior expõe a perigo bens de outrem (bem patrimonial ou da
personalidade). Por exemplo, jogar amigo na piscina: quem jogou tem o
dever de agir no sentido de salvar o amigo do afogamento.
Deve haver um grau de consciência no que se faz para que se
enquadre como conduta humana.
Estado de sonambulismo, por não ser voluntária as condutas praticadas,
não gera resp. Civil.
A responsabilidade civil normalmente é gerada por conduta ilícita, mas, por
exceção, também pode decorrer de ato lícito (previsto em lei).
Exemplos de ato licito que geram resp. Civil:
Desapropriação (poder público tem o direito de requerer o seu imóvel para
instalar uma atividade que ele queria)
Passagem forçada (um imóvel fica "encravado" para a saída para as ruas e
avenidas)
Nexo de Causalidade
Trata-se do liame que une o AGENTE ao RESULTADO
Para Gonçalves:
a relação de causa e efeito entre a ação ou omissão do agente e o dano
verificado
Venosa
O conceito de nexo causal ou relação de causalidade deriva de leis naturais
Existem 3 teorias que explicam o nexo causal:
A) teoria da equivalência de condições Conditio sine qua non
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para esta teoria todo e qualquer antecedente fático que concorra para o
resultado é causa.
A crítica dessa teoria é que haveria uma série de pessoas que seriam
responsabilizadas por uma ação de um único agente, levando até conclusões
absurdas, haja vista que todas as condições são necessárias ao resultado, assim
sendo, chegaríamos a resultados completamente desarrazoados, ao ponto de
Santos Dumont ter culpaem um acidente aéreo que ocorresse hoje, por
exemplo.
B) teoria da causalidade adequada
Causa é apenas o antecedente fático abstratamente adequado à consumação do
resultado.
Essa teoria parte de um juízo de probabilidade porque, para ela, causa é apenas
o antecedente apropriado, em tese, abstratamente apto a produzir aquele
resultado.
Esta teoria demonstrou que para se aferir a responsabilidade civil pelo dano, o
juiz deveria retroceder até o momento da ação ou omissão, com o intuito de
estabelecer se esta era ou não idônea para produzir o resultado. Portanto, o
questionamento que se deve fazer é, se a ação ou omissão do presumivelmente
responsável era, por si só, capaz de produzir o dano?
Na prática, a teoria foi usada no seguinte julgado:
Julgado - apelação cível - 0162535-07.2016.8.12.7000 - José Carlos Lopes X
Bando Santander, Banco Atlântico - cessionário do crédito de José Carlos
Lopes;
C) teoria da causalidade direito e imediata
Causa é apenas o antecedente que determina o resultado como consequência
sua, direta e imediata.
Para essa teoria é preciso que exista um vínculo entre aquele antecedente que
se considera causa e o resultado.
Acolhida pelo STF num acórdão paradigmático de 1992 sobre a
responsabilidade civil do Estado por crime praticado por fugitivo (RE 130.764),
sua principal formulação teórica no Brasil é atribuída a Agostinho Alvim, que
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escreveu sobre o tema na vigência do Código Civil de 1916.
Vejamos o art. 403 do CC:
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e
danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela
direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
Ou seja, é adotado pelo CC a teoria da causalidade direta e imediata
Dano ou Prejuízo
O dano ou prejuízo traduz a lesão a interesse jurídico tutelado, material ou
moral, ou estético.
Para ser indenizável o dano precisa de três requisitos:
1. Violação de um interesse jurídico material ou moral
2. A subsistência do dano
3. A certeza do dano (não se indeniza dano hipotético!)
O Dano, nada mais é que o prejuízo experimento pela vítima e tutelado pelo
direito.
Inicialmente dividia-se apenas em materiais (patrimoniais) e danos
morais (extrapatrimoniais) . O direito brasileiro admite uma terceira
categoria, a dos danos denominados estéticos. Por fim e mais recentemente, a
admissão da reparabilidade dos danos pela teoria da perda de uma chance.
Vejamos:
A) Dano patrimonial (Lucros Cessantes + Dano
Emergente)
São bens economicamente apreciáveis que sofrem perda substancial no seu
valor original.
Podem ser divididos em:
[DANOS NEGATIVOS] Lucros cessantes - o dano causado ao patrimônio
do sujeito poderá acarretar consequências futuras, por exemplo, um
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103251/código-civil-de-1916-lei-3071-16
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10705535/artigo-403-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
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impedimento à percepção de ganhos, de lucros. Porém, somente se fala em
lucros cessantes quando houver uma quase certeza da obtenção efetiva dos
ganhos. Não se trata de mera possibilidade de ganho. O exemplo é o da colisão
com veículo de um taxista; este ficará vários dias sem trabalhar, aguardando o
conserto do automóvel, razão pela qual faria jus ao recebimento dos lucros que
deixou de auferir.
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o
que razoavelmente deixou de lucrar.
[DANOS POSITIVOS] Danos emergentes - é a diminuição do valor
patrimonial que precisa ser reposto pelo agente causador do dano para que se
volte ao "Status quo ante"
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Não pode pedir lucros cessantes de atividade ilícita, como a atividade de
camelô. Mas caso a barraca em que o ambulante trabalhava tenha sido
destruída, ele poderá pedir dano emergente.
