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2020 06 15 APOSTILA PAPEL DO LEGISLATIVO - CÂMARA DOS DEPUTADOS

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André Corrêa de Sá Carneiro
PAPEL DO LEGISLATIVO
Papel do Legislativo
MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO, 3
MÓDULO 2 - CONCEITOS IMPORTANTES SOBRE NOSSO PAÍS, 4
Introdução, 4
República e Federação, 4
Estado democrático de direito, 4
Tipos de democracia, 5
MÓDULO 3 - PODER E PODERES, 5
Introdução, 5
Poder e poderes, 5
Separação dos poderes, 6
Funções típicas de cada poder, 6
Executivo, 6
Legislativo, 6
Judiciário, 7
Freios e contrapesos, 7
MÓDULO 4 – A NECESSIDADE DAS LEIS, 7
Introdução, 7
O homem é um animal social, 7
O objetivo das normas, 8
MÓDULO 5 - PODER LEGISLATIVO, 8
Introdução, 8
Organização, 9
Organização: um poder, duas casas, 9
Organização: Câmara dos Deputados, 9
Organização: Senado Federal, 10
Nossa escolha, 11
Atribuições, 11
MÓDULO 6 – A CÂMARA DOS DEPUTADOS,14
Introdução, 14
Órgãos da Câmara dos Deputados, 14
Formação das leis na Câmara dos Deputados, 15
MÓDULO 7 – VOCÊ E O PODER LEGISLATIVO, 16
Introdução, 16
Eleger seus representantes, 16
Responder a uma consulta direta, 17
Iniciativa popular e propostas aos representantes, 17
Participar de Fóruns Oficiais das Casas Legislativas, 17
Acompanhar o trabalho legislativo, 18
Participar efetivamente do Poder Legislativo, 18
SU
M
Á
RI
O
Papel do Legislativo
3
MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO
Diariamente, deparamo-nos com alguma situação em que a existên-
cia de regras é indispensável para que as coisas andem bem. Na en-
trada de um shopping: “proibido entrar sem camisa”, na convenção 
do condomínio: “animais domésticos devem ser transportados pelo 
elevador de serviço”, e assim por diante. E, mesmo que não concord-
emos com todas as regras e que nem mesmo tenhamos conhecimen-
to pleno delas, sabemos que elas existem para atender a um grupo 
de interessados que, usualmente, é a maioria.
A existência das regras assegura que os direitos e deveres sejam res-
peitados. Já a sua inexistência faz com que cada um de nós sustente 
práticas diferenciadas e alicerçadas tão-somente em sua própria con-
sciência, o que nem sempre é a conveniência da coletividade. Mas, e 
quando as relações sociais extrapolam a individualidade ou coletivi-
dades pequenas e envolvem todos os habitantes de um país? Essas 
regras recebem o nome de “lei” e precisam estar registradas, explicit-
adas, ser conhecidas, respeitadas. 
Por exemplo: por ocasião do planejamento da rede rodoviária no Bra-
sil, mais especificamente das estradas, como se decidiu que os carros 
deveriam andar do lado direito da pista? Na Inglaterra e em outros 
países, os carros andam pelo lado esquerdo!
//CURIOSIDADE
Por que na Inglaterra se dirige pela esquerda? Essa convenção de trânsito é seguida não apenas no Reino Unido 
(Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda), mas também em várias de suas ex-colônias - como Índia, Africa do 
Sul, Austrália e Nova Zelândia - e no Japão. Sua origem remonta à era medieval, quando a circulação a cavalo 
se dava pela esquerda para deixar a mão direita, a mesma que a maioria das pessoas usava para manusear a 
espada, livre em caso de luta. Para completar, em 1300, o papa Bonifácio VIII determinou que todos os peregri-
nos com destino a Roma deveriam se manter no lado esquerdo da estrada, para organizar o fluxo. 
(disponível em http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-na-inglaterra-se-dirige-pela-esquerda)
As leis são as regras de um país. Neste curso você 
vai ver o que o Poder Legislativo tem a ver com 
isso: você vai conhecer o papel do Legislativo e o 
processo de elaboração de leis, saber como esse 
processo lhe afeta e de que maneira você pode 
interferir para torná-lo melhor.
Primeiramente, é fundamental compreendermos 
que, embora o Poder Legislativo tenha outras 
atribuições além de legislar, essa é a ação que a 
sociedade vê como primordial em suas atividades. 
E que essa atribuição de legislar se fundamenta 
em duas áreas de conhecimento específicas: a 
técnica legislativa, que orienta como deve ser elab-
orada uma lei, seja em relação ao seu conteúdo 
ou à sua forma, e o processo legislativo, que é o 
conjunto de procedimentos a serem observados 
para a elaboração de um ato normativo, ou seja, 
uma lei.
Papel do Legislativo
4
Assim, para conhecermos o papel do legislativo, 
necessário se faz abordar aspectos do processo 
legislativo. E, para entendermos esse processo, 
em primeiro lugar, é indispensável falar um pouco 
sobre o nosso país, o Brasil, e sobre conceitos que 
são importantes para o estudo da temática.
Este curso divide-se nos seguintes módulos:
• Conceitos importantes sobre nosso país; 
• Poder e poderes; 
• A necessidade das leis; 
• Organização e atribuições do Poder Legisla-
tivo; 
• A Câmara dos Deputados; e 
• “Como você pode participar do Poder Legis-
lativo?”.
