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2 - FUNDAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA

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11 - ROMA O LEME DA IGREJA CATÓLICA
José Roberto Pinzan
11 - INÍCIO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA
O que demonstra ser fundamental na Igreja primitiva, assim também na Igreja Católica de hoje, é seu caráter irrefutável, coletivo, social, sendo que nele o homem sempre se sente pertencente a uma comunidade que comunga os mesmos pensamentos, uma mesma fé, um mesmo rito universal e cognoscível, nunca se sentindo deslocado e só. Jesus Cristo ao mesmo tempo em que se comunica intimamente com cada um de seus filhos por meio do Espírito Santo presente no coração de cada batizado, nos liga fraternalmente num comum amor mútuo e coletivo com toda sua Igreja.
Sua promessa de salvação, não é de maneira alguma seletiva ou egoísta, pois ninguém se salva sozinho, sendo que cada membro de sua Igreja é responsável por todos seus irmãos comungantes da mesma fé. O que demonstra que a Igreja Católica, sua Igreja, não é seletiva e sempre será comunitária, são as próprias Epístolas apostólicas que sempre se dirigiram às comunidades e nunca apenas e exclusivamente a alguma pessoa em particular. Encontramos o mesmo fato, também nas cartas redigidas pelos antigos Bispos ou “Padres da Igreja” escritores e teólogos, pois sempre se dirigiram a toda Igreja ou pelo menos, a alguma comunidade que necessitasse de alguma orientação específica e oportuna. 
A nossa Igreja é uma entidade sagrada, cujos membros, estão intimamente e misticamente unidos através do Espírito Santo, por uma promessa e fidelidade ao mesmo Batismo e consequentemente a Jesus o Cristo.
Igreja, termo derivado do grego “Ekklēsia” que quer dizer “assembleia de cidadãos” se tornou muito mais profundo do que um simples agrupamento de pessoas que possam estar intimamente ligados ou não, por um mesmo ideal ou pensamento comum. Historicamente a igreja nasceu dentro da sinagoga (Synagōgē) e os primeiros membros da Igreja cristã frequentavam as sinagogas, como o próprio Jesus o fez. Com o passar do tempo os discípulos de Jesus foram se afastando cada vez mais da ortodoxia judaica ao ponto de serem considerados como outro povo e de outra religião. São Paulo a este propósito define Igreja, sobretudo, como a presença mística de Jesus Cristo na terra e no céu, na multidão daqueles que Ele salvou, e continua salvando. 
Como até hoje, “comungamos a mesma consciência dos antigos cristãos católicos, sentindo-nos diferentes das outras crenças religiosas” que, como por exemplo, a judaica nas quais suas sinagogas agrupam seus crentes pela sua origem geográfica, pelas suas afinidades ou facções religiosas e também por sua categoria social, não sendo este exemplo e fato, um acontecimento que se dá somente com o judaísmo, sendo também às “Igrejas” oriundas do protestantismo, que por sua própria desagregação doutrinária, motivou suas diversas subdivisões denominadas, por eles mesmos como seitas, que se encontram hoje por todas as cidades e se multiplicam baseadas a bel-prazer de seus “Pastores”, cada uma com sua “verdade” sobre Jesus Salvador e celeiro de todas as benesses desejadas por seus fiéis; um Jesus a serviço do homem através da oração de seus “ditos Pastores”, desde que seus fiéis cumpram seus compromissos promulgados por próprias e particulares “Igrejas”.
Todos nós, “cristãos católicos”, estejamos onde estivermos, em que país nos encontremos, temos a certeza de que pertencemos às mesmas Igrejas locais, às mesmas realidades de fé e à mesma “liturgia do dia” e, isto só pode ser encontrado dentro de uma explicação sobrenatural, a qual nos une e nos dá verdadeira confiança em nossa Fé Católica. O que demonstra este natural sentimento de segurança, desde o princípio, são seu alicerçamento sobre a rocha da qual é constituída: a unicidade, a universalidade, a apostolicidade e sua santidade. Este sentimento de Igreja brilhará ao longo de toda sua história e não prevalecerão quaisquer heresias ou cismas.
A nossa Igreja é una e corresponde aos anseios do próprio Cristo em sua última oração: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17, 21). Santo Inácio de Antioquia (Inácio foi bispo de Antioquia da Síria entre 68 e 100 ou 107, foi discípulo do apóstolo João, também conheceu São Paulo e foi sucessor de São Pedro na igreja em Antioquia. Segundo Eusébio de Cesareia, Inácio foi o terceiro Bispo de Antioquia da Síria e segundo Orígenes teria sido o segundo bispo da cidade) nos diz: “Onde deve estar a coletividade, onde está Jesus Cristo, lá está a Igreja Católica”. A universalidade ou coletividade conservar-se-á sempre como ideia-força da Igreja até nossos dias.
Reconhece-se acima de tudo a única e verdadeiramente apostólica, por descender sem qualquer sombra de dúvida, diretamente da sucessão dos Apóstolos e, por conseguinte ao próprio fundador que é o Cristo Jesus. Sobre isto escreve o Bispo Clemente I (também conhecido como Clemente Romano, que foi o quarto Bispo do Cristianismo da Igreja Romana, entre 88 e 97. Nascido em Roma, nos arredores do Coliseu, de família hebraica, foi um dos primeiros a receber o batismo de São Pedro), “Cristo vem de Deus e os Apóstolos vêm de Cristo e foram eles que, haurindo no Espírito as primícias, instituíram alguns Bispos”.
Assim como para os primeiros cristãos e também para nós, sempre será Santa e este é seu fundamento. Santa por ter sido fundada pelo próprio Cristo Messias, porque é ela que se prolongou sobre a terra por mais de 2.000 anos, porque ela é sua Esposa e o seu Corpo, porque foi, e é a Nova e Eterna Aliança entre Deus Pai e a humanidade, originada pela sua morte na cruz e, por seu próprio sangue, como nos diz na instituição da Eucaristia, para a remissão de nossos pecados, além disto, abrindo para nós a possibilidade da verdadeira reconciliação, através do arrependimento e perdão de nossas faltas para com o Pai e a Ele podermos chegar um dia após nossa morte física. A Igreja é assim Una por seu próprio fundador, por seu Espírito que vive nela, nos unindo num só corpo, é Santa e assim sempre o será, por Cristo nela estar verdadeiramente presente e amá-la como sua Esposa e Deus sempre a ela será fiel. Embora imperfeita, por nós sermos pecadores e também dela fazemos parte, sendo que é por isso que se diz que a Igreja é Santa e Pecadora, “Santa por Cristo” e “Pecadora por nós todos”, sejam eles os leigos e o próprio clero, assim nos atestando São João: “Se dissermos que não temos pecado, estamos enganando a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos nossos pecados, então Deus se mostra fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que nunca pecamos, fazemos dele um mentiroso e sua palavra não está em nós” (1 Jo 1, 8-10). A Igreja é assim essa simbiose salvívica da qual somos chamados a participar para nossa salvação e podermos adentrar ao Reino de Deus.
A igreja, nos seus primórdios, além da natural hierarquia interna que foi aos poucos se materializando, foi fundamentada pelos Apóstolos, pelos profetas, pelos doutores e acima de tudo pelo próprio Espírito Santo que nela faz sua morada e ao mesmo tempo em nossos batizados corações.
Os Apóstolos saíram pelo mundo, ordenados pelo próprio Cristo, a pregar suas palavras, sua Santa Doutrina, a todos os povos e nações, mas não possuíam ainda uma casa-mãe que seria a futura Igreja que aos poucos foi tomando forma e vida.
Os profetas, existentes por obra do Espírito Santo, já no Antigo Testamento, mas os novos se originaram do maior deles, do Batista, e não foram somente homens, existiram também muitas mulheres profetizas como podemos ver nos Atos dos Apóstolos, as quatro filhas do diácono Felipe. Foram vários os Santos que proferiram as palavras do próprio Deus, movidos pelo Espírito Santo, como Santo Inácio, Bispo de Antioquia, que afirma em suas cartas possuir um conhecimento direto das coisas do céu. A própria Didaqué nos diz que é necessário receber a mensagem dos profetas, porque eles agem “em virtude da existência cósmicada Igreja”. Mas a Igreja sempre agiu e age com esses dons e carismas com prudência apesar de os repeitar.
Os doutores, na sua maioria teólogos, sempre estiveram presentes na vida da igreja. Mas encontramos diversos religiosos que se tornaram Santos Doutores, sem que fossem teólogos de formação, alguns deles até analfabetos, o que prova a existência da ação do Espírito Santo onde e em quem quer, sendo que suas obras literárias constituíram-se verdadeiros tratados teológicos, que até nossos dias, orientam e baseiam a Santa Doutrina da Igreja.
Foi pela existência dessas três importantes categorias que a Igreja se tornou o que é hoje, homens e mulheres que dedicaram suas vidas inteiras e muitos, até seu próprio sangue a Jesus Cristo. E os membros da hierarquia, daí originados, são os guardiões e continuadores de suas obras na Igreja. Os Apóstolos semearam, os profetas participaram com seus carismas em uma obra apocalíptica e escatológica e os doutores são os servidores do Verbo Divino, por isso a Igreja cresceu e crescerá até o final dos tempos.
Existe já assim na Igreja, desde seus primórdios, um sentimento profundo de uma obra grandiosa que se expande rapidamente por todos os lugares, guardando os mesmos fundamentos e princípios básicos que lhes garante sua sobrevivência, independente das perseguições ainda reinantes naqueles tempos (se bem que nossa Igreja ainda hoje sofre perseguições), mas que guardava a fé e confiança, e hoje ainda as guarda, nas palavras do próprio Mestre que atesta: “Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la” (Mt 16, 18), pois sempre estará com ela. (1Cor 12,13-31; Ef 5, 22-33; 1Pd 2, 5-10; Col 1,18).
A primeira fase da história do cristianismo, que começa por volta do ano 30-33 d.C, ou seja, poucos anos após a morte e ressurreição de Jesus, indo até por volta de 325 d.C, é chamada de Era Apostólica ou de Igreja Primitiva. Esta é a fase em que o Cristianismo experimenta sua primeira expansão, com a fundação das primeiras comunidades cristãs. O termo Igreja Primitiva é a primeira fase da história do cristianismo e é utilizado para se referir a um período histórico de sua inicial formação. 