B) Dano extrapatrimonial (dano moral)
Dupla função do dano moral:
1. Punitiva: ofensor deve sofrer uma repressão para que se abstenha de
praticar novamente a conduta física;
2. Compensatória: a vítima deve ter uma sensação de alívio no seu
sofrimento, obtendo uma indenização que possa lhe ofertar lazer para
esquecer do dano sofrido, com realizar um sonho.
O dano moral apresenta 2 teorias:
Negativista (não indenizável) - não reconhece a reparação do dano
extrapatrimonial. Segundo Saviagny os bens como vida, honra, liberdade são
insuscetíveis de restauração pela via indenizatórios, portanto não estariam
proteção jurídica da Ordem Privada. Outro argumento - perigo de arbítrio
judicial. A honra não se vende e a dor não tem preço. (não utilizada pelo
nosso ordenamento jurídico)
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Positivista - a reparabilidade do dano moral recebeu status constitucional,
através da dignidade da pessoa humana. O mero inadimplemento contratual
mora prejuízo econômico não configuram, de per si, dano extrapatrimonial,
pois não agridem a dignidade humana. Pautada nos art 1o, III, CF/88 art 5o,
V e X, CF/88
Os danos morais ocorrem pela violação de direitos da personalidade, agredindo
todos as ofensas à pessoa.
Enunciado 444 da V Jornada de Direito Civil - o dano moral indenizável
não pressupõe necessariamente a verificação de sentimentos humanos
desagradáveis como dor ou sofrimento.
Dica: Quando tratar-se de dano moral, deve-se utilizar especialmente a
expressão compensação, pois ele servirá como derivativo ou sucedâneo e não
como ressarcimento
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral segundo a sumula 227 do STJ.
Súmulas do STJ. SÚMULA 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
Em regra o dano moral deverá ser pago em parcela única, mas há exceções, que
serão pagas mensalmente:
1. lesão que impossibilite total ou parcialmente o trabalho da vítima;
2. homicídio, culposo ou doloso - a indenização deverá abranger as despesas
ordinárias de funeral, tratamento, remédios, despesas hospitalares e
também alimentos civis para as pessoas que dependiam da vítima, até que
se complete a idade média aproximada da vítima (idade média que a
pessoa morreria, expectativa de vida)
É possível cumular dano moral com dano patrimonial por um só fato (súmula
37 STJ). Segundo o art. 186 CC, é possível pedir, exclusivamente, dano moral.
É denominado dano moral puro ou autônomo. Excepcionalmente, poderá ser
cumulado dano moral, patrimonial com o dano estético (a regra é a não
cumulação do dano estético com o moral).
Dano moral presumido (in re ipsa)
Em algumas situações, a jurisprudência consolidada dos tribunais superiores
considera que não há necessidade de prova do dano moral, que ele decorre da
gravidade do evento danoso.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731879/inciso-iii-do-artigo-1-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730887/inciso-v-do-artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730704/inciso-x-do-artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
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São os casos de lesão física grave, colocar nome do devedor no SPC ou
SERASA, não estando inadimplente – dano moral.
Sobre o tema, vale apontar algumas súmulas
Súmula 385 - Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito,
não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima
inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
Súmula 388 - A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano
mora
Súmula 403 - Independe de prova do prejuízo a indenização pela
publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou
Comerciais
(Para quem possa interessar, no exame XIII da OAB, perguntou-se sobre a
súmula 403. Aproveitando o ensejo, cabe apontar que a 2ª fase dos exames
XX e XXII também trouxeram questões sobre Responsabilidade Civil.)
Critérios para a fixação do dano moral (mensuração dos danos)
1. compensação pela dor sofrida
2. condição financeira do ofensor
3. condição financeira da vítima
4. comportamento do ofensor após a prática do ilícito (Prestou socorro,
arcou com as pagamentos do hospital...)
De modo geral, a reparação, portanto, deve alcançar todos os prejuízos
experimentados pela vítima. No caso da responsabilidade contratual, veja-se
que o art. 404 do CC estabelece que as perdas e danos correspondem ao
principal, lucros cessantes, honorários, juros e correção.
Porém, é possível verificar a previsão legal em situações específicas, como no
caso do homicídio, em que há previsão de pagamento das despesas de funeral,
médicas, luto e alimentos à dependente da vítima; também no caso de lesão
corporal (com parcelas semelhantes – art. 949 CC); ou de ofensa da liberdade
individual – art. 954 CC.
Grande destaque é a reparação civil decorrente de ofensa à honra, que
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10705507/artigo-404-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676624/artigo-949-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676328/artigo-954-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
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https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
caracteriza o dano moral. Quanto à mensuração dos danos, ter-se-á por regra
(verificar exceção do parágrafo único) a aplicação do art. 944 do CC: a
indenização mede-se pela extensão dos danos
Sujeitos do dano moral
Qualquer pessoa natural. O nascituro poder ser vítima do dano moral, nos
casos compatíveis com a sua natureza, as pessoas falecidas, e as pessoas
jurídicas;
O STJ entendeu, conforme consta no Informativo 475, que o direito de
pleitear dano moral se transmite aos sucessores da vítima falecida''· Isto
porque, o direito da personalidade é ser Intransmissível mas o direito à
reparação (efeito patrimonial) transmite-se (art. 943 do CC).
Pessoa jurídica pode sofrer dano moral desde que haja um ferimento de sua
honra objetiva (imagem, conceito, boa fama), de forma a abalar sua
credibilidade, com repercussão econômica.
Súmula 227 STJ – a pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
Não é possível presumir a existência de dano moral pelo simples corte de
energia elétrica por parte da concessionaria de serviço público, sendo
necessária a comprovação da empresa afetada de prejuízo à sua honra objetiva.
