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Abordagem osteopática ao sistema endócrino

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Abordagem osteopática ao sistema 
endócrino 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 2 
Índice 
1 – GENERALIDADES ............................................................................................................................... 4 
2 - SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E COORDENAÇÃO CORPORAIS .............................................. 4 
2.1 Sistema endócrino .............................................................................................................................. 5 
2.1.1 A regulação do eixo Hipotálamo-hipofisário-adrenal (HHA) ..................................................... 7 
3 HIPOTÁLAMO ......................................................................................................................................... 8 
4 HIPÓFISE (Pituitária) ............................................................................................................................. 10 
4.1- Técnica de liberação das membranas cranianas .............................................................................. 11 
4.2 - Técnica de estímulo hipotálamo-hipofisário .................................................................................. 12 
4.3 - Técnica de estímulo hipotálamo-hipofisário (fluídica) .................................................................. 13 
5 – GLÂNDULA PINEAL (Epífise) .......................................................................................................... 14 
5.1 - Técnica de normalização da pineal ................................................................................................ 15 
5.2 – Técnica de normalização da fossa posterior .................................................................................. 16 
6 – TIREÓIDE E PARATIREÓIDE .......................................................................................................... 17 
6.1 - Avaliação e normalização viscero-fascial da tireóide .................................................................... 21 
6.2 - Avaliação e normalização funcional da tireóide ............................................................................ 22 
6.3 – Técnica para motilidade da tireoide .............................................................................................. 23 
6.4 Técnica de liberação do ligamento tireopericárdico ......................................................................... 24 
6.5 Técnica integrada de liberação frontal-tireoide ................................................................................ 25 
7 - TIMO .................................................................................................................................................... 26 
7.1 Técnica de recoill do esterno ........................................................................................................... 27 
7.2 Técnica de equilíbrio esterno torácico ............................................................................................. 27 
7.3 Técnica de percussão esternal .......................................................................................................... 28 
8 - BAÇO ................................................................................................................................................... 29 
8.1 Técnica de normalização do baço .................................................................................................... 30 
8.2 Técnica de estímulo do baço ............................................................................................................ 31 
9 PÂNCREAS ............................................................................................................................................ 31 
9.1 Técnica de liberação do pâncreas em relação ao duodeno e às vias biliares .................................... 33 
9.2 Técnica de liberação do pâncreas em relação ao baço ..................................................................... 34 
10 – SUPRARRENAIS .............................................................................................................................. 35 
10.1 Técnica para os pilares do diafragma ............................................................................................. 37 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 3 
10.2 Técnica de normalização das suprarrenais ..................................................................................... 38 
10.3 Técnica de estímulo das suprarrenais ............................................................................................. 38 
11 - GÔNADAS ......................................................................................................................................... 39 
11.1 Testículo e epidídimo ..................................................................................................................... 39 
11.1.1 Técnica de normalização do canal inguinal ............................................................................ 41 
11.2 - Ovários ......................................................................................................................................... 43 
11.2.1 Técnica de liberação da tuba uterina e do ovário .................................................................... 47 
12 - FÍGADO ............................................................................................................................................. 47 
Relações do fígado ................................................................................................................................. 54 
12.1 Técnica de liberação do fígado via costelas ................................................................................... 55 
12.2 Técnica funcional para o fígado ..................................................................................................... 56 
13 – Técnicas para o SNA .......................................................................................................................... 57 
13.1 Técnica de balanceamento alternado dos temporais ...................................................................... 57 
13.2 Técnica de estimulação dos gânglios cervicais superior e médio................................................... 58 
13.3 Técnica de estimulação do gânglio cervical inferior ...................................................................... 58 
13.4 Técnica de inibição do gânglio cervical médio e inferior .............................................................. 59 
13.5 Técnica de estimulação dos gânglios torácicos médios e inferiores e lombares superiores ........... 60 
13.6 Técnica de inibição dos gânglios torácicos médios e inferiores e lombares superiores ................. 61 
13.7 Técnica de estímulação parassimpático ao nível do sacro ............................................................. 61 
13.8 Técnica de inibição parassimpática ao nível do sacro .................................................................... 62 
14 - Avaliação glandular e do sistema nervoso pelos testes de Cinesiologia Aplicada (Camirand, 2011) . 63 
15 - Efeitos do estresse sobre as glândulas ................................................................................................. 65 
16 – REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS .................................................................................................. 68 
 
 
 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 4 
1 – GENERALIDADES 
Para o tratamento das glândulas endócrinas é de extrema importância manter o 
raciocínio clínico osteopático (com o olhar global e integrativo), pois diversas estruturas 
podem interferir no funcionamento visceral e glandular. 
Estruturas ósseas, ligamentares, musculares, de tecidos conectivos (como os 
omentos,por exemplo), fluídicas, neurológicas (SNA) podem apresentar disfunção 
somática e repercutir sobre a víscera. 
Além disso, a própria víscera pode estar disfuncional nas suas diversas 
possibilidades de movimento (peristaltismo, mobilidade, motricidade e 
motilidade/MRP/IRC). 
Pelo exposto, se faz necessária avaliação minuciosa do paciente para que sejam 
diagnosticadas as principais disfunções somáticas, que vão direcionar o tratamento, 
facilitando a escolha da técnica mais adequada. 
 
2 - SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E COORDENAÇÃO 
CORPORAIS 
O sistema nervoso, o sistema fascial e o sistema hormonal (com as glândulas 
endócrinas) são os três principais sistemas de comunicação e coordenação do corpo 
humano. Eles regulam quase todos os sistemas orgânicos. Embora trabalhem integrados, 
apresentam algumas diferenças. 
O sistema nervoso (somático e autônomo) se comunica através de sinais 
elétricos (impulsos nervosos), que transmitem a informação rapidamente e, 
normalmente, geram efeitos de curta duração. 
O sistema fascial se comunica mecanicamente (através das células), com 
transmissão de informação muito rápida, com efeitos quase imediatos. 
O sistema endócrino, por sua vez, se comunica por sinais químicos (através dos 
hormônios), que respondem mais lentamente e, normalmente, geram efeitos mais 
prolongados. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 5 
2.1 Sistema endócrino 
O corpo humano apresenta 2 tipos de glândulas: as glândulas exócrinas e as 
glândulas endócrinas. 
As glândulas exócrinas produzem secreções que são eliminadas em dutos em 
superfícies internas ou externas do corpo humano, ou seja, não são eliminadas na 
corrente sanguínea. São elas: glândulas lacrimais, glândulas sudoríparas, glândulas 
sebáceas, glândulas salivares, glândulas mamárias, pâncreas e o fígado (o pâncreas e o 
fígado também têm papel endócrino). A função exócrina do pâncreas é liberar enzimas 
digestivas (lipase e amilase) no duodeno e uma função exócrina do fígado é liberar a 
bile no duodeno. 
O sistema endócrino é formado por glândulas endócrinas, que produzem 
hormônios. É considerado um sistema, pois suas estruturas interagem funcionalmente. 
As glândulas endócrinas são glândulas sem ductos, isto é, elas secretam hormônios 
diretamente no interior dos capilares sanguíneos. 
O sistema endócrino produz seus efeitos por meio da secreção de hormônios, 
que são mensageiros químicos com a função de influenciar e controlar as atividades de 
outros tecidos ou órgãos. A maioria dos hormônios é transportada pelo sangue a outras 
partes do corpo, exercendo efeitos em tecidos mais distantes. 
As principais glândulas endócrinas são: a hipófise, a pineal, a tireoide, as 
paratireoides, as supra-renais, o pâncreas, as gônadas (ovários e testículos) e o timo. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 6 
 
Representação esquemática do controle hormonal da hipófise e a influência do 
hipotálamo sobre a hipófise. 
Além destas glândulas, o intestino também produz hormônios, como a 
colecistoquinina (CCK), que estimula a contração da vesícula biliar, a saciedade e a 
produção de suco pancreático e insulina; o GLP-1, que diminui a secreção de glucagon 
pelo pâncreas, gerando aumento da captação e armazenamento de glicose, diminuição 
da produção de glicose pelo fígado e aumento da quantidade de insulina na circulação, 
além de inibir o apetite; o GIP, que estimula a produção de insulina glicose dependente; 
oxintomodulina, que inibe a secreção ácida gástrica e reduz a ingesta alimentar; 
peptídeo YY (PPY), que gera diminuição da fome; o polipeptídeo pancreático (PP), que 
inibe o esvaziamento gástrico, a contração da vesícula biliar e a produção exócrina do 
pâncreas e a grelina, que estimula a contração do músculo liso intestinal, a produção de 
ácido no estômago e participam da sensação de fome. 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 7 
2.1.1 A regulação do eixo Hipotálamo-hipofisário-adrenal (HHA) 
A atividade do eixo HHA é iniciada pela secreção do hormônio liberador de 
corticotropina (HLC) e da vasopressina (AVP) pelo hipotálamo, os quais, por sua vez, 
ativam a secreção do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) pela hipófise, que 
finalmente estimula a secreção dos glicocorticóides pelo córtex adrenal (Nemeroff, 
1996). Os glicocorticóides interagem com seus receptores nos tecidos-alvo, incluindo o 
eixo HHA, onde são responsáveis pela inibição negativa por feedback da secreção do 
ACTH pela hipófise e do HLC a partir do hipotálamo. Embora os glicocorticóides 
regulem a função de quase todos os tecidos do corpo, o efeito fisiológico mais 
conhecido desses hormônios é a regulação do metabolismo energético. Os efeitos 
antiinflamatórios e imunossupressores dos glicocorticóides são evidentes em doses 
farmacológicas, ao passo que, fisiologicamente, esses hormônios possuem um 
importante papel regulatório no sistema imunológico (Pariante, 2001). 
Alguns fatores regulam a atividade do eixo HHA, como a inervação direta 
catecolaminérgica, serotonérgica e dopaminérgica nos neurônios produtores de HLC no 
hipotálamo e esses e outros neurotransmissores parecem influenciar a liberação de HLC. 
A serotonina, por exemplo, estimula o HLC, a norepinefrina possui um efeito mais 
variável, sendo estimulatória em doses baixas e inibitória em doses altas. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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Representação esquemática do eixo HHA (HPA) 
 
