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1 PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO Direito Cambial e Contratos Mercantis GABRIELLI DE OLIVEIRA PRESTES INTRODUÇÃO: Com base nos principais doutrinadores do direito cambiário e contratos mercantis este trabalho buscar esclarecer e identificar as mudanças ocorridas nos títulos de crédito, assim também evidenciando os 3 (três) principais princípios desta relação que são: Cartularidade, Literalidade e Autonomia, visando a metodologia da doutrina e legislação. Nesta continuidade será ressaltada também o ponto de vista do grande Jurista Italiano Cesare Vivante que foi o responsável pela criação destes princípios. Estes princípios são elementos principais para a relação do direito cambiário, conforme dispõe o artigo 887 do código civil “O titulo de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preenche os requisitos da lei”. Código Civil (artigo 887,2002). Já Fabio Uhoa Coelho outro jurista descreve o direito como “um documento (escrito materializado) necessário (indispensável que seja apresentado) para o exercício do direito (de crédito), literal (que só vale no titulo que está escrito= direito cartular) e autônomo (independente das obrigações anteriores) nele mencionado (a declaração nele constante deve especificar os direitos que se incorporam ao documento). UHAOA (2011, p.246-247) Os títulos de crédito representam um crédito, ou seja, uma divida ou uma obrigação existente. Alguns dos tipos de títulos de crédito existente é a nota promissória, letra de câmbio, duplicata, cheque. No mundo atual mesmo levando em consideração as novas evoluções, a cartula ainda possui grande importância para as relações comerciais. 2 1. O QUE É UM TÍTULO DE CRÉDITO? Segundo o Jurista Cesare Vivante: “é um documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo mencionado” Cesare Vivante (1929, tratado di diritto commerciale) 2. QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO? Para Vivante os principais princípios é a Cartularidade, Literalidade e a Autonomia. Mas o que seria este princípio de acordo com este e demais juristas? • CARTULARIDADE: este princípio está elencado no artigo 887 do código civil de 2002: “O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preenche os requisitos da lei”. Ou seja , isso significa que a cartula ridade é o documento que dá o direito ao exercício mencionado no título. Para que tenha a cartularidade é necessário ter posse do título, pois este é um pressuposto essencial. Código civil (artigo 887, 2002) O título conforme determina o artigo 889° do Código Civil deve conter os seguintes requisitos. “Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente. §1° É a vista o titulo de crédito que não contenha indicação do vencimento. § 2° considera-se lugar de emissão e pagamento quando não indicado no título, o domicilio do emitente. §3° o titulo poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo”. Código Civil (artigo 889, 2002) A pessoa que possuí a (cartula/ papel/ documento) pode exigir o crédito que está contido no título. Para o exercício desse titulo deve haver a entrega. • LITERALIDADE: a literalidade se refere a validade pelo que nele contem. Ou seja, é o valor que consta na obrigação. Na pratica isto quer dizer que o valor cobrado será aquele pactuado, ou seja, nem a mais nem a menos conforme diz Eunápio Borges citado por Ricardo 3 Negrão: “para a expressão da existência, conteúdo, extensão e modalidades do direito, é decisivo exclusivamente o teor do título”. (NEGRÃO, 2011, p.41) Um exemplo dessas situações seria a nota promissória e a quitação parcial. • AUTONOMIA: a autonomia de cada relação existente em um título é autônoma, ou seja, não anularia e não haveria relação com os anteriores possuidores. Porém este principio se subdivide em outros 3 (três) subprincípios. 1- Abstração - Só acontece com a circulação do título. Não depende do negócio que da a origem. Evita atos ilícitos a 3° de boa-fé. Conforme dispõe o artigo 888 do código civil: “A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como titulo de crédito, não implica a inviabilidade do negócio jurídico que lhe deu origem”. Código Civil (artigo 888, 2002) 2- Independência – Fabio Ulhoa diz: “A abstração e a inoponibilidade correspondem a modos dif erentes de se reproduzir o preceito da independência entre as obrigações documentadas no mesmo t í tu lo de crédito.” COELHO apud, Fábio Ulhoa. (2008, p. 380). Inclusive a Lei Uniforme de Genebra, artigo 7° prevê isso: “se a letra contém assinatura s de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas falsas, assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obriga r a s pessoas que a assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser válidas”. Lei de Genebra (artigo 7°) 3- inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé – o artigo 17 da Lei Uniforme de Genebra prevê: “as pessoas acionadas em virtude de uma letra de cambio não podem opor exceções pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores ao menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor.” Lei de Genebra (artigo 17). É expressamente proibido o devedor alegar exceção pessoal conforme dispõe o artigo 916 do cc: “As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente 4 poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé”. Código Civil (artigo 916, 2002) Sendo assim os 3 (três) princípios estão elencados no artigo 927 - Documento formal (cartularidade) - Direito literal (literalidade) - Autônomo (autonomia) CONCLUSÃO: Levando em consideração estes aspectos, os princípios do direito cambial e contrato mercantis passou por diversas evoluções e modificações. Diversas teorias a respeito dos princípios existiram, há quem acredita que existem mais princípios além desses, porém a teoria que mais se encaixou foi a do Jurista Cesare Vivante, que inclusive está presente no artigo 887 do nosso Código Civil de 2002, nestes artigo podemos observar a determinação dos 3 (três) principais princípios: Cartularidade, Literalidade e Autonomia. Estes princípios não apenas meramente bases para os títulos de crédito e sim normas jurídicas, elementos essenciais. Vivante vê a importância da cartularidade do título para que haja a comprovação de um crédito ou debito existente, ou seja, é como se fosse uma segurança jurídica (essa cartularidade é representada por um documento, papel). A literalidade serve para determinar o valor, garantir que ninguém passe a perna, e que ninguém seja passado a perna. Seria o justo, o valor que foi acordado. Já a autonomia garante a independência de cada relação. Vale ressaltar além disso, que nos dias de hoje devido a evolução constante temos a possibilidade de que esses títulos de crédito, passem a apresentar a presença de títulos eletrônicos, não sendo mais necessário que o título de crédito seja escrito. Essa evolução influenciou muito nas relações comerciais, facilitando os negócios. Acredita-se que essa evolução tenha uma perspectiva cada vez maior. Os títulos de crédito possuem grande importância nas relações comerciais, visando sua rápida e segura eficácia, lembrando sempre que seus princípios devem se fazer presente em cada relação.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ASCARELLI, Tulio. Teoria Geral dos títulos de crédito, 2 ed. São Paulo: Saraiva 1969 BRASIL, Lei n° 10.406 de janeiro de 2002. Código Civil. BRASIL, Lei Uniforme de Genébra 57.663 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. V. 1 13ªed. SP, Saraiva 2009. DOROW, Renildo. Direito empresarial. Indaial, Uniasselvi, 2013. VIVANTE, Cesare. Trattato di diritto comerciale. 5ª ed. Milao: ed Francesco Vllardi, 1935, V 1,3.
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