Em relação ao público atingido (vítimas) o dano pode ser individual
(experimentado pela pessoa, tanto quanto moral como material); ou coletivo,
que atinge uma coletividade de pessoas (como aquele causado ao meio
ambiente, a direitos sociais, às relações de consumo, etc.).
DANO MORAL E PRESCRIÇÃO
Vale lembrar que a pretensão reparatória de responsabilidade civil, prescreve
em 03 ou 05 anos, na forma do CC ou do CDC, respectivamente.
CC Art. 206 § 3º Em três anos: V - a pretensão de reparação civil;
CDC Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos
danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II
deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento
do dano e de sua autoria.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676887/artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676914/artigo-943-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10717064/artigo-206-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10716650/parágrafo-3-artigo-206-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604044/artigo-27-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
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https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
Dano Estético
Surgiu do desdobramento do dano puramente psicológico, neste dano ocorrem
deformidades físicas que provocam aleijão e repugnância, abarcando os casos
de marcas e outros defeitos físicos que causem à vítima desgosto ou complexo
de inferioridade (tanto externo, quanto interno, quando função morfológica
dos órgãos)
STJ - Súmula 387 - É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e
dano moral.
Dano indireto e dano reflexo ou em ricochete
No dano indireto, uma a mesma vitima sofre um dano direto e esse dano se
alastra causando consequências nos demais fatos jurídicos.
Compra um cavalo doente (dano direto)
Todos os animais do haras ficam doentes (dano indireto)
Por sua vez, o dano reflexo é aquele que atinge, além da vítima direta, uma
vítima indireta. Há pluralidade de vítimas.
pai de família é assaltado na rua, sofre um tiro, vai para o hospital, ele é a
vítima direta, porém o filho dele é vítima indireta pelo pai não poder ir
trabalhar, por ficar fisicamente inutilizado, o filho sofre o dano reflexo ou
em ricochete.
Perda de uma chance
Caracteriza-se a responsabilidade pela perda de uma chance quando o agressor
faz desaparecer a probabilidade de a vítima auferir algum benefício.
Deve haver uma chance séria e real, precisa-se verificar se é razoável ou não
esperar o benefício. Hipóteses remotas de a chance se concretizar não
merecem ser indenizadas
A perda de uma chance permite a indenização não pelo resultado não obtido,
mas por ter perdido a chance de obtê-la, de modo que, quanto maior provável a
chance, mais deve ser o valor indenizatório arbitrado pelo juiz. (pode ser
cumulado com dano moral, estético e patrimonial)
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Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o
que razoavelmente deixou de lucrar.
Quando o profissional da saúde faz um tratamento errado, é possível a
aplicação da teoria da perda de uma chance. No entanto, deve-se ter em mente
se a chance perdida era razoavelmenteconsiderada.
O fundamento legal apontado para a perda de uma chance seriam os arts. 186,
927, 948 e 949, CC. Há vários julgados do STJ que aceitam a perda de uma
chance, por exemplo, o famoso caso do “Show do Milhão” (programa de TV do
apresentador Silvio Santos), quando uma participante foi indenizada por
pergunta sem resposta (clique para ler a matéria), ou no caso do paciente que
veio a falecer sem que o médico lhe ofertasse a possibilidade de se tratar de
outra forma.
Também em relação ao tema inadimplemento contratual, com base na perda
de uma chance, empresa de sistemas de bloqueio de veículos à distância foi
condenada a indenizar cliente que teve veículo furtado ( TJ/SP – Ap. 0179842-
53.2008.8.26.0100 – Rel. Des. Hamid Bdine, j. 23.04.2014 e Ap. 0045311-
76.2012.8.26.0007, Rel Des. Ana Catarina Strauch,j. 17.10.2014) . Ainda que se
trate de uma obrigação de meio a da empresa contratada. Entendeu-se que, ao
deixar de realizar o bloqueio do veículo quando avisada sobre o furto,
configurou-se situação na qual houve a perda da chance do contratante do
serviço recuperá-lo.
Perda de uma chance e perda do prazo pelo advogado
O simples fato de um advogado ter perdido o prazo para a contestação ou para
a interposição de um recurso enseja indenização pela aplicação desta
teoria?NÃO. É absolutamente necessária a ponderação acerca da
probabilidade - que se supõe real - que a parte teria de se sagrar vitoriosa.
(STJ. 4ª Turma, REsp 1190180/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
16/11/2010)
Em linha de conclusão, para completo atendimento ao princípio da
reparação integral, deve-se indenizar o dano emergente, o lucro cessante, o
dano moral, o dano estético e a perda de uma chance.
Excludentes de Nexo de Causalidade
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677854/artigo-927-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676725/artigo-948-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676624/artigo-949-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI28854,11049-Participante+do+show+do+milhao+recebera+indenizacao+por+pergunta+sem
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI28854,11049-Participante+do+show+do+milhao+recebera+indenizacao+por+pergunta+sem
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI28854,11049-Participante+do+show+do+milhao+recebera+indenizacao+por+pergunta+sem
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI245438,31047-Aspectos+gerais+sobre+a+teoria+da+perda+de+uma+chance+quando+uma
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI245438,31047-Aspectos+gerais+sobre+a+teoria+da+perda+de+uma+chance+quando+uma
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI245438,31047-Aspectos+gerais+sobre+a+teoria+da+perda+de+uma+chance+quando+uma
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI245438,31047-Aspectos+gerais+sobre+a+teoria+da+perda+de+uma+chance+quando+uma
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São quatro: Caso fortuito e força maior, Culpa Exclusiva da Vítima,
Fato de terceiro e Cláusula de não indenizar (contratos)
A conduta do agente até pode causar um dano, mas o nexo de causalidade
dessa conduta com o resultado será afastado diante da ocorrência de uma
excludente.
