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AULAS - METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
AULA 1 – Projeto de pesquisa: papel do orientador
https://www.youtube.com/watch?v=KrwK7fTQq_E
A necessidade de um projeto de pesquisa
“Ninguém pode iniciar uma pesquisa sem antes ter preparado um projeto” (BAGNO, 2007, p. 22).
O nosso projeto de pesquisa é como um roteiro do caminho que vai ser trilhado, que muitas vezes vai auxiliar agente a driblar determinados obstáculos.
Neste processo o aluno não estará sozinho, ele vai contar com um professor orientador, que é uma pessoa mais experimentada, uma pessoa que tem certa capacidade de resolver determinados problemas, mas que também pode se perder se o projeto não for bem concluído.
Então dessa forma é importante que o aluno e o orientador tenham um bom relacionamento. E o que é um bom relacionamento? Não é necessariamente dizer que entre o aluno e o orientador tenha que ter uma perfeita afinação em todos os detalhes, em todos os pontos do trabalho que vai ser pesquisado, mas que apenas haja um certo respeito entre eles e que ambos se ajudem e que não interfiram ou não ultrapassem aquele espaço que está destinado a cada um dos dois nesta etapa.
Então, neste processo de pesquisa, mesmo o orientador bem experimentado pode acabar não tendo muita utilidade se o roteiro não for bem feito. Esse é o nosso propósito, fazer aqui um roteiro da melhor forma possível para que nem o orientador, nem o aluno acabem trilhando caminhos diferentes.
Se você se imaginar numa trilha com um orientador experiente, um mateiro como agente chama, você pode num primeiro momento se sentir tranquilo – tenho uma pessoa experiente e ela vai resolver todos os meus problemas, mas de repente na realidade você pretendia ir em uma direção e não soube se expressar bem, não soube deixar claro para este orientador aquilo que você queria, aonde você queria chegar, aí vocês dois podem estar tendo uma conversa sem que nenhum esteja realmente compreendendo o que o outro está falando e é por isto que o Projeto de Pesquisa vai servir para resolver estes problemas, porque vai deixar claro qual é o caminho que o aluno quer seguir desde o início, onde ele quer chegar e também vai antecipar todo o tipo de dificuldade que possa se apresentar neste caminho. Assim o orientador vai poder fazer com que o aluno seja corrigido a todo o momento e é esse o papel do orientador.
Ninguém terá sucesso sem um bom roteiro ou mapa. Mesmo um orientador, como professor experiente que é, pode acabar se perdendo se não possuir um mapa.
O primeiro passo para se ter um processo bem-sucedido é identificar uma área na qual o aluno vai sentir afinidade, na qual o aluno não vai se abater por qualquer tipo de problema. Então é preciso ser um tema que você goste, você precisa ter um tema que lhe traga interesse, que você tenha realmente vontade de investigar, porque é isto que consiste um processo de elaboração de um projeto de pesquisa.
Os maiores erros que eu já vi entre alunos, tanto de graduação, quanto de pós-graduação estão relativamente relacionados a essa questão. Numa o aluno está perdido, no último ano de graduação ou as vezes no último ano de pós-graduação e ele está desesperado nos corredores procurando alguém que lhe dê por exemplo uma ideia, o que que eu vou pesquisar, o que que eu vou fazer. Nesse tipo de desespero leva que a pessoa abrace a primeira oportunidade de desempenhar ou de fazer uma pesquisa, então se alguém disser pesquise sobre o tema “X” ele diz: - excelente! Era isso que eu queria, sem refletir se realmente ele vai ter disposição, empenho e interesse em elaborar essa pesquisa e isso é importante porque as dificuldades existirão de qualquer forma, não importa o tema, não importa o assunto que você pesquisar, o projeto de pesquisa, a pesquisa científica, ela é um exercício árduo. 
Então é importante que a gente tenha um determinado cuidado, escolher aquilo que a gente gosta e aí ir atrás de um orientador que esteja afinado com este assunto. Muitas vezes não é possível encontrar um expert naquela área, mas alguém que se disponha a investigar, a procurar junto com a gente aquelas respostas, para as nossas pesquisas, para nossas perguntas, a terminar logo o projeto, é uma pessoa que já vai fazer muita diferença na nossa vida.
Então está aí a minha primeira dica: É muito importante que você escolha um assunto que você goste, que você tenha disposição e interesse real em pesquisar, não cai naquele erro, naquela armadilha de pesquisar alguma coisa que alguém lhe sugeriu pura e simplesmente porque resolveu algum problema naquele momento. Porque é um problema que se resolve naquele momento, mas que depois vai se transformar em um problema ainda muito maior, porque realmente o processo de pesquisa é bastante árduo e nesse tipo de pesquisa que a gente vai implementar elas são diferenciadas, existem três tipos grandes de pesquisa pelo seu nível de profundidade.
Nós podemos elaborar pesquisas exploratórias, que na sua maioria das vezes vão buscar esclarecer alguma questão que é muito nova, muito imediata, que ainda não existe uma base de pesquisa muito grande. Então você vai explorar o assunto, na maioria das vezes você vai prestar um serviço para a ciência, que é na realidade levantar um conjunto de problemas para que outros pesquisadores venham a se debruçar sobre eles. Este tipo de pesquisa não é um tipo de pesquisa menor, essas pesquisas exploratórias estão destinadas aqueles mercados novos, produtos novos, questões muito novas, muito recentes na história da ciência, que ainda não foram trabalhadas e como elas ainda não foram trabalhadas, elas ainda não têm um referencial teórico, não existem muitas referências bibliográficas, são geralmente pesquisas que são casadas com uma metodologia de estudos de caso e que na sua maioria das vezes vão apenas contribuir para levantar grandes problemas para serem trabalhados futuramente por outros pesquisadores, diante de uma realidade que vai mudando e que vai acrescentando novos fatos, que vai ser possível, que vai ser permitido que outros pesquisadores possam levantar relações mais profundas.
Além do tipo de pesquisa exploratória, nós também temos aquelas pesquisas descritivas, as pesquisas descritivas elas na realidade vão se aprofundar um pouco mais, é para quando a gente tiver fazendo algum tipo de levantamento de algum assunto que já exista uma certa referência na ciência em termos de referencial teórico, em termos de referências bibliográficas, enfim, assuntos que já foram trabalhados e que nós procuramos tentar entender relações, buscar descobrir relações entre variáveis, sem ainda nos comprometermos completamente com a resolução de um determinado tipo de problema, mas também nós podermos fazer a análise de uma pesquisa mais aprofundada para que venha a descobrir realmente respostas para perguntas na nossa ciência, e este é o tipo de pesquisa exploratória, e é esse que a gente vai implementar aqui com vocês, é um formato mais tradicional de pesquisa científica.
Aula 2 – Partes de um Projeto: Tema, problema de pesquisa e hipótese
https://www.youtube.com/watch?v=cXotoOAWWTk
Estamos discutindo em um primeiro momento a elaboração do projeto de pesquisa, este projeto é uma peça bastante útil para fazer a monografia, se nós formos bem-sucedidos nós vamos ter mais ou menos a introdução e o primeiro capítulo de uma monografia já bastante encaminhados quando a gente discutir o projeto.
Então, a primeira coisa que a gente vai ter que trabalhar é um tópico do projeto, geralmente um item, o primeiro item, o tema da pesquisa, este item consiste na escolha do assunto que vai ser abordado no projeto.
Então, quando as pessoas perguntam: o que é um tema de pesquisa?
O tema de pesquisa é a apresentação do assunto a ser tratado no trabalho. Deve ser bem delimitado em termos de tempo (qual é o período a ser analisado) e espaço (unidade de análise: uma empresa; um setor).
Então se você vai pesquisar sobre educação, um tema de pesquisa poderia ser a melhora da educação nas primeiras séries do ensino fundamental, num determinadoperíodo, numa determinada cidade, a melhora da qualidade do ensino de matemática nas primeiras séries, enfim, o um assunto geral, o tema é um assunto geral.
Mas nesse processo de escolha do tema a gente já tem que ter em mente que podemos cair aí na primeira armadilha, o assunto geral não quer dizer um assunto disperso, um assunto de uma certa forma abrangente, porque o maior erro no trabalho de conclusão de curso consiste justamente em você se abraçar a um assunto muito abrangente, porque você depois não tem como fechar este trabalho e é importante ter em mente que a gente vai em um primeiro momento abrir o nosso horizonte de pesquisa e num segundo momento conduzir ele para fechar alguma questão.
Então, por exemplo, se a gente for discutir um assunto, um bom tema de pesquisa poderia ser a ética da educação ou a ética na educação segundo Piaget, ou a ética na educação segundo um outro autor, enfim um assunto que já tenha de uma certa forma amarrado uma linha, um conjunto de tarefas que vão ser implementadas ao longo do projeto de pesquisa e ao longo da própria monografia no sentido de se chegar a um determinado final, quer dizer, se você disser simplesmente – vamos estudar algum assunto com o déficit de aprendizagem nas primeiras séries do ensino fundamental e eu não digo, por exemplo, se eu estou delimitando a minha pesquisa a uma determinada década nos anos 2000, ou então que eu estou delimitando a minha a uma determinada região, digamos um estado do Brasil ou uma cidade, eu vou acabar sendo obrigado a fazer uma pesquisa muito ampla e vou tentar recolher dados de diversos locais e isso vai ficar muito difícil. Então se a gente fosse fazer uma pesquisa sobre déficit de aprendizagem nas primeiras séries do ensino fundamental e se a gente colocasse, por exemplo, como uma delimitação no município tal, durante o período “X” ao período “Y”, isso tornaria a nossa tarefa muito melhor, porque agente precisaria a partir disso analisar o que ocorreu em um município, em um determinado período para que tivesse contribuído para ter um déficit de aprendizagem numa determinada população, no caso numa população dos primeiros anos das séries iniciais do ensino fundamental. 
