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1 PROFESSOR: JÚLIO CEZAR MATOS DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL II INSTAGRAM: @profjuliocezarmatos COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS Considerações preliminares O processo penal não pode prosseguir validamente sem a observância do contraditório e da ampla defesa. Afinal, é por meio da colaboração das partes que o Poder Judiciário pode chegar ao acertamento do fato delituoso. Por conseguinte, de modo a se preservar o contraditório, concebido pelo binômio conhecimento/reação, às partes envolvidas devem ser asseguradas condições de saber o que nele se passa, podendo reagir de alguma forma aos atos ali praticados. Apesar de não haver um rigor terminológico por parte do legislador, há três meios de comunicação dos atos processuais: a citação, a intimação (espécie de ato de comunicação relacionado a ato passado) e a notificação (espécie de ato de comunicação relacionado a ato futuro). Sem sombra de dúvidas, a citação é o ato mais solene, porquanto dá ciência ao acusado acerca da instauração de um processo penal. CITAÇÃO A citação é um dos mais importantes atos de comunicação processual, porquanto dá ciência ao acusado do recebimento de uma denúncia ou queixa em face de sua pessoa, chamando-o para se defender. Considerando- se que a instrução criminal deve ser conduzida sob o crivo do contraditório, a parte contrária deve ser ouvida. Para que ela seja ouvida, faz-se necessário o chamamento a juízo, que é feito por meio da citação. De acordo com o art. 363 do Código de Processo Penal (CPP), quando realizada a citação é que o processo tem completada sua formação. É certo que, no âmbito criminal, não é a citação do indivíduo que constitui o primeiro marco interruptivo da prescrição, mas, sim, o recebimento da inicial acusatória, nos exatos termos do art. 117, I, do Código Penal (CP). Finalidade da citação a) Antes da reforma processual de 2008 (Lei nº 11.719, de 2008): comparecimento em juízo para o interrogatório. O interrogatório era o primeiro ato da instrução probatória. b) Depois da reforma processual de 2008 (Lei nº 11.719, de 2008): apresentação da resposta à acusação. O interrogatório passa a ser o último ato da instrução probatória ao ser deslocado para o final da audiência una de instrução e julgamento, nos termos do art. 400 do CPP. Reforça-se com essa alteração a natureza do interrogatório como meio de defesa. Espécies de citação A citação pode ser classificada em duas espécies: a) Citação real ou pessoal: constitui a regra, é aquela que é realizada na pessoa do réu, ou seja, na pessoa do próprio acusado. Pode ser concretizada por mandado, carta precatória, carta de ordem, carta rogatória, ou mediante requisição. No processo penal comum, não se admite citação pelo correio, nem tampouco citação por e- mail ou telefone. Em caso de pessoa jurídica, deve a citação ser feita na pessoa do representante legal. Não se admite citação pelos correios ou por meios eletrônicos no processo penal (LIMA, 2019). b) Citação ficta ou presumida: é aquela realizada por meio de edital publicado na imprensa, ou afixado no átrio ou na porta do fórum e, também, nas hipóteses de citação por hora certa. Sua utilização é medida excepcional, e deve ser levada a efeito apenas quando demonstrado que o acusado não foi encontrado para ser citado pessoalmente, ou quando se oculta para não ser citado. Denomina-se citação ficta ou presumida em função da falta de certeza absoluta se o acusado tomou conhecimento da acusação, como ocorre, por exemplo, nas citações por edital e por hora certa. Citação por mandado A citação por mandado, dentre as subespécies de citação pessoal, funciona como regra, quando o citando residir na mesma comarca do juízo. Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado. Uma vez concretizada a citação, o acusado fica vinculado ao processo, com todos os ônus daí decorrentes. Logo, se o acusado tiver sido citado pessoalmente e deixar de apresentar resposta à acusação, o processo correrá a sua revelia, o que também irá ocorrer caso se mude sem comunicar ao juízo seu novo endereço. Como deixa entrever o art. 367 do CPP, a revelia também será decretada se o acusado, notificado pessoalmente para qualquer ato do processo, deixar de comparecer e não justificar sua ausência. Pelo menos em regra, essa ausência deve ser justificada antes da realização do ato processual. 