A ausência de dano não é excludente do nexo causal, apesar de acarretar a
mesma consequência prática – isenção do dever de indenizar
1 - Caso fortuito e força maior
O melhor entendimento é o de que essas expressões são equivalentes,
independentemente do fato de derivarem de eventos naturais ou do homem. O
art. 393, CC, ao que parece, realmente equipara essas duas expressões sob uma
denominação maior que seria a “inevitabilidade do evento”. Ocorrendo esse
evento inevitável, a conclusão é a de que o nexo estaria rompido, não havendo
falar em responsabilidade civil. Por exemplo, enchentes, furacões, greves,
dentre outros.
Todavia, O Código Civil, não faz distinção entre caso fortuito e força
maior.
Art. 393. (...)
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato
necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
É o fato externo à conduta do agente de natureza inevitável, ou seja, independe
da previsibilidade.
Fortuito interno - é o fato imprevisível e inevitável, mas que está inserido
nos riscos de uma atividade empresarial exercida pelo agente, ou seja, um risco
a ela inerente.
O caso fortuito interno não exclui o nexo de causalidade.
Súmula 479 do STJ - As instituições financeiras respondem objetivamente
pelos danos gerados por fortuito interno a fraudes e delitos praticados por
terceiros no âmbito de operações bancárias.
2 - Culpa Exclusiva da Vítima
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10706117/artigo-393-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
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Fala-se em culpa exclusiva da vítima quando a sua conduta se erige em causa
direito e determinante do evento, de modo a não ser possível apontar qualquer
defeito no produto ou no serviço como fato ensejador da sua ocorrência.
Pessoa que é atropelada fora do local adequado para travessia, sendo que o
motorista dirigia obedecendo todas as regras de trânsito e com atenção
necessária: A conduta que gerou o dano decorre da própria vítima, leia-se,
Culpa Exclusiva da Vítima!
Outro exemplo: A vítima, querendo se suicidar, atira-se na frente de um
veículo em avenida movimentada. O motorista que a atropela não será
responsabilizado, uma vez que o fato se deu exclusivamente em virtude do
comportamento da própria pessoa vitimada.
Observação sobre culpa: Vale registrar que, excepcionalmente, o grau de
culpa poderá ter importância na fixação do valor da indenização em duas
situações (não exclui, mas pode mitigar)
A) desproporção excessiva entre o grau de culpa e a extensão do
dano. Se houver uma culpa levíssima e um dano extenso, o art. 944, parágrafo
único, CC concede ao juiz o poder de reduzir equitativamente o valor da
indenização.
Art. 944 CC. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo
único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o
dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Exemplo: ao sair com o carro lentamente de sua garagem, um indivíduo
se distrai com a música que esta tocando e acaba e esbarrando com seu
veículo em uma senhora que passa pela calçada, ela se desequilibra, cai,
bate a cabeça no chão e vem a falecer - Culpa levíssima e dano extenso - a
indenização será reduzida equitativamente.
B) desproporção excessiva entre o grau de culpa e a extensão do
dano. Nestes casos a verificação do grau de culpa será importante para a
fixação do quantum indenizatório (a indenização será reduzida). A culpa de
ambas as partes não é causa de exclusão do dever de indenizar, mas sim de
redução do quantum.
Art. 945 CC. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676887/artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676855/parágrafo-1-artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676855/parágrafo-1-artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676887/artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676825/artigo-945-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Em resumo, ocorre quando o infrator causa o evento danoso, mas as
consequências do evento são agravadas pela conduta da vítima. Não exclui a
responsabilidade civil. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua
culpa em confronto com a do autor do dano.
3 - Fato de terceiro
É parecido com o fortuito externo. Fato de terceiro se refere a um
comportamento voluntário de um terceiro, que rompendo o nexo de
causalidade, exclui a responsabilidade do infrator.
Súmula 187, STF - veda a aplicação do fato de terceiro em favor de
transportador, em caso de acidente com passageiro. (é a exceção)
Teoria do corpo neutro: Trata-se de uma aplicação do fato de terceiro na
hipótese em que o agente físico do dano, atingido, é involuntariamente lançado
contra a vítima.
Ex: acidentes em engarrafamentos.
4 - Cláusula de não indenizar (contratos)
É aquela pela qual uma das partes contratantes declara que não será
responsável por danos emergentes do contrato, em inadimplemento total ou
parcial. Trata-se de exoneração convencional do dever de reparar o dano.
Requisitos específicos:
1. Consentimento deve ser bilateral;
2. Não colidir com preceito cogente de lei, com a ordem pública e com os
bons costumes;
3. Não deve eximir o dolo ou a falta grave do estipulante;
Ainda nos casos em que é possível, tem limites:
1. ordem pública: princípios e regras de intensa repercussão social, onde
estão em jogo valores sociais e culturais;
2. dolo e culpa grave: do contrário, seria “assegurar a impunidade às ações
danosas de maior gravidade”; e,
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
3. não pode ser ajustada para afastar ou transferir obrigações essenciais do
contratante. Elementos essenciais do contrato. Por exemplo: aluguel de
cofre bancário, e o banco tenta excluir sua responsabilidade no caso de
sumiço do valor, ou fogo…
Em três hipóteses não é admitida: Contratos consumo, Contrato de adesão e
Obrigações de resultado.