O termo Igreja Primitiva refere-se à Instituição e Cristianismo Primitivo às suas doutrinas. Neste período a Igreja estava engajada em diversas discussões acerca dos conceitos cristãos. Inicialmente cinco cidades surgiram como importantes centros da Igreja: Jerusalém (que durou até a dispersão dos cristãos após a morte do diácono Estevão), Antioquia, Roma, Alexandria e Constantinopla.
A unidade da Igreja é comprovada nos Atos dos Apóstolos, no episódio do Concílio de Jerusalém, por volta do ano 48 d.C., pois a igreja de Antioquia, de Corinto, de Éfeso mesmo estando separadas geograficamente, não são independentes, tendo de acatar a decisão do Concílio como uma só Igreja.
A Igreja Primitiva passou a se nomear Católica (que significa "Universal"), ainda no século I, o termo foi utilizado pela primeira vez pelo Bispo Inácio de Antioquia, discípulo do apóstolo João, que foi ordenado pelo próprio Pedro. O termo Igreja Católica invoca o princípio de que desde o começo a Igreja foi universal, aberta aos gentios; em 200 d.C. o termo já era comumente utilizado.
No início do cristianismo, depois de Cristo, as igrejas locais ainda estavam em formação e, em sua maioria, estavam localidades próximas a Jerusalém, na Judeia e na Samaria, sob a orientação dos apóstolos, com destaque para os Apóstolos Pedro, André, João e Tiago.
Nas comunidades primitivas, os cristãos continuavam ainda a ler as Sagradas Escrituras do Velho Testamento (Torah) em grego ou aramaico. Não havia nada escrito a respeito de Jesus Cristo, tudo era oralmente divulgado ou pregado, devido à proximidade com os acontecimentos marcantes do cristianismo, ou seja, Jesus o Messias esperado, sua vida, ensinamentos, morte e ressurreição, pentecostes e assunção aos céus voltando ao Pai, além disso, o início do cristianismo primitivo é marcado pela crença na volta iminente de Jesus.
Na Antioquia, onde Pedro e Paulo haviam fundado uma importante comunidade cristã (42 d.C), no seu início, continuava ligada por um cordão umbilical à Jerusalém, mas após a morte de Estevão, devido a perseguição dos cristãos, tanto judaizantes como os helenistas, como citado em textos anteriores, seus líderes e suas bases fundamentais foram para ai transferidos, sendo que foi de lá que realmente se iniciou a grande difusão do cristianismo “a todas as gentes”.
Ainda no século I várias comunidades cristãs são estabelecidas com suas próprias Igrejas, sendo algumas estabelecidas pelos próprios Apóstolos. Mas será nos séculos II, III e parte do século IV, apesar de muitas perseguições sofridas pelos cristãos, que muitas importantes Igrejas serão fundadas em várias e importantes cidades. O livro dos Atos dos Apóstolos, as Epístolas apostólicas e também no livro do Apocalipse de João, nos citam várias Igrejas, como a de Antioquia, Damasco, Chipre, Salamina, Pafos, Perge, Panfília, Antioquia da Pisídia, Icônio, Derbe, Tolemaida, Tarso, Tiro, Listra, Frigia, Laodicéia, Corinto, Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Filipos, Tessalônica, Tiatira, Trôade, Neápolis, Sárdis, Filadélfia, Anatólia, Bitinia, Ponto, Patara, Alexandria, Cartago, Etiópia, Malta, Roma e muitas outras mais. 
Ainda no século I e começo do século II, ainda guardando proximidade estreita com os acontecimentos fundadores, que foi a presença entre nós naquela época, do próprio Deus feito homem, e divulgadas pelos Apóstolos e seus discípulos, as igrejas estavam organizadas independentemente uma das outras, unidas pela mesma fé, mas possuindo seu próprio clero, instituído em sua maioria pelos próprios Apóstolos, sua organização ecumênica local, suas obras sociais próprias, seus próprios carismas e também, muitas vezes sua distinta liturgia. Mas acima de tudo, mesmo sendo locais e independentes, mantinham a consciência de pertença a uma coisa bem maior, sentida e testemunhada, que é a presença inconteste de Jesus Cristo em seu meio, lhes garantindo suas ligações intimas com suas coirmãs de outras localidades. 
As comunidades mantinham laços concretos de amizade, conversavam, comunicavam-se entre si, mas não passavam de uma “federação de Igrejas”, espalhadas por um amplo território, que com esforço procuravam manter intacto o depositório da fé e por manter os princípios básicos doutrinários como a caridade, a irmandade no Senhor, mantendo o sentido espiritual da unidade cristã. 
Apesar de todas as comunidades terem a Cristo como cabeça, principalmente na época pós-apostólica, se sentia a necessidade de união de suas práticas, principalmente as litúrgicas, serem em comum, isto é, “falarem a mesma língua”, e esta ser comum e aceita por todas as Igrejas, através da instituição de um comando ou liderança central, que além de a todos representarem, possuir e ser aceito como último e balizado interprete de todos. Como podemos ver até aqui, estes antigos sinais de unidade necessitavam de algo a mais, que mais tarde se daria com a instituição do Papado tendo como sede Roma.
A Igreja foi formando de maneira gradual sua hierarquia, tendo como sua primeira figura os Anciãos ou Presbíteros como nos atesta São Paulo em diversas de suas Cartas e nos Atos dos Apóstolos, além dos Diáconos que eram seus auxiliares, mas que possuíam também, a importante função de bem conhecerem e serem pregadores das palavras de Jesus. Verificamos nas comunidades cristãs, que serão, primeiramente, dos Anciãos mais velhos, respeitados e experientes que surgirão as figuras denominadas de Bispos (episkopos), que serão os pastores responsáveis pelo rebanho, ou seja, pela própria Igreja local, que as supervisionarão e a liderarão, por possuírem um conhecimento sobre o cristianismo pregado, em sua maioria, diretamente pelos próprios Apóstolos.
Paulo e outros Apóstolos nomearam Anciãos (ou Presbíteros) em todas as comunidades cristãs por onde passavam e confirmavam aBoa Nova ou pelas que eles próprios haviam fundado, constituindo assim, representantes maiores para as Igrejas. Paulo, como exemplo de como era esta nomeação, fora nomeado por Ananias em sua conversão: “Então Ananias saiu, entrou na casa e impôs-lhe as mãos, dizendo: Saul, meu irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu quando vinha pela estrada mandou-me aqui para que tu recobres a vista e fiques cheio do Espírito Santo” (At 9,17). As nomeações de representantes das Igrejas que Paulo realizou como podemos ver em Atos 13:1-3, sem dúvida, ocorriam da mesma forma que fora nomeado: “Havia então na Igreja de Antioquia profetas e doutores, entre eles Barnabé, Simão, apelidado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo. Enquanto celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes o Espírito Santo: Separai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho destinado. Então, jejuando e orando, impuseram-lhes as mãos e os despediram”. Através de oração e jejum, o Espírito Santo deixa claro quem deve ser nomeado, e então os líderes colocam as mãos sobre eles e os nomeia, sendo assim, as nomeações que os Apóstolos realizavam, não eram exclusivamente por seus próprios desejos e sim por uma ordenação do próprio Espírito Santo que com eles permanecia. 
Os Bispos da Igreja Pós-Apostólica, além da função de oficiarem os cultos locais, principalmente o Batismo e a Ceia Eucarística, serem os responsáveis pela difusão da verdadeira palavra de Jesus (catequese), tornaram-se os administradores ou supervisores das Igrejas locais e de suas populações urbanas cristãs, pois os Apóstolos não permaneceram na terra para sempre, nas várias regiões aonde a palavra de Jesus fora oralmente pregada e difundida, pois neste tempo ainda não existia a palavra escrita e assim, foram instituídos os Bispos, seus representantes diretos, que deveriam cuidar ou pastorear o rebanho de Cristo na ausência deles.
Episcopado é o nome que se dá ao ministério dos Bispos. O Episcopado tem origem no ministério dos Apóstolos, isto é, foi o próprio Cristo que instituiu os Apóstolos como Bispos da Sua Igreja. Com efeito, a Bíblia ensina que Nosso Senhor Jesus Cristo deu o governo da Igreja aos Santos Apóstolos: “Quem vos escuta, a mim escuta; e quem vos despreza, a mim despreza; ora, quem me despreza, despreza Aquele que me enviou” (Lc 10,16).
A organização eclesiástica cristã, como citado, ainda no século I estava se organizando após as grandes comunidades terem sido fundadas pelos Apóstolos, como Antioquia, Alexandria e principalmente Roma, onde Pedro, o Príncipe dos Apóstolos e Paulo, o Apóstolo dos Gentios, que foi o responsável desbravador praticamente de todo o ocidente, levando a palavra de Cristo a todas as gentes, foram ai martirizados e enterrados. 
Portanto, Roma, por ser a capital do Império Romano, desde o século I, destacar-se-á de maneira proeminente das demais Igrejas ou comunidades cristãs da época e por Pedro, que fora sempre respeitado e aceito como líder e porta-voz dos demais Apóstolos, ter ai estabelecido sua sede e ai falecido, por isso a Capital do Império já possuía um status acima das demais grandes comunidades.
O livro de Atos dos Apóstolos termina com a chegada de Paulo a Roma. Além disso, já numa época remota a igreja de Roma tornara-se a maior e a mais respeitada por toda a cristandade ocidental. Ao contrário da região oriental, em que várias grandes comunidades como as de Antioquia (fundada por Pedro e Paulo), Alexandria (fundada por Marcos) e Constantinopla (fundada por André) (sendo que Jerusalém nem mais contava como líder que fora, desde a morte de Estevão e de sua posterior destruição nos anos 70), competiam pela supremacia da direção da cristandade em virtude de suas antiguidades e conexões apostólicas, no Ocidente a igreja de Roma, pelos motivos acima citados, desde o início foi praticamente a líder inconteste. Assim aos poucos surgiu a consciência do primado do Bispo de Roma, que seria a luz para toda cristandade católica, aquele “algo a mais” citado e desejado anteriormente. Primado este, ainda não absoluto, mas um primado de respeito e que era consultado em várias questões ligadas às praxes administrativas, clericais e ortodoxia católica. Somente bem mais tarde, com o imperador Constantino I o Grande (272-337), que foi o primeiro Imperador romano convertido ao cristianismo e responsável pelo fim da proibição do culto no início do século quarto, fato que fez seu nome entrar para a História (na época era Bispo São Silvestre I) e, posteriormente, um pouco mais tarde, com o Imperador Teodósio I (347-395), no final do século IV, que a Religião Católica será oficializada como a Religião do Estado.
