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Descreva as 11 doenças do metabolismo do glicogenio 1

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Descreva as 11 doenças do metabolismo do glicogenio, relacionando a etiologia 
com o sintoma clinico e tratamento, quando possível. 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
TIPO I: DOENÇA DE von GIERKE 
A deficiência de glicose-6-fosfatase é um distúrbio genético autossômico recessivo 
que incide em uma de cada 100.000 a 400.000 pessoas. Este distúrbio costuma 
manifestar-se já nos primeiros 12 meses de vida através da hipoglicemia sintomática 
ou pela detecção de hepatomegalia. Pacientes ocasionais experimentam hipoglicemia 
no período neonatal imediato e alguns raros nunca chegam a apresentar hipoglicemia. 
Os achados característicos incluem uma face arredondada e bochechuda, um abdome 
protuberante devido à acentuada hepatomegalia e extremidades finas. A 
hiperlipidemia pode causar xantomas eruptivos e lipemia retiniana. A esplenomegalia 
não se manifesta ou é descrita, embora um aumento vultoso do lobo hepático 
esquerdo possa ser confundido com esplenomegalia. O crescimento geralmente é 
normal durante os primeiros meses de vida; posteriormente, sobrevem retardo no 
crescimento e a adolescência sofre atrasos. O desenvolvimento metal costuma ser 
normal, exceto nos casos de lesão por hipoglicemia. 
Como já foi dito é uma deficiência da enzima glicose-6-fosfatase, a expressão clínica 
desta alteração é muito diferente da de outras formas de glicogenose. Por exemplo. A 
hipoglicemia produzida pelo jejum pode ser extrema e, em combinação com acidose 
láctica, a hiperlipidemia, caracteriza os pacientes do tipo I. o mecanismo responsável 
pelas alterações marcantes do metabolismo dos carboídratos, foi recentemente 
revisada e resulta sobretudo da produção excessiva de substrato em resposta à queda 
da glicose sangüínea. 
Tratamento: A reversão documentada destas anormalidades através do tratamento 
que mantém os níveis da glicose sangüínea entre 80 a 90 mg/dl fortalece o postulado 
de que estas alterações resultam de repostas hormonais à hipoglicemia. A intervenção 
terapêutica tem sido avaliada mais profundamente em pessoas com esses defeitos do 
que em quaisquer outras. Como resultado, tem sido possível elaborar um controle 
dietético razoavelmente eficaz para estes pacientes, o que assegura um 
desenvolvimento favorável até a idade adulta. 
TIPO II: DOENÇA DE POMPE 
É a deficiência de a -glicosidades, é uma enfermidade do armazenamento lisosômico. 
A incidência é desconhecida, mas parece ser superior a um em 100.000. o distúrbio 
não se associa com hipoglicemia, cetose ou outras anormalidade do metabolismo 
intermediário. 
A forma que se instala na primeira infância manifesta-se nos primeiros seis meses de 
vida e pode já existir por ocasião do nascimento. As manifestações clínicas incluem 
hipotonia e fraqueza musculares esqueléticas, cardiomegalia maciça, macrogrossia e 
graus variáveis de hepatomegalia. As enzimas musculares, como a creatinofosquinase 
e aldolase, costumam estar elevadas e o ECG pode evidenciar complexos QRS 
amplos e um intervalos PR encurtado. Podem estar presentes fraqueza motora e 
retardo do desenvolvimento. O óbito ocorre nos primeiros dois a três meses de vida e, 
na maioria das vezes, é secundário ao comprometimento cardíaco. 
A forma juvenil apresenta características sugestiva de uma forma progressiva de 
distrofia muscular. Estes pacientes apresentam anormalidade de marcha, sem sinais e 
sintomas cardíacos. Uma forma adulta ainda mais branda manifesta-se como fraqueza 
muscular esquelética entre a terceira e Quinta década de vida. 
O diagnóstico específico é firmado pelo ensaio enzimático em material de biopsia 
oriundo do músculo e do fígado. O diagnóstico pré-natal é confiável e tem sido muito 
empregado para a forma infantil. 
