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GRUPO EDUCACIONAL FAVENI RADAMÉS EMMANUEL SOUZA SOARES TERAPIAS COMO FERRAMENTAS PARA AUXILIAR A PSICANÁLISE ARACAJU 2019 GRUPO EDUCACIONAL FAVENI RADAMÉS EMMANUEL SOUZA SOARES TERAPIAS COMO FERRAMENTAS PARA AUXILIAR A PSICANÁLISE ARACAJU 2019 Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em PSICANÁLISE. TERAPIAS COMO FERRAMENTAS PARA AUXILIAR A PSICANÁLISE Radamés Emmanuel Souza Soares1, Declaro que sou autor deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO- Este artigo tem como objetivo demonstrar a possibilidade de implementação de diferentes terapias, antes, durante ou após as sessões de psicanálise, de maneira a corroborar e criar ferramentas que auxiliem o profissional a alcançar um melhor resultado no tratamento do analisando. Terapias como hipnoterapia, mindfullness e terapia cognitiva comportamental, são enunciadas como demonstrativos de qual promissor e somativo tem a ser a inclusão e especialização destas terapias pelo profissional de psicanálise. Através de artigos publicados, pode-se constatar a eficácia parcial ou plena desses diferentes métodos terapêuticos em áreas abordados pelos grupos de controle dos referidos artigos, fazendo assim, com que suscitemos a possibilidade de analogamente aplicar as terapias conforme a singularidade dos analisandos. PALAVRAS-CHAVE: Terapias. Análise. Hipnoterapia. Mindfullness. 1 radbrse@gmail.com 1 INTRODUÇÃO A importância deste trabalho é em mostrar que os métodos terapêuticos continuam se expandido e podem se tornar nos aliados para, no caso em tela, auxiliar os psicanalistas, rompendo a barreira da unicidade terapêutica. O método utilizado foi pesquisa bibliográfica e documental, com a utilização de livros e análises de artigos científicos publicados. O trabalho está dividido em: 1 – Introdução 2 – Desenvolvimento 3 - Conclusão 4 - Referências. 2 DESENVOLVIMENTO Terapias e ciências da mente como ferramentas para o aprofundamento da psicanálise, visa mesclar terapias e estudos científicos com a finalidade da otimização das sessões de psicanálise, gerando um maior leque de recursos para o desenvolvimento positivo do analisando. Segundo Freud (1893-1895), “[...]atirei-me à hipnose e logrei toda espécie de sucessos pequeninos, mas dignos de nota”. Como assinala a supracitada citação, o próprio Freud utilizava hipnose clínica para alcançar melhores resultados com seus clientes, uma vez que ele conseguia ter um contato mais aprofundado com o subconsciente de seus analisandos, levando por vezes a diminuição expressiva da quantidade de sessões que eram necessárias para a resolução de um problema. Como bem nos assegura FREUD, S. (1893-1895), pode se dizer que após diversos tipos de tratamentos para estudo e cura de doenças nervosas, fica evidenciado que Freud sentiu-se desencorajado a continuar utilizando apenas as terapias convencionais, e começou a aplicar em suas sessões, a hipnoterapia. O mais interessante, contudo, é constatar que era mais fácil e revelador colocar o paciente em transe e, através dele, ter uma ligação mais aprofundada com o inconsciente. Não é exagero afirmar que através do método, ele conseguia alcançar memórias reprimidas de traumas, fobias e dos mais diferentes tipos de lembranças que estivessem causando o que ele denominava de “histeria”. Em todo esse processo, Freud conseguia através da hipnose, alcançar resultados com maior eficácia, durante seus processos de análise. Fica patente que de acordo com FREUD, S. (1893-1895), pode-se inferir que com o método catártico se resume a exteriorização dos acontecimentos traumáticos ligados ao analisando. Nesse contexto, fica claro que o método se utilizava da experiência vivida, juntamente com o seu afeto, de modo que pudessem ficar evidentes, de maneira consciente. Objetiva-se, contudo, que através da conscientização do trauma e do afeto (obsessões), provocaria uma reação maneira que a força que provocara o sintoma a ser tratado, deixe de atuar. Não é demasiado afirmar que não ficou claro a separação efetiva da hipnoterapia juntamente com o método catártico, pois, a hipnoterapia por algumas vezes era utilizada como preparação da análise catártica. Porém, no caso em tela (método catártico), Freud se dedicou a desenvolver o método que havia aprendido com o Dr. Breuer, anos antes. Logo, esta seria a ferramenta a ser utilizada para a solução de diversos casos de histeria tratados por Freud. Segundo Freud (1893-1895), “[...] Se havia também processos mentais inconscientes, era claramente necessário algum instrumento especial [...].” Percebe-se, então, a necessidade de exploração de diferentes técnicas de abordagem da mente. Acontece que, com o passar dos anos, a ciência e as terapias foram se desenvolvendo e atualmente, podemos utilizar terapias e teorias científicas associadas a hipnose no auxílio a psicanálise. Serão abordadas as terapias como hipnoterapia, Mindfullness (Atenção plena) e Terapia cognitiva comportamental. Como bem nos assegura (NEUBERN, Maurício da Silva, 2009), a hipnose pode ser utilizada para tratamento dos diferentes processos de dor. Nesse contexto fica claro que a hipnose pode, hoje, ser entendida como um processo que influencia diretamente no tratamento de uma experiência dolorosa, seja de ordem psicológica ou psicossomática. Pode-se constatar que os arranjos de ordem emocional obtidos através do processo, tem por vezes, efeito temporário e definitivo. A importância da aplicação nas terapias atuais de psicanalise, seria justamente a cada sessão, aliviar e acelerar o processo de melhora do paciente. Vale ressaltar que o transe hipnótico é capaz de revelar pensamentos e sentimentos que não são perceptíveis de maneira consciente, pelo analisando. Como