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Volume 1 Capítulo 7 Derivadas 1. Seja 2( ) =f x x . a) Determine a declividade das retas secantes ao gráfico de f nos seguintes pontos: i) (1, 1) e (1,5, f (1,5)) ii) (1, 1) e (1,2, f (1,2)) iii) (1, 1) e (1,05, f (1,05)) iv) (1, 1) e (1,005, f (1,005)) v) (1, 1) e (1,001, f (1,001)) b) Calcule (1)f ′ pela definição. c) Estabeleça uma relação com os resultados obtidos nos itens (a) e (b). Solução a) Sejam 2 2 3 4, , ,s S s s e 5s as retas tangentes ao gráfico de f nos pontos (1, 1) e (1,5, f (1,5)), (1,1) e (1, 2, (1, 2))f , (1, 1) e (1,05, (1,05))f , (1, 1) e (1,005, (1,005))f e (1, 1) e (1,001, (1,001))f , respectivamente. Então, se mi denota a declividade das retas si, = 1, , 5,i temos que 2 1 (1,5) 1 (1,5) 1 2,25 1 1,25= = = = = 2,5; 1,5 1 0,5 0,5 0,5 fm − − − − 2 2 (1, 2) 1 (1,2) 1 1,44 1 0,44= = = = = 2,2; 1,2 1 0,2 0,2 0,2 fm − − − − 2 3 (1,05) 1 (1,05) 1 1,1025 1 0,1025= = = = = 2,05; 1,05 1 0,05 0,05 0,05 fm − − − − 2 4 (1,005) 1 (1,005) 1 1,010025 1 0,010025= = = = = 2,005; 1,005 1 0,005 0,005 0,005 fm − − − − 2 5 (1,001) 1 (1,001) 1 1,002001 1 0,002001= = = = = 2,001. 1,001 1 0,001 0,001 0,001 fm − − − − Problemas e Desafios PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 1 17/07/2018 15:33:51 2 Problemas e Desafios b) Segue da definição que 2 1 1 ( ) (1) 1(1) = lim = lim 1 1x x f x f xf x x→ → − −′ − − 1 1 ( 1)( 1)= lim = lim( 1) 1x x x x x x→ → + − + − = 2. (1) c) Sabemos que (1)f ′ nos fornece a declividade da reta tangente ao gráfico de f no pon- to (1, (1))f = (1,1), que constatamos no item (b) ser igual a 2. Ora, se denotarmos por A o ponto de tangência (1, 1), ao analisarmos os dados obtidos no item (a), constataremos que quando tomamos pontos 2= ( , )B x x sobre a curva 2=y x cada vez mais próximos do ponto A a declividade das respectivas retas secantes AB se aproxima cada vez mais da declividade da reta tangente, o que nos sugere que a declividade da reta tangente pode ser obtida pelo limite das declividades das retas secantes. Em outras palavras: = lim ,t ABB Am m→ que é exatemente uma releitura do limite dado em (1). Podemos observar melhor tal fato observando a figura abaixo: 1 1 y x t y = x2 7_1 2. Um bairro de uma certa cidade é atingido por uma epidemia, e os órgãos de saúde locais cal- culam que a quantidade de pessoas infectadas pela doença após t dias do início da epidemia respeita a função 2( ) = 40p t t t− a) Qual o significado de dp dt ? b) A que taxa a doença estará se propagando no quinto dia da epidemia? c) É possível estabelecer um prazo para que a doença deixe de se propagar? Justifique. PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 2 17/07/2018 15:33:52 3 Derivadas Solução a) A derivada dp dt nos indica a taxa de variação instantânea da população infectada pela doença no instante de tempo t, em outras palavras, a taxa de propagação instantânea da doença. b) No quinto dia de epidemia, a doença estará se propagando a uma taxa de =5|t dp dt pes- soas. Como = 40 2 ,dp t dt − a doença estará se propagando para 30 novos moradores do bairro no quinto dia. c) Para que a doença deixe de se propagar é necessário que a taxa de propagação se anu- le, ou seja, que = 0dp dt . Para isso, devemos ter 40 2 = 0 = 20.t t− ⇒ Logo, a doença deixará de se propagar após 20 dias do início da epidemia. 