Então isso é muito importante, quando a gente escolhe um tema agente está escolhendo um assunto, mas este assunto não pode ser de uma certa forma abrangente demais, ele tem que ter uma delimitação básica, a delimitação de tempo e de espaço, ou seja, qual o período que vai ser analisado e que localidade vai ser o meu objeto de análise.
Frequentemente o tema de pesquisa também é um bom título para o trabalho, então se você escolher um bom tema e delimitar o tempo e o espaço você vai conseguir a partir de aí ter o título do seu trabalho, um título provisório.
Um segundo passo que vai ser dado, um segundo tópico que a gente vai analisar é o problema de pesquisa.
No que consiste o problema de pesquisa? Essa é na minha opinião a chave de qualquer trabalho de pesquisa. Se você tiver um bom problema de pesquisa, você vai ter metade do seu trabalho resolvido.
O problema de pesquisa é uma pergunta. É costume nos referirmos a ela como a pergunta de partida do trabalho. Nosso objetivo principal será responder a essa pergunta.
Essa pergunta sobre um determinado assunto, que é o nosso problema de pesquisa, ela é o objetivo principal do nosso trabalho, nós temos que responder esta pergunta.
Então a gente não vai fazer qualquer pergunta, a gente vai fazer aquela pergunta que vai ser respondida por todas as demais páginas do trabalho, ou seja, que toda a minha pesquisa na realidade consiste em responder a esta pergunta e é por isso que nós devemos formulá-la de forma adequada, de forma que ela resuma o objetivo principal do nosso trabalho. 
Ao formularmos a nossa pergunta de partida que é o problema de pesquisa, a nossa terceira etapa é formular as hipóteses.
A hipótese é uma possível resposta para o problema de pesquisa. Será a linha condutora do trabalho.
Então, aquele problema de pesquisa, aquela pergunta de partida do nosso trabalho tem, mesmo que de forma embrionária, uma possível resposta. Então se nós tivermos trabalhando com o assunto que propus aqui, déficit de aprendizagem nos primeiros anos das séries do ensino fundamental, o que a gente vai ter como problema de pesquisa? Que é a pergunta, quais serão as causas da redução da aprendizagem do ensino de matemática nas primeiras séries do ensino fundamental no município “X” no período de 2000 a 2005? Esse é um problema de pesquisa, e este problema de pesquisa que está diretamente relacionado com o tema, ou seja, a pergunta sobre quais são as causas do déficit de aprendizagem na disciplina de matemática, em um período e em um determinado lugar, nós temos algumas suspeitas do que pode ter acontecido, porque a maioria das pesquisas quando a gente sai em busca de alguma coisa, nós já temos algumas desconfianças do que viriam a ser as respostas para essas nossa buscas, para essas nossa perguntas e essa desconfiança vai consistir na nossa hipótese, quer dizer, de repente ao ter feito aquela pergunta eu poderia ter uma informação, já neste momento, de que durante aquele período houve dificuldade na contratação de professores de matemática em diversas escolas daquele município. Então, na realidade, eu já antecipadamente suspeito que o problema de não termos conseguido contratar professores de matemática para aquela localidade naquele período tenha sido na realidade a resposta para o meu problema de pesquisa e é isso que vai ser a minha hipótese, um parágrafo que vai dize: “Imagina-se a princípio que os problemas com a contratação de professores de matemática, no município “X”, no período “Y”, tenham tido alguma grande contribuição neste déficit de aprendizagem.
Assim, nós concluímos os três principais pontos de um projeto de pesquisa, estes primeiros três, mas que são os três principais:
1. O tema de pesquisa, o assunto;
2. O problema de pesquisa, a pergunta de partida e 
3. A hipótese, a possível resposta para o problema de pesquisa. 
Quanto a hipótese há uma controvérsia entre os estudiosos, muitos dizem que ela não seria tão essencial, mas na realidade ela ajuda bastante.
Aula 3 – Referencial teórico e Revisão Bibliográfica
https://www.youtube.com/watch?v=aaPtHMd9Nbc
Vamos falar sobre as outras partes de um projeto de pesquisa que são muito importantes, tanto para o projeto de pesquisa, como uma forma embrionária para o nosso primeiro capítulo para o nosso trabalho de conclusão de curso, seja ele uma monografia, que no caso seria o primeiro capítulo, seja ele um artigo científico, que no caso seria a primeira sessão, que são o referencial teórico ou marco teórico e também as referências bibliográficas, na realidade a revisão bibliográfica.
Entendemos por referencial teórico a base ou marco teórico sobre o qual se ergue a pesquisa. Trata-se de fazer referência (por meio de citações) a trabalhos anteriores que fornecem as bases para a confecção do trabalho. São teorias apresentadas pelos precursores de uma ciência.
O que eu quero dizer quanto ao referencial teórico: muita gente quando pega um trabalho, uma monografia, um artigo científico ou um estudo de caso, observa que a primeira parte, o primeiro capítulo ele tem um conjunto de teorias, citações e normalmente os estudantes chamam assim “capítulo teórico”, mas a gente precisa entender que ali dentro existe uma subdivisão, mesmo que ela não seja visível, que não esteja explícita, mas ali dentro existe o referencial teórico e a revisão bibliográfica.
Então, todo o capítulo teórico de uma monografia ou de um artigo científico ele é na realidade um conjunto que contém dentro dele o referencial teórico, ou marco teórico como também chamam, e a revisão bibliográfica.
E o que que vem a ser a diferenças entre os dois, que muitos não conseguem fazer? É que quando a gente chama de marco teórico a gente está falando daqueles pesquisadores que primeiro fizeram uma determinada ciência.
Então, quando a gente está falando por exemplo na administração,marco teórico seria Taylor, porque Taylor foi o pai da administração científica, então se eu tiver falando sobre um modelo de gestão que de alguma forma pegue alguma coisa emprestado da administração científica é melhor que eu comece o meu capítulo fazendo referência ao que vem a ser administração científica e que isto seja feito nas palavras do próprio fundador da administração científica, do próprio Taylor. É por isso que é como se fosse numa festa, muita gente diz isto, primeiro agente serve o melhor vinho e depois a gente vai servindo os outros para impressionar, mas a questão não é essa, porém este exemplo serve porque a ordem é a mesma, num primeiro momento nós temos que fazer citações, as referências teóricas, as definições, utilizando-se das palavras dos principais autores de uma determinada ciência. Eu posso citar outros depois, mas isso não vai fazer parte do nosso referencial teórico, o teórico, o que fez a teoria foi o Taylor, assim como a gente tem quando a gente está discutindo organizações um motivo para citar o Fayol, então no caso da administração o Fayol é um outro bom marco teórico quando a gente está falando de organização, na firma como uma organização, em cada área, seja na área de logística, na área de comércio exterior, na área de administração de materiais, nós temos os principais teóricos que iniciaram o que a gente chama de programa de pesquisa ou uma linha de pesquisa e são esses autores que vão compor o nosso referencial teórico, é por isso que o nosso capítulo teórico começa com definições e citações dos maiores expoentes de uma determinada ciência. 
Depois dessas definições, depois deste primeiro momento em que a gente apresenta os principais conceitos que a gente vai trabalhar, a gente vai ter que ter, com certeza, um conjunto de outros trabalhos mais atuais que vão de uma certa forma nos auxiliar a trazer aquela teoria para os dias de hoje e é nisso que consiste a revisão bibliográfica, que de uma certa forma ela está junto ao referencial teórico, mas ela está depois dele.
A revisão da literatura, ou revisão bibliográfica, é a tarefa de encontrar elementos, por meio de citações, que reforcem os argumentos acerca dos elementos que serão usados para testar nossas hipóteses. Em síntese, também contribuirão para o alicerce de nossa argumentação.
Então estes trabalhos mais novos, outras pesquisas, outros artigos que a gente busca na internet, outras monografias, mas aí monografias de pós-graduação ou teses de doutorado ou dissertações de mestrado, esses outros trabalhos dos quais a gente vai se valer para trazer dados, para trazer informações mais atuais que nos ajudem a responder a nossa pergunta de partida, que é o nosso problema de pesquisa, tudo isso consiste na revisão bibliográfica, eu estou revisando o que está sendo feito na ciência sobre um determinado assunto e geralmente é aí que estão a maioria dos trabalhos mais novos, porque raros são os assuntos que nós não temos alguém, um expoente mais antigo, alguém que tenha iniciado aquele trabalho, mas aquele trabalho inicial ele pode não dar conta de resolver determinadas questões que se colocam apenas hoje. Então é por isso que o referencial teórico anda de mãos dadas com esta revisão bibliográfica mais extensa que a gente vai fazer e que vai contemplar na realidade um conjunto muito maior de autores, de pesquisas, que vão todos eles entrelaçados formar este capítulo teórico. Então este primeiro capítulo não é apenas teoria, é teoria com ordem, onde a gente começa fazendo definições que são importantes porque falam de conceitos que serão utilizados no trabalho e para estas definições nada melhor do que fazer citação àqueles que pela primeira vez levantaram a sua importância na ciência, então quando a gente está falando de administração de empresas no quesito de marco teórico a gente está falando de Ford, de Taylor, de Fayol, nós estamos falando de Porter, nós estamos falando na área de Kotler, nós estamos falando daqueles que iniciaram grandes temas de pesquisa, esses são os nossos referenciais, temos eles por referência teórica, mas eles podem não ser suficientes para nós trabalharmos as questões que nós estamos interessados no nosso projeto de trabalho, porque o nosso projeto de trabalho não fala da indústria como um todo, pode falar sobre uma indústria, não fala sobre um país como um todo, pode falar de um estado ou de um método de produção, então nós precisamos também de algumas questões que são específicas e que não estão muitas vezes contempladas nesses trabalhos originais, desses grandes autores e é para isso que a gente contempla o estudo de outros autores e faz valer de vários outros trabalhos e de outras fontes de pesquisa para complementar esse nosso trabalho.