Tratamento: Foram tentados vários processos de terapia com infusão enzimática, 
sem muita eficácia. 
TIPO III: DOENÇA DE CORI 
A doença de Cori, também chamada deficiência da enzima desramificadora, é um 
distúrbio autossômico recessivo e pode ser considerada com uma das mais comuns 
deficiências do armazenamento do glicogênio. Os pacientes costumam apresentar 
hipoglicemia e hepatomegalia durante o primeiro ano de vida. Essa doença causa 
miopatia esquelética e, em alguns casos, cardíaca que pode ser agravada em adultos, 
podendo até incapacitá-lo. 
A doença de Cori pode ser dividida como tipo IIIb, vista em pessoas que não 
apresentam comprometimento muscular e tipo IIIa, quando o paciente apresenta 
deficiência enzimática tanto no fígado como no músculo. Cerca de 80% dos pacientes 
apresentam hipoglicemia de jejum, já que a resposta da glicose à administração do 
glucagon ou da adrenalina é anormal nesta situação. 
Verifica-se, também, que o teste de tolerância à galactose costuma ser bem 
satisfatório, assim como o lactato sangüíneo, porém o nível de cetose chama a 
atenção. 
Para se definir o diagnóstico faz-se a análise do glicogênio e a dosagem da enzima 
desramificadora através de amostras de decido do paciente. Logo vê-se que o teor de 
glicogênio nas hemácias e no fígado aumenta na maioria dos indivíduos afetados, no 
entanto o teor de glicogênio no músculo aumenta em apenas alguns dos pacientes. 
As experiências mostram que a definição do diagnóstico por ensaio enzimático é muito 
mais complicada, tanto por problemas metabólicos quanto pela heterogeneidade 
genética. Portanto a documentação da estrutura anormal de glicogênio é um achado 
muito mais consistente, mediante o emprego de técnicas espectrofotométricas. Assim, 
embora seja possível fazer o diagnóstico de alguns pacientes através das hemácias, 
leucócitos ou fibroblastos. É preferível documentar a estrutura anormal do glicogênio e 
a deficiência enzimática diretamente pelo material extraído do fígado ou do músculo. 
Tratamento: É importante que o paciente se alimente muito bem. A glicogênese é 
normal, sendo que o paciente deve ingerir galactose, frutose ou proteínas para ajudar 
a manter a glicemia. Por isso, a dieta deve incluir uma quantidade alta de calorias sob 
a forma de proteínas, mas é importante ingerir carboídratos, correspondente a 40 a 
50% do total. Às vezes uma simples refeição é suficiente para evitar a hipoglicemia, no 
entanto pode ser necessária uma alimentação por cateter nasogástrico ou terapia com 
amido de milho para as crianças gravemente comprometidas. 
A enzima desramificadora, também chamada de amido-1,6-glicosidase, faz uma cisão 
hidrolítica dos laços a -1,6 (ligações glicosídicas que unem resíduos de glicose 
ramificando a cadeia de glicogênio) na glicogenólise. A falta dessa enzima causa o 
acúmulo de um polissacarídeo do tipo dextrina limite (C6H10O5)n.xH2O. 
TIPO IV: DOENÇA DE ANDERSEN 
A deficiência da enzima ramificadora, também conhecida como doença de Andersen 
ou glicogenose do tipo IV tem origem em uma anomalia genética, ou seja, é causada 
por um gene autossômico recessivo e é considerada como uma moléstia rara, esse 
gene afeta a produção da enzima amilo(1,4-1,6)trans-glicosidase, causando uma 
amilo-pectinose no indivíduo afetado. 
Neste caso o glicogênio não é ramificado, assim, adquire uma forma muito longa, ou 
seja, não apresenta as ligações ?-1,6 glicosídicas, que permite a condensação do 
glicogênio que, dessa forma, torna-se menos eficiente na sua função de armazenar a 
glicose e, ao ser "lisada", a liberar glicoses, como pode ser visto no esquema. 
