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LIVRO DIDÁTICO (DE MATEMÁTICA): DISCUSSÕES, REFLEXÕES E HISTÓRIAS Herman do Lago Mendes 1 GT3 – Educação e Ciências Matemáticas, Naturais e Biológicas Resumo: Este trabalho faz uma breve abordagem histórica do livro (didático da matemática); É uma pesquisa bibliográfica que busca: refletir e discutir sobre a relação existente entre livro didático de matemática e ensino de matemática na Educação Básica; apresentar discussões referentes ao papel do “didático” em livro didático e disso, evidênciar suas características e peculiaridades. Uma delas considera o livro didático como um tipo de recurso que mantém pelo menos um objetivo, intencional, de fomentar os processos de ensino e de aprendizagem, enquanto que o livro, apesar de ser também uma mídia e um artefato tecnológico de registro humano, nem sempre mantém intenção em ensinar um objeto de saber a alguém. Palavras-chave: Livro Didático de Matemática. Educação Básica. Ensino e Aprendizagem de Matemática. Abstract: This work is a brief historical approach about a book (didactic of mathematics); It is a bibliographic research that seeks to reflect and to discuss the relation between mathematics textbooks and mathematics teaching in Basic Education; It presents discussions on the role of "didactic" in textbook and also highlights its characteristics and peculiarities. One of these characteristics considers the textbook as a kind of resource that holds at least one goal, intentional, to promote the processes of teaching and learning, whereas the book, although it is also a media and a technological artifact of human record, doesn’t always keep the intention to teach an object of knowledge to someone. Keywords: Mathematics Textbook. Basic Education. Teaching and Learning Mathematics. Introdução Acreditamos na hipótese de que o livro surgiu da necessidade do ser humano registrar a sua oralidade, seus fenômenos, fatos, descobertas, lendas, histórias, enfim registrar um apanhado de ações, vivências, características naturais e até sobrenaturais. Antes do livro impresso já existiam outros artefatos tecnológicos de registros: pergaminho (Europa); tabletes de argila (Mesopotâmia); papiro (Egito); folha seca de palmeira (Índia); madeira (China) (JUNIOR, 2005). “Tijolo de barro (sumérios); material macio existente entre a casca das árvores e a madeira (maias e astecas); tábuas de madeira (romanos)” (CALDEIRA, 2013, p.1). Segundo Alves (2005) o livro na antiguidade era feito de tecidos, fibras vegetais, barro cozido. O livro era restrito na Idade Média, somente os sábios ou estudiosos tinham acesso às bibliotecas e eram escritas em latim ou em grego. 1 Professor de matemática efetivo da Secretaria de Estado da Educação de Sergipe. Mestrado em Educação Matemática e Tecnológica (UFPE). E-mail: herman2000@zipmail.com.br “O livro tem aproximadamente seis mil anos de história para ser contada” (CALDEIRA, 2013, p.1) e independentemente da metamorfose que o livro apresente no futuro, como é o caso atualmente dos e-books, o livro continuará a desempenhar um papel importante como meio de educação, de informação e de lazer. Os primeiros livros escritos em português tiveram início em Lisboa por pedido da rainha Leonor ao seu primo imperador romano Maximiliano “a fim de produzir a tradução de Bernardo de Alcoboça – Sexão – obra do século XIII para dar de presente ao seu marido D.João II (HALLEWELL, 2005, p.38). A tipografia surgiu por meio de Gutemberg no século XV e que a partir do século XIX aumentou o número de leitores na França e na Inglaterra por acreditarem que podiam ascender socialmente (ALVES, 2005, p.12). Por esta afirmação somos levados a refletir no potencial que a leitura pode oportunizar a uma nação. Não é por acaso que eles são uma das maiores potências socioeconômicas da atualidade... O livro é um artefato tecnológico de memória humana. Questionamos: Por que ler um livro? Neto (et al 1974) nos apresentam duas respostas opostas: o primeiro seria criar com a leitura um momento de refúgio, isolamento do mundo entrando em um processo de imaginação, de contemplação, de magia; Na segunda resposta o leitor estaria preocupado em buscar conhecer a sua realidade, o seu mundo, atualizar-se. O primeiro a banha significados de lazer, de distração, de divertimento. Enquanto o segundo motivo trás significados de compreensão, de participação, de interação com o seu mundo, buscado está-se informado dos acontecimentos, dos fenômenos, das histórias da sua realidade. Sintetizando, o leitor mantém- se motivações intrínsecas na qual pode estimular ideias e sentimentos e pode potencializar modificações e estimulações entre o leitor e os sujeitos a sua volta. Por esse entendimento de utilização de livro, somos levados a