Então temos que enxergar esse primeiro capítulo como um capítulo que vai, de uma certa forma, resolver uma série de problemas que vão surgir lá na frente, porque você vai deixar claro quando você está tratando de tal conceito o que que ele significa para que não pairem dúvidas depois de quem está lendo aquele trabalho, mas é muito importante dentro dessas referências bibliográficas e desse marco teórico a gente vai selecionar apenas aquilo que é útil para o nosso trabalho, nosso capítulo portanto não pode conter um monte de conceitos que não façam referência ao nosso problema de pesquisa, eles tem que estar em todo momento justificados na necessidade do problema de pesquisa.
Aula 4 – Objetivo geral e Objetivo específico
https://www.youtube.com/watch?v=Gr0JD0o-0Ks
Neste nosso quarto encontro nós vamos continuar falando sobre as outras partes de um projeto de pesquisa, agora eu quero me deter para falar sobre os objetivos, o objetivo geral e o objetivo específico de um trabalho de pesquisa.
Então, o que vem a ser um objetivo geral? Qual seria o objetivo geral de um estudante quando ele está começando um TCC?
Objetivo geral é responder à pergunta principal do trabalho.
É descobrir a resposta para aquela pergunta de partida do trabalho dele, então vamos deixar bem claro aqui dando um outro exemplo para tornar mais forte a nossa compreensão sobre o que é o nosso problema de pesquisa. Imagine os métodos de produção nos diversos métodos de produção e as formas como as empresas organizam a sua produção, então nós poderíamos falar assim, temos um método bastante famoso, se fala bastante dele aí que é o modelo seis sigma e este modelo seis sigma busca de uma certa forma minimizar o número de defeitos, o número de problemas que podem surgir de um determinado modo de trabalho, por exemplo, em uma fábrica de automóveis que seguir pelo método de seis sigma ela quer o mínimo de defeitos possível, um mínimo de retrabalho, mas para implementar o modelo seis sigma você vai acabar envolvendo toda a cadeia de produção, não vai estar restrita apenas ao layout daquela empresa, vai estar também inserido no conjunto de normas que os seus fornecedores terão que adotar e também, muitas vezes, os clientes terão que adotar para que todo o sistema funcione e de uma certa forma, a literatura fala a respeito, que é um processo que envolve um certo custo, ou seja, muita gente acusa de ser muito caro aderir a um modelo de produção seis sigma, então com este nível de qualidade nós temos que ter algum tipo de benefício palpável que justifique o dispêndio por parte da empresa de recurso de uma certa monta para afinal implementar este modelo de produção.
Então um bom problema de pesquisa que eu poderia fazer a partir disso é o caso da implementação do modelo seis sigma numa firma de automóvel “X”, então se você está fazendo este trabalho com este assunto, está tratando do modelo seis sigma numa firma de automóveis “X”, nós temos que fazer alguma pergunta de partida, porque este assunto é apenas o tema é o assunto geral que vai ser trabalhado, nós vamos fazer uma pergunta, a pergunta poderia ser: Existem benefícios na implementação do modelo seis sigma em firmas de automóveis? Então você está tentando fazer uma ligação para buscar descobrir se é interessante ou viável quese implemente o modelo seis sigma numa firma de automóvel, por que você vai estar na verdade investigando a aplicação de um método de administração a uma determinada realidade que é a firma de automóveis, pode ser que ele seja muito bom para uma série de empresas e não sela para alguma firma de automóveis, o que vai dizer se ele é válido, se ele é importante, se ele se justifica ou não é o conjunto de dados que você vai produzir na sua pesquisa, dados que demonstrem redução de custos, dados que aumentem a produtividade, dados que demonstrem o aumento de lucro, coisas que possam demonstrar se é vantajoso ou é desvantajoso a implementação desse modo de produção, dessa técnica, dessa ferramenta , para ser mais específico, se ela vale a pena ou não no caso da indústria de automóvel, então poderia ficar mais específico ainda se você estabelecesse que vai trabalhar com apenas uma fábrica e vai analisar a realidade, tanto da produtividade dos custos e também dos lucros antes e após a implementação da ferramenta seis sigma. Então você vai ter dados anteriores da implementação dessa ferramenta e posteriores, o que vai fazer com que você consiga como objetivo geral você consiga dar as respostas para a sua pergunta de partida, então quer dizer, o objetivo geral que você tem é responder esse problema de pesquisa.
Então quando você estiver escrevendo o tópico objetivo geral, você vai dizer levantar dados que possam comprovar a eficiência ou não do uso ou da implementação da ferramenta seis sigma numa montadora de automóveis, então o seu objetivo geral é na realidade descobrir a resposta para aquela pergunta, se ela é viável ou não é viável a implementação do modelo seis sigma em uma indústria de automóveis. Esta é uma realidade, nós temos um assunto, uma pergunta de partida, um tema, um problema, uma hipótese que é uma possível resposta e nós temos objetivos e o objetivo principal é responder essa pergunta de partida, mas para responder a esta pergunta de partida, nós temos também que fazer pesquisas paralelas, pesquisas menores, pesquisas que vão focar em assuntos específicos que vão ajudar a responder esse assunto geral.
Objetivos específicos – Trata-se de todos os compromissos a serem atendidos pelos processos de pesquisa. Normalmente são perguntas complementares à pergunta principal. Esses objetivos específicos serão apresentados, muitas vezes, como títulos ou seções do trabalho.
Então, depois do objetivo geral, vamos deixar claro que o objetivo geral é responder o problema de pesquisa, nós vamos trilhar pelo caminho de identificar quais serão os objetivos específicos, por exemplo, nesse caso da implementação da ferramenta seis sigma numa indústria de automóveis, eu acho que seria muito interessante que a gente colocasse como objetivos específicos, por exemplo, o objetivo nº 1 - identificar os custos de implementação da ferramenta seis sigma numa indústria de automóveis, porque aí você vai ter nas suas mãos o ponto de partida, um elemento bastante importante para a gente analisar vantagens e desvantagens que são os custos dessa ferramenta, num objetivo nº 2 nós podemos descobrir na realidade qual é o aumento de produtividade e a diminuição de custos que pode ter sido resultado direto da implementação da ferramenta, então a gente pode descobrir no motivo 2, imaginar se houve um aumento de produtividade, investigar se houve um aumento de produtividade, se houve uma redução de custos, enfim, são elementos que vão ajudar a todo o momento para que a gente responda aquela pergunta de partida do problema.
Então é um todo encadeado, onde o objetivo geral é responder o problema de pesquisa e o objetivo específico ou os objetivos específicos são um conjunto de itens que vão nos ajudar a responder este problema de pesquisa, geralmente os objetivos específicos são também os títulos das seções do trabalho.
Então se você vai fazer uma análise dessa ferramenta, num primeiro momento você poderia colocar lá: “A ferramenta seis sigmas - custo de implementação em uma indústria de automóveis:” e aí você trabalharia esse assunto, isso significa que você vai estar identificando, investigando uma parte que vai ajudar você a, quando chegar o momento na conclusão, identificar se foi ou não viável, se teve mais vantagens do que desvantagens, se valeu a pena. Então é isso que a gente tem que ter em mente, o trabalho é um todo encadeado e neste caso os objetivos precisam ficar bem claros.
Aula 5 – Justificativa e metodologia
https://www.youtube.com/watch?v=ji8ewQyGnRs
Nós vamos trabalhar aqui a questão da justificativa do projeto de pesquisa e também da metodologia.
Estamos construindo este roteiro, mas eu gostaria de dizer que o projeto de pesquisa é o início da monografia ou de um artigo científico, então quando você estiver completando seu projeto de pesquisa você vai ter toda a introdução de sua monografia concluída e também vai ter praticamente todo o primeiro capítulo também concluído, então você já vai ter um bom pedaço do seu TCC concluído ao final do projeto, é por isso que é importante realizar uma tarefa bastante cuidadosa e cautelosa para que a gente não perca partes do projeto na hora de transformar ele numa monografia ou um artigo científico.
Então o que vem a ser a justificativa, que é este nosso primeiro tópico a ser discutido aqui neste momento, a justificativa nada mais é do que você dizer porque que o seu trabalho é importante, nesse caso a justificativa não é uma justificativa do porque você escolheu aquele tema em termos pessoais, por mais afinidade com o tema ou não, você tem que justificar a elaboração desse trabalho para a comunidade científica, ou seja, dizer porque que ele é importante para a ciência, que tipo de contribuição ele vais estar trazendo, quais são os conjuntos de coisas que ele vai acrescentar, que ele vai trazer para a nossa realidade atual. Então nós precisamos neste primeiro momento descobrir uma maneira de dizer que o nosso trabalho é importante. E como é que a gente faz isso?