2 O mandado de citação possui requisitos intrínsecos (CPP, art. 352) e extrínsecos (CPP, art. 357). Art. 352. O mandado de citação indicará: I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV - a residência do réu, se for conhecida; V - o fim para que é feita a citação; VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. Art. 357. São requisitos da citação por mandado: I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa. Citação por carta precatória A citação por precatória se dará quando o acusado estiver fora da comarca do juízo processante e, no juízo deprecado, o juiz competente expedirá um mandado para a citação pessoal do acusado. Se o acusado estiver no território nacional, em local conhecido, porém, fora do âmbito da competência territorial do juízo processante, a citação deverá ser feita por meio de carta precatória, conforme leciona o art. 353 do CPP. Requisitos da precatória Art. 354. A precatória indicará: I – o juiz deprecado e o juiz deprecante; II – a sede da jurisdição de um e de outro; III – o fim para que é feita a citação, com todas as especificações; IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer. Carta precatória itinerante É possível que, ao cumprir o mandado de citação expedido pelo juízo deprecado, o oficial de justiça verifique que o acusado não se encontra naquela comarca, mas, sim, em outra, sujeita à competência de outro juízo. Nessa hipótese, desde que haja tempo para fazer-se a citação, deve o juiz deprecado remeter os autos da carta precatória ao juiz da comarca onde se encontra o acusado para fins de efetivação da diligência, o que deverá ser feito independentemente de determinação do juízo deprecante. É o que a doutrina denomina carta precatória itinerante, prevista no art. 355, §1º, do CPP (LIMA, 2019). Citação por carta rogatória Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. Para que a citação possa ser feita por carta rogatória no estrangeiro, é indispensável que o acusado esteja em local sabido; assim, estando em local incerto e não sabido, sua citação será feita por edital (LIMA, 2019). Citação em legações estrangeiras De acordo com o art. 369 do CPP, as citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão realizadas mediante carta rogatória. O que são legações estrangeiras? Legações estrangeiras correspondem a embaixadas e consulados. Neste caso não haverá a suspensão da prescrição, já que tal previsão consta apenas da hipótese de rogatória para o estrangeiro (CPP, art. 368). Citação do militar Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço. Citação de funcionário público Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição. Citação de acusado preso Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. Citação por edital Acitação por edital constitui espécie de citação presumida (ficta), por meio da qual são publicados editais na porta do fórum e em jornal de grande circulação, partindo do pressuposto bastante improvável de que o indivíduo tomará conhecimento da citação. De acordo com o art. 361 do CPP, o prazo de dilação do edital será de 15 dias. Dilação significa intervalo de tempo autorizado para se realizar algo. Com isso, uma vez publicado o edital, deve-se aguardar o decurso de 15 dias para que, então seja considerado praticado o ato citatório, momento a partir do qual começa a correr o prazo para a prática do ato processual. (COSTA; ARAÚJO, 2018). 3 Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. Aplicação do art. 366 do CPP ao acusado citado por edital Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. Limite temporal do prazo de suspensão da prescrição STJ, Súmula nº 415: “O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”. Produção antecipada de provas urgentes STJ, Súmula nº 455: “A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo”. Atenção para a Lei nº 9.613/1998 A lei nº 9.613/98 dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências. De acordo com o art. 2º, § 2º, da Lei nº 9.613/1998, com redação dada pela Lei nº 12.683/2012, no processo por crime de lavagem de capitais, não se aplica o disposto no art. 366 do CPP, devendo o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo. Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: (...) § 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012). Atenção para a Lei nº 9.099/1995 Juizado Especial Criminal Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. Citação por hora certa Antes do advento da Lei nº 11.719/2008, quando o acusado se ocultava para não ser citado, sua citação era feita por edital. Era essa, aliás, a antiga redação do art. 362 do CPP: “Verificando-se que o réu se oculta para não ser citado, a citação far-se-á por edital, com o prazo de 5 (cinco) dias” (LIMA, 2019). A citação por hora certa já existia há muito tempo no processo civil e foi introduzida no processo penal apenas em 2008, por força da Lei nº 11.719/2008, que modificou a redação do art. 362 do CPP. A Lei nº 11.719/2008 deu nova redação ao art. 362 do CPP, inaugurando a possibilidade de citação por hora certa em sede processual penal. Destarte, “verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 − Código de Processo Civil.” ATENÇÃO: A citação por hora certa é uma espécie de citação ficta (presumida), porém, seus efeitos são de uma citação pessoal (real), conforme o parágrafo único do art. 362, que diz que, completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, lhe