concordar com Neto (et al 1974) porque o livro é um artefato que pode provocar mudanças nos modos de pensar, de agir e de sentir. Segundo Hallewell (2005, p.43), “o livro existe para dar expressão literária aos valores culturais e ideológicos. Seu aspecto gráfico é o encontro da estética com a tecnologia disponível”. Além do mais, comenta que o livro impresso teve início na Europa a partir do século XV, feito de papel. E que somente em 1808 no Brasil apareceu a prensa tipográfica no Rio de Janeiro. Os primeiros livros impressos se destinavam a suprir as necessidades do clero e das missões. Assim, segundo Hallewell (2005, p.82), “pelo menos os dois primeiros séculos da colonização portuguesa e espanhola, a impressão foi, em toda a parte, auxiliar da igreja evangelizadora, implantada em quase todos os casos por iniciativa dos clérigos”. O livro é um símbolo cultural porque é dotado de conteúdos, interpretações e registros em função de saberes, de descrições, de histórias, de fenômenos, de crenças, de artes, de características de determinada cultura. O livro é também considerado como um tipo de mídia que pode ser veículo e suporte de difusão de informações; meio capaz de transmitir mensagens; recurso portátil que pode ser lido e relido por pelo menos uma pessoa; artefato tecnológico que pode proporcionar, ao mesmo tempo, aprendizagem/divertimento, informação/emoção e conhecimento/imaginação. Para Alves (2005) o livro pode ser considerado como uma mercadoria cultural, com maior ou menor significado no contexto socioeconômico em que é publicado. Assim, o livro possui uma carga ideológica na qual o autor escreve por algum interesse e disso mantém uma postura não neutra; pode proporcionar status, poder, prestígio intelectual e conhecimento. Pois são estas qualidades inerentes ao livro que podem ser utilizadas por editoras em manter um discurso mercadológico e publicitário editorial enquanto produto de desenvolvimento intelectual ou de progresso financeiro. Partindo desse discurso frente ao livro, ou melhor, frente à sua editoração Franco (1982) comenta que o livro didático mantém duplos desafios: produzir conhecimento ou informação e lucro. Argumenta pelo fato de que o papel pedagógico que o livro didático pode assumir, proporcionar é insuficiente, apesar de necessária. Este trabalho pretende discutir o papel do livro didático (de matemática) no ensino escolar. Recorrendo às referencias bibliográficas, busca-se discutir os seguintes questionamentos: Existe diferença entre livro didático e livro comum? Todo livro é “didático”? O que o faz ser caracterizado como tal? Por que desta categorização: “livro didático”? Por que utilizar livro didático de matemática? Que relação mantém a disciplina matemática da Educação Básica e o livro didático de matemática? Discutiremos a seguir o teor “didático” do livro didático, apresentando uma breve história do livro didático de matemática e a sua relação com o ensino de matemática. Por fim, sintetizaremos características de ambos (de livro e delivro didático de matemática) nas considerações finais. Livro Didático (de Matemática) Segundo Libânio (1994) os livros didáticos, às vezes, encobri ou oculta esforços humanos de várias gerações sobre o conhecimento da realidade, não mantém interligação social, e até mesmo, histórica de determinado conteúdo. Ou seja, é como se a criação de determinado conteúdo surgisse do nada, como “caísse de paraquedas” na história da humanidade (MENDES, 2013). Nos livros didáticos, não existem verdade absoluta. Ele é um guia teórico e prático de conteúdos científicos que necessita ser complementado por outras leituras em diferentes mídias, por ponto de vistas e ângulos diferentes do livro (LIBÂNIO, 1994). Libânio (1994) recomenda, assim como Mello e Souza, e Bezerra (1984), que os docentes evitem sobrecarregar conteúdos. Mello e Souza, e Bezerra (1984) destacam que devemos utilizar os livros didáticos por uma ordem psicológica, sugestiva para os alunos e não, como de costume, por uma ordem rigorosamente lógica. Estamos de acordo com Mello e Souza, e Bezerra (1984) porque muitas vezes nós, docentes, ficamos preocupados em ensinar todo o conteúdo pretendido antes da prova. Na verdade nem sempre o tempo que se aprende é igual ao tempo que se ensina. Além desse entendimento, Mello e Souza, e Bezerra (1984) consideram o livro didático como um veículo estimulador de aprendizagem de tal maneira que desperte o interesse do aluno, conduzindo-o à uma aprendizagem realmente construtiva. Para tal, é preciso ser um objeto de cuidadosa seleção, organização e aplicação. Essa escolha e uso precisam resultar do exercício consciente da liberdade do professor no planejamento cuidadoso das atividades escolares, o que reforçará a posição de sujeito do