Aí é que vão as minhas dicas, a primeira forma utilizada para os pesquisadores consiste em dizer que não foi feito nada parecido antes, ou seja, que não existe nenhum trabalho que trate daquele assunto focado especificamente no projeto de vocês que está sendo focado naquele momento, por exemplo: você pode ter algum trabalho que falou sobre a indústria de automóveis de uma forma geral, mas não sobre uma determinada montadora de automóveis ou um processo de produção aplicado a uma ferramenta, então você vai mostrar o quanto que há de especificidade, quer dizer daquilo que é de diferente no seu trabalho, o que ele está acrescentando, essa é a melhor justificativa, porque é assim que avança a ciência, cada um acrescenta um pouco, faz uma pesquisa que ainda não foi realizada e coloca um pouquinho a mais de conhecimento no estoque de conhecimento da humanidade. Então esta é a principal justificativa, mas também tem outras, como por exemplo, pode ocorrer de que exista um determinado consenso sobre um determinado assunto e que atualmente você está verificando que aquilo não explica uma realidade específica, quer dizer, que uma determinada teoria está falhando em explicar o que está acontecendo numa empresa ou numa cidade ou num país, essa também é uma boa justificativa para que a gente possa elaborar um trabalho de pesquisa, então a justificativa é importante.
Justificativa - nesse ponto, apresentamos os motivos que nos levaram a realizar nosso trabalho. Não se trata de dizer, portanto, qual a sua motivação pessoal para a execução do seu trabalho, mas sim o que ele acrescenta para a ciência. Por exemplo: ele comprova a utilidade de determinada teoria; ele contraria uma determinada teoria. Pode também ser uma boa justificativa o fato de o trabalho se tratar de um tema inédito.
Então, além da justificativa, nós temos que ter também a metodologia do trabalho e essa metodologia é um dos pontos que mais a gente verifica uma certa confusão por parte dos pesquisadores.
O que é a metodologia do trabalho?
Nessa seçãosão apresentadas as informações referentes ao tipo de pesquisa que será desenvolvida (se exploratória, se descritiva ou explicativa). Apresentamos também toda e qualquer descrição sobre métodos e recursos que serão empregados (se vamos realizar uma pesquisa documental, histórico-descritiva ou puramente bibliográfica).
Nessa parte vamos dizer se estudaremos 
 documentos, se realizaremos pesquisa de campo, se utilizaremos algum software específico ou se aplicaremos questionários.
A gente vai fazer um certo tipo de pesquisa, esta pesquisa pode ser exploratória, geralmente destinada àqueles campos que são muito novos, são assuntos muito novos, a gente pode fazer também uma pesquisa descritiva, que analise uma determinada realidade ou um determinado conjunto de trabalhos e a partir daí tente estabelecer relações entre variáveis ou relações de causa e de efeito, mas sem se aprofundar ou sem se comprometer ainda com uma resposta específica e também podemos ter as pesquisas de caráter explicativo, que são as pesquisas mais aprofundadas, que tentam, por sua vez, provar ou encontrar causas para determinados problemas.
· PESQUISA EXPLORATÓRIA – geralmente destinadas àqueles assuntos muito novos, pouco explorados.
· PESQUISA DESCRITIVA – que analise uma realidade ou um conjunto de trabalhos para estabelecer relações entre variáveis ou de causa e efeito.
· PESQUISA EXPLICATIVA – pesquisas mais aprofundadas que tentam provar ou encontrara causas para um determinado problema.
Então, num primeiro momento quando a gente escreve o tópico metodologia do trabalho a gente pode dizer se nossa pesquisa vai ser exploratória, descritiva ou explicativa, escolhendo um desses formatos de pesquisa, mas não podemos parar por aí, pois aí que está uma das armadilhas, muitos alunos dizem: ”esta é uma pesquisa de caráter exploratório que fará o uso de dados que vão ser coletados pelo IBGE ou de estudo de campo” e pronto, esta é a metodologia, mas não é só isto, você também vai ter que esclarecer que método vai ser utilizado no processo de arranjo de todos esses dados, por exemplo, se você vai fazer levantamento de dados, vai ser feito um estudo de caso em determinado local, o estudo de caso é um método. Então se você for fazer um trabalho que vai contar com um estudo de caso a sua metodologia é esta, metodologia do estudo de caso, cujo o autor mais famoso é o Yin, que tem a metodologia mais consagrada nessa área, além da metodologia do estudo de caso, nós temos também as metodologias comparativas, histórico descritivas, temos também a de análise de problemas e o oferecimento de determinadas hipóteses, que é o modelo hipotético dedutivo do Karl Popper, então estes modelos, as formas como a gente vai trabalhar no processo de confecção do nosso projeto e também do nosso trabalho final, eles precisam ficar identificados nesta metodologia, por exemplo, se você vai usar questionários, então coloque isto na sua metodologia, se você vai fazer pesquisa de campo, coloque isto na sua metodologia, você vai usar um software específico, então coloque isto na metodologia, que tipo de software, qual é a empresa que o produz, tudo isso tem que ficar bastante claro, porque são os métodos que você está utilizando para chegar a um determinado fim e se alguém quiser reproduzir, investigar o seu trabalho, dar continuidade, ele a partir da análise da sua metodologia vai poder reconstruir tudo aquilo que você fez e se quiser, avançar em uma determinada direção.
Então, você escolhe num primeiro momento se vai fazer uma pesquisa explicativa, vai fazer uma pesquisa exploratória ou vai fazer uma pesquisa descritiva, você vai usar software específicos coloque lá, você vai usar questionários, vai fazer um estudo de caso, o estudo de caso é em si uma metodologia só, uma metodologia paralela, um estudo de caso exige um conjunto de etapas a serem obedecidas para ser considerado válido ou então você vai fazer uma análise histórica bibliográfica, baseada apenas em dados que já foram publicados e vai tentar tirar conclusões à respeito disso, é isso que tem que estar claro na metodologia.
Além da metodologia a gente tem que colocar também um cronograma, isso é simplesmente um quadro descrevendo qual é o tempo que a gente vai dedicar a leituras, a pesquisa de campo, ao trabalho dessas informações, fichamentos e à escrita do próprio trabalho.
Cronograma - aqui apresentaremos um quadro descritivo com as informações sobre quanto tempo será destinado para a elaboração do projeto de pesquisa, quanto tempo será destinado à leitura, quanto será destinado à pesquisa de campo ou ao estudo de caso – se houver. No cronograma registraremos todas as informações relevantes ao tempo que será despendido com cada etapa da elaboração do trabalho.
Então, com estas partes todas nós já temos praticamente o projeto concluído.
Aula 6 – Recursos, anexos e referências
https://www.youtube.com/watch?v=cra8nqhMeMo
Neste nosso sexto encontro eu quero fazer alguns alertas bastante importantes e que costumas dar muito trabalho quando a gente está fazendo tanto o projeto, quanto quando a gente está escrevendo a monografia ou um artigo científico e o que vem a ser? Muitas vezes a gente faz um projeto que implica numa viagem, por exemplo, em sair da cidade e conhecer uma determinada empresa, em fazer algum tipo de gasto com a pesquisa científica e a gente não leva em consideração que muitas vezes nós podemos ter problemas com os recursos, ou seja, não termos os recursos necessários para conseguirmos estes dados, para conseguirmos realizar estas pesquisas, isso acontece muito quando se trata de pesquisa de campo, então a gente coloca lá que vai fazer a aplicação de questionários numa determinada empresa sem ter analisado que a confecção e a distribuição de questionários tem um custo, sem ter levado em consideração que a visita até a tal empresa tem um custo e que também muitas vezes tem barreiras. 
Recursos - Devem ser listados todos os recursos que serão utilizados, tais como: softwares, questionários e equipamentos.
Nós temos que investigar se algum tipo de problema pode surgir no decorrer da nossa pesquisa antes de nos comprometermos com este tipo de metodologia que implique em viagens, que impliquem o uso de determinados aparelhos de softwares aos quais a gente não sabe se vai ter os recursos necessários para depois implementá-los. Então, é importante que a gente já faça uma pesquisa, não quer dizer que eu tenha que colocar isso como um tópico num projeto, mas quando eu estiver elaborando o projeto eu tenho que de uma certa formar imaginar quais são os recursos que vão ser envolvidos na elaboração desse projeto para saber se eu vou ter esses recursos, se eu vou ter condições de fazer isto.
Tem gente que faz, por exemplo, pesquisa de mercado e na hora de apresentar a pesquisa de mercado você vai apresentar ela baseada em perguntas e respostas, em questionários, aí você diz: “vou fazer questionários pelo correio, vou fazer mil questionários” e isso tem um custo, ou então eu vou fazer pesquisa face a face, tem uma técnica e tem um custo, isso tudo é importante, é necessário que a gente tenha em mente que os recursos podem se constituir em uma barreira para o nosso trabalho. Então, fazer um levantamento dos recursos necessários para a elaboração da nossa pesquisa é um primeiro passo importante para saber se a gente pode ou não pode seguir em frente. 
Além disso, é muito importante que durante todo o processo, desde quando a gente está elaborando o projeto de pesquisa até o momento que a gente escreveu a conclusão do nosso trabalho final que nós tenhamos o foco em todos os detalhes. 
O que é muito comum acontecer, as pessoas vão fazendo pesquisas, isso acontece mais quando se fala de pesquisas em livros, pesquisas bibliográficas, as pessoas estão lendo livros, acham uma parte importante, uma parte de um dos principais autores dessa ciência e aí elas copiam aquilo, fazem o chamado fichamento para usar no trabalho sob a forma de uma citação, pois bem, acontece que é muito comum acontecer depoisda pessoa estar cheia dessas fichas e não saber exatamente da onde tirou aquela frase, isso é um problema, então durante todo o tempo a gente tem que estar fazendo as referências em qualquer tipo de papel, em qualquer tipo de anotação, ou hoje que a gente usa o computador para praticamente tudo, quando a gente encontra um trecho interessante de uma obra e vai separar para usar mais tarde, agente deve completar este trecho com a informação, se veio da internet com o link completo de onde veio este texto, para que eu possa depois ir buscar para tirar uma dúvida ou ir buscar para completar as informações quando eu for escrever as minhas referências bibliográficas. 