será nomeado defensor dativo. Ou seja, o legislador optou por não suspender o processo, como fez na hipótese de citação por edital. De acordo com o STF a citação por hora certa no processo penal não viola a Constituição Federal. Ou seja, é constitucional a citação com hora certa no âmbito do processo penal (STF, Plenário, RE nº 635.145/RS, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º.08.2016). INTIMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO Na prática não há qualquer relevância na distinção entre intimação e notificação. Na verdade, pelo que se percebe da própria redação do CPP e da legislação especial, é comum a utilização equivocada de tais expressões. De todo modo, pelo menos sob um ponto de vista doutrinário, é possível estabelecer a seguinte distinção: 4 a) Intimação: é a comunicação feita a alguém no tocante a ato já realizado. A título de exemplo, podemos citar a intimação da degravação de audiência, a intimação de sentença prolatada pelo magistrado etc. b) Notificação: diz respeito à ciência dada a alguém quanto à determinação judicial impondo o cumprimento de certa providência. Exemplos: notificação para que a testemunha compareça em juízo para prestar seu depoimento; notificação do acusado para que compareça à audiência una de instrução e julgamento para fins de reconhecimento pessoal. O art. 370 do Código de Processo Penal estabelece as regras para a ciência de atos ao Ministério Público, ao defensor do réu e ao advogado do querelante e do assistente de acusação. Em linhas gerais, consiste na seguinte normatização: Ministério Público: ciência pessoal (CPP, art. 370, §4º); Defensor nomeado pelo juiz: ciência pessoal (CPP, art. 370, §4º); Defensor constituído pelo réu: ciência mediante publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais na comarca (CPP, art. 370, §1º); Advogado do querelante e do assistente de acusação: ciência mediante publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais na comarca (CPP, art. 370, §1º). SÚMULAS IMPORTANTES STJ, Súmula nº 273: “Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado”. STF, Súmula nº 155: “É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de carta precatória para inquirição de testemunha”. STF, Súmula nº 366: “Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia”. STF, Súmula nº 710: “No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem”. STJ, Súmula nº 415: “O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”. STJ, Súmula nº 455: “A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo”. TÍTULO X – DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES CAPÍTULO I – DAS CITAÇÕES Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado. Art. 352. O mandado de citação indicará: I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV - a residência do réu, se for conhecida; V - o fim para que é feita a citação; VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória.Art. 354. A precatória indicará: I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; II - a sede da jurisdição de um e de outro; III - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações; IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer. Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado. § 1º Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação. § 2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362. Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará. Art. 357. São requisitos da citação por mandado: I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa. 5 Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço. Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição. Se o funcionário público está afastado, de férias ou aposentado, não há necessidade de realizar a comunicação ao seu chefe imediato. Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado. I - (revogado); II - (revogado). § 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. § 2º (VETADO) § 3º (VETADO) § 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código. Art. 364. No caso do artigo anterior, n o I, o prazo será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no caso de n o II, o prazo será de trinta dias. Art. 365. O edital de citação indicará: I - o nome do juiz que a determinar; II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo; III - o fim para que é feita a citação; IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação. Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. § 1º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. Os efeitos da revelia no processo penal são diferentes dos do processo civil. Se o sujeito não apresentar resposta, ocorre a revelia, porém não há confissão ficta. O processo continuará correndo, mas o réu não será mais comunicado dos atos processuais. Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória. Embora as embaixadas estrangeiras no Brasil estejam em território brasileiro, nelas o Brasil não tem jurisdição e, portanto, o oficial de justiça não pode adentrar para cumprir um mandado de execução. Por esse motivo, o Código dispõe que as citações que ocorrerem em legações estrangeiras serão feitas por meio de carta rogatória. CAPÍTULO II – DAS INTIMAÇÕES Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. § 1º A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. § 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo. 6 § 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1 o . § 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal. O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o Ministério Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo irrelevante que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por mandado. STJ. 3ª Seção. REsp 1.349.935-SE, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 (recurso repetitivo) (Info 611). Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for requerida, observado o disposto no art. 357. Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos. VAMOS TREINAR 1. (2014 - VUNESP - TJ-SP) Nos termos do art. 351 do CPP, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que houver ordenado a citação, esta se fará por a) mandado. b) meio eletrônico. c) qualquer meio que atinja a finalidade. d) carta com aviso de recebimento (AR) ou telegrama. e) carta simples. 2. (2015 - CESPE - TJ-DFT) Em relação aos prazos processuais, à comunicação dos respectivos atos e aos sujeitos da relação processual, julgue o item que se segue. As intimações do defensor dativo serão feitas pessoalmente, por mandado, ao passo que as intimações do defensor constituído far-se-ão por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais do respectivo juízo. ( ) Certo ( ) Errado 3. (2015 - CESPE - TJ-DFT) Paulo e Jean foram denunciados pela prática do crime de furto de joias, praticado contra Maria, tia sexagenária de Paulo. A subtração foi facilitada pelo fato de Paulo residir com a vítima. Quando da citação, Paulo não foi encontrado no novo endereço que havia fornecido na fase do inquérito, tendo sido o mandado entregue a outro morador, que se comprometeu a entregá-lo aodestinatário. Jean, que retornou para a França, seu país de origem, havia fornecido seu endereço completo ao delegado. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. Jean será citado por carta rogatória na França, segundo as regras processuais de seu país, ficando suspenso o curso do prazo prescricional até o cumprimento da citação. ( ) Certo ( ) Errado 4. (2015 - CESPE - TJ-DFT - Técnico Judiciário) Em relação aos prazos processuais, à comunicação dos respectivos atos e aos sujeitos da relação processual, julgue o item que se segue. O mandado de citação do réu deverá incluir todas as informações relativas à demanda, como, por exemplo, o nome do juiz, o nome do querelante — nas ações iniciadas por queixa — e a finalidade da citação. Esse rol de informações denomina-se, doutrinariamente, requisitos intrínsecos do mandado de citação. ( ) Certo ( ) Errado 5. (2015 - CESPE - TJ-DFT) Julgue o item subsequente, em relação à prova, ao instituto da interceptação telefônica e à citação por hora certa. Em processo penal, a citação por hora certa do réu que se oculte para não ser citado segue os procedimentos previstos no Código de Processo Civil, de modo que, caso o réu não compareça em juízo nem constitua advogado, ficam suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz, se for o caso, determinar a produção antecipada de provas consideradas urgentes. ( ) Certo ( ) Errado 6. (2015 - FCC - TJ-RR) Com relação à citação, é correto afirmar que a) se o réu não for localizado para ser citado pessoalmente em processo que tramite pela Vara dos Juizados Especiais Criminais, o juiz de direito deverá suspender o processo e o prazo prescricional nos termos do artigo 366 do Código de Processo Penal. 7 b) será feita, a do funcionário público, por intermédio de seu superior hierárquico. c) se o réu estiver preso, sua requisição por ofício dirigido ao diretor do estabelecimento suprirá a citação pessoal. d) se o réu citado por edital não comparecer e nem constituir advogado, o processo e o curso do prazo prescricional ficarão suspensos, salvo nos casos de crimes de lavagem de ativos. e) se o réu não for encontrado para citação pessoal, será citado por edital, com prazo de 30 dias. 7. (2015 - FCC – MP-PB) Sobre as citações e intimações, nos termos estabelecidos pelo Código de Processo Penal, é INCORRETO afirmar: a) Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva. b) O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. c) Verificando-se que o réu se oculta para não ser citado, a citação far-se-á por edital, com o prazo de 5 dias. d) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. e) A intimação do Ministério Público é sempre pessoal.
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