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PROGRAMA: EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS PROJETO DE EXTENSÃO: A INFÂNCIA COMO PALCO DE DIREITOS RESUMO: Este projeto tem como objetivo a construção, por parte dos acadêmicos, de uma cartilha ou de um informativo dos cursos de bacharelado, licenciatura, formação pedagógica e segunda licenciatura, sobre direitos da criança brasileira impressos em documentos e/ou políticas públicas (passados ou vigentes). Tem-se, como fim, a aquisição e condensação de novos saberes, além da socialização de informações geradas. PALAVRAS-CHAVE: Cartilha. Informativo. Direitos humanos. Infância. Educação. Garantia de Direitos. Proteção. Cidadania. Políticas públicas. 1 INTRODUÇÃO A infância, desde meados do século XV e, mais fortemente, nos séculos XX e XXI tem ganhado contornos políticos, sociais e intelectuais para pensar e atuar sobre direitos e discutir a cidadania desta parcela da população. Os aspectos sociais e/ou políticos são vividos pelas crianças que também são afetadas por fenômenos como desigualdade social, violência, trabalho, acesso (ou não) à escola, entre outros. Por este ângulo, os direitos das crianças, como o estatuto de sujeito e de dignidade de pessoa, estão inscritos, em seus primórdios, na Declaração Universal dos Direitos da Criança, promulgada pela Organização das Nações Unidades (ONU) em 1959. Esta declaração apresenta dez princípios para os direitos das crianças, quais sejam: 1. A igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade. 2. A especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social. 3. A um nome e a uma nacionalidade. 4. A alimentação, moradia e assistência médica adequada para a criança e a mãe. 5. A educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente. 6. A amor e a compreensão por parte dos pais e da sociedade. 7. A educação gratuita e a lazer infantil. 8. A ser socorrida em primeiro lugar, em caso de catástrofes. 9. A ser protegida contra o abandono e a exploração no trabalho. 10. A crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos (FUNDAÇÃO ABRINQ, 2019 p.2). Anos depois, numa linha similar à Declaração de Direitos da Criança, houve divulgação da Convenção Internacional dos Direitos da Criança, em 1989, revelando-se como um marco para a história e a política da infância por considerar, pela primeira vez, que as crianças são dignas tanto de proteção como de participação social. Anterior a isto, vigorava-se nos planos políticos e sociais, a necessidade apenas de proteção, considerando as violências sofridas por essa população (ROSEMBERG, MARIANO, 2010). Num raciocínio correspondente, no cenário brasileiro, a Constituição Federal de 1988, promulga: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão” (Brasil, 1988, art. 227). Deste modo, desde a construção da constituição federal verificamos o dever do Estado, da família e da sociedade para garantir direitos a esta parcela da população. Dois anos depois, vigorado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), verificamos, novamente, o mesmo tom estabelecido pela Convenção Internacional dos direitos da Criança, qual seja: direito a proteção e direito à liberdade e à cidadania. Deste modo, através de diferentes documentos e estratégias que tomam tanto um caráter global como local, a luta pelos direitos das crianças ganha novas e expandidas fronteiras. Estes documentos internacionais e nacionais servem, entre outras coisas, para colocar em voga o direito das crianças independentemente de nacionalidade, cor, raça e classe social. Isto significa, por exemplo, que deve ser, primeiramente, garantida a dignidade humana em detrimento de qualquer outra característica social ou étnica que a criança tenha. Além disto, documentos internacionais ganham força numa escala global, com determinados preceitos e princípios que passam a valer, em forma de lei ou norma, em diversos países a fim de estabelecer maiores igualdades nas relações e nos acessos à cidadania de crianças de diversas camadas sociais. Desta maneira, todas as crianças podem ser consideradas como vulneráveis, estando em situação de risco, por exemplo “todas as crianças que estão hoje encontrando nas ruas uma alternativa de vida; aquelas que estão fora da escola