Excludentes de ilicitude
A) Estado de necessidade - esse instituto exclui a ilicitude do ato, como
regra. Entretanto, o estado de necessidade gera a obrigação de indenizar,
quando o bem jurídico é de terceiro. Nesse caso, o agressor paga o prejuízo
experimentado pela vítima, mas tem ação regressiva contra o dono do bem
salvaguardado.
Exemplo: Criança corre para pegar bola na rua, o motorista desvia da
criança, jogando seu carro em cima de um carro estacionado
regularmente; o motorista deve pagar o conserto do carro que estava
estacionado, e depois entra com ação regressiva contra os pais da criança
para ser ressarcido o valor gasto com o terceiro e o reparo do seu próprio
carro;
Se o motorista do carro, bate no carro do pai da criança, não há
responsabilidade civil, cabendo ainda receber dos pais a reparação do seu
próprio carro;
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
No caso exposto, não cabe chamamento ao processo por não haver
solidariedade entre as partes;
Cuidado: independentemente da excludente de ilicitude, o dano causado em
estado de necessidade pode gerar o dever de indenizar (artigos 929 e 930)
B) Legítima defesa
Agir contra agressão injusta, atual ou iminente, que excluída a ilicitude não há,
em tese, o dever de indenizar.
Entretanto, caso seja atingido direito de terceiro inocente, este poderá
demandar o agente que terá uma ação regressiva contra o verdadeiro culpado.
C) Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito
O estrito cumprimento do dever legal, civilmente, está implícito no exercício
regular de um direito. Desde que não haja excesso, não há responsabilidade
civil.
O STJ (AgRg no Ag. 1.030.872/RJ) assentou o entendimento segundo qual,
o mero ajuizamento de ação não gera dano moral, por traduzir exercício
regular de direito. Diferente se a parte ajuizou ação querendo conspurcar,
constranger a outra parte, sabendo que não tinha o direito, aí geraria
indenização por dano moral.
Outros exemplos de situações de exercício regular de direito, em que não
havendo abuso ou excesso, não haverá responsabilidade civil: Guarda-
volumes de estabelecimento comercial. -Porta giratória em banco, não
havendo excesso nem abuso
dever legal = lei exige a conduta do agente
regular de direito = lei permite que qualquer cidadão, estando na situação
jurídica protegida, pode agir para manter o seu direito;
Legitimidade Ativa para Reparação Civil
Quanto à legitimidade ativa para a reparação civil, temos que a vítima é a
titular do direito. Também poderão pleitear a reparação os sucessores, nos
termos do artigo 943 do CC (deve-se analisar conjuntamente com os artigos 12
e 20 do CC).
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676914/artigo-943-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729993/artigo-12-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729559/artigo-20-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
Tanta pessoa física como pessoa jurídica podem pleitear dano moral e/ou dano
material, eis que consolidado entendimento de que a pessoa jurídica também
tem exposição moral, como já dito.
Importa ressaltar que muitas vezes os familiares próximos sofrem danos em
decorrência de ato antijurídico praticado diretamente a outra pessoa.
Ex: os casos dos dependentes (a quem o morto prestava alimentos) que
ficarão privados da verba de subsistência com a morte da vítima, assim
como sofrerão danos de natureza extrapatrimonial. São os chamados
danos reflexos ou por ricochete (explicados neste texto).
Mais recentemente a jurisprudência passou a admitir o dano reflexo também
em casos em que a vítima direta permanece viva (litisconsórcio ativo). Trata-se
de direito próprio pedido em nome próprio e não de direito alheio pedido em
nome próprio.
Legitimidade Passiva para Reparação Civil
São responsáveis pela reparação civil o agente causador do dano, bem como os
responsáveis solidários ou subsidiários.
Também segundo o artigo 943 o dever de reparar transmite-se com a herança
(observar artigo 1.792)
Há também a responsabilidade pela reparação decorrente de contrato, como
ocorre no caso de seguro.
Responsabilidade Civil Contratual
O dever violado tem berço na prévia manifestação de vontade que cria um
liame específico e particular entre as partes.
Responsabilidade contratual é aquela decorrente de inexecução ou infração
em contrato firmado pelas partes. Prevista no Código Civil como perdas e
danos.
As partes, por força do regramento por ela estabelecido, cria uma série de
expectativas de condutas recíprocas, traduzidas no dever de adimplir. (o mero
inadimplemento contratual, não gera dano moral automaticamente)
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentoshttps://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
São pressupostos de resp. Civil contratual:
1. o contrato válido;
2. a inexecução do contrato; (ou parte dele)
3. o dano;
4. o nexo causal;
O dano moral não ocorre porque pode haver consequência para a mora ou o
inadimplemento, por meio de penalidades.
Só ocorre dano moral reparável quando ficar provado o caráter excessivo, além
do razoável, acima do que se podia esperar como efeito natural e previsível da
quebra do dever jurídico preestabelecido entre as partes.
Responsabilidade Civil Direta e Indireta
Responsabilidade direta é aquela de quando o fato é imputado ao agente por
conduta própria; responsabilidade por ato próprio.