LISTA DOS BISPOS (“PAPAS”) CATÓLICOS DE ROMA DO SÉCULO I AO SÉCULO IV:
(Obs.: Já são denominados “Papas” pela Igreja Católica todos os Bispos do ocidente, pois etimologicamente, a palavra “papa” se originou diretamente a partir do latim pappa, que pode ser traduzido como uma forma carinhosa de “papai” ou “pai”, ou responsável, embora não se trata-se de um privilégio e oficialmente como hoje o é o Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana, no Vaticano em Roma. A Igreja Católica e seus Bispos, não tiveram sua sede (Sé) sempre em Roma, pois fora transladada pelo Imperador Constantino I no século IV, transferida para a nova capital do Império Romano para Bizâncio (Constantinopla) porque a cidade era a mais prospera de todo o Império e por isso fez de Bizâncio a nova capital do Império Romano. No século XIV a Igreja tinha como sede Avignon na França e só depois retornou para Roma no Vaticano).
BISPOS DA IGREJA DE ROMA NO SÉCULO I APÓS A IGREJA SER GOVERNADA POR SÃO PEDRO, O SEU PRIMEIRO BISPO, ORDENAMENTO PELO PRÓPRIO JESUS CRISTO.
Visão histórica romana:
Inicia-se a fase imperial romana ((27 a.C - 476 d.C.) e como o próprio nome sugere, o poder foi exercido pelos imperadores, figuras que detinham o mando político, militar e religioso sobre todo o território romano. O tripé do poder político em Roma passava pelo imperador, responsável pela administração de todo o império; pelo exército, responsável pela manutenção da ordem interna e das campanhas de conquistas; e pelos governos das províncias conquistadas, figuras essenciais na manutenção do poder nessas regiões.
O período Imperial, tradicionalmente, costuma ser dividido em dois momentos:
Alto Império: período em que Roma alcançou  grande esplendor (estende-se até o século III d.C.). 
Baixo Império: fase marcada por crises que conduziram a desagregação do Império Romano (do século III ao século V).
Após a morte de Otavio Augusto primeiro imperador romano (27-14 d.C.) até o fim do século II, quatro dinastias se sucederam no poder. São elas:
Dinastia Júlio-Claudiana (14-68): Com os imperadores Tibério, Calígula, Cláudio e Nero, essa dinastia esteve ligada à aristocracia patrícia romana. Principal característica dessa fase: os constantes conflitos entre o Senado e os imperadores.
Dinastia Flávia (68-96): Com os imperadores Vespasiano, Tito e Domiciano, apoiados pelo exército, o Senado foi totalmente submetido.
Dinastia Antonina (96 – 193): Com Nerva, Trajano, Adriano, Antonio Pio, Marco Aurélio e Cômodo, assinalou-se uma fase de grande brilho do Império Romano. Os imperadores dessa dinastia, exceto o último, procuraram adotar uma atitude conciliatória em relação ao Senado.
Dinastia Severa (193 – 235): Com Sétimo Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e Severo Alexandre, caracterizou-se pelo inicio de crises internas e pressões externas, exercidas por povos diversos, prenunciando o fim do Império Romano, a partir do século III da era cristã.
São Lino (30-76)
Segundo Bispo apostólico da Igreja Cristã de Roma (67-76), que segundo a tradição foi indicado como sucessor pelo próprio Pedro, conhecido por tradição católica como o primeiro Papa, por ser o príncipe dos apóstolos de Cristo. Depois que os Apóstolos Pedro e Paulo fundaram e organizaram a Igreja em Roma, passaram o exercício da administração da Igreja de Roma aele. Seu nome aparece mencionado na Bíblia Católica, no texto da Epístola de São Paulo em 2 Timóteo 4, 21. Combateu firmemente os falsos missionários que tentavam adulterar a doutrina cristã. Conta que sagrou 15 bispos e 18 sacerdotes em duas ordenações coletivas, retransmitindo-lhes os ensinamentos cristãos deixados por seu criador, Jesus Cristo e pelos próprios Apóstolos. Como Bispo testemunhou a queda de três imperadores romanos e a destruição de Jerusalém no ano de 70 d.C.. Nasceu quando Calígula (37-41), considerado um doente mental era o Imperador e um fato marcante foi "primeira ruptura aberta entre Roma e os judeus"; Imperador Cláudio (41-54), restabeleceu os cultos que haviam sido abandonados em Roma e combateu aqueles que eram considerados supersticiosos, para isso, expulsou os astrólogos e os judeus; Imperador Nero (54-68) em Roma os cristãos foram perseguidos pelo imperador Nero, que os transformou em bodes expiatórios para o grande incêndio que consumiu a cidade. É possível que depois disso, a perseguição se tenha estendido às províncias pelo exemplo, porque os governadores romanos se baseavam  no precedente de Nero, que dispensava aos cristãos o tratamento previsto para os criminosos. Nesta época foram martirizados os dois apóstolos: Paulo e Pedro; Imperador Vespasiano (69-79) confiou ao filho Tito a tarefa de sufocar uma revolta dos judeus (67-70). 
Anacleto I (45-88)
Terceiro Bispo da Igreja Cristã em Roma (76-88) de origem grega, que sucedeu São Lino. Durante onze anos de intensas atividades no trono de São Pedro, aproveitou um tempo de paz concedida aos cristãos sob o reinado do imperador Vespasiano para organizar o crescimento da Igreja. Ordenou 25 sacerdotes em Roma, sancionou a veneração ao túmulo de São Pedro, erigindo um monumento sobre a sepultura do apóstolo de Cristo. Distribuiu uma série de orientações que condenavam o culto de objetos mágicos e de feitiçaria e outras cerimônias envolvendo deuses pagãos. Foi Bispo sobe o reinado do Imperador Tito (79-81) e recaiu sobre Tito a responsabilidade de acabar com os judeus sediciosos, tarefa realizada satisfatoriamente após sitiar e destruir Jerusalém (70), cujo Templo foi demolido no incêndio.
Clemente I (35-97) 
Quarto Bispo da Igreja Cristã em Roma (88-97), discípulo de Pedro e Paulo. Estabeleceu normas precisas referentes à ordem eclesiástica hierárquica, base da autoridade apostólica para o clero (Bispos, Presbíteros, Diáconos) e se sentindo responsável pelas outras Igrejas da época, estabelece o Primado Universal da Igreja de Roma sob as outras Sés apostólicas e estas passaram a lhe acatar, passando a lhe solicitar conselhos sobre questões sobre a ortodoxia da Igreja nascente. Restabeleceu o uso da Crisma, seguindo o rito de São Pedro e iniciou o uso nas cerimônias religiosas da palavra Amém. É conhecido pela carta que escreveu para a comunidade de Corinto combatendo a divisão dos cristãos que estava ai ocorrendo, na qual com uma convicta censura, mas guardando uma humildade de mestre, convocava-lhes a paz e a obediência à hierarquia eclesiástica desta Igreja, devida, sobretudo às discórdias entre seus fiéis (constava que os presbíteros mais jovens teriam expulsado do meio dos cristãos os Bispos nomeados pela Igreja de Roma). Neste pontificado ocorreu uma forte segunda perseguição aos cristãos, pelo imperador Domiciano. Entre 92 d. C. e 96 d. C., persegue os cristãos devido a acusação de ateísmo (impietas), recusa em adorar os deuses de Roma e o imperador, que exigia ser chamado de “dominus et deus” (Senhor e Deus) e se a perseguição infligida por Nero foi desumana, mais tarde o Imperador Domiciano o superará nesta crueldade. 
Bispo Santo Evaristo (31-107)
Quinto Bispo da Igreja Cristã em Roma (98-107), nascido em Belém, Palestina, exerceu o pontificado na passagem do primeiro século Cristão. Seu nome original era Aristus e as informações a seu respeito são muito incertas. Consta que fez três ordenações coletivas criando 17 sacerdotes, 9 diáconos e 15 bispos, destinados a diferentes igrejas dividiu Roma em paróquias, a atribuição de um responsável (sacerdote com as funções hoje de ‘padre’) para cada uma. Foi tido por seus contemporâneos como um homem de grande fé em Cristo e de incansável ânimo missionário, e também grande administrador. Foi durante seu pontificado que faleceu o mais jovem dos apóstolos, São João Evangelista. Roma era governada nesta época pelo imperador Trajano (98-117), que apesar de manter a mesma política de seus antecessores, foi, contudo, mais brando para com os cristãos. Mesmo o cristianismo continuando como religião ilícita, estes não seriam mais procurados ou perseguidos a não ser que houvesse denúncias contra eles, também não deveria levar em conta as denúncias anônimas. 
 
BISPOS DA IGREJA DE ROMA NO SÉCULO II
Visão histórica romana entre os séculos II e III:
O Império foi herdeiro da expansão territorial vivenciada por Roma nos últimos séculos tendo o seu apogeu no século II d.C.. Muitos povos foram incorporados ao Império dando a ele um aspecto multicultural, já que muitos desses eram considerados muitas vezes cidadãos: No oriente Médio, os hebreus, os gauleses na França, os bretões na Inglaterra, e na região do Mediterrâneo os gregos e os egípcios. 
Esses povos formavam a novo aspecto em Roma, pois aqueles que não eram incorporados como cidadãos, deviam pagar tributos que rendiam muito ao Estado. Até parte do século II d.C., o Império Romano viveu um período de relativa paz e grande prosperidade, que ficou conhecido como Paz Romana. O final desse período foi marcado pela morte do imperador Marco Aurélio em 180 d.C., iniciando, assim, a decadência romana, que se estendeu até a fragmentação da parte ocidental do império em 476. 