professor em todas as práticas que constituem sua tarefa docente, em cujo dia-a-dia ele reescreve o livro didático, reafirmando-se, neste gesto, sujeito de sua prática pedagógica e um quase co-autor do livro (MEC, 1996, p.9). Segundo Brasil (2010, pp.12,13) “o livro didático é um interlocutor que dialoga com o professor e aluno, que pode auxiliar no planejamento e na gestão das aulas”. Enfatiza dizendo que ele não é o único recurso a ser utilizado em aulas de matemática, mas que precisa ser complementado, “pois a variedade de fontes de informação é que contribuirá para o aluno ter uma visão ampla do conhecimento” (BRASIL, 2010, 67). “É preciso considerar especificidades sociais e culturais de cada ambiente escolar em que o livro é utilizado” (BRASIL, 2010, pp.12,13). No Brasil, o livro didático é muito utilizado e até mesmo determinante nas escolhas dos conteúdos e condicionantes estratégicos de ensino, “marcado, pois, de forma decisiva, o que se ensina e como se ensina o que se ensina” (MEC, 1996, p.4). Isto é confirmado por nossa percepção na prática escolar frente ao uso do livro didático: a “prisão” ou falta de liberdade ou comodismo que o professor e a professora criam com a utilização do livro didático. Neste caso o livro didático é quem determina o que o(a) professor(a) deve ensinar, como ensinar e em que ordem seguir. Apesar de MEC (1996) comentar sobre a única e “idolatrada” utilização do livro didático pela maioria dos professores(as) brasileiros(as) em aulas, admite que o livro didático pode ser decisivo para a qualidade do aprendizado resultante das atividades escolares 2 . Evitaremos, contudo, “cair na tentação” de todo desenho, planejamento, sequência, organização de conteúdos prontos e propostos por um livro didático (de matemática) na sua articulação em sala de aula, na prática escolar da professora e do professor. O acompanhamento e a organização dos processos de ensino e de aprendizagem vivenciados na sala de aula por alunos e professores que utilizam este livro didático certamente estabelecem uma grande parceria com seus autores. Definir prioridades, localizar, decidir quais aspectos das ações educacionais, modificar a sequência de tópicos sugerida, ampliar ou reduzir a quantidade das atividades são considerados por nós como uma prerrogativa do professor. Consideramos o livro didático como um parceiro a mais no cotidiano da sala de aula. Sua influência não pode apresentar obstáculos ao projeto pedagógico da escola e à proposta didática realizada pelo professor (CENTURION et al, 2012, p.5 – Manual do Professor). Segundo Marisa Lajolo (MEC, 1996) o adjetivo didático faz sentido quando o livro é utilizado no ensino-aprendizagem formal de maneira sistemática em aulas e cursos. Para ser didático é preciso ser de forma sistemática, no ensino e na aprendizagem de um determinado objeto do conhecimento humano, geralmente caracterizado como disciplina escolar, sendo produzido para a aprendizagem coletiva e orientada por algum professor. Portanto, o livro didático é um material disponibilizado para dois tipos de leitores: o aluno e o professor 3 . Além disso, entendemos o significado do adjetivo didático como sendo a forma organizacional, estratégica, metodológica de todo o livro; o que este propõe, quais são as suas intenções e finalidades educacionais. O livro didático deverá auxiliar nos aspectos humanos (compreensão, aprendizagem, reflexão, pesquisa, treinamento, assimilação), dos conhecimentos de quem irá lê-lo; sempre buscando um laço educativo e tentando responder a pergunta: Como posso divulgar, arquivar, exercitar, transmitir, fomentar, ilustrar o 2 Observe na escrita de Marisa Lajolo (MEC, 1996) que o resultado da aprendizagem é decorrente não exclusivamente do uso do livro didático, mas sim do trabalho desenvolvido nas atividades escolares (as atividades realizadas com o livro didático são uma das atividades realizadas na ou fora da escola). Entendemos atividade pelo papel que a pessoa exerce como sujeito, a questão do móbiles. Ai está inserida trabalho, prática e ações interligadas. 