MÓDULO 2 - CONCEITOS IMPORTANTES SOBRE NOSSO PAÍS
Introdução
A Constituição Federal de 1988, nossa Lei Maior, 
diz, em seu primeiro artigo, que:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios 
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre ini-
ciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representantes eleitos 
ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Veremos agora o que é uma “República Federati-
va” e o que é um “Estado Democrático de Direito”.
República e Federação 
República é uma forma de governo que se opõe 
à monarquia (aquela dos reis, rainhas e impera-
dores) e tem sentido parecido com democracia, 
pois permite a participação popular no governo.
Para Rui Barbosa “república é a forma de governo 
em que além de existirem os três poderes consti-
tucionais, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, 
os dois primeiros derivam de eleição popular”.
Assim, temos os conceitos de:
• Eletividade, em que o governante é eleito 
pelo povo e não se permite a sucessão he-
reditária.
• Temporariedade, pois o governante possui 
um mandato, ou seja, certo período de tem-
po para governar.
• Responsabilidade, situação em que o gover-
nante é responsável politicamente e presta 
conta ao povo pelos seus atos de gestão.
Já a palavra “federativa” vem de “federação”, que 
significa uma união política entre estados que se 
associam sob um governo central, mas mantêm 
certa autonomia, como também vimos no art. 1º: 
“formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal”.
Então, o Brasil é uma República Federativa porque 
é um país composto por diversas entidades terri-
toriais autónomas que possuem governo próprio, 
no caso, os estados, os municípios e o Distrito 
Federal. Com isso, nossa federação é um pouco 
diferente de outros países, ela inclui também os 
municípios. 
Estado democrático de direito
O que quer dizer Estado Democrático de Direito? 
Para entender essa expressão, precisamos antes 
saber o que é democracia. Todos já ouvimos falar 
de democracia. Os políticos, por exemplo, gostam 
muito de falar sobre ela. Mas não são muitas pes-
soas que conhecem realmente qual o seu con-
ceito. Democracia é um regime de governo que 
reconhece o direito de cada um dos membros da 
comunidade de participar da direção e da gestão 
Papel do Legislativo
5
dos assuntos políticos de forma direta ou indire-
ta por meio de representantes. É o contrário do 
autoritarismo, no qual só manda quem está no 
poder.
No regime autoritário, predomina a vontade de 
uma única pessoa, um ditador, um comitê, um par-
tido, um grupo ou uma assembleia que age com 
opressão e violência, podendo até mesmo partir 
para a formação e manipulação da consciência so-
cial, interferindo até mesmo na forma como nós 
pensamos.
Nos regimes autoritários, vale aquele dito popular: 
“manda quem pode e obedece quem tem juízo!” 
Na democracia não é assim! Na democracia, a au-
toridade é do povo, como mostra a origem grega 
dessa palavra: “demos” significapovo e “kratos”, 
autoridade. Assim, diz-se que democracia é o: 
“governo do povo, para o povo, pelo povo”.
Tipos de democracia
Agora que sabemos que “Estado democrático de 
Direito” significa regido por leis que são fruto dos 
desejos populares e que buscam o bem estar do 
povo, veremos os tipos de democracia existentes.
Seria uma grande dificuldade reunir todos os inte-
grantes do Brasil para discutir assuntos de inter-
esse público. Isso acontecia na cidade de Atenas 
na Grécia Antiga, por exemplo. Naquela época, os 
cidadãos atenienses se reuniam em assembleia 
para resolver os assuntos mais importantes do 
governo da cidade. Era uma democracia direta, 
em que os próprios cidadãos se autogovernavam 
sem a necessidade de representantes.
Na democracia indireta ou representativa, os ci-
dadãos participam do governo por meio de rep-
resentantes eleitos pelo voto direto ou indireto. 
Na democracia indireta pode, também, ocorrer a 
democracia participativa ou semidireta quando os 
cidadãos são chamados a opinar de forma direta 
sobre questões importantes da vida nacional. No 
Brasil, nesse caso, o povo dá sua opinião direta-
mente por meio de instrumentos como plebiscito, 
referendo e iniciativa popular.
//CURIOSIDADE
A democracia representativa ou indireta é também con-
hecida como democracia possível, já que o povo concede 
um mandato ao político eleito para que ele atue no 
governo, decidindo no nome e no interesse daqueles que 
o elegeram.
MÓDULO 3 - PODER E PODERES
Introdução
Vistos alguns conceitos sobre Estado, agora ver-
emos o que é um “poder”, para, em seguida, con-
hecer qual a principal função de cada um dos fa-
mosos “Três Poderes”. Depois, saberemos como 
essa divisão se liga à preocupação antiga de ga-
rantir um estado democrático de direito.
Poder e poderes
Nossa Constituição Federal, logo no seu primeiro 
artigo diz que:
“Todo poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou direta-
mente nos termos desta Constituição”.
Esse poder de que nossa Lei Maior fala refere-se 
à soberania do nosso povo. Isso quer dizer que o 
povo brasileiro é o único que pode decidir sobre 
as grandes questões relacionadas ao País. Pode 
exercer esse poder de forma indireta, por meio de 
representantes eleitos, ou diretamente, por meio 
de referendo, plebiscito e inciativa popular. Logo 
no Art. 2º, a Constituição diz que “São poderes da 
União, independentes e harmônicos entre si, o 
Papel do Legislativo
6
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”
A palavra “poderes”, nesse artigo, tem um significado diferente. Trata-se dos três órgãos que exercem o 
poder na república: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Separação dos poderes
O objetivo de dividir os poderes vem da preocupação, desde a antiguidade, de se evitar a concentração 
do poder em uma só pessoa ou órgão. É uma forma de evitar o excesso e 
abuso de poder, que pode resultar em um regime autocrático, ditatorial, ar-
bitrário, no qual ocorre o desrespeito aos direitos fundamentais do homem.