Era fundamental para a economia romana que as províncias mantivessem uma produção de riquezas constante. Por isso, o poder centralizado em Roma intervia constantemente nelas como forma de garantir a sua produtividade e as suas riquezas. A decadência do Império Romano estava relacionada, primeiramente, com a crise do sistema escravista, iniciada na transição do século II para o século III d.C. Esse sistema era parte essencial da economia romana, que contava com a renovação da população de escravos do império por meio das guerras de conquista e expansão, típicas da história romana. No entanto, essas guerras de conquista não aconteciam desde o século II d.C., com a última grande vitória romana contra os Dácios (Originários da Trácia , atual Bulgária, os dácios ocupavam a montanhosa região da Dácia, área que corresponde hoje à Romênia, na Europa Oriental. A diplomacia dácia também era bastante refinada. Feito o acordo de paz com os romanos em 89, os assaltos ao império cessaram e não foram mais retomados, sinal da disciplina das tropas e do rígido controle do rei sobre seu exército). Após essa posse de parte da Dácia, os romanos não realizaram novas conquistas e, com isso, a obtenção de novos escravos foi interrompida. Com a diminuição na quantidade de escravos e como não havia a renovação natural dessa população, a disponibilidade dessa mão de obra no império começou a diminuir. Esse processo afetou a economia romana e causou a diminuição de sua produtividade, provocando, consequentemente, um aumento no custo de vida em todo o império. Além da crise do sistema escravista e da economia, a crise política também contribuiu para o enfraquecimento do império. Por fim, o crescimento do cristianismo foi um outro fator de relevância para o agravamento dessa crise, uma vez que o avanço dessa religião provocou o enfraquecimento da figura do imperador, já que os cristãos não aceitavam prestar-lhe culto religioso, como era o costume na época. Além disso, os cristãos eram contrários à escravidão, e o crescimento dessa religião contribuiu para enfraquecer ainda mais uma instituição já debilitada. Todos esses fatores foram ampliados com a ação dos povos germânicos que, especialmente a partir do século II d.C., atacavam constantemente as fronteiras do Império Romano. Os germânicos,que constituíam uma variedade de povos, habitavam as regiões ao norte da Europa (principalmente onde hoje fica a Alemanha) e desde muito já lutavam contra os romanos.
Os “Bárbaros”, assim chamados pelos romanos, eram povos germânicos que não habitavam o Império Romano. Entre eles estão os francos, os lombardos, os hunos, os visigodos, os vikings e os ostrogodos. Cada povo possuía política e organização social própria, termo de conotação pejorativa que faz menção ao fato de esses povos não possuírem as mesmas práticas e cultura dos romanos. A partir do século II d.C., as migrações germânicas intensificaram-se e, com o enfraquecimento do poder romano, as fronteiras do império ficaram mais frágeis assim como o próprio exército romano motivado principalmente pela crise econômica, as crise assim aumentaram sobremaneira.
Bispo Alexandre I (77-115)
Quinto Bispo católico em Roma de 107 a 115. Apesar de apenas 30 anos de idade, exercia já grande influência sobre as pessoas, pela sua extrema piedade e reconhecida santidade, e foi o responsável pela conversão de centenas de pessoas, muitos senadores e grande parte da nobreza romana, dentre os quais um prefeito de nome Hermes e de seus entes. Durante seu bispado, estabeleceu que durante a celebração da Eucaristia fosse usado na consagração, pão sem fermento, e também decretou que antes da consagração do cálice com vinho, este fosse misturado há um pouco de água, significando a união de Cristo com sua Igreja. Pronunciou a excomunhão contra todos os que impedissem aos legados apostólicos de cumprirem as ordens do “Sumo Pontífice ou Papa”, pois “considerava que os Bispos de Roma assim o fossem sobre toda a Igreja Católica, assim como Roma fosse a Sé do cristianismo’. Consagrou cinco bispos, presbíteros e diáconos e escreveu três epístolas, conhecidas como “O primeiro tomo dos Concílios”, com decretos e ordens, a bênção da água com sal em cerimônias que até hoje a Igreja celebra. Quanto aos cristãos o governo do Imperador romano Trajano continuou com sua política religiosa.
Bispo Sisto I (42–126)
Sexto Bispo da Igreja Cristã Romana (115-126) em seu mandato como Bispo procurou fazer uma organização melhor da Igreja. Sistematizou e normalizou vários procedimentos sagrados nos cerimônias religiosas, como o de que qualquer objeto sagrado só poderia ser tocado por ministros sacramentados. A ele atribui-se a introdução do tríplice canto do ‘Sanctus’ na missa, as cartas apócrifas que tratam da doutrina da Trindade Católica e ao Primado da Igreja de Roma. Também entrou em conflito com alguns procedimentos da Igreja da Ásia. Os mártires cristãos puderam contar com o seu auxílio paternal e ele próprio sofreu o martírio. O Imperador Adriano (117 a 138) era o governador romano nesta época e continuam as perseguições, mas com a mesma brandura do governo de Trajano. 
Bispo Telésforo (? -136)
Sétimo Bispo da igreja cristã romana (125-136) nascido em Roma em ano incerto. Governou a Igreja em um período de paz, quando os imperadores Adriano e Antonino não publicaram editos de perseguição aos cristãos. Desenvolveu seu pontificado marcado por conflitos com as comunidades não cristãs. Embora os imperadores tenham publicado editos de certa forma generosos com relação aos cristãos, os pagãos não descansavam em acusar os cristãos, pois também pretendiam se apossar de seus bens e, em virtude desse furor, muitos cristãos foram jogados aos leões. São atribuídos ao seu governo da igreja, a tradição da Missa do Galo, a celebração da Páscoa aos domingos, a manutenção de sete semanas para a Quaresma antes da Páscoa e o cantar do ‘Glória’. O fragmento de uma carta de Santo Irineu ao Bispo Vitor I durante a controvérsia da Páscoa no final do sec. II, também preservado por Eusébio, atesta que Telésforo era um dos bispos de Roma que comemoravam a Páscoa aos domingos, em vez dos outros dias da semana de acordo com o cálculo da Páscoa Judaica. Ao contrário de Vítor, porém, Telésforo permaneceu em comunhão com aquelas comunidades que não seguiam este costume. O Imperador Adriano continuava no poder com a mesma política que atuara com os cristãos durante o bispado anterior.
Bispo São Higino (74-140)
Oitavo Bispo da Igreja Cristã Romana (136-140) nascido em Atenas, na Grécia. Ficou conhecido por tornar mais precisa a questão da hierarquia na Igreja e no governo esmerou-se na preservação da integridade do ensinamento evangélico, mexeu nas estruturas hierárquicas e na cerimônia do batismo, estabelecendo o costume de haver padrinho e madrinha no mesmo, instituiu as ordens menores para melhorar o serviço da Igreja e preparação do sacerdócio. Governou a Igreja por quatro anos e teve um pontificado perturbado pelas perseguições aos cristãos e pelos focos de heresia que começavam a nascer na Igreja dos primeiros tempos. Contando com a ajuda do filósofo São Justino, condenou as heresias e os heresiarcas, e conseguiu triunfar com êxito diante desses perigos. De acordo com Santo Irineu e Eusébio de Cesaréia, como Bispo teve de enfrentar um movimento gnóstico do qual fizeram parte Valentim e Cerdão. Ambos ousaram enfrentar Roma, espalhando a heresia do gnosticismo, mistura de doutrinas e práticas religiosas com filosofia e mistérios, cujo princípio fundamental era haver uma fé comum que seria suficiente aos incultos, mas que existiria uma ciência reservada aos doutores que ofereceria a explicação filosófica da fé comum. Os dois hereges foram excomungados pelo Bispo (Papa), que também era um notável filósofo de origem ateniense. O governante romano neste tempo era o Imperador Antonio Pio e neste governo os cristãos tiveram finalmente sossego, apesar de haver casos esporádicos de perseguições. Contudo os cristãos tinham liberdade de anunciar o evangelho. O cristianismo foi levado a várias partes do império.
Bispo Pio I (81-154)
Nono Bispo da igreja cristã romana (141-154), nascido em Aquiléia, norte da Itália, eleito após três dias de jejum e oração dedicados pelos fiéis romanos na escolha do novo Bispo. Seu pontificado foi marcado por questões envolvendo judeus convertidos e com heresiarcas como os gnósticos Valentino e Cerdão e Márcião, criador das heresias marcionitas, que propagaram doutrinas de fé conflitantes com os ensinamentos da Igreja Cristã defendida pelos Bispos católicos. Valentino, que já tinha aparecido durante o papado de Higino, aparentemente não progrediu. O gnóstico Cerdão foi mais ativo em Roma em seu período e Marcião chegou a Roma para divulgar suas heresias marcionitas. Por não serem convencidos pelo Bispo romano a mudarem seus ensinamentos, todos foram excluídos da comunidade e excomungados. (A teologia chamada Marcionismo propunha dois deuses distintos, um no Antigo Testamento  e outro no Novo Testamento, já o Gnosticismo foi um movimento de teor religioso que, possuindo caráter sincrético ou esotérico, criado nos séculos iniciais do calendário cristão, pautando-se no cristianismo convencional, juntamente com o misticismo e especulação filosófica, sendo o conhecimento alcançado a partir das verdades divinas e da rejeição da matéria. O gnosticismo está relacionado com ensinamentos esotéricos da cultura grega e helenística, que expõe aos seus iniciados um caminho de salvação que tem como base o conhecimento de certas verdades ocultas a respeito de Deus, do homem e do mundo). Continua o governo romano sob o comando do Imperador Antonio Pio.
Bispo Aniceto (110-166)
Décimo primeiro Bispo católico (155-166), nascido na Síria. Tradicionalmente considerado de perfeita inteligência e santidade de vida, destacando-se por ter sido o primeiro Bispo romano a condenar oficialmente uma doutrina como heresia, em concreto e o Montanismo (foi uma heresia do século II, por Montano da Frígia que, com suas auxiliares Priscila e Maximila, anunciavam o fim do mundo e a volta iminente de Cristo. Pregavam um rigorismo moral: jejum perpétuo, proibiam o casamento, pregavam o martírio, minimizavam o papel dos bispos. Montano se dizia a encarnação do Espírito Santo, chegava a batizar em “Nome do Pai, do Filhoe de Montano”). O papa São Zeferino (199-205) condenou a heresia. Nessa época disseminavam-se perigosas heresias e seitas que punham em perigo o futuro da Igreja. Mas o Bispo envidou todos os esforços catequéticos para impedir o progresso das obras heréticas e reconduzir ao seio da Igreja os pobres desviados. Reuniu-se com São Policarpo, um discípulo de São João Evangelista, quando este visitou Roma, para tratar de questões disciplinares que atormentavam a unidade da Igreja. Ambos concluíram e deram demonstrações públicas que a Igreja de Roma, na doutrina, era idêntica a de Jerusalém e estas declarações causou grande impacto entre os hereges e promoveram muitas conversões. Como único ponto de divergência entre ele e Policarpo fosse o tempo da celebração da Páscoa, o papa deixou aos cristãos orientais toda a liberdade na celebração da Festa da Páscoa, como eram acostumados desde os dias de São João Evangelista. ). O governo deste pontífice coincidiu com o tempo do imperador romano Antônio e, além das perseguições oficiais por parte do governo romano,
Deparou-se com a heresia do Gnosticismo, o racionalismo cristão, uma supervalorização do conhecimento, onde bastava isso para a Salvação. Contou muito com a ajuda do filósofo cristão São Justino e do bispo Policarpo. Auxiliado por esses doutores, combateram esse racionalismo.