3 HIPOTÁLAMO 
Ocupa uma área pequena do diencéfalo, situada abaixo do tálamo, com funções 
relacionadas à atividade visceral. Apresenta algumas formações anatômicas visíveis na 
face inferior do cérebro: o quiasma óptico, o túber cinéreo, o infundíbulo e os corpos 
mamilares. 
O quiasma optico localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular, recebe 
fibras mielínicas do nervo óptico, que se cruzam em parte a este nível e continuam nos 
tratos óptico que se dirigem aos corpos geniculados laterais. Os corpos mamilares são 
duas eminências arredondadas de substância cinzenta evidentes na parte anterior da 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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fossa interpeduncular. O túber cinéreo é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, 
situada atrás do quiasma e do trato óptico, entre os corpos mamilares; nele prende-se a 
hipófise por meio do infundíbulo, que é uma formação nervosa em forma de um funil 
que contém pequenos prolongamentos da cavidade ventricular, o recesso do 
infundíbulo. 
O Hipotálamo é constituído de substância cinzenta agrupada em núcleos. 
Impulsos de neurônios cujos dendritos e corpos celulares situam-se no hipotálamo são 
conduzidos por seus axônios até neurônios localizados na medula espinhal, e em 
seguida muitos desses impulsos são então transferidos para músculos e glândulas por 
todo o corpo. 
É o integrador entre os sistemas nervoso e endócrino. 
As funções do hipotálamo são: controle do sistema nervoso autônomo, regulação 
da temperatura corporal, regulação do comportamento emocional, regulação do sono e 
da vigília, regulação da ingestão de alimentos, regulação da ingestão de água, regulação 
da diurese, regulação do sistema endócrino e geração e regulação de ritmos circadianos. 
As vias são bidirecionais, portanto todas estas funções interferem no hipotálamo 
também. 
 
Localização do hipotálamo 
Interfere na hipófise por meio de sua relação vascular com a adeno-hipófise. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 10 
4 HIPÓFISE (Pituitária) 
Pequena glândula ovoide (com tamanho de uma ervilha), com coloração cinza-
avermelhado, localizada abaixo do hipotálamo (fixada a ele por uma curta haste 
denominada infundíbulo), posteriormente ao quiasma óptico, na sela turcado osso 
esfenoide. É coberta superiormente pela dura mater (o diafragma da sela). Está dividida 
em duas partes: uma anterior, a adeno-hipófise, e outra posterior, a neuro-hipófise. A 
hipófise secreta oito hormônios e afeta quase todas as funções do corpo. 
A adeno-hipófise é composta de tecido epitelial glandular e células epiteliais de 
tamanho e forma variados, que sintetizam e liberam pelo menos oito hormônios 
importantes: a somatotropina (STH), envolvida no controle do crescimento do corpo; a 
mamotropina (LTH), que estimula o crescimento e a secreção da mama feminina; a 
adrenocorticotropina (ACTH), que controla a secreção de alguns hormônios corticais da 
glândula supra-renal; a tirotropina (TSH), que estimula a atividade da glândula tireóide; 
o hormônio estimulador do folículo (FSH), que estimula o crescimento e a secreção de 
estrógenos nos folículos ováricos e a espermatogênese nos testículos; o hormônio das 
células intersticiais (ICSH), que ativa a secreção de andrógenos através do testículo; o 
hormônio Luteinizante (LH), que induz a secreção de progesterona pelo corpo lúteo e o 
hormônio estimulador de melanócitos (MSH), que aumenta a pigmentação cutânea. 
A neuro-hipófise é uma evaginação descendente do assoalho do diencéfalo 
(região central do cérebro, coberto pelos hemisférios cerebrais). É composta por tecido 
nervoso e, portanto, é chamada de neuro-hipófise. Sintetiza dois hormônios: a 
vasopressina (ADH), antidiurético, que controla a absorção de água através dos túbulos 
renais e a ocitocina, que promove a contração do músculo não estriado do útero e da 
mama. 
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COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 11 
 
Hipófise 
Os dois hormônios da neuro-hipófise são produzidos no hipotálamo e 
transportados no interior do infundíbulo (haste hipofisária) e armazenados na glândula 
até serem utilizados. Os impulsos nervosos para o hipotálamo estimulam a liberação dos 
hormônios da neuro-hipófise. 
 
4.1- Técnica de liberação das membranas cranianas 
Tem como objetivo liberar as tensões cranianas e diminuir sua influência sobre a 
SEB e a hipófise. 
Paciente em decúbito dorsal, osteopata na cabeceira da maca, com uma mão faz 
contato no occipital e C1 e a outra faz contato com os pilares externos do frontal. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 12 
 
Técnica de liberação das membranas cranianas 
A técnica consiste em tracionar o frontal na direção do teto e o occipital na 
direção da maca, gerando uma tração sobre as membranas cranianas. Os dedos em 
contato com C1 geram uma tração inferior e ligeiramente anterior. Com estes 
parâmetros colocados, busca-se o still point das membranas cranianas. 
 
4.2 - Técnica de estímulo hipotálamo-hipofisário 
Tem como objetivo gerar uma tração no tronco pituitário e estimular a 
circulação hipotálamo-hipofisária por intermédio das membranas cranianas. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 13 
 
Técnica de estímulo hipotálamo-hipofisário 
Paciente em decúbito dorsal, osteopata na cabeceira da maca, faz contato com os 
polegares cruzados um em cada lado da sutura sagital e demais dedos nos processos 
parietais. 
A técnica consiste em levar os parietais no sentido superior durante a fase de 
flexão craniana e no sentido inferior na fase de extensão craniana. Estes movimentos 
devem ser repetidos até que se torne livre. 
 
4.3 - Técnica de estímulo hipotálamo-hipofisário (fluídica) 
Tem como objetivo estimular o eixo hipofisário-hipotalâmico por meio dos 
fluidos, numa técnica de V-spread. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 14 
 
Técnica de estímulo hipotálamo-hipofisário (fluídica) 
Paciente em decúbito dorsal, osteopata ao lado da cabeça do paciente, com o 
indicador e médio da mão inferior no cruzamento das suturas maxilopalatina e a polpa 
dos dedos da mão superior no vértex. 
A técnica consiste em gerar pressão com a mão intrabucal enquanto libera a mão 
do vértex e em seguida gerar pressão no vértex enquanto libera a pressão intrabucal. 
estas etapas são repetidas até que o movimento se torne mais amplo. 
 
5 – GLÂNDULA PINEAL (Epífise) 
Glândula localizada no centro do cérebro, entre os hemisférios cerebrais, acima 
do aqueduto cerebral, abaixo do corpo caloso, na parte posterior do 3º ventrículo. Está 
presa ao tálamo ótico por diversos pedúnculos. Faz parte do epitálamo. 
Formada por pinealócitos (células pineais), tecido conjuntivo e é envolvida pela 
pia-máter. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 15 
 
Glândula pineal 
Recebe inervação simpática do gânglio cervical superior e parassimpática do 
gânglio ótico e esfenopalatino. É inervada também pelo n. trigêmeo. 
É irrigada pela artéria pineal, que é ramo da artéria cerebelar superior e drenada 
pela veia pineal, que desemboca na veia cerebral magna -de Galeno (que se situa 
superiormente ao cerebelo). 
Produz melatonina, que é responsável por regular o sono. A produção é 
estimulada pela escuridão. A escuridão é detectada pela retina e informada à pineal via 
gânglio cervical superior. 
Esta glândula é maior na infância e diminui na adolescência. A melatonina 
interfere também no desenvolvimento sexual, no metabolismo e na fertilidade. 
 
5.1 - Técnica de normalização da pineal 
O objetivo desta técnica é trabalhar os zigomáticos e a esfera anterior do crânio 
para normalizar a função da pineal. 
Paciente em decúbito dorsal e osteopata na cabeceira da maca, faz contato com 
as polpas dos dedos na região inferior dos zigomáticos, os polegares na sutura metópica 
e as regiões hipotenares nos ângulos laterais dos frontais. 
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COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 16 
 
Técnica de normalização da pineal 
A técnica consiste em levar os contatos do zigomático e frontal em direção ao 
teto. Os polegares apenas servem de referência, em torno do qual será realizado o 
reequilíbrio através do Still point. 
Para Camirand (2011), todas as técnicas que estimulem o sistema parassimpático 
atuam sobre a pineal. 
 
