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Campanha Nacional de Escolas da Comunidade 
Faculdade Cenecista Nossa Senhora dos Anjos 
 
 
 
 
 
FACULDADE CENECISTA NOSSA SENHORA DOS ANJOS – FACENSA 
 
FACULDADE DE DIREITO 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
 
 
 
 
MARCELO VINICIUS DA LUZ ROCHA 
 
 
 
 
A colisão do direito fundamental à liberdade de expressão com 
os direitos morais da personalidade nas redes sociais virtuais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAVATAÍ / RS 
2014
 
 
FACULDADE CENECISTA NOSSA SENHORA DOS ANJOS – FACENSA 
 
 
FACULDADE DE DIREITO 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
 
 
 
 
A colisão do direito fundamental à liberdade de expressão com 
os direitos morais da personalidade nas redes sociais virtuais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à Faculdade 
Cenecista Senhora dos Anjos – FACENSA como requisito para 
obtenção do título de Bacharel em Direito. 
Orientadora: Profª Ms. Juliana da Rocha Schiaffino 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAVATAÍ / RS 
2014
 
 
FACULDADE CENECISTA NOSSA SENHORA DOS ANJOS – FACENSA 
 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
Marcelo Vinicius da Luz Rocha 
 
 
A colisão do direito fundamental à liberdade de expressão com 
os direitos morais da personalidade nas redes sociais virtuais 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à Faculdade 
Cenecista Senhora dos Anjos – FACENSA como requisito para 
obtenção do título de Bacharel em Direito. 
Orientadora: Profª Ms. Juliana da Rocha Schiaffino 
 
Aprovado em ....../....../...... 
 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
 
______________________________________________ 
Profª Drª CRISTIANE CATARINA FAGUNDES DE OLIVEIRA 
FACENSA 
 
____________________ 
Profª Drª NINA DISCONZI 
FACENSA 
 
 
 
 
 
 
 
GRAVATAÍ / RS 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho foi motivado pela percepção de que os aspectos 
jurídicos relacionados à internet em geral – especialmente no que tange a 
colisão da liberdade de expressão com os direitos morais da personalidade, os 
quais, não estão bem compreendidos. Devido à forma demasiada que a 
pessoa postam livremente seus pensamentos, opiniões e criticas nas redes 
sociais. 
No trabalho, trataremos sobre os direitos fundamentais, a colisão da 
liberdade de expressão, a internet, a ponderação, a proporcionalidade e a 
forma de resolver a colisão de direitos nas redes sociais. 
 
 
Palavras-chaves: Direitos fundamentais, colisão da liberdade de expressão, 
redes sociais, ponderação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This work was motivated by the perception that the legal aspects related 
to the internet in general - especially regarding the collision of freedom of 
expression to the moral rights of personality, which are not well understood. 
Due to way too much that people freely post their thoughts, opinions and 
criticisms on social networks. 
At work treat on fundamental rights, the collision of free speech, the 
internet, the balance, proportionality and how to resolve the collision of rights in 
social networks. 
 
Keywords: Fundamental Rights, collision freedom of expression, social 
networks, weighting. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7 
1. DIREITOS FUNDAMENTAIS ......................................................................... 9 
1.1. Direitos fundamentais da primeira geração ............................................... 11 
1.2. Direitos fundamentais da segunda geração .............................................. 11 
1.3. Direitos fundamentais da terceira geração. ............................................... 12 
1.5. Direitos fundamentais da quinta geração .................................................. 14 
1.6. DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO ............................................. 15 
1.6.1. Direito de liberdade de opinião ............................................................... 17 
1.6.2. Direito de liberdade de informação e de comunicação ........................... 18 
1.7. OS DIREITOS MORAIS DA PERSONALIDADE ...................................... 20 
1.7.1. Direito à intimidade ................................................................................. 20 
1.7.2. Direito à vida privada .............................................................................. 22 
1.7.3. Direito a honra ........................................................................................ 22 
1.7.4. Direito à imagem .................................................................................... 24 
2. O DIREITO NA INTERNET .......................................................................... 27 
2.1. O marco civil da internet ............................................................................ 29 
2.2. As redes sociais na internet ...................................................................... 33 
2.2.1. Facebook ................................................................................................ 34 
2.2.2. Twitter ..................................................................................................... 35 
2.3. A responsabilidade civil do provedor de rede social .................................. 35 
3. A COLISÃO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NAS REDES SOCIAIS .. 41 
3.1. A colisão de direitos fundamentais ............................................................ 42 
3.1.1. Forma para resolver a colisão de direitos fundamentais ........................ 44 
3.2. O PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE ............................................. 45 
3.2.1. A ponderação e o principio da proporcionalidade .................................. 46 
3.3. A INTIMIDADE E NA VIDA PRIVADA NAS REDES SOCIAIS ................ 48 
3.3.1. O direito á imagem nas redes sociais..................................................... 49 
3.3.2. O direito à honra nas redes sociais ........................................................ 50 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 52 
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ..................................................................... 53 
7 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Com o surgimento das novas tecnologias da informação e 
comunicação, em especial a Internet, o exercício da liberdade de expressão 
assumiu diversas formas de manifestações, as quais foram criadas, 
introduzidas e aprimoradas a partir do aumento de sua utilização pelos 
usuários ou internautas através das redes sociais virtuais como o Facebook e o 
Twitter. Não obstante, as redes sociais serem um local para a promoção da 
liberdade de expressão, o ambiente virtual também se revela facilitador para a 
colisão de direitos fundamentais e a violação dos direitos morais da 
personalidade devido aos fatores do anonimato, invisibilidade e sensação de 
impunidade. 
Para Bárbara do Nascimento, a situação da colisão entre liberdade de 
expressão de um lado e os direitos morais da personalidade do outro, 
interagem juntas. A colisão de direitos fundamentais que somente acontecia na 
mídia Clássica, agora ocorre também nesta nova mídia onde milhões 
“navegam” todos os dias em seus computadores, mas sob outra perspectiva, 
pois, apresentam consequências muito mais severas, visto que toda e qualquer 
informação na internet e/ ou nas redes sociais, se não for posteriormente 
apagada de seu histórico, ficará gravada, sendo que o conteúdo postado será 
visualizado e acessado quiçá por milhões de pessoas.1 
Estes acontecimentos exibem a real influência das mídias sociais nas 
relações entre as pessoas na atualidade, o uso excessivo destas redes sociais, 
está gerando uma vulnerabilidade a todos e para todos, pois, crianças, jovens, 
adultos e idosos fazem uso destas plataformas, e com certeza, muitas vezes 
sem possuir nenhum conhecimento técnico mínimo especifico para manipular 
tal mídia virtual, bem como sema assistência e orientação de um responsável. 
 Se um indivíduo faz uma ofensa dirigida a outro diante de um grupo de 
pessoas, esta ação poderá gerar um possível prejuízo jurídico para o autor da 
 
1 NACIMENTO, Barbara Luiza Coutinho do. Liberdade de Expressão, Honra e Privacidade na 
Internet - A evolução de um conflito entre direitos fundamentais, Ed. Agbook. 2010. p.32 
8 
 
ofensa verbal e essa mesma ofensa, se for feita em uma rede social virtual 
poderá gerar a mesma consequência. 
Tem despertado bastante a atenção o uso destas redes sociais virtuais, 
para proferirem insultos e ofensas, ou manifestações demeritórias também as 
pessoas jurídicas, o que exige também uma maior segurança jurídica. Muitas 
vezes o “internauta” pessoa física, sem nenhum preparo ou conhecimento 
jurídico acaba expressando inverdades a uma empresa via rede social virtual, 
fruto de alguma insatisfação, seja pelo seu produto ou pelo atendimento e 
acaba sofrendo um processo por exercer seu direito de liberdade de 
expressão. 
O problema que motivou este trabalho, na realidade é um velho 
problema, mas agora com um novo pano de fundo, que é a inviolabilidade dos 
direitos morais da personalidade pelas divulgações de opiniões e expressões 
por meios das redes sociais virtuais bem como a colisão de direitos 
fundamentais neste mesmo ambiente informático que por óbvio não é do 
conhecimento da maioria dos usuários ou “internautas”. 
 Os direitos fundamentais não poderão existir como proteção de 
atividades ilícitas por parte dos indivíduos, nem tampouco como argumento 
para afastamento das respectivas responsabilidades civis ou criminais do 
indivíduo.2 
Mario Alberto Verde Baranda reforça dizendo que os direitos à 
privacidade, à intimidade, à vida privada, à honra e a imagem, chamados de 
direitos da personalidade e estão na Constituição Federal Brasileira previstos 
como direitos fundamentais. 3 
Diante disso, uma questão se coloca: até aonde a liberdade de 
expressão pode colidir com os direitos fundamentais e a inviolabilidade dos 
direitos da personalidade nas redes sociais virtuais como o Facebook e o 
Twitter? 
 
2 BARANDA, Mário Alberto verde. Artigo: Colisão de direitos fundamentais, meios de colisão de 
conflitos: O princípio da proporcionalidade. Fonte internet: 
ttp://facnopar.com.br/revista/2010/ColisaodeDireitosFundamentais.pdf. Acesso em 03/09/2013 
3 FERNANDES, Tiago Gomes. Colisão de Direitos Fundamentais, Direitos da personalidade e 
liberdade de expressão e informação na rede mundial de computadores. Revista de Direito, 
Vol. XII, N.° 15, Ano 2009. Fonte internet: 
 http://sare.anhanguera.com/index.php/rdire/article/view/903 . Acesso em 10/03/2014 
9 
 
A presente pesquisa é para refletirmos sobre este enfoque. No primeiro 
capítulo abordará os direitos fundamentais e as suas gerações, os direitos de 
liberdade de expressão e os direitos morais da personalidade. O segundo 
capítulo falará sobre o direito na internet, onde abrangerá sobre o Marco Civil 
na internet, as redes sociais virtuais e a responsabilidade civil dos provedores 
de redes sociais virtuais. No terceiro capítulo trataremos sobre a colisão do 
direito de liberdade de expressão nas redes sociais virtuais, a 
proporcionalidade e ponderação nas redes sociais, e a colisão na intimidade e 
na vida privada e na honra e na imagem e finalmente, o capítulo quatro 
encerrará com as considerações finais da presente pesquisa. 
 
1. DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
Os direitos fundamentais são direitos estabelecidos e reconhecidos em 
tratados e acordos internacionais e no ordenamento constitucional, 
indispensáveis para a convivência humana digna, com liberdade e igualdade 
perante todas as pessoas. 
A igualdade é com certeza o “centro-raiz” que nutre toda uma ordem 
Jurídica, pois, rege os valores mínimos necessários para a vida das pessoas 
em sociedade. 
Paulo Bonavides nos ensina que “de todos os diretos fundamentais, a 
igualdade é aquela que tem mais subido de importância no Direito 
Constitucional de nossos dias, sendo, como não poderia deixar de ser, o 
direito-chave, o direito-guardião do estado estatal”.4 
Nas palavras de Paulo Bonavides: “os direitos fundamentais são o 
oxigênio das Constituições democráticas” 5 
Vale dizer também que a própria natureza dos direitos protegidos 
modificou-se, porque passou a se reconhecer que muitas vezes é necessário 
proteger o grupo e não o individuo isoladamente,6 com isso respeitando o 
 
4 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 6ª ed. São Paulo, editora Malheiros, 
1995 p. 341 
5 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 6ª ed. São Paulo, editora Malheiros, 
1995 p. 340 
6 BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional, 22ª Ed. Malheiros, 2010, p.281 
10 
 
principio da dignidade humana. É ela, a dignidade, o primeiro fundamento de 
todo o sistema constitucional posto e o último arcabouço da guarida dos 
direitos individuais.7 
Paulo Bonavides reforça que o princípio da dignidade da pessoa 
humana, tem o caráter de equilibrar a igualdade entre todos, sem nenhuma 
distinção de raça, cor ou religião Este princípio encontra-se no texto 
constitucional como fundamento da Republica Brasileira no art. 1ª inciso III da 
Constituição Federal Brasileira.8 
Segundo Ingo Wolfgang Sarlet, a inovação mais significativa dos direitos 
fundamentais na Constituição de 1988 foi o art. 5ª, § 1ª da CF9, no qual deu 
aplicabilidade imediata as normas definidoras dos direitos e garantias 
constitucionais. 10 
Ingo Wolfgang Sarlet nos ensina que pelo menos ficou consagrado o 
Status jurídico diferenciado destes direitos e com bastante força no nosso 
ordenamento constitucional. Como exemplo, o autor cita o rol das cláusulas 
pétreas do art. 60 § 4ª11, da Constituição Federal, impedindo assim a sua 
inviolabilidade enquanto direitos fundamentais12. 
 
 Os direitos fundamentais não tiveram sua origem de forma simultânea, 
mas sim gradativamente, consoante à demanda e acontecimentos de cada 
época, motivo esse pelo qual, alguns constitucionalistas costumam fraciona-los 
em gerações ou dimensões, conforme veremos a seguir sobre o ponto de vista 
de Paulo Bonavides. 
 
7 NUNES, Rizzato. O Principio Constitucional da Dignidade da pessoa Humana, São Paulo, 
2002, p.45 
8 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: II - a dignidade da pessoa humana. 
9 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: § 1º - As normas definidoras 
dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
10 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos Direitos Fundamentais, 3ª ed. Porto Alegre, Ed. 
Livraria do Advogado, 2007 . p. 73 
11 Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: § 4º - Não será objeto de 
deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto 
direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias 
individuais. 
12 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos Direitos Fundamentais, 3ª ed. Porto Alegre, Ed. 
Livraria do Advogado, 2007 . p. 73 
11 
 
1.1. Direitos fundamentais da primeira geração 
 
Os direitos de primeira geração surgiram no final do século XVIII frutos 
das revoluções francesas e norte americanas no qual a burguesia clamavam 
por respeito às liberdades individuais. As conquistas celebradasnessa geração 
foram o direito à liberdade, à vida, à liberdade de expressão, à propriedade, à 
participação política, à liberdade e de religião. 
Segundo Paulo Bonavides, “tem como titular o individuo, oponíveis ao 
Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma 
subjetividade que é seu traço mais característico; enfim, são direitos de 
resistência ou de oposição perante o estado.” 13 
Os direitos de primeira geração têm caráter negativo visto que suas 
previsões caminham no sentido de exigir uma abstenção, um não fazer, uma 
omissão do Estado.14 
 Os direitos fundamentais de primeira geração procuram, portanto proteger o 
espaço individualizado do homem.15 
 
1.2. Direitos fundamentais da segunda geração 
 
Para Bonavides, direitos de segunda geração associam-se com as liberdades 
positivadas, concretas ou reais, garantindo a igualdade material para a pessoa. 
Segundo Paulo Bonavides, “nasceram abraçados ao princípio da 
igualdade, do qual não podem se separar, pois, fazê-lo equivaleria desmembrá-
los da razão de ser que os ampara e estimula.” 16 
Para Roberto Baptista Dias da Silva a segunda geração que teve seu 
gênesis no século XIX, mas que só ganha força no início do século XX 
começa-se a construir os ideais de direitos sociais, previdenciários, 
econômicos, cultura, saúde e educação. 
 