 Aniceto destaca-se por ter sido o primeiro papa a condenar oficialmente uma doutrina como heresia, em concreto o montanismo.
Papa São Sotero
Papa São Sotero – ( ? – 175)
Papa de origem grega da igreja cristã romana (166-175) nascido em Nápolis, substituto de Aniceto cujo pontificado coincidiu com o reinado de Marco Aurélio, o imperador filósofo, sob o qual os cristãos foram cruelmente perseguidos.
Conhece-se muito pouco deste papa, a não ser que seu governo foi marcado pela prática da caridade, o zelo e a compaixão pelos mais humildes e a firmeza da fé com relação aos hereges, como se pode concluir pelos fragmentos de uma interessante carta a ele dirigida por São Dionisio de Corinto.
Tradicionalmente é lembrado pelo seu costume de fazer o bem para todos os irmãos em muitas formas, e enviar esmolas para muitas igrejas em toda cidade, aliviando a pobreza dos que enviavam pedidos e dos irmãos de fé. Dar esmolas já era um velho e tradicional hábito dos romanos que o santo pontífice não só preservou, mas incentivou, além de consolar com palavras abençoadas todos os irmãos que vieram a ele, como um pai amoroso as suas crianças. Coibiu os abusos e ensinou com caridade a verdade.
O papa de número 12 morreu em Roma e foi substituído por São Eleutério (175-189). Os mártires cristãos puderam contar com o seu auxílio paternal e ele próprio sofreu o martírio e, canonizado, é comemorado a 22 de abril, juntamente com outro papa, mas não mártir, São Caio (283-296). Alguns pesquisadores acham que a Segunda Epístola de Clemente,.foi um dos textos de sua autoria
Papa Eleutério
Papa Eleutério – (~ 130 – 189)
Papa de origem grega da igreja cristã (175-189) nascido em Nicópolis do Épiro, Grécia, sucessor de São Sóter (166-175), que com seu empenho e grandes exemplos a todos os cristãos, atingiu na sua evangelização todas as classes, desde as mais pobres até aos altos escalões sociais, como por exemplo,obteve a conversão de vários nobres romanos, enviou missionários a Inglaterra, combateu as heresias e libertou a Igreja cristã de doutrinas e práticas judaicas.
Seu pontificado foi pacífico no início, especialmente por que o extravagante imperador Cômodo, filho de Marco Aurélio, odiado pela alta classe dominante, foi benigno para com os Cristãos. Conta-se que recebeu cartas de Lúcio, rei de uma parte da Bretanha, pedindo sacerdotes que o instruíssem na fé cristã.
Seria esse o primeiro chefe bárbaro europeu a se converter ao Cristianismo. Na sua grandiosa obra de conversão e extremo empenho na evangelização de todos, pobres e poderosos, fez com que mandasse os Santos Damião e Fugácio como missionários para a Inglaterra, que por sua vez batizaram o rei Lúcio (São), sua esposa e grande parte da população.
Este papa resolveu a questão, de origem judaica, sobre a distinção entre alimentos puros e impuros. Certos alimentos, por exemplo a carne de porco, não são usados pelos judeus até hoje e esta tradição deve-se às normas erradas de Montano, um herege que pregava em Pepúcia, Frígia, Ásia Menor, com um rigor exagerado, um novo reino de Deus, idealizando para os montanistas um desapego completo, que consistia num jejum quase contínuo, na proibição total das artes, dos espetáculos, das festas, em restrições proibitivas do matrimônio, na necessidade do martírio para se conseguir o Céu.
Nessa ocasião os fiéis de Lião, França, enviaram Santo Irineu a Roma para tratar do assunto com o Papa, em um dos primeiros gestos do mundo cristão de recorrer ao santo padre para solução de uma questão de fé, estabelecendo o costume de se considerar o Sucessor de Pedro, como autoridade máxima da Igreja.
Também estabeleceu as normas mais antigas que se conhecem das festas de Páscoa. Papa de número 13, morreu martirizado em 25 de setembro (1534), em Roma, e foi sucedido por Paulo III (1534-1549). Sua data celebra-se em 26 de maio e diz uma lenda que durante seu pontificado ocorreu o milagre da legião fulminante, toda ela de cristãos, que levavam sobre ele uma chuva indispensável para lhes aplacar a sede, e sobre os inimigos uma tempestade de raios que os batia em retirada.
Papa Vítor I
Papa Vítor I – ( ? – 199)
Papa e santo afro-italiano da igreja apostólica cristã (189-199) nascido no norte da África, indicado papa em substituição a São Eleutério, cujo feito mais tradicional foi declarar que água comum, de fonte, de poço, de chuva, do mar etc… pode, no caso de necessidade, servir para a administração do batismo, em substituição ao emprego de água benta, já tradicional nas cerimônias à época, para a bênção das pias batismais.
Filho de Félix, é algo incerta a cronologia deste papa, sendo que alguns, seguindo o historiador Eusébio, relatam seu pontificado como até o ano 202.
Teria morrido mártir na quinta perseguição, que foi movida nesse ano pelo imperador Sétimo Severo, ou então pouco antes, em uma sublevação de pagãos. Sob seu reinado a questão da data pascoal, de novo agitada, deu mais brilho à supremacia do Bispo de Roma.
A Igreja conservara do ritual judaico o uso de se consagrarem a Deus vários dias de festas. O sábado, tradição judaica, foi cedo substituído pelo domingo em memória do dia da Ressurreição do Senhor. As festas hebraicas caíram em desuso, menos Pentecostes e Páscoa.
Por esta é que se estabelecia todo o calendário judaico cristão. Na Ásia era a Páscoa celebrada no 14o dia do plenilúnio de março. Em Roma pretendia-se que a festa fosse sempre num domingo. Os orientais e sobretudo a metrópole de Éfeso, com seu velho e enérgico bispo dos antigos judaizantes, obstinavam-se na conservação do seu costume.
O papa, examinando a opinião das demais Igrejas, fixou a Páscoa para o domingo seguinte ao 13o dia do plenilúnio de março e, 130 anos depois, o memorável Concílio de Nicéia (325) confirmou sua decisão. Santificado seu dia é celebrado em 28 de julho.
Papa Zeferino
Papa Zeferino – ( ? – 199)
Papa da igreja cristã romana (199-217) nascido em Roma, eleito após a morte de São Vítor, pelos fiéis de Roma diante de um angustiosa expectativa em que recorreram à oração, por causa das expectativas pessimistas que ameaçavam desabar sobre a Igreja de Deus.
Homem de poucas instruções, eleito decretou, entre outras coisas, o uso de pátenas de vidro e que se consagrasse o Precioso Sangue em vasos de cristal, e não de madeira, como o faziam algumas comunidades pela extrema pobreza dos cristãos.
Nomeou seu auxiliar Anzio Calisto, seu futuro substituto como papa, e o encarregou de ampliar o cemitério de Via Apia, onde se encontravam os túmulos de ilustres mártires como São Pretextato e Santa Domitila, parenta do imperador Domiciano.
Este célebre cemitério, até hoje conhecido sob o nome de São Calisto, tornou-se ilustre por sua extensãoe por possuir local distinto para os sumos pontífices. O imperador Severo, no seu governo (193-211) desencadeou (203-211) uma furiosa perseguição aos Cristãos.
Nesta quinta perseguição, só abrandada após a morte do imperador (211), o papa foi fundamental na manutenção da fé e no conforto aos fiéis. Segundo exclamava Tertuliano, na sua fé inabalável,O sangue dos mártires é semente de novos cristãos, até a consumação dos séculos.
Passados estes dias de insegurança, o papa empenhou-se em livrar a Igreja da heresia montanista, mas não definiu claramente a sua crença na trindade divina.
Recebeu em Roma o fenômeno intelectual daquele tempo, o grande Orígenes. Morreu em Roma, foi enterrado junto ao túmulo de São Tarcísio, e tem sua festa celebrada em 26 de agosto.
BISPOS DA IGREJA DE ROMA NO SÉCULO III
Papa São Calisto I
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Papa São Calisto I  (155 – 222)
Papa (217-222) e santo da Igreja Cristã Romana nascido em Roma, sucessor do papa Zeferino, cujo pontificado foi marcado pelo início do cisma que colocou Hipólito de Roma como antipapa. Era diácono durante o pontificado de São Zeferino e, eleito (217), durante cinco anos, lutou contra a heresia do presbítero e teólogo Hipólito, para preservar a doutrina. Mandou construir as famosas catacumbas da Via Apia, onde foram enterrados 46 Papas e uns 200.000 mártires. Foi acusado por Tertuliano e Hipólito de ser demasiado indulgente ao administrar o sacramento da penitência, quando o papa concedeu a absolvição aos pecadores de adultério, homicídio e apostasia. Até então esta absolvição só era dada uma vez na vida e após uma dura penitência pública, enquanto os reincidentes eram excluídos da comunhão eclesial. Acrescentaram-se às divergências pessoais de oposição, a inveja de Hipólito, que nunca se conformou em ser preferido a ele como sucessor do Papa Zeferino. Hipólito chegou mesmo à ruptura total e fez-se ordenar bispo e fundou uma igreja própria, arrastando no cisma parte do clero e do povo de Roma, defendendo sua radical condenação em relação aos adúlteros, para os quais não aceitava a reconciliação e o perdão, que por sua vez eram concedidos pelo Papa. Inconformado continuou fomentando as acusações, calúnias e interpretações de desprezo à pessoa e ao trabalho do papa.
