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Física II Alexandre Yasuda Miguelote Alexandre Yasuda Miguelote Física II Conteúdo 1 Equilíbrio Estático de Corpos Rígidos 2 Mecânica dos Fluidos 3 Temperatura, Calor e Primeira Lei da Termodinâmica Alexandre Yasuda Miguelote Física II 2 Conteúdo 1 Equilíbrio Estático de Corpos Rígidos 2 Mecânica dos Fluidos 3 Temperatura, Calor e Primeira Lei da Termodinâmica Alexandre Yasuda Miguelote Física II 2 Conteúdo 1 Equilíbrio Estático de Corpos Rígidos 2 Mecânica dos Fluidos 3 Temperatura, Calor e Primeira Lei da Termodinâmica Alexandre Yasuda Miguelote Física II 2 Bibliografia Básica D. Halliday, R. Resnick e J. Walker, Fundamentos de Física, Vol. 2. 10a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2016. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 2. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. P. A. Tipler e G. Mosca, Física para Cientistas e Engenheiros, Vol. 1. 6a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2009. H. D. Young e R. A. Freedman, Física I. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. H. D. Young e R. A. Freedman, Física II. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 3 Bibliografia Básica D. Halliday, R. Resnick e J. Walker, Fundamentos de Física, Vol. 2. 10a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2016. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 2. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. P. A. Tipler e G. Mosca, Física para Cientistas e Engenheiros, Vol. 1. 6a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2009. H. D. Young e R. A. Freedman, Física I. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. H. D. Young e R. A. Freedman, Física II. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 3 Bibliografia Básica D. Halliday, R. Resnick e J. Walker, Fundamentos de Física, Vol. 2. 10a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2016. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 2. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. P. A. Tipler e G. Mosca, Física para Cientistas e Engenheiros, Vol. 1. 6a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2009. H. D. Young e R. A. Freedman, Física I. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. H. D. Young e R. A. Freedman, Física II. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 3 Bibliografia Básica D. Halliday, R. Resnick e J. Walker, Fundamentos de Física, Vol. 2. 10a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2016. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 2. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. P. A. Tipler e G. Mosca, Física para Cientistas e Engenheiros, Vol. 1. 6a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2009. H. D. Young e R. A. Freedman, Física I. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. H. D. Young e R. A. Freedman, Física II. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 3 Bibliografia Básica D. Halliday, R. Resnick e J. Walker, Fundamentos de Física, Vol. 2. 10a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2016. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 2. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. P. A. Tipler e G. Mosca, Física para Cientistas e Engenheiros, Vol. 1. 6a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2009. H. D. Young e R. A. Freedman, Física I. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. H. D. Young e R. A. Freedman, Física II. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 3 Bibliografia Básica D. Halliday, R. Resnick e J. Walker, Fundamentos de Física, Vol. 2. 10a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2016. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. R. A. Serway e J. W. Jewett, Jr., Princípios de Física, Vol. 2. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda., 2004. P. A. Tipler e G. Mosca, Física para Cientistas e Engenheiros, Vol. 1. 6a. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2009. H. D. Young e R. A. Freedman, Física I. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. H. D. Young e R. A. Freedman, Física II. 14a. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 3 1 Equilíbrio Estático de Corpos Rígidos Alexandre Yasuda Miguelote Física II 4 1.1 Corpo Rígido É aquele que não se deforma quando está sob a ação de forças. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 5 1.2 Torque ou Momento de uma Força É a medida da produção de rotação, ou mesmo, a tendência de rotação. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 6 Alexandre Yasuda Miguelote Física II 7 De acordo com a Fig., temos τ = Fr⊥, (1.1) em que r⊥ = OP sen θ = r sen θ (1.2) a qual implica em τ = Fr sen θ, (1.3) que pode ser reescrita como τ = ∣∣∣~r × ~F∣∣∣ , (1.4) a qual, de acordo com a convenção do sentido de rotação, nos dá ~τ = ~r × ~F. (1.5) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 8 Alexandre Yasuda Miguelote Física II 9 1.3 Equilíbrio Uma força externa aplicada em um corpo pode deformá-lo e/ou mudar o seu estado de movimento. Um corpo encontra-se em equilíbrio quando a ação de forças externas aplicadas a este não altera o seu estado de movimento, que pode ser de translação e/ou de rotação. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 10 Condições de Equilíbrio 1 A força externa resultante que atua sobre um corpo deve ser nula:∑ ~F = 0; (1.6) 2 O torque externo resultante em relação a qualquer ponto deve ser nulo:∑ ~τ = 0. (1.7) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 11 Condições de Equilíbrio 1 A força externa resultante que atua sobre um corpo deve ser nula:∑ ~F = 0; (1.6) 2 O torque externo resultante em relação a qualquer ponto deve ser nulo:∑ ~τ = 0. (1.7) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 11 1.4 Centro de Gravidade O centro de gravidade (CG) de um corpo é o ponto sobre o qual o peso efetivamente age. Se a aceleração da gravidade é igual em todos os pon- tos de um corpo, o centro de gravidade coincide com o centro de massa (CM), que é o ponto que se comporta como se toda a massa do sistema estivesse concen- trada nele. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 12 Considere o corpo extenso de massa M mostrado na Fig. (a), na qual a massa do i-ésimo elemento é mi. O peso em mi é mi~g, em que ~g é a aceleração da gravi- dade na posição do elemento i. Usando (1.1), pode- mos escrever o torque τi na forma τi = xiPi. (1.8) O torque resultante sobre todos os elementos do corpo é, portanto τres = ∑ τi = ∑ xiPi. (1.9) Considere agora o que corpo é analisado como um todo. A Fig. (b) mostra o peso ~P atuando no CG. Usando novamente (1.1), podemos escrever o torque na forma τ = xCGP = xCG ∑ Pi. (1.10) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 13 Comparando (1.10) com (1.9), temos xCG ∑ Pi = ∑ xiPi. (1.11) Substituindo Pi por migi, temos xCG ∑ migi = ∑ ximigi. (1.12) Se as acelerações da gravidade são iguais e não-nulas para todos os elementos, podemos cancelar gi na equa- ção anterior e escrever xCG ∑ mi = ∑ ximi, (1.13) a qual nos dá xCG = ∑ ximi∑ mi . (1.14) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 14 Sabendo que M = ∑ mi, temos xCG = 1 M ∑ ximi. (1.15) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 15 1.5 Alguns Exemplos de Equilíbrio Estático Exemplo 1.1 Na Fig., uma escada de comprimento L = 12 m e massa m = 45 kg está encostada em um muro liso (sem atrito). A extremidade superior da es- cada está auma altura h = 9, 3 m acima do piso onde a escada está apoiada (existe atrito entre a es- cada e o piso). O centro de massa da escada está a uma distância L/3 da extremidade inferior. Um bombeiro de massa M = 72 kg sobe na escada até que seu centro de massa esteja a uma distância L/2 da extremidade inferior. Quais são, neste ins- tante, os módulos das forças exercidas pelo muro e pelo piso sobre a escada? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 16 Simulação 1.1 Alexandre Yasuda Miguelote Física II 17 sim34.swf Media File (application/x-shockwave-flash) Exemplo 1.2 A Fig. mostra um cofre, de massa M = 430 kg, pendurado por uma corda presa a uma lança de guindaste de dimensões a = 1, 9 m e b = 2, 5 m. A lança é com- posta por uma viga articulada e um cabo horizontal. A viga, feita de material ho- mogêneo, tem uma massa m = 85 kg; as massas do cabo e da corda são des- prezíveis. (a) Qual é o módulo da força exercida pelo cabo sobre a viga? (b) De- termine o módulo da força exercida pela dobradiça sobre a viga. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 18 Exemplo 1.3 Na Fig., uma viga homogênea, de comprimento L e massa m = 1, 8 kg, está apoiada sobre duas balan- ças. Um bloco homogêneo, de massa M = 2, 7 kg, está apoiado na viga, com o centro a uma distân- cia L/4 da extremidade esquerda da viga. Quais são as leituras das ba- lanças? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 19 Simulação 1.2 Alexandre Yasuda Miguelote Física II 20 sim35.swf Media File (application/x-shockwave-flash) 2 Mecânica dos Fluidos Alexandre Yasuda Miguelote Física II 21 O que é um Fluido? Um fluido é um conjunto de moléculas aleatoriamente dispostas e manti- das juntas por forças coesivas fracas e por forças exercidas pelas paredes de um recipiente. Um fluido é uma substância que pode escoar. Por não resistirem a forças tangenciais às suas superfícies, os fluidos assumem as formas dos recipientes em que estão colocados. Exs.: gases, líquidos. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 22 O que é um Fluido? Um fluido é um conjunto de moléculas aleatoriamente dispostas e manti- das juntas por forças coesivas fracas e por forças exercidas pelas paredes de um recipiente. Um fluido é uma substância que pode escoar. Por não resistirem a forças tangenciais às suas superfícies, os fluidos assumem as formas dos recipientes em que estão colocados. Exs.: gases, líquidos. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 22 O que é um Fluido? Um fluido é um conjunto de moléculas aleatoriamente dispostas e manti- das juntas por forças coesivas fracas e por forças exercidas pelas paredes de um recipiente. Um fluido é uma substância que pode escoar. Por não resistirem a forças tangenciais às suas superfícies, os fluidos assumem as formas dos recipientes em que estão colocados. Exs.: gases, líquidos. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 22 O que é um Fluido? Um fluido é um conjunto de moléculas aleatoriamente dispostas e manti- das juntas por forças coesivas fracas e por forças exercidas pelas paredes de um recipiente. Um fluido é uma substância que pode escoar. Por não resistirem a forças tangenciais às suas superfícies, os fluidos assumem as formas dos recipientes em que estão colocados. Exs.: gases, líquidos. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 22 2.1 Densidade Também chamada de massa específica, é a razão entre a massa e o volume de uma substância. Se uma susbtância possuir massa ∆m e ocupar um volume ∆V , a sua densidade será dada por ρ = ∆m ∆V . (2.1) Teoricamente, a densidade em um ponto qualquer de um fluido é dada por ρ = lim ∆V→0 ∆m ∆V ≡ dm dV . (2.2) Unidade no SI: kg/m3. Para o caso de uma amostra com distribuição uniforme de massa, temos ρ = m V (densidade uniforme), (2.3) em que m é a massa e V , o volume da amostra. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 23 Figura: Objetos com massas e volumes diferentes, mas com a mesma densidade. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 24 Tabela: Densidades de algumas substâncias Material ρ ( kg/m3 ) Material ρ ( kg/m3 ) Ar (1 atm, 20◦ C) 1, 20 Ferro, aço 7, 8× 103 Álcool etílico 0, 81× 103 Latão 8, 6× 103 Benzeno 0, 90× 103 Cobre 8, 9× 103 Gelo 0, 92× 103 Prata 10, 5× 103 Água 1, 00× 103 Chumbo 11, 3× 103 Água do mar 1, 03× 103 Mercúrio 13, 6× 103 Sangue 1, 06× 103 Ouro 19, 3× 103 Glicerina 1, 26× 103 Platina 21, 4× 103 Concreto 2, 00× 103 Estrela anã branca 1010 Alumínio 2, 70× 103 Estrela de nêutrons 1018 Alexandre Yasuda Miguelote Física II 25 2.2 Pressão É a razão entre o módulo da força aplicada perpendicularmente sobre um corpo, ∆F, e a área sobre a qual esta força atua, ∆A, dada por p = ∆F ∆A . (2.4) Teoricamente, a pressão em um ponto qualquer em um fluido é dada por p = lim ∆A→0 ∆F ∆A ≡ dF dA . (2.5) Unidade no SI: Pa (pascal), 1 Pa ≡ 1 N/m2. Outras unidades: atm (atmosfera), torr, lb/in2, 1 atm = 1, 01× 105 Pa = 760 torr = 14, 7 lb/in2, 1 torr = 1 mm Hg. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 26 Se uma força for aplicada uniformemente em superfície plana, teremos p = F A (pressão uniforme em uma superfície plana), (2.6) em que F é o módulo da força e A, a área da superfície. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 27 Tabela: Algumas pressões Pressão (Pa) Pressão (Pa) Centro do Sol 2 × 1016 Pneu de automóvel1 2 × 105 Centro da Terra 4 × 1011 Atmosfera ao nível do mar 1, 0 × 105 Maior pressão constante em laboratório 1, 5 × 1010 Pressão arterial sistólica normal,21 1, 6 × 104 Maior fossa oceânica (fundo) 1, 1 × 108 Melhor vácuo obtido em laboratório 10−12 Salto agulha em uma pista de dança 106 aAcima da pressão atmosférica. bEquivalente a 1200 torr nos medidores de pressão dos médicos. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 28 Exemplo 2.1 Uma sala de estar tem 4, 2 m de comprimento, 3, 5 m de largura e 2, 4 m de altura. (a) Qual é o peso do ar na sala se a pressão do ar é 1, 0 atm? (b) Qual é o módulo da força que a atmosfera exerce sobre o alto da cabeça de uma pessoa, que tem uma área de 0, 040 m2? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 29 Boa pergunta! Por que, caso não haja outra opção, é preferível ser pisado no pé por um jogador de basquete usando tênis do que por uma mulher pequena usando um sapato com salto pontudo? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 30 Boa resposta! Porque a superfície de contato entre a sola do tênis e o seu pé é maior do que a do sapato com salto pontudo, fazendo com que a pressão, neste caso, seja menor. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 31 2.3 Fluidos em Repouso Teorema de Stevin A diferença de pressão entre dois pontos situados no interior de um fluido homogêneo e em equilíbrio é diretamente proporcional à densidade, à aceleração da gravidade e à diferença de nível entre os pontos considerados. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 32 Como a água encontra-se em equilíbrio está- tico, da 2alei de Newton, temos∑ ~F = 0 ∴ { ∑ Fx = 0,∑ Fy = F2 − F1 − mg = 0. (2.7) De (2.7), temos F2 = F1 + mg. (2.8) De acordo com (2.6), temos p1 = F1 A ∴ F1 = p1A, p2 = F2A ∴ F2 = p2A, (2.9) em que A é a área das superfícies superior ou infe- rior da amostra. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 33 Assumindo que a água possui densidade uni- forme, temos m = ρV, (2.10) em que m é a massa e V , o volume da amostra, que, de acordo com a figura, pode ser dado por V = A (y1 − y2) . (2.11) Susbstituindo (2.11) em (2.10), temos m = ρA (y1 − y2) . (2.12) Susbstituindo (2.9) e (2.12) em (2.8), temos p2A = p1A + ρA (y1 − y2) g. (2.13) Como A 6= 0, temos p2 = p1 + ρ (y1 − y2) g. (2.14) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 34 A fim de calcularmos a pressão em uma profundidade h em relação à superfície, devemos fazer{ y1 = 0, p1 = p0 (pressão atmosférica na superfície), y2 = −h, p2 = p (pressão em uma profundidade h). (2.15) Substituindo (2.15) em (2.14), temos p = p0 + ρgh (pressão em uma profundidade h). (2.16) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 35 Exemplo 2.2 Um mergulhador novato, praticando em uma piscina, inspira ar suficiente do tanque para expandir totalmenteos pulmões antes de abandonar o tanque a uma profundidade L e nadar para a superfície. Ele ignora as instruções e não exala o ar durante a subida. Ao chegar à superfície, a diferença entre a pressão externa a que está submetido e a pressão do ar em seus pulmões é de 9, 3 kPa. De que profundidade ele partiu? Que risco possivelmente fatal ele está correndo? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 36 Exemplo 2.3 O tubo em forma de U na figura ao lado contém água e óleo. Os valores das distâncias indicadas na figura são l = 135 mm e d = 12, 3 mm. Qual é a densidade do óleo? (Dado: ρágua = 1, 00 × 103 kg/m3) Figura: Alexandre Yasuda Miguelote Física II 37 2.4 Medindo a Pressão Barômetro de Mercúrio É um instrumento usado para medir a pressão atmosférica. O tubo de vidro é enchido com mercúrio e o espaço acima da coluna de mercúrio contém apenas vapor de mercúrio, cuja pres- são pode ser desprezada. Fazendo{ y1 = 0, p1 = p0 (Nível 1), y2 = h, p2 = 0 (Nível 2), (2.17) em (2.14), temos p0 = ρgh, (2.18) em que ρ é a densidade do mercúrio. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 38 Exemplo 2.4 Qual é a pressão p0 encontrada quando a altura h da coluna de mercúrio em um barômetro, como na figura ao lado, atinge 0, 760 m a 0◦ C? Figura: Alexandre Yasuda Miguelote Física II 39 Exemplo 2.5 A Fig. mostra o Super-Homem tentando be- ber água através de um canudo muito comprido. Com sua grande força ele consegue a máxima sucção possível. As paredes do canudo não se deformam. (a) Qual é a altura máxima até a qual ele pode elevar a água? (b) Ainda com sede, o Homem de Aço repete sua tentativa na Lua, que não possui atmosfera. Qual é a diferença entre os níveis da água dentro e fora do canudo? Figura: Alexandre Yasuda Miguelote Física II 40 Manômetro de Tubo Aberto É um instrumento usado para medir a pressão manométrica pm de um gás. Consiste em um tubo em forma de U, que contém um líquido, com uma das extremidades conectada a um re- cipiente cuja pressão manométrica se deseja medir e a outra aberta para a atmosfera. Fa- zendo{ y1 = 0, p1 = p0 (Nível 1), y2 = −h, p2 = p (Nível 2), (2.19) em (2.14), temos pm = p− p0 = ρgh. (2.20) A pressão manométrica pode ser positiva ou negativa. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 41 No caso de vasos comunicantes, a pressão em pontos situados a uma mesma altura no fluido é sempre a mesma, independentemente da forma do recipiente. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 42 2.5 Princípio de Pascal Princípio de Pascal Uma variação da pressão aplicada a um fluido incompressível con- tido em um recipiente é transmitida integralmente a todas as partes do fluido e às paredes do recipiente. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 43 Macaco Hidráulico Como a variação de pressão ∆p é a mesma, sendo Fe e Ae força e área de entrada, Fs e As força e área de saída, respectivamente, temos ∆p = Fe Ae = Fs As ∴ Fs = Fe As Ae . (2.21) Uma vez que o volume de fluido deslocado, V , se mantém constante, sendo de e ds os desloca- mentos de entrada e de saída, respectivamente, temos V = Aede = Asds ∴ ds = de Ae As . (2.22) A partir dessas equações, se As > Ae, temos Fs > Fe e ds < de. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 44 O trabalho de saída pode ser escrito como W = Fede = ( Fs Ae As )( ds As Ae ) = Fsds, (2.23) mostrando que o trabalho realizado sobre o êmbolo de entrada por ~Fe é igual ao realizado pelo êmbolo de saída ao levantar uma carga. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 45 Exemplo 2.6 Em um elevador de carros utilizado em uma oficina, o ar comprimido exerce uma força em um pequeno pistão de seção tranversal circular que tem um raio de 5, 00 cm. Essa pressão é transmitida por um fluido incompressível a um segundo pistão de raio 15, 0 cm. (a) Que força o ar comprimido deve exercer para levantar um carro que pesa 13300 N? (b) Que pressão de ar produzirá esta força? (c) Considere o elevador como um sistema isolado e demonstre que a transferência de energia na entrada se iguala em magnitude à transferência de energia na saída. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 46 Exemplo 2.7 Qual é a força resultante so- bre uma represa de largura w, a qual retém uma quantidade de água que preenche uma altura H (Fig.)? Figura: Alexandre Yasuda Miguelote Física II 47 2.6 Princípio de Arquimedes Eureka! Arquimedes foi encarregado, pelo rei Hieron, da Si- cília, sul da Itália, de investigar se a coroa, que tinha sido encomendada a um ourives para homenagear uma divindade, que supostamente o protegera em suas conquistas, era realmente feita de ouro puro, uma vez que o rei estava desconfiado de que parte do ouro tinha sido trocada por prata. Reza a lenda que, um dia, durante um banho, Arquimedes obser- vou que, à medida que seu corpo mergulhava na ba- nheira, a água transbordava. Concluiu, então, que poderia resolver o problema da coroa. Entusias- mado, saiu da banheira e foi para a rua, completa- mente nu, gritando: “Eureka! Eureka!” (em grego, “Achei! Achei!”). Alexandre Yasuda Miguelote Física II 48 Princípio de Arquimedes Um corpo, total ou parcialmente imerso em um fluido, fica sujeito a uma força vertical voltada para cima, denominada empuxo, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslo- cado. Corpos de diferentes densidades, mas de mesmo volume, quando imersos em um mesmo fluido, expe- rimentam o mesmo empuxo, o qual é originado pela di- ferença de pressão entre suas partes superior e inferior. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 49 Exemplo 2.8 Na figura abaixo um surfista está na parte dianteira de uma onda, em um ponto no qual uma tangente à onda tem uma inclinação θ = 30, 0◦. A massa total do surfista e da prancha é m = 83, 0 kg, e o volume submerso da prancha é V = 2, 50 × 10−2 m3. O surfista mantém sua posição em relação à onda quando esta se move com velocidade constante em direção à praia. Quais são o módulo e a orientação (em relação ao semi-eixo x positivo da figura) da força de arrasto que a água exerce sobre o surfista? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 50 Exemplo 2.9 Uma balsa de área A, espessura h e massa M = 600 kg flutua em águas tranquilas com 7 cm submersos. Qual é a massa de uma pessoa, que quando sobe na balsa, 8, 4 cm ficam submersos? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 51 Exemplo 2.10 Na figura abaixo, um bloco de massa específica ρ = 800 kg/m3 flutua em um fluido de massa específica ρf = 1200 kg/m3. O bloco tem altura H = 6, 0 m. Qual é a altura h da parte submersa do bloco? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 52 Boa pergunta! Suponha que uma festa esteja ocorrendo no último andar de um edifício alto. Carregando um refrigerante com gelo, você entra no elevador, que começa a acelerar para baixo. O gelo na bebida levanta-se para fora do líquido, afunda mais no líquido ou não é afetado pelo movimento? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 53 Boa resposta! A aceleração de um elevador para baixo equivale a uma diminuição na gra- vidade, de modo que o peso do gelo diminui, que o faria flutuar mais alto no líquido. Entretanto, como o módulo do empuxo é igual ao peso do líquido deslocado pelo gelo e o peso deste líquido também diminui com a diminui- ção da gravidade, o peso do gelo e o empuxo diminuem pelo mesmo fator, fazendo com que o nível do gelo no líquido não seja afetado. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 54 2.7 Fluidos Ideais em Movimento O movimento de fluidos reais é muito complicado e ainda não está per- feitamente compreendido. Por isso, estudaremos apenas o movimento de um fluido ideal, que deve apresentar as seguintes propriedades: Fluido Ideal Fluido incompressível: A densidade do fluido em cada ponto é cons- tante. Fluido não-viscoso: Não apresenta atrito interno. Escoamento laminar: A velocidade do fluido em cada ponto permanece constante. Escoamento irrotacional: Uma partícula em suspensão no fluido não gira em torno de um eixo que passa pelo seu centro de massa. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 55 2.7 Fluidos Ideais em Movimento O movimentode fluidos reais é muito complicado e ainda não está per- feitamente compreendido. Por isso, estudaremos apenas o movimento de um fluido ideal, que deve apresentar as seguintes propriedades: Fluido Ideal Fluido incompressível: A densidade do fluido em cada ponto é cons- tante. Fluido não-viscoso: Não apresenta atrito interno. Escoamento laminar: A velocidade do fluido em cada ponto permanece constante. Escoamento irrotacional: Uma partícula em suspensão no fluido não gira em torno de um eixo que passa pelo seu centro de massa. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 55 2.7 Fluidos Ideais em Movimento O movimento de fluidos reais é muito complicado e ainda não está per- feitamente compreendido. Por isso, estudaremos apenas o movimento de um fluido ideal, que deve apresentar as seguintes propriedades: Fluido Ideal Fluido incompressível: A densidade do fluido em cada ponto é cons- tante. Fluido não-viscoso: Não apresenta atrito interno. Escoamento laminar: A velocidade do fluido em cada ponto permanece constante. Escoamento irrotacional: Uma partícula em suspensão no fluido não gira em torno de um eixo que passa pelo seu centro de massa. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 55 2.7 Fluidos Ideais em Movimento O movimento de fluidos reais é muito complicado e ainda não está per- feitamente compreendido. Por isso, estudaremos apenas o movimento de um fluido ideal, que deve apresentar as seguintes propriedades: Fluido Ideal Fluido incompressível: A densidade do fluido em cada ponto é cons- tante. Fluido não-viscoso: Não apresenta atrito interno. Escoamento laminar: A velocidade do fluido em cada ponto permanece constante. Escoamento irrotacional: Uma partícula em suspensão no fluido não gira em torno de um eixo que passa pelo seu centro de massa. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 55 Figura: Escoamento mudando de laminar para turbulento Figura: Escoamento laminar Alexandre Yasuda Miguelote Física II 56 2.8 Equação da Continuidade Sejam A1 e A2 as áreas das seções retas em duas pertes distintas de um tubo. As velocida- des de escoamento do fluido nas seções retas de áreas A1 e A2 são, respectivamente,~v1 e~v2. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 57 Para um fluido incompressível, o volume que entra, deslocando-se ∆x1, com velocidade v1, em uma região cuja área da seção reta é A1, é o mesmo que sai, deslocando-se ∆x2, com ve- locidade v2, em uma região cuja área da seção reta é A2, para um mesmo intervalo de tempo ∆t, tal que ∆V = A1∆x1 = A2∆x2, (2.24) que ao ser aplicada às duas extremidades do segmento do tubo, se tem ∆V = A1v1∆t = A2v2∆t, (2.25) a qual, para ∆t 6= 0, fica A1v1 = A2v2 (Equação da Continuidade). (2.26) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 58 De (2.26), para uma área maior, devemos ter uma velocidade menor, como mostra o espa- çamento maior entre as linhas de fluxo. A vazão (volume que passa por uma seção reta por unidade de tempo) de um fluido é dada por RV = Av = cte. (vazão). (2.27) Unidade no SI: m3/s. A vazão mássica de um fluido com densidade uniforme ρ é dada por Rm = ρRV = ρAv = cte. (vazão mássica). (2.28) Unidade no SI: kg/s. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 59 Exemplo 2.11 Uma mangueira com 2, 50 cm de diâmetro é usada por um jardineiro para encher um balde de 30, 0 `. O jardineiro observa que leva 1, 00 min para encher o balde. Um bico com uma abertura de área de seção transversal de 0, 500 cm2 é então conectado à mangueira. O bico é conectado de tal forma que a água seja projetada horizontalmente de um ponto 1, 00 m acima do solo. A que distância horizontal pode a água ser projetada? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 60 Exemplo 2.12 A Fig. mostra que o jato de água que sai de uma torneira fica progressiva- mente mais fino durante a queda. As áreas das seções retas indicadas são A0 = 1, 2 cm2 e A = 0, 35 cm2. Os dois níveis estão separados por uma distância vertical h = 45 mm. Qual é a vazão da torneira? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 61 2.9 Equação de Bernoulli Sejam duas seções retas de áreas A1 e A2 em um tubo, que contém um fluido de densidade ρ, com pressões p1 e p2, respectivamente, nessas se- ções. As velocidades de escoamento nas extremi- dades são v1 e v2 e F1 e F2 os módulos das forças de pressão exercidas pelo fluido restante sobre o fluido contido no tubo. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 62 O trabalho total realizado sobre o sistema é dado por W = WF1 + WF2 + Wg, (2.29) em que WF1 é o trabalho realizado por ~F1, WF2 , por ~F2 e Wg, pela força gravitacional. Neste caso, temos W = F1∆x1 − F2∆x2 − mg (y2 − y1) , (2.30) em que m é a massa do fluido deslocado. De acordo com o teorema de trabalho-energia, temos que W = ∆K, (2.31) em que ∆K é a variação da energia cinética do sistema, que, neste caso, é dada por ∆K = 1 2 mv22 − 1 2 mv21. (2.32) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 63 Substituindo (2.30) e (2.32) em (2.31), temos F1∆x1 − F2∆x2 − mg (y2 − y1) = = 1 2 mv22 − 1 2 mv21 ∴ ∴ F1∆x1 + 1 2 mv21 + mgy1 = = F2∆x2 + 1 2 mv22 + mgy2. (2.33) Como F1 = p1A1, F2 = p2A2 e m = ρV , temos p1A1∆x1 + 1 2 ρVv21 + ρVgy1 = = p2A2∆x2 + 1 2 ρVv22 + ρVgy2. (2.34) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 64 Sabendo que o volume do fluido deslocado é dado por V = A1∆x1 = A2∆x2, (2.35) temos p1V + 1 2 ρVv21 + ρVgy1 = = p2V + 1 2 ρVv22 + ρVgy2. (2.36) Como V 6= 0, podemos escrever p1 + 1 2 ρv21 + ρgy1 = p2 + 1 2 ρv22 + ρgy2, (2.37) que é a equação de Bernoulli aplicada a um fluido ideal. A mesma é frequentemente expressa como p + 1 2 v2 + ρgy = cte. (2.38) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 65 Exemplo 2.13 Um cano horizontal de calibre variável (como o da Fig.), cuja seção reta muda de A1 = 1, 20 × 10−3 m2 para A2 = A12 , conduz um fluxo laminar de etanol, de massa específica ρ = 791 kg/m3. A diferença de pressão entre as partes larga e estreita do cano é 4120 Pa. Qual é a vazão RV de etanol? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 66 Exemplo 2.14 Joãozinho atirou um pedra na caixa d’água sem tampa da vizinha, fazendo um furo a uma distância h abaixo da su- perfície da água (Fig.). Qual foi a velocidade da água ao passar pelo furo? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 67 Exemplo 2.15 A Fig. mostra um medidor Venturi, usado para medir a velocidade de esco- amento de um fluido em um tubo, cuja parte mais estreita, a qual é ligada à mais larga por um manômetro, denomina-se garganta. Qual é a velocidade V em termos das áreas das seções retas A e a e da diferença de altura h entre os níveis do fluido nos dois lados do manômetro? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 68 3 Temperatura, Calor e Primeira Lei da Termodinâmica Alexandre Yasuda Miguelote Física II 69 3.1 Temperatura É uma grandeza primitiva, que podemos con- cluir como sendo grandeza associada ao grau de agitação térmica das partículas de um corpo, relação com as sensações táteis de quente e frio. Unidade no SI: K (kelvin) Unidade usual: ◦C Alexandre Yasuda Miguelote Física II 70 3.2 Lei Zero da Termodinâmica Se dois corpos A e B estão separadamente em equilí- brio térmico com um terceiro corpo T , A e B estão em equilíbrio térmico entre si. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 71 3.3 Medindo a Temperatura T3 = 273, 16 K (temperatura do pontro triplo da água) (3.1) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 72 Termômetro de Gás a Volume Constante A temperatura de qualquer corpo em contato térmico com uma célula de ponto triplo é T3 = Cp3, (3.2) em que p3 é a pressão exercida pelo gás e C, uma constante. Sendo p0 a pressão atmosfé- rica, para qualquer pressão p, temos p = p0 + ρgh. (3.3) Portanto, T = T3 ( p p3 ) . (3.4) Finalmente, para uma amostra pequena de gás, T = (273, 16 K) lim gás→0 p p3 . (3.5) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 73 3.4 Escalas Celsius e Fahrenheit Relação entre as escalas Kelvin e Celsius: TC = T − 273, 15 ◦. (3.6) Relação entre as escalas Celsius e Fahrenheit: TF = 9 5 TC + 32 ◦. (3.7) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 74 Exemplo 3.1Suponha que você encontre anotações antigas, que descrevem uma escala de temperatura chamada Z, na qual o ponto de ebulição da água é 65 ◦Z e o ponto de congelamento é −14 ◦Z. A que temperatura na escala Fahrenheit corresponde uma temperatura T = −98 ◦Z? Suponha que a escala Z seja linear, isto é, que o tamanho de um grau Z é o mesmo em toda a escala Z. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 75 Exemplo 3.2 Você coloca um pedaço de gelo na boca. O gelo, à temperatura T1 = 32, 0 ◦F, acaba sendo todo convertido em água à temperatura do corpo T2 = 98, 6 ◦F. Expresse essas temperaturas em ◦C e K e calcule ∆T = T2 − T1 nas duas escalas. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 76 3.5 Expansão Térmica Em geral, quando a temperatura de um objeto aumenta, este se expande. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 77 Expansão Linear Se a temperatura de uma barra metálica de comprimento L0 aumenta de um valor ∆T , seu comprimento aumenta de um valor ∆L = αL0∆T, (3.8) em que α é o coeficiente de expansão linear. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 78 Exemplo 3.3 Um agrimensor usa uma fita de aço de 50000 m de comprimento a uma tem- peratura de 20 ◦C. Qual é o comprimento da fita em um dia de verão quando a temperatura é igual a 35 ◦C? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 79 Expansão Volumétrica Se todas as dimensões de um sólido aumen- tam com a temperatura, o volume do sólido também aumenta. No caso de líquidos, a ex- pansão volumétrica é a única que faz sentido. Se a temperatura de um sólido ou de um lí- quido cujo volume é V0 aumenta de um valor ∆T , o aumento de volume correspondente é ∆V = γV0∆T, (3.9) em que γ é o coeficiente de expansão volumé- trica do sólido ou do líquido. Os coeficientes de expansão volumétrica e linear de um sólido estão relacionados por γ = 3α. (3.10) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 80 Exemplo 3.4 Um frasco de vidro com volume igual a 200 cm3 a 20 ◦C está cheio de mer- cúrio até a borda. Qual é a quantidade de mercúrio que transborda quando a temperatura do sistema se eleva até 100 ◦C? O coeficiente de expansão vo- lumétrica do mercúrio é 18 × 10−5 K−1 e o linear do vidro, 0, 40 × 10−5 K−1. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 81 Exemplo 3.5 Em um dia quente em Las Vegas, um caminhão tanque foi carregado com 37000 L de óleo diesel. Ele encontrou tempo frio ao chegar a Payson, Utah, onde a temperatura estava 23, 0 K abaixo daquela em Las Vegas, e onde en- tregou a carga. Quantos litros foram descarregados? O coeficiente de ex- pansão volumétrica do óleo diesel é 9, 50 × 10−4 ◦C−1 e o linear do aço é 11× 10−6 ◦C−1. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 82 Comportamento Anômalo da Água A água não se comporta como os outros líquidos. Acima de 4 ◦C, a água se expande quando a tempe- ratura aumenta, como era de se esperar. Porém, en- tre 0 e 4 ◦C, a água se contrai quando a tempera- tura aumenta. Assim, por volta de 4 ◦C, a densidade da água passa por um má- ximo. Esta é a razão pela qual os lagos se congelam de cima para baixo. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 83 3.6 Temperatura e Calor Calor é a energia em trânsito de um corpo para outro quando há uma diferença de temperatura entre eles. Relação entre unidades: 1 cal = 3, 968× 10−3 Btu = 4, 1868 J. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 84 3.7 Absorção de Calor por Sólidos e Líquidos Capacidade Térmica Se uma quantidade de calor Q é absorvida por um ob- jeto, a variação de temperatura Tf − Ti, em que Tf e Ti são as temperaturas final e inicial, respectivamente, está relacionada a Q através da equação Q = C∆T = C (Tf − Ti) , (3.11) em que C é a capacidade térmica do objeto. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 85 Calor Específico O calor específico é a capacidade térmica por unidade de massa. Neste caso, a equação anterior torna-se Q = mc∆T = mc (Tf − Ti) , (3.12) em que c é calor específico do material de que é feito o objeto. Calor Específico Molar O calor específico molar de um material é a capaci- dade térmica por mol. 1 mol = 6, 02× 1023 unidades elementares (3.13) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 86 Calor de Transformação É a quantidade de energia por unidade de massa que deve ser transferida em forma de calor para que uma amostra mude totalmente de fase. Assim, Q = mL, (3.14) em que m é a massa da amostra e L, o calor de transformação. Quando a mudança ocorre da fase líquida para a gasosa (absorção de calor) ou vice-versa (liberação de calor), temos o calor de vaporização, dado por LV . Para a água à temperatura normal de vaporização ou condensação, LV = 539 cal/g = 40, 7 kJ/mol = 2256 kJ/kg. (3.15) Quando a mudança ocorre da fase sólida para a líquida (absorção de calor) ou vice-versa (liberação de calor), temos o calor de fusão, dado por LF. Para a água à temperatura normal de solidificação ou fusão, LF = 79, 5 cal/g = 6, 01 kJ/mol = 333 kJ/kg. (3.16) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 87 Alexandre Yasuda Miguelote Física II 88 Exemplo 3.6 (a) Que quantidade de calor deve absorver uma amostra de gelo de massa m = 720 g a −10 ◦C para passar ao estado líquido a 15 ◦C? (b) Se fornecermos ao gelo uma energia total de apenas 210 kJ (na forma de calor), quais são o estado final e a temperatura da amostra? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 89 Exemplo 3.7 Um lingote de cobre de massa mc = 75 g é aquecido em um forno de labo- ratório até a temperatura T = 312 ◦C. Em seguida, o lingote é colocado em um béquer de vidro contendo uma massa ma = 220 g de água. A capacidade térmica Cb do béquer é 45 cal/K. A temperatura inicial da água e do béquer é Ti = 12 ◦C. Supondo que o lingote, o béquer e a água são um sistema isolado e que a água não é vaporizada, determine a temperatura final Tf do sistema quando o equilíbrio térmico é atingido. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 90 3.8 Calor e Trabalho Um gás está confinado em um cilindro com um êmbolo móvel. O gás pode absorver ou ceder calor ao ser variada a temperatura do reservatório tér- mico na parte de baixo do cilindro. A pressão do gás é determinada pela quantidade de massa co- locada no topo pistão de área A. O trabalho W é realizado pelo ou sobre o gás ao ser removida ou adicionada massa no topo do êmbolo. Por exem- plo, se algumas esferas de chumbo forem removi- das, o gás empurrará o êmbolo para cima com uma força ~F, fazendo com que este se desloque d~s tam- bém para cima, de forma que o trabalho realizado pelo gás durante este deslocamento seja dado por dW = ~F ·d~s = (pA) ds = p (Ads) = pdV, (3.17) em que p é a pressão dV é a variação do volume do gás. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 91 Quando o número de esferas é suficiente para que o volume varie de Vi (estado inicial i) para Vf (es- tado inicial f ), o trabalho realizado pelo gás du- rante este processo termodinâmico é dado por W = ∫ dW = Vf∫ Vi pdV. (3.18) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 92 Há muitas formas de levar o gás do estado i para o f : Alexandre Yasuda Miguelote Física II 93 3.9 Primeira Lei da Termodinâmica A energia interna U de um sistema tende a aumentar, se acrescermos energia na forma de calor, e a diminuir, se removermos energia na forma de trabalho realizado pelo sistema. A primeira lei pode ser escrita como ∆U = Uf − Ui = Q−W (primeira lei), (3.19) em que U é a energia interna, Uf e Ui são, respectivamente, as energias in- ternas final e inicial, Q é a quantidade de calor e W, o trabalho realizado pelo sistema. Se o sistema sofre apenas uma variação infinitesimal, podemos reescrever a primeira lei na forma dU = dQ− dW (primeira