5.2 – Técnica de normalização da fossa posterior 
Objetivo é equilibrar todas as estruturas da fossa posterior (tronco cerebral, 
cerebelo, vasos e nervos cranianos). 
Paciente em decúbito dorsal, Osteopata na cabeceira da maca, com contato dos 
dedos mínimos no inio, demais dedos ao longo da foice do cerebelo e polegares nos 
mastoides. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 17 
 
Técnica de normalização da fossa posterior 
A técnica consiste em exercer uma tensão longitudinal e transversal de modo 
que ele equilibre reciprocamente os dois volumes do cerebelo em ambos os lados, 
mantendo um fulcro nos mastoides. 
 
6 – TIREÓIDE E PARATIREÓIDE 
A tireóide é uma glândula em forma de borboleta, que se localiza na região 
anterior do pescoço. Pesa de 15 a 25 g no adulto. 
A glândula tireoide está conectada às superfícies anterior e laterais da traqueia, 
atrás da camada média da fáscia cervical (lâmina pré-traqueal). Anteriormente, está 
relacionada com os músculos esterno-hioideo e esterno-tireoideo. Seu istmo encontra-se 
na altura do 2º-3º anel cartilaginoso traqueal, enquanto os dois lobos estendem-se, 
superiormente, até a margem inferior da laringe e, inferiormente, até a abertura superior 
do tórax. Posteriormente, ela se estende até a camada profunda da fáscia cervical 
(lâmina pré-vertebral) e estabelece contato com o esôfago e com a artéria carótida 
comum. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 18 
Essa glândula é irrigada pela artéria tireóidea superior (ramo da carótida externa) 
e artéria tireóidea inferior (ramo do tronco tireocervical) e drenada pela veiatireóidea 
superior (que drena para a v. jugular interna) e pela veia tireóidea inferior (que drena 
para o tronco braquiocefálico esquerdo). 
 
Veias e artérias da tireoide 
Sua inervação simpática se dá pelos gânglios cervicais superior, médio e inferior 
e parassimpática pelos nervos laríngeos superior e inferior (ramos do n. vago). 
Tem como função secretar a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). Estes dois 
hormônios participam da regulagem da velocidade do metabolismo. Quando em maior 
concentração, aumentam a atividade das células. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 19 
Interfere na função de diversos órgãos, como o coração, os rins, o fígado e o 
cérebro. Participa de diversos processos, como o crescimento, o ciclo menstrual, a 
fertilidade, no peso corporal, na memória, na concentração, no humor e no controle 
emocional. 
Nos intestinos, os hormônios da tireóide atuam sobre as catecolaminas, 
aumentando a função intestinal, nos rins atuam aumentando a filtração e a produção de 
urina, no cérebro, potencializam a função das catecolaminas, que funcionam como 
neurotransmissores, no coração atuam sobre o débito cardíaco, no sistema 
musculoesquelético atuam sobre a síntese de proteínas e no sistema reprodutor, interage 
com hormônios da hipófise e do aparelho reprodutor para suas funções. 
 
Glândulas tireóide e paratireoide 
Hipotireoidismo ocorre quando a glândula produz quantidades menores que o 
normal de T3 e T4. Gera cansaço, aumento do peso corporal, dores articulares, lentidão 
de raciocínio, sonolência, alteração do ciclo menstrual, aumento dos níveis de colesterol 
(LDL), retenção de líquido, constipação intestinal, alteração no desenvolvimento 
(criança e adolescente) fraqueza muscular generalizada, perda da libido, diminuição da 
frequência cardíaca, pele seca, queda de cabelo e unhas quebradiças. 
Hipertireoidismo ocorre quando a glândula produz quantidades maiores que o 
normal de T3 e T4. Gera ritmo cardíaco acelerado, alterações bruscas de humor, perda 
de peso, transpiração excessiva, irritação, ansiedade, insônia, alterações no ciclo 
menstrual, fome excessiva, fraqueza generalizada, ejaculação precoce, tremores, 
intolerância ao calor e queda de cabelo. 
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COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 20 
Outras doenças podem afetar a tireóide, como a doença de Hashimoto, doença 
de Graves, tireoidite, tumores, bócio. 
O diagnóstico das alterações da tireóide se dá, normalmente, com exames de 
sangue (dosagem de T3, T4 e TSH), ultra som e se necessário, biópsia. 
 
Relação da tireoide com as camadas fasciais cervicais e o timo 
A paratireoide está localizada junto à tireóide, porém são bem menores. São, 
normalmente, 2 pares, cada uma pesando 30 mg, em média. Secreta paratormônio, que 
tem como função mobilizar o cálcio no interior dos ossos e eliminar fosfato através da 
urina, nos rins. 
Tanto a tireóide quanto a paratireoide estão influenciadas mecânica e 
anatomicamente pelas fáscias do pescoço e pela laringe, traquéia, faringe e esôfago. É 
importante que estas vísceras sejam tratadas (se estiverem em disfunção somática) para 
um bom tratamento da tireoide e paratireoide. Outras estruturas importantes, pela 
relação anatômica, são o hioide, os músculos supra e infrahioideos, a mandíbula e a 
base do crânio. 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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6.1 - Avaliação e normalização viscero-fascial da tireóide 
Paciente em decúbito dorsal, osteopata na cabeceira da maca, faz contato com 
uma mão envolvendo a tireóide e a outra na região cervical. 
Para avaliar a mobilidade da tireóide, pedimos ao paciente que respire 
profundamente. Durante a inspiração, há retificação da lordose cervical, a camada 
profunda da fáscia cervical se tensiona no sentido superior e posterior, os ombros se 
afastam (tracionando lateralmente a camada superficial da fáscia cervical) e o diafragma 
desce (tracionando inferiormente os ligamentos tireopericárdicos). Esses eventos 
tencionam a tireóide e ela é drenada. Na expiração, há retorno e relaxamento dos 
componentes citados acima, o que permite um bombeamento líquido e um movimento 
de retorno da tireoide no sentido superior. 
 
Avaliação e normalização viscero-fascial da tireóide 
A mão que ausculta a tireóide, portanto, perceberá um movimento de translação 
inferior durante a inspiração e um movimento de retorno durante a expiração. 
Depois disso, o osteopata pode induzir esse mesmo movimento craniocaudal 
para ver se a tireóide está totalmente livre em seu movimento. Também induzirá 
movimentos translacionais e rotação axial direita-esquerda para garantir a liberdade de 
movimento da tireoide em todos esses planos. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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Se a tireóide não se movimentar bem no sentido inferior, é necessário trabalhar 
mais as fixações superiores e as fáscias. No caso em que a tireoide não se movimenta 
bem no sentido superior, trabalharemos as estruturas e anexos inferiores. 
Nesta mesma posição, o osteopata pode usar uma técnica de Hoover (indireta) 
onde todos os parâmetros (superior/inferior, translação direita / esquerda, rotação direita 
/ esquerda, compressão / descompressão) são primeiramente testados e depois 
acumulados. Em seguida, busca o Still point. 
Da mesma forma pode ser realizada uma técnica de tensionamento de tecido 
(direta), acumulando os parâmetros de tensionamento. 
Esta técnica tem efeitos fasciais e também fluídicos sobre a glândula. 
 
6.2 - Avaliação e normalização funcional da tireóide 
 Paciente em decúbito dorsal e osteopata, sentado, na cabeceira da maca, faz 
contato com uma mão na região anterior da tireóide e outra na mesma altura, na região 
posterior da coluna cervical. 
 
Avaliação e normalização funcional da tireóide (contato anterior e posterior) 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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Avaliação e normalização funcional da tireóide (contato anterior) 
A técnica consiste em levar os contatos nas direções das facilidades de 
movimento (técnica indireta) e esperar a liberação ou acompanhar os movimentos 
fasciais locais. 
Outra possibilidade é colocar as duas mãos na região anterior da tireoide e 
realizar a técnica indireta. 
 
6.3 – Técnica para motilidade da tireoide 
Paciente em decúbito dorsal, osteopata na cabeceira da maca, faz contato com 
uma mão envolvendo a tireóide e a outra na região cervical. 
Osteopata realiza uma ausculta da tireóide. Numa fase a tireoide se desloca no 
sentido inferior e é comprimida pelas fáscias e na outra fase, retorna no sentido superior 
e tem sua tensão diminuída. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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Técnica para motilidade da tireoide 
Os movimentos devem ser simétricos e, se estiverem alterados deve ser realizada 
técnica para estímulo da motilidade (como é realizado nas outras vísceras- leva na 
facilidade, exagera neste sentido e espera o retorno e acompanha o movimento 
completo). 
6.4 Técnica de liberação do ligamento tireopericárdico 
Paciente em decúbito dorsal, osteopata na cabeceira da maca, faz o contato com 
a mão superior ao nível da tireoide e a mão inferior no esterno, à altura do pericárdio. 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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Técnica de liberação do ligamento tireopericárdico 
A técnica consiste em colocar tensão no sentido superior e inferior com as duas 
mãos e esperar o relaxamento tecidual. Podem ser realizados recoil. 
 