Assim, durante uma rebelião popular, o papa foi espancado e, ainda vivo, jogado em um poço onde hoje se acha a Igreja de Santa Maria, em Trastevere. Enterrado como mártir, em Roma, o local de seu sepulcro gerou o histórico sítio denominado de Catacumbas de São Calisto. O termo catacumba é a denominação dos primitivos cemitérios cristãos, constituídas por galerias, cubículos e outras cavidades. Escavados sob os cemitérios ou terrenos baldios situados fora dos muros das cidades, as catacumbas, numerosas sobretudo em Roma como as de Calisto, Domitilae Priscila, também são encontradas em outras localidades do Império Romano, como Marselha, Sevilha, Siracusa, Poitiers. O cisma continuou durante o pontificado de Ponciano, que contudo conseguiu, com a sua magnanimidade trazer Hipólito e o seu grupo de volta à Igreja, depois de 20 anos de separação.
Papa Urbano I
Papa Urbano I – ( ~ 270 – 230)
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Papa Igreja Cristã Romana (222-230) nascido em Roma, sucedendo São Calisto I (217-222) e cujo pontificado coincidiu com a época de tolerância (222-235) do imperador Alexandre Severo. Não se conhece quase nada de sua vida e de seu papado e, ao que parece, durante seu papado a Igreja gozava de Paz, mas a sua crescente grandeza excitava o ódio dos pagãos.
Determinou que as esmolas e os legados ofertados à Igreja fossem aplicados exclusivamente no sustento dos pobres e do culto divino. Estabeleceu pioneiramente o uso de ouro, prata e pedras preciosas em patenas, cálices e vasos sagrados, destinados ao uso do sacrossanto Sacrifício da Missa e decretou também que o sacramento da Confirmação fosse ministrado, após o Batismo, pelas mãos de um bispo.
Organizou a Igreja de Roma em 25 unidades eclesiásticas, as paróquias de Roma e consentiu que a Igreja adquirisse bens. Interveio nas disputas sobre o cisma de Hipólito de Roma e ordenou que o patrimônio da igreja doado pelos fiéis não pudesse ser usado, em hipótese alguma, para outros fins a não ser para o sustento dos próprios missionários.
Foi um dos grandes pontífices do início do cristianismo, caluniado e perseguido pelo prefeito Almáquio, de Roma, sob o império de Alexandre Severo, durante seus oito anos de defensor máximo da doutrina cristã, distinguiu-se pelo zelo apostólico.
Foi responsável por inúmeras conversões, inclusive, de pessoas de alta classe social, dentre os quais Valeriano, esposo de Santa Cecília, convertida e martirizada, e de Tibúrcio, seu irmão. No local do martírio de Santa Cecília, em Trastevere, fez construir a Igreja onde repousam os restos da padroeira dos músicos, que primeiramente tinha sido sepultada no cemitério de Calisto.
Papa de número 160, morreu em Roma e foi sepultado no cemitério de Pretextato, na Vila Ápia, e foi sucedido por São Ponciano (230-235).
Papa Ponciano
Papa Ponciano – ( ? – 235)
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Papa (230-235) e santo da Igreja Cristã de Roma nascido em Roma, sucessor de Urbano I e que pois fim ao cisma iniciado com Calixto I e que continuava durante o seu pontificado.
Eleito papa ainda durante o período do cisma, ordenou o canto dos Salmos, a recitação do confiteor Deo e o uso do Dominus vobiscum e pôs fim à heresia de Hipólito.
Em cinco anos de pontificado, de grande ação pastoral, de oposições, de luta contra a heresia, apesar das pressões do seu irredutível opositor Hipólito (217-235), sacerdote romano, antipapa, personalidade de destaque na Roma cristã do 3º século, teólogo do clero de Roma, mas uma figura controversa pelas suas atitudes de intransigência e oposição à autoridade do pontífice, inclusive já entrara em contraste com o papa São Calisto (217-220), pelo seu rigorismo em relação aos adúlteros, aos quais recusava a reconciliação e o perdão, que por sua vez eram concedidos pelo papa.
Foi vítima do Imperador Maximiniano, que iniciou uma era de perseguições, que o aprisionou, condenou e deportou (235) para a Sardenha para cumprir trabalhos forçados nas pedreiras da Sardenha. Demitiu-se do pontificado pouco depois de ter chegado à ilha, sendo esta a primeira vez que isso aconteceu na história dos papas.
Sua renúncia tinha o magnânimo objetivo de não criar dificuldades à Igreja de Roma para a reconciliação com os seguidores de Hipólito, que chegou mesmo à ruptura total, autordenando-se bispo e fundando uma igreja própria, arrastando no cisma parte do clero e do povo de Rom. Hipólito, que também tinha sido condenado ao exílio e ao trabalho forçado nas minas, e o seu grupo foi reconduzido à Igreja de Roma, pondo fim ao cisma que durou vinte anos, e o papa morreu martirizado de sofrimentos na ilha de Tavolara, Sassari.
O papa de número 18 foi sucedido pelo papa Santo Antero (235-236), de origem grega, que permaneceu na prisão durante seu brevíssimo pontificado.
Papa Santo Antero
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( ~ 200 – 236)
Papa (235-236) e santo da Igreja Cristã de Roma nascido na Magna Grécia, escolhido para suceder o Papa São Ponciano (230-235) e seu brevíssimo pontificado que durou apenas 43 dias, de 21 de novembro a 3 de janeiro do ano seguinte, foi transcorrido na prisão e foi sucedido pelo Papa São Fabiano. Sua eleição foi marcada pelo enfrentamento da oposição de um sacerdote de nome Nereu de Chipre, que desejava o trono de São Pedro, mas não reuniu adeptos em número suficiente para apoiar as suas pretensões. Apesar de pouco mais de um mês como papa, este santo de origem grega, ordenou também a compilação de documentos canônicos oficiais, recolhidos e conservados na Igreja, em um lugar chamado scrinium. Muitas recompilações foram queimadas por ordem do imperador Diocleciano, mas voltaram a ser redigidas para desaparecerem novamente nos tempos do Papa Honório III (1225).
Promoveu a coleção de Os Atos dos Mártires, uma ordenação das atas concernentes aos mártires da Igreja, determinando que fossem lavradas cópiaspara serem guardadas nas igrejas. Sua iniciativa irritou o imperador romano Máximiano, um bárbaro da Trácia, que o levou à condenação e execução, tendo seu corpo sido sepultado junto às catacumbas de São Calixto. Sua morte violenta, associada a sua humildade e grande carisma pessoal, resultou em milhares de conversões entre os romanos e gregos pagãos e até entre a guarda pessoal do imperador. O papa de número 19 da Igreja de Roma foi substituído por São Fabiano (236-250). Apesar do curto período em que permaneceu à frente da Igreja, seu nome ficou marcado pelo importante empenho na preservação do acervo documental católico, permitindo aos historiadores o acesso à diversas informações escritas da Igreja primitiva e por causa isto, foram mantidas as bases de conhecimento de muitas coleções redigidas pelos notários.
Papa São Fabiano
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Papa São Fabiano ( ? – 250)
Papa (236-250) e santo da Igreja Cristã Romana nascido em Roma, que morreu mártir (250) durante a perseguição do Imperador Décio. Fazendeiro de origem, foi ao túmulo de São Pedro para orar e pessoas juraram que viram um sinal do Espírito Santo sobre sua cabeça. Foi eleito e ordenado diácono, presbítero, bispo e eleito papa no mesmo dia. O seu pontificado coincidiu, exceto no início e no final, com um período excepcional de paz, prosperidade e desenvolvimento da Igreja. Foi administrador enérgico e de grande visão e no censo que realizou na Igreja de Roma, contabilizou que na cidade, havia sete circunscrições eclesiásticas, com sete bispos, quarenta e seis presbíteros, sete diáconos, cinqüenta e dois exorcistas, leitores e porteiros, mil e quinhentas viúvas sob a proteção da Igreja, e um total de quarenta mil cristãos. Pelo Liber Pontificalis, a coleção de biografias papais, mandou fazer muitos trabalhos nas catacumbas, inclusive a ampliação da de S. Calisto. O termo catacumba é a denominação dos primitivos cemitérios cristãos, constituídas por galerias, cubículos e outras cavidades. Admirado por São Cipriano, foi venerado no Oriente como grande santo milagreiro. Segundo o autor Eusébio, em sua História Eclesiástica, Orígenes endereçou-lhe um tratado em que se defendia da acusação de heresia.
O Imperador Décio desencadeou uma ferrenha perseguição contra a Igreja (246) e ele fugiu de Roma e deu início à vida eremita, com os anacoretas. Preso, no final de seu pontificado sustentou inflexível o processo na presença do imperador Décio, de quem se diz ter pronunciado no final do julgamento: Prefiro ter um rival no império do que um bispo em Roma. Martirizado em Roma, o pontificado ficou 14 meses sem ocupação, devido à violenta perseguição de Décio, inclusive porque seus possíveis sucessores estavam todos na prisão por ordem do imperador. Durante este período o principal interlocutor do clero de Roma foi um eclesiástico chamado Novaciano. Quando a situação permitiu a grande maioria escolheu o romano Cornélio, não por iniciativa própria, mas pela sua reconhecida humildade, prudência e bondade.
Papa São Cornélio
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Papa São Cornélio  ( ? – 253)
Papa e santo da Igreja Cristã Romana (251-253) nascido em Roma, sucessor de São Fabião ou Fabiano (236-250) e que mostrou uma atitude conciliadora para com os cristãos que haviam abjurado durante a perseguição do imperador Décio, os chamados lapsos, que pediam para ser readmitidos à comunhão da Igreja. Escolhido 14 meses depois da morte de Fabiano, devido à violenta perseguição de Décio, foi descrito por Cipriano de Cartago como um homem sem ambições e que tinha percorrido todos os graus do serviço eclesiástico. Foi eleito não por iniciativa própria, mas pela sua humildade, prudência e bondade, foi extremamente combatido pelo preterido Novaciano, principal interlocutor do clero de Roma junto ao governo imperial no período anterior. Novaciano, que esperava ser o sucessor de Fabiano, fez-se consagrar bispo e proclamou-se Papa. O segundo antipapa da Igreja iniciou, assim, com um pequeno grupo de seguidores, um primeiro e verdadeiro cisma, inclusive com a atitude oposta em relação aos lapsos. Trabalhou com energia e habilidade para fazer-se reconhecer como bispo pelas principais Igrejas cristãs, enquanto em Roma o grupo de Novaciano recusava-lhe a obediência.