Portanto, a separação dos poderes estatais em três (Legislativo, Executivo e 
Judiciário) serve para garantir o Estado Democrático de Direito.
O filósofo francês Charles de Montesquieu é considerado o pai da separação 
dos poderes. Ele propôs a criação de órgãos distintos e independentes uns 
dos outros para realizar determinadas atividades:
• produzir leis (Legislativo);
• executar, administrar, segundo as leis, para desenvolver a atividade do 
Estado (Executivo);
• e solucionar desentendimentos entre as pessoas e o Estado ou entre as próprias pessoas (Judi-
ciário).
Funções típicas de cada poder
Executivo
As principais funções desse poder são governar e 
administrar os recursos públicos conforme a lei. 
Quem representa esse poder são o Presidente da 
República, os Governadores e os prefeitos.
Legislativo
As principais funções desse poder são propor e 
votar leis, apreciar matérias apresentadas pelos 
outros poderes e pela população, fiscalizar as 
ações do Executivo, votar orçamentos públicos e 
examinar as contas públicas.
Quem representa esse poder são os deputados e 
senadores.
Papel do Legislativo
7
Judiciário
As principais funções desse poder são garantir o direito das pessoas e promover a justiça, aplicando as 
leis.
Quem representa esse poder são os juízes e os Ministros de Tribunais Superiores.
Freios e contrapesos
A Teoria da Separação dos Poderes, contribuição de Montesquieu, definiu que cada órgão dos três 
poderes desempenha uma função diferente. Estabeleceu-se assim a independência dos poderes e, ao 
mesmo tempo, o relacionamento das suas atividades. Esse sistema chamado de freios e contrapesos 
permite o controle de um poder sobre o outro, de forma a evitar o excesso por parte do governante em 
relação aos membros da sociedade.
E como os poderes podem controlar uns aos outros para evitar abusos, como defende a teoria dos frei-
os e contrapesos?
Bem, a Constituição Federal dá a cada poder mecanismos para controlar 
os outros dois. Por exemplo, tanto o Executivo como o Judiciário podem 
controlar a constitucionalidade das leis feitas pelo Legislativo, ou seja, ver-
ificar se as leis estão adequadas com os princípios existentes em nossa 
Lei Maior, a Constituição. Assim, o Presidente da república pode vetar os 
projetos de lei que ele considere inconstitucionais e o Judiciário pode con-
siderar inconstitucionais leis ou parte delas.
MÓDULO 4 – A NECESSIDADE DAS LEIS
Introdução
Bom, vimos rapidamente a função de cada poder. 
Agora entrarmos no tema principal do nosso cur-
so: o Poder Legislativo.
Apesar de o Legislativo ter outras funções, a de 
criar e alterar leis é vista pela sociedade como pri-
mordial desse poder. Por que as leis são tão im-
portantes?
O homem é um animal social
É comum ouvirmos que o homem é um animal 
social. Realmente, o ser humano não vive isolado, 
mas em contato com seus semelhantes. A vida em 
sociedade faz parte da natureza humana e per-
mite que os homens somem esforços e superem 
suas limitações e dificuldades.
Mas viver em grupo tem seu preço, afinal, não 
podemos fazer tudo o que queremos. Essa ideia 
está na expressa na frase: “o seu direito termina 
quando começa o direito do outro”. Isso porque, 
para vivermos em sociedade, é preciso respeit-
ar algumas regras de conduta estabelecidas em 
benefício do interesse geral. Seria uma bagunça 
se todos pudessem fazer o que quisessem sem 
se importar com os outros. Se, por exemplo, um 
vizinho pudesse pegar um objeto de outro e ficar 
com ele, sem pedir autorização. Ainda bem que 
existem leis como a que diz que pegar um objeto 
de outro sem autorização é furto, e que a pessoa 
Papel do Legislativo
8
que faz isso está sujeita a uma pena imposta pelo Estado.
É por isso que, se não existissem normas para a vida em sociedade, regras 
de convivência, poderiam surgir conflitos que tornariam impossível a vida 
em comum.
O objetivo das normas
O homem sempre buscou disciplinar a vida em sociedade, estabelecendo 
o que é proibido e o que é permitido. Isso porque, conforme vimos, para que seja possível a vida em 
comum, é preciso colocar alguns limites para as ações das pessoas e garantir certos direitos também. O 
objetivo das normas é garantir as condições necessárias para a vida em comunidade, permitir o desen-
volvimento individual e o coletivo e possibilitar o alcance das necessidades materiais.
//CURIOSIDADE
Você sabia que desde os primórdios da humanidade o homem cria leis com a intenção de 
direcionar a conduta das pessoas? O Código de Hamurabi é um dos mais antigos conjuntos 
de leis já encontrados. Estima-se que tenha sido compilado pelo rei do império babilônico, 
Hamurabi, em torno de 1700 a.C. Trata-se de um monumento monolítico talhado em rocha 
em escrita
MÓDULO 5 - PODER LEGISLATIVO
Introdução
As nossas leis são nada mais do que regras e normas, e a necessidade 
delas fica clara em simples atos de nossa vida cotidiana, como no trânsito. 