6.5 Técnica integrada de liberação frontal-tireoide 
Paciente em decúbito dorsal, osteopata na cabeceira da maca, faz o contato com 
a mão superior no frontal do paciente e a mão inferior na tireoide. 
A técnicaconsiste em equilibrar as tensões (técnica indireta) simultaneamente 
nas duas regiões. 
 
Técnica integrada de liberação frontal tireoide 
Nota: o frontal é utilizado para esta normalização porque está relacionado às emoções, 
via suas conexões com o tálamo e hipotálamo e por conter o lobo frontal, responsável 
pelo equilíbrio racional, instintivo e afetivo (Camirand, 2011). 
 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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7 - TIMO 
Existem 2 órgãos linfoides primários- o timo e a medula óssea. O timo é uma 
glândula que está localizada no tórax, entre os pulmões, à frente do coração 
(superiormente pode chegar até a glândula tireoide, ao qual se liga pelo ligamento 
tireotímico e inferiormente chega ao nível da 4ª cartilagem costal). É dividido em 2 
lobos, que é revestido por tecido conjuntivo, que está conectado ao pericárdio fibroso. 
É irrigado pelas veias torácicas internas e tireóidea inferior e drenado pelas veias 
tímicas, que desembocam no tronco braquiocefálico esquerdo, torácica interna e 
tireóidea inferior. É inervado pelo gânglio cervical inferior e nervo vago. 
Participa do sistema imunológico. É considerado um órgão linfoide primário, 
pois é responsável pela maturação dos linfócitos T. Para maturar os linfócitos, produz a 
timosina, responsável por esta maturação. 
 
Timo 
Os linfócitos são produzidos na medula óssea e migram até o timo, onde 
maturam e passam a ser linfócitos T, que são liberados na corrente sanguínea e têm a 
função de proteção do organismo contra os antígenos. Os linfócitos T induzem as 
células infectadas à apoptose (morte celular). 
O timo altera seu tamanho durante o desenvolvimento. Do nascimento até a 
adolescência, atinge 40 g e diminui seu tamanho a partir daí, sem perder sua função. 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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7.1 Técnica de recoill do esterno 
Tem como objetivo estimular o timo. 
Paciente em decúbito dorsal, osteopata ao lado do paciente, à altura do tórax do 
paciente, faz contato com as duas mãos sobre o esterno do paciente (uma à altura do 
processo xifoide e a outra à altura do manúbrio). 
 
Técnica de recoill do esterno 
 A técnica consiste em gerar compressão no esterno durante a expiração do 
paciente (2 ou 3 ciclos) e soltar rapidamente durante a inspiração do paciente. 
 
7.2 Técnica de equilíbrio esterno torácico 
 Paciente em decúbito dorsal, osteopata na cabeceira da maca, faz contato com a 
mão anterior no esterno (com a região tenar e hipotenar no manúbrio) e a mão posterior 
sobre as vértebras torácicas superiores. Esta posição auxilia o osteopata a acessar o 
plano da camada média da fáscia torácica, onde está o timo. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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Técnica de equilíbrio esterno torácico 
 Num primeiro momento, deve-se auscultar a glândula, que sobe e se retrai 
durante a inspiração e desce e relaxa durante a expiração do paciente. No momento 
seguinte, deve-se levar o timo em sua direção de facilidade e manter por 2 ou 3 ciclos 
respiratórios. 
 
7.3 Técnica de percussão esternal 
 Tem como objetivo estimular a função do timo. 
 Paciente em decúbito dorsal, Osteopata realiza percussões sobre o manúbrio 
esternal. 
 
Técnica de percussão esternal 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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8 - BAÇO 
 Órgão oval, que pesa cerca de 150 g e se situa ao longo do eixo da 10ª costela 
esquerda, entre a curvatura maior do estômago e a parede abdominal posterior, 
superiormente ao polo superior do rim esquerdo. Está conectado ao diafragma 
(ligamento frenoesplênico), estômago (ligamento gastroesplênico), flexura esplênica do 
intestino grosso (ligamento colicoesplênico) e fáscia renal esquerda (fáscia de 
Toldt/ligamento esplenorrenal). 
 É irrigado pela artéria esplênica (ramo da artéria celíaca) e drenado pela veia 
esplênica, que desemboca na veia porta hepática. 
 É inervado pelo plexo esplênico, que recebe fibras simpáticas do gânglio celíaco 
(T5 a T10) e parassimpática do nervo vago. Recebe também inervação aferente do 
nervo frênico. 
 
Baço 
Tem como funções: 
- transformar os linfócitos produzidos na medula óssea em linfócitos T, que têm como 
função atacar agentes invasores (função imunológica). 
- destruir hemáceas velhas, que serão utilizadas pelo fígado para produção de bile 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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- armazenar sangue, linfócitos, glóbulos vermelhos, plasmócitos e granulócitos. 
 
8.1 Técnica de normalização do baço 
 Paciente em decúbito dorsal, osteopata em pé, do lado direito do paciente, à 
altura do tórax do paciente, faz contato com as duas mãos (reforçadas) sobre a parte 
posterolateral das últimas costelas esquerdas (especialmente a 10ª costela). 
 
Técnica de normalização do baço 
 A técnica consiste em aprofundar o contato até o plano subcostal (onde está o 
baço), auscultar o baço, que desce e faz rotação externa durante a inspiração e sobe e faz 
rotação interna durante a expiração. Pode-se realizar uma técnica indireta, induzindo o 
baço nos movimentos que ele já realiza ou pode-se avaliar passivamente sua mobilidade 
nos planos (superior/inferior, rotação medial/lateral e translação direita/esquerda) e 
realizar igualmente uma técnica indireta, procurando o still point. 
 
 
 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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8.2 Técnica de estímulo do baço 
 Paciente em decúbito lateral direito, osteopata de frente para o paciente, à altura 
do tórax do paciente, faz contato com as duas mãos (reforçadas) sobre a parte 
posterolateral das últimas costelas esquerdas (especialmente a 10ª costela). 
 
Técnica de estímulo do baço 
 A técnica consiste em gerar compressão no gradil costal durante a expiração do 
paciente (2 ou 3 ciclos) e soltar rapidamente durante a inspiração do paciente. 
 Variante: pode-se realizar vibrações durante a compressão na fase expiratória; 
esta opção está indicada em casos de congestão do baço. 
 
9 PÂNCREAS 
 O pâncreas é uma glândula digestiva com função endócrina e exócrina, 
pertencente ao sistema digestório e endócrino. 
 Possui cerca de 15 cm de comprimento e localiza-se na região abdominal atrás 
do estômago, entre o duodeno e o baço. É formado por três partes básicas: cabeça, corpo 
e cauda e por dois tipos de células: os ácinos pancreáticos, que são responsáveis por 
fabricar o suco pancreático e as ilhotas de Langerhans, que são responsáveis por 
secretar os hormônios insulina e glucagon, que são liberados diretamente na corrente 
sanguínea. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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 Os diversos canais dos ácinos pancreáticos se reúnem e formam um sistema de 
ductos dos quais destaca-se o de Wirsung. Existe ainda um ducto acessório chamado de 
Santorini. É por meio desses canais que o suco pancreático chega até a 2ª parte do 
duodeno. 
 A porção exócrina secreta as enzimas digestivas presentes no suco pancreático 
durante o processo de digestão. Desse modo, as moléculas grandes de carboidratos, 
proteínas e gorduras são quebradas em pedaços menores para seguir até o intestino para 
serem absorvidas mais facilmente. 
 A porção endócrina é responsável por secretar os hormônios insulina e 
glucagon, responsáveis por regular o nível de glicose no sangue. As células alfa 
produzem o glucagon e as células beta produzem a insulina. O pâncreas também secreta 
a somatostatina, produzida pelas células delta, que regula a produção de insulina e 
glucagon. 
 A glicose é armazenada no fígado sob a forma de glicogênio. O glucagon 
estimula o fígado a degradar glicogênio e liberar glicose quando o corpo precisa de 
energia, enquanto que a insulina é responsável pelotransporte da glicose para dentro das 
células do fígado. 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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9.1 Técnica de liberação do pâncreas em relação ao duodeno e às vias biliares 
 Técnica realizada em 2 tempos. Paciente em decúbito dorsal, com os joelhos 
flexionados, osteopata em pé, do lado direito do paciente. 
 No 1º tempo da técnica, o osteopata faz contato com os dedos da sua mão 
esquerda no bordo medial da 2ª porção do duodeno e com o pisiforme da mão direita no 
bordo lateral da cabeça do pâncreas. Nesta etapa o trabalho é direcionado ao ducto 
pancreático (de Wirsung). 
 