3. Seja 2 2 2, < 1, ( ) = 1 1, 1 0, , > 0. x x f x x x x x − − − − − − ≤ ≤ a) A função f é derivável em = 0x ? E em = 1x − ? b) Esboce o gráfico de f e estabeleça uma relação com o que você observou no item (a). Solução a) Para estudar a diferenciabilidade da função f em = 0x e = 1x , precisamos estudar os limites 0 1 ( ) (0) ( ) (1)lim e lim . 0 1x x f x f f x f x x→ → − − − − Temos que 2 2 2 0 0 0 ( ) (0) ( 1 1) ( 1 0 1) 1 1lim = lim = lim 0x x x f x f x x x x x− − −→ → → − − − − − − − − − 2 2 2 2 20 0 ( 1 1) ( 1 1)= lim = lim ( 1 1) ( 1 1)x x x x x x x x x− −→ → − − − + − ⋅ − + − + 20 = lim = 0. 1 1x x x−→ − − + PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 3 17/07/2018 15:33:52 4 Problemas e Desafios Por outro lado, 2 2 2 0 0 0 0 ( ) (0) ( 1 0 1)lim = lim = lim = lim = 0. 0x x x x f x f x x x x x x+ + + +→ → → → − − − − − Assim, como 0 0 ( ) (0) ( ) (0)lim = lim = 0, 0 0x x f x f f x f x x− +→ → − − − − podemos concluir que 0 ( ) (0)(0) = lim = 0, 0x f x ff x→ −′ − donde f é dervivável em = 0x . Vamos agora analisar a existência da derivada em = 1x − . Temos que 2 2 1 1 ( 1 1) ( 1 ( 1) 1)( ) ( 1)lim = lim ( 1) 1x x xf x f x x+ +→− →− − − − − − −− − − − + 2 2 2 21 1 1 1 1= lim = lim 1 1 1x x x x x x x x+ +→− →− − − − ⋅ + + − 2 2 21 1 1 ( 1)( 1)= lim = lim ( 1) 1 ( 1) 1x x x x x x x x x+ +→− →− − + − + − + − 21 ( 1)= lim = . 1x x x+→− − −∞ − Assim, como o limite acima não existe, concluímos que f não é derivável em = 1x − . b) Para esboçar o gráfico de f, observemos inicialmente que � Para < 1x − , temos que = ( ) = 2y f x x− − e portanto, no intervalo ( , 1)−∞ − , o grá- fico trata-se de uma reta decrescente; � Para 1 0x− ≤ ≤ , temos que 2 2 2 2= ( ) = 1 1 ( 1) = 1 ( 1)y f x x y x x y− − ⇒ + − ⇒ + + = 1 e portanto, no intervalo [ 1,0]− , o gráfico trata-se de um quarto da circunferência unitária centrada no ponto (0, 1)− ; � Para > 0x , temos que 2= ( ) =y f x x e portanto, no intervalo (0, )+∞ , o gráfico trata-se do arco de uma parábola. Deste modo, obtemos a seguir o gráfico da função f, PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 4 17/07/2018 15:33:52 5 Derivadas 0 32 y x y = x2 y = – x – 2 1– 1– 2 y = √ 1 – x2 – 1 7_3Observando o gráfico, podemos comprovar o que foi constatado no item (a): a existência da derivada em = 0x está ligada ao fato de o gráfico ser contínuo e suave nas proximi- dades desse ponto, ao passo que a não existência da derivada no ponto = 1x − se deve à existência de um “bico” no gráfico, nesse ponto. 