Com a ajuda de Cipriano de Cartago e Dionísio de Alexandria, o papa a venceu a oposição novaciana e convocou (251), um sínodo celebrado em Roma, contando 60 bispos e clero, em que Novaciano e seus seguidores foram excomungados, face a negativa destes em fazer as pazes com o pontífice. Também ficou conhecido por suas cartas escritas às outras igrejas sobre o problema do cisma, inclusive uma conhecida endereçada a Eusébio de Cesaréia, em que fornecia uma estatística detalhada, de grande valor histórico, sobre o clero dos vários graus na Igreja de Roma daquele tempo. Com a chegada ao poder do imperador Treboniano Galo (251-253), recomeçaram as perseguições e (252) o papa foi preso e exilado a Centocelle, atual Civitavecchia, onde morreu em junho do ano seguinte, e foi sucedido por São Lúcio I (253-254). Seu corpo foi logo transportado a Roma e sepultado na cripta de Lucina nas catacumbas de S. Calisto. A inscrição de sua tumba é o primeiro epitáfio papal escrito em latim, que chegou intacta até aos tempos contemporâneos.
São Lúcio I
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São Lúcio I ( ? – 254)
Papa e santo da Igreja Cristã Romana (253-254) nascido em Roma, elegeu-se papa em 25 de junho (253) como sucessor de São Cornélio (251-253). Depois de pouco tempo de ser eleito foi exilado por ordem do Imperador Galo que morreria poucos meses depois em sua luta contra o general rebelde Emiliano, que, por sua vez foi assassinado por seus soldados. O sucessor de Galo, o imperador Valeriano, que no princípio de seu reinado mostrou-se benévolo com os cristãos e permitiu o papa regressar a Roma. De costumes rigorosos, proibiu viverem juntos homens e mulheres não consangüíneas fora do casamento e impôs aos eclesiásticos a ordem de não conviverem com as diaconisas que lhes davam hospitalidade por sentimentos caritativos. Condenou os hereges novacianos, que não aceitavam a absolvição e a comunhão dos pecadores arrependidos. Publicou que o papa, em suas viagens para as sagradas funções, se fizesse acompanhar de três diáconos e com pelo menos dois sacerdotes. O papa de número 22, morreu morte natural em Roma, oito meses após sua eleição, em 5 de março (254), e foi sucedido por São Estêvão I (254-257). Foi enterrado na cripta dos papas das Catacumbas de São Calisto, onde hoje fica a Igreja romana de Santa Cecília, enquanto suas relíquias são conservadas em Bologna. Na Catedral de Roeskilde, próxima de Copenhague, venerou-se durante muito tempo a cabeça deste papa, o padroeiro da cidade.
Papa Santo Estêvão I
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Papa Santo Estêvão I ( ? – 257)
Papa e santo da Igreja Cristã de Roma (254-257) nascido em Roma, eleito papa em 12 de maio (254) sucessor de Lúcio I (253-254), que reinou no período em que a controvérsia com a Igreja africana entrava em seu período mais crítico. Foi eleito papa depois de uma vacância do cargo por dois meses. Afirmou insistentemente o primado do papa, para resolver problemas que se relacionavam com a disciplina eclesiástica ou questões teológicas, como a da validade do batismo administrado por heréticos e a questão dos lapsos, cristãos que, no tempo das perseguições, tinham renegado a fé cristã pelo temor de perderem seus bens, enfrentar o exílio e os tormentos ou a morte, porém passado o perigo, arrependidos da apostasia, pediam para ser readmitidos na Igreja. . Acreditava que esse batismo era válido, no que foi contestado pelo bispo Cipriano, de Cartago, que convocou dois sínodos para afirmar a não validade do batismo dos heréticos. O papa recusou-se a receber os enviados de Cipriano, para o qual rebatizar era contrário à tradição e isso não podia ser tolerado. O perigo de ruptura da Igreja era tão grande que levou Dionísio de Alexandria, que embora apoiasse a posição do papa, sentiu a necessidade de escreveu ao pontífice suplicando que adotasse uma linhamenos intransigente. As divergências entre papa e o bispo africano, levou a realização do Concílio africano (256) que reprovou o procedimento do pontífice e seus métodos excessivamente autoritários. O conflito estava em seu ponto mais alto quando foi interrompido com a morte do papa (257). Foi decapitado pelos soldados de Valeriano, na cadeira pontifícia, durante uma cerimônia religiosa realizada na Catacumba de São Calisto. Autoritário e intransigente, plenamente consciente da sua autoridade e prerrogativa especial, foi o primeiro papa a se assumir com a missão confiada ao apóstolo Pedro por Jesus Cristo, como referido no Evangelho de S. Mateus. Foi sepultado na cripta dos papas nas catacumbas de São Calisto. Sob seu pontificado, também se intensificaram as lutas cismáticas dos seguidores do antipapa Novaciano.
Papa Dinis Dionisio
Papa Dinis Dionisio – (~ 220 – 268)
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Papa (259-268) e santo da Igreja Cristã de Roma provavelmente nascido na Grécia, sucessor de Sisto II, que manteve uma longa correspondência com Dionísio de Alexandria acerca da doutrina ortodoxa da Trindade.
Sua origem grega não é de todo confirmada, nem se sabe com exatidão informações sobre sua formação anterior. Foi eleito (259), um ano após a morte do seu antecessor, por causa das perseguições desenvolvidas contra a Igreja pelo Imperador Valeriano I.
Coube ao seu pontificado a missão de reorganizar a Igreja Romana em meio a graves desordens e em um momento em que os bárbaros se acercavam das portas do Império Romano. Reorganizou as paróquias romanas e enviou grande quantidade de dinheiro aos cristãos da Capadócia, para reequilibrar suas comunidades e restaurar os templos que haviam sido devastados pelos persas.
Estabeleceu a paz com o Imperador Galieno, e obteve deste a liberdade para os cristãos com a publicação de um editto di tolleranza por parte do governo.
Papa de número 25, morreu em 26 de dezembro (268), de morte natural e foi sepultado na Catacumba de São Calisto. Foi o primeiro papa a não ser indicado claramente como mártir e foi substituído por São Félix I (269-274).
Papa São Félix I
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Papa São Félix I  ( ? – 274)
Papa (269-274) e santo da Igreja Cristã de Roma nascido nesta cidade, que foi escolhido para suceder São Dionísio (260-268), sendo as informações sobre sua vida poucas e confusas. Interveio na questão da deposição de Paulo de Samósata, bispo de Antioquia no século III, que foi condenado por suas doutrinas trinitárias e cristológicas no sínodo de Antioquia (268). Esse bispo pregava que o Cristo-Logos e o Espírito Santo significavam apenas qualidades de único Deus: o Jesus homem obtinha inspiração do Alto e, quanto mais homem se tornava, tanto mais recebia o Espírito acabando por identificar-se com o Pai quando da ressurreição. O Liber pontificalis atribui a este papa, um decreto com que se autorizava a celebração da missa sobre os túmulos dos mártires. Durante o Concílio de Éfeso (431), teria pronunciado que Jesus Cristo, filho de Deus, nascido da Virgem Maria, é homem e Deus em uma única pessoa, afirmando a divindade e a humanidade de Cristo e as duas naturezas distintas em uma só pessoa. Juntou-se aos fiéis nas catacumbas, para escapar à perseguição do Imperador Aureliano. Iniciou o sepultamento dos mártires sob o altar e a celebração da missa sobre seu túmulos. Segundo a tradição, o papa de número 26 teria morrido martirizado em 30 de dezembro (274), sepultado na Catacumba de São Calisto, na Via Ápia, e foi sucedido por São Eutiquiano (275-283).
Papa Eutiquiano
Papa Eutiquiano – ( ? – 283)
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Papa da Igreja Cristã de Roma (275-283) nascido em Luni, Ligúria, eleito em 4 de janeiro (275) como sucessor de Félix I (269-274), o último papa a ser sepultado na cripta dos papas. Pouco se sabe de preciso desse papa como de seu sucessor.
Governou a Igreja durante oito anos, período em que ordenou que os mártires fossem objeto de grandes honras e seus corpos cobertos pela dalmática, uma túnica roxa similar aos usados pelos Imperadores Romanos, hoje vestimenta dos diáconos nas cerimônias solenes, e instituiu a benção da colheita nos campos.
Para evitar que o Santíssimo Sacramento fosse profanado, proibia aos leigos até mesmo de portar as Sagradas Espécies aos doentes: Nullus præsumat tradere communionem laico vel femminæ ad deferendum infirmo, ou seja, Ninguém ouse entregar a comunhão a um leigo ou a uma mulher para portá-la a um enfermo.
Papa de número 27, morreu martirizado em 7 de dezembro (283), em Roma, foi sepultado na cripta dos papas, nas catacumbas de São Calisto, Via Ápia, e sucedido por São Caio (283-296).
Papa São Marcelino
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(? – 304) Papa São Marcelino
Papa e santo da Igreja Cristã Romana (296-304) nascido em Roma, sucessor de São Caio (283-296), que durante o seu pontificado, teve de enfrentar a perseguição de Diocleciano. Após cinco anos de paz, teve que esconder-se nas catacumbas, onde confortava os cristãos, para fugir à perseguição de Diocleciano, que condenara à morte toda pessoa que professasse a religião cristã. O seu nome porém, é recordado na famosa inscrição do diácono Severo, que se encontra nas Catacumbas de São Calisto, na Via Ápia. Em hexâmetros latinos, Severo descreveu a construção de um cubículo com arcossólios como tranqüila morada na paz para si e seus caros, autorizado pelo seu papa Marcelino.
O termo papa, como sinônimo do bispo de Roma aparece pela primeira vez nessa inscrição, com a sigla abreviada PP, usada ainda hoje pelos papas em suas assinaturas. O papa de número 29, morreu em Verona, na durante a perseguição de Diocleciano, mas não como mártir, embora seu nome figure na lista dos mártires do imperador, e foi sepultado na Catacumba de Priscila, e foi sucedido por São Marcelo I (308-309), quatro anos depois. No século V, os donatistas africanos julgaram-no traidor da fé, mas foi reabilitado em conseqüência da perseguição a que foi submetido pelo Imperador que, no clímax da violência, incendiou Igrejas e queimou textos sagrados e deixou entre suas vítimas, mártires como Santa Lúcia, Santa Inês, Santa Bibiana, São Sebastião e São Luciano.