demonstrado de maneira irrefutável por (VELLOSO, Luiz Guilherme Carneiro, 2010), induções hipnóticas podem ser utilizadas para o tratamento de claustrofobia, uma vez que através do estado alterado de consciência, a percepção daquela realidade de enclausuramento passa despercebida pelo paciente. É possível também, durante o transe, fazer até mesmo com que a percepção do tempo seja manipulada, parecer mais simples e segura uma situação que seria dificilmente enfrentada em condições normais, sem uso de sedação. O estudo em tela, abre margem para a possibilidade de aplicação do tratamento em diversos cenários cotidianos, a exemplo de pessoas que tem medo de voar de avião. Como também nos assegura SANTOS, Susana Aguiar; GLEISER, Rogério; ARDENGHI, Thiago Machado (2019), foi possível utilizar hipnose para fazer com que crianças que temem tratamento odontológico, conseguirem fazê-lo. A ideia é mudar o foco dos pensamentos da criança, sem utilizar mentiras. A mudança de foco se traduz na ressignificação de uma eventual dor durante o processo de tratamento em outros sentimentos, como formigamentoda parte tratada ou até mesmo mudança de temperatura. Deve-se levar em consideração as singularidades de cada indivíduo, pois, desordens de ordem psicológicas e diferença de idade, podem influenciar para o não sucesso do transe. De acordo com CAIRE, Licia Ferreira (2012), a utilização de hipnoterapia em pacientes oncológicos de um grupo controlado, tornou benéfico o enfrentamento à patologia, demonstrando que na totalidade dos submetidos ao grupo de controle, os índices de stress causado pela patologia foram diminuídos e os participantes puderam ter uma nova percepção para o enfrentamento da enfermidade. Continuando a linha de correlações benéficas dos diferentes tipos de terapias, como pontuam , nesse contexto CARPENA, Marina Xavier; MENEZES, Carolina Baptista (2018), ao tratar de uma pesquisa que lida com um grupo controle que frequenta em algumas semanas sessões de mindfullness (atenção plena), com o papel de tentar manter e ou restabelecer o controle emocional dos alunos do grupo controle, diante das situações de stress causadas pela multidisciplinaridade do mundo acadêmico. O estudo mostra as diferenças de aumento de indicadores psicológicos considerados positivos, em proporções consideráveis em favor do grupo controle. Denota-se, através deste experimento, que técnicas de meditação podem ser implementadas como terapias auxiliares nos mais diversos casos, principalmente nos casos relacionados a stress e ansiedade, de modo que, ao aprenderem essas técnicas, os clientes poderão fazê-las também de maneira não assistida, de modo que possivelmente, haja uma melhora mais significativa relativa a diminuição dos problemas apresentados nas sessões de análise. Por fim, como pontua OLIVEIRA, Clarissa Tochetto de; DIAS, Ana Cristina Garcia; PICCOLOTO, Neri Maurício (2013), a introdução da Terapia cognitiva comportamental como terapia de rápido efeito para corrigir costumes e pensamentos não construtivos em um grupo controlado de acadêmicos. Foi verificada a possibilidade de facilitação da transição de alunos do ensino médio para o ambiente acadêmico, através da identificação das principais dificuldades encontradas pelo grupo controlado ao adentrar o mundo acadêmico. Verifica-se que após a aplicação de técnicas de terapia cognitiva comportamental, avanços foram alcançados em relação ao objetivo inquirido pela pesquisa. Levando ao mundo da psicanálise, deve o psicanalista verificar quais métodos da terapia supracitada podem se adequar às sessões ou pós sessões, de maneira a ser mais uma terapia que possa suprir ou complementar os resultados alcançados pela somatização das outras terapias, tendo como foco principal a própria análise. O presente trabalho foi feito através de pesquisa bibliográfica e documental. A seleção bibliográfica e documental das referências apresentadas foram feitas sob os vieses seletivos, reflexivos, analíticos; 3 CONCLUSÃO Conclui-se que através dos documentos e livros analisados, as medidas terapêuticas aqui apresentadas, denotam ter um índice razoável de eficácia para o tratamento e alívio de sintomas psicológicos ou psicossomáticos, cabendo ao terapeuta, no caso o psicanalista, decidir o momento mais pertinente para aplicá-las, bem como analisar a singularidade de cada cliente, de modo a aplicar as terapias que possam se identificar. 4 REFERÊNCIAS FREUD, S. Estudos sobre a histeria (1893-1895). In: Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v.II. NEUBERN, Maurício da Silva. Hipnose e dor: proposta de metodologia clínica e qualitativa de estudo. PsicoUSF, Itatiba, v. 14, n. 2, p. 201-209, ago. 2009. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 82712009000200009&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 05 de janeiro de 2019. VELLOSO, Luiz Guilherme Carneiro et al . Hipnose para controle de claustrofobia em exames de ressonância magnética. Radiol Bras, São Paulo , v. 43, n. 1, p. 19-22, Fev. 2010 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 39842010000100007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 08 de fevereiro de 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-39842010000100007. SANTOS, Susana Aguiar; GLEISER, Rogério; ARDENGHI, Thiago Machado. Hypnosis in the control of pain and anxiety in Pediatric Dentistry: a literature review. RGO, Rev. Gaúch. Odontol., Campinas , v. 67, e20190033, 2019 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981- 86372019000100503&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 25 de junho de 2019. Epub June 13, 2019. http://dx.doi.org/10.1590/1981-86372019000333602. CAIRE, Licia Ferreira. 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