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Doenças do Metabolismo de Glicogênio

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UNIVERSIDADE VILA VELHA 
UNIDADE ACADÊMICA CAMPUS BOA VISTA 
CURSO DE FISIOTERAPIA 
 
 
ANANDA DIONISIO, GABRIEL CORDEIRO, LARISSA MOREIRA, MOISÉS 
GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS RELACIONADAS AO METABOLISMO DE GLICOGÊNIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANANDA DIONISIO, GABRIEL CORDEIRO, LARISSA MOREIRA, MOISES 
GOMES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS RELACIONADAS AO METABOLISMO DE GLICOGÊNIO 
 
Trabalho apresentado para a disciplina 
Bioquímica, pelo Curso de Fisioterapia da 
Universidade de Vila Velha – UVV, 
ministrada pela professora Girlandia 
Alexandre Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO 4 
2 METABOLISMO DO GLICOGÊNIO 5 
2.1 Síntese do glicogênio; 
2.2 Degradação do glicogênio; 
3​ GLICOGENOSES 7 
3​.1 T​ipo 0; 
3.2 Tipo I (doença de Von Gierke); 
3.3 Tipo II (doença de Pompe); 
3.4 Tipo III (doença de Cori); 
3.5 Tipo IV (síndrome de Andersen); 
3.6 Tipo V (doença de McArdle); 
3.7 Tipo VI (doença de Hers); 
3.8 Tipo VII (doença de Tarui); 
3.9 Tipo VIII; 
3.10 Tipo IX; 
2.1.11 Tipo X; 
2.1.12 Tipo XI (síndrome de Fanconi-Bickel); 
2.1.13 Tipo XII. 
3 CONCLUSÃO 20 
REFERÊNCIAS 21 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem como objetivo revisar o conhecimento previamente 
adquirido em sala de aula sobre o metabolismo do glicogênio e sua importância, 
bem como se aprofundar mais no tópico, estudando as implicações que a 
degradação do glicogênio podem gerar no corpo humano, e as características e 
diferenciações de cada doença. 
 
 
 
 
 
2 METABOLISMO DO GLICOGÊNIO 
O glicogênio é o principal polissacarídeo de reserva e animais, atua como 
forma de armazenamento de açúcares e regulação dos níveis glicêmicos. É um 
polímero com estrutura ramificada, constituído por resíduos de glicose unidos por 
ligações glicosídicas Ⲁ-1,4 e ramificações Ⲁ1-6. 
No fígado, a produção e degradação do mesmo cumprirão o papel de suprir 
as necessidades do organismo, cuidando da manutenção da glicemia entre as 
refeições, tambem sendo usada como reserva para a atividade muscular intensa, e 
sendo levada tambem para outros orgãos por ter mais de 10% de peso constituído 
de glicogênio, o tornando o principal tampão de níveis de glicose no sangue. 
Nos músculos, ele tambem passa pelos processos de síntese e degradação, 
mas apenas para suprir as necessidades internas do tecido. 
 
2.1 Síntese do glicogênio 
Ocorre essencialmente através do glicogênio sintase, que vai utilizar a uridina 
difosfato-glicose (UDP) como um substrato, e o estado final do glicogênio como 
outro. Inicialmente, a glicose transportada será fosforilada em glicose-6-fosfato 
através da reação catalizadora glicoquinase. 
O resultado dessa reação passará pela conversão para glicose-1-fosfato 
através da enzima fosfoglicomutase. Em seguida acontece a ligação da 
glicose-1-fosfato a uridina-trifosfato (UTP) que irá formar os produtos UDP e 
pirofosfato (PPi). Por fim, o UDP será convertido em glicogênio utilizando o 
glicogênio sintase, como explicado anteriormente. 
 