4. Qual deve ser o valor da constante c para que a reta normal ao gráfico da função 2( ) = 1/ 2f x x x+ no ponto (1,9/2) seja paralela à reta = 3y cx + ? Solução Sabemos que a reta normal ao gráfico de uma função f num ponto ( , ( ))a f a qualquer é aquela que intercepta perpendicularmente a reta tangente ao gráfico de f em tal ponto. Veja na figura abaixo: a y x r f f (a) t 7_04Desta forma, sejam r e t, as retas normal e tangente ao gráfico de f no ponto (1, 9/2), respectivamente. Da condição de perpendicularismo que deve haver entre essas retas, temos que = 1,t rm m⋅ − PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 5 17/07/2018 15:33:53 6 Problemas e Desafios em que rm e tm denotam as declividades das retas r e t, respectivamente. Sabemos que = (1)tm f ′ , e, como 3 2( ) = 2, 2 f x x ′ − + + segue que 4(1) = . 3 f ′ Desta forma, devemos ter 4 3= 1 = . 3 4r r m m− ⇒ − Agora, para que a reta normal r seja paralela à reta = 3y cx + é necessário que ambas tenham a mesma declividade, e como a declividade da segunda é =m c, devemos ter 3= 4 c − . 5. Seja r a reta tangente ao gráfico da função ( ) = xf x e no ponto de interseção do gráfico de f com o eixo Oy, e seja s a reta tangente ao gráfico de 1( ) = ( ) = lng x f x x− no ponto de interseção do gráfico de g com o eixo Ox. Determine as equações de tais retas r e s, faça um esboço das mesmas e verifique que elas são paralelas. De modo geral, mostre que se r e s denotam as retas tangentes aos gráficos de uma função f e de sua inversa 1f − , em seus interceptos x e y, respectivamente, então ambas são paralelas se e somente se = 1rm ± , em que mr denota a declividade da reta r. (Assuma f diferenciável em 1(0)f − e 1(0) 0f − ≠ .) Solução O ponto de interseção do gráfico de ( ) = xf x e com o eixo yO é dado por P = (0, e0) = (0, 1). Desta forma, a inclinação da reta tangente ao gráfico de f nesse ponto é dada por = (0),rm f ′e, como = x xd e e dx , segue que 0= = 1rm e . Assim, a equação da reta r é dada por: : 1 = ( 0) : = 1.rr y m x r y x− − ⇒ + Por outro lado, o ponto de interseção do gráfico de ( ) = lng x x com o eixo Ox é dado por = (1,0)Q , já que ln1 = 0. Desta forma, a inclinação da reta tangente ao gráfico de g nesse ponto é dada por = (1),sm f ′ e, como 1ln =d x dx x , segue que = 1sm . Assim, a equação da reta s é dada por: : 0 = ( 1) : = 1.ss y m x s y x− − ⇒ + Claramente, essas retas são paralelas por apresentarem o mesmo coeficiente angular = = 1r sm m , como podemos constatar na figura a seguir: PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 6 17/07/2018 15:33:54 7 Derivadas y = ex y = ln x y x r s 0 7_05De modo geral, se r é a reta tangente ao gráfico de f em seu intercepto x, 0= ( ,0)P x e s é a reta tangente ao gráfico de 1f − em seu intercepto y, = (0, (0))P f , então 1 0= ( ) e = ( ) (0).r sm f x m f −′ ′ Observamos no entanto que para todo 1fx D −∈ temos 1( ( )) = .f f x x− Desta forma, derivando ambos os membros da equação acima, utilizando para isso a regra da cadeia, obtemos: 1 1 1 1 1( ( ))( ) ( ) = 1 ( ) ( ) = , ( ( )) f f x f x f x f f x − − − − ′ ′ ′⇒ ′ donde 1 1 0 1 1= ( ) (0) = = ( (0)) ( ) sm f f f f x − − ′ ′ ′ Portanto, para que as retas r e s sejam paralelas, devemos ter 2 0 0 0 