A Responsabilidade indireta ou complexa incide sobre o agente por ato de
terceiro (responsabilidade objetiva – v.g. art. 932 CC. A Responsabilidade
Indireta é quando um terceiro cobre o prejuízo de quem causou o dano.
Ex: pai arca com despesa do filho
Responsabilidade Civil por fato de terceiro
Está disposta nos Art 932 e 933, CC A responsabilidade dos donos de hotéis,
estabelecimentos de ensino e similares por danos causados por hóspedes ou
educandos (internato), onde há o pagamento.
Aquele que exerce atividade com a finalidade econômica, visando obter
vantagem, no momento em que as pessoas estão sob a autoridade dos danos
dos estabelecimentos há a obrigação de vigilância e guarda.
Há a responsabilidade objetiva dos donos dos hotéis, estabelecimentos que
albergue por dinheiro no risco-proveito.
- Responsabilidade civil dos que tinham participado gratuitamente do produto
do crime:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677313/artigo-933-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
Não se confunde com a coautoria - art 942, CC - Se a ofensa tiver mais de um
autor todos responderão solidariamente pela reparação.
A participação não se refere ao cometimento do fato, mas apenas no resultado.
Observar sempre o tratamento diferenciado atribuído pelo artigo 928 à
responsabilidade dos incapazes. Os incapazes respondem equitativamente e
subsidiariamente, ou seja, apenas se as pessoas por eles responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Ou seja,
aqui há uma exceção à regra da responsabilidade solidária do artigo 942,
parágrafo único.
Ação de regresso
Nos casos de responsabilidade civil indireta, em que a lei imputa a alguém
diverso do causador do dano o dever de indenizar, admite-se a ação de regresso
contra o agente que tinha causado o dano, salvo se o causador for descendente
seu, menor de idade.
Responsabilidade civil pelo fato da coisa
Coisa pode ser um bem móvel ou imóvel ou ainda semovente (animal)
O guardião somente se eximirá se provar quebra do nexo causal em
decorrência da culpa exclusiva da vítima ou evento de força maior, não
importando a investigação de culpa. (teoria do risco)
O fato da coisa decorre da violação de um dever de guarda da coisa, que se
imputa a quem tenha relação de fato e poder sobre ela.
O reconhecimento do dever de guarda é de quem tem a coisa consigo, pode ser
o possuidor ou o proprietário.
Guardião é, atualmente, tratar-se de imputar à pessoa qualificada como tal
uma esfera de risco pelo qual terão que responder.
Responsabilidade pelo fato do ANIMAL
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676973/artigo-942-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
A responsabilidade pelo fato de animais é objetiva, sendo que o Código
Civil só afasta a responsabilidade se provado fato exclusivo da vítima ou força
maior (art. 936, CC). Portanto, caso fortuito e fato de terceiro não excluem a
responsabilidade do dono/detentor do animal.
Animal na pista. Pode-se responsabilizar o Estado? O STJ, julgando o
REsp 438.831/RS, admitiu a responsabilidade subjetiva omissiva do Estado,
por falta de fiscalização e sinalização de rodovia federal em caso de acidente de
animal na pista. Mas, se a rodovia é objeto de concessão (pedágio), a
responsabilidade é objetiva da concessionária, com base no CDC.
Responsabilidade pela ruína (edifícios ou
construções)
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja
necessidade fosse manifesta.
Refere-se à ruína de prédio. Haverá responsabilidade objetiva do proprietário.
A construtora responderá solidariamente.
Ruína não se refere ao desabamento total, pode ser uma ruína parcial.
Desabamento de uma Marquise, por exemplo.
Como excludentes da obrigação de indenizar admiti-se, o caso fortuito ou força
maior e a culpa exclusiva da vítima. Assim, por exemplo, age com culpa a
vítima que transitar por local onde podem cair materiais de construção, onde
há avisos e proteções materiais suficientes para dar ciência do perigo a se
correr ao passar naquele local.
Responsabilidade por objetos lançados/caídos
(de edifícios ou construções)
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar
indevido.
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677183/artigo-936-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
Responsabilidade pela queda de coisas. Se o imóvel for alugado quem responde
é o inquilino, já que o referido artigo fala em “quem habitar”.
Se não souber de onde partiu o projétil, a vítima não pode ficar irressarcida. A
doutrina é firme, com base na Teoria da Causalidade Alternativa, no sentido de
admitir a responsabilidade de todo condomínio caso não se possa identificar de
onde partiu o projétil. Excluem-se, todavia, dessa responsabilidade, os
moradores dos blocos ou fachadas de onde seria fisicamente impossível o
arremesso.
Ação judicial que a vítima de um objeto lançado ou caído ajuíza é: “Actio de
effusis et dejectis”. O prazo prescricional para reparação civil, nos termos do
art. 206, § 3º, V é de três anos.
As normas de responsabilidade civil pelo fato da coisa apresentam como
objetivo principal não apenas a reparação a quem de alguma maneira foi
prejudicado, mas também o de reprimir comportamentos que prejudique
terceiro
Responsabilidade Civil do Estado
A responsabilidade civil do Estado tem princípios próprios e compatíveis com a
sua posição jurídica, por isso é mais extensa que a aplicável às pessoas
privadas.
Em regra, aplicamos a teoria do risco administrativo nas relações estatais.
Como fundamento para a responsabilidade objetiva surgiu a teoria do risco
administrativo, a qual informa que deve ser atribuída ao Estado a
responsabilidade pelo risco criado por sua (é possível que o Estado
afaste sua responsabilidade em casos de exclusão do nexo causal) atividade
administrativa.