 
 l 
 ​Fonte: desenvolvimentovirtua 
 
2.2 Degradação do glicogênio 
Ocorre com a ação da fosforilase, que vai remover um resíduo da glicose, 
efetuando para isso a quebra de uma ligação Ⲁ-(1,4), gerando a glicose-1-fosfato. 
Em seguida, o produto da primeira reação então, será convertido em 
glicose-6-fosfato pela fosfoglicomutase, que vai transferir o grupo fosfato da enzima 
para o C-6 da glicose-1-fosfato gerando uma glicose intermediária. O fosfato vai 
retornar a enzima e a regenerar, o que irá liberar a glicose-6-fosfato. 
Por fim, no fígado, a ação da glicose-6-fosfato irá conduzir a glicogenólise 
para a criação da glicose livre e a manutenção da concentração da mesma no 
sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:desenvolvimentovirtual. 
3 GLICOGENOSES 
Deficiências de cunho hereditário, envolvendo enzimas específicas atuantes 
na síntese ou degradação de glicogênio geralmente de caráter autossômico 
recessivo, são conhecidas como glicogenoses. A condição foi primeiro constatada 
por Von Gierke em 1929, e por isso, uma das formas recebe seu nome. 
A deficiência enzimática resulta em maior concentração do glicogênio em 
diversos tecidos do organismo. Há várias manifestações diferentes dessas 
deficiências, podendo ser de cunho muscular (atuante no músculo), hepática 
(atuante no fígado) ou dos dois tipos. Elas se diferem tambem no efeito enzimático, 
na idade em que se manifesta e na gravidade que os sintomas afetarão os 
pacientes. 
 
3.1 Glicogenose Tipo 0 
 
A glicogenose do tipo 0 é caracterizada por uma deficiência na enzima 
glicogênio sintase. É uma doença extremamente rara, surgindo geralmente na 
infância ou na primeira infância. A glicogenose do tipo 0 é herdada 
autossomicamente recessivamente, ou seja, ambos os pais são portadores 
saudáveis de uma gene que sofreu mutação. 
Os sintomas incluem fadiga de manhã e hipoglicemia em jejum, associada a 
hipercetonemia mas sem hiperalaninemia ou hiperlactacidemia e aumento do fígado 
durante a infância. Após as refeições, é observada maior hiperglicemia associada a 
aumento de lactato, alanina e hiperlipidemia. Os sintomas surgem porque a falta da 
enzima glicogênio sintase inibe a formação de glicogênio. 
O diagnóstico é feito com o teste de sobrecarga de glicose, porém o 
diagnóstico formal exige uma biópsia hepática mostrando uma concentração de 
glicogênio ligeiramente diminuída e provas da deficiência enzimática. A análise 
molecular revelando uma mutação enzimática no gene GYS2 confirma o diagnóstico. 
O tratamento requer uma dieta que inclui refeições frequentes com alto consumo de 
proteínas durante o dia e a adição de amidos crus a noite. O prognóstico é bom 
para maioria das pessoas, mas em crianças que tiverem períodos repetidos de 
hipoglicemia precocemente, a doença pode levar a danos cerebrais permanentes. 
 