Referências - Todos os endereços eletrônicos e as referências de bibliografias utilizadas devem constar por completo nessa seção.
É preciso ter este cuidado de a todo momento ir juntando estes materiais, assim como se eu for fazer uma pesquisa que envolva questionários ou uma pesquisa face a face, que também envolva questionários ou formulários eu devo guardar esses formulários, mesmo que eu use estes formulários para fazer uma espécie de tabulação que vá depois originar tabelas com resumos das informações, essas informações são importantes porque são banco de dados que podem ser usados a todo momento para que a gente resolva algum problema que possa ter surgido no decorrer do processo de escrita: “ isso aqui era mesmo assim? Não está errado? ” De repente isto daqui saiu e foi tabulado de forma errada e aí como você vai descobrir isto se jogou fora os questionários?
De uma outra forma também é importante você pegar todo o tipo de informações que você utilizou, digamos o formulário original de um questionário ou fotografias que você retire num estudo de caso e anexe isto no seu trabalho final. Nos anexos, que são a última parte tanto de um projeto quanto de uma monografia ou de um artigo científico, nós devemos colocar estas outras informações que de uma certa forma foram resumidas talvez ao longo do trabalho ou muitas vezes parcialmente exploradas, para que outras pessoas que tenham interesse em descobrir o conjunto todo de informações, ou de repente buscar outros tipos de entendimentos sobre o mesmo assunto elas possam acessar. Não quer dizer aqui que você tenha que colocar todos os questionários respondidos nos anexos, mas você deve colocar o formulário ou o modelo do questionário no anexo, para que alguém que esteja lendo a sua monografia saiba quais foram as perguntas que você realizou e em que condições as pessoas responderam aquelas perguntas, se elas estavam em grupo, se elas foram perguntadas isoladamente, se foi por telefone. Esse conjunto de informações é relevante e os formulários, as fotografias ou documentos que possam ter sido fontes de pesquisa e que não merecem uma citação literal, inteira no interior do trabalho, eles devem ser colocados no anexo, mas também nós não podemos anexar qualquer coisa, apenas aquilo que a gente utilizou no trabalho.
Anexos - São todos os documentos utilizados e citados no trabalho. Materiais como modelos de questionários utilizados para obter dados, fotografias, plantas de prédios etc. devem ser anexados ao trabalho.
Então eu gostaria de fazer este alerta, a questão dos recursos, é muito importante a gente saber se vai ter todos os recursos necessários para implantar o nosso trabalho, a questão dos anexos, de juntar os nossos formulários, as nossas figuras, os nossos dados todos e aqueles que a gente usar mesmo que parcialmente e que não cabe uma citação integral dentro do trabalho, que a gente possa deixar em anexo no trabalho para que seja utilizado por outras pessoas e também as referências bibliográficas, nunca esqueça de anotar de onde você está tirando cada informação, porque depois do processo de redação do trabalho isso é uma confusão que frequentemente faz com que os estudantes percam muito tempo. 
Aula 7 – Comparação, exploração, coleta de dados, investigação
https://www.youtube.com/watch?v=fFbbnEJrHqk
Vamos falar um pouco agora sobre o estudo de caso.
Sobre todas as metodologias que a gente pode utilizar na elaboração de um TCC a área de administração e de gestão são as áreas que podem tirar mais proveito dessa metodologia.
De uma forma geral eu diria que a metodologia da comparação de modelos é uma é bastante usada e também muito importante, mas o estudo de caso é especial porque muitas pessoas queiram fazer um trabalho que traga também um benefício para sua carreira e ela pode fazer isso através de um estudo de caso da sua própria empresa.
“Um estudo de caso é uma investigação empírica que estuda um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos” (YIN, 2001, p. 32).
Por ser um estudo de um fenômeno atual, muitas vezes não vai ter uma grande revisão bibliográfica sobre aquele assunto, na verdade você estar explorando pela primeira vez, vai estar coletando dados, investigando de forma profunda uma determinada realidade, mas para isso é preciso um planejamento porque o estudo de casos não é simplesmente coletar dados.
“Estudo de caso não deve ser confundido com uma mera ‘coleta de dados’; é uma lógica abrangente de planejamento, coleta e análise de dados” (YIN, 2001, p. 33).
Coletar estabelecer relações entre variáveis, entre causa e efeito e investigar uma determinada realidade.
O YIN, que é o principal autor na área, ele disse é uma lógica abrangente de planejamento, coleta e análise de dados.
Para quem ou para que serve o estudo de caso?
Ele serve para analisar uma situação que esteja se desenrolando em um determinado momento, por exemplo, uma determinada empresa está tendo grandes dificuldades em superar problemas de logística e isto está acontecendo na atualidade, então você pode investigar quais são os problemas que estão levando esta empresa a apresentar essa deficiência, em especial também servem para levantar questões importantes para que toda uma comunidade científica se debruce sobre um problema novo.
Geralmente o estudo de caso está relacionado à alguma situação que destoe daquilo que a ciência estava acostumada, por
 Exemplo: você tem 10 escolas em uma determinada cidade e você acompanha o rendimento dos alunos em um exame internacional e aí dessas dez escolas, nove delas apresentam um resultado médio e uma delas apresenta um resultado 50% superior as demais, pois bem, nós temos 9 realidades muito parecidas e que provavelmente um conjunto de fatores atua nestas 9 realidades de forma a fazer com que elas tenham um determinado desempenho, mas tem uma que está interessante por ter 50% a mais de desempenho no mesmo teste, ela é do mesmo município, o que ela tem de diferente? Este poderia ser um objeto de um estudo de caso, o estudo de caso daquela escola, o que ela tem de diferente? Aí quando você for mergulhar, entrar nesta escola e tentar identificar, como ela funciona, porque ela funciona daquele jeito, por que ela obteve aquele resultado, você vai descobrir que determinadas teorias ou determinadas práticas que são colocadas apenas aquela escola elas não são realizadas em outras escolas e provavelmente elas são de alguma forma responsáveis pelo desempenho superior que ela tem em relação as outras. Então quando o pesquisador mergulhar lá dentro ele vai pesquisar, vai investigar professores, vai investigar alunos, vai investigar a biblioteca, vai investigar o formato das aulas, vai investigar os instrumentos que estão à disposição, como é que os alunos trabalham no dia-a-dia, ele pode encontrar ali um conjunto de práticas que sejam completamente novo e que funcionou e a partir desta constatação tentar enxergar como é que isso aconteceu, como foi todo o processo que levou aquela escola a ter este desempenho superior e escrever uma teoria à respeito daquilo, escrever um artigo, escrever uma monografia, elaborar algo que tente demonstrar que se a gente mudar a gente pode atingir os mesmos resultados.
Então, se por exemplo, uma determinada empresa está produzindo commenos custos do que outras empresas, você vai lá e investiga essa empresa e descobre que ela economiza tempo dos trabalhadores aproximando todos eles em uma linha de produção, você descobre então que a linha de produção é mais produtiva, foi o que FORD fez. Então, se você faz uma análise de como a empresa gerencia estoques, identifica que ela quase não tem estoques, que ela só tem estoques para um determinado momento e as outras empresas trabalham de uma forma diferente, com enormes quantidades de estoques, aí você vai lá e diz: “aqui neste modelo tudo é enxuto e este modelo economiza recursos de trabalho, que faz com que você tenha menores custos e maiores lucros”. Então, você estende, tenta formar uma teoria a partir desta realidade e que no final pode ser estendido para um conjunto grande de outras empresas do mesmo setor, geralmente.
Por isso que o estudo de caso, ele geralmente, pode ser um pontapé para o início de uma nova teoria, de um novo paradigma, de um novo modelo.
Ele é muito importante e nesse processo ele está diretamente relacionado, um conjunto de tarefas ou de etapas para que ele possa ser bem sucedido.
Então nós temos que entender que existe um método para se elaborar um estudo de caso bem sucedido e este método vai ter etapas as quais nós não podemos queimar, é importante que a gente tenha essa visão.
E para surpresa de muita gente estas etapas que começam um estudo de caso são muito similares a qualquer outro trabalho de pesquisa, ou seja, a primeira coisa que a gente vai ter que se debruçar é num conjunto de questões que vão ser levantadas, para serem investigadas neste meu objeto, por exemplo, se eu vou pesquisar em uma empresa de automóveis “X” e vou tentar entender porque que ela está produzindo mais, eu vou fazer um conjunto de perguntas iniciais, que são as perguntas que eu procurarei responder com o levantamento de dados que vou fazer. Que perguntas serão estas? Com certeza a primeira pergunta será: Porque ela produz mais. Mas também terão um conjunto de outras perguntas que são tão necessárias quanto a primeira para entender essa realidade, porque é um todo que precisa ser analisado para que a gente consiga obter as nossas respostas.
Aula 8 – Características de Estudo de Caso
https://www.youtube.com/watch?v=sVIDeK8BOQg
As etapas necessárias são: a seleção e a delimitação do caso que se pretende estudar (e aí caberiam observações a respeito dos motivos que levaram a essa escolha), a pesquisa de campo (observando a metodologia que será empregada), a organização dos trabalhos a serem desenvolvidos e também a redação de um relatório contendo os resultados finais do estudo.
Aula 9 – Cinco principais componentes para elaboração de um estudo de caso
https://www.youtube.com/watch?v=2NmVtULeSfQ
O planejamento de estudos de casos 
Para os estudos de caso, são importantes os cinco componentes a seguir: 
1. questões de um estudo; 
2. suas proposições, se houver;
3. sua(s) unidade(s) de análise; 
4. lógica que une os dados às proposições; e 
5. critérios para se interpretar as descobertas.