0 1= ( ) = ( ) = 1 ( ) = 1. ( )r s m m f x f x f x f x ′ ′ ′⇒ ⇒ ⇒ ± ′ Assim, 0= ( ) = 1rm f x′ ± , como queríamos demonstrar. PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 7 17/07/2018 15:33:54 8 Problemas e Desafios 6. Sejam , : [0, 2 ] [ 1,1]f g π → − definidas por ( ) = senf x x e ( ) = cosg x x. Sejam também 1P e 2P os pontos de interseção dos gráficos de f e g. Nessas condições, prove que a reta tangente ao gráfico de f em 1P é paralela à reta tangente ao gráfico de g em 2P e que o mesmo ocorre com as retas tangentes aos gráficos de f e g em 2P e 1P, respectivamente. Solução Sabemos que para 0 2 , sen( ) = cos( )x x xπ≤ ≤ se e somente se = /4x π ou = 5 /4x π . As- sim, os pontos de interseção dos gráficos de f e g são dados por 1 2 2 5 2= , = , 4 2 4 2 P e Pπ π − Sejam 1t a reta tangente ao gráfico de f em 1P , 2t a reta tangente ao gráfico de g em 2P , e denotemos por 1t m e 2t m suas respectivas declividades. Sabemos que 1 2= = cos = 4 4 2t m f π π ′ e 2 5 5 2 2= = sen = = . 4 4 2 2t m g π π ′ − − − Desta forma, como 1 2 =t tm m , temos que as retas tangentes 1t e 2t são paralelas, como podemos constatar analisando também a figura abaixo. � 2 3� 2 – 1 1 f (x) = sen x g (x) = cos x y x t1 t2 0 � 2� 7_06 De modo análogo, é possível estabelecer o paralelismo entre as retas tangentes aos gráficos de f e g em 2P e 1P, respectivamente. PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 8 17/07/2018 15:33:55 9 Derivadas 7. Seja g uma função limitada por duas outras funções diferenciáveis f e h, ou seja ( ) ( ) ( )f x g x h x≤ ≤ . Admita que essas funções que limitam a função g coincidam num ponto =x c, ( ( ) = ( ))f c h c , e que o mesmo ocorra com suas derivadas nesse ponto ( ( ) = ( )).f c h c′ ′ Nessas condições, prove que a função g é diferenciável em =x c e que ( ) = ( ).g c f c′ ′ Solução Para provarmos que ( ) = ( ),g c f c′ ′ devemos mostrar que ( ) ( )lim = ( ). x c g x g c f c x c→ − ′ − Observemos inicialmente que ( ( ) ( ))( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) f x g xg x g c g x f cf c f c x c x c ≤− −′ ′− ≤ − − − ( ( )= ( )) ( ) ( )= ( ) f c h c g x h c f c x c − ′− − ( ( ) ( )) ( ) ( ) ( ) . g x h x h x h c f c x c ≤ − ′≤ − − (2) Agora, dado > 0ε , como ( ) = ( )f c h c′ ′ , existe > 0δ tal que ( ) ( )| | < ( ) < .h x h cx c f c x c δ ε− ′− ⇒ − − (3) Obtemos assim (2) (3)( ) ( ) ( ) ( )| | < ( ) < ( ) < ,g x g c h x h cx c f c f c x c x c δ ε− −′ ′− ⇒ − − − − donde ( ) ( )lim = ( ), x c g x g c f c x c→ − ′ − ou seja, g é diferenciável em =x c e ( ) = ( )g c f c′ ′ , como queríamos demonstrar. 