ou tendo dificuldades de nela permanecer, aquelas oriundas das classes mais abastadas, mas que apresentam problemas, cometem infrações...” (RIZZINI et al, 1999, p.6). Neste sentido, algumas questões, como como desigualdade social, pobreza extrema, questões de acesso nas cidades. Para exemplificar, o relatório da Fundação Abrinq, “Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil”, divulgado em 2019, por exemplo, aponta para dados alarmantes onde se revela 47% das crianças até 14 anos vivem na linha da pobreza e mais de duzentas mil crianças fora da escola. Assim, temas como violência, crianças de rua, trabalho infantil, acesso à educação, direito à privacidade, e direito à brincadeira ganham força em estudos científicos, em políticas públicas e em leis que buscam, sobretudo, proteger a criança e, assim também garantir sua humanidade, como um cidadão que merece ser respeitado e ter determinados acessos que devem ser assegurados a toda população. Com este cenário, ideias sobre oportunidades possíveis e mais igualitárias para todas as crianças pode parecer distante da nossa realidade enquanto país e enquanto continente, considerando o histórico onde muitos dos direitos humanos são violados no sentido de desrespeitar culturas, valores, crenças e/ou costumes. Ainda assim, como uma sugestão para possíveis novos caminhos, podemos pensar sobre a formulação e desenvolvimento de novas atitudes que envolvam deslocar o foco de deficiência para potencialidade e, sobretudo, acreditar na criança como um sujeito de direito, de dignidade e de humanidade (RIZZINI et al, 1999). Nesse sentido a IES entende como prioridade o desenvolvimento de acadêmicos reflexivos, críticos e atuantes frente as demandas atuais impostas pelo período pandêmico, sendo imprescindível aos futuros profissionais que, ainda no processo de formação, tenham a oportunidade de desenvolver a capacidade de interpretar informações, e desenvolver ações que deem maior visibilidade aos fenômenos que causam impactos no cotidiano social e familiar que desencadearão uma sensibilidade coletiva e impulsionará a democratização das relações sociais. Considerando o tema aqui discutido, A Infância como Palco de Direitos, este projeto de extensão propõe a elaboração de um informativo ou uma cartilha pelo acadêmico. Para tanto, o acadêmico deverá ter em mente a área de concentração da disciplina de Estágio Curricular Obrigatório na qual estiver matriculado. 2 OBJETIVOS a) Objetivo geral: Elaborar um informativo ou uma cartilha sobre direitos das crianças abordando documentos ou políticas públicas (passados ou vigentes) em território nacional. b) Objetivos específicos: Apresentar histórico sobre direitos da criança; Apresentar políticas nacionais e/ou regionais voltadas o direito das crianças; Sintetizar o conteúdo em conclusões de algumas linhas; Compreender a importância das políticas para os direitos das crianças; Colaborar com a disseminação de conhecimento da área; Fomentar a capacidade de articulação de ideias sobre os direitos das crianças; Estimular a participação dos acadêmicos para formulação de conteúdos sintéticos einformativos. Fortalecer entre a comunidade acadêmica valores como humanidade, ética e cidadania; Fomentar a participação de acadêmicos como protagonistas no planejamento e avaliação das atividades extensionistas; Aplicar o conhecimento acadêmico para o benefício da comunidade. 3 JUSTIFICATIVA A UNIASSELVI possui uma política de extensão instituída e consolidada, que garante a promoção do processo educativo, tecnológico e cultural, que articulado com o ensino e a iniciação científica viabilizam uma interação transformadora entre a Instituição e a sociedade, conforme orienta o plano nacional de extensão. Associada à política de extensão, a Instituição também institucionalizou o Núcleo de Programas de Extensão –NUPEX –, com vasta experiência e atuação junto à comunidade acadêmica e à sociedade. Assim, as atividades de extensão permitem aos acadêmicos o aprofundamento acerca das teorias discutidas em sala e complementam a aprendizagem com a aplicação prática, inclusive de forma não presencial, dada sua experiência com o uso de meios e tecnologias de informação e comunicação, sobretudo nos cursos da modalidade EaD, além disso, divulga