BISPOS DA IGREJA DE ROMA NO SÉCULO IV
Papa São Marcelo I
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(? – 309) Papa São Marcelo I
Papa e santo da Igreja Cristã Romana (308-309) nascido em Roma, eleito quatro anos após a morte de Marcelino I (296-304) devido às terríveis condições em que viviam os cristãos perseguidos por Diocleciano. Em seu breve mandato dedicou-se à recomposição da comunidade de Roma, e tomou duas decisões importantes. Na primeira proibiu a realização de concílios sem a expressa autorização do papa. Na segunda, embora mantivesse uma atitude severa para com os lapsi, cristãos que tinham renegado a fé, durante a perseguição do imperador, estabelecia condições a respeitar nos casos em que se concedesse o perdão a essas pessoas. Essa difícil decisão de conceder o perdão para os lapsos, gerou intensos tumultos que apressaram a intervenção do imperador Massêncio, retirando todos os seus poderes. Preso e acusado de tentar reorganizar a Igreja, foi condenado a servir nos estábulos imperiais com o objetivo de humilhar-lhe. Libertado pelos cristãos, refugiou-se na casa da matrona Lucina que transformara sua casa e uma igreja. Descoberto, foi novamente condenado, preso precisamente na igreja que receberam de Lucila e que foi transformado em um estábulo, onde morreu vítima de privações e humilhações. O papa de número 30 morreu martirizado em Roma, recebeu uma sepultura no Cemitério de Priscila e foi sucedido por São Eusébio (309-310).
Papa Santo Eusébio
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Papa Santo Eusébio  (? – 310)
Papa e santo da Igreja Cristã Romana (309-310) de origem grega nascido em Casano Jônico, eleito em 18 de abril (309) como sucessor de São Marcelo I, o papa mais amado e venerado pelos cristãos do seu tempo devido à sua grande bondade e misericórdia demonstradas nos poucos meses de pontificado. Foi eleito durante a perseguição de Diocleciano (284-305) e enfrentou com coragem e decisão a espinhosa questão dos lapsos, cristãos que,no tempo das perseguições, tinham renegado a fé cristã pelo temor de perderem seus bens, enfrentar o exílio, os tormentos ou a morte, porém passado o perigo, arrependidos da apostasia, pediam para ser readmitidos na Igreja. Enfrentou as polêmicas sobre estas apostasias que levaram a Igreja à iminência de um cisma e conseguiu unir a firmeza de posições em favor do perdão a uma grande caridade.
Parte do clero de Roma, chefiada por Heráclio, influente dignitário da Igreja, era absolutamente contrária, enquanto o papa tinha-se declarado abertamente favorável ao perdão. A luta desembocou até em luta aberta, tanto que o imperador Maxêncio exilou os expoentes das duas facções opostas, atestada pelo papa Dâmaso na inscrição colocada diante da sua tumba: vetuit lapsos peccata dolere. Eusebius miseros docuit sua crimina flere. Exilado na Sicília, enviado pelo Imperador Maxêncio em 17 de setembro (309), morreu martirizado e vítima das privações, principalmente fome. Logo o papa de número 31 foi considerado mártir pela Igreja de Roma e seu corpo foi transladado à capital e sepultado nas Catacumbas de São Calisto. A cripta, que dele recebe o nome, adornada de mármore e tornada preciosa pela inscrição do papa Dâmaso, foi uma das mais visitadas pelos peregrinos daqueles tempos. Outros papas mártires foram Ponciano, Fabiano, Cornélio e Sisto II, e foi o último papa a ser sepultado em São Calisto, numa cripta que traz o seu nome, e foi sucedido por São Miltíades (311-314).
Papa Melquíades
Papa Melquíades  ( ? – 314)
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Papa (311-314) e santo da Igreja Cristã Romana nascido na África, sucessor de Eusébio, foi papa que durante o seu pontificado o imperador Constantino concedeu liberdade de culto aos cristãos, passando de papa da perseguição para o papa da liberdade dos cristãos.
De origem africana, fez parte do clero Romano, até que com o falecimento do Papa Eusébio, foi eleito sucessor de São Pedro. No período de seu governo, sofreu com a perseguição aos cristãos, que só teve um descanso quando o Imperador Constantino venceu a histórica batalha de Roma (312) a qual atribuiu ao Deus dos cristãos.
Por meio do Edito de Tolerância de Milão (313), os cristãos receberam do Imperador, movido pela visão do in hoc signo vinces, a liberdade de culto para praticar sua religião. Constantino, além de converter o cristianismo na religião oficial do Estado, cedeu seu próprio palácio, em Latrão, para ser a residência oficial do Papa.
Este palácio permaneceu como residência oficial dos Papas por 770 anos (313-1083). No mesmo ano realizou o sínodo em Latrão, em que foi condenado o bispo Donato de Cartago. Durante os quatro anos de pontificado foi um grande defensor da fé e combateu principalmenteas as ameaças que nasciam do interior da Igreja com os hereges.
Aproveitou a liberdade religiosa para organizar as sedes paroquiais em Roma e recuperar os bens da Igrejas perdidos durante a perseguição.
Recebeu de volta os bens da Igreja confiscados durante as perseguições do passado e construiu a Basílica de São João e, através da Eucaristia, semeou a unidade da Igreja de Roma com as demais igrejas. O papa de número 32 morreu em Roma, em 2 de janeiro (314) e foi sucedido por São Silvestre I (314-335).
Papa Silvestre I
Papa Silvestre I – (293 – 335)
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Papa italiano da igreja cristã romana (314-335) nascido em Roma, eleito papa em substituição a São Milcíades, o primeiro a usar a coroa. Cabendo-lhe a tarefa não pequena de iniciar a organização da vida da Igreja em condições de normalidade às quais ela não estava habituada, depois de 250 anos de clandestinidade, foi sob seu pontificado que começaram a ser estabelecidas, como locais de culto, as grandes basílicas romanas.
Durante seu pontificado, o Imperador Constantino, sob a influência da mãe, Santa Helena, tornou-se o protetor da Igreja, decretou o fim da crucificação e da perseguição aos cristãos. Realizou o primeiro Concílio Ecumênico, de Nicéia (325), que formulou o Credo e condenou a heresia ariana, que negava a divindade de Jesus Cristo.
Criou a Coroa de Ferro, com um cravo da Cruz, e converteu a basílica de São João em Catedral. Antes dois outros concílios também foram realizados em seu Pontificado, o de Arles e o de Ancira (314).
Nesses concílios, a Igreja defendeu sua integridade contra os erros e desvios suscitados, naqueles tempos, como em todos os séculos, pelo demônio, na tentativa de atingir a integridade do Corpo Místico de Jesus Cristo, e reafirmando a promessa de seu Divino Fundador, de que a Igreja é imortal e perdurará até à consumação dos séculos.
Homem capaz e influente, convenceu Constantino a libertar todos os escravos, instituir o domingo como feriado universal, para recordar a Ressurreição, dispensar o clero dos impostos públicos e criar hospitais para os doentes. O clero e os bispos da Itália e das províncias receberam permissão para usar o transporte imperial gratuitamente e, assim, podiam mais facilmente peregrinar a Roma e encontrar-se com o Papa.
Santa Helena construiu uma igreja para venerar as relíquias da Santa Cruz, que ela trouxera de Jerusalém. O Imperador também mandou construir uma basílica sobre o túmulo de São Pedro (333) e, pessoalmente, contribui para a construção de outras Igrejas.
Papa Marcos
Papa Marcos – ( ? – 336)
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Papa por menos de um ano e santo da Igreja Cristã Romana nascido em Roma, que eleito em 18 de janeiro em substituição a São Silvestre I (314-335), foi titular do trono de São Pedro, a sede apostólica romana, apenas até o dia 7 de outubro do mesmo ano.
Pouco se conhece da sua vida e como foi educado, mas que trabalhou pela Igreja durante o pontificado de Silvestre, e tornou-se pastor da Igreja de Roma e promotor do seu calendário litúrgico.
Deu seguimento a construção das basílicas de São Marcos e de Santa Balbina e estabeleceu que os papas seriam consagrados pelos Bispos de Óstia.
Instituiu o pálio, tecido com lã branca de cordeiro e com cruzes negras, como paramento papal e organizou o primeiro calendário com as festas religiosas.
Aparentemente as mais antigas listas conhecidas de papas e mártires, como Depositio episcoparum e Depositio martyrum, começaram a ser compiladas no seu pontificado.
O papa de número 34 morreu em Roma e foi sucedido por São Júlio I (337-352) e depois por Líbero (352-366).
Papa São Júlio I
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(280 – 352)
Papa (337-352) e santo da Igreja Cristã Romana nascido em Roma, que sucedeu Marcos no trono pontifício (337) e governou a Igreja durante uma das fases mais conturbadas da controvérsia ariana. Filho de um romano de nome Rustico, e teve seu pontificado mascado principalmente por sua firme e conscienciosa intervenção nas controvérsias arianas, cujos ensinamentos tinham sido condenados no Concílio de Nicéia. Depois da morte de Constantino o Grande (337), seu filho Constantino II, Governador de Gália, permitiu ao exilado Atanásio, também chamado de Anastácio, regressar para Alexandria. Pressionado pelos bispos do Egito e de Alexandria, convocou um outro concílio em Roma (340), do qual participaram aproximadamente cinqüenta bispos e no qual Atanásio foi reabilitado.
Os eusebianos, seus ferrenhos adversários, recusaram-se a intervir no concílio e reuniram-se em sínodo em Antioquia, voltaram a condenar Atanásio, que passou a morrer em Roma e divulgar os costumes da Igreja do Egito, e elegeram um novo bispo de Alexandria. Durante o seu pontificado, deu-se impulso à organização eclesiástica e construíram-se algumas catacumbas, como o de São Valentino e São Félix, e as igrejas dos Santos Apóstolos e de Santa Maria. Fixou em 25 de dezembro a solenidade do Natal, para a Igreja do Oriente e é considerado o fundador do arquivo da Santa Sé, porque ordenou a conservação dos documentos. No seu pontificado duplicou o número de cristãos em Roma e morreu em 12 de abril (352). Foi enterrado nas catacumbas de Calepodius, na Vía Aurelia, e logo depois de sua morte passou a ser venerado como santo. Seu corpo foi trasladado a Santa María, no Trastevere, uma das igrejas que ele havia construído,

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