3.2 Glicogenose Tipo I (doença de Von Gierke) 
 
A glicogenose tipo I é herdada de forma autossômica recessiva, e tem dois 
tipos, sendo elas, Ia e Ib que são as formas mais comuns e mais graves de 
glicogenose hepática. A tipo Ia com deficiência na enzima glucose-6-fosfatase e Ib 
na enzima glucose-6-fosfato translocase, e são caracterizadas por baixa tolerância 
ao jejum, atraso do crescimento e hepatomegalia resultantes da acumulação de 
glicogénio e de gordura no fígado. 
O tipo IA é o mais frequente, ocorre por uma disfunção no sistema G6P, uma 
etapa fundamental na regulação da glicemia. O déficit refere-se a subunidade 
catalítica G6P-alfa (tipo IA) que é restrita a expressão no fígado, rim e intestino, ou 
ao transportador ubíquo de G6P expresso ( tipo Ib). Manifesta-se entre as idades de 
3 a 4 meses, por sintomas de hipoglicemicos (tremores, convulsões, cianose, 
apneia). É possível observar também, retardo no crescimento e puberdade tardia. O 
fígado é frequentemente aumentado ao nascer, mas os sintomas, são notados mais 
tarde quando o aumento do fígado se torna muito perceptível. 
Períodos prolongados de hipoglicemia ativam mecanismos que levam a 
muitas sequelas metabólicas. O aumento da produção de lactato, leva, entre outras 
coisas, a acidose láctica, e ela leva adesconfortos estomacais, dor muscular, 
fraqueza, falta de energia, inconsciência e tem grande impacto em fatores de 
crescimento. Além disso, períodos prolongados de hipoglicemia também podem 
aumentar muito a quantidade de lipídios sanguíneos, como triglicérides e colesterol, 
especialmente o LDL que é prejudicial a saúde. Outra consequência da hipoglicemia 
prolongada é que as plaquetas não funcionam bem, afetando a capacidade do 
sangue de coagular. O aumento da concentração de ácido úrico faz com que cristais 
de acido acido urico se formem nas articulações do corpo, o que pode levar a 
episódios de inflamação articular dolorosa, entre outros sintomas temos também, o 
aumento de sangramento dos rins, é obviamente afetará sua função. 
O tipo Ib, está relacionado com o transporte deficiente de glicose-6-fosfato, 
essa enfermidade compromete a glicemia, uma vez que o glicogênio estocado não é 
metabolizado pelas células hepáticas e renais, contribuindo para o quadro de 
hipoglicemia, hepatomegalia, retardo no crescimento entre outros. Portanto, o tipo Ib, 
produz sintomas semelhantes aos do tipo IA, porém são mais leves. 
O diagnóstico pode ser feito por uma investigação clínica, esse estudo inclui 
um mapeamento metabólico que é feito através de medições diárias de glicose, 
lactato e cetona no sangue. O diagnóstico é confirmado pela análise de DNA. O tipo 
IA e Ib pode ser tratada com dieta, o objetivo é normalizar os níveis de glicose no 
açúcar no sangue durante todos as horas do dia. Isso é feito adicionando amido de 
milho ou outros açúcares complexos em intervalos frequentes. O tipo Ib tem uma 
especificidade, que seria o tratamento com fator de crescimento específico do corpo 
G-CSF. O transplante de fígado é indicado para casos mais graves. É importante 
que pessoas com glicogenose hepática sejam monitoradas regularmente ao longo 
de suas vidas com exames dos órgãos que podem ser afetados pela doença. 
 
3.3 Glicogenose Tipo II (doença de Pompe) 
 
A glicogenose tipo II, é uma doença grave e muitas vezes fatal, com 
característica autossômica recessiva, em que há um acúmulo de glicogênio 
lisossômico, primordialmente, nas células dos tecidos musculares, como resultado 
da deficiência da enzima alfa-glicose ácida. A falta de enzima impede o corpo de 
quebrar o glicogênio armazenado nos lisossomos. A doença é causada por uma 
mutação no gene GAA. O gene é um modelo para a produção da enzima maltase 
ácida (alfa-1,4-glicosidase / alfa-1,6-glicosidase). A tarefa dessa da enzima é 
decompor o glicogênio em glicose nos lisossomos. Esse acúmulo ocorre em muitos 
tecidos do corpo, causando danos aos tecidos, especialmente nos músculos e no 
coração. As formas iniciais da glicogenose tipo II, são geralmente divididas em dois 
tipos, glicogenose tipo IIa (forma infantil clássica) e Glicogenose tipo IIb (forma 
infantil não clássica). Os dois tipos apresentam insuficiências respiratórias e 
cardíacas e seu tratamento é feito com a adição de enzimas, porém, mesmo com o 
tratamento, as crianças têm o coração afetado e podem morrer com insuficiência 
cardíaca futuramente. 
 