E, se essa atividade é exercidaem favor de todos, o ônus deve ser assim
suportado.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (...)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Deve ser comprovadoo nexo causal entre o dano e a conduta do agente
público.
Responsabilidade Civil nas relações de consumo
O CDC só é aplicável nas relações de consumo.
Para caracterizar a relação de consumo é necessário a presença,
impreterivelmente:
Do Fornecedor,
Do Consumidor,
Do Produto ou do Serviço.
Consumidor
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
Consumidor é a parte vulnerável da relação de consumo e deve por este
motivo ser protegido quando contratar.
O conceito básico de consumidor é definido no art. 2º, caput, e complementado
pelo seu parágrafo único e pelos artigos 17 e 29.
Art. 2º do CDC - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou
utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único.
Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo
Art 17 do CDC - pessoas são equiparadas ao consumidor no caso de
acidente de consumo.
Art 29 do CDC - tutela os direitos das pessoas que por meio de oferta,
publicidade, práticas abusivas, cobrança de dívidas, cláusulas abusivas e
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608698/artigo-2-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605721/artigo-17-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603741/artigo-29-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
contrato de adesão sofrerem qualquer tipo de violação ou abuso de direito.
Dessa forma, sobre o conceito de consumidor, pode-se concluir que:
Não é definido apenas sob a ótica individual, mas também enquanto
categoria (direito transindividual);
Não é apenas o contratante, mas a vítima de acidentes (onde não há
contrato entre as partes) e de práticas abusivas (realizadas antes da
contratação);
Não é apenas o que adquire, mas o que utiliza os produtos ou serviços;
Pode ser pessoa física ou jurídica;
Fornecedor
É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira
bem como os entes despersonalizados que desenvolvem atividades de produção
montagem, criação transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Exercem a atividade de forma habitual, visando lucro, com caráter de
profissionalidade.
CDC Art. 3º
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como osentes despersonalizados, que desenvolvem atividade
de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços.
Produto
É qualquer bem, móvel ou imóvel, de valor econômico que desperte interesse
no homem. (amostra grátis é produto!)
CDC Art. 3º (...)
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608617/artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608617/artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
Serviço
É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira e securitária, salvo
as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Art. 3º (...)
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de
crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
Responsabilidade pelo Fato do Produto
Fato = defeito (quando coloca em risco a saúde e a segurança do
consumidor)
Defeito pressupõe o vício.
O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro e o importador
respondem, independentemente de culpa pelos danos causados aos
consumidores por defeitos no produto.
Nesse ponto, em vez de simplesmente imputar a responsabilidade aos
fornecedores, quis o CDC restringir os personagens. Então, de acordo com seu
art. 12, são responsáveis pelo fato do produto e do serviço: o fabricante - aquele
que fabrica e coloca no mercado de consumo produtos industrializados; o
produtor - aquele que fabrica e coloca no mercado de consumo produtos não
industrializados; o construtor, nacional ou estrangeiro - aquele que introduz
produtos imobiliários no mercado de consumo, através de fornecimento de
bens ou serviços; o importador - aquele que faz circular produto estrangeiro
dentro do país.
O produto é defeituoso quando não oferece segurança que dele se espera
(funcionar conforme o esperado), levando-se em conta:
a) sua apresentação;
b) o uso e os riscos que razoavelmente que dele se esperam; (uma faca, por
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https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
exemplo, é esperado que ela corte)
C) a época em que foi colocado em circulação; (um celular não é defeituoso
por não conseguir instalar determinado aplicativo por estar com o sistema
ultrapassado, por exemplo)
O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade
ter sido colocado no mercado.
O defeito vai além do produto ou do serviço para atingir o consumidor em seu
patrimônio jurídico, seja moral e/ou material. Por isso, somente se fala
propriamente em acidente, e, no caso, acidente de consumo, na hipótese de
defeito, pois é aí que o consumidor é atingido.
Responsabilidade pelo VÍCIO do produto
Vicio = inadequação do produto (não funciona conforme esperado)
O vício do produto o torna impróprio ao consumo, produz a desvalia, a
diminuição do valor e frustra aexpectativa do consumidor, mas sem coloca-
lo em risco.
Os vícios normalmente são os de qualidade ou quantidade que tornam os
produtos ou serviços impróprios ou inadequados ao consumo a que se
destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade, como as indicações constantes do recipiente, da embalagem ou
mensagem publicitária.
Também independem de culpa, como na responsabilidade pelo defeito;
qualidade= algum recurso ou característica que não funciona; ( televisão
cujo som não funciona, carro com problemas de aquecimento, ferro de
passar roupa que esquenta pouco, roupa descosturada, serviço de limpeza
mal executado, prazo de validade vencido etc.)
quantidade = quando o peso está errado ou veio faltando; (frango
congelado cuja quantidade de água eleva o peso real do produto; vidro de
mostarda de 200ml que só tem 150ml; caderno de 100 páginas com apenas
80; serviço de tevê por assinatura que retira canais de sua programação
sem o prévio aviso ao consumidor etc)
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
publicidade enganosa = não cumpre o que promete;
publicidade abusiva = discriminatória contra criança e idosos,
aproveitando-se da ingenuidade do consumidor;
Os vícios podem ser aparentes ou ocultos.