Técnica de liberação do pâncreas em relação ao duodeno e às vias biliares (mão 
que estabiliza o duodeno- 1ª etapa) 
 
 No 2º tempo da técnica, o osteopata faz contato com os dedos da sua mão 
esquerda no bordo inferior do fígado e com o pisiforme no bordo lateral da cabeça do 
pâncreas. Nesta etapa o trabalho é direcionado às vias biliares. 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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Técnica de liberação do pâncreas em relação ao duodeno e às vias biliares (mão 
que estabiliza o duodeno e mão que faz contato com a cabeça do pâncreas) 
 
Ducto pancreático e vias biliares 
A técnica consiste em gerar tensão nos 2 contatos e esperar o relaxamento tecidual. 
9.2 Técnica de liberação do pâncreas em relação ao baço 
 Paciente em decúbito dorsal, com os joelhos flexionados, osteopata em pé, do 
lado direito do paciente, faz contato com sua mão esquerda na região posterolateral do 
gradil costal E (próximo à 10ª costela) e com o pisiforme da mão direita sobre o corpo 
do pâncreas. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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Técnica de liberação do pâncreas em relação ao baço 
 A técnica consiste em gerar tensão nos 2 contatos e esperar o relaxamento 
tecidual. 
 
10 – SUPRARRENAIS 
 São glândulas que se situam acima dos rins (daí seu nome). A direita tem 
formato triangular e a esquerda de meia lua. Participam na regulação do metabolismo do 
sódio, do potássio, do carboidrato e da água, bem como do processo do estresse. 
 Está dividida em córtex e medula, que são provenientes de diferentes tecidos 
embriológicos. O córtex é proveniente do mesodermo e a medula do ectodermo. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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 O córtex da suprarrenal produz hormônios sexuais, aldosterona e 
glicocorticoides (cortisol e corticosterona) e exerce controle sobre os linfócitos e o 
sistema linfático (portanto participa do sistema imunológico). 
 Os hormônios sexuais são a progesterona- atua no ciclo ovariano e na gravidez, 
os estrógenos- controle da ovulação e desenvolvimento das características femininas e 
os andrógenos- desenvolvimento das características masculinas, estímulo de glândulas 
sebáceas, libido e aumento da massa muscular. 
 A aldosterona tem função importante na regulação do volume e da pressão do 
sangue, e na concentração do equilíbrio eletrolítico do sangue. Em geral, a aldosterona 
retém o sódio e a água e elimina potássio. 
 Os glicocorticoides mantêm o equilíbrio dos carboidratos, proteínas e gorduras. 
O principal glicocorticóide é o cortisol, que é liberado em situações de estresse. 
 Secretam, entre outros hormônios, a adrenalina (epinefrina), noradrenalina 
(norepinefrina) e aldosterona, com o objetivo de manter a homeostase frente às 
alterações que ocorrem no organismo. 
 A medula supra-renal, a parte interna da glândula, é considerada uma extensão 
da parte simpática do sistema nervoso autônomo e secreta dois hormônios denominados 
catecolaminas: a epinefrina (Adrenalina), que possui efeito acentuado sobre o 
metabolismo de carboidratos e a norepinefrina (Noradrenalina), que produz aceleração 
do coração, vasoconstrição e aumento da pressão sanguínea. Geram também a 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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conversão de glicogênio em glicose no fígado, a elevação do padrão metabólico da 
maioria das células e a dilatação dos brônquios. 
 
10.1 Técnica para os pilares do diafragma 
 Paciente sentado na maca, osteopata atrás do paciente, faz contato com as mãos 
ao nível da dobradiça toracolombar, com os dedos nas direções laterais. 
 Pede-se ao paciente que faça inspiração e expiração máximas. Durante a 
inspiração, as mãos do osteopata devem ser tracionadas no sentido superior e lateral e 
durante a expiração, no sentido inferior e medial. Estes movimentos devem ser 
simétricos. Se não forem simétricos, deve ser realizado tratamento. 
 
Técnica para os pilares do diafragma 
 A técnica consiste em levar os contatos na direção da facilidade (técnica 
indireta) e manter até a liberação tecidual. 
 
 
 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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10.2 Técnica de normalização das suprarrenais 
 Paciente em decúbito ventral, osteopata em pé, ao lado do paciente, faz contato 
com as mãos ao nível da dobradiça toracolombar, com os dedos nas direções laterais. 
 O osteopata deve acessar o plano da glândula, passando pelo plano 
musculoesquelético. 
 
Técnica de normalização das suprarrenais 
 Osteopata deve avaliar passivamente sua mobilidade nos planos 
(superior/inferior, rotação medial/lateral e translação direita/esquerda) e realizar uma 
técnica indireta, procurando o still point. 
 
10.3 Técnica de estímulo das suprarrenais 
 Paciente em decúbito ventral, osteopata em pé, ao lado do paciente, faz contato 
com os pisiformes nas articulações costovertebrais ao nível de T10 a T12, 
bilateralmente. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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Técnica de estímulo das suprarrenais 
 A técnica consiste em gerar compressão no gradil costal durante a expiração do 
paciente (2 ou 3 ciclos) e soltar rapidamente durante a inspiração do paciente. 
 
11 - GÔNADAS 
 São as glândulas sexuais- ovários nas mulheres e testículos nos homens. Além 
de produzirem os gametas (óvulos e espermatozoides), também secretam hormônios. 
 
11.1 Testículo e epidídimo 
 Os testículos são dois, localizados dentro da bolsa escrotal. Produz a 
testosterona, um esteroide produzido por suas células intersticiais. O estímulo para 
secreção da testosterona é proveniente de hormônios produzidos pelo hipotálamo e pelo 
hormônio luteinizante (LH), proveniente da adeno-hipófise. 
 A testosterona auxilia na maturação dos espermatozoides e é responsável pelas 
características sexuais masculinas, tais como: crescimento e desenvolvimento dos 
órgãos genitais masculinos, crescimento musculoesquelético, crescimento e distribuição 
dos pelos, aumento da laringe, acompanhado por alterações da voz. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 40 
 
 O epidídimo, estende-se longitudinalmente na borda posterior do testículo e 
apresenta uma dilatação superior que ultrapassa o pólo superior do testículo, que é 
denominada cabeça; um seguimento intermediário que é o corpo e inferiormente, uma 
porção mais estreitada, que é a cauda do epidídimo. 
 
 Na cabeça do epidídimo, os dúctulos eferentes do testículo continuam por 
dúctulos novamente muito tortuosos que em seguida vão se anastomosando 
sucessivamente para constituir um único tubo que é o ducto do epidídimo. 
 Este ducto é tão sinuoso que ocupa um espaço de aproximadamente dois 
centímetros de comprimento, quando na realidade ele tem seis metros de extensão. 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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 Inferiormente, a cauda do epidídimo, tendo no interior o ducto do epidídimo, 
encurva-se em ângulo agudo para trás e para cima, dando seguimento ao ducto 
deferente. 
 É justamente nessa curva constituída pela cauda do epidídimo e iniciodo ducto 
deferente que ficam armazenados os espermatozoides até o momento do ato sexual, em 
que são levados para o exterior. 
 A primeira porção do ducto deferente é mais ou menos sinuosa e ascende 
imediatamente por trás do epidídimo. 
 Tanto o testículo como o epidídimo e a primeira porção do ducto deferente são 
diretamente envoltos por uma membrana serosa que é a túnica vaginal que, assim como 
a pleura ou o pericárdio, apresenta um folheto que envolve diretamente aqueles órgãos, 
sendo denominado lâmina (fáscia) visceral. Esta lâmina recebe inervação do n. frênico. 
 
11.1.1 Técnica de normalização do canal inguinal 
 Tem como objetivo diminuir a tensão sobre o conteúdo que passa no canal 
(cordão espermático nos homens e ligamento redondo do útero nas mulheres) e ter um 
efeito profundo sobre as fixações do peritônio. 
 
Técnica de normalização do canal inguinal 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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 Paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores em extensão. Osteopata 
em pé, faz contato com os polegares nas entradas dos canais inguinais (bilateralmente) e 
compara a flexibilidade dos dois lados levando seus polegares no sentido superior num 
1º momento e lateral (na direção da EIAS) num 2º momento. 
 Após avaliação, deve-se entrar no canal inguinal com os polegares e levar os 
tecidos na direção da facilidade (técnica indireta) inferior ou superior e lateral ou 
medial. Em seguida executar a técnica direta (na direção das restrições). 
 
Técnica de normalização do canal inguinal- palpação unilateral 
Se houver dificuldade de acessar o canal inguinal, pode-se realizar de maneira 
unilateral, com a outra mão diminuindo a tensão tecidual local. 
 
 
 
 
 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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11.2 - Ovários 
 São glândulas genitais femininas, em forma de amêndoa, de 4 cm de largura, 2 
de altura e 1 de espessura, que pesam entre 6 a 8 gramas cada um. 
 Localizam-se perpendicularmente sobre a face posterior do ligamento largo, ao 
nível do bordo inferior da mesossalpinge e estão unidos ao útero pelo ligamento largo 
(como um manto sobre as tubas e útero). Como referência para palpação, se situam no 
meio da linha entre EIAS e sínfise púbica. 
 
Ovário e suas relações (Camirand, 2011) 
 
 
Canal inguinal Palpação do canal inguinal 
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 É o local da formação do óvulo e de importantes secreções endócrinas 
(estrogênio e progesterona). 
Os meios de fixação são: 
 O mesovário 
 O ligamento uterovárico (ou ligamento próprio do ovário) que une o pólo 
inferior do ovário com o corno uterino 
 O ligamento tubo-ovárico 
 O ligamento lombo-ovárico (que se fixa em L2), que é o meio de fixação mais 
importante e é contínuo à fáscia do psoas. 
 O ligamento apendiculo-ovárico, que une o ovário direito ao apêndice 
 O ligamento infundíbulo-cólico, que une o ovário esquerdo ao sigmóide 
 Pode haver um ligamento que une o ovário direito ao ceco (lig, de Clayet) 
 
 Sua inervação simpática é proveniente do plexo hipogástrico, que tem fibras 
nervosas oriundas dos níveis T12 a L2 e parassimpática é vagal (X). 
 