3 Por essa razão, surge denominações, como exemplo, o livro ou manual do professor. Ou seja, este está especificamente direcionado para os professores, a linguagem pode ser diferenciada do didático, mas geralmente o que diferencia é a presença dos exercícios resolvidos, orientações didáticas e referências de outras leituras. conhecimento (científico) de maneira mais compreensiva para o leitor? Daí “enxergamos” a transposição didática como elemento fundamental e necessário para a seleção, planejamento e organização de conteúdos científicos. Partindo do entendimento da existência de distância ou nível de complexidade entre o saber científico e o saber escolar, é de extrema importância o papel didático para contornar ou amenizar esta complexidade ensinada, apresentada nos livros didáticos. Neste sentido, o livro didático é um artefato tecnológico de transposição de saberes: a transposição do saber dita científica, acadêmica ao saber dita escolar. Segundo Freitag, Metta e Costa (1987) a Lei 1006 de 30/12/1938 define pela primeira vez o conceito de livro didático: Art. 29§ 19, “livros de leitura de classe são os livros usados para a leitura dos alunos em aula; tais livros também são chamados de livros de texto, livros-textos, compêndio escolar, livro escolar, livro de classe, manual, livro didático”. Segundo Marisa Lajolo (MEC, 1996, p.5), [...] todos os componentes do livro didático devem estar em função da aprendizagem que ele patrocina [...] tudo precisa estar em função da situação coletiva da sala de aula para que com ele aprenda não apenas os seus conteúdos, mas também aprenda os seus valores e atitudes especificas. É exatamente como nós interpretamos o uso de livro didático: não podemos nos prender a ele, podemos (e não devemos – sentido de obrigação) utilizar o livro didático em função de nossos objetivos, necessidades e planejamento. O sugerido é mantermos o diálogo com o livro didático e este conoscoquando for necessário, estratégico para os processos de ensino e de aprendizagem. Essa utilização dependerá da aprendizagem dos alunos e das alunas, da motivação no momento da aula. Até porque tem dias ou assuntos que é preciso mudar a rotina, as atividades, os recursos, os materiais e os locais de aula (por que não?). Além do mais, podem ter outras formas de estudar os conteúdos, em diferentes alternativas, mais dinâmicas que o livro, sozinho, não pode proporcionar. Como é o caso da utilização de softwares de computadores para mostrar uma simulação, por exemplo. Segundo Alves (2005) existe um desprestígio com o livro didático devido à dificuldade de acesso às fontes, onde muitas vezes especifica a leitura e mostra exercícios de aplicação sem valorizar a inserção de produção de conhecimento científico e seus aspectos epistemológicos. A partir disso, entendemos que o livro didático passa a ser o fim acabado e não um meio de pesquisa. Sendo assim, o livro didático seria um manual de usuário, tendo regras postas para serem seguidas fielmente para se obter sucesso. O livro didático seria um livro de receitas prontas para o consumo ou degustação. Semelhante a este discurso, MEC (1996) no seu texto sob o título “Livro Didático: um quase manual de usuário” também critica esta concepção de livro didático. Por outro lado, somos favoráveis que ocorra instrução como um manual objetivo em determinados momentos. Assim, nós substituiríamos o “quase um manual de usuário” para um “breve manual para o leitor” ou melhor: “o livro didático como mais um recurso de pesquisa”. Por esta abordagem entendemos que o primeiro plano seria a aprendizagem e o livro didático, os outros recursos, ferramentas e meios educacionais estariam em um segundo plano. Mudaria uma concepção metodológica “o que se aprende” para “como se aprende”. Neto (et al, 1974) comentam que o livro didático mantém pontos fortes e fracos. Para suprir esses pontos fracos ou desvantagens, recomendam que o professor, que tem total responsabilidade, procurar suprir as suas deficiências por meio de outros recursos e atividades. O interessante é apresentar pontos de vistas e interpretações diferentes do livro apresentado. Até porque o livro por melhor e mais detalhado que seja apresenta limitações. O livro didático pode ainda ser um documento de “vigilância” de ensino da professora e do professor, visto que existem muitos familiares de alunos e de alunas que verificam, e até mesmo exigem, que o livro didático seja utilizado. Devido a essa cobrança, os discentes acabam sendo avaliados, cobrados e/ou chamados à atenção a cumprirem tal requisito didático. Infelizmente a utilização ou não do livro didático pode ser um critério (positivo-negativo) de avaliação de sua prática de ensino concluindo se os discentes são bons ou maus profissionais. Os familiares até certo ponto tem razão quando se referem ao preço gasto em livros didáticos (que é muito caro, muitos livros didáticos no Brasil custam cerca de 1/8 do salário mínimo) e seu filho ou filha não os utilizam em aula. No entanto, não os em pedi de utilizá-los em seus estudos em casa, por exemplo. Será que o professor e a professora tem a obrigação de lembrá-los de utilizarem os livros didáticos ou é algo que cabe a cada aluna e aluno exercer este hábito, esta conscientização ou até mesmo esta escolha? Se “direcionarmos” a responsabilidade de aprender ao aluno e á aluna acreditamos que iria anular essa concepção de que os exercícios, leitura ou qualquer atividade em livros didáticos deveriam ser