O prazo para reclamação do vício (decadencial)
GARANTIA LEGAL:
Produtos não duráveis = 30 dias para reclamar
Produtos ou serviços não duráveis são aqueles que se esgotam ao primeiro
uso ou em pouco tempo após a aquisição, ou seja, aqueles são naturalmente
destruídos na sua utilização.
Produtos duráveis = 90 dias
Os produtos ou serviços duráveis não são necessariamente destruídos pelo
consumo. O que pode ocorrer é o desgaste natural com a sua utilização,
portanto, caracterizam-se por ter vida útil não passageira.
O parágrafo 2º do art. 26 do CDC determina que “obsta a decadência” a
reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o
fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que
deve ser transmitida de forma inequívoca. Prepondera na doutrina a
interpretação doutrinária de que a expressão “obstar” se trata de interrupção
(ao menos no que diz respeito a contagem do prazo), assim, após a resposta
negativa do fornecedor, o prazo previsto no artigo recomeça. Recomeça,
segundo entendimento de nossos tribunais, para o ajuizamento de uma ação
por vício.
GARANTIA CONTRATUAL:
O fabricante divulga o prazo garantia maior que a legal. Quando o prazo
contratual acabar, então começará a garantia legal;
CDC Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será
conferida mediante termo escrito.
Por exemplo, a Motorola anuncia que seu celular MOTO G3 (bem durável) tem
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604245/parágrafo-2-artigo-26-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604414/artigo-26-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601226/artigo-50-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
uma garantia de dois anos.
Na realidade, a garantia é de: 2 anos (contratual) + 90 dias (legal)
O prazo para solucionar o vício:
Prazo do fornecedor sanar o vicio é de 30 dias;
Art. 18. (...)
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
Opções do consumidor após o prazo de 30 dias, com o vicio não corrigido:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas
condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos; (pegar o dinheiro de volta)
III - o abatimento proporcional do preço. (ficar com o mesmo produto sem
concertar com o desconto decorrente do problema)
EXEMPLOS DA DISTINÇÃO ENTRE VÍCIO E
DEFEITO:
Ventilador novo que não liga: VÍCIO DE PRODUTO
Ventilador novo que tem a pá solta, atingindo o consumidor: DEFEITO DE
PRODUTO
Pedreiro que faz uma calçada ondulada: VÍCIO DE SERVIÇO
Pedreiro que faz uma parede torta, e essa, por este motivo cai: DEFEITO
DE SERVIÇO
Nota-se, a disparidade entre a gravidade dos casos!
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
Em síntese: Como diferenciar “fato” de “vício”? No vício, o problema
encontrado no produto ou no serviço frustra o consumidor tão somente
pelo erro encontrado neles próprios, acarretando o mau ou impossível
funcionamento. No fato do produto ou do serviço, por outro lado, este
“erro” é externalizado, saindo do domínio do produto ou serviço para
atingir a esfera particular do consumidor, causando-lhe um dano material,
físico ou moral.
Exclusão de responsabilidade
O fabricante, construtor, produtor ou importador excluem sua
responsabilidade se provar:
(inversão do ônus da prova, quem tem que provar é o fabricante,
construtor, produtor ou importador que o defeito inexiste. Isso ocorre porque
para o legislador, eles têm condições de enfrentar uma demanda, questionando
a existência ou não do defeito nos produtos)
A) não colocou o produto no mercado ( produtos falsificados em
circulação ou quando o fornecedor foi vítima de furto ou roubo de produto
ainda incompleto para ser colocado no mercado)
b) o defeito inexiste (o consumidor usou errado) (pessoa que pensa ter
passado mal por causa da ingestão de um queijo, quando percebe que este
se encontra mofado. Eis que o fornecedor demonstra que o bolor
encontrado nesse queijo não só é tolerado como desejado, que é uma
característica intrínseca daquele tipo de queijo e que o passar mal do
consumidor, portanto, não teve qualquer ligação com um defeito naquele
laticínio, sendo tal defeito, assim, inexistente.)
c) culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (quando a despeito
de aviso claro no medicamento sobre a posologia, o indivíduo toma o dobro
da dose recomendada. Ou seja, não há defeito no medicamento e sim culpa
exclusiva daquele que tomou dose superior à que se indicou.)
prazo prescricional de 5 anos para reclamar)
Constatado o vício ou fato do produto ou serviço, verificamos que as hipóteses
nas quais o fornecedor é eximido de responsabilidade são: quando ele provar
que não colocou o produto no mercado, quando da inexistência do defeito ou
quando provada a culpa do consumidor ou de terceiro.
O comerciante só é igualmente responsável, quando:
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos[17/03/2020 10:58:17]
a) o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser
identificados;
b) o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante,
produtor, construtor ou importador;
c) não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
O comerciante poderá entrar com ação de regresso.
Responsabilidade Civil dos Profissionais Liberais
O profissional deve atuar com lealdade em relação ao seu cliente, isto implica
numa série de deveres, desde a própria execução do contrato até os deveres de
informação e aconselhamento.
Responsabilidade Civil do Médico
Em regra, a obrigação médica constitui-se de obrigação de meio, não havendo
comprometimento do médico com a obtenção do interesse específico do
paciente.
O objetivo da relação obrigacional médico-paciente se caracteriza como uma
obrigação de fazer visando à preservação da vida, a cura ou prevenção da
doença ou moléstia, assim como a melhora das suas condições pessoais,
vinculando-se diretamente à vida e à integridade física ou moral da pessoa.
A obrigação médica gera a responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário a
demonstração de uma falta do profissional em relação aos deveres decorrentes
da obrigação

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