3.3.1 Glicogenose tipo IIa (forma infantil clássica) 
 
No tipo IIa os sintomas às vezes aparecem no feto como movimentos fecais 
fracos, mas geralmente a doença começa durante o período do recém-nascido ou 
durante os primeiros meses de vida. a característica das crianças com a doença são: 
dificuldade para respirar e muitas infecções respiratórias, aumento cardíaco, tônus 
reduzido e as crianças ficam musculosas, a perda auditiva também pode ocorrer, 
sem o tratamento com a adição da enzima, as crianças precisam de suporte 
respiratório antes dos seis meses de idade e morrem da doença em um ou dois anos 
devido a insuficiência cardíaca. 
 
3.3.2 Glicogenose tipo IIb (forma infantil não clássica) 
 
No tipo IIb os sintomas aparecem mais tarde no primeiro ano de vida na forma 
de fraqueza muscular progressiva um pouco mais lenta. Esses sintomas são: 
aumento nos músculos da panturrilha fraqueza muscular e problemas respiratórios, 
a função do coração não é tão afetada como no tipo IIa. Como na IIa, o tratamento é 
feito com adição de enzimas, mas com o tempo o coração pode ser afetado. 
 
3.3.3 Formas de início tardio, diagnóstico e tratamento 
 
As formas de início tardio podem aparecer a qualquer momento, desde a 
primeira infância até os 60 anos. Frequentemente, os sintomas ocorrem nos anos 
20-30, sob a forma de uma fraqueza muscular que progride lentamente, com efeito 
iniciais nos músculos respiratórios. O diagnóstico é feito com vários testes 
laboratoriais, como por exemplo, exames de sangue na enzima muscular creatina 
quinase, mas também temos, a biópsia muscular, entre outras formas várias de se 
obter o diagnóstico, Como tratamento, temos a terapia enzimática, mas ela somente 
irá retardar a doença, pois nao tem cura. 
 
3.4 Glicogenose Tipo III (doença de Cori) 
 
A glicogenose do tipo III (GSD 3) é um transtorno causado pela deficiência da 
enzima desramificadora do glicogênio que possui dois locais catalíticos: 
amilo-1,6-glicosidase e 4-alfa-glucanotransferase. É caracterizado por fraqueza 
muscular e grave hepatopatia. A doença é causada por mutações no gene AGL 
(1p21), levando a uma deficiência no GDE que se associa a glicogênio fosforilase 
para catalisar o glicogênio. A deficiência pode ocorrer no fígado e no músculo ( GSD 
3a) ou apenas no fígado (GSD3b). A transmissão é autossómica recessiva. 
Esse distúrbio ocorre geralmente na infância e provoca um acúmulo de 
glicogênio no citosol celular, dificultando o funcionamento, principalmente do fígado 
e dos músculos. Existe relato da prevalência dessa patologia na população norte 
africana com ascendência judaica, e de acordo com os sinais e sintomas, pode ser 
classificada em quatro subtipos (IIIa, IIIb, IIIc e IIId) acometendo o organismo de 
formas distintas. 
Os subtipos IIIa e IIIc afetam as células hepáticas e musculares causando 
miopatías, os tipos IIIb e IIId afetam somente os hepatócitos. Todos os tipos 
observa-se a hepatomegalia na infância e a incidência dos subtipos IIIa e IIIb é maior 
em relaçao os outros subtipos. 
Como sintomas nos temos, atraso no crescimento, convulsões , hipoglicemia, 
hipotonia muscular e miocardiopatia hipertrófica. Alguns sintomas podem 
desaparecer com a idade adulta, como a hepatomegalia, já a fraqueza muscular é 
lentamente progressiva. Os sintomas geralmente melhoram durante a puberdade, 
exceto nos poucos casos em que surge cirrose hepática ou miopatia. Os achados 
biológicos incluem hipoglicemia sem acidose, hipertrigliceridemia e 
hipertransaminasemia durante a infância. 
O diagnóstico é baseado na evidência da deficiência enzimática em 
leucócitos frescos, fibroblastos, ou numa biopsia de figado ou de músculo. Ao 
contrário da GSD tipo 1, existe uma resposta ao glucagon após as refeições. O 
diagnóstico pré-natal é possível por teste enzimático e energético. O tratamento é 
baseado numa dieta específica, com alimentação enteral por sonda nasogástricadurante a noite em caso de hipoglicemia, refeições frequentes e suplementos crus 
de amido. Para os doentes com miopatia, é também recomendada uma dieta rica em 
proteínas. Raramente, os doentes desenvolvem complicações como insuficiência 
hepática ou carcinoma hepatocelular. 
 