8. Faça uso da regra do produto para derivar a função composta 4( ) = 2 xf x . Solução Para utilizarmos a regra do produto, precisamos expressar a função exponencial dada como um produto, o que é bastante simples de ser feito, já que 4( ) = 2 = (2 2 )(2 2 )x x x x xf x PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 9 17/07/2018 15:33:56 10 Problemas e Desafios Agora, aplicando a regra do produto, obtemos = (2 2 ) (2 2 ) (2 2 ) (2 2 )x x x x x x x xdf d d dx dx dx ⋅ + ⋅ = 2(2 2 ) (2 2 )x x x xd dx ⋅ 3= 2 2 (2 ) (2 ) 2x x x x xd d dx dx + 3= 2 2(2 ) 2x x xd dx 5= 2 2x xd dx ( )5= 2 2 ln 2x x 6= 2 ln 2.x 9. Use a regra do produto e o princípio da indução finita para provar que 1( ) = ( ) ( ), 2.n nd df x nf x f x n dx dx − ≥ Solução Para = 2n , segue da regra do produto que ( )2( ) = ( ) ( ) = ( ) ( ) ( ) ( )d d d df x f x f x f x f x f x f x dx dx dx dx + = 2 ( ) ( )df x f x dx Suponhamos agora o resultado verdadeiro para =n k e provemos para = 1n k + . Su- por o resultado válido para =n k equivale a afirmar que 1( ) = ( ) ( )k kd df x kf x f x dx dx − Assim, para = 1n k + , obtemos da, regra do produto e da igualdade acima PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 10 17/07/2018 15:33:56 11 Derivadas 1( ) = ( ) ( )k kd df x f x f x dx dx + = ( ) ( ) ( ) ( )k kd df x f x f x f x dx dx + 1= ( ) ( ) ( ) ( ) ( )k kd dkf x f x f x f x f x dx dx − + = ( ) ( ) ( ) ( )k kd dkf x f x f x f x dx dx + = ( 1) ( ) ( ),k dk f x f x dx + o que prova que o resultado é verdadeiro para = 1n k + . Provamos, assim, que 1( ) = ( ) ( ), 2.n nd df x nf x f x n dx dx − ≥ 10. Seja 2 2, < 1, ( ) = 2 , 1. x x x f x x x − + ≥ a) Mostre que f é contínua em = 1x . b) Mostre que f é derivável em = 1x . c) Esboce o gráfico de f para concluir geometricamente o que você demonstrou nos itens anteriores. Solução a) Para mostrarmos que f é contínua em = 1x , devemos provar que 1 lim ( ) = (1) = 2. x f x f → Temos que 2 1 1 lim ( ) lim 2 2 x x f x x x − −→ → = − + = e 1 1 lim ( ) lim 2 2. x x f x x + +→ → = = PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 11 17/07/2018 15:33:57 12 Problemas e Desafios Assim 1 11 lim ( ) 1 lim ( ) lim ( ) 2 (2), x xx f x f x f x f − → + →→ = = ⇒ = = donde f é contínua em = 1x . b) Para mostrar que f é derivável em = 1x , devemos estudar a existência do limite 1 ( ) (1)lim . 1x f x f x→ − − Temos que 2 1 1 1 1 ( ) (1) ( 2) 2 ( 1)lim lim lim lim 1. 1 1 1x x x x f x f x x x x x x x x− − − −→ → → → − − + − − = = = = − − − e 1 1 1 ( ) (1) 2 2 1 ( 1)lim lim 2 lim 1 1 1 1x x x f x f x x x x x x x+ + +→ → → − − − + = = − − − + 1 1 1 12 lim 2 lim ( 1)( 1) 1x x x x x x+ +→ → − = = − + + = 1. Assim 11 1 ( ) (1) ( ) (1) ( ) (1)lim 1 lim lim 1 1 1 1xx x f x f f x f f x f x x x− + →→ → − − − = = ⇒ = − − − e portanto f é derivável em = 1x . c) Analisando a figura abaixo, podemos concluir que a curva que representa o gráfico de f além de ser contínua em = 1x é também suave ao redor desse ponto (não apresenta “quinas”), o que comprova também sua diferenciabilidade. 