lei). (3.20) A grandeza Q−W é a mesma para todos os processos. Esta depende somente dos estados inicial e final do sistema e não depende de maneira alguma da forma como o sistema passou de um estado para o outro. Alexandre Yasuda Miguelote Física II 94 3.10 Alguns Casos Especiais da Primeira Lei da Termodinâmica 1 Processo adiabático: É aquele que ocorre tão depressa ou em um sistema tão bem isolado que não há trocas de calor entre o sistemae o ambi- ente. Fazendo Q = 0 na primeira lei, obtemos ∆U = −W (processo adiabático). (3.21) 2 Processo a volume constante: Se o volume de um sistema (como um gás) é mantido constante, o sistema não pode realizar trabalho. Fazendo W = 0 na primeira lei, obtemos ∆U = Q (processo a volume constante). (3.22) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 95 3.10 Alguns Casos Especiais da Primeira Lei da Termodinâmica 1 Processo adiabático: É aquele que ocorre tão depressa ou em um sistema tão bem isolado que não há trocas de calor entre o sistema e o ambi- ente. Fazendo Q = 0 na primeira lei, obtemos ∆U = −W (processo adiabático). (3.21) 2 Processo a volume constante: Se o volume de um sistema (como um gás) é mantido constante, o sistema não pode realizar trabalho. Fazendo W = 0 na primeira lei, obtemos ∆U = Q (processo a volume constante). (3.22) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 95 3 Processo cíclico: Existem processos nos quais, após certas trocas de calor e de trabalho, o sis- tema volta ao estado inicial. Nesse caso, ne- nhuma propriedade do sistema, incluindo a ener- gia interna, pode variar. Fazendo ∆U = 0 na primeira lei, obtemos Q = W (processo cíclico). (3.23) 4 Expansão livre: São processos adiabáticos nos quais nenhum trabalho é realizado. Assim, Q = W = 0 e, de acordo com a primeira lei, ∆U = 0 (expansão livre). (3.24) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 96 3 Processo cíclico: Existem processos nos quais, após certas trocas de calor e de trabalho, o sis- tema volta ao estado inicial. Nesse caso, ne- nhuma propriedade do sistema, incluindo a ener- gia interna, pode variar. Fazendo ∆U = 0 na primeira lei, obtemos Q = W (processo cíclico). (3.23) 4 Expansão livre: São processos adiabáticos nos quais nenhum trabalho é realizado. Assim, Q = W = 0 e, de acordo com a primeira lei, ∆U = 0 (expansão livre). (3.24) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 96 Exemplo 3.8 Suponha que 1, 00 kg de água a 100 ◦C à pressão atmosférica padrão (1, 00 atm = 1, 01 × 105 Pa) no arranjo da Fig.. O vo- lume da água varia de um valor inicial 1, 00× 10−3 m3 do líquido para 1, 671 m3 do vapor. (a) Qual é o trabalho realizado pelo sistema durante esse processo? (b) Qual é a energia transferida em forma de calor durante o processo? (c) Qual é a vari- ação da energia interna do sistema durante o processo? Alexandre Yasuda Miguelote Física II 97 3.11 Mecanismos de Transferência de Calor Condução A taxa com a qual a energia Q é transferida na forma de calor através de uma placa de área A e espessura L, cujas faces são mantidas nas temperaturas TQ e TF é dada por Pcond = Q t = kA TQ − TF L , (3.25) em que t é o tempo e k, a condutividade tér- mica do material. A resistência térmica de uma placa de espes- sura L é definida através da equação R = L k . (3.26) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 98 Alexandre Yasuda Miguelote Física II 99 Convecção É uma transferência de energia associada ao movimento em um fluido produ- zido por diferenças de temperatura. fluido frio→ mais denso ↑ ↓ Energia ↑ | fluido quente→ expande (na maioria dos casos)→ menos denso Alexandre Yasuda Miguelote Física II 100 Radiação É uma transferência de energia através de on- das eletromagnéticas. A taxa com a qual um corpo emite energia por radiação térmica é dada por Prad = σεAT4, (3.27) em que σ = 5, 6704 × 10−8 W/m2 é a cons- tante de Stefan-Boltzmann, ε, a emissividade da superfície do corpo, A a área da superfície e T , a temperatura do corpo (em kelvins). Alexandre Yasuda Miguelote Física II 101 A taxa com a qual um corpo absorve energia da radiação térmica do ambiente, quando este se encontra a uma temperatura uniforme Tamb (em kelvins), é dada por Pabs = σεAT4amb. (3.28) A taxa líquida de troca de energia com o ambiente por radiação térmica é dada por Plíq = Pabs − Prad = σεA ( T4amb − T4 ) . (3.29) Alexandre Yasuda Miguelote Física II 102 Exemplo 3.9 A Fig. mostra a seção reta de uma parede feita com uma camada in- terna de madeira, de espessura La, uma camada externa de tijolos, de espessura Ld (= 2, 0La) e duas camadas intermediárias de espes- sura e composição desconhecidas. A condutividade térmica da ma- deira é ka e a dos tijolos é kd (= 5, 0ka). A condução térmica através da parede atingiu o regime estacionário; as únicas temperatu- ras conhecidas são T1 = 25 ◦C, T2 = 20 ◦C e T5 = −10 ◦C. Qual é a temperatura T4? Figura: Alexandre Yasuda Miguelote Física II 103 Equilíbrio Estático de Corpos Rígidos Corpo Rígido Torque ou Momento de uma Força Equilíbrio Centro de Gravidade Alguns Exemplos de Equilíbrio Estático Mecânica dos Fluidos Densidade Pressão Fluidos em Repouso Medindo a Pressão Princípio de Pascal Princípio de Arquimedes Fluidos Ideais em Movimento Equação da Continuidade Equação de Bernoulli Temperatura, Calor e Primeira Lei da Termodinâmica Temperatura Lei Zero da Termodinâmica Medindo a Temperatura Escalas Celsius e Fahrenheit Expansão Térmica Temperatura e Calor Absorção de Calor por Sólidos e Líquidos Calor e Trabalho Primeira Lei da Termodinâmica Alguns Casos Especiais da Primeira Lei da Termodinâmica Mecanismos de Transferência de Calor
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