3.5 Glicogenose Tipo IV (Síndrome de Andersen) 
 
Esta glicogenose está relacionada a deficiência na enzima de ramificação do 
glicogênio (alfa-1,4-glucano-6-alfa-glicosiltransferase), que causa uma má 
ramificação do glicogênio. Causando o armazenamento de glicogênio desalinhado 
em vários órgãos. É um glicogenose herdada de maneira autossômica recessiva. 
 
3.5.1 Descrição Clínica 
 
 A doença no armazenamento do glicogênio tipo IV pode se manifestar de 
diversas formas, variando de idade, gravidade, ou característica clínica, podendo 
afetar o fígado ou o sistema neuromuscular. São dividas em 5 subtipos: 
Subtipo neuromuscular perinatal fatal: No período pré-natal apresenta 
diminuição ou ausência de movimentos fetais, polidrâmnio e hidropisia fetal. Ao 
nascer apresenta ​artrogripose, hipotonia grave e atrofia muscular. Nesse subtipo a 
morte ocorre geralmente no período neonatal (entre o nascimento a 28 dias de vida). 
Subtipo neuromuscular congênito: Inicia no período neonatal apresentando 
hipotonia, dificuldades para respirar e um mal bombeamento do sangue pelo 
coração causado por ​cardiomiopatia dilatada​. Neste subtipo a morte ocorre 
geralmente na primeira infância(de 0 a 4 anos). 
 Subtipo neuromuscular da infância: É raro e de curso variável, variando no 
início da segunda década de vida com um curso leve apresentando ​miopatia 
progressiva crônica e cardiomiopatia dilatada(em alguns indivíduos), ​que evolui até 
um curso mais grave da doença, resultando em morte morte na terceira década de 
vida. 
Subtipo hepático clássico (progressivo): Os bebês podem aparentar normais 
ao nascer, mas rapidamente se percebe falhas no desenvolvimento, apresentando 
hepatomegalia, disfunção hepática, cirrose hepática progressiva com hipertensão 
portal, ascite e varizes esofágicas, hipotonia e cardiomiopatia. Sem transplante 
precoce do fígado a morte geralmente ocorre até os cinco anos de idade. 
Subtipo hepático não progressivo: As crianças que apresentam esse subtipo 
apresentam ​disfunção hepática, miopatia e hipotonia na infância, porém a doença 
não apresenta progressão e é provável que a pessoa sobreviva e podem não 
apresentar ​problemas cardíaco, muscular esquelético ou neurológico. 
 
3.5.2 Métodos de Diagnóstico 
 
O diagnóstico é baseado nos achados bioquímicos de uma biópsia do tecido 
hepático ou muscular com acúmulo de glicogênio anormalmente ramificado. Inclui 
também uma investigação genética e um estudo diário dos corpos de glicose, lactato 
e cetona no sangue. A confirmação do diagnóstico é feita por teste de 
DNA(​identificando variantes patogênicas bi-alélicas do GBE1)​, pela confirmação da 
deficiência da enzima de ramificação do glicogênio(GBE, glycogen branching 
enzyme) nos fibroblastos do fígado, músculo. O diagnóstico pré-natal é feito por 
teste enzimático ou genético. Os diagnósticos diferenciais incluem galactosemia, 
hidropsia fetal, e tirosinemia. 
 