0 2 y x y = x2 – x + 2 1 y = 2 √ x 7_10 PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 12 17/07/2018 15:33:57 13 Derivadas 11. Vamos assumir que dois grandes morros possam ser concebidos, através de uma visão pla- nificada, como dois arcos de parábolas, com equações dadas por 2= 1 , 1 1y x x− − ≤ ≤ e 2= 3 ( 3) , 1 5y x x− − ≤ ≤ . Com o intuito de utilizar os morros para a prática de tirolesa, um cabo é conectado aos dois e tensionado, de acordo com a figura abaixo: 3 y x y = 1 – x2 y = 3 – (x – 3)2 7_11 Nessas condições, determine qual deve ser a inclinação desse cabo. Solução Observando a figura, podemos constatar que o cabo se trata de umatangente comum às duas curvas que descrevem os morros. Definimos 2 2( ) = 1 e ( ) = 3 ( 3)f x x g x x− − − e denotamos por r a reta tangente comum ao gráfico de f e g. Seja 20 0 0 0( , ( )) = ( ,1 )x f x x x− o ponto de tangência no gráfico de g. Então a declivida- de da reta tangente r será dada por 0= ( ),rm f x′ ou seja, 0= 2rm x− . Desta forma, a equa- ção da reta r será dada por 2 2 0 0 0 0 0: ( (1 )) = 2 ( ) = 2 (1 ).r y x x x x y x x x− − − − ⇒ − + + Agora, para que r também seja tangente ao gráfico de g é necessário que r intersecte a curva = ( )y g x em apenas um ponto. Vamos então determinar sob que condições pode- mos garantir isso, igualando as duas equações. Temos que 2 2 0 03 ( 3) = 2 (1 )x x x x− − − + + 2 20 03 ( 6 9) = 2 1x x x x x⇔ − − + − + + 2 20 06 6 = 2 1x x x x x⇔ − + − − + + 2 20 0(6 2 ) ( 7) = 0x x x x⇔ − + + − + Assim, como queremos que a interseção se reduza a um único ponto, devemos garantir que a equação quadrática acima tenha apenas uma raiz real. Para isso, precisamos impor que 2 2 0 0 0 0 1(6 2 ) 4( 7) = 0 24 8 = 0 = . 3 x x x x+ − + ⇒ + ⇒ − Deste modo, a declividade da reta r será 0 1 2= 2 = 2 = 3 3r m x − − − , e, deste modo, a inclinação do cabo será dada por 1 2= t 3 gθ − . PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 13 17/07/2018 15:33:58 14 Problemas e Desafios 12. À medida que vai sendo inflado, o raio de um balão esférico varia de acordo com a função 2( ) = 2 1,r t t + em que t é medido em minutos e o raio r em cm. Nessas condições, determine a que taxa estará variando o volume do balão quando = 2t min. Solução A princípio, o volume do balão esférico é uma função do seu raio r, já que, à medida que o valor de r aumenta ou diminui, o mesmo ocorre com o volume V. Da fórmula do volu- me de uma esfera, concluímos que a expressão para a função que determina o volume do balão é dada por 34( ) = . 3 V r rπ No entanto, note que o raio do balão vá aumentando à medida que ele é inflado, de modo que o valor de r varia com o tempo, e tal variação é dada por 2( ) = 2 1r t t + . Desta forma, o volume V é na verdade uma função da variável tempo t. Em outras palavras, 3 2 34 4( ) = ( ( )) = ( ) = (2 1) 3 3 V t V r t r t tπ π + (4) Sabemos que a taxa de variação do volume do instante = 2t é dada por ( (2)).V r′ Derivando ambos os membros da equação (4) com respeito à variável t, utilizando para isso a regra da cadeia, obtemos 2 2 2 2 2( ( )) ( ) = 4 (2 1) (2 1) = 16 (2 1)dV r t r t t t t t dt π π′ ′ + + + Assim 2 2 2 24 ( ( )) = 16 (2 1) ( ( )) = 4 (2 1)tV r t t t V r t t tπ π′ ′+ ⇒ + e portanto 2 2( (2)) = 8 (2(2) 1) = 648 ,V r π π′ + o que nos permite concluir que, no instante t = 2, o volume do balão está variando a uma taxa de 648πcm3/min. 13. Dizemos que uma função :f I → é convexa se, dados dois pontos A e B sobre