Mas dificilmente paramos para pensarna importância das leis, em como 
elas influenciam nossa forma de agir e pensar, em como elas são feitas e 
por quem são produzidas.
O Poder Legislativo é o responsável por produzir as leis que irão orientar 
nossa sociedade com o objetivo disciplinar a vida em comum.
Além disso, cabe ao Poder Legislativo representar o povo brasileiro, fis-
calizar, além de sediar os debates de interesse nacional. Vamos conhecer 
um pouco mais sobre esse Poder.
Papel do Legislativo
9
Organização
O Poder Legislativo possui âmbito federal, estadual (ou distrital) e municipal. O Legislativo Federal é com-
posto pela Câmara dos Deputados e Senado Federal. Nos Estados, o órgão responsável por legislar é 
chamado de Assembleia Legislativa, no Distrito Federal, de Câmara Legislativa ou Câmara Distrital e nos 
municípios, Câmara Municipal ou Câmara de Vereadores.
Observe o quadro abaixo:
Organização: um poder, duas casas
O Poder Legislativo Federal é bicameral, ou seja, é composto por duas Câmaras, duas Casas: a Câmara 
dos Deputados e o Senado Federal. Nos estados, no Distrito Federal e nos municípios, o Poder Legislati-
vo é unicameral com apenas um órgão responsável por fazer as leis.
No sistema bicameral, adotado pelo Brasil no âmbito Federal, uma das Casas Legislativas inicia o pro-
cesso legislativo e a outra o revisa. Assim, as duas casas devem se manifestar sobre a elaboração das 
leis, com raras exceções. O objetivo desse sistema é fazer com que as leis sejam mais debatidas e evitar 
excessos e decisões precipitadas na produção das leis, seguindo a ideia do sistema de freios e contrape-
sos.
Organização: Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados é composta de representantes do povo brasileiro, o que quer dizer que os 
deputados são eleitos para manifestarem a vontade do povo.
A Constituição afirma que todo poder emana do povo que o exerce de forma direta ou por meio de seus 
representantes. Então, os deputados federais são os representantes do povo. Eles são escolhidos pelos 
Papel do Legislativo
10
eleitores por meio do sistema proporcional, que 
define o número de deputados de forma propor-
cional à população de cada estado e do Distrito 
Federal.
O mandato do deputado federal é de quatro 
anos. Esse período é chamado de legis-
latura. Depois de quatro anos, os 
deputados finalizam seu mandatos e 
podem iniciar outro apenas se forem 
reeleitos. A idade mínima para se 
candidatar a deputado federal é 
de 21 anos.
De acordo com a nossa Consti-
tuição, o número de deputados 
federais é proporcional à população 
de cada estado e do Distrito Federal. Já que são 
representantes do povo, quanto mais pessoas viv-
erem no estado ou Distrito Federal, mais deputa-
dos serão necessários para representá-las.
Cada unidade da federação tem entre oito a seten-
ta deputados federais dependendo do número de 
habitantes. Se forem criados territórios federais, 
cada um terá um número fixo de quatro deputa-
dos.
Atualmente, a Câmara conta com 513 deputados.
Organização: Senado Federal
O Senado Federal é composto por representantes 
dos Estados e do Distrito Federal. Em uma feder-
ação, cada estado tem a mesma importância de 
outro. É por isso que, ao contrário da Câmara, que 
representa o povo, o Senado possui um número 
fixo de três senadores para cada unidade da Fed-
eração, totalizando 81 senadores no Brasil.
O mandato de senador é de oito anos, ou seja, de 
duas legislaturas. A renovação do Senado ocorre a 
cada quatro anos (legislatura) quando são renova-
dos, de forma alternada, um terço e dois terços 
dos senadores. Também há a possibilidade da 
reeleição. A idade mínima que um candidato ao 
Senado precisa ter é 35 anos.
Outra diferença nas eleições é que os deputados 
são eleitos pelo sistema proporcional, enquanto 
os senadores são pelo majoritário, ou seja, são 
eleitos os mais votados numericamente.
Organização: as diferentes tarefas
Tanto a Câmara dos Deputados como o Senado 
Federal tem a missão de legislar e fiscalizar. Mas 
eles também têm tarefas diferentes.
É de responsabilidade da Câmara iniciar a 
apreciação de projetos de lei de iniciativa do 
Poder Executivo, do Judiciário e do Ministério 
Público, e, dar a última palavra sobre o texto 
final. O Senado Federal, entre outras atribuições, 
aprova a escolha de diversas autoridades, como 
o Procurador da República, presidente e diretores 
do Banco Central, chefes de missões diplomáticas 
de caráter permanente. Além disso, o Senado 
Papel do Legislativo
11
trata de diversas questões financeiras.
Já o Congresso Nacional (Câmara e Senado juntos) também se reúne em sessões conjuntas para, entre 
outras atividades, tomar conhecimento do veto do Presidente da República a projetos de lei e decidir 
sobre ele, fazer emendas à Constituição, discutir e votar projetos de lei relacionados ao Orçamento e dar 
posse ao Presidente e Vice-Presidente da República.
Nossa escolha
É importante lembrar que todos os deputados, senadores e vereadores são escolhidos por nós, ele-
itores. Dessa forma, a qualidade dos nossos representantes e de seus trabalhos está em nossas mãos! 