o conteúdo e a experiência aprendida à comunidade, prestando-lhe serviços e assistência, ao mesmo tempo que gera oportunidades de aperfeiçoamento e engrandecimento de saberes da própria sociedade. Esse intercâmbio favorece a revisão e a renovação dos conteúdos curriculares e ações da IES, orientando-a para o atendimento das comunidades onde está presente, nos vários municípios brasileiros, de norte a sul do país. Neste sentido, acredita-se que as atividades de extensão corroboram na formação de profissionais de nível superior especializado, na sua formação integral, objetivam o bem- estar e a valorização do ser humano, o desenvolvimento de competências, habilidades socioemocionais e técnicas, bem como sua aproximação com o futuro ambiente de trabalho e aplicação dos conhecimentos acadêmicos de forma concreta. Além disso, são essenciais para a efetiva interação da IES com as demandas da sociedade. Na contrapartida, a comunidade beneficia-se com as ações planejadas pela IES, ao tempo em que alimenta e incita a mudança nos currículos, tendo em vista que os acadêmicos, ao finalizarem as ações extensionistas, trazem consigo perspectivas que vão da satisfação à inquietude. 4 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS GERAIS O Acadêmico, devidamente matriculado na disciplina de estágio curricular obrigatório, deverá desenvolver um material informativo ou em formato de cartilha sobre “Infância como Palco de Direitos” utilizando, como base, documentos e/ou políticas públicas passadas ou vigentes em território nacional. Cada ação deverá ser desenvolvida individualmente por cada acadêmico, com a supervisão dos tutores, tende em vista que as informações devem ser socializadas, a partir de fontes bibliográficas seguras. Cada material desenvolvido será postado no sistema AVA, e será analisado e liberado pelos tutores antes de ser disponibilizado para acesso a comunidade. Esse material digital a ser desenvolvido precisa seguir as orientações previstas nos anexos: Template do informativo ou Template da cartilha. 5 RESULTADOS OU PRODUTOS ESPERADOS A elaboração do informativo ou cartilha deverá auxiliar: a disseminação dos direitos humanos e sociais no desenvolvimento da comunidade atendida nas instituições públicas, privadas e do terceiro setor, a fim de proporcionar a garantia dos direitos dos usuários dos programas e projetos sociais; na realização de atividades socioeducativas não presenciais, mediadas por tecnologias digitais de informação e comunicação, enquanto persistirem restrições sanitárias para presença de estudantes nos ambientes profissionais, garantindo ainda os demais dias letivos que previstos no decurso dos mínimos anuais/semestrais; na realização de atividades socioeducativas não presenciais, para que se evite o retrocesso de aprendizagem por parte dos estudantes e a perda do vínculo com as instituições públicas, privadas e do terceiro setor, o que pode levar à evasão e abandono. 6 RECURSOS FINANCEIROS, HUMANOS E FÍSICOS E EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS Como o projeto contempla a elaboração de um informativo ou cartilha, não haverá custos, sendo necessário apenas que o acadêmico tenha acesso a computador desktop ou notebook. 7 CRONOGRAMA DE 2020 Com relação ao cronograma, é importante destacar que as entregas seguirão as datas já publicadas no cronograma, na disciplina de Estágio Curricular Obrigatório no qual o aluno estiver matriculado. REFERÊNCIAS BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei Federal nº 8069/90 de 13/07/1990, Rio de Janeiro, 2003, Gráfica Digital ALERJ Convenção sobre os Direitos da Criança - Centro dos Direitos do Homem das Nações Unidas, publicação GE.94-15440 FUNDAÇÃO ABRINQ. Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2015. São Paulo: Abrinq, 2015 RIZZINI, Irene; BARKER, Gary; CASSANIGA, Neide. Políticas sociais em transformação: crianças e adolescentes na era dos direitos. Educ. rev., Curitiba , n. 15, p. , Dec. 1999. ROSEMBERG, Fúlvia. MARIANO, Carmem Lúcia Sussel. A Convenção Internacional Sobre Os Direitos da Criança: debates e tensões. Cadernos de Pesquisa. v.40, nº141, p.623-728, set/dez. 2010. SENADO FEDERAL. Constituição Federal de 1988. Brasília, DF, 1988.
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