13 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 6ª ed. São Paulo, editora Malheiros, 
1995 p. 517 
14 SILVA, Roberto B. Dias da. Manual de Direito Constitucional, São Paulo, Ed. Malore, 2007, 
p. 290. Fonte: http://books.google.com.br. Acessado em 15/10/2014 
15 BARCHET, Gustavo. Direito Constitucional – 4ª ed. Rio de Janeiro, editora Elsevier, 2011, 
p. 85 
16 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 6ª ed. São Paulo, Ed. Malheiros, 1995 
p. 518 
12 
 
Roberto Baptista Dias da Silva ainda reforça que na Constituição Federal 
elenca em seus artigos do 6ª ao 11ª os direitos sociais como a saúde, trabalho, 
moradia, lazer. Segurança, proteção na maternidade, na infância, assistência 
ao desamparado, ao trabalhador urbano, trabalhador rural, da livre associação 
sindical, profissional, o direito a greve e aos empregados eleger um 
representante para tratar de seus interesses com a classe patronal.17 
Carlos Roberto Galvão Barros reforça que os direitos fundamentais da segunda 
geração estão ligados diretamente com o princípio da igualdade, neutralizando 
assim qualquer desigualdade, fazendo assim o Estado prover prestações de 
serviços básicos e essenciais a população sob a submissão das normas 
constitucionais que possibilitem melhores condições humanas de sobrevivência 
principalmente aos mais fracos.18 
 
1.3. Direitos fundamentais da terceira geração. 
 
Esta geração consolida a ideia de fraternidade, focando dirigir este 
basicamente a todas as classes sociais, tutelando interesses de cunho coletivo 
ou difuso. Alguns direitos desta geração com base nas ideias de Paulo 
Bonavides: “direito ao desenvolvimento, ao meio ambiente, direito de 
comunicação, de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e 
direito à paz”.19 Reforça-se que estes direitos não abrangem a individualidade 
do homem, mas sim, a sua coletividade. 
Para Elias Freire e Sylvio Mota, o direito da terceira geração está 
relacionado com o futuro da humanidade, com base no meio ambiente, o 
desenvolvimento econômico e claro, a defesa do consumidor, na 
autodeterminação do povo e na paz mundial. 
 
17 SILVA, Roberto Baptista Dias da. Manual de Direito Constitucional, São Paulo, Ed. 
Manole,2007 p. 290 
18 BARROS, Carlos Roberto Galvão. A Eficácia dos Direitos Sociais e a Nova Hermenêutica 
Constitucional , São Paulo. Ed. Biblioteca 24 horas, 2010, p. 101 
19 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 6ª ed. São Paulo, editora Malheiros, 
1995 p. 522 
13 
 
Elias Freire e Sylvio Mota ainda falam de um surgimento de uma 
consciência jurídica de grupo e de outros tipos de direitos coletivos, como 
direitos transindividuais, direitos homogêneos e direitos difusos.20 
Para Vera Karam de Chueiri, a terceira geração implica na sociedade e 
seus grupos como um todo, fazendo assim surgir novas demandas como o 
direito à participação politica, ao desenvolvimento tecnológico, um meio 
ambiente equilibrado, sustentável e saudável preocupado com as futuras 
gerações. É neste ponto que se aplica a fraternidade e solidariedade, pois, 
temos que preservar e renovar nossas reservas para as gerações do 
amanhã.21 
 
1.4. Direitos fundamentais da quarta geração 
 
Os direitos da quarta geração consagram a globalização econômica, o 
direito à informação e o pluralismo. Globalizar os direitos fundamentais é de 
fato a celebração da universalidade deste instituto graças aos avanços da 
tecnologia de comunicação. Neste sentido Paulo Bonavides complementa: 
 
Da globalização econômica e da globalização cultural muito se tem 
ouvido falar. Da globalização politica só nos chegam, porém, o 
silêncio e o subterfúgio neoliberal da reengenharia do Estado e da 
sociedade. Enfim, os direitos da quarta geração compendiam o futuro 
da cidadania e o porvir da liberdade de todos os povos. Tão somente 
com eles será legítima e possível a globalização politica.22 
 
Luiz Carlos Hiroki Muta leciona que a quarta geração é dos direitos 
fundamentais relativos à democracia, à informação, ao pluralismo e o 
patrimônio genético.23 
 
20 FREIRE, Elias. MOTTA, Sylvio. Ética na Administração Pública,3ª ed. , 2007, Ed. Campus, 
2007 p. 04 
21 CHUEIRI, Vera Karam de. Fundamentos do Direito Constitucional, Curitiba, Ed. Iesde Brasil 
S.A, 2009 
22 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 6ª ed. São Paulo, Ed. Malheiros, 1995, 
p. 525- 526 
23 MUTA, Luis Carlos Hiroki. Direito Constituicional, Tomo I, Rio de Janeiro, Ed. Elsevier, 2007, 
p. 80, 81 
14 
 
Norberto Bobbio reforça que a quarta geração refere-se aos efeitos 
traumáticos das pesquisas biológicas que permitirão a manipulação do 
patrimônio genético de cada indivíduo.24 
 
1.5. Direitos fundamentais da quinta geração 
 
Para Ribamar Fonseca Junior, os direitos humanos da quinta geração 
vem para abarcar o crescente desenvolvimento e demanda da internet a partir 
da década de 90, e suas relações virtuais que domina a maior parte da 
população. Nesta geração de direitos, encontram-se resguardados valores 
como a honra, a imagem, vida privada e a intimidade dentre outros que 
valorizam a dignidade da pessoa humana, como o acesso a informação, 
participação politica e a liberdade de expressão.25 
Luis Carlos Hiroki Muta também sustenta que a quinta geração está 
vinculada a recente era da internet, abrangendo bens, valores, e patrimônio de 
natureza virtual.26 
Para Paulo Bonavides, a concepção da paz na esfera da normatividade 
jurídica, configura um importante progresso alcançado pela teoria dos direitos 
fundamentais. 
O direito á paz caiu em um esquecimento injusto, por obra talvez da 
menção ligeira, superficial, um tanto vaga, perdida entre os direitos da terceira 
dimensão. Por estas razões, Paulo Bonavidaes celebra a paz como a chave 
para a quinta geração conforme se torna explicito em nossa Constituição 
Federal artigo 4ª , VI de 1988.27 
Paulo Bonavides a princípio, não faz menção à paz quanto a nova era 
da internet, mas por óbvio, a internet não possui fronteiras e contudo, o fácil 
alcance à outras culturas e Estados-chefes implicam em uma “invasão” virtual a 
 
24 BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos, Tradução de Carlos Nelson Coutinho, Apresentação 
de Celso Lafer – 8ª ed. - Nova Edição, Rio de Janeiro , 2004, p. 5 e 6 
25 JUNIOR, Ribamar Fonseca. Os Direitos Humanos na Idade Média, São Paulo,Ed. 
Montecristo, 2012. P.25 
26 MUTA, Luis Carlos Hiroki.Direito Constitucional , tomo 1, Rio de Janeiro, Ed. Elsevier, 2007, 
p. 80 
27 Art. 4° A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios: VI – defesa da paz 
15 
 
dados, documentos e culturas de outras nações que poderão culminar em 
conflitos e quiçá uma guerra. Claro, se esta nova mídia for manipulada de 
forma errada. Portanto, a paz conforme ilustra e celebra Paulo Bonavides, é de 
fato, de suma importância estar inserida também no mundo informático e pode-
se afirmar que a quinta geração vem para celebrar a paz fazendo-se incluso a 
era digital. 
 
1.6. DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
 
A liberdade de expressão é um dos mais importantes e valorosos 
direitos fundamentais adquiridos pela sociedade, alcançando assim, a uma 
das mais antigas reinvindicações dos homens de toda a história . 
Insere-se no rol da liberdade de expressão institutos diversos , como a 
de comunicação, pensamentos, de ideias, de informações e de expressões não 
verbais como por exemplo, musica, imagem e comportamento. O nível 
protetivo que cada uma dessas formas manifesta costuma alterar, mas de 
qualquer forma , todas essas liberdade estão amparadas pela nossa carta 
magna. 
Para Juliana El – Jaick, com a promulgação da Constituição da 
República de 1988, alguns princípios passaram a ter um peso como norte 
sobre a conduta de agentes sociais para que assim, o Estado Democrático de 
Direito não adquirisse status de “letra morta”. 
O princípio da liberdade de expressão, foi uma conquista tão clamada 
pela sociedade, após a era tumultuada e arbitrária do regime militar, que foi 
inserido em nossa carta Magna em seu artigo 5ª ratificando a importância vital 
que possui a livre expressão do pensamento, bem como também o artigo 220 
que reforça esta liberdade para o livre exercício do jornalismo e para finalizar 
fazendo um “link” o artigo 5ª inciso IX que versa sobre à liberdade de 
comunicação: 
 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato; 
16 
 
Art. 220 - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a 
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão 
qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. 
§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço 
à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de 
comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e 
XIV. 
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, 
ideológica e artística. 
Art. 5ª, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, 
científica e de comunicação, independentemente de censura ou 
licença; 
 
 
O direito à liberdade de expressão é sobrepesado como direito da 
personalidade, integrante do estatuto do ser humano, vital para a 
concretização e celebração do princípio da dignidade da pessoa humana e 
determina para quem o incorpora especificas funções. Este instituto é garantia 
individual e protege toda a sociedade contra o arbítrio e as soluções de força. 
Conforme as palavras de Juliana El – Jaick: 
 
A garantia de liberdade de expressão objetiva a tutela da livre 
manifestação de pensamentos, ideias, opinião, crenças e juízo de 
valor; já a liberdade de comunicação tem como objeto a difusão de 
fatos e notícias. A liberdade de expressão protege o livre 
compartilhamento de ideias entre os cidadãos e a liberdade de 
comunicação abrange as atividades de difundir notícias e de 
recebê-las, bem como o acesso, sem impedimentos, às fontes de 
informação, isto é, os direitos fundamentais de informar, informar-se e 
de ser informado, que encerram condições indispensáveis à 
existência e manutenção do Estado Democrático de Direito. 
Não obstante a extensão e amplitude dadas pela Constituição 
Federal de 1988 aos direitos de liberdade, de expressão e de 
comunicação, tal garantia não é absoluta, estando sujeita à 
modulação sistemática diante do cotejo de cada situação fática 
quando há outros direitos fundamentais em jogo.28 
 
 
Segundo Celso Martins Azar e Maria Guadalupe Piragibe da Fonseca tal 
preceito constitucional possui uma singular importância no que abrange a 
estipulação ao cumprimento efetivo da liberdade de expressão, uma vez que 
visualiza na íntegra a preocupação do constituinte originário com a manutenção 
 
28 JAICK , Juliana El. Artigo: Conflitos entre o Direito à Intimidade e à Vida Privada e o Direito à 
Informação, Liberdade de Expressão e de Comunicação. Série Aperfeiçoamento de 
Magistrados 11 Curso de Constitucional - Normatividade Jurídica. XX / XX / XXXX , p, 110 . 
Fonte:http://www.emerj.tjrj.jus.br/serieaperfeicoamentodemagistrados/paginas/series/11/normati
vidadejuridica_109.pdf. Acesso em 30/03/2014 
 
17 
 
do nosso ordenamento jurídico e a garantia da harmonia, que deve reger a 
relação entre todos os direitos e garantias que compõe tal sistema.29 
Gustavo Barchet diz que a liberdade de expressão possui um direito 
extremamente amplo e extensível por todos, brasileiros e estrangeiros, uma 
vez em território nacional. Abrange os mais variados instrumentos de difusão 
possíveis, e aqui podemos citar como exemplo a internet e suas redes sociais, 
a tevê, os livros, os jornais e os espetáculos teatrais. Admitindo em seu âmbito, 
não só a linguagem falada e escrita, mas também pinturas, fotografias, 
desenhos, obras de esculturas entre tantas outras formas de expressão. 
Gustavo Barchet ainda diz que como todo direito previsto na 
Constituição, o direito a liberdade de expressão deve ser interpretado e 
aplicado em harmonia com os demais preceitos constitucionais, e um deles 
precisamente o inciso IV do art. 5ª da Constituição Federal, veda o anonimato, 
impõe a identificação do autor da manifestação, resguardando a possibilidade 
de responsabilização em caso de excesso.30 
 
1.6.1. Direito de liberdade de opinião 
 
Segundo José Afonso da silva, de certo modo, esta liberdade de opinião 
resume a própria forma de pensamento em suas varias formas de expressão, 
por isso que a doutrina a chama de liberdade primária e ponto de partida das 
outras. Trata-se da liberdade de o indivíduo de adotar a atitude intelectual de 
sua escolha: quer um sentimento intimo, quer seja a tomada de posição 
pública, liberdade de pensar e dizer o que crê verdadeiro. 
A constituição Federal prevê a liberdade de consciência de crença 
religiosa, que declara inviolável ( art. 5° , VI da CF) , como a de crença religiosa 
e de contrição filosófica ou politica (art. 5° , VIII da CF). Isso Significa que todos 
tem o direito de aderir a qualquer crença religiosa, como a de recusar qualquer 
uma delas, adotando o ateísmo, e inclusive de adotar sua religião, bem como 
 
29 FILHO, Cezar Martins Azar. FONSECA, Maria Guadalupe Piragibe da. Constituição, Estado 
e Direito: Reflexões Contemporãneas. Rio de Janeiro, Ed. Qualitymark, 2009 p. 92 
30 BARCHET, Gustavo. Direito Constitucional 9ª ed. Rio de Janeiro, editora Elsevier, 2012, p. 
163 
18 
 
a de seguir, qualquer corrente filosófica , científica ou política, ou de não seguir 
nenhuma, encapando o ceticismo.31 
Manoel Gonçalves Ferreira Filho esclarece que a manifestação mais 
comum do pensamento é a palavra falada, pelo qual alguém se dirige a pessoa 
ou pessoas presentes para expor o que pensa através de sua opinião. Essa 
liberdade é consagradas pelo art. 5°, IV, V da CF. Outra forma de manifestação 
do pensamento é pela palavra escrita, destinadasa pessoas indeterminadas, 
cientes os poderosos do tempo da força da palavra escrita, divulgas por livros, 
jornais revistas e agora a internet. 
A constituição brasileira ( art. 5°, IX da CF ) veda a censura da palavra 
escrita, declara independente de censura ou licença do poder público a 
“expressão da atividade intelectual, artística , cientifica e de comunicação”. 
Proibe, todavia, o anonimato. 32 
Kildare Gonçalves Carvalho reforça dizendo que a vedação do 
anonimato, é para que se possa tornar efetivo o direito de resposta, 
proporcional ao agravo, com indenização por dano moral (art. 5°, V). 
Segundo o mesmo autor, este direito de resposta, tem por finalidade 
proteger a pessoa de imputações ofensivas à sua dignidade e à sua honra, e 
que pode envolver fatos que até mesmo não se configurem como crimes, 
possibilita ao ofendido, restabelecer a verdade, a reputação e a honra.33 
 
1.6.2. Direito de liberdade de informação e de comunicação 
 
 Segundo José Tarcízio de Almeida Mello, a liberdade de informação 
deve ser responsável quando for de cunho jornalístico, a fim de que sua 
utilização não ofenda o interesse coletivo. 
 Para proporcionar a liberdade com responsabilidade, a 
Constituição Federal Brasileira, em diferentes partes, contém normas dotadas 
de sansão ou formuladoras de ilícitos. 
 