Daí a importância de escolhermos bem em quem votar e de acompanharmos de perto sua atuação!
Atribuições
Em primeiro lugar, a função primordial do Poder Legislativo é legislar, ou seja, fazer as leis que irão ori-
entar a vida em sociedade.
//CURIOSIDADE
O analfabeto político
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do 
remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior 
de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e 
multinacionais.
Bertold Brecht 
Pensador alemão
Eugen Berthold Friedrich Brecht (Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898 — Berlim, 14 de Agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e 
encenador alemão do século XX
A criação de uma nova lei ou a alteração de uma já existente parte da necessidade de regulamentar algo 
relacionado à educação, saúde, meio ambiente, transporte, trabalho, esporte, economia, turismo etc., ou 
seja, algo que diz respeito à vida em sociedade.
Depois é preciso pensar em como resolver o problema ou atender à necessidade que foi identificada. 
Em seguida, um deputado ou senador, ou mesmo a população por meio da iniciativa popular precisa 
apresentar um projeto de lei para atender àquela demanda.
O que é um projeto de lei? Projeto de lei consiste em um texto, uma proposta escrita e articulada na for-
ma de artigos, a ser submetida à apreciação do Poder Legislativo com o objetivo de que se torne uma lei.
Para que esse projeto seja debatido e possa virar realmente uma lei existe um caminho a ser trilhado. 
Esse caminho se chama “processo legislativo”.
Papel do Legislativo
12
Atribuições: legislar
Para se fazerem leis, existem regras que se encon-
tram em nossa Lei Maior, a Constituição, em Leis 
Complementares à Constituição e também em 
“leis” chamadas de “regimentos internos”, estatu-
tos que definem a organização da Casas Legislati-
vas e de seus trabalhos. Assim, da mesma forma 
que para se fazer um pão existe uma receita que 
diz quais são os ingredientes necessários e os pas-
sos a serem seguidos, para se fazerem leis existem 
regras que descrevem o que é preciso e quais são 
as fases existentes para se cumprir tal objetivo. 
Essa sucessão de atos realizados para a produção 
de leis é chamado de processo legislativo.
Em um sistema bicameral, como é o caso do Bra-
sil, os projetos de lei devem ser apreciados pelas 
duas Casas Legislativas: Câmara dos Deputados e 
Senado Federal.
Em seguida, os projetos são enviados ao Presiden-
te da República, que poderá sancionar, ou seja, 
concordar com o projeto, ou vetá-lo, casonão 
concorde. Nesse último caso, o Congresso, ainda 
assim, tem a possibilidade de derrubar o veto e 
fazer o projeto continuar seu caminho para se tor-
nar uma lei!
Um ponto importante é que as Casas Legislativas 
não são fábricas de leis no sentido de que quanto 
mais produzem melhor.
A produção legislativa não pode ser medida pelo 
número de leis aprovadas, mas sim pela qualidade 
dos debates sobre cada tema de interesse da so-
ciedade. Assim, é melhor que existam poucas leis 
bem elaboradas e estruturadas a muitas leis que 
dão margem a diversas interpretações ou não são 
seguidas porque não refletem as expectativas da 
sociedade. Nem sempre a criação de uma lei é o 
melhor a se fazer.
Muitas vezes, por meio de debates que ocorrem 
no Congresso Nacional, a conclusão é de que uma 
determinada lei, naquele momento, traria mais 
prejuízos do que benefícios para a sociedade. E 
então, o projeto é arquivado. Alguns desses proje-
tos voltam a ser discutidos anos depois e podem 
até, nesse novo momento, virar uma lei!
Atribuições: fiscalizar
Outra responsabilidade do Poder Legislativo é a 
de fiscalizar.
É uma função muito importante para nosso País. 
Afinal, é preciso sempre verificar se o dinheiro 
fruto do pagamento de impostos pela população 
está sendo bem empregado e gerando benefícios 
para a coletividade, como saúde, educação, limpe-
za urbana e transporte coletivo de qualidade.
O Legislativo exerce a sua função fiscalizadora 
de várias formas, principalmente, por meio das 
Comissões. Acontece da seguinte maneira: no 
Papel do Legislativo
13
Congresso Nacional existe a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, que exam-
ina e emite parecer sobre as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República.
Na Câmara dos Deputados temos a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, além das outras 
Comissões que, por meio de Proposta de Fiscalização e Controle, podem fiscalizar todas as instituições 
que utilizam dinheiro público.
As Casas legislativas contam ainda com o auxílio dos Tribunais de Contas para exercerem essa tarefa tão 
importante.
As Comissões Parlamentares de Inquérito, as famosas “CPIs”, têm poder de investigação própria de au-
toridades judiciais e têm como objetivo apurar fatos específicos por um prazo determinado.
Atribuições: sediar os debates nacionais
Por último, cabe ao Legislativo sediar os debates nacionais. As audiências públicas que ocorrem nas 
Comissões e a Comissão Geral que acontece no Plenário da Câmara têm o objetivo de trazerem espe-
cialistas para discutir determinado assunto ou matéria de importância nacional. 
Talvez seja essa a função mais importante do Poder Legislativo, lembrando que a produção legislativa 
não deve ser medida pela quantidade de leis aprovadas e sim pela qualidade dos debates sobre cada 
tema de interesse da sociedade. 