solicitadas pelo discente. Por outro lado, torna-se complicado porque esses familiares possivelmente aprenderam dessa maneira (utilizando livros didáticos) e pode achar (com todo o direito, por que não?) que aprender deve ser através do saber-fazer atividades do livro didático. O livro didático por ser impresso, geralmente de fácil locomoção, pode ser consultado quantas vezes quiser. Neto (et al 1974) comentam a vantagem em integrar e sistematizar as matérias por meio do livro. Em um único recurso existe a possibilidade de organizar temas, assuntos, atividades, exercícios e problemas em um único local impresso. Por outro lado traz um perigo. A professora e o professor podem se acomodar com este único recurso. Neto (et al 1974) comentam que o momento crucial é a escolha do livro didático, que por tê-lo determinados objetivos poderão apresentar características adequadas as necessidades dos estudantes de maneira relativa e não absoluta. Franco (1982) comenta que os livros didáticos são agentes culturais, apresenta parcelas de conhecimento, sequência de informações lógicas, não é neutro e por sua vez manifesta inserção de valores, reprodução ideológica, função de conscientização, reflexão e questionamentos, problemas sociais. Todo e qualquer material escrito possibilita sua utilização como fonte de informação, sobre o comportamento humano, dessa forma o livro didático de matemática é um documento, uma fonte de pesquisa. Além de trazê-lo consigo representações e valores predominantes na sociedade (ALVES, 2005). Segundo Franco (1982) o livro didático é mercadoria porque as editoras mantém o controle de mercado. São elas quem decidem o caminhar do livro didático. É claro que com a ajuda das professoras e dos professores, pesquisadores e outras pessoas que auxiliam na sua impressão, editoração e divulgação. Daí o livro didático tem uma dinâmica de consumo diferente dos demais livros porque ele é comprado pelos estudantes ou ganho, mas não são elas/eles quem escolhe. Quem escolhe o seu livro são as professoras, os professores, demais pessoas da escola ou da secretaria de educação de determinado município ou estado. Assim, Franco (1982) diz que é comum expandir o livro didático enquanto conteúdo para ser mais accessível a população, independente de cultura, de religião, de classe socioeconômica. Dessa expansão de conteúdo para retomar proveito na venda, pode deixar de lado aspectos culturais e regionais de determinado estado, município. Assim, a editora lança um livro didático que abrange conteúdos universais que possam atender aos consumidores (docentes, discentes, pessoas afins) de uma maneira geral. Ao nosso entender, esta tentativa de generalizar conteúdos de determinada área de conhecimento pode ser prejudicial à aprendizagem, até porque quantidade não significa qualidade. É difícil trabalhar aspectos culturais de diversos estados do Brasil, país extenso e multicultural, em um único livro didático. Daí parte uma das discussões no campo educacional em organizar conteúdos básicos de matemática para serem ensinados nas escolas em nível nacional. Isto é possível 4 ? 4 Existe atualmente uma discussão frente ao planejamento da base curricular comum para cada disciplina escolar. Mais informações: http://portal.mec.gov.br Por essa generalização de conteúdos para atender várias escolas Brasil (2000) é contra e sugeri o seguinte: Ao selecionar um tema, a forma de trabalho deve ser pensada de modo integrado à sua escolha, evitando repetir o modelo curricular das listas de assuntos enfileirados. As escolhas que serão feitas devem ter no horizonte o aluno de cada escola, daí a necessidade de um olhar cuidadoso para esses jovens, indivíduos cognitivos, afetivos e sociais, que possuem projetos de vida, histórias pessoais e escolares (ibidem, p.120, grifo nosso). Junior (2005) comenta que o livro didático recebe destaque no cenário nacional brasileiro quantitativamente e qualitativamente porque o governo adota milhões de livros gratuitos aos estudantes de escolas públicas; porque o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é o maior programa do Estado brasileiro; porque transpõem conhecimentos científicos para o conhecimento didático; porque “é o veículo pelo qual as informaçõescientíficas devem ser apresentadas em uma linguagem adequada ao processo de ensino- aprendizagem e disponível para tal” (JUNIOR, 2005, p.9). Concordamos com Junior (2005) em parte. Estamos de acordo que o livro é um veículo e não “o” veículo até porque existem outros recursos ou materiais didáticos disponíveis que auxiliam, fomentam, possibilita meios aos processos (plural) de ensino e de aprendizagem e não processo de ensino-aprendizagem (no singular). Partimos do princípio que só faz sentido ensinar se o aluno e a aluna