31 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed. São Paulo, Ed. 
Malheiros, 2009, p. 241 e 242 
32 FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Curso de Direito Constitucional, 23° ed., São Paulo, Ed. 
Saraiva, 1996, p. 257 
33 CARVALHO, Kildare Gonçalves . Direito Constitucional – Teoria do Estado e da Constituição 
, Direito Constitucional Positivo. 12° ed. , Belo Horizonte, Ed. Del Rey, 2006, p. 515 
19 
 
As limitações são essencialmente constitucionais, proibido a lei de 
causar qualquer embaraço á informação jornalística por qualquer veículo de 
comunicação ( art. 220, § 1°). 
O constrangimento é consentido, geralmente, nos casos previstos em 
lei, quando a constituição, permite que a lei obrigue as pessoas a fazer ou a 
deixar de fazer alguma coisa (art. 5°, II). 
 O mesmo autor ainda diz que tão digna e ampla é a liberdade de 
comunicação, que a Constituição Federal Brasileira somente permite-se limitá-
la por si mesma. Em outros termos, enquanto é valido o constrangimento legal, 
como regra, o constrangimento em matéria de comunicação social, é reserva 
constitucional, isto é, somente a constituição pode obriga-lo.34 
Nas palavras de Décio Pinatari, não há liberdade individual sem 
liberdade coletiva, pois, não há liberdade concreta histórica sem 
comunicação.35 
Segundo Henrique Saraiva, Paulo Emílio Matos Jardim e Octávio Penna 
Pierantinni, o direito à liberdade de expressão e informação, encontra-se entre 
os direitos da primeira geração. No entanto com a evolução da comunicação, 
tais direitois passaram a serem considerados insuficientes para regularem a 
complexidade das relações na sociedade contemporânea. A constatação desta 
insuficiência, gerou o que seria chamado mais tarde de direito à comunicação, 
um direito de quarta geração, então de tutela da quarta geração, então uma 
tutela da informação. 
A posse desta informação sempre foi sinônimo de poder, bem como o 
controle dos meios pelos quais ela é posta em circulação.36 
 
 
 
 
34 MELO, José Tarcizio de Almeida. Direito Constitucional do Brasil, Belo Horizonte, Ed. Del 
Rey, 2008. P.1230 
35 PIGNATARI, Décio. Informação, Linguagem, Comunicação, São Paulo, Ed. Ateliê, 2002, 
p.112 
36 SARAIVA, Enrique, JARDIM, Paulo Emílio Matos, PENNA, Octávio. Democracia e 
regulação dos meios de comunicação em massa, Rio de Janeiro, Ed. FGV, 2008, p.74 
20 
 
 
1.7. OS DIREITOS MORAIS DA PERSONALIDADE 
 
Os direitos da personalidade são todos os direitos que se fazem 
necessários para a realização da manutenção mínima no que tange o bem-
estar da pessoa humana em todas as relações jurídicas que estiver inserida. 
Estes direitos são essenciais para a dignidade e o desenvolvimento 
enquanto do ser inserido em uma sociedade. Possui característica de proteção 
quanto ao aspecto físico, moral e intelectual. 
A constituição declara invioláveis à intimidade, a vida privada a honra e a 
imagem das pessoas (art. 5ª,X), portanto, nomeou expressamente estes 
valores humanos à condição de direitos individuais. 
 
1.7.1. Direito à intimidade 
 
Há uma certa dificuldade em definir o direito à intimidade e à vida 
privada. Atribui-se primeiramente que estes direitos possam ser determinados 
em caráter subjetivo, oscilando de pessoa para pessoa, ainda mais 
considerando que a sociedade está em constante mudança. Neste sentido 
José Afonso Silva explica: 
 
O direito à intimidade é quase sempre considerado como sinônimo de 
Direito à privacidade. Esta é uma terminologia do Direito Anglo 
americano ( right of privacy ), para designar aquele, que mais 
emprega no dos povos latinos . Nos termos da constituição contudo, 
é plausível a distinção que estamos fazendo, já que o inciso X do art. 
5ª, da CF separa intimidade de outras manifestações da privacidade: 
vida privada, honra e imagem das pessoas . 
Segundo René Ariel Dotti, a intimidade se caracteriza como a “esfera 
secreta da vida do individuo, na qual este tem o poder legal de evitar 
os demais”, o que é semelhante ao conceito de Adriano de Cupis 
que define a intimidade ( riservatezza ), como o modo ser da pessoa 
que consiste na exclusão do conhecimento de outrem de quanto se 
refira à pessoa mesma. Abrange neste sentido mais restrito a 
inviolabilidade da domicilio, o sigilo da correspondência e o segredo 
profissional. 37 
 
 
 
 
37 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed. São Paulo, Ed. 
Malheiros, 2009, p. 206 e 207 
21 
 
 Segundo Ana Paula Didier Studart, o direito à intimidade garante e 
proporciona de um modo geral, às pessoas, um duplo, direito, qual seja: o de 
conviver com quem queira, bem como o de se recusar a qualquer aproximação. 
Como define, este direito possui caráter dúplice: o direito de ficar só e de estar 
só, de não querer se comunicar e consequentemente de não ser molestado por 
outrem, como também pelas autoridades pública, com exceção quando um 
imperativo de ordem pública venha a determiná-lo. Ana Paula Didier Studart 
ainda complementa: 
 
O direito à intimidade, portanto, pode ser definido como uma das 
manifestações da liberdade, na medida em que é proporcionadas ou 
as pessoas, suas opiniões, idéias e opções, por assim dizer, 
secretas. Trata-se, portanto, de uma esfera extremamente reservada 
da vida humana, que abrange assuntos que guardam relação estreita 
ou estreitíssima com si próprio e nada engrandece ou contribui com a 
realidade alheia, saciando apenas curiosidades humanas.8 Tal 
direito, portanto, quando exercido, precisa ser acatado pelos demais, 
haja vista envolver questões pessoais que não dizem respeito a 
outrem. O exercício desse direito possui uma fundamental 
importância no desenvolvimento do ser humano, com o direito de 
preservar a sua privacidade, haja vista o fato de que, com o avanço 
tecnológico e principalmente através da mídia e dos meios de 
comunicação, inúmeras formas de violação à intimidade também 
avançaram e se desenvolveram, o que tornou a defesa e a 
preservação da intimidade do ser humano um verdadeiro desafio.38 
 
 
 
O direito à intimidade tem por definição como um sinônimo de liberdade, 
na forma em que é oferecida a pessoa a escolha de consistir ou não suas 
questões mais individuais, suas opiniões, ideias, criticas e opções e por assim 
dizer, sigilosas. Considera-se, portanto, parte de um circulo extremamente 
ligado a vida humana, que trata de assuntos que zelam a relação estreitacom si próprio e nada engrandece ou contribui com a realidade alheia, 
saciando apenas a curiosidade humana. Tal direito, enquanto dispositivo legal, 
precisa ser obedecido pelos demais, levando em conta que trata sobre 
questões muito pessoais que não dizem respeito a outros. 
 
 
38 STUDART, Ana Paula Didier. Artigo: A natureza Jurídica do Direito à Intimidade. Salvador, 
2011. P. 4 e 5 Fonte : www.revistas.unifacs.br/index.php/redu/article/download/1911/1449 
Acessado em 10/04/2014 
22 
 
1.7.2. Direito à vida privada 
 
 O direito à vida privada, como um dos institutos dos direitos da 
personalidade está previsto na nossa constituição no art. 5ª, inciso X . Trata-se 
de um direito inviolável é também muito difícil de distinguir com o direito da 
intimidade, no entanto, a constituição isolou este direito e abrangendo um 
significado especifico respeitando o direito da pessoa de viver a sua própria 
vida. Neste sentido José Afonso da Silva leciona: 
 
A tutela constitucional visa proteger as pessoas de dois atentados 
particulares; (a) ao segredo da vida privada; (b) à liberdade da vida 
privada. O segredo da vida privada, é condição de expansão da vida 
privada. Para tanto é necessária que a pessoa tenha ampla liberdade 
de realizar a sua vida privada, sem a perturbação de terceiros. São 
duas variedades principais de atentado ao segredo da vida privada: 
(a) a divulgação, ou seja, o fato de levar o conhecimento do público, 
ou pelo menos a um número indeterminado de pessoas, os eventos 
relevantes da vida pessoal e familiar; (b) a investigação, isto é a 
pesquisa de acontecimentos referente à vida pessoal e familiar. 
Envolve-se aí também a proteção contra a conservação de 
documentos relativo à pessoa quando tenha sido obtidos por meios 
ilícitos.39 
 
 
O Código Civil define a tutela da vida privada no seu artigo 21: “A vida 
privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, 
adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário 
a esta norma”. 
 
1.7.3. Direito a honra 
 
 A Honra, tem sua origem no latim honor, que tem como definição a 
dignidade da pessoa humana, que vive em sociedade de forma honesta e 
com probidade, te base como meio e modo de vida em sintonia com os 
alicerces da moralidade. Está na Constituição Federal (inciso X, do art. 5º, CF), 
como integrante dos direitos fundamentais. 
Todavia, ainda que a conduta de determinado individuo, não esteja 
conforme os ditames para se viver em sociedade, estando este em falta com a 
 
39 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed. São Paulo, Ed. 
Malheiros, 2009, p. 208 
23 
 
sua honorabilidade ou probidade, ainda que se comporte de forma contrária 
com os seus semelhantes, sua honra e dignidade não poderão ser 
desconsideradas. Neste sentido Edilsom Pereira de Farias diz: 
 
A idéia de honra, surge com certeza uma das primeiras 
manifestações em defesa de valores, ou qualidades morais da 
pessoa humana. A honra, um dos sentimentos mais apreciados da 
personalidade, é na opinião de Adriano Cupis: “ a dignidade pessoal 
refletida na consideração dos outros e no sentimento da própria 
pessoa” . Essa definição sintética revela características essências da 
honra. A primeira característica é a de que o seu fundamento radica 
na dignidade da pessoa humana. Vale dizer: a honra é tributo 
inerente a qualquer pessoa independentemente de considerações de 
raça, religião, classe social, etc. Com sua constitucionalização, a 
honra expande sua força normativa, tornando-se, por conseguinte, 
incompatíveis com as “concepções aristocráticas ou meritocráticas” 
sobre a honra. A segunda característica é a de que o conteúdo da 
honra refere-se tanto á honra objetiva ( a dignidade da pessoa 
humana refletida no sentimento da própria pessoa). É dizer, no 
sentido objetivo, a honra é a reputação que apessoa desfruta ante o 
meio social em que está situada; no sentido subjetivo, a honra é a 
estimação que a pessoa realiza de sua própria dignidade moral. O 
direito á honra, como os demais direitos da personalidade, não é 
absoluto e ilimitado.40 
 
 
Segundo Roberto Senise Lisboa, a honra visa proteger a boa 
reputação de uma pessoa e esta honra divide-se em honra objetiva e 
honra subjetiva onde a objetiva configura-se por exemplo quando um 
individuo imputa sobre outro injustamente a acusação de um feito 
não realizado pelo ofendido ou o acusado. Assim, se ficar provado a 
falsa acusação, poderá o acusador está incorrendo o crime de calúnia 
e também difamação. 
A honra subjetiva vai de encontro ao direito do respeito do 
individuo. Este direito ao respeito está atrelado intimamente à 
reputação do ofendido. Como por exemplo chamar uma mulher de 
“galinha”.41 
Neste mesmo sentido Lohana Pinheiro Feltrin e Francieli Puntel 
Raminelli explicam: 
 
40 FARIAS, Edilsom Pereira de. Colisão de Direitos, a honra, a intimidade, a vida privada e a 
imagem versus a liberdade de expressão e informação. Porto Alegre, Ed. Sergio Antônio 
Fabris, 1996 p.108-109 
41
 LISBOA, Roberto Senise. Direito Civil de A a Z, São Paulo, Ed. Manole, 2008, p.47 
24 
 
Não obstante a proteção constitucional o crime contra a honra figura 
no Código Penal e prevê condenação em caso de calúnia, difamação 
e injúria. Neste contexto, na injúria imputa-se ao ofendido uma 
conduta que não macula sua imagem perante a sociedade, mas que 
lhe ofende a própria honra subjetiva. Já na difamação, atribui-se a 
alguém uma determinada conduta que mancha a sua honra perante a 
sociedade, sem que essa conduta seja definida como ilícito penal, 
não importando se é verdadeira ou não. Por sua vez, na calúnia 
impõe-se à terceiro uma conduta definida como crime pela legislação 
penal. Ainda que possa haver a responsabilização na esfera penal, o 
autor do dano contra a honra também poderá responder pelos 
prejuízos que causar ao ofendido, conforme dispõe a própria 
Constituição e também o Código Civil. 42 
 
 
A respeito dessa conceituação, como circunstância inerente à 
qualquer pessoa humana e direito primordial do indivíduo, a honra 
esta enraizada no princípio da dignidade da pessoa humana e é um 
fator extremamente frágil do indivíduo, que pode ser ferida por 
simples e corriqueiras ações alheias e próprias. 
 