Todo ano, ocorrem centenas de audiências públicas nas Comissões do Congresso Nacional com o obje-
tivo de discutir e debater temas de interesse de nossa sociedade e de nosso País. 
 
Papel do Legislativo
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MÓDULO 6 – A CÂMARA DOS DEPUTADOS
Introdução
A Câmara dos Deputados tem como papel ser a representante do povo brasileiro, buscando alcançar as 
necessidades da sociedade por meio da discussão e votação de propostas sobre questões econômicas 
e sociais, como saúde, transporte, educação, habitação, meio ambiente, entre outras. Além disso, sem 
se esquecer de fiscalizar o correto emprego dos recursos arrecadados da população com o pagamento 
de impostos.
Órgãos da Câmara dos Deputados
Agora vamos conhecer a estrutura dos órgãos políticos da Câmara dos Deputados. Há três órgãos prin-
cipais: o Plenário, a Mesa Diretora e as Comissões.
No espaço chamado “Plenário Ulisses Guimarães”, bem abaixo da famosa cúpula da Câmara, reúnem-se 
os 513 deputados para discutir e votar as proposições em tramitação. Tais reuniões são chamadas “ses-
sões”. A reunião de todos os deputados constitui-se em um órgão também chamado de “Plenário” e é a 
instância de maior poder dentro da Câmara.
A Mesa Diretora é formada por sete deputados com um mandato de dois anos e tem a função de dirigir 
os trabalhos legislativos e os serviços administrativos da Casa. É composta pelo Presidente da Câmara, 
dois Vice-Presidentes e quatro Secretários.
Já as Comissões são órgãos compostos por deputados onde as proposições são discutidas e votadas. 
Cada comissão trata de temas específicos como Defesa do Consumidor e Cultura e essa divisão permite 
o aprofundamento do estudo das matérias.
As Comissões podem ser permanentes ou temporárias.
Papel do Legislativo
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//CURIOSIDADE
Na Câmara dos Deputados, existem Comissões permanentes com diferentes áreas de atuação e campos temáticos, 
que são:
Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural - CAPADR 
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática - CCTCI 
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania - CCJC 
Comissão de Cultura - CCULT 
Comissão de Defesa do Consumidor - CDC 
Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio - CDEIC 
Comissão de Desenvolvimento Urbano - CDU 
Comissão de Direitos Humanos e Minorias - CDHM 
Comissão de Educação - CE 
Comissão de Finanças e Tributação - CFT 
Comissão de Fiscalização Financeira e Controle - CFFC 
Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia - CINDRA 
Comissão de Legislação Participativa - CLP 
Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - CMADS 
Comissão de Minas e Energia - CME 
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional - CREDN 
Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado - CSPCCO 
Comissão de Seguridade Social e Família - CSSF 
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público - CTASP 
Comissão de Turismo e Desporto - CTD 
Comissão de Viação e Transportes - CVT
Formação das leis na Câmara dos 
Deputados
Já vimos que o Processo Legislativo é uma espécie 
de receita de como as leis são elaboradas. Então, 
agora vamos conhecer como ocorre o processo 
de elaboração das leis na Câmara dos Deputados 
com mais detalhes.
Depois que um projeto de lei é apresentado, ele 
é numerado e despachado pelo Presidente da 
Câmara para as Comissões parlamentares rela-
cionadas à matéria. Se aprovado nas Comissões 
permanentes quanto ao mérito da matéria, segue 
para a Comissão de Constituição e Justiça e de Ci-
dadania para análise da constitucionalidade.
E ainda, se for o caso, passa pela comissão que tra-
ta da questão financeira e orçamentária (Comissão 
de Finanças e Tributação).
Como você já sabe, as Comissões são órgãos for-
mados por um grupo de parlamentares de deter-
minada Casa Legislativa e nelas são discutidas e 
votadas matérias sobre ao seu campo de atuação, 
como saúde, educação, turismo, segurança públi-
ca. As Comissões permitem que um tema seja 
debatido com mais profundidade e a apreciação 
da matéria seja mais rápida – já que a comissão 
é composta de um número menor de parlamen-
tares do que o Plenário da Casa Legislativa a que 
pertencem. Além disso, há parlamentares espe-
cializados em determinados assuntos, que po-
dem, então, se encontrar para discutir e votar as 
matérias que tratam dos temas de cada uma das 
Comissões.
A nossa Lei Maior, a Constituição, permite a 
aprovação de alguns projetos de lei somente pe-
las Comissões, sem a necessidade de passar pelo 
Plenário da Casa. É o que chamamos de poder 
conclusivo das Comissões e tem o objetivo de 
deixar o processo legislativo mais ágil e aumentar 
Papel do Legislativo
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o prestígio das Comissões Permanentes.
Por isso, a presença de poucos deputados em 
plenário não significa que nada está ocorrendo 
na Câmara dos Deputados. Isso porque, enquan-
to alguns deputados debatem ou discursam em 
Plenário, outros estão decidindo e discutindo so-
bre questões importantes nas Comissões.
Depois que o projeto de lei é apreciado em to-
das as Comissões, caso não possa ser deliberado 
somente pelas Comissões via poderconclusivo, 
o projeto é encaminhado ao Plenário para que 
seja discutido e votado por todos os membros da 
Câmara.
Uma vez aprovado na Casa, o projeto é remetido 
ao Senado Federal, para que seja também lá apre-
ciado, ou ao Presidente da República (para sanção 
ou veto), caso já tenha vindo do Senado. Se, por 
sua vez, o projeto é rejeitado, é encaminhado ao 
arquivo.