aprenderem, caso contrário a professora ou o professor estarão apenas “catarelando”. De maneira análoga, a aluna e o aluno aprendem por intermediação, interdependência de alguém ou ainda, por algum artefato tecnológico, que é claro, construída por algum ser humano. Há, portanto, a necessidade de alteridade. Estamos de acordo com Junior (2005) que a ideia básica do livro didático é proporcionar uma linguagem mais accessível, compreensível para os estudantes, para o leitor de uma maneira geral. Mas o livro didático não é útil e objetivo apenas ao contato, facilidade, divulgação de conhecimentos científicos, mas também como Neto (et al 1974) e Junior (2005) consideram a função dupla do livro: promover a compreensão, aproximação, informação, contato do mundo que o cerca, da realidade e também como refúgio, isolamento desse mundo, dessa realidade, algo mais recreativo, literário e imaginário. É claro que ambos podem constituir-se de informação e lazer ou conhecimento e divertimento ou ainda compreensão e imaginação ao mesmo tempo. Segundo a pesquisa da Fundação João Pinheiro (2000): aproximadamente 64% da produção de livros no Brasil é no setor de livros didáticos, 17% obras gerais e 14% livros religiosos (CARVALHO, 2008, p.10). Ou seja, mais da metade de toda a produção de livros no Brasil gira em torno de livros didáticos! O livro didático pode ajudar na atualização de conteúdos, pode fomentar e agilizar o ensino por meio de mapas, gráficos e tabelas, além de servir como um recurso de memória de exercícios, de problemas, entre outras opções. Por outro lado, essas qualidades do livro didático podem acarretar comodismo em planejar e selecionar assuntos assim como negligenciar a busca por outros recursos e matérias didáticos. O livro didático é um artefato tecnológico que mantém: status, conhecimento, cultura, valores, mercado, política e ideologia. Breve abordagem histórica de livros didáticos de matemática no Brasil “Os primeiros livros escolares publicados aqui no Brasil foram impressos pela Impressão Régia” (HALLEWELL, 2005, p.215). O mercado livreiro era pequeno como também os métodos primitivos de ensino usados em muitas escolas dispensavam inteiramente o uso de livros. Nas três primeiras décadas do século XX o interesse do governo foi destinar os livros didáticos exclusivamente para o ensino superior. Cita-se como exemplo a Academia Militar do Rio de Janeiro, as faculdades de direito de Olinda e de São Paulo. O ensino secundário era constituído de “aulas avulsas”, classes independentes do que escolas regulares. O ensino primário era pouco desenvolvido, apenas em 1834 com a abdicação de D.Pedro I foi deliberado o ensino público em nível de ensino primário e secundário (ensino fundamental e médio respectivamente). Sendo criado o Colégio Pedro II em 1837 no Rio de Janeiro que depois foi expandido seu modelo para Pernambuco, São Paulo e Ceará (ibidem). Só em 1823 pela Constituição Imperial que deliberou educação primária gratuita e universal (ibidem). Neto (et al 1974) mencionam dois grandes clássicos mundiais: Os Elementos de Euclides sobre Geometria e o Syntaxis Mathematica de Ptolomeu sobre trigonometria. O primeiro escrito em 300 a.C que reinaram como livro didático por mais de 1400 anos! Muito influentes no ensino de matemática que se tomou um caráter lógico, rígido e sistemático. Com a invenção da imprensa no século XVI, Portugal e a Europa de uma maneira geral, proliferaram a publicação de livros didáticos, entre estes destacamos os mais antigos “compêndios” de matemática escritos em português de Portugal que no geral abordavam sobre textos de álgebra, aritmética e geometria. Há a hipótese de que o primeiro livro didático de matemática impresso em português foi o Tractado da Pratica da Arismetica do português Gaspar Nicolas em 1530. Sendo corrigido e ampliado em 1540 por Manuel de Fiqueredo. Outro livro impresso em português foi a Pratica Darimetica Novamente Agora Composta do advogado Rodrigo Mendez. O primeiro livro de matemática escrito por um brasileiro foi o Exame de Artilheiros de José Fernandes Pinto Alpoim em 1744. Ele era engenheiro e artilheiro, escreveu também sobre o Exame de Bombeiros. O primeiro livro fala sobre geometria aritmética e artilharia. É estruturado por perguntas e respostas e inclui quatro apêndices: 1º perguntas úteis, 2º método de contar balas e bombas na pilhas, 3º baterias e o 4º fogos de artifícios. Dão destaque também, mencionando duas traduções de brasileiros: Manuel Jacinto Nogueira da Gama de Lagrange sob título Reflexões sobre a metafísica do cálculo infinitesimal do matemático Carnot e da Teoria das funções analíticas que contém os princípios do cálculo diferencial de Lagrange traduzido em 1798 (NETO et al 1974). Valente (2008) e Neto (et al 1974) afirmam