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Caso 06

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA FEDERAL DE 
FLORIANÓPOLIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA 
 
(5 linhas) 
 
 
JOÃO (sobrenome), brasileiro, (estado civil), (profissão), portador da cédula de 
identidade n° (numero), inscrito no CPF/MF n° (numero), residente e domiciliado (end. 
Completo), nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração 
anexa, com escritório à rua (end. Completo), endereço para onde devem ser remetidas 
notificações e intimações conforme estabelece o art. 39, I, do CPC, vem 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos termos do art. 5º, LXXIII, 
da CRFB/88 e da Lei n. 4.717/65, ajuizar a presente: 
 
 
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR 
 
 
Em face de ato praticado pelo senhor SENADOR DA REPÚBLICA, com domicílio 
profissional no prédio do Senado Federal, na esplanada dos Ministérios, em Brasília, 
com base nas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
 
I - DOS FATOS 
 
 
João, nascido e domiciliado em Florianópolis – SC, indignou -se ao saber, em abril 
de 2009, por meio da imprensa, que o senador que merecera seu voto nas últimas 
eleições havia determinado a reforma total de seu gabinete, orçada em mais de R$ 
1.000.000,00, a qual seria custeada pelo Senado Federal. 
 
A referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle individualizado 
para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, 
melhorias que João considera suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. 
 
O senador declarara, em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam 
necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que 
exerce. 
 
Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a 
obra não havia sido iniciada, João, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer 
atitude para impedir o início da referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de polícia 
civil, onde foi orientado a que procurasse a Polícia Federal. 
 
 
II - DO DIREITO 
 
 
A ação popular é a ação constitucional de natureza civil, conferida a todos os 
cidadãos para a impugnação e a anulação dos atos administrativos comissivos e 
omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público em geral, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, com a imediata 
condenação dos administradores, dos agentes administrativos e, também, dos 
beneficiados pelos atos lesivos ao ressarcimento dos cofres públicos, em prol da 
pessoa jurídica lesada, conforme estabelece o art. 5º, LXXIII, da CRFB/88, onde se 
lê: 
 
“ Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato 
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. 
 
Assim, para ser legitimado ativo da ação popular segundo o mandamento 
constitucional do art. 5º, LXXIII, combinado com o art. 1º da Lei n. 4.717/65, é 
necessário ser cidadão na forma do art. 12 da CRFB/88, desde que em pleno gozo 
dos seus direitos políticos, o que o impetrante comprova juntando Título de Eleitor e 
a certidão de regularidade da Justiça Eleitoral, anexos na inicial. 
 
 
A exigência de ser cidadão também está expressamente prevista no art. 1º da Lei n. 
4.717/65, abaixo transcrito: 
 
 
Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de 
nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, 
dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista, de 
sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, 
de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações 
para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais 
de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas 
ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de 
quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 
 
 
Além disso, para a propositura da Ação Popular, há ainda os requisitos legais 
previstos no art. 2º da Lei n. 4. 717/65, onde se lê: 
 
‘’Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: 
 
a) incompetência; 
 
b) vício de forma; 
 
c) ilegalidade do objeto; 
 
d) inexistência dos motivos; 
 
e) desvio de finalidade. ’’ 
 
Cumpre destacar que houve lesão ao patrimônio público, pois foi utilizado dinheiro 
do Senado Federal para beneficiar um agente político em suas pretensões pessoais, 
em termos de melhorias do seu próprio gabinete, o que de forma expressa é vedado 
pela Constituição, nos termos do art. 37, caput, já que a administração pública direta 
e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência. 
 
Havendo, portanto, expressa violação ao princípio da moralidade, uma vez que o 
dinheiro público e a máquina pública foram gastos para atender fins pessoais. 
 
Também pode ser aplicado ao caso em tela o disposto no art. 4º, I, da Lei n. 4.717/65, 
que estabelece que sejam também nulos os atos ou contratos, praticados ou 
celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º da Lei n. 
4.717/65, como por exemplo, a admissão ao serviço público remunerado, com 
desobediência, quanto às condições de habilitação, das normas legais, 
regulamentares ou constantes de instruções gerais. 
 
Destaque- se que, em regra, a competência para julgar ação popular contra ato de 
qualquer autoridade, até mesmo do Senado Federal, é, via de regra, do juízo 
competente de primeiro grau. Sendo para tanto competente o Juiz Federal, e, no 
caso, no domicílio do autor. 
 
Diante de todo o exposto e da gravidade dos fatos, a presente ação deve ser julgada 
procedente. 
 
III - DA MEDIDA LIMINAR 
 
 
Conforme estabelece o art. 5º, § 4º, da Lei n. 4. 717/65, na defesa do patrimônio 
público caberá à suspensão liminar do ato lesivo impugnado. Observa- se que, no 
caso em tela, a situação atenta contra a moralidade administrativa, princípio 
expresso no caput do art. 37 da Constituição Federal, o que demonstra 
inequivocamente o fumus boni iuris. 
 
Já o periculum in mora faz-se presente, visto que o processo licitatório já se encerrou. 
Embora as obras ainda não tenham se iniciado, necessário se faz evitar que os 
gastos sejam efetuados, tendo em vista a enorme dificuldade de reembolso ou 
ressarcimento futuro do Erário por parte do Político. 
 
 
Assim, presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, é cabível 
e necessária à concessão da liminar. 
 
 
IV - DOS PEDIDOS 
 
 
Ante o exposto, requer: 
 
 
a) conceda a medida liminar para suspender imediatamente o contrato de reforma 
do gabinete do senador, bem como a sustação de qualquer ato que digne a pagar 
tais despesas com recursos públicos. 
 
 
b) cite o impetrado, por precatória, para que responda à presente ação no prazo 
legal; 
 
 
c) intime o representante do Ministério Público Federal para intervir no feito até o 
final, nos termos do art. 7º, I, a, da Lei n. 4.717/65; 
 
 
d) ao final julgue procedente o pedido, confirme a liminar e determine a anulação 
do contrato firmado para reforma do gabinete do senador, com base nos arts. 3º e 4º 
da Lei n. 4.717/65. 
 
 
Pretende-se produzir todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente 
a prova documental, prova testemunhal e pericial. 
 
 
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ R$ (valor em reais) (valor por 
extenso). 
 
 
Nesses termos, 
 
Pede deferimento. 
 
 
Local e data 
 
AdvogadoOAB/UF

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