Veias e artérias ováricas 
 Sua irrigação se dá pelas artérias ováricas, que se originam da parte abdominal 
da aorta e sua drenagem é feita pelas veias ováricas (a veia ovárica direita vai para a 
veia cava inferior e a veia ovárica esquerda vai para a veia renal esquerda). 
Abordagem osteopática ao sistema endócrino 
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 Os nervos, artérias e veias que suprem os ovários caminham juntos com o 
ligamento lombo-ovárico e a aponeurose do psoas. 
 
Funções dos ovários 
 Os ovários apresentam funções exócrinas e endócrinas. Sua função exócrina está 
ligada à gametogênese (amadurecimento e liberação do ovócito) e sua função endócrina 
está ligada à produção de hormônios: 
- mantém as características sexuais femininas, favorecendo a procriação. 
- secreta hormônios sob controle da hipófise: estrógeno, progesterona e testosterona, 
que interagem com diversos outros hormônios produzidos pelo organismo. 
- o estrógeno é o hormônio da feminilidade, prepara o útero para ser fecundado e atua 
todo o tempo do ciclo menstrual; atua na regeneração do colágeno e dos tecidos e na 
lubrificação vaginal durante o ato sexual; divide a água entre os tecidos; age sobre a 
produção de serotonina; atua sobre a manutenção da massa óssea, a memória, o cérebro, 
o equilíbrio, o humor, a concentração e o sono. 
- a progesterona é o hormônio que favorece a gestação, permitindo a implantação e a 
fecundação. É o hormônio vital para sobrevivência do óvulo e essencial para o 
equilíbrio hormonal durante o ciclo menstrual. É secretado a partir da ovulação e gera 
aumento da temperatura corporal. Este hormônio é proveniente dos ovários e também 
da suprarrenal e é produzido a partir do colesterol (mulheres com dieta pobre em 
colesterol podem ter dificuldade na produção da progesterona). Age como feed back 
negativo para o estrógeno (inibe a produção de estrógeno no eixo hipotálamo-
hipofisário-ovariano). Age como precursor dos hormônios esteroides (ovarianos e 
corticoides). Tem efeito calmante, mantém a fase secretora do endométrio (prevenindo 
câncer) e protege contra os cistos nas mamas (prevenindo câncer); auxilia na utilização 
da gordura para produzir energia, previne o inchaço, facilita a função dos hormônios da 
tireoide, normaliza a coagulação sanguínea, aumenta a libido e normaliza os níveis de 
zinco, açúcar sanguíneo e oxigenação celular. 
- a testosterona auxilia contra as doenças cardiovasculares, as taxas elevadas de 
colesterol, o diabetes, doença de Alzheimer, problemas de memória, sistema 
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imunológico, fadiga crônica e o envelhecimento. Além disso, tem efeito sobre o 
comportamento sexual, a energia, vitalidade, musculatura e absorção do cálcio pelo 
osso. 
 
Ciclo menstrual 
É dividido em 3 fases: 
1- Fase folicular 
Inicia-se no primeiro dia da menstruação e, dura entre 5 a 12 dias. Nesta fase a hipófise 
aumenta a produção do hormônio folículo-estimulante (FSH), que leva os ovários a 
amadurecer seus óvulos. Com esse amadurecimento, o ovário começa também a liberar 
maiores quantidades de estrogênio, responsável por tornar o revestimento do útero 
pronto para uma possível gravidez. 
 
2- Fase ovulatória 
 
Nesta fase, os níveis de estrogênio continuam aumentando e levam o corpo a produzir o 
hormônio luteinizante (LH), que é responsável por selecionar o óvulo mais maduro e 
fazê-lo sair do ovário, que é quando ocorre a ovulação, geralmente, por volta do dia 14 
do ciclo. 
Depois de liberado, o óvulo viaja pelas trompas até chegar ao útero. Normalmente, o 
óvulo sobrevive por 24 horas fora do ovário e, por isso, se entrar em contato com 
espermatozoides, pode ser fecundado. Uma vez que os espermatozoides podem durar 
até 5 dias dentro do corpo da mulher, é possível que se, a mulher tiver tido relações até 
5 dias antes da ovulação, possa engravidar. 
 
3- Fase lútea 
 
Esta fase acontece, em média, nos últimos 12 dias do ciclo e, durante esses dias, o 
folículo, deixado pelo óvulo dentro do ovário, começa a produzir progesterona em 
maior quantidade, para continuar preparando o revestimento do útero para o caso de 
uma possível gravidez. Além disso, também existe um aumento na produção de 
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estrogênio e, por isso, algumas mulheres podem apresentar sensibilidade nos seios, 
mudanças de humor e até inchaço. 
Quando a fecundação não acontece, o folículo vai regredindo dentro do ovário e, por 
isso, os níveis de estrogênio e progesterona vão diminuindoaté que o revestimento do 
útero seja eliminado, dando início à menstruação e ao próximo ciclo menstrual. 
Já se existir fecundação, o óvulo fica conectado às paredes do útero e o corpo começa a 
produzir hCG (gonadotrofina coriônica humana), um hormônio que mantém o folículo 
produzindo estrogênio e progesterona em níveis elevados para manter o revestimento do 
útero até à formação da placenta. 
 
11.2.1 Técnica de liberação da tuba uterina e do ovário 
 Paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores flexionados e pés 
apoiados na maca. Osteopata sentado, faz contato com a mão interna na lateral do fundo 
do útero e a mão externa na região medial do ovário a ser tratado. 
 A técnica consiste em levar o útero contralateralmente ao ovário tratado e o 
ovário na direção lateral e encontrar o Still point e esperar o relaxamento. 
 
12 - FÍGADO 
 A maior glândula do corpo, pesa cerca de 1.500 g e localiza-se nos quadrantes 
direito e esquerdo superiores (principalmente no lado direito), inferior ao diafragma, 
que o separa da pleura, pulmões, pericárdio e coração. Do lado direito está à altura 
da 5ª costela e do lado esquerdo à altura da 6ª costela. O fígado possui uma face 
diafragmática e uma face visceral, que são separadas anteriormente por sua margem 
inferior, aguda. 
 
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Vista anterior do fígado 
 
 A face diafragmática do fígado é coberta com peritônio visceral, exceto 
posteriormente na área nua do fígado, onde ela está em contato direto com o diafragma. 
A área nua é demarcada pela reflexão do peritônio, do diafragma até ela, como as 
lâminas anterior e posterior do ligamento coronário. Estas lâminas encontram-se no lado 
direito para formar o ligamento triangular direito e divergem em direção ao lado 
esquerdo para incluir a área nua triangular. A lâmina anterior do ligamento coronário é 
contínua no lado esquerdo com a lâmina direita do ligamento falciforme, e a lâmina 
posterior é contínua com a lâmina direita do omento menor. As lâminas esquerdas do 
ligamento falciforme e do omento menor encontram-se para formar o ligamento 
triangular esquerdo. 
 
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Vista posterior do fígado 
 
 A face visceral do fígado é coberta com peritônio, exceto no leito da vesícula 
biliar e da porta do fígado, onde os vasos e ductos entram e saem do fígado. 
 
Relações fasciais do fígado 
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 Além de suas muitas atividades metabólicas, como a formação de importantes 
substâncias como o colesterol e os fosfolipídios, o fígado armazena glicogênio e secreta 
bile, que contém grande quantidade de sais biliares, que são os responsáveis por realizar 
a “quebra” da gordura, facilitando os movimentos de mistura intestinais e ação das 
lípases do tubo digestivo. 
 Secretada pelo fígado, a bile passa nos ductos hepáticos direito e esquerdo que 
se unem para formar o ducto hepático comum, que se une ao ducto cístico (proveniente 
da vesícula), para formar o ducto colédoco. 
 O ducto colédoco forma-se na margem livre do omento menor por meio da 
união do ducto cístico e do ducto hepático comum. O comprimento do ducto colédoco 
varia de 5 a 15 cm, dependendo de onde o ducto cístico se une ao ducto hepático 
comum. O ducto colédoco desce posterior à parte superior do duodeno e situa-se na face 
posterior da cabeça do pâncreas. No lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o 
ducto colédoco entra em contato com o ducto pancreático principal. Estes ductos correm 
obliquamente através da parede desta parte do duodeno, onde se unem para formar a 
ampola hepatopancreática (ampola de Vater). 
 Uma estrutura com a função de armazenar a bile produzida pelo fígado é a 
vesícula biliar que tem a função de concentrá-la, absorvendo água e sais. 
 Essa vesícula situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado. Esta 
fossa situa-se na junção dos lobos direito e esquerdo do fígado. A vesícula biliar tem 
capacidade para até 50 ml de bile. O peritônio envolve completamente o fundo da 
vesícula biliar e liga seu corpo e colo ao fígado. 
 O ducto cístico (aproximadamente 4 cm de comprimento) liga o colo da vesícula 
biliar ao ducto hepático comum. O ducto passa entre as lâminas do omento menor, 
normalmente paralelo ao ducto hepático comum, ao qual se une para formar o ducto 
colédoco. 
 