Com tais deficiências surge um problema para o indivíduo afetado: os órgão que 
devem armazenar o glicogênio (principalmente o fígado e os músculos) começam a 
sofrer as conseqüências desta doença, ou seja, o indivíduo passa a sofrer de 
hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e do baço), e a partir daí uma insuficiência 
hepática; além de uma miopatia (hipotonia e atrofia muscular) e retardo do 
crescimento. 
A doença de Andersen pode ser identificada através de alterações laboratoriais como 
por exemplo as verificadas em ensaio enzimático no fígado, músculos, leucócitosou 
fibroblastos e pela análise de glicogênio, que não chama atenção pelo seu teor mas 
sim pela sua estrutura anormal. Há uma ausência de hipoglicemia, porém com 
alterações típicas de patologias hepáticas graves. O diagnóstico pode ser feito 
também por meio de cultura de células amnióticas. 
Tratamento: É uma patologia letal, geralmente o indivíduo morre entre 3 e 4 anos de 
vida, embora possa haver uma variação mais amena podendo evoluir de um modo 
mais benigno. 
TIPO V: DOENÇA DE McARDLE 
A síndrome de McArdle ou glicogenose do tipo V é causada pela deficiência de 
miofosforilase. Os portadores dessa doença apresentam dificuldades em realizar 
exercícios físicos. Seus músculos apresentam um elevado teor de glicogênio (entre 
2,5 e 4,1%), no entanto, seu sangue possui pouco lactato sangüíneo após a liberação 
de glucagon ou adrenalina, indicando que a fosforilase hepática está em seu nível 
normal. Existem casos relatados em que a mioglobinúria apresenta um achado 
associado. 
A fosforilase atua nas ligações entre as glicoses não ramificadas (ligações a -1,4 
glicosídicas), desligando-as e liberando uma molécula de glicose-1-P, como pode ser 
visto no esquema. 
O paciente com tal deficiência apresenta sintomas de dor e cãibras após os exercícios. 
Eles são, sob outros aspectos, normais, não apresentando distúrbios hepáticos, 
musculares ou cardíacos. 
Para diagnosticar a doença é feito, com grande eficiência, um teste isquêmico de 
exercícios. Assim, o diagnóstico é definido por uma documentação do teor elevado de 
glicogênio e de uma redução na atividade da fosforilase no tecido muscular biopsiado, 
já que é sabida a sua região de depósito (regiões subsarcolêmicas do músculo). 
Hoje, sabe-se que o número de homens afetados é superior ao de mulheres e o gene 
para a miofosforilase localiza-se no cromossoma 11, em consonância com a natureza 
autossômica recessiva dessa doença. 
Tratamento: Para controlar a deficiência de miofosforilase, deve-se, em primeiro 
lugar, ter muito cuidado, ou seja, não se deve praticar exercícios físicos vigorosos e 
deve-se ingerir glicose ou frutose antes de qualquer exercício, mesmo sendo este de 
pequena intensidade ou pouco vigoroso. 
VI: DOENÇA DE HERS 
O diagnóstico de deficiência de fosforilase hepática, foi previamente aplicado a um 
grupo variado de pacientes que apresentava reduções dos níveis de fosforilase 
hepática secundárias a diversas causas, mas atualmente é limitado a pacientes nos 
quais a deficiência de fosforilase hepática corresponde a um defeito primário. Esta 
dificuldade nosológica é uma conseqüência do fato de que a fosforilase existe tanto na 
forma ativa quanto na forma inativa e que muitos fatores são capazes de inibir a 
ativação secundária da enzima. Consequentemente, este diagnóstico exige a 
documentação do fato de que a fosforilase hepática é deficiente e de que fosforilase b-
quinase responsável por uma ativação é normal. O distúrbio provavelmente deve-se a 
uma mutação autossômica recessiva. 
Tratamento: A maioria dos pacientes tem manifestações semelhantes àquelas 
verificadas no tipo III, mas numa forma mais branda. O diagnóstico é suspeito a partir 
de uma hepatomegalia ou de uma hipoglicemia e os pacientes costumam responder a 
condutas dietéticas semelhantes àquelas empregadas na doença do tipo III. 