1.7.4. Direito à imagem 
 
O direito à imagem também é um dos direitos da personalidade dos 
quais todo o ser humano goza, onde lhe faculta o amplo zelo e proteção de sua 
imagem, sendo ela vinculada a uma fotografia, retratos pintados, desenho, 
gravuras etc. 
Este direito abrange a proteção do usufruto da aparência de cada 
indivíduo, ou sejas a sua identidade visual sejas ela abstrata ou concreta. 
No Brasil, o direito à imagem é contemplado além da Constituição 
Federal, no código Civil, em seu capítulo II (Dos direitos da personalidade), 
artigo 20: 
 
 
 
42
 FELTRIN, Lohana Pinheiro;RAMINELLI, Francieli Puntelli. Artigo: Conflito entre Liberdade de 
Expressão e Direito à Honra na Web: Poder Judiciario e o seu Papel como Harmonizador de 
Direitos Fundamentais;2012, p.05. Fonte: 
 http://coral.ufsm.br/congressodireito/anais/2012/13.pdf. Acessado em 08/06/2014 
25 
 
Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou 
à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a 
transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização 
da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu 
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe 
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se 
destinarem a fins comerciais. 
 
Neste mesmo sentido, Edilsom Pereira de Farias ainda explica: 
 
No direito positivobrasileiro, não havia proteção expressa á imagem 
antes de o atual texto constitucional dispor que a imagem das 
pessoas é um bem inviolável, assegurando o direito à indenização 
pelo dano material ou moral decorrentes de sua violação (CF. art. 5ª, 
X ). 
Os Tribunais brasileiros entendiam, entretanto que o direito à própria 
imagem tinha amparo no art. 666, X do código civil. 
Posteriormente, a Lei n. 6.988, de 1973, que trata sobre o direito de 
autor, no seu art. 49, I “f”, versando sobre o mesmo tema, derrogou o 
citado dispositivo do Código Civil. A Lei 6.368, de 21/10/1976, que 
dispõe sobre medidas de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e 
uso indevido de substâncias entorpecentes ou que determinem 
dependência física ou psíquica, no art. 26 prescreve: “os registros, 
documentos ou peças de informação, bem como os autos de prisão 
em flagrante e os de inquérito policial para a apuração dos crimes 
definidos nesta lei, serão mantidos em sigilo, ressalvadas, para efeito 
exclusivo de atuação profissional, as prerrogativas do juiz, do 
Ministério Público, da autoridade policial e do advogado na forma da 
legislação específica”. Resguardando-se, assim, a imagem dos 
enleados com esse ilícito penal. Por sua vez, o Estatuto da Criança e 
do Adolescente ( Lei n. 8.069, de 13/07/1990 ) estabelece, no art. 
143, que é vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e 
administrativos que digam respeito a criança e adolescente a que se 
atribua autoria de ato infracional. E qualquer notícia a respeito do 
fato não poderá identificar a criança ou adolescente, proibindo-se 
fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco e 
residência. Cumpre lembrar que o citado anteprojeto de reforma da 
parte especial do Código Penal, art. 157, considera como prática do 
crime de violação da intimidade o uso indevido de imagem. 43 
 
 
 
43 FARIAS, Edilsom Pereira de. Colisão de Direitos, a honra, a intimidade, a vida privada e a 
imagem versus a liberdade de expressão e informação. Porto Alegre, Ed. Sergio Antônio 
Fabris, 1996 p. 120 
26 
 
Nas palavras de Domingos Franciulli Netto sobre o tema: 
 
A Constituição Federal de 1988, ao considerar expressamente o 
direito à imagem como um direito independente e autônomo e 
estabelecer a indenização por danos morais e materiais, colocou o 
direito brasileiro, nesta matéria, como um dos mais modernos do 
mundo, sendo um divisor de águas e fonte de inspiração para a 
legislação infraconstitucional brasileira. Para não ficar no terreno do 
alegar por alegar, pode ser lembrado o que estabelece o Estatuto da 
Criança e do Adolescente, Lei n. 8.069/90, ao proteger a imagem da 
criança e do adolescente, em seu artigo 17, consoante a seguinte 
assertiva: “o direito ao respeito consiste na inviolabilidade da 
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, 
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, 
dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais”. O 
Estatuto ora em exame também resguarda a imagem ao estabelecer, 
em seu artigo 240, punição com pena de reclusão para quem 
“produzir ou dirigir representação teatral, televisiva ou película 
cinematográfica, utilizando-se de criança ou adolescente em cena de 
sexo explícito ou pornográfica” e, no artigo 241 do mesmo dispositivo, 
pena de reclusão de um a quatro anos para quem “fotografar ou 
publicar cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança 
ou adolescente”. O atual Código Civil, na esteira da Constituição 
Federal, disciplina, em seu artigo 20, a proteção específica do direito 
em análise ao ressalvar que a divulgação da imagem só poderá ser 
feita com o consentimento de seu titular, prevendo, por outro lado, a 
possibilidade de indenização quando violado o mesmo estatuto 
legitimidade ao cônjuge sobrevivente, ascendentes e descendentes 
do morto ou do ausente, na hipótese de transgressão do mesmo 
direito (art. 20, parágrafo único). 44 
O direito à imagem também está relacionado ao direito do autor, 
como anteriormente transcrito, e hoje regulamentado pela Lei n. 
9.601/98, cuja proteção não se atém ao autor, mas se espraia ao 
retratado, ao artista, ao intérprete e ao executante (art. 7º da Lei n. 
9.601/98)45 
 
Geralmente associa-se o direito de imagem com o direito à intimidade, 
bem como com o direito à identidade e à honra, e não estando assim 
conceituados no contexto de um desses direitos, pois há inúmeros casos em 
que ocorre colisão do direito à imagem, mas não atingem esses outros direitos 
 
 
45 NETTO, Domingos Franciulli. Artigo: A Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição 
Federal; 2004, p. 34 e 35. Fonte: 
o http://www.stj.jus.br/publicacaoseriada/index.php/informativo/article/download/303/287. 
Acessado em 09/06/2014 
27 
 
da personalidade. E a imagem também adquiriu uma significância tão grande 
em nossos dias, trazendo uma gama grande de questões e particularidades 
juridicas, que concluiu-se mais uma vez que o direito à imagem é um direito 
independente. 
 
2. O DIREITO NA INTERNET 
 
Segundo o promotor de Justiça Luis Daniel Pereira Cintra com a 
popularização da internet no nosso cotidiano, isto acabou refletindo e 
influenciando nas relações jurídicas, modificando a forma tradicional de se 
operar e exercer o Direito. Essa nova realidade virtual exige novos aspectos 
jurídicos e exigem soluções inovadoras que demandem no campo contratual, 
como na segurança jurídica, responsabilidade civil, propriedade intelectual, na 
punição das infrações digitais ou virtuais como um todo.46 
Patricia Peck diz que no Direito digital muitas relações são celebradas 
apenas em contratos, e neste contexto, o princípio do Pacta Sun Servanda47 
também é fundamental. Assim os contratos fazem as leis entre as partes 
envolvidas, obrigando o cumprimento de suas clausulas, desde que estas 
estejam de acordo com as normas e regras relacionadas48 que envolvam 
tecnologia digital. E havendo divergências nestes contratos, que gerarão 
direitos e deveres, aplicar-se-ão as leis que vigoram atualmente,49 e também se 
recorrerá a analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito50. 
Patricia Peck ainda diz que em tal realidade o maior compromisso dos 
operadores de direito Digital, é evitar qualquer tipo de arbitrariedade.51 
 
46 CINTRA, Luis Daniel Pereira, Direito e Internet, Caderno Jurídico da Escola Superior do 
Ministério Público do Estado de São Paulo Ano 2 - Vol 1- n.º 4 - Julho/2002 p. 6 Fonte: 
http://www.esmp.sp.gov.br Acessado em 17/05/2014 
47 Pacta Sun Servana: Princípio afirmativo de que os contratos existem cumpridos, obrigando 
as partes nos limites da lei 
48 Art. 104 do Código Cívil: A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz;II - objeto 
lícito, possível, determinado ou determinável;III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
Art. 166, II do Código Civil que tratam da nulidade dos negócios jurídicos. 
49 Art, 107 e 112 do código civil que tratam da manifestação de vontade válida. 
50 Lei de Introdução ao Código Cívil ( Decreto Lei n.° 4657/42). Art. 4ª : Quando a lei for omissa 
, o Juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do 
Direito. 
51 PINHEIRO, Patrícia Peck. Direito Digital, 4ª ed. , São Paulo, Ed. Saraiva, 2010, p. 71 
28 
 
Segundo Leonardo Zanatta, obedecendo nosso ordenamento jurídico 
brasileiro atual, ninguém pode alegar não conhecer a lei e sendo assim 
descumpri-la, usando esta afirmação como alegação.52 No entanto, no caso do 
direito digital, em que a auto-regulamentação deve prevalecer, é de suma 
importância informar publicamente o regramentos às quais o usuário da 
internet está sujeito. 53 
 Segundo Fernando A. Vasconcelos e Fernanda Holanda V. Brandão na 
internet, um caráter de liberalidadede certa forma ilimitado. E é nessa falta de 
limites, controle e reconhecimento de seus autores que residem os maiores 
problemas e as maiores dificuldades para a aplicação de um direito eficaz. 
Neste sentido os autores lecionam: 
 
Aos inúmeros sites e homepages à disposição dos usuários podem 
ter acesso adultos, adolescentes e até crianças, gerando uma série 
de questionamentos sobre capacidade, vontade, intimidade, honra, 
domicílio, direito autoral, e responsabilidade. 
Os próximos anos consolidarão a fusão cada dia mais profunda entre 
computação e comunicações. O número de compradores no 
comércio eletrônico tem aumentando de forma assustadora, seja com 
relação a compras individuais, seja através dos sites de compras 
coletivas. Como analisado acima, o fenômeno das redes sociais 
tende a fazer crescer o número de usuários, criando problemas de 
toda a ordem, sejam sociais, administrativos ou legais. 
A grande discussão que prolifera na própria Rede, nos congressos e 
fóruns de debates é: “pode um Estado Nacional regulamentar 
relações jurídicas em uma Rede que opera globalmente”? 
De acordo com Maria Eugênia Finkelstein os posicionamentos 
existentes acerca desse novo papel do Direito podem ser divididos 
em dois grupos. O grupo “ontológico” e o “instrumental”. O primeiro 
sustenta que estamos diante de um novo mundo, o virtual, diferente 
do mundo físico e que demanda um “direito diferente”. Já o grupo 
“instrumental” defende simplesmente a transposição das regras já 
existentes no ordenamento jurídico atual, mediante o emprego da 
analogia.54 
 
Segundo Tais Carvalho Silva, as redes sociais são novas plataformas 
tecnológicas virtuais que mudou o modo de como as pessoas se comunicam e 
 
52 BRASIL. Lei de Introdução ao Código Civil (Dec.-Lei nº4.657/42), art 3º. Ninguém se escusa 
de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
53 ZANATTA, Leonardo. Artigo: O Direito Digital e as Implicações Civeis Decorrentes das 
Relações Virtuais, 2010, p.8 . Fonte: http://www3.pucrs.br . Acessado em 17/05/2014 
54 VASCONCELOS, Fernando A., BRANDÃO, Fernanda Holanda V. As Redes Sociais e a 
Evolução da Informação no Século XXI, Revista Direito e Desenvolvimento, João Pessoa, v. 4, 
n. 7, p.139, jan./jun. 2013 Fonte: 
http://unipe.br/periodicos/index.php/direitoedesenvolvimento/article/view/57/58 . Acessado em 
25/05/2014 
29 
 
se expressam, permitindo uma maior integração e sociabilização de 
informações entre os usuários da Internet. Neste sentido, a autora reforça: 
 
Como todo fenômeno social novo, as redes sociais reclamam um 
tratamento jurídico adequado, que ainda está sendo delineado pelo 
ordenamento jurídico brasileiro. 
Por ser um ambiente de relações intangíveis, é natural que, como 
leciona Gustavo Testa Corrêa, este “salto qualitativo e quantitativo de 
tecnologia” afigure-se, a princípio, “incompatível com alguns 
conceitos e padrões contemporâneos”, sendo imperioso, portanto, 
diante da ausência de legislação específica sobre o assunto, 
repensar vetustos dogmas jurídicos e debruçar-se sobre os impactos 
dessas novas relações digitais para a sociedade e o Direito, 
buscando uma solução para os problemas daí advindos na 
sistemática jurídica vigente. 
 A ciência jurídica não pode simplesmente relegar essas 
transformações socioculturais, devendo intervir nas relações digitais 
para harmonizar e imprimir segurança para as relações jurídicas 
constituídas por meio da Internet, assegurando a efetividade do 
ordenamento pátrio e a conformidade com esta nova realidade que se 
descortina.55 
 
 
 
 
A internet é constituída de natureza própria e conflitante ao passo que 
se tornou uma plataforma livre , difícil de controlar e monitorar , não possui 
fronteira geográfica e política, e, portanto, independente a qualquer poder, 
mostra-se como um emaranhado nocivo, no qual se torna possível o risco de 
ser escravo por uma descontrolável elaboração informática onde nunca haverá 
leis suficientes para tornar a internet um lugar seguro para se socializar . 
 
2.1. O marco civil da internet 
 
Segundo Moisés de Oliveira Cassanti, Marco Civil da Internet é o nome 
pelo qual ficou popularmente conhecido o projeto de Lei n.° 2.126/ 2011, que 
visa regularizar a internet no Brasil, estabelecendo princípios, direitos e 
 
55 SILVA, Tais, Carvalho da. A Tutela dos Direitos de Personalidade das Pessoas Jurídicas nas 
Redes Sociais, Trabalho de dissertação de Mestrado. 2012. p.95 Fonte: 
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/8441/1/TAIS%20CARVALHOisserta%C3%A7%C3%A3o
.pdf . Acessado em 25/05/2014 
30 
 
deveres para provedores e usuários brasileiros da web como se fosse uma 
espécie de “Constituição da internet”.56 
Patricia peck publicou um artigo em 15/02/2013 pelo site 
www.idgnow.com.br um artigo intitulado: o impacto Civil da Internet onde a 
autora mostra de uma forma simples em um quadro as mudanças que poderão 
acontecer com a aprovação do Marco Civil com relação à liberdade de 
expressão, neutralidade de rede e outros tópicos que o quadro irá mostrar 
abaixo57: 
 
 
 
56 CASSANTI, Moisés de Oliveira. Crimes Virtuais, Vitimas Reais, Rio de Janeiro, Ed. Brasport, 
2014, p.91 
57 PINHEIRO, Patrícia Peck. Artigo: Impactos do Marco Civil da Internet, fonte: 
idgnow.com.br/blog/digitalis/2013/02/15/impactos-do-marco-civil-da-internet. Acessado em 
20/04/2014 
2013 O QUE PODERÁ SER 
Direito á liberdade de expressão com 
vedação ao anonimato. 
Direito à liberdade de expressão com 
mecanismo legal válido que permitirá o 
anonimato na prática 
 
Não existe obrigação de guarda de dados de 
conexões ou aplicações de internet. 
Haverá guarda obrigatória de registro de 
conexão pelo menos um ano e será 
facultativa a guarda de registro de acesso á 
aplicação de internet. 
Conteúdo enviado por terceiro responsabiliza 
civilmente o provedor de conteúdo, caso não 
retire o material a pedido de interessado em 
prazo breve (24h – 72h). 
Só haverá responsabilização do provedor de 
conteúdo caso exista Ordem Judicial e não 
sejas cumprida. 
 