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Vesícula biliar e ductos biliares 
 Quando o alimento chega ao duodeno, dois mecanismos agem simultaneamente 
para promover o esvaziamento da vesícula biliar no intestino delgado. Primeiro a 
colecistocinina, secretada pela mucosa do duodeno, chega à vesícula, trazida pela 
corrente sanguínea, provocando uma contração da musculatura desse órgão e 
relaxamento do esfíncter de Oddi (músculo circular em torno do orifício por onde o 
canal colédoco encontra o duodeno). Segundo, a presença do alimento no duodeno 
estimula o peristaltismo e esse, via sistema nervoso, gera um relaxamento do esfíncter 
de Oddi. 
 Portanto, a função digestiva do fígado é produzir bile, uma secreção verde 
amarelada, que armazenada na vesícula biliar, é liberada quando gorduras entram no 
duodeno. A bile emulsiona a gordura e a distribui para a parte distal do intestino para 
digestão e absorção. 
 
Anatomia de superfície do fígado 
 É um órgão tanto torácico como abdominal. Superiormente, sua projeção 
alcança o quinto espaço intercostal direito, na linha mamilar. 
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Na região inferior, a margem anterior segue um trajeto oblíquo para cima e para 
dentro do gradil costal, não ultrapassando o gradil, por isso só é palpável durante a 
inspiração profunda. Cruza a região epigástrica seguindo uma linha que vai desde a 
nona cartilagem costal direita até a oitava cartilagem costal esquerda. 
 
Inervação do fígado 
 Os nervos do fígado são derivados do plexo celíaco. Ele consiste em fibras 
simpáticas provenientes dos nervos esplâncnicos maiores (T6 à T9) e fibras 
parassimpáticas provenientes dos nervos vagos. 
 O nervo frênico (C3, 4 e 5) inerva a cápsula do fígado (cápsula de Glisson). 
 
Vascularização 
 Pela veia porta chega ao fígado todo material absorvido nos intestinos, com 
exceção de parte dos lipídios que é transportada por via linfática. Graças a essa 
característica, ele se encontra em posição privilegiada para metabolizar e acumular 
nutrientes e neutralizar e eliminar substâncias tóxicas absorvidas. 
 A veia porta do fígado, formada pelas veias mesentérica superior e esplênica, 
divide-se em ramos direito e esquerdo que se ramificam dentro do fígado. 
 Além da veia hepática, também penetra no pedículo hepático o sangue arterial 
proveniente da artéria hepática própria, originada no tronco celíaco. A artéria hepática, 
um ramo do tronco celíaco, pode ser dividida em: 
- artéria hepática comum – do tronco celíaco até a origem da artéria gastroduodenal 
- artéria hepática própria – da origem da artéria gastroduodenal até sua bifurcação em 
ramos direito e esquerdo. 
 A artéria hepática conduz sangue bem oxigenado da aorta, e a veia porta do 
fígado conduz sangue pouco oxigenado, porém rico em nutrientes a partir do trato 
gastrointestinal para os sinusóides do fígado. 
 
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Vascularização do fígado 
As funções do fígado são: 
- Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, 
facilitando, assim, a ação da lipase 
- Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar 
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade,o glicogênio é 
reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação 
- Armazenar ferro e certas vitaminas (vitamina A, D, K) em suas células 
- Metabolizar lipídeos 
- Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de 
coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras 
- Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do 
organismo 
- Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua 
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile. 
- Produzir SHBG (sex hormone-binding globulin- globulina transportadora de 
hormônios sexuais), que tem grande afinidade pela testosterona e menor afinidade pelos 
estrógenos. A testosterona não ligada (livre) tem atividade biológica, a ligada ao SHBG 
é inativa. O SHBG age como um modulador da secreção androgênica nos tecidos. 
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- Produzir CBG (cortisol-binding globulin- globulina transportadora de cortisol ou 
transcortina), que tem como função se ligar ao cortisol, tornando-o inativo enquanto 
estão ligados. Somente o cortisol livre é biologicamente ativo. 
- Produzir TBG (thyroxine-binding globulin- globulina transportadora de tiroxina), que 
tem como função se ligar ao T3 e T4 e transportá-los. 
 
 Relações do fígado 
 O fígado está ligado à parede anterior do abdômen pelo ligamento falciforme. 
Posteriormente a este, temos o ligamento redondo do fígado. Na porção superior, quatro 
ligamentos prendem o fígado ao diafragma: (1) ligamento coronário anterior direito, (2) 
ligamento coronário anterior esquerdo, (3) ligamento coronário posterior direito, (4) 
ligamento coronário posterior esquerdo. A união dos dois ligamentos coronários 
esquerdos forma o ligamento triangular esquerdo; a união dos direitos forma o 
ligamento triangular direito. 
 Já, a face visceral apresenta relação com outros sistemas: 
 
 O lado direito da face anterior do estômago – as áreas gástrica e pilórica. 
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 A primeira porção do duodeno 
 O omento menor 
 A vesícula biliar 
 O ângulo cólico direito e colo transverso direito 
 A rim direito e a glândula supra-renal 
 
Causas e repercussões das disfunções hepáticas 
 As alterações das funções hepáticas podem ser geradas por disfunções somáticas 
no fígado, por traumas locais, por intoxicação ambiental (poluição, por exemplo), stress 
emocional e infecções. Além disso, alterações intestinais, como alergias, intolerâncias 
alimentares e a disbiose intestinal (alteração na flora intestinal que dificulta a absorção 
de nutrientes), podem gerar alteração no funcionamento do fígado. 
 Como repercussão da alteração da função hepática, o paciente pode apresentar 
dores articulares, inflamações, alteração na pele, desequilíbrios hormonais, problemas 
de digestão e glicemia. 
 
12.1 Técnica de liberação do fígado via costelas 
 Paciente em decúbito dorsal, osteopata sentado, à altura do tórax do paciente, faz 
contato com a região superior ou inferior da costela em restrição. 
 
Técnica de liberação do fígado via costelas 
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 A técnica consiste em colocar tensão (se o contato está na região superior da 
costela, colocar tensão no sentido inferior, se o contato está na região inferior da costela, 
colocar tensão no sentido superior) até que perceba a liberação tecidual. 
 Normalmente quando o fígado está em disfunção, algumas costelas 
(normalmente de 2 a 4) se encontram restritas, neste caso deve-se realizar a técnica para 
todas as costelas restritas. 
 
12.2 Técnica funcional para o fígado 
 Paciente em decúbito dorsal, osteopata sentado, à altura do tórax do paciente, faz 
contato com as mãos (uma sobre a outra) na projeção do fígado. 
 
Técnica funcional para o fígado 
 A técnica consiste em acessar a profundidade do plano do fígado e levar os 
tecidos na facilidade dos movimentos latero-lateral, crânio caudal e no sentido horário 
ou anti horário e manter até a liberação tecidual ou acompanhar os movimentos fasciais. 
 
 
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13 – Técnicas para o SNA 
13.1 Técnica de balanceamento alternado dos temporais 
 Tem como objetivo estimular o SNA pela ação fluídica da manobra. 
 Paciente em decúbito dorsal, Osteopata na cabeceira da maca, faz contato com 
seus polegares ao longo do processo mastoide, enquanto os demais dedos ficam 
entrelaçados e em contato com o occipital. 
 
Técnica de balanceamento alternado dos temporais 
 A técnica consiste em gerar rotação interna num temporal enquanto gera rotação 
externa no outro temporal. Para isto, o Osteopata deve bascular seu tronco para um lado 
e depois para o outro. Se os movimentos são mais rápidos que o MRP/IRC, estimulam o 
SN simpático (neste caso, os movimentos devem ser curtos). Se os movimentos são 
mais lentos que o MRP/IRC, estimulam o SN parassimpático (neste caso, os 
movimentos devem ser longos). 
 Estes movimentos tencionam a tenda do cerebelo e inclinam a foice do cérebro 
alternadamente, favorecendo a movimentação de líquidos dentro do crânio e encéfalo. 
 
 
 
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13.2 Técnica de estimulação dos gânglios cervicais superior e médio 
 Paciente e osteopata posicionados como para realizar uma técnica de thrust 
cervical. 
 O contato deve ser realizado na região póstero-lateral da vértebra (C1/C2 ou 
C2/C3 para o gânglio cervical superior e C5/C6 para o gânglio cervical médio). 
 
Técnica de estimulação dos gânglios cervicais superior e médio 
 A técnica consiste em realizar movimentos rítmicos (sem rebote) na direção da 
rotação/inclinação. Deve ser realizada bilateralmente. 
NOTA: para gerar inibição do gânglio cervical superior, realizar a técnica de inibição 
dos suboccipitais. 
 