3.5.3 Tratamento 
Não há tratamento específico. Mas se faz necessário uma equipe 
multidisciplinar incluindo especialistas em hepatologia, neurologia, nutrição, genética 
médica ou bioquímica e desenvolvimento infantil. Nas formas hepáticas graves o 
transplante hepático precoce é a única opção de tratamento. 
3.6 Glicogenose Tipo V (doença de McArdle) 
 
A glicogenose tipo V (doença de McArdle), também chamada de deficiência 
de miofosforilase, ocorre devida à falta de função da enzima glicogênio fosforilase 
encontrada no músculo e comumente chamada de miofosforilase. É uma forma 
grave da doença de armazenamento de glicogénio caracterizada pela intolerância ao 
exercício. É causada pela alteração no gene PYMG responsável pela produção da 
fosforilase, sendo ela uma doença hereditária autossômica recessiva. 
 
3.6.1 Descrição Clínica 
 
 A doença se manifesta geralmente antes da puberdade, podendo ocorrer no 
início da infância, aparecendo como um cansaço intenso. Em alguns casos a doença 
não é diagnosticada até a fase adulta, devido ao lento agravamento da fraqueza 
muscular e dos demais sintomas. Pessoas afetadas com essa doença apresentam a 
síndrome de intolerância ao exercício muscular caracterizada por mialgia, cãibras, 
rigidez e fraqueza nos músculos durante o estresse, por exemplo, ao correr, 
caminhar, levantar ou carregar. Esses sintomas ocorrem por causa da falta de 
energia para o trabalho muscular. 
Isso se deve pois a miofosforilase é responsável pela degradação do 
glicogênio armazenado em glicose, que é usada para a energia do trabalho 
muscular, a principal fonte de energia do corpo durante os exercícios de alta 
intensidade, tanto aeróbios quanto anaeróbios, essa patologia causa a falta de 
miofosforilase, fazendo com que haja acúmulo de glicogênio no tecido, além de 
obrigar o corpo a usar mais gorduras e fosfatos (trifosfato de adenosina e 
fosfocreatina) para a geração de energia. 
 
3.6.2 Métodos de Diagnóstico 
 
O diagnóstico é feito com o teste do antebraço onde é observada a ausência 
do aumento de lactato no sangue. O diagnóstico também é feito com a descoberta 
do excesso de glicogênio nos tecidos, e a partir de uma biópsia muscular observar 
se no tecido há a falta da enzima miofosforilase. 
 
3.6.3 Tratamento 
 
Não há nenhum tratamento, mas existem várias opções terapêuticas para 
amenizar os sintomas e aumentar a capacidade de atividade física, como, exercício 
físico controlado a fim de desenvolver a aptidão cardiorrespiratória e a capacidade 
oxidativa muscular, e a alta ingestão de carboidratos simples antes das atividades 
para melhorar a tolerância de atividade. 
 
3.7 Glicogenose Tipo VI (doença de Hers) 
 
A doença de armazenamento de glicogénio por deficiência de fosforilase 
hepática, ou doença de armazenamento de glicogênio tipo de 6b (doença de Hers, 
GSD 6) é uma forma benigna e rara da doença de armazenamento de glicogénio. A 
transmissão é autossómica recessiva, e são encontradas mutações no gene PYGL. 
 