Não há obrigação expressa de diretrizes para 
o uso de dados. 
O uso de dados pessoais terá de atender as 
destinações informadas a ser realizado em 
conformidade com a boa-fé e com as 
legitimas expectativas dos usuários. 
 
 
 
Sem obrigação de informar o motivo do 
armazenamento de dados. 
O armazenamento de informações pessoais 
que vão além dos previstos no registro de 
acesso à aplicação da internet será descrito 
com informações claras e completas sobre a 
sua finalidade, o modo como que serão 
usados, as hipóteses de eventual divulgação 
a terceiros e outros detalhes relevantes sobre 
seu tratamento. 
Não existe disposição dobre privilégios de 
trafego. 
A neutralidade da rede será garantida a 
todos, sem privilégios ou preferências de 
trafego. 
 
Sem obrigação expressa para oferecer a 
exclusão dos dados pessoais 
O provedor de aplicação de internet deverá 
oferecer ao usuário a opção de solicitar a 
destruição definitiva dos dados pessoais que 
este tiver oferecido a determinada aplicação, 
a qualquer tempo. 
31 
 
No dia 22/04/2014 o Marco Civil da Internet foi aprovado pelo senado, 
sendo que nenhuma emenda foi atacada e com isso o próximo passo é o 
sancionamento da lei pela Presidenta Dilma Roussef . no que tange o texto 
abaixo: 
A votação no Senado foi rápida. No mesmo dia, o texto do Marco Civil foi 
aprovado em duas comissões e seguiu para o plenário. Nenhuma 
alteração proposta pelos senadores foi acatada. Se isso tivesse ocorrido, 
o projeto teria que voltar para a Câmara dos Deputados. Não daria tempo 
para apresentar o Marco Civil no Encontro Mundial sobre Governança da 
Internet, que começa na quarta-feira (23), em São Paulo. 
O texto aprovado manteve a neutralidade da rede. Os provedores nãopoderão restringir, por exemplo, acessos apenas a e-mails, deixando 
vídeos de fora. Também não serão responsabilizados por conteúdo 
publicado por terceiros e só responderão por danos, mediante 
determinação judicial. 
Mas se houver divulgação não autorizada de cenas de nudez ou sexo, 
basta uma notificação da vítima para obrigar o provedor a retirar as 
imagens. A empresa, mesmo sediada no exterior, terá que obedecer à lei 
brasileira. 
"É um projeto de lei que, embora certos setores possam discordar de um 
ponto ou outro setor discordar de outro, em um todo, ele atende às 
expectativas que o Brasil e a maior parte dos países do mundo têm em 
relação à governança na internet", diz José Eduardo Cardozo, ministro da 
Justiça58. 
 
No dia 23/04/2014 a Lei 12.965/14 foi sancionada pela Presidenta Dilma 
Roussef durante o evento da NET/MUNDIAL59 em São Paulo e publicada neste 
mesmo dia no Diário Oficial da União. A Lei elenca garantias, princípios, 
deveres, direitos para o uso da internet no Brasil e entrará em vigor no prazo 
de sessenta dias a contar da data de sua publicação. 
Vanessa T. comenta alguns pontos principais da nova lei: 
 
 
 
 
58 Teles, Giovana. Marco Civil da Internet é aprovado e segue para a sanção da presidente. Fonte: 
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/04/marco-civil-da-internet-e-aprovado-e-segue-para-sancao-da-
presidente.html. Acessado em 25/05/2014 
59 No mesmo ano em que a World Wide Web completa 25 anos, o Brasil sediou o NETmundial 
– Encontro Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet. O encontro foi 
organizado em uma parceria entre o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e a /1Net, 
fórum que reúne entidades internacionais dos vários setores envolvidos com a governança da 
Internet. Este encontro teve como foco a elaboração de princípios de governança da Internet e 
a proposta de um roteiro para a evolução futura desse ecossistema, objetivando consolidar 
propostas com base nestes dois tópicos. 
O NETmundial aconteceu nos dias 23 e 24 de abril de 2014, em São Paulo, reuniu 1.480 
representantes com vozes ativas (incluindo participação remota), de 97 países. Fonte: 
http://netmundial.br/pt/about. Acessado em 25/05/2014 
32 
 
Liberdade de expressão: O respeito à liberdade de expressão é um 
dos principais fundamentos do Marco Civil. 
A responsabilidade civil em decorrência da violação de direitos não foi 
alterada, ou seja, qualquer excesso que resulte em violação a 
direitos, será punido como antes. 
A retirada de qualquer conteúdo que não esteja enquadrada como 
pedofilia, vingança pornográfica, cena de nudez ou Atos Sexuais, só 
será retirada da rede por determinação judicial, mediante devido 
processo legal, com decisão motivada e fundamentada. 
Atualmente, vários provedores tiram do ar textos, imagens e vídeos 
de páginas que hospedam a partir de simples notificações. 
 Neutralidade da rede: Sobre a neutralidade da rede, o advogado 
especialista em Direito Digital, Vinícius Tini Garcia, esclarece que: 
A neutralidade na rede consiste no dever dos provedores e outras 
empresas de transmissão de dados fornecerem tratamento idêntico 
aos usuários e os dados que trafegam na rede, independentemente 
por exemplo, da velocidade contratada. A internet deve continuar 
sendo um ambiente de experiências, inovações e livre caminho de 
informações. 
 Privacidade:A lei regula o monitoramento, filtro, análise e fiscalização 
de conteúdo para garantir o direito à privacidade. Somente por meio 
de ordens judiciais para fins de investigação criminal será possível ter 
acesso a esses conteúdos. O usuário deve consentir expressamente 
a coleta, uso, armazenamento e tratamento de dados pessoais. 
 Registro de Logs: Os registros de “logs” consolida o princípio 
estabelecido na CF/88, que veda o anonimato.Os provedores de 
acesso são obrigados a manter os registros de conexão, sob sigilo, 
em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de um ano, nos 
termos do regulamento. Somente a autoridade policial ou 
administrativa ou o Ministério Público poderá requerer cautelarmente 
que os registros de conexão sejam guardados por prazo superior ao 
previsto, em função de uma investigação criminal.60 
 
 
 
 Priscila Trindade afirma que O Código de Defesa do Consumidor não 
poderá ser invocado nas situações que incorrerem sites estrangeiros que não 
possuírem empresa ou filial registrada no Brasil. Para esses casos, o Marco 
Civil da Internet não há competência, mas poderá ser aplicado o artigo 9º, 
parágrafo 2º61, da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro.62 
 
 
 
 
 
60 T. Vanessa. Publicada a Lei 12.965/14 do Marco Civil da Internet. Fonte: 
http://www.perolasjuridicas.com/2014/04/publicada-lei-1296514-marco-civil-da-internet.html . 
Acessado em 25/05/2014 
61 Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se 
constituirem. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que 
residir o proponente. Fonte: http://www.planalto.gov.br. Acessado em 25/05/20104 
62 TRINDADE, Priscila. CDC só se aplica a empresa de web com sede no Brasil. Fonte: 
http://www.conjur.com.br/2014-mai-07/cdc-aplica-empresa-web-sede-brasil-consultor-senado. 
Acessado em 25/05/2014 
33 
 
 2.2. As redes sociais na internet 
 
 
Os sites de relacionamentos conhecidos como redes sociais dentro da 
Internet, de uma forma mais generalizada, pode possuir uma definição como 
um local cibernético que alcança e aguça os interesses das pessoas ou 
internautas, onde dentro dessas redes, indivíduos na forma de grupos se 
associam-se entre si e trocam opiniões que convergem com os interesses de 
cada indivíduo que está inserido neste grupo. Neste sentido Rodrigo Siqueira 
de Souza explica: 
 
As ferramentas para redes sociais são construídas prevendo-se uma 
relação de dependência entre suas unidades, já que o pressuposto 
básico é de que ocorram formas de relacionamento e colaboração 
entre os participantes. De acordo com Boyd e Ellison [Boyd e Ellison, 
2007], a maioria dos sites de redes sociais existentes na internet atua 
como um mantenedor das redes sociais pré-existentes, embora 
alguns deles tenham como objetivo facilitar e estimular o encontro de 
indivíduos totalmente desconhecidos, porém, com interesses em 
comum. Apesar disso, o grande objetivo das redes sociais na internet 
não é a promoção do encontro de estranhos, mas sim a oportunidade 
de proporcionar de oferecer mecanismos que permitam aos seus 
usuários articular e tornar visíveis suas redes sociais. De forma 
específica, do ponto de vista do serviço oferecido, considera-se os 
sites de redes sociais como um serviço baseado na internet que 
permite aos indivíduos (i) construir um perfil público ou semi-público 
dentro do sistema utilizado, (ii) articular uma lista de outros usuários, 
com os quais deseja-se estabelecer uma conexão, e (iii) visualizar e 
cruzar com a lista de conexões de outros usuários do sistema. A 
natureza e a nomenclatura dessas conexões podem variar de site 
para site [Boyd e Ellison, 2007.63 
 
 
 
 
 O mesmo autor ainda diz que a exposição pública dos cadastros 
nesses sites é uma poderosa ferramenta e que assim ficam vulneráveis com 
suas fotos, informações pessoais, seus depoimentos e demais informações 
que possam fragilizar este individuo, caso estas informações sejam usadas 
para fins ilícitos. Isso ocorre, pois, a lista de amigos contém links para o perfil 
de cada amigo, permitindo que sejam vistos pelos que participam ou melhor, 
naveguem pela teia social apenas clicando num elemento da lista de amigos. 
Na maioria dos sites, como por exemplo o Facebook, a lista de amigos são 
 
63 SOUZA, Rodrigo Siqueira de. Trabalho de graduação em ciência da computação: O 
aprendizado informal emambientes de redes sociais virtuais. 2008, p.9. Fonte: 
http://www.cin.ufpe.br Acesso em 25/04/2014 
34 
 
explicitas para todos, embora existam formas para coibirem estas 
visualizações e estas permissões de visualização variam de site para site. 
Raquel Recuero também diz algo neste sentido: 
 
Sites de redes sociais propriamente ditos são aqueles que 
compreendem a categoria dos sistemas focados em expor e publicar 
as redes sociais dos atores. São sites cujo foco principal está na 
exposição pública das redes conectadas aos atores, ou seja, cuja 
finalidade está relacionada à publicização dessas redes. É o caso do 
Orkut, do Facebook, do Linkedin e vários outros. São sistemas onde 
há perfis e há espaços específicos para a publicização das conexões 
com os indivíduos. Em geral, esses sites são focados em ampliar e 
complexificar essas redes, mas apenas nisso. O uso do site está 
voltado para esses elementos, e o surgimento dessas redes é 
consequência direta desse uso.64 
 
 
As redes sociais possuem características e propósitos bastante 
parecidos: denominados user based, ou seja, são o oposto das páginas na 
web que conhecemos, baseiam-se nos utilizadores, e não na informação de 
conteúdos, isto significa que os utilizadores são o centro da Rede e são eles 
que lhe dão vida; é criado assim um tipo de comunidade, e, com este propósito 
são delimitados temas que deverão induzir os futuros utilizadores a gerar um 
perfil; incentivando e alimentando relações entre utilizadores, ou seja, é 
insuficiente que a rede tenha muitos utilizadores, para se conceber uma 
comunidade, estes utilizadores devem socializar-se entre si, fomentando laços 
de amizade; caracteriza-se por ser um sistema aberto, desde que estejas 
devidamente cadastrado nesta rede e que se efetiva com uma relativa 
liberdade de adesão e de trafego pela rede, apenas por algumas restrições de 
regras de privacidade que estas redes sociais estabelece aos utilizadores. 
 
2.2.1. Facebook 
 
Segundo Raquel Recuero, o Facebook (originalmente, thefacebook) é 
uma rede social criada pelo americano Mark Zuckerberg no período que era 
estudante de Harvard. A ideia central era focar em alunos que estavam saindo 
do secundário (High School, nos Estados Unidos) e aqueles que estavam 
 
64 RECUERO,Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre, Ed. Sulina, 2009. P.104 
35 
 
entrando na universidade. Lançado em 2004, o Facebook é hoje é a rede social 
com maior base de usuários no mundo, não tão localizado quanto outros, como 
o Orkut.65 
 
2.2.2. Twitter 
 
Segundo Raquel Recuero, o Twitter é um site popularmente denominado 
de um serviço de microblogging.. O Twitter é estruturado com seguidores e 
pessoas a seguir, onde cada twitter pode escolher quem deseja seguir e ser 
seguido por outros. 66 
O Brasil é hoje em dia o segundo país com o maior número de usuários 
em todo o mundo. Mais de 33,3 milhões de brasileiros possuem contas no 
Twitter, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que contam com cerca de 
108 milhões de usuários.67 
 
2.3. A responsabilidade civil do provedor de rede social 
 
Segundo Bruno Pinto Coratto, a responsabilidade civil segmenta-se em 
objetiva e subjetiva. Em breves palavras, a responsabilidade objetiva não 
necessita de dolo ou culpa para se perfectibilizar, basta que tenhas 
caracterizado o dano e o nexo causal entre a conduta infrativa (ato ilícito ou 
estado de necessidade) e a parte que se pretende ver responsabilizada; a 
responsabilidade subjetiva, por outro lado, necessita da análise de culpa para 
sua efetividade, quer dizer, não basta dano e nexo causal, é preciso de pelo 
menos um das “peças” que compõem a culpa - a imprudência, a negligência e 
a imperícia. 
 
Segundo entendimento já manifestado pelo Superior Tribunal de 
Justiça, as empresas que prestam serviço de provedores de internet 
se enquadram no conceito de fornecedor trazido pelo CDC, na 
medida em que oferecem a prestação de um serviço remunerado 
(indiretamente pelo usuário) pela publicidade existente em seu 
espaço, a qual seus usuários têm acesso. 
 