13.3 Técnica de estimulação do gânglio cervical inferior 
 Paciente em decúbito lateral, osteopata de frente para o paciente, faz contato 
indexial com a mão superior na parte lateral do processo transverso de C6/C7 ou na 
região póstero lateral de T1 e sua mão inferior segura a parte proximal do antebraço do 
paciente. 
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Técnica de estimulação do gânglio cervical inferior 
 A técnica consiste em realizar, simultaneamente, rotação/inclinação vertebral e 
tração no MS. A técnica deve ser realizada bilateralmente. 
 Esta técnica pode ser realizada com os gânglios torácicos superiores- T1 a T5- 
(neste caso a rotação da vértebra deve ser realizada a partir de um contato com 
indicador e polegar no processo espinhoso da vértebra. 
 Deve ser realizada bilateralmente. 
 
13.4 Técnica de inibição do gânglio cervical médio e inferior 
 Paciente em decúbito dorsal, Osteopata sentado, na cabeceira da maca, faz 
contato com as polpas dos indicadores (para o gânglio cervical médio, na região 
posterior dos processos transversos de C6 e para o gânglio cervical inferior, na parte 
posterior das 1ª costelas), bilateralmente. 
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Técnica de inibição do gânglio cervical médio e inferior 
 A técnica consiste em gerar pressão na direção do teto e manter até perceber o 
relaxamento tecidual. 
 
13.5 Técnica de estimulação dos gânglios torácicos médios e inferiores e 
lombares superiores 
 Paciente em decúbito lateral e Osteopata à altura da região que vai tratar, faz 
contato no ângulo da costela a ser tratada. 
 A técnica consiste em gerar rotação do tronco do paciente enquanto leva a 
costela na direção anterior. Deveser realizada bilateralmente. 
 
Técnica de estimulação dos gânglios torácicos médios e inferiores e lombares 
superiores 
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13.6 Técnica de inibição dos gânglios torácicos médios e inferiores e lombares 
superiores 
 Paciente em decúbito ventral, Osteopata em pé, à altura do nível a ser tratado, 
faz contato com os polegares (bilateralmente), nas cabeças das costelas no nível a ser 
tratado. 
 
Técnica de inibição dos gânglios torácicos médios e inferiores e lombares 
superiores 
 A técnica consiste em gerar pressão, bilateralmente, na direção do solo e esperar 
a liberação tecidual. 
 
13.7 Técnica de estímulação parassimpático ao nível do sacro 
 Paciente em decúbito ventral, Osteopata em pé, à altura do sacro do paciente, faz 
contato com as regiões tenar e hipotenar na base do sacro (à altura de S1), com os dedos 
na direção inferior e reforça o contato com a outra mão. 
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Técnica de estímulação parassimpática ao nível do sacro 
 A técnica consiste em realizar 5 compressões na direção da maca. Esta manobra 
deve ser repetida nos outros níveis sacrais (S2, S3, S4 e S5). 
 
13.8 Técnica de inibição parassimpática ao nível do sacro 
 Paciente em decúbito ventral, Osteopata em pé, à altura do sacro do paciente, faz 
contato com as polpas dos polegares na base do sacro (à altura de S1), bilateralmente. 
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Técnica de inibição parassimpática ao nível do sacro 
 A técnica consiste em gerar pressão na direção do solo e manter até perceber o 
relaxamento tecidual. 
 
14 - Avaliação glandular e do sistema nervoso pelos testes de 
Cinesiologia Aplicada (Camirand, 2011) 
 Para realizar o teste, deve-se utilizar um músculo a escolha do osteopata (sugere-
se o deltoide (fibras anteriores) se o paciente estiver em pé ou sentado ou o iliopsoas se 
o paciente estiver em decúbito dorsal. Camirand (2011) sugere deltoide, tensor da fáscia 
lata ou quadríceps. 
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Teste de tônus da porção anterior do deltóide 
A execução do teste se dá realizando o teste de tônus muscular (do músculo escolhido) e 
deve-se escolher um dos músculos que respondam como normal a este primeiro teste. 
Escolhido um músculo “normal”, deve-se tocar o ponto reflexo da glândula ou tecido 
nervoso que quer testar e refazer o teste de tônus muscular (no mesmo músculo normal 
testado anteriormente). Se o tônus muscular se mantiver normal, a glândula não 
apresenta disfunção; se o músculo passar a hipotônico, a glândula está em disfunção. 
 
Teste de tônus da porção anterior do deltoide com toque no ponto reflexo do timo 
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Os pontos que devem ser tocados estão na figura abaixo. 
 
 
15 - Efeitos do estresse sobre as glândulas 
 A sobrevivência de todas as espécies depende de sua capacidade fisiológica de 
se adaptar ao meio em que vive e se dirigir o tempo todo à homeostase. Esta capacidade 
está controlada pelo sistema neuro endócrino e pelo sistema nervoso autônomo. 
 As respostas ao stress estão moduladas por grandes circuitos no sistema límbico, 
hipotálamo e tronco cerebral e estas respostas dependem do tipo de estressor e da 
intensidade do estresse. O sistema límbico interage com a memória e recompensa, 
fazendo com que a resposta seja de acordo com experiências prévias e resultados 
pregressos. 
 Responder ao estresse é prioridade para todos os organismos. 
 Estresse pode ser definido como uma perturbação real ou antecipada da 
homeostase ou uma ameaça antecipada ao bem-estar. Geram estresse informações de 
todos os principais sistemas sensoriais (exemplo, informações interoceptivas, como 
volume de sangue e osmolaridade e/ou estímulos exteroceptivos, como o cheiro de um 
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predador) que são transmitidas para o cérebro, que recruta sistemas neurais e 
neuroendócrinos (efetores) com a finalidade de minimizar o risco para o animal. A 
resposta fisiológica ao estresse envolve um eficiente conjunto de sistemas interligados e 
visa manter a integridade fisiológica mesmo nas mais exigentes circunstâncias. 
 O eixo HHA cria condições de regeneração e realiza ajustes metabólicos 
maiores, que permitem que o organismo enfrente o agente agressor (Parsons e Marcer, 
2006). 
 Estas respostas foram denominadas síndrome geral da adaptação por Hans 
Selye. Já Chrousos e Gold propuseram que sob estresse algumas estruturas eram 
exigidas e outras inibidas. Ao nível central há reações fisiológicas para manter o 
organismo num estado de máxima atenção. Quimicamente há aumento da noradrenalina 
seguido da ativação do circuito simpático noradrenérgico. Associado a isto e com o 
objetivo de não levar o organismo à falência, há inibição de outros sistemas, como o 
imunológico, libido sexual, inflamatórios e a fome. Em casos extremos pode haver 
ativação do parassimpático para modular a ação simpática. 
 A resposta ao estresse leva o organismo à alostase, que é o contrário de 
homeostase. A alostase é necessária para a reação. 
 Diversos fatores podem levar ao estresse, como as alterações psicológicas, 
comportamentais, sociais, financeiras, do meio em que vive, virais, infecciosas, 
alimentares (incluindo intolerâncias), disbioses, eletromagnéticas, hipoglicemia, 
alterações de temperatura, atividades físicas, disfunções somáticas. 
 Estes fatores são cumulativos e o organismo vai variar no tempo em que 
consegue retomar a homeostase de acordo com o número de agentes estressores e 
intensidades dos estresses. Além disso, os indivíduos não têm a mesma capacidade de 
adaptação. 
 A resposta do organismo a um agente estressor se dá de duas formas: 1- resposta 
neurológica de luta ou fuga, controlada pelo sistema nervoso simpático e eixo simpático 
suprarrenal e 2- resposta química, controlada pelo cortisol mediada pelo eixo HHA. 
 A resposta ao stress se dá em 4 fases: 
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 Na fase 1 (reação de alarme), há reação do lute ou fuja, o hipotálamo estimula o 
sistema simpático, que estimula a medula da suprarrenal via hipófise. Há aumento da 
adrenalina, que gera aumento da energia, aumento da força muscular, aumento da 
frequência cardíaca e respiratória, aumento da pressão arterial, contração do baço e 
diminuição das funções digestivas. Há aumento das funções cognitivas e dos fenômenos 
de antecipação modulados pelo córtex pré frontal. O sistema límbico, via amígdala, 
decide se a resposta será mais reativa (cérebro reptiliano) ou mais racional (néo córtex). 
O córtex da suprarrenal libera aldosterona, cortisol e DHEA, que vão gerar aumento da 
glicemia sanguínea, aumento da oxigenação e respostas anti-inflamatórias. A tireoide é 
ativada para produção de ATP, o fígado aumenta o catabolismo de gordura e de 
glicogênio. São inibidos o crescimento e as funções sexuais e imunológicas. Há 
dilatação da pupila, sensação de garganta seca, boca seca e dor de cabeça. 
 Na fase 2 (recuperação), há baixa da adrenalina e do cortisol, a pessoa pode 
sentir cansaço, fadiga e o corpo pode passar por uma fase de aumento das funções 
glandulares. 
 Na fase 3 (resistência ou adaptação), há liberação da corticoliberina (atua na 
hipófise, liberando o ACTH, que vai liberar a aldosterona, que vai gerar retenção de 
água e sódio e cortisol, que vai diminuir inflamação, gerar glicogênese e catabolismo de 
proteínas; por outro lado vai inibir o DHEA, que diminui libido e baixa o nível de 
humor), somatocrinina (que age na adeno hipófise estimulando

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