3.7.1 Descrição Clínica 
 
A glicogenose tipo VI é uma forma mais suave desse distúrbio do 
armazenamento do glicogênio, que geralmente se apresenta na infância com 
distensão abdominal, restrição do crescimento e em alguns casos hipoglicemia leve. 
A hipoglicemia, quando presente, é leve e pode se manifestar após um jejum 
prolongado. A hipoglicemia cetótica após um jejum noturno é a característica mais 
aparente da glicogenose tipo VI. 
Na criança não tratada ocorre hepatomegalia, baixo crescimento, hipoglicemia 
cetótica, transaminases hepáticas elevadas, hiperlipidemia e baixo nível de 
pré-albumina. As complicações mais comuns no cenário de controle metabólico 
abaixo do ideal incluem baixa estatura, puberdade tardia, osteopenia e osteoporose. 
Após a puberdade, as pessoas com glicogenose tipo VI geralmente não são mais 
afetadas pela doença. 
 
3.7.2 Métodos de Diagnóstico 
 
O exame é baseado em exames que revelam glicogênio em excessoe 
deficiência parcial da fosforilase total e ativa na biópsia hepática. 
 
3.7.3 Tratamento 
 
Para alguns pacientes não há a necessidade de tratamento, mas quando há é 
feito com a ingestão de ​amido de milho e proteínas para melhorar o crescimento, a 
resistência e melhorar as anormalidades bioquímicas, incluindo hipoglicemia e 
cetose. 
 
3.8 Glicogenose Tipo VII (doença de Tarui) 
 
Essa glicogenose do tipo VII é a deficiência da ​fosfofrutoquinase muscular 
(PFK), é uma doença rara (cerca de 100 casos em todo o mundo) caracterizada por 
fadiga e intolerância ao esforço muscular. A patologia é causada por mutações no 
gene PFKM (12q13) que codifica a isoenzima muscular de PFK, uma enzima 
importante na quebra da glicose durante o esforço e trabalho muscular anaeróbico. 
 A patologia é autossómica recessiva. 
 
3.8.1 Descrição Clínica 
 
 A doença de Tarui prejudica a capacidade da célula muscular de degradar 
glicose, isso é responsável pela célula não conseguir obter energia suficiente para o 
trabalho muscular podendo romper ou ser danificada. A intolerância ao exercício é 
mais grave que a intolerância da glicogenose tipo V, ​a gravidade da doença varia 
muito de pessoa para pessoa. Os sintomas são dor muscular, fraqueza muscular e a 
baixa tolerância a exercícios chegando rapidamente a fadiga muscular. Cãibras 
musculares ocorrem com mais frequência durante o trabalho muscular mais intenso. 
Na maioria dos casos a doença resulta em maior degradação dos glóbulos 
vermelhos, o que pode levar a diversos graus de icterícia. A coagulação sanguínea 
também pode ser afetada, formando coágulos e complicações no coração e nos 
vasos sanguíneos. 
 
3.8.2 Métodos de Diagnóstico 
 
A suspeita da doença, pode ser feita durante a infância quando a criança 
apresenta dores e câimbras após atividades musculares moderadas. ​O diagnóstico é 
feito com testes que demonstram a alta de glicogênio anormal e a deficiência 
enzimática na biópsia muscular enquanto a taxa de eritrócitos é maior que 50%. 
 
3.8.3 Tratamento 
 
O único tratamento possível é evitar exercício físico intenso. Os carboidratos 
conduzem a um pior desempenho muscular (pela diminuição de ácidos gordos livres 
e corpos cetónicos). A mioglobinúria pode levar a insuficiência renal. 
 
3.9 Glicogenose Tipo VIII 
 
Na glicogenose tipo VIII mesmo contendo a enzima fosforilase-b-quinase, 
ocorre uma “ineficiência funcional” desta, que consequentemente prejudica o 
metabolismo de glicogênio. Pode ser causada por mutações em 3 diferentes genes 
dessa enzima: PHKA2, PHKB e PHKG2 (BURWINKEL et al., 2003). 
Em geral, é recorrente na infância e os sintomas se encerram ao paciente 
chegar na puberdade. Estes podendo se manifestar de duas maneiras: a mais 
comum é a branda em que ocorre um aumento do tamanho do fígado 
(hepatomegalia), retardo do crescimento, níveis aumentados de lipídeos e 
aminotransferase. Já na mais grave (e mais rara), se apresentam quadros de 
hipoglicemia - em períodos de jejum - e até mesmo um crescimento anormal da 
histologia do fígado, podendo gerar um quadro de cirrose 
 