65 RECUERO,Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre, Ed. Sulina, 2009. P.171 
66 RECUERO,Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre, Ed. Sulina, 2009. P.173 
67
 http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/03/130322_twitter_contas_inativas_rw.shtml 
36 
 
O mesmo entendimento com relação à possibilidade de 
enquadramento dos provedores de serviços de internet como 
fornecedores foi reproduzido no voto do ilustre Desembargador Tasso 
Caubi Soares Delabary, integrante da Nona Câmara Cível do Tribunal 
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, por ocasião do 
julgamento da Apelação Cível nº 70056113202, segundo o qual, “[...] 
existe relação de consumo entre o demandado e os usuários do site, 
uma vez que o Facebook se enquadra no conceito de fornecedor de 
serviços, conforme estatui o artigo 3º, § 2º, do Código de Defesa do 
Consumidor. Veja que expressão contida no dispositivomediante 
remuneração leva à compreensão de que devem ser incluídos todos 
os contratos nos quais é possível identificar uma remuneração 
indireta do serviço, como se vê na hipótese dos autos: muito embora 
o serviço prestado pelo Facebook não seja pago diretamente pelo 
usuário, ainda assim há o ganho indireto do fornecedor, o que torna 
evidente a relação de consumo entre as partes.”. 
Assim, o lucro das empresas se dá basicamente pela publicidade 
veiculada através das redes sociais (anúncios direcionados, p. ex.). A 
lógica é a mesma utilizada para os canais de televisão: quanto mais 
pessoas têm acesso à rede social (ou ao site), mais caro é o espaço 
para que o anunciante veicule sua publicidade, simples. 
Uma vez definido que o vínculo entre os usuários e os sites de 
relacionamento se enquadra no conceito de relação de consumo e, 
portanto, sobre ele incidem as regras da Lei 8.078/90, é importante 
distinguir os tipos de provedores de serviços de internet, a fim de se 
analisar a responsabilidade civil dos sites de relacionamento, 
especificamente. 
Nessa linha, em tese, a empresa não pode ser responsabilizada 
objetivamente por danos - morais ou materiais-, causados pela má 
utilização das ferramentas que disponibiliza. Isso porque os 
provedores não exercem um controle prévio às publicações de seus 
usuários, sob pena de inviabilizarem a postagem de informações em 
tempo real, um dos maiores atrativos da internet. Além disso, não 
parece aplicável a teoria do risco, uma vez que a prática de ilícitos 
por parte dos usuários de redes sociais é situação imprevisível, e não 
constitui risco inerente à atividade dos provedores. 
Ou seja, ainda que não seja possível ao provedor de conteúdo 
realizar a análise e posterior aprovação ou não das publicações 
enviadas por seus usuários, o controle feito por meio de canal 
específico para o relato de atos ilícitos deve ser, de fato, eficaz. Ora, 
não parece aceitável que se crie um meio próprio para impedir 
abusos, mas que seja inútil, pois não se toma qualquer iniciativa a 
partir do relato. 
Uma vez feita a denúncia e, ante a inércia do mantenedor da rede 
social, exsurge sua responsabilidade subjetiva pela reparação do 
dano experimentado, em virtude da omissão, pois verifica-se a 
negligência no atendimento dos consumidores. Desse modo, o 
fornecedor contribui com a perpetração do ato ilícito praticado por 
terceiro, também usuário da rede social. 
Resta evidente, assim, que a responsabilidade civil dos provedores 
de serviços de internet, nos casos envolvendo atos ilícitos praticados 
por meio de redes sociais, se dá de maneira subjetiva, criando 
exceção oriunda de construção jurisprudencial à regra geral do 
Código de Defesa do Consumidor.68 
 
68 CORATTO, Bruno Pinto. A responsabilidade civildos provedores de informação na internet: 
a figura das redes sociais como fornecedores segundo o CDC. In:Âmbito Jurídico, Rio 
Grande, XVI, n. 119, dez 2013. Disponível em: <http://www.ambito 
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13527>. Acesso 10/06/ 2014. 
37 
 
 
 
Conforme Bruno Pinto Coratto lecionou acima, cito o caso da 
ação de indenização decidida via acordão do Tribunal de justiça do RS, sob o 
número do processo 7005557867869,julgado no dia 30/10/2013, onde o 
processo teve como sua comarca de origem a cidade de Veranópolis- RS. A 
autora foi vítima de ofensas (“bulling”) via rede social Facebook . A vitima 
afirma que o Facebook tem obrigação de adotar providencias para fazer cessar 
as ofensas, excluindo as mensagens do seu ofensor. A Vitima alegou que o 
Facebook só excluiu o perfil denunciado quando do ajuizamento da presente 
ação. 
O juízo concluiu pela caracterização do dano moral e condenação 
a indenizar, aplicando o artigo 3ª do CDC70 e os artigos 18671, 18772 e 92773 do 
código civil . 
A indenização foi arbitrada em R$ 6000,00, cifra refutada 
suficiente para cumprimento da função pedagógica da condenação em danos 
morais, a fim de evitar que a empresa requerida reincidisse na conduta. 
Nas palavras do relator do Acordão: “Dessa forma, existindo a 
conduta ilícita, o nexo causal entre esta e o prejuízo de ordem moral sofrido, 
bem como não há qualquer excludente de responsabilidade demonstrada no 
caso em tela, o réu tem o dever de indenizar o autor pelo dano imaterial 
ocasionado”. 
 
Em contrapartida, Celso Jefferson Messias Paganelli sustenta que com 
o advento do crescimento excessivo do uso de chamadas redes sociais, a 
incidência de ilícitos cresce significantemente na internet, fazendo as pessoas 
que tiveram algum dano, objetivamente de Caráter moral, busquem o 
judiciário para reclamarem seus direitos e serem adimplidos em certa medida 
 
69 www.tjrs.jus.br 
70. Exige, para que incida o precitado diploma, que o serviço seja fornecido mediante 
remuneração, o que não é suficiente para excluir de sua égide os serviços gratuitos. 
71 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito 
72 Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
73 Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
38 
 
pelos problemas que passaram. Nesse cenário, é importante definir que a 
responsabilidade dos provedores de conteúdo da internet, em especial as 
empresas de redes sociais, como Twitter e Facebook, tenham 
responsabilidade objetiva, e devem responder pelas infrações que são 
cometidos pelos usuários ou internautas dentro dos serviços disponibilizados 
por estas plataformas de relacionamentos on line. 
A atividade-chefe exercida por tais empresas assumem a teoria do 
risco, pois, viabilizam que seus usuários cometam atos ilícitos e, o pior, 
geralmente estas redes sociais não possuem nenhum recurso dentro do “site” 
a fim de evitar esses transtornos ou apenas ignoram os casos existentes. 
Com certeza, ao responderem objetivamente pelos danos causados pelos 
seus serviços, haverá maior precaução com a qualidade do serviço oferecido, 
evitando assim, constrangimentos e transtornos desnecessários a pessoas 
inocentes ou que não possuem conhecimento suficiente para manusear tais 
redes sociais. 
Neste sentido, Celso Jefferson Messias Paganelli explica a 
responsabilidade civil objetiva sob a teoria de risco: 
 
 
Toda atividade, que possa acarretar algum tipo de prejuízo, seja ele 
qual for, tem a consequência de gerar a responsabilidade ou mesmo 
o dever de indenizar quem foi prejudicado. Silvio de Salvo Venosa 
explica: 
 “O termo responsabilidade é utilizado em qualquer situação na qual 
alguma pessoa, natural ou jurídica, deva arcar com as consequências 
de um ato, fato, ou negócio danoso. Sob essa noção, toda atividade 
humana, portanto, pode acarretar o dever de indenizar”[1]. 
Podemos dizer que responsabilidade civil é uma obrigação que 
qualquer pessoa tem, uma vez que exista um prejuízo à outra 
pessoa, de reparação, seja por fato próprio ou mesmo por fatos de 
outras pessoas ou até de coisas que sejam dependentes. O principal 
objetivo da responsabilidade civil, portanto, é buscar restaurar, 
mesmo que minimamente, um equilíbrio patrimonial e moral que 
tenha sido violado. Os danos que merecem reparação são os de 
índole jurídica, não descartando inclusive os morais, religiosos, 
sociais, éticos, dentre outros. Deve-se analisar em sua totalidade a 
responsabilidade da pessoa como fato, ou se pode ser um ato que 
merece punição, ou mesmo se é moralmente reprovável, o que sem 
dúvida acarretará reflexos jurídicos. 
Mas o que vem a ser analisado, para a questão da responsabilidade, 
é a conduta da pessoa, que pode ser desde apenas um único ato, até 
uma cadeia de atos ou fatos, que no final gerarão por si mesmos o 
dever de indenizar. Dessa forma, o que interessa para efeitos 
jurídicos, é saber identificar o responsável do ponto de vista 
sancionatório, ou seja, se a pessoa pode sofrer uma sanção, e o mais 
39 
 
importante, independentemente se o ato ou fato ilícito foi cometido 
pessoalmente ou não. 
Diferentemente do direito penal que só leva em consideração a 
responsabilidade direta, ou seja, somente a pessoa que causou o 
dano ou ofensa é que responderá pela transgressão da norma, o 
direito civil permite que terceiros venham a responder por fatos ou 
atos praticados que não por si, indenizando os prejudicados. 
Nesse sentido, temos o ensinamento de Fernando Noronha: 
“A responsabilidade civil é sempre uma obrigação de reparar danos: 
danos causados à pessoa ou ao patrimônio de outrem, ou danos 
causados a interesses coletivos, ou transindividuais, sejam estes 
difusos, sejam coletivos strictu sensu”[2]. 
Destarte, se a responsabilidade está ligada diretamente à pessoa que 
causou o dano, será direta, no entanto, se atingir a terceiro, será 
indireta. 
O artigo 186 do Código Civil, essencial para a compreensão do tema 
aqui abordado, estabelece a base da responsabilidade para o direito 
pátrio: 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
Verifica-se de pronto quais os requisitos necessários para a 
configuração do dever de indenizar, quais sejam:ação ou omissão 
voluntária, relação de causalidade ou nexo causal, dano 
e, finalmente, culpa. A culpa, ainda, como bem lembra Silvio de Salvo 
Venosa, sofre uma tendência jurisprudencial visando alargar sua 
conceituação, ou até mesmo, visando dispensá-la como requisito 
intrínseco para o dever de indenizar[3]. 
Deste raciocínio, infere-se a criação da noção de culpa presumida, 
cujo entendimento é o dever geral de não prejudicar outrem. Aliás, é 
deste princípio que surge a teoria da responsabilidade objetiva, que é 
vista em nosso ordenamento pátrio em diversas oportunidades, 
desconsiderando por completo a culpabilidade. A teoria do risco tem 
como conceito principal que a pessoa é responsável por riscos ou 
perigos de sua atuação, mesmo que tenha todo o zelo para evitar 
possíveis danos. 
Ora, se a pessoa obtém vantagem ou benefício em razão de sua álea 
de atividade, nada mais justo que seja obrigada a indenizar pelos 
danos que dela surgem. Os doutrinadores chamam essa teoria de 
“risco criado e risco do benefício”. Nesse sentido, temos o 
ensinamento de Giselda Maria Fernandes: 
“Somente os danos absolutamente inevitáveis deixarão de ser 
reparados, exonerando-se o responsabilizado”[4]. 
Da afirmação acima, temos que o objetivo de tal assertiva é colocarcomo exceção apenas os danos que sejam total e absolutamente 
inevitáveis, ou seja, o caso fortuito, a força maior e, por fim, a culpa 
de caráter exclusiva de terceiro. O que temos então são as situações 
de danos a ser indenizados, um vasto leque, na verdade, bastando 
estarem presentes os aspectos e pressupostos que a 
responsabilidade civil clássica impõe, no entanto, relevando-se o 
elemento culpa. 
Seguindo o raciocínio, imperioso a leitura do artigo 927 do Código 
Civil: 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a 
outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, 
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou 
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
40 
 
De acordo com o Código Civil, através do dispositivo citado, a 
responsabilidade objetiva deve ser aplicada além dos casos previstos 
em lei, também a todos os casos quando “a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco 
para os direitos de outrem”. Assim, só há uma conclusão a se chegar, 
ao analisar o caso concreto, o juiz pode e deve definir como 
responsabilidade objetiva o causador de determinado dano, 
independentemente de haver culpa. 
O que deve ser analisado com a teoria do risco é a possibilidade da 
atividade causar danos, ou seja, a conduta da pessoa tem por si só 
como resultado a exposição a um perigo. Por “pessoa”, entenda-se 
tanto a física quanto jurídica. O que deve ser levado em conta é o 
perigo proporcionado pela atividade de quem causa o dano por sua 
própria natureza e também pela natureza dos meios pelos quais são 
adotados. 
Corroborando com as afirmações acima, temos o Código de Defesa 
do Consumidor, que consagra e amplia os conceitos já citados. No 
artigo 6º já temos diversas proteções ao consumidor, que inclui 
“contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de 
produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos”, ainda a 
“efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos e difusos”; o parágrafo único ainda traz 
importante norma: “Tendo mais de um autor a ofensa, todos 
responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas 
normas de consumo”. Está mais do que claro que o códex em 
questão tem como objetivo proteger não só os possíveis danos 
materiais que qualquer pessoa pode ter ao consumir um produto, mas 
também os bens intangíveis, como a moral. A responsabilidade 
objetiva e a teoria do risco são bem claras, demonstrando que seja 
qual for a atividade de serviços prestados, há que se responder pelos 
danos causados independentemente de culpa.74 
 
 
De acordo com os pareces dos dois autores acima, conclui-se a maioria 
das decisões judiciais vem fazendo o uso da responsabilidade subjetiva aos 
provedores de serviços na internet. Os fundamentos para isso estão tanto 
no Código do Consumidor quanto no Código Civil (art 927, p. único). A 
diferença entre responsabilidade objetiva e responsabilidade subjetiva trata do 
fato de que, na responsabilidade objetiva, tem que se provar o elemento do 
dano e uma relação entre as partes. Na subjetiva, é necessário ademais da 
existência de de culpa do autor, que caracteriza-se na ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência. 
 