TIPO VII: DEFICIÊNCIA DE FOSFOFRUTOQUINASE 
Essa deficiência manifestas-se com mialgias e fadiga que ocorrem depois de 
exercícios e representam as manifestações clínicas predominantes. Ao contrário da 
doença de McArdle, os pacientes com deficiência de fosfofrutoquinase pioram com a 
ingestão de carboídratos. Os pacientes se apresentam com rabdomiólise e 
mioglobinúria. A paresia permanente dos membros é menos comum do que na doença 
de McArdle. Em virtude de deficiência eritrocitária, uma leve anemia hemolítica muitas 
vezes ocorre e pode ser útil no diagnóstico. 
A deficiência de fosfofrutoquinase é transmitida como traço autossômico recessivo. O 
distúrbio tem um predomínio masculino incomumente acentuado e representação 
exagerada entre judeus asquenazi. 
Tratamento: A anemia da deficiência não costuma exigir tratamento. A manipulação 
da dieta não altera os sintomas musculares. 
OUTRAS DEFICIÊNCIAS: 
TIPO VIII: DEFICIÊNCIA DE FOSFORILASE-QUINASE HEPÁTICA 
Nessa deficiência temos a principal estrutura afetado o fígado, a estrutura do 
glicogênio não sofre alterações. 
TIPO IX: DEFICIÊNCIA DE SINTETASE HEPÁTICA 
Neste caso, na verdade, não temos uma glicogenose e sim uma hipoglicogenose da 
enzima sintetase hepática. O principal órgão afetado é o fígado e a estrutura do 
glicogênio não sofre alterações. 
TIPO X: DEFICIÊNCIA DE FOSFOGLICERATO MUTASE 
Nesse raro distúrbio, os pacientes se apresentam com mialgia, cãibras musculares e 
mioglobinúria depois de exercício intenso. Nenhum outro órgão do sistema é 
comprometido. 
O padrão da herança é provavelmente autossômico recessivo, embora não tenham 
sido descritas famílias com várias gerações ou parentes acometidos. 
Tratamento: Não se dispõe de tratamento específico. 
TIPO XI: DEFICIÊNCIA DE DESIDROGENASE LÁTICA 
A desidrogenase lática (LDH) é uma enzima tetramérica composta por duas 
subunidades, M e H. as isoenzimas da subunidade M predominam no músculo 
esquelético, enquanto as isoenzimas que contêm a subunidade H são os 
componentes principais da LDH no coração 
Os pacientes com deficiência de LDH-M apresentam intolerância ao esforço, dor 
muscular e mioglobinúria em adolescentes. Nenhum outro sistema orgânico está 
envolvido. 
A doença pode ser herdada como traço autossômico recessivo. A subunidade M da 
LDH se localiza no cromosssomo 11. Uma deficiência da subunidade da LDH, a 
isoforma cardíaca, foi descrita mas não se associa a sintomas do músculo 
esquelético. 
Tratamento: Atualmente não há tratamento para esse distúrbio. 
DIAGNÓSTICO E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL DAS GLICOGENOSES 
A análise enzimática, para fins diagnósticos, em tecidos hepáticos ou musculares de 
todos os tipos de doenças do armazenamento do glicogênio, está atualmente 
concentrada no Duke medical Center, Divisão de Genética. O diagnóstico pré-natal de 
três tipos de doenças de armazenamento do glicogênio (tipos II, III e IV) também é 
possível, sendo realizado através de culturas de células amnióticas neste laboratório. 
CONCLUSÃO 
As Doenças de de Armazenamento de Glicogênio, ou Glicogenoses, são de fundo 
genético, isto é, estão relacionadas a falhas geradas durante a transcrição e tradução 
de proteínas ou durante a fecundação, ou ainda durante o desenvolvimento 
embriológico. São patologias raras, de difícil diagnóstico, geralmente letais quando 
não diagnosticadas já ao nascimento e que se percebidas, com uma dieta específica e 
exercícios nos casos de distúrbios com fisiopatologia energética muscular, podem até 
serem controladas

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