que os livros didáticos de matemática, Exames de Artilharia e Exames de Bombeiros, surgiram da necessidade de “formar” militares capazes de defender a colônia de invasores por meio de conhecimentos em fortificações, artilharia, bombas, mosteiros, desenho, aritmética, geometria, entre outros. Essas exigências faziam parte da Coroa Portuguesa, que em 1699 planejou fortificar a colônia de invasores. Os primeiros livros de matemática impressos no Brasil foram Os Elementos de Álgebra do matemático suíço Leonhard Euler e os Elementos de Geometria e Tratado de Trigonometria do francês Adrien Marie Legendre em 1809. Outro destaque é a Impressão Régia sobre Tratado de Aritmética de Lacroix traduzido por Silva Torres em 1812. Durante o Império aumentou o número de publicações de livros didáticos de matemática originais e traduzidos destinados ao ensino básico (NETO et al, 1974). Estes comentam o atraso cultural brasileiro decorrente da colonização com Portugal: Em virtude das proibições portuguesas que impediam a publicação e o funcionamento de tipografias no Brasil, o país conheceu a imprensa demasiado tarde. Esta surgiu somente em 1808, quase quatro séculos depois do aparecimento, na Europa, dos primeiros impressos. Destinado inicialmente a Lisboa, o material gráfico que possibilitou a impressão dos nossos primeiros livros acabou vindo para o Brasil graças as providências de Antonio de Araújo, futuro Conde da Barca, que se lembrou de traze-los no porão de um navio, por ocasião da transferência da corte de D.João VI para o Rio de Janeiro. Da tipografia oficial, denominada Impressão Régia, saíram, a partir de 1809, várias traduções importantes de textos europeus de matemática (NETO et al, 1974, p.74). Neto (et al 1974) elogiam o livro didático de matemática de Antonio Trajano sobre Aritmética Elementar Ilustrada por sua engenhosa obra que conteve 118 edições. Tratava-se de matemática para a educação infantil. Comentam que na década de 1920, 1930 existiu a transição na educação e no livro didático brasileiro devido as reformais educacionais, que condicionaram modificações curriculares, baseado por uma concepção de método heurístico, em que o estudante seria levado a descobrir a matemática ao invés de decorá-la. O Movimento da Matemática Moderna foi um exemplo oposto desse planejamento... Apesar da mudança da Matemática Clássica para a Matemática Moderna: “alguns não diferem muito, em aparência e conteúdo, dos livros anteriores a 1960” (NETO et al, 1974, p.83). Resultado também confirmadopela pesquisa de Alves (2005). Valente (2004, 2008) afirma que a Reforma Francisco Campos foi a primeira iniciativa de organização nacional da educação brasileira de maneira geral por se constituir como agente a saber de cultura geral escolar, e mais especificamente, tomou-se uma postura política e pedagógica no tratamento dado ao ensino de matemática, vista por uma concepção de interdisciplinaridade entre os três ramos da Matemática: Aritmética, Geometria e Álgebra, que antes de 1930 no Brasil, era constituída por três disciplinas autônomas e independentes que teve o seu primeiro teste, e porque não ousadia, na fusão dessas três disciplinas em uma única disciplina chamada “matemática” no então renomado Colégio Pedro II por iniciativa de Euclides Roxo. Assim, o próprio surgimento da disciplina matemática no Brasil e do livro didático de matemática são histórias indissociáveis. Alves (2005) realizou uma abordagem histórica da disciplina matemática a partir da análise documental de livros didáticos de matemática de 1943 (reorganização do ensino no Brasil por estabelecer o ginásio (série finais do ensino fundamental - com quatro anos) a 1995 (considera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB). O trabalho buscou responder o seguinte questionamento: quais mudanças e/ou permanências se apresentam nos livros didáticos de matemática no período de 1943 a 1995? Toma-se como suporte a legislação e a História da Matemática. Traz um curioso e reflexivo resultado: praticamente todos os conteúdos são fundamentais para o seu ensino enquanto nível básico por opinião unânime dos professores investigados o que comprovou a forte tradição de ensino de matemática em detrimento de qualquer nova tendência. Além do mais, a forma física, abordagem dos conteúdos e principalmente a introdução da teoria dos conjuntos ainda foi muito presente nos livros didáticos. Foi diagnosticado três tendências dominantes: a corrente clássica (baseada nos princípios dos Elementos de Euclides); a corrente ativa (resultado da unificação da Geometria, Álgebra e Aritmética em uma única disciplina - matemática); a Matemática Moderna (período influenciado pelo movimento escolanovista por meio de tendências internacionais principalmente da França e