 
 
 
74
 PAGANELLI, Celso Jefferson Messias. Responsabilidade objetiva dos provedores de 
conteúdo na internet. In:Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 95, dez 2011. Disponível em: 
<http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10772&revista_cade
rno=7>. Acesso em 10/06/2014 
41 
 
3. A COLISÃO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NAS REDES SOCIAIS 
 
O acesso as redes sociais em tempos de massiva acessibilidade e pela 
facilidade de navegação e troca de conteúdos e interesse por novas 
tecnologias tem influenciado muito o cotidiano dos indivíduos, adquirindo 
assim, uma necessidade de desempenharem de forma quase que corriqueira o 
exercício da sua liberdade de expressão, mesmo que estes muitas vezes 
entram em colisão do outro lado que é o seu receptor que também está 
amparado com as suas garantias e direitos que estão em equivalência 
normativa com as do emissor do conteúdo enviado. Neste sentido Antonia 
Rafaela Fernandes Carvalho explica: 
 
As redes sociais on-line, especialmente o Twitter e o Facebook, como 
visto até então, são meios de comunicação em que os usuários têm 
liberdade para fazer publicações em seus perfis. Nota-se que há uma 
grande incidência de informações que ferem os direitos da intimidade 
e da privacidade ao ser exercido o direito a liberdade de expressão. 
Dessa forma, diante da colisão de tais direitos, é importante expor as 
suas possíveis formas de solução. É imprescindível esclarecer que a 
colisão entre direitos fundamentais ocorre quando, diante de um caso 
concreto, existem dois princípios constitucionais necessários e 
suficientes para garantir a concretização e a satisfação de um 
determinado direito. Frise-se que, preservar os interesses de um 
determinado indivíduo significa declarar a inexistência do direito de 
outrem, daí a importância de uma análise fática minuciosa. Urge 
mencionar que, tal fenômeno associa-se ao princípio da unidade da 
Constituição, que por sua vez, proclama que todas as normas do 
texto constitucional apresentam o mesmo nível hierárquico, isto 
significa que, sendo normas inseridas na Constituição, elas têm o 
mesmo valor, independentemente de seu conteúdo.75 
 
 
É um trabalho muito difícil para os órgãos de segurança publica no 
desempenhar de suas competências o exercício efetivo do controle do que é 
manifestado ou postado na internet, como exemplo as redes sociais, sem que 
alguns de seus usuários cometam a colisão dos direitos constitucionais 
assegurados de expressão de atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independente de censura ou licença, fazendo respeitar assim os 
dispositivos legais do nosso ordenamento jurídico. Edson Lima Gonzaga 
Junior nos mostra: 
 
75 CARVALHO, Antônia Manuela Fernandes. Artigo: Twitter e Facebook: Liberdade de 
expressão e vida privada, Revista Direito e Liberdade – ESMARN, 2013. p.43. Fonte: 
www.esmarn.tjrn.jus.br/revistas/index.../revista_direito_e_liberdade/.../51 
42 
 
 
Segundo a doutrina dominante, na internet pode ser veiculado 
qualquer conteúdo, independente de classificação indicativa. Isso não 
significa afirmar que aqueles que se utilizam da rede mundial não 
sejam obrigados a assumir responsabilidades decorrentes da 
liberdade garantida. Exemplificando o art. 241 do Estatuto da Criança 
e do Adolescente (ECA) explicitamente tipifica como crime 
“apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por 
qualquer meio de comunicação, inclusive a rede mundial de 
computadores ou internet, fotografia sou imagem como pornografias 
ou cenas de sexo explicito envolvendo crianças ou adolescente”. 
Além disso, a legislação vigente prevê a vedação ao anonimato e 
atribui responsabilidade pelos abusos cometidos contra outrem, 
inclusive contra a honra Dessa forma a liberdade de expressão do 
pensamento tem seu ônus, tal como o de o manifestante se 
identificar-se, assumir claramente a autoria do produto do 
pensamento manifestado parta, em sendo o caso, responder por 
eventuais danos a terceiros. 76 
 
 
Edson Lima Gonzaga Junior refere a danos praticados por terceiros 
como pedofilia, calúnia e incentivo à outras praticas criminosas, pois, este 
delitos são de responsabilidade dos seus autores e como tais, responderão 
pelos seus atos praticados nas redes sociais. 
 
3.1. A colisão de direitos fundamentais 
 
 A matéria dos direitos fundamentais é, na maioria das vezes, ampla e 
variável, e podendo ser ajustada,quando no decorrer de um caso concreto, 
cujo direitos estiverem relacionados entre si, ou quando estiverem indo ao 
encontro com outros direitos normativos igualmente protegidos pela 
Constituição Federal Brasileira. 
É sobre esta ótica, vislumbrando os “conflitos” que ocorrem no dia-a-dia 
de uma sociedade, que são levantadas os problemas de colisão de direitos 
fundamentais, e fazendo nossos legisladores, juristas, magistrados e 
operadores do direito de uma forma geral, desenvolverem soluções para estas 
colisões, otimizando e gerando assim, uma melhor interpretação de nosso 
ordenamento jurídico. 
 
A colisão pode decorrer, igualmente de conflitos entre direitos 
individuais do titular e bens jurídicos da comunidade. Sustenta-se que 
 
76 JUNIOR, Edson Lima Gonzaga. Gestão da Informação e do Conhecimento 3ª ed. Curitiba, 
Ed. IESDE Brasil, 2009. p. 104-105. Fonte internet: http://books.google.com.br 
43 
 
a idéia de conflito ou de colisão de direitos individuais comporta 
temperamentos. É que nem tudo que se pratica no suposto exercício 
de determinado direito, encontra abrigo no seu âmbito de proteção. 
Assim, muitas questões tratadas como relações conflituosas de 
direitos individuais configuram conflitos aparentes, uma vez que as 
praticas controvertidas desbordam da proteção oferecida pelo direito 
fundamental em que se pretende buscar abrigo. 
A corte constitucional Alemã já afirmou que o direito de manifestação 
de pensamento não autoriza o inquilino a colocar propaganda 
eleitoral na casa do senhorio. Da mesma forma, parece inadmissível 
que a poligamia seja considerada com fundamento na liberdade de 
religião ou que a liberdade científica se exerça em detrimento do 
patrimônio alheio ou, ainda, que se pratique um assassinato no palco 
em nome da liberdade artística. Embora se cogite, não raras vezes, 
de uma suposta colisão de direitos, é certo que a conduta 
questionada já se encontra, nesses casos, fora do âmbito de 
proteção do direito fundamental. 77 
 
Tem-se, pois, autêntica colisão, segundo as palavras de Gilmar Ferreira 
Mendes quando um direito individual afeta diretamente o âmbito de proteção de 
outro direito individual. O ministro ainda ratifica: 
 Em se tratando de direitos submetidos a reserva legal expressa, 
compete o legislador traçar os limites adequados, de modo a 
assegurar o exercício pacífico de faculdades eventualmente 
conflitantes. Um típico exemplo de colisão de direitos fundamentais é: 
a liberdade artística, intelectual, cientifica, ou de comunicação (CF, 
art. 5ª, IX ) pode entrar em colisão com a intimidade, a vida privada, a 
honra ou a imagem das pessoas (CF, art. 5ª, X ), 78 
 Os direitos fundamentais são direitos heterogêneos, como evidencia a tipologia 
enunciada. Segundo Edimilson Pereira de Farias: 
 Por outro lado, o conteúdo dos direitos fundamentais é, muitas 
vezes, aberto e variável, apenas revelado no caso concreto e nas 
relações dos direitos entre si ou nas relações destes com outros 
valores constitucionais. Resulta na prática então, que é frequente na 
prática, o choque de direitos fundamentais ou choque destes com 
outros bens jurídicos protegidos constitucionalmente. Tal fenômeno é 
o que a doutrina tecnicamente designa de colisão de direitos 
fundamentais. A colisão dos direitos fundamentais pode suceder de 
duas maneiras: 1- o exercício de um direito fundamental colide com o 
exercício de outro direito fundamental (colisão entre os próprios 
direitos fundamentais) e 02 o exercício de um direito fundamental 
colide com a necessidade de preservação de um bem coletivo ou do 
Estado protegido constitucionalmente (colisão de direitos 
fundamentais e outros valores constitucionais como saúde publica, 
 
77 MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito 
Constitucional, 7ª ed. São Paulo, ed. Saraiva , p.268 
78 MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito 
Constitucional, 7ª ed. São Paulo, ed. Saraiva , p.269 
44 
 
integridade territorial, família, patrimônio cultural, segurança pública e 
outros). 79 
 
3.1.1. Forma para resolver a colisão de direitos fundamentais 
 
Existe colisão entre direitos fundamentais quando ocorre o conflito 
decursivo do exercício de direitos individuais por titulares distintos, podendo 
acontecer, também, entre direitos individuais do titular e bens jurídicos da 
comunidade. Sendo assim, segundo Edimilson Pereira de Farias explica: 
 
Constatada a existência de reserva de lei na constituição para pelo 
menos um dois direitos colidentes, o legislador poderá resolver a 
colisão comprimindo o direito ou direitos restringíveis (sujeito a 
reserva de lei), respeitando, é claro, requisitos tais como o núcleo 
essencial dos direitos envolvidos. Por exemplo a colisão entre o 
direito de greve, sujeito a reserva de lei, e as necessidade inadiáveis 
da comunidade, é solucionada pelo legislador ao definir os serviços 
ou atividades essências ( CF, art. 9º, § 1° ) . Tratando-se de colisão 
de direitos fundamentais não sujeitos à reserva de lei, a solução fica 
por conta de juízes e tribunais. Para se proceder à análise da solução 
de colisão de direitos fundamentais em nível de decisão individual 
(juiz e demais aplicadores do Direito) é recomendável partir da 
constatação de que existem dois tipos de contradição de normas 
jurídicas em sentido amplo: o conflito de regras e a colisão de 
princípios.80 
 
 
Mas para que os juízes e demais aplicadores do Direito possam efetuar 
suas análises em decisão individual, é muito comum que utilizem-se do instituto 
da ponderação, conforme a Dra. Cristiane Catarina Fagundes de Oliveira 
leciona e que veremos a seguir: 
 
Portanto, quando houver a colisão entre normas diversas de direito 
fundamental, uma não pode ser afastada sob pretexto de invalidade, 
como no caso das regras, mas ponderada em relação à outra. Dessa 
forma, a partir do caso concreto em que estão em colisão dois direitos 
fundamentais e que deve ser resolvido, analisa-se as normas no 
plano dos princípios e procura-se identificar uma lei de colisão que as 
utilize da forma mais ampla possível concomitantemente. Dessa 
forma, pelo caráter de princípio das normas de direitos fundamentais 
e pela forma característica de resolução de colisões entre princípios, 
as colisões entre normas de direitos fundamentais se resolvem pela 
 
79 FARIAS, Edimilson Pereira de. Colisão de Direitos, Porto Alegre,Sérgio Antônio Fabris Editor, 
1996. P.93 
80 FARIAS, Edimilson Pereira de. Colisão de Direitos, Porto Alegre,Sérgio Antônio Fabris Editor, 
1996. P.97 
45 
 
ponderação. Utiliza-se a ponderação, por meio do peso entre os 
princípios.81 
 
Diante do exposto acima, verifica-se que a ponderação possui o papel 
de oferecer uma estrutura racional para solução de conflitos normativos , 
especialmente entre os direitos fundamentais , Levando-se em conta a 
análise que se faz quanto a sua aplicabilidade, bem como pela sua motivação 
coerente e racional, isto é, por meios de argumentação adequada e aceitável 
na decisão judicial. 
No entanto, lembrando, que a ponderação busca seu sustentáculo na 
proporcionalidade; instituto este que veremos a seguir. 
3.2. O PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE 
 
O princípio da proporcionalidade é dos institutos utilizados para a solução 
de colisão de direitos fundamentais, sendo assim, fundamental o conhecimento 
de seu significado e seu objetivo para poder usá-lo de forma correta e eficiente 
à melhor solução para os conflitos. Segundo Daniela Rezende Archanjo: 
 
A expressão proporcionalidade na sua concepção traz a ideia 
implícita de relação harmônica entre duas grandezas. “Mas a pro-
porcionalidade em sentido amplo é mais do que isso, pois envolve 
também considerações sobre a adequação entremeios e fins e a 
utilidade de um ato para a proteção de um determinado direito.” 
( apud ALMEIDA, 1998). O princípio da proporcionalidade, também 
conhecido de princípio da razoabilidade ou da proibição do excesso, 
“[...] funciona como parâmetro técnico: por meio dele verifica-se se os 
fatores de restrição tomados em consideração são adequados à 
realização ótima dos direitos colidentes ou concorrentes.” ( BARROS, 
2003, p. 30).82 
 
Para que se possa ter uma noção mais completa do princípio da 
proporcionalidade é necessário identificar e compreender a nossa doutrina 
pátria, seguidora da doutrina alemã, que chama de subprincípios ou princípios 
 
81 OLIVEIRA, Cristiane Catarina Fagundes de. Artigo: Normas de Direito fundamentais e o 
modelo de Regras e princípios em Robert Alexy. p. 7 e 8 . Fonte: www.cristianecatarina.com.br 
Acesso em 10/05/2014 
82 ARCHANJO, Daniela Resende. Artigo: O princípio da proporcionalidade na solução de 
colisões de direitos fundamentais. Espaço Jurídico, Joaçaba, v. 9, n. 2, p. 162, jul./dez. 2008. 
Fonte: http://editora.unoesc.edu.br/index.php/espacojuridico/article/view/1914 . Acesso em 
12/05/2014 
46 
 
parciais do princípio da proporcionalidade. Neste sentido Helena Nunes 
Campos explica: 
 
 
A doutrina mais recente constatou e subdividiu este princípio em três 
outros princípios, quais sejam: o princípio da adequação, o princípio 
da necessidade e o princípio da proporcionalidade em sentido estrito. 
Com relação ao subprincípio da adequação, que muitas vezes 
também é denominado de princípio da idoneidade ou princípio da 
conformidade, este traduz a ideia de que qualquer medida restritiva 
deve ser idônea à consecução da finalidade pretendida. Isto é, deve 
haver a existência de relação adequada entre um ou vários fins 
determinados e os meios com que são determinados. Já com relação 
ao subprincípio da necessidade, ou princípio da exigibilidade, busca-
se que a medida restritiva seja realmente indispensável para a 
conservação do direito fundamental e, que não possa ser substituída 
por outra de igual eficácia e, até menos gravosa. Desta forma, de 
acordo com este subprincípio, se há varias formas de se obter aquele 
resultado, impõe que se opte por aquela que irar afetar com menor 
intensidade os direitos envolvidos na questão. Por fim, como o 
terceiro elemento caracterizador do princípio da proporcionalidade, 
encontra-se o subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito. 
Este terceiro princípio parcial caracteriza-se pela idéia de que os 
meios eleitos devem manter-se razoáveis com o resultado 
perseguido. Isto quer dizer que o ônus imposto pela norma deve ser 
inferior ao benefício por ela engendrado. Trata-se da verificação da 
relação custo-benefício da medida, isto é, da ponderação entre os 
danos causados e os resultados a serem obtidos. Desta forma, este 
subprincípio exige uma equânime distribuição de ônus, com a 
utilização da técnica de ponderação de bens ao caso concreto. Sendo 
assim, tem-se que é a partir desta tríplice dimensão que se utiliza o 
princípio da proporcionalidade, isto é, através de um juízo de 
adequação da medida adotada, para que esta possa alcançar o fim 
proposto; através de uma reduzida interferência sobre direitos 
fundamentais individuais, limitando-se ao estritamente necessário 
para atingir a finalidade que a justifica; e, através de uma justa 
medida de ponderação de interesses ao caso concreto.83 
 
 
3.2.1. A ponderação e o principio da proporcionalidade 
 
A ponderação é mostrada por Alexy da seguinte maneira: “quanto mais 
alto é o grau do não cumprimento ou prejuízo e um princípio, tanto maior deve 
ser a importância do cumprimento do outro”. 
Para a solução de colisão da liberdade de expressão com os direitos 
morais nas redes virtuais on line será e caberá ao legislador, que utilizará o 
 