MÓDULO 7 – VOCÊ E O PODER 
LEGISLATIVO
Introdução
Sabemos que os deputados trabalham no Plenário 
e nas Comissões, mas poucos sabem que eles têm 
outra atribuição longe do Congresso Nacional: es-
tar próximo de seus eleitores, ouvir suas deman-
das e observar as necessidades do povo que eles 
representam! Visando isso, cada deputado tem 
um escritório em seu estado de origem para re-
ceber a população em alguns dias da semana, a 
fim de identificar as expectativas e desejos de seus 
eleitores.
Somos nós, eleitores, que escolhemos quem irá 
nos representar, seja no Legislativo, seja no Ex-
ecutivo. No entanto, além de votar de forma con-
sciente, nossa missão continua com controle da 
atuação dos nossos representantes, observando 
como eles se comportam em relação às grandes 
questões que afligem a sociedade, exigindo deles 
o cumprimento das promessas de campanha e 
cobrando ações que tragam benefícios para a co-
letividade e para o nosso País.
Tudo isso pode e deve ser feito como forma de 
mostrar aos políticos que a sociedade está acom-
panhando o desempenho de seus trabalhos como 
representantes do povo brasileiro!
O cidadão deve procurar o seu deputado, no seu 
estado mesmo, para tratar de assuntos que afe-
tem sua cidade, seu estado ou o nosso País. Ver-
emos, ainda neste curso, como participar mais do 
trabalho legislativo.
Eleger seus representantes
O voto é, provavelmente, a primeira coisa que nos 
vem à mente quando pensamos em participação. 
Nós cidadãos, eleitores, temos uma importante 
missão a ser desempenhada que, se formos parar 
para pensar, é decisiva para o futuro de nossa 
nação e traz consequências para todos os que 
nos cercam: nossos parentes, amigos, colegas de 
trabalho, vizinhos e, principalmente, para nossos 
filhos, netos, bis-
netos.
Então temos o 
poder de escolher 
os representantes 
que irão gover-
nar o nosso país, 
decidir sobre os 
gastos do Estado 
e fazer as leis que 
regulam a vida em 
sociedade. Assim, 
Papel do Legislativo
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lembre-se que está em nossas mãos o poder de decidir quem vai nos representar e, votando com con-
sciência e bem informados, podemos evitar que maus políticos tomem as grandes decisões por nós. 
Responder a uma consulta direta
O Poder Legislativo pode solicitar a realização de uma consulta direta ao povo 
para saber qual é a sua opinião sobre determinada questão de relevância 
nacional. Na prática, é uma espécie de eleição em que os cidadãos “votam” na 
opção que reflete a sua opinião. Isso ocorre por meio de Plebiscito quando 
a consulta é feita antes que determinada medida ou ação seja tomada pelo 
governo. O Referendo acontece quando o governo toma uma decisão e de-
pois submete tal decisão à apreciação do povo, que pode aprova-la, ou seja, 
referendá-la, ou rejeitar a medida. 
Assim, em 2005 a população foi consultada em um 
referendo sobre a proibição do comércio de ar-
mas de fogo e munição no Brasil, atendimento 
ao disposto na Lei nº 10.826/2003.
Iniciativa popular e propostas aos 
representantes
A Constituição dá ao povo a possibilidade de 
apresentar ao Poder Legislativo, por meio de um 
abaixo-assinado, um projeto de lei. Para isso, um 
número mínimo de eleitores precisa apoiar essa 
iniciativa. Dessa forma, se um grande número de 
eleitores entende que a criação de uma determi-
nada lei é necessária e apresenta um projeto de lei 
por meio da iniciativa popular, o Legislativo tem o 
dever de apreciar essa matéria, que é resultado da 
vontade dos cidadãos.
O voto não é o único vínculo que o cidadão tem 
com os deputados! Depois de eleito, o deputado 
é representante dos cidadãos, mesmo de quem 
não tenha votado nele. Se o cidadão ou uma asso-
ciação da qual ele participa tem ideia de algo que 
possa ser feito e que depende de legislação para 
isso, o cidadão ou a associação pode acionar seu 
representante. Ele é um representante legítimo 
para alterar ou propor uma nova lei. Por isso, o ci-
dadão pode entrar em contato com ele ou com as 
pessoas que o assessoram por meio de telefone, 
correio eletrônico ou pessoalmente – e no caso 
dos deputados federais, nos gabinetes em Brasília 
ou nos escritórios que cada deputado tem em seu 
Estado.
O cidadão pode recorrer ao deputado sozinho ou 
coletivamente, por meio de um sindicato, órgão de 
classe, ONG etc. Além disso, é importante lembrar 
que há deputados que se “especializam” em de-
terminados temas e assim, independente de qual 
Estado o tenha eleito, será o mais indicado para 
tratar da questão. 
Participar de Fóruns Oficiais das 
Casas Legislativas
Há fóruns oficiais para debater e propor sugestões 
para o aperfeiçoamento da legislação já existente 
ou para elaboração de novas normas segundo 
divisões por temas. Pelo site Câmara dos Depu-
tados, qualquer cidadão pode se inscrever no E 
- democracia. Na Câmara e em outras casas legis-
lativas, também existem Comissões de Legislação 
Participativa, que recebem sugestões de projetos 
de lei e de outras proposições de entidades da 
sociedade civil organizada (ONGs; Associações e 
Órgãos de Classe; Entidades da Sociedade Civil, 
exceto Partidos Políticos; Órgãos e Entidades de 
Administração Direta e Indireta com participação 
paritária da sociedade civil).