dos Estados Unidos que se consolidou com a concepção de desenvolvimento científico e tecnológico por meio de hegemonia espacial, como o caso do lançamento do Sputnik em 1957. Alves (2005, p.154) conclui seu trabalho afirmando que é falso o discurso de que “não se ensina como antigamente” e que enquanto conteúdo, com exceção das unidades de medidas monetárias inglesas e medida de tempo que não configuram em uma coleção analisada, todas as demais coleções permanecem semelhantes, apenas mudando a série e seus respectivos assuntos, visto que as reformas não excluíram conteúdos, mas incluíram outros não estudados. Considerações finais Este trabalho é relevante uma vez que existe pouca pesquisa sobre a investigação do uso do livro didático de matemática em sala de aula segundo Rosas (2008), Valente (2008) e Alves (2005). Baseado nas referências bibliográficas deste trabalho, sintetizaremos as características frente ao livro didático (de matemática): Primeiro: o livro didático é um recurso auxiliar, e não único, de mediação, divulgação e sistematização de conteúdos científicos nas instituições de ensino; Segundo: o livro didático é um vetor de orientação, fundamentação, contextualização, motivação, exercitação e registro de conteúdos científicos nas escolas; Terceiro: o livro didático é um produto humano que tem intenção de proporcionar aprendizagem, assim como auxiliar o ensino; Quarto: tanto o livro quanto o livro didático são mídias de registro cultural, são uns tipos de mídias que podem ser veículo e suporte de difusão de informações de determinada sociedade; Quinto: tanto o livro quanto o livro didático são meios capazes de transmitir mensagens; Sexto: tanto o livro quanto o livro didático são recursos portáteis que podem ser lido e relido por pelo menos uma pessoa; Sétimo: tanto o livro quanto o livro didático são artefatos tecnológicos que podem proporcionar, ao mesmo tempo, aprendizagem e divertimento, informação e emoção, e conhecimento e imaginação. Foi sugerido que as professoras e os professores relacionassem, contextualizassem e aplicassem elementos do mundo dos alunos com os conteúdos dos livros didáticos de matemática. Portanto, o livro didático (de matemática) é um material disponibilizado para dois tipos de leitores: o aluno e o professor; é um artefato tecnológico que mantém intenção de fomentar, de auxiliar, de apoiar o ensino. Ou seja, o livro didático (todos os seus componentes) deve estar em função da aprendizagem de tal maneira que esteja em função dos objetivos firmados pelo sistema escolar, pela disciplina, pelo docente, que favoreça a coletividade em sala de aula e que apresente não apenas os seus conteúdos, mas também apresente valores e atitudes especificas; é um produto humano de transposição de saberes: do saber científico ao saber escolar. Ou seja, é um tipo de mídia hábito a apresentar, divulgar e trabalhar sistematicamente, saberes científicos, ou não, de tal maneira que possam ser adequados à aprendizagem; é um tipo de recurso destinado ao ensino, que traz consigo: representações e valores predominantes de determinada sociedade, cultura. Por fim, o livro didático é um tipo de recurso que mantém pelo menos um objetivo, intencional, de fomentar os processos de ensino e de aprendizagem, enquanto que o livro, apesar de ser também uma mídia e um artefato tecnológico de registros humanos, nem sempre mantém intenção em ensinar algum objeto de saber a alguém. Este objetivo específico é o que o faz diferenciar de livro. A expressão “didático” organiza ações por meio do livro a serem hábitos a ensinar. Ou seja, livro didático é um livro que tem a intenção de ensinar e possibilitar aprendizagens. Referências Bibliográficas ALVES, Antônio Maurício Medeiros. Livro didático de matemática: uma abordagem histórica (1943 – 1995). Dissertação de mestrado em Educação. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas. 2005. BRASIL.Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, 2000. BRASIL. Guia de Livros Didáticos: PNLD 2011. Matemática. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. 2010. CALDEIRA, Cinderela. Do papiro ao papel manufaturado.Acesso em 07 out, 2013Disponível em: http://www.usp.br/espacoaberto/arquivo/2002/espaco24out/vaipara.php?materia=0varia CARVALHO, João Bosco Pitombeira de Carvalho. Políticas públicas e o livro didático de matemática. BOLEMA, Rio Claro/SP. Ano 21, nº29, 2008. CENTURIÓN, Marília; JACUBOVIC, José. Matemática: teoria e contexto. 6º ano. 1ªed: São Paulo: Editora Saraiva, 2012. FREITAG, Bárbara; MOTTA, Valéria Rodrigues; COSTA, Wandrly Ferreira. Estudo da Arte do Livro Didático no Brasil. Brasília: REDUC, 1987 FRANCO, Maria Laura P.B. O livro didático de história no Brasil. 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