83 CAMPOS, Helena Nunes. Artigo: Princípio da proporcionalidade: a ponderação dos direitos 
fundamentais. Cad. de Pós-Graduação em Dir. Político e Econômico São Paulo, v. 4, n. 1. 
2004 p.29 . Fonte : . www.mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/Mestrado/.../02.pdf . Acesso 
em 20/05/2014 
47 
 
instituto da ponderação dos bens jurídicos atingidos, obstando resolver a 
colisão através do sacrifício mínimo dos direitos em questão. 
Constantemente lemos noticias a respeito de casos de tos intimidade e da vida 
privada ocorrida nas redes sociais, e que causaram algum tipo de malefício as 
vítimas. 
 Quem cometer o ilícito sobre a forma de usar a liberdade de expressão 
ofendendo a honra, a imagem, a intimidade ou a vida privada de alguém 
sofrerá os ditames e rigores da lei pelo dano causado. Contudo a 
racionalização das pessoas atrelada ao uso destas redes sociais parece não 
ter evoluído concomitantemente com a tecnologia atual, pois, precisam saber 
dos riscos ou quiça sabem e se permitem correrem o risco ao postarem uma 
mensagem com conteúdo ofensivo. 
Porém, parece que não somente a tecnologia em si que ameaça a 
intimidade e a vida privada dos usuários, mas sim as pessoas que se utilizam 
da tecnologia e as suas ações que as mesmas adotam que criam as colisões. 
Para resolver estas colisões é preciso que os usuários possuam discernimento 
de seu comportamento, ponderando se a sua informação não irá ferir o direito 
de outrem. Laura Riambau Jahnke Mariotto explica: 
 
Para evitar a preferência ou preponderância de um direito sobre o 
outro, e com vistas a obter uma conciliação dos direitos em conflito, é 
de suma importância a aplicação da proporcionalidade. Esse princípio 
se subdivide em adequação, necessidade, proporcionalidade no 
sentido estrito ou proibição do excesso (razoabilidade). Com relação 
ao subprincípio da adequação deve prevalecer o meio que seja apto, 
útil e apropriado para se chegar ao fim desejado. A necessidade diz 
respeito à interpretação que menos interfira e seja menos prejudicial 
ao direito fundamental apreciado, de modo que dentro das medidas 
disponíveis deva ser escolhida a menos gravosa na limitação de outro 
direito. Por fim, a proporcionalidade no sentido estrito, também 
conhecida como razoabilidade ou proibição do excesso, estabelece 
que as medidas tomadas sejam racionais, exigíveis e que não 
ultrapassem os limites do razoável. Assim sendo, o princípio da 
proporcionalidade deve ser cuidadosamente aplicado no deslinde do 
caso concreto de forma a proteger ao máximo os valores 
constitucionais em conflito, sem que um direito fundamental suprima 
ou prevaleça sobre o outro, mas que a partir da técnica hermenêutica 
da ponderação ou sopesamento, sejam preservados os valores e 
interesses conflitantes. Ao aferir um juízo do “peso” de cada um no 
caso concreto, é necessário que o intérprete faça uma relativização 
da dimensão do âmbito de proteção constitucional de um em relação 
ao outro para que possam conviver harmonicamente em um sistema 
jurídico onde prevalece a unidade da Constituição e a indivisibilidade 
48 
 
dos direitos humanos fundamentais. 84 
 
 
 
Segundo Humberto Ávila, a ponderação sem uma estrutura jurídica e 
critérios materiais, torna-se um instituto de baixa eficácia e pouca utilidade 
para o Direito. O mesmo autor diz que é preciso inserir critérios, ficando assim, 
mais evidente quando a ponderação utiliza-se dos princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade, norteando a ponderação mediante a 
utilização dos direitos fundamentais para assim, gerar seus efeitos. 
Neste sentido segundo o autor, estando a ponderação revestida e 
amparada com estas estruturas, sua eficácia se tornará mais ampla que os 
próprios institutos da proporcionalidade e razoabilidade.85 
 
3.3. A INTIMIDADE E A VIDA PRIVADA NAS REDES SOCIAIS 
 
 
Como anteriormente estudamos os valores da intimidade e da vida 
privada e que os critérios da ponderação para as colisõesno âmbito virtual são 
os mesmos . Por conhecimento notório sabemos que a liberdade de expressão 
exercida sob postagens nas redes sociais se tornam de cunho público em duas 
hipóteses: Se o individuo divulgou as informações ou se o mesmo permitiu tal 
publicação. Segundo Givago Richard Braga Carneiro da Costa: 
 
 
Torna-se, pois, a privacidade como “conjunto de informação 
acerca do individuo que ele pode decidir manter sob seu 
exclusivo controle, ou comunicar, decidindo a quem, quando, 
onde e em que condições, sem a isso poder ser legalmente 
sujeito. A esfera de inviolabilidade, assim, é ampla, “abrange 
o modo de vista doméstico, nas relações familiares e afetivas 
em geral, fatos, hábitos, local, nome, imagem, pensamentos, 
segredos, e, bem assim, as origens e planos futuros do 
individuo”.(SILVA, 2009, pg. 206) 
Embora algumas pessoas saibam, que ali estarão expostas e 
pensam que esses mecanismos de bloqueio de informações 
funcionam, fica declarado que a intimidade nesses casos é 
 
84 MARIOTO, Laura Riambau Jahnke. Artigo: Neonazismo on line: Como enfrentar a colisão de 
direitos fundamentais no ambiente virtual? Fonte: http://www.publicadireito.com.br/artigos 
Acesso em 01/06/2014 
85 ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios – da definição à aplicação dos princípios jurídicos . 
3ª ed. São Paulo, Ed. Malheiros, 2004, p.94-95 
49 
 
violada sim e que podem tomar dimensões impensáveis. Os 
perfis fakes acabam tendo acesso muito fácil às suas fotos, 
mensagens, informações, ciclo de amizades e através de 
seus recados saber onde você está ou estará em um 
determinado momento. Já outros sites nem a opção de 
bloqueio estão disponíveis a seus usuários. Outro site bem 
interessante a ser analisado é o Twitter, uma espécie de diário, que o 
individuo expõe tudo o que tem feito e o que vai fazer, os seus 
sentimentos e pensamentos, algo bem interessante a ser discutido 
sobre o sigilo das informações e o direito à vida privada. O segredo 
da vida privada é condição de expansão de personalidade. Para 
tanto, é indispensável que à pessoa tenha ampla liberdade de realizar 
sua vida privada, sem perturbação de terceiros. São duas variedades 
principais atentados ao segredo da vida privada, nota Kayser: a 
divulgação, ou seja, o fato de levar ao conhecimento do público, ou a 
pelo menos de um número indeterminado de pessoas, os eventos 
relevantes da vida pessoal e familiar; a investigação, isto é, a 
pesquisa de acontecimentos referentes à vida pessoal e familiar, 
envolve-se aí também a proteção contra a conservação de 
documento relativo à pessoa, quando tenha sido obtido por meios 
ilícitos. 
 
 
No entanto, é interessantes lembrar que o teor da verdade da sob as 
esferas da vida privada e da intimidade do individuo postadas nas redes 
sociais, não tem relevância ou importância para o âmbito da proteção, pois é a 
manifestação da liberdade de expressão que caracteriza a violação de direitos 
alheios se estes assim se sentirem lesados de alguma forma. 
 
3.3.1. O direito á imagem nas redes sociais 
 
O direito à imagem está vinculado a tudo que se refere-se a forma 
estética humana, ou sejas, tudo que está ligado ao corpo humano, pois, é 
assim que cada pessoa tem em seu intimo a sua maior particularidade e bem 
que é a sua individualidade. 
Este direito não abrange a situação socioeconômica do individuo como 
renome, fama ou algum outro reconhecimento notório. E mesmo no caso de 
falecimento, seus possíveis herdeiros podem reclamar pelo direito do de cujus, 
havendo assim algum tipo de ilícito quanto à imagem do mesmo. Nas redes 
sociais, este regramento tem a mesma eficácia como sustenta Diogo de Melo 
Braga que usa a expressão internet que também engloba as redes sociais: 
 
Na internet, o ambiente virtual é cenário assaz propício à prática de 
tais condutas odiosas que reclamam energética atitude do Poder 
50 
 
Público ou de quem lhe faça as vezes. Exemplo marcante deste tipo 
de violação é o caso indelével e amplamente divulgado da modelo 
Daniela Cicarelli, quando um cinegrafista amador a flagrou em 
momentos de intimidade com seu namorado em uma praia europeia. 
A cena filmada por um celular foi rapidamente espalhada na rede, 
dispersando-se pela internet de forma exponencial, impossibilitando 
qualquer tentativa de controlar o uso danoso da imagem. Outra 
dentre as várias formas de denegrir a imagem de alguém via internet 
é a utilização de fotomontagens feitas através de programas de 
manipulação de imagens, como o Photoshop, e posteriormente 
vinculadas a sites de relacionamento e redes sociais. 
É de clareza hialina a facilidade com que se pode macular a imagem 
de quem quer que seja no meio virtual, que, dada à impunidade do 
agressor, ganha ainda mais força. Muitas vezes o que dificulta as 
tentativas de coibir tais práticas e puni-las com austeridade é a 
facilidade com que se apagam os vestígios deste tipo de agressão, 
dificultando a constituição de alguma prova. Para tanto, se 
recomenda a utilização de uma ata notarial para que o tabelião de 
notas faça a prova de uma página da internet que contenha tal 
violação e possa vir a desaparecer. A ele caberia, pois, detalhar 
minuciosamente o ocorrido, garantindo fé pública ao documento.86 
 
 
 
É pertinente citar também que a pauta em questão é de valor tão 
valoroso que também é tratado no artigo 20 do Código Civil (lei 10.406 de 10 
de janeiro de 2002). Tal norma assim dispõe: “Salvo se autorizadas, ou se 
necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a 
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição 
ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu 
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a 
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinarem a fins comerciais. 
3.3.2. O direito à honra nas redes sociais 
 
O direito à honra, e a reputação ou consideração social, compete a 
honra externa ou objetiva e a interna ou subjetiva. Abrange como um direito da 
personalidade que atual na esfera do direito civil, mas por ter sido citada pela 
Constituição Federal (inciso X do art. 5º, CF/88) como integrante dos direitos 
fundamentais, amplia sua competência não somente aos particulares, mas 
também abrange com a mesma competência e vigor da lei na esfera pública. 
 
86 BRAGA, Diogo de Melo, BRAGA, Marcus de Melo , ROVER, Aires José. Artigo: 
Responsabilidade Civil das Redes Sociais no Direito Brasileiro . 40JAIIO - SID 2011 - ISSN: 
1850-2814 – p. 145. Fonte: http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/aires_braga.pdf. 
Acessado em 08/06/2014. 
51 
 
Para haver a consumação da colisão frente aos direitos da 
personalidade não há a necessidade de derramamento de lágrimas ou que 
tenhas causado algum tipo de sofrimento real ao individuo . Está configurado 
pelo aparente desiquilíbrio emocional ou psíquico do ente que foi de alguma 
forma atingido por este propósito. Para que haja a lesão contra a honra é 
necessário constar dois itens: o dano fato e o dano consequência. O dano fato 
é a ocorrência do fato em si, que torna legitimo o dano à honra ao direito da 
personalidade. O dano consequência é o que leva a extensão do dano, suas 
consequências, ou seja, os reflexos projetados no indivíduo. Neste sentido 
Diogo de Melo Braga complementa: 
 
 Na internet, a informação se propaga em velocidade inimaginável, 
não sendo possível prever com rigor seu alcance, muito menos o 
público a que terá acesso. Quando uma informação injuriosa é 
lançada na rede, o dano é muitas vezes devastador, sendo 
praticamente impossível lograr êxito no restabelecimento da honra do 
ofendido que sofreu o opróbrio perpetrado no meio virtual. A 
utilização de nicknames, apelidos virtuais, facilita tal ação de 
humilhação, sendo uma claraforma de esconder a verdadeira 
identidade daquele que se expressa na web. 
Ademais, muitas redes sociais permitem que seus utentes se 
mascarem sobre o manto do anonimato no intuito de praticar as mais 
sórdidas e nefastas condutas, o que resulta na dificuldade em reprimir 
as contumélias praticadas na rede.87 
 
 
Neide Bueno, nesta lógica, nos ensina que o crime contra a honra é um 
dos mais comuns praticados na internet e redes sociais. Considerando que a 
tutela de direitos de personalidade nestas plataformas virtuais tem sido uma 
tendência atual e notória dentro da esfera das relações privadas, o tema deve 
ser focado, necessariamente, avaliando as novas condutas praticadas pelos 
usuários da Internet e das redes sociais.88 
 
 
 
 
87 BRAGA, Diogo de Melo, BRAGA, Marcus de Melo , ROVER, Aires José. Artigo: 
Responsabilidade Civil das Redes Sociais no Direito Brasileiro . 40JAIO - SID 2011 - ISSN: 
1850-2814 – p. 145. Fonte: <http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/aires_braga.pdf> 
Acessado em 10/06/2014 
88 BUENO, Neide. Breves considerações sobre os crimes eletrônicos e a Regulação da internet 
(marco civil) Artigo publicado no Boletim ASPI nº 39 , p.03 Março 2013. Fonte: 
http://riccipi.com.br/wp-content/uploads/2013/10/doutrina_01.pdf. Acessado em 10/06/2014 
 
52 
 
 
.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Estamos atualmente em um mundo tecnológico muito avançado, no 
qual, a integração homem e internet caminham lado a lado com seus 
dispositivos móveis que gravam fotogravam e compartilham tudo que se 
registra através destes dispositivos ( Notebooks, celulares e ipads ) em tempo 
real. 
Com este fenômeno, adultos, jovens e crianças sem se darem conta, 
tornam-se desenvolvedores de conteúdos, jornalistas e formadores de opiniões 
e criticas, exercendo seu direito de liberdade de expressão no momento que 
registram seus conteúdos nas redes sociais; sem terem a mínima noção que 
este “brinquedo” chamado popularmente de “rede social” não possui a 
ponderacidade de entender que seus atos, podem incorrer como prova 
documental contra o usuário futuramente. 
No entanto, conforme mostra o trabalho, o nosso ordenamento jurídico, 
atende muito bem as demandas desta nova realidade tecnológica e mostra-se 
muito mais além desta nova realidade. 
A principal conclusão com o presente trabalho, é que a nossa doutrina 
jurídica está apta a buscar a melhor solução para os litígios gerados na internet 
como um todo, e em todas as ramificações do direito seja cível ou criminal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
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