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Infecções de vias aéreas inferiores - tratado de medicina de familia

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INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS INFERIORES – Tratado de Medicina de Família e Comunidade
Do que se trata:
· Infecções de vias aéreas inferiores são divididas em: bronquite aguda, exacerbação de bronquite crônica e pneumonia. 
· Neste capítulo será discutido bronquite aguda e pneumonia.
· Pneumonia: 
· Doença inflamatória das vias aéreas que atinge o parênquima pulmonar, envolvendo os bronquíolos, brônquios e, ocasionalmente, a pleura. 
· Comunitária (fora do ambiente hospitalar ou nas primeiras 48 hrs de internação) ou nosocomial. 
· Maioria é bacteriana, sendo as principais: 
· Streptococcus pneumoniae (22%).
· Mycoplasma pneumoniae (18%).
· Chlamydia pneumoniae (16%).
· S. aureus. 
· Pseudomonas aeruginosa. 
· 10% é de origem viral. 
· Bronquite aguda:
· Tosse secundária à inflamação autolimitada das vias aéreas de grosso calibre, na ausência de pneumonia.
· Maioria é viral! 
Diagnóstico:
· Pneumonia:
· Achados clínicos mais frequentes: tosse seca ou produtiva (82%), febre (78%), dispneia (40-90%), taquicardia (65%) e estertores (80%). 
· Bronquite aguda:
· Sintomas iniciais se semelham aos de IVAS. 
· Presença de tosse por mais de 5 dias sugerem bronquite aguda (que pode persistir por 4 ou mais semanas).
· Escarro pode ser purulento em 50% dos casos. 
· Tosse sem anormalidade dos sinais vitais (taquicardia, taquipneia, febre) sugere bronquite aguda e não pneumonia, exceto em pacientes idosos.
Exames complementares:
· Radiografia de tórax:
· PA e perfil.
· Resolução radiológica ocorre de maneira lenta, muito tempo depois da recuperação clínica ou seja, não usar para avaliar o tratamento. 
· Repetir a radiografia após seis semanas do início dos sintomas em fumantes com mais de 50 anos, pelo risco de carcinoma brônquico não detectado nos exames iniciais*. 
· Achado de derrame pleural extenso ou loculado fazer punção para excluir empiema ou derrame parapneumônico complicado.
· No caso da bronquite aguda, a radiografia de tórax serve para excluir pneumonia.
Medidas de oxigenação:
· Medidas de Sp02 < 90%, na ausência de DPOC, indicam PAC grave e manutenção destes valores com altos fluxos de 02 (acima de 4 L/min) sugerem internação imediata em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). 
Exames laboratoriais:
· Hemograma geralmente não é necessário em pacientes ambulatoriais.
· Função renal, hepática, eletrólitos e glicemia pouco valor diagnóstico, mas úteis na identificação de comorbidades e como critérios de gravidade. Pedir para candidatos à internação ou pacientes com mais de 65 anos ou com doenças coexistentes.
Manejo:
· Definindo a gravidade e o local de tratamento da pneumonia:
· Escore Britânico de Lim (CURP-65) – cada item conta um ponto.
· Confusão mental;
· Ureia > 50 mg/dl; 
· FR ≥ 35 mrpm;
· Hipotensão (PAS < 90 mmHg e/ou PAD ≤ 60mmHg).
· Idade > 65 anos. 
· Pacientes com ≤ 1 ponto e sem comorbidades: tratar em ambulatório.
· Pacientes com ≥ 2 pontos ou comorbidades: tratar em ambiente hospitalar.
· Tratamento:
· Pneumonia:
· Início precoce de terapia antimicrobiana empírica correta.
· Ver tabela abaixo. 
· Bronquite aguda:
· Não recomendado antibioticoterapia (maioria é de etiologia viral).
· A administração de 7 dias de corticosteroide por via oral é efetiva na redução sintomática da tosse nos casos em que ela persiste por mais de 20 dias. Antitussígenos ou mucolíticos não têm sua eficácia comprovada em estudos clínicos.

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