Papel do Legislativo
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Assim, até mesmo uma associação de moradores 
de um bairro pode apresentar uma sugestão que, 
posteriormente, pode virar uma lei.
Temos como exemplo a primeira sugestão apre-
sentada à Comissão de Legislação Participativa da 
Câmara, pela Associação dos Juízes Federais do 
Brasil, que trata da informatização do processo ju-
dicial, transformou-se na Lei 11.419, de 2006.
Acompanhar o trabalho legislativo
O cidadão pode acompanhar os trabalhos legisla-
tivos pelos endereços eletrônicos das Casas Leg-
islativas e saber quais temas estão em discussão, 
quais as decisões estão sendo tomadas. Na 
Câmara dos Deputados, ele pode, por exemplo, 
assistir a todas as reuniões, votações e audiências 
públicas ocorridas em plenário ou nas Comissões. 
Os cidadãos podem fazer isso pessoalmente e 
também pela internet, rádios e TVs legislativas.
Além disso, o site da Câmara dos Deputados per-
mite que a pessoa se cadastre para receber um 
boletim sobre a atuação do deputado de seu in-
teresse e fazer pesquisas sobre temas que você 
escolher. O Legislativo existe para servir à popu-
lação e é por isso que sua atuação é pública e está 
disponível ao cidadão!
Participar efetivamente do Poder 
Legislativo
Lembre-se de que uma das funções do legislativo 
é a de fiscalizar, tarefa que é exercida com aux-
ílio dos Tribunais de Contas e por meio das CPIs 
- Comissões Parlamentares de Inquérito.
Por isso, se o cidadão identifica uma irregulari-
dade, ele pode acionar a sua casa legislativa mu-
nicipal, estadual ou federal e fazer uma denúncia.
A denúncia pode ser inclusive a respeito da atu-
ação dos próprios deputados. O cidadão deve fi-
car de olho e apontar o que vê de errado!
Para quem tem vontade de fazer algo pela sua 
cidade, estado ou pelo Brasil como um todo, se 
tornar um representante é um bom caminho! Por 
meio da atuação legislativa, um parlamentar pode 
apontar e decidir sobre questões relevantes para 
a sociedade. O primeiro passo é buscar um parti-
do político com o qual a pessoa se identifique.
É importante disseminar conhecimento sobre o 
Poder Legislativo, compartilhar o que se conhece 
sobre a atuação do legislativo e as formas de 
acompanhamento e participação. Cidadãos infor-
mados, críticos e participativos fortalecem nossa 
democracia!
Papel do Legislativo
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Chegamos ao final do curso. Pudemos perceber que o Poder Legislativo tem um importantepapel para 
a nossa democracia, fiscalizando, elaborando nossas leis e sediando os debates de relevância para o 
Brasil.
Mas, além disso, a atuação do cidadão também é muito importante!
Escolhendo bem e acompanhando a atuação dos nossos representantes podemos dar nossa con-
tribuição para todos os que nos rodeiam e para as nossas futuras gerações. Por isso, devemos continuar 
buscando conhecimento sobre o nosso país e o nosso sistema político!
//SAIBA MAIS
Veja a partir de que idade você pode concorrer às vagas de representante
Unidade da Federação Casa legislativa Membro Idade mínima
União Câmara dos Deputados Deputado Federal 21
Senado Federal Senador da República 35
Estados Assembleia Legislativa Deputado Estadual 21
Distrito Federal Câmara Distrital Deputado Distrital 21
Municípios Câmara Municipal Vereador 18
Conteúdo: André Corrêa de Sá Carneiro
Planejamento Educacional: Thais da Costa Picchi
Adequação de conteúdo: Lúcio José Carlos Batista - Seead
Revisão textual: Natália Oliveira - Seead
Imagens: Aldo Faiad – Nuead
	MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO
	MÓDULO 2 - CONCEITOS IMPORTANTES SOBRE NOSSO PAÍS
	Introdução
	República e Federação
	Estado democrático de direito
	Tipos de democracia
	MÓDULO 3 - PODER E PODERES
	Introdução
	Poder e poderes
	Separação dos poderes
	Funções típicas de cada poder
	Executivo
	Legislativo
	Judiciário
	Freios e contrapesos
	MÓDULO 4 – A NECESSIDADE DAS LEIS
	Introdução
	O homem é um animal social
	O objetivo das normas
	MÓDULO 5 - PODER LEGISLATIVO
	Introdução
	Organização
	Organização: um poder, duas casas
	Organização: Câmara dos Deputados
	Organização: Senado Federal
	Nossa escolha
	Atribuições
	Atribuições: legislar
	Atribuições: fiscalizar
	Atribuições: sediar os debates nacionais
	MÓDULO 6 – A CÂMARA DOS DEPUTADOS
	Introdução
	Órgãos da Câmara dos Deputados
	Formação das leis na Câmara dosDeputados
	MÓDULO 7 – VOCÊ E O PODER LEGISLATIVO
	Introdução
	Responder a uma consulta direta
	Iniciativa popular e propostas aos representantes
	Participar de Fóruns Oficiais das Casas Legislativas
	Acompanhar o trabalho legislativo
	Participar efetivamente do Poder Legislativo

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