3.10 Glicogenose Tipo IX 
 
Essa glicogênese está relacionada a uma deficiência da enzima 
fosforilase-quinase hepática ou da fosforilase quinase muscular ambas que 
participam da glicogenólise. É mais comum em homens por ser uma doença 
recessiva ligada ao cromossomo X, e tem sua prevalência na infância. 
A enzima hepática é mais comum e a gravidade de seus sintomas dependem 
de qual subunidade vai ser afetada (alfa, beta, gama e delta) (BEAUCHAMP et al., 
2007). Nesse caso os sintomas vão ser: hepatomegalia precoce, atraso no 
crescimento e índices altos de cetona no sangue e urina. 
Agora retratando sobre a falta da enzima muscular -considerada mais rara- na 
qual ocorre sintomas mais graves como: mialgia, cãibras musculares, fraqueza 
muscular progressiva entre outros sintomas com relação a musculatura do indivíduo 
acometido. 
Esse tipo de glicogênio assim como os tipos III e VI são mais benignos e 
podem ser controlados por uma alimentação balanceada e sem muito consumo de 
carboidratos, deve - se evitar principalmente a sacarose e ter um uso frequente e 
regular de amido de milho cru. 
 
3.11​ ​Glicogenose tipo X 
 
A glicogenose tipo X é considerado um raro distúrbio que apresenta uma 
deficiência na enzima fosfoglicerato mutase, sendo que a falta desta no metabolismo 
gera um acúmulo de glicogênio nos músculos. nesse caso os principais sintomas 
são: intolerância aos exercícios, cãibras, mioglobinúria e fraqueza . 
 
3.12 Glicogenose tipo XI (síndrome de Fanconi-Bickel) 
 
Essa doença rara afeta o armazenamento de glicogênio, sendo autossômica 
recessiva e apresenta 34 mutações no gene GLUT2 - ainda não se sabe qual 
enzima que apresenta defeito nessa patologia. Segundo Setoodeh e Rabbani (2012) 
Os sintomas dessa patologia são hepatomegalia, acidose tubular renal proximal e 
retardo de crescimento acentuado. Nesse caso o acúmulo de glicogênio se encontra 
no fígado e nos rins. 
 
3.13 Glicogenose XII 
 
Essa glicogenose está relacionada a substituição de um aminoácido da 
enzima aldolase - essa que se encontra nos músculos esqueléticos e eritrócitos - 
gerando assim um quadro de miopatia e anemia hemolítica hereditária. Os 
principais sintomas característicos da doença são intolerância ao exercício e 
fraqueza após doença febril. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 CONCLUSÃO 
Através do estudo aprofundado que foi conduzido para a construção do 
presente trabalho, se tornou mais evidente a importância do glicogênio na 
manutenção do corpo humano, sendo uma grande fonte de glicose que beneficia 
não apenas os órgãos em que é produzido, majoritariamente pelo fígado e 
músculos, mas grande parte do corpo, como o cérebro, que consome cerca de 75% 
da glicose diária através da via aeróbica. Além da produção ele também vai atuar 
regulando os níveis glicêmicos e serve de reserva em casos de atividades físicas 
extremas. 
Cientes de tais informações, foi feita uma observação de como a glicogenose, 
que se caracteriza por um conjunto de doenças hereditárias que envolvem enzimas 
presentes no funcionamento adequado do metabolismo do glicogênio, podem gerar 
complicações ao ser humano, desde problemas mais leves até consequências 
graves. 
O trabalho também possibilitou ao grupo um importante entendimento de 
como os estudos da bioquímica podem ser perceptíveis na vivência estudantil 
enquanto futuros profissionais da saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
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