Aula 10 – Perguntas, hipóteses e possibilidades de pesquisa
https://www.youtube.com/watch?v=1cXO0W-dgiI
Para facilitar, faça perguntas do tipo “como e por quê”. Nesse caso, sua tarefa será precisar o que se busca responder com o estudo de caso.
Ex.: “Como e por que as organizações colaboram umas com as outras para prestar serviços em associação?” (YIN, 2001, p. 42).
Proposições para os estudos de casos são “hipóteses”. Não são obrigatórias, mas são desejáveis.
Ex.: “As organizações colaboram entre si porque obtêm benefícios mútuos como vantagens de custos”.
Aula 11 – Trabalho de Conclusão de Curso: Delimitação do tema e introdução
https://www.youtube.com/watch?v=kRMeV1IG5ZQ
Um modelo de TCC
Deve registrar corretamente o tema de pesquisa (e estar delimitado em tempo e espaço).
Ex.: vantagens e desvantagens de custo e produtividade da aplicação da ferramenta Seis Sigma em uma linha de produção de automóveis em uma montadora de veículos no Brasil entre 2010 e 2012.
Introdução
Apresenta o projeto de pesquisa sob a forma de texto corrido, sem os títulos “tema”, “problema”, “hipótese”, “justificativa”, “metodologia”, “objetivos” e a organização do trabalho (ou seja, o que cada seção conterá).
A redação final só poderá ser realizada quando o trabalho estiver acabado, pois há elementos que não estão disponíveis nesse momento (como o conteúdo de cada capítulo).
Aula 12 – Primeiro Capítulo – Base Teórica da Pesquisa
https://www.youtube.com/watch?v=tNMgScW4jnE
O primeiro capítulo 
É o capítulo que vai apresentar a teoria que dá base ao trabalho. No caso do exemplo que estamos utilizando, apresentaremos aqui as origens da ferramenta Seis Sigma.
Apresentaremos os conceitos que são pertinentes ao modelo Seis Sigma e usaremos citações dos primeiros textos que sistematizaram a ferramenta (isto é, os trabalhos que apresentaram a ferramenta pela primeira vez).
Posteriormente, apresentaremos mais referências, citações aos diversos outros trabalhos e casos, exemplos de aplicação da ferramenta Seis Sigma em diferentes realidades – incluindo aí os trabalhos mais recentes. Apresentaremos principalmente trechos que favorecem a nossa argumentação (que são favoráveis ao uso da ferramenta).
Terminaremos o capítulo fazendo uma ligação com o próximo e reforçando que, após todas essas considerações, vamos procurar investigar as vantagens e as desvantagens de custo da aplicação da ferramenta Seis Sigma na linha de produção de automóveis em uma montadora de veículos no Brasil, no período de 2010 a 2012.
Aula 13 – Segundo Capítulo: Apresentação da realidade
https://www.youtube.com/watch?v=HhQ-DwbYqhg
O segundo capítulo
É destinado a apresentar a realidade específica daquilo que se deseja pesquisar. Serve para apresentar a realidade dos fatos que se apresentam ao pesquisador no momento em que ele está começando a pesquisa. Vamos ver alguns exemplos:
Usando como exemplo o trabalho proposto no encontro anterior, no segundo capítulo nós falaremos sobre a realidade da linha de produção de automóveis de nossa montadora de veículos. Quantos funcionários, processos, produtos, custos, produtividade e todos os dados relevantes para a compreensão dessa realidade.
Apresentaremos o modelo antes da implantação da ferramenta, enfatizando os problemas que ele apresentava e demonstraremos o porquê de se ter realizado uma mudança com a aplicação da ferramenta Seis Sigma.
Outro exemplo: pesquisamos uma cidade com dez escolas das quais nove têm desempenho mediano e uma delas apresenta índices de rendimento escolar superiores.
Nesse caso, demonstraríamos exatamente isto: a realidade da qualidade de ensino dessas dez escolas (só que agora com todo o tipo de dados e ilustrações) e ressaltaríamos que existe um problema na compreensão do porquê de uma delas, apenas, fazer algo diferente.
Apresentaríamos também argumentos diversos, com o uso de trabalhos que apontassem algumas direções para a explicação dessa diferença, mesmo que fossem trabalhos destinados a explicar a realidade de outra localidade. Isso porque o interesse seria fazer um paralelo e esses trabalhos se prestariam a desempenhar esse papel.
Aula 14 – Terceiro Capítulo: Análise e aplicação de Resultados
https://www.youtube.com/watch?v=UpehKMK_Sag
O terceiro capítulo
Continuando com o exemplo da implantação da ferramenta Seis Sigma, apresentaríamos nesse capítulo as principais mudanças promovidas a partir do momento em que esse conjunto de práticas associado a essa ferramenta foi introduzido na nossa linha de produção.
É preciso ser bastante detalhista. Todas as modificações deverão ser registradas. Como nosso trabalho busca encontrar as vantagens e as desvantagens de custo e produtividade, as informações sobre custo e produtividade serão essenciais, mas informações sobre outras variáveis que possam aparecer no decorrer da pesquisa também merecerão registro.
Aula 15 – Conclusão: Explanação dos dados e mensagens finais
https://www.youtube.com/watch?v=RLklldsh3K8
Conclusão
Aconclusão é como um resumo de toda a pesquisa: mostra desde os primeiros passos, a justificativa da importância do trabalho, a formulação do problema de pesquisa, o levantamento, coleta de dados, a metodologia utilizada, os autores que foram trabalhados (apenas os principais e na medida em que tenham contribuído para explicar ou contrariar algo que propusemos). Tudo deverá ser sintetizado.
É preciso relembrar a hipótese do trabalho. Ex.: investigamos as vantagens e as desvantagens de custo e de produtividade da implantação da ferramenta Seis Sigma sobre a linha de produção de automóveis em uma montadora de veículos no Brasil, no período de 2010 até 2012. Nossa hipótese era de que essa ferramenta promoveria redução de custos e aumento de produtividade.
Apresente o resultado. Houve redução de custo? Houve aumento de produtividade? Seja honesto com os dados que foram coletados. Diga se houve desvantagens (você prometeu isso no início do trabalho).
Aula 16 – Linguagem, tamanho, plágio
https://www.youtube.com/watch?v=OrB83fwKKEM
Quanto à linguagem e aos juízos 
Devido ao fato de os artigos se originarem de pesquisas e investigações científicas – as quais objetivam a publicação em veículos voltados para o público dos cientistas –, eles devem ser apresentados por meio de uma linguagem apropriada.
Alertas 
A linguagem deverá ser formal, sendo necessário eliminar qualquer tipo de gíria ou expressão coloquial. Também não são cabíveis juízos de valor e afirmações sem fundamentos.
Tamanho: o trabalho deverá conter cerca de 20 páginas, se for artigo científico, e 40 se for monografia (nesse último caso, utilize esse tamanho como o mínimo de páginas). Estamos considerando, em todos os casos, o texto principal do trabalho, sem as páginas pré e pós-textuais.
Plágio: cópia literal ou levemente modificada do trabalho de terceiros sem a citação de fontes é crime e será descoberta.
Google Acadêmico: para uma boa pesquisa, é interessante começar utilizando o Google Acadêmico. Veja como fazer: 
Passo 1: digite “Google Acadêmico” na barra principal do Google (www.google.com.br) e depois clique no botão “Pesquisar”.
Passo 2: o primeiro link a aparecer será o do Google Acadêmico. Clique nesse link e comece sua pesquisa.
Você pode acessar o Google Acadêmico diretamente pelo link: http:// scholar.google.com.br/
Aula 17 – Fontes de pesquisa
https://www.youtube.com/watch?v=KIWGbAcuTM8
Sobre o uso das citações
As citações diretas devem ser usadas toda vez que for necessário provar que um autor fez determinada afirmação de maneira inequívoca. Isto é, quando desejarmos tirar dúvidas que possam gerar uma possível má interpretação das palavras do autor, por exemplo.
Citações diretas
Deve-se evitar ao máximo o uso de citações diretas em artigos científicos, mas pode-se utilizá-las em abundância nas monografias.
Citações indiretas
As citações indiretas são apresentadas em uma pesquisa por meio de paráfrases dos textos dos autores estudados. 
São mais apropriadas na maioria das situações, em artigos (economizam espaço e já apresentam a ideia fundamental “trabalhada”, evitando repetições.)
Tome cuidado para não sumir do seu próprio trabalho fazendo uso exagerado de citações (diretas ou indiretas).
Aula 18 – Pesquisa de campo
https://www.youtube.com/watch?v=zuYP6--693M
Pesquisa de campo
Serão realizadas entrevistas? Organize as perguntas antes (roteiro). 
Serão aplicados questionários? Elabore-os tendo em mente as diferenças exigidas caso a caso. 
Procedimentos técnicos: quem será entrevistado? Quando? Como? Quanto vai custar?
Aula 19 – Ilustração de dados e resultados: Tabelas, gráficos e imagens
https://www.youtube.com/watch?v=VmTyaXYXIUw
Ilustrações
Ilustre o trabalho. Saiba usar quadros, tabelas e gráficos. 
Quando usar um quadro? Para comparações (antes e depois), para demonstrar cenários diferentes (cenário positivo e negativo) e para sintetizar e resumir conceitos (em forma de texto).
Quando usar uma tabela ou um gráfico? Para apresentar dados numéricos e evoluções de informações (aumento ou diminuição de algum valor observado).
Aula 20 – Passo a passo para desenvolver um projeto de pesquisa
https://www.youtube.com/watch?v=DS2uECxI_Os
Resumo de todos os passos
1. Tema (título, assunto); 
2. Problema (uma pergunta que será a principal a ser respondida no trabalho, bem focada e delimitada); 
3. Hipótese (possível resposta para o problema de pesquisa); 
4. Justificativa (o que o trabalho acrescenta, tem de diferente a apresentar em relação aos que já foram realizados sobre o mesmo assunto); 
5. Metodologia (tipo de pesquisa e métodos e recursos que serão utilizados); 
6. Cronograma (quando cada passo será dado).
Elabore uma introdução prévia com todos os elementos do projeto anterior, exceto o cronograma.
Faça um levantamento sobre o marco teórico e sobre os demais trabalhos que tratam do tema. Faça fichamentos, resumos contendo trechos que serão citados no decorrer do trabalho.
Colete, tabule dados e resuma os resultados.
Organize os capítulos conforme o que apresentamos nos encontros 12, 13, 14 e 15 e conclua o trabalho.
Depois dessas etapas, certifique-se de editar o trabalho de acordo com as normas de formatação.
ARTIGO
Metodologia de Pesquisa Científica na Prática
José Guilherme Silva Vieira
Apresentação
Ao ler este texto pela primeira vez, pensei que se tratava de mais um dentre tantos que buscam ensinar as pessoas a escrever um trabalho de conclusão de curso. No entanto, verifiquei que estava equivocado. 
Metodologia de Pesquisa Científica na Prática vai além de um simples manual voltado aos alunos dos últimos anos de cursos de graduação ou pós-graduação; trata-se de um guia de procedimentos sobre a pesquisa, ao mesmo tempo em que se converte em um instrumento de reflexão sobre o que estamos fazendo, enquanto cientistas, nesse mundo. 
Melhor dizendo, tanto os alunos de graduação, que desenvolvem seus trabalhos de conclusão de curso, monografias ou artigos científicos como requisitos finais para a obtenção de grau, quanto os alunos de mestrado e doutorado – sempre às voltas com suas dissertações e teses – enxergam nesses trabalhos barreiras entre eles e seus objetivos. Esse é o dilema da maioria dos alunos e é o oposto do que deveria vigorar nas suas mentes. 
Popularmente, uma pessoa só se completa quando realiza três tarefas: plantar uma árvore, ter filhos e escrever um livro. A muda de feijão – alvo de experiências científicas nos tempos da escola –, em certo sentido, pode ser vista como uma árvore – nesse caso, quase todos nós já plantamos uma. Os filhos costumam vir com o tempo. E tanto as monografias quanto os artigos, dissertações e teses são, em essência, livros. 
Assim sendo, os trabalhos de conclusão de cursos de graduação, mestrado e doutorado deveriam ser um momento de realização pessoal – e não de sofrimento. Mesmo assim, um olhar para os corredores das faculdades costuma contemplar cenas de angústia de alunos prestes a se formarem na busca de soluções para seus trabalhos finais, em um processo frenético de abordagens de orientadores e de qualquer um que lhes possa “estender a mão”. Nesse sentido, é preciso reconhecer que em algum momento falhamos ao ensinar a pesquisar ou ao desenvolver um processo que ajude o aluno pesquisador a aprender a aprender. 
Desse modo, as primeiras páginas deste texto representam uma ruptura com o tradicional. Ao apresentar o processo de evolução da ciência e todos os seus percalços, o material aborda os desafios encontrados no processo de pesquisa. Apresenta, ainda, a diferença entre o saber comum e o saber científico, introduzindo elementos que comprovam a necessidade de se ter um método científico para a pesquisa. 
O texto se destaca nas partes em que se aproxima dos manuais de pesquisa. A forma como exemplifica ricamente o “como fazer” (isto é, como se escreve e se apresenta um trabalho científico) rompe com os padrões atuais, por partir de exemplos reais de trabalhos científicos. 
Em síntese, é um guia excelente para aqueles que venham a escrever trabalhoscientíficos e também para os que costumam ler esses materiais. 
Hugo Eduardo Meza Pinto* 
* Doutor em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo (USP), atualmente é diretor geral das Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba-PR.
Prefácio 
Foi em 1999 que tive minha primeira experiência com a elaboração de um trabalho acadêmico. Na ocasião, precisava escrever uma monografia para a obtenção de meu bacharelado. Lembro-me perfeitamente de toda a inquietude que essa tarefa me trouxe. Nunca havia escrito um texto científico até então. Referencial teórico, revisão bibliográfica, problematização – o que seriam todas essas coisas? 
Corri rapidamente para a biblioteca, a fim de encontrar obras que me iluminassem nesse caminho. Encontrei todo o tipo de sugestões. Entre elas, a que mais me marcou foi a de Umberto Eco, que dizia que se eu não tivesse mais do que seis meses para escrever era melhor esquecer. Eu tinha sete meses de prazo. 
Mesmo assim, percebi que a tarefa não seria fácil e, de fato, deu muito trabalho. Discussões com o meu orientador se tornaram frequentes, e eu achava que ele estava quase sempre errado. No final, fui bem-sucedido e até ganhei um prêmio em um concurso de monografias. O tempo passou e pude perceber o quanto fui ajudado por meu orientador, sobretudo quando me disse o que não colocar em uma monografia, nas sugestões de objetividade, atenção e foco no problema de pesquisa, e em quais obras basear a argumentação. Hoje lhe sou muito agradecido. 
Uma monografia é um trabalho que busca discutir sobre um tema específico e não sobre vários. É obra de um autor, e o orientador é apenas um guia destinado a corrigir a trajetória e não a escrevê-la em conjunto com o orientando. É uma ocasião para descobertas e amadurecimento. É a oportunidade para o ser humano se sentir realizado em dizer algo que ficará para a posteridade. Aprendi isso com um certo tempo. 
Meu trabalho terminou com extensas 153 páginas – um exagero, penso hoje. Na década de 90 do século passado, valorizava-se a extensão do trabalho também. Vivemos agora tempos de objetividade e, em muitas instituições, as monografias foram substituídas por artigos científicos, como requisito para a conclusão de curso. Mais enxutos, esses trabalhos de cerca de vinte páginas não são necessariamente mais fáceis de fazer. Em síntese, os artigos são monografias enxutas, pois guardam todas as suas partes, sendo apenas mais objetivos em cada uma delas. 
Posteriormente, quando ingressei no mestrado, vi-me obrigado a escrever uma dissertação. Descobri que uma dissertação se tratava de uma monografia mais aprofundada, com leituras mais densas, fontes originais – muitas vezes em outros idiomas – que retratavam o estado das artes em uma determinada ciência. Tive um orientador liberal que me deixou à vontade para escrever. Destruiu quase tudo o que escrevi da primeira vez em que mostrei os resultados parciais de meu trabalho e me sugeriu outras bibliografias. Foi fantástica a experiência: devo ter escrito umas quatrocentas páginas e no final fiquei apenas com oitenta. Novo sucesso. Sem prêmio, dessa vez, mas com a mesma nota: 10. 
Escolhi o mesmo orientador do mestrado para minha tese de doutorado. Lembro-me do rosto dele no primeiro dia em que nos reunimos para falar da tese de doutorado. Ele me disse que tínhamos um grande desafio pela frente; que uma tese é mais que uma dissertação aprofundada, trata-se de descobrir e provar algo novo. 
Foi então que percebi que, quanto mais eu avançava nos estudos, maior era o caminho a percorrer a fim de fazer uma descoberta. De certa forma, passei a me maravilhar com todo o tipo de descoberta – inclusive as que não estavam diretamente ligadas ao meu tema de pesquisa. Valorizei a interdisciplinaridade e a pluralidade de opiniões sobre os temas. Tornei-me mais humilde e mais curioso a respeito de como funcionam as coisas. Percebi que havia rompido com alguns paradigmas e deixei minha mente aberta para a curiosidade. 
Essa curiosidade, de certa forma, levou-me à infância novamente, quando os diversos paradigmas que foram me cooptando ao longo da vida não me haviam sido apresentados. 
Sendo assim, sugiro a todos que aproveitem este texto com a curiosidade de uma criança, sem os preconceitos que a vida adulta instala. Acredito que, desse modo, a leitura terá maior proveito. 
O autor.* 
* José Guilherme Silva Vieira é Doutor em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde atualmente é professor. Leciona também Metodologia Científica nas Faculdades Santa Cruz de Curitiba. Proferiu diversas palestras, no Brasil e na África, acerca de políticas públicas.
Natureza da pesquisa científica
O que é pesquisa? 
Pesquisar não é o mesmo que fazer ciência ou produzir conhecimento. Uma pesquisa pode se resumir ao ato de consultar determinadas fontes para, com isso, elaborar um relatório ou solucionar uma questão que aflige alguém. Exemplos disso podem ser oferecidos por meio de um elenco de pesquisas que, cientificamente, não são capazes de se destacar no quesito produção de conhecimento. Dizemos deliberadamente que pesquisamos algo na lista telefônica, pesquisamos os melhores preços de determinados produtos nos supermercados, etc. Pesquisar, nesses exemplos, assume o mesmo sentido que o fornecido pelo verbo “buscar”, e só. 
A pesquisa científica, por sua vez, é de outra natureza, serve para o processo de aquisição e construção do conhecimento. Não se presta, portanto, a encontrar aquilo que já é senso comum. Realizamos uma pesquisa científica quando objetivamos contribuir para o crescimento da ciência, quando nos propomos a testar uma determinada tese ou a refutar (invalidar) outras já desenvolvidas, por meio do confronto de fatos e fenômenos da natureza que venham a validar ou invalidar as teorias propostas. Esse tipo de pesquisa se caracteriza também por um processo padronizado e metodologicamente pactuado pelos membros de uma comunidade científica, no sentido de se estabelecerem regras e passos aceitos para a validação de seus resultados, isto é, segue-se um método científico. 
E é justamente por isso que a pesquisa científica é vista, muitas vezes, como uma atividade árdua pelo estudante, pois ele se encontra em fase de crescimento dentro da sua própria ciência e, via de regra, não se julga capaz de dar um passo além daquilo que lhe é garantido por professores e pelos guias e manuais acadêmicos. 
Existem estudantes que, erroneamente, sentem-se inferiorizados diante dos mestres de suas áreas e se imaginam, por isso, incapazes de executar pesquisas científicas. Esquecem-se, no entanto, de que os fundadores dessa ciência partiram de um estágio muito rudimentar de conhecimento, quando iniciaram suas pesquisas. Quando Gregor Mendel executou suas pesquisas com ervilhas, por exemplo, não tinha nenhum conhecimento sobre o que seria o DNA e, mesmo assim, aplicando conceitos da estatística, deu o primeiro passo para a teoria da hereditariedade. 
Valiosas descobertas científicas surgiram a partir de dúvidas sobre determinadas questões, ou curiosidades particulares acerca de determinados fenômenos, que acabaram fomentando trabalhos sistematizados, na busca por soluções ou esclarecimentos, sem que esses pesquisadores tivessem conhecimento de metade do que se sabe hoje. Assim sendo, esconder-se atrás da ignorância passa a ser uma atitude sem sentido, já que é justamente a ignorância (o desconhecimento) a motivação primária para a busca pelo conhecimento.
Formas de conhecimento: ciência, senso comum e ideologias
Entende-se por senso comum o conhecimento aceito pela maioria dos indivíduos como a expressão da verdade definitiva sobre algum tema, em determinado período. Ou seja, o que é senso comum não deve ser discutido no momento em que a maioria dos membros de uma comunidade – seja ela de leigos ou de cientistas – acredita que já detém a verdade sobre determinado fato. Assim sendo, ideias que vão de encontro ao que é senso comum, chocando-se com ele, serão mal recebidas,ridicularizadas, menosprezadas. 
Podemos, por exemplo, encontrar na História Antiga relatos de que a população egípcia acreditava que o seu líder (faraó) era um deus vivo e que retornaria para o Sol e para as estrelas após sua morte terrena (CANDIDO et al., 2008). Para viabilizar o retorno do seu deus ao espaço, os egípcios deveriam Metodologia de Pesquisa Científica na Prática 4 construir as pirâmides, que fariam a ponte entre a Terra e o Céu, a fim de ser percorrida pelo espírito do faraó. Não havia fundamentos científicos sobre essas ideias, mas é historicamente comprovado que era a opinião da maioria – era senso comum, portanto. 
A humanidade já acreditou também que a Terra era o centro do universo – até que Copérnico constatasse que era apenas um dentre vários planetas que orbitam o Sol. Diversas crenças que são esposadas por comunidades de diferentes naturezas (religiosas, tribais e políticas, por exemplo) se somam à série de categorias e fatos que também são senso comum – ao menos, dentro dessas comunidades.
Durante séculos, na medicina, receitou-se a sangria dos enfermos como método de cura para doenças. Acreditava-se, entre outras coisas, que os males estavam presos ao sangue e, consequentemente, liberando-se o sangue, expurgavam-se esses males. 
Existiam diferentes técnicas de sangria, porém a mais famosa foi o emprego de sanguessugas. Gordon (2002) aponta o período compreendido entre os anos 900 e 1953 como tempos em que curar era o mesmo que sangrar. Nesse período, praticamente não havia voz que destoasse do discurso padrão de que esse método era adequado para a cura dos males que recaíam sobre a população. De fato, era relativamente fácil encontrar pacientes que apresentavam melhora após terem se submetido à cura por esse método. Em casos de persistência dos sintomas, não era raro observar uma segunda e mesmo uma terceira submissão ao tratamento (GORDON, 2002). 
Em um texto do século XVIII, intitulado O regimento proueytoso contra ha pestenença (CARVALHO, 2005, p. 863-864), encontramos algumas referências ao uso e à prática da sangria.
O Regimento contém afirmações genéricas em relação ao uso das sangrias, à periodicidade “uma vez em um mês, se pode bem fazer”, e às restrições por idade ou condição especial “gravidez, fraqueza extrema”. Recomenda ainda que a sangria seja feita antes das refeições, e que depois se tome vinho ou cerveja. [...] A recomendação da sangria é radical, “até esmorecer”, sabendo-se que a pouca saída de sangue piora o quadro da doença. A operação deve ser próxima à lesão pestosa e em veia homolateral, se o paciente não dormiu após o início dos sintomas. Se dormiu e acordou com as lesões, a sangria deve ser contralateral. E não se deve permitir que durma antes do meio-dia. Depois disso, o bubão poderá lançar fora o mal e o paciente se recuperará.
A evolução da ciência, entretanto, relegou esse método até o seu quase esquecimento devido ao aprimoramento das técnicas de diagnóstico e tratamento médico. O que antes era senso comum – o fato de que a sangria se constituía em um excelente tratamento para enfermidades – foi substituído por um saber aprimorado pela observação e pelo experimento. 
Todavia, deve ficar claro que senso comum não significa o mesmo que conhecimento inútil ou inferior. Com base no conhecimento atual, o exemplo da sangria nos oferece uma oportunidade de demonstrar, inclusive, que a ciência pode partir desse tipo de saber. Aquilo que em determinado momento é senso comum pode tornar-se fato científico e depender de estudos metódicos que aprofundem o conhecimento. 
Sabe-se hoje, por exemplo, que a perda de sangue tende a reduzir a pressão arterial. Dessa forma, para doenças cujo sintoma associado viesse a ser a elevação da pressão sanguínea, a sangria, intuitivamente receitada pelos médicos, acabava surtindo efeito. Mesmo sem esse conhecimento, essa forma de saber – uma espécie de saber que “não se sabe”, característico do senso comum – tornou-se útil, mesmo assim, para uma parcela dos enfermos. 
Drogas modernas substituíram a sangria, que, claramente, implicava outros riscos à saúde. Mesmo assim, após deixar de ser prática comum para tratar doenças, esse método recebeu, em pleno século XX, o aval científico para os tratamentos que se destinam a recuperar vasos sanguíneos rompidos ou mesmo criar novas ligações de vasos capilares em regiões do corpo humano que tiveram membros amputados, utilizando, inclusive, sanguessugas nesse processo. 
O conhecimento científico, ao contrário, é mais aprofundado em relação ao senso comum. Chalmers (1994, p. 27) resume assim o modo costumeiro de se pensar nesse assunto: 
Conhecimento científico é conhecimento provado. As teorias científicas são derivadas de maneira vigorosa da obtenção dos dados da experiência adquiridos por observação e experimento. A ciência é baseada no que podemos ver, ouvir, tocar, etc. Opiniões ou preferências pessoais e suposições especulativas não têm lugar na ciência. A ciência é objetiva. O conhecimento científico é [...] confiável porque é [...] provado objetivamente. 
Pode-se entender ciência, então, como o conhecimento adquirido com base na experiência e/ ou experimentação. Conhecimento, por sua vez, é resumido sob a forma de um conjunto de teorias que, em geral, têm a mesma origem na experiência, versando sobre uma gama de situações e fatos, estabelecendo relações entre eles, permitindo a compreensão de certos fenômenos relevantes. Tais teorias, ao explicarem os fundamentos de determinados fenômenos, podem permitir, também, previsões e estar suscetíveis à verificação empírica.
A ciência, porém, nunca estará completamente livre de influências. Contudo, deve-se evitar que a ideologia interfira no processo que leva à descoberta.
As ideologias, entendidas como formas de pensar e agir, social e politicamente, dos indivíduos ou mesmo de grupos inteiros de membros de uma comunidade, constituem outra forma de conhecimento – que, a princípio, não pode ser classificada como inferior ou superior à ciência, por exemplo, mas apenas como uma forma diferente de conhecimento.
A ideologia não é sinônimo de subjetividade oposta à objetividade, não é pré-conceito nem pré- noção, mas é um “fato” social justamente porque é produzida pelas relações sociais, possui razões muito determinadas para surgir e se conservar, não sendo um amontoado de ideias falsas que prejudicam a ciência, mas uma certa maneira de produção de ideias pela sociedade, ou melhor, por formas históricas determinadas das relações sociais (CHAUI, 1980, p. 31).
Ainda assim, uma pesquisa que tem início em uma exposição ideológica frequentemente perde a credibilidade. Para citar um exemplo desse tipo de influência negativa, imagine uma pesquisa que se proponha a investigar os acidentes de trânsito, que tenha em sua formulação inicial observações quanto à tendência de que as mulheres dirigem pior do que os homens. Sem uma comprovação empírica (números ou dados estatísticos) que confirmem haver essa tendência, qualquer conclusão a respeito da incapacidade feminina será logo declarada como puro machismo – e com razão.
Para ter validade, uma pesquisa dessa natureza teria que levantar o número de acidentes envolvendo mulheres e homens, apresentando estatísticas que apontassem para uma participação relativamente maior (em termos percentuais) do número de mulheres envolvidas em acidentes de trânsito em relação ao número de homens. Deveria apresentar provas de que as mulheres é que teriam sido as culpadas por tais acidentes (em maior proporção, ao menos) e conviria também diferenciar a gravidade e o tipo de acidente em que se envolveram.
As ideologias não devem ser consideradas antagônicas às ciências, mas são formas de se pensar claramente diferentes. Em geral, as ideologias se frutificam de uma base social e de uma representação histórica ligadas às classes sociais.
Karl Marx (1818-1883) – um dos grandes pensadores da humanidade, apontado como pai do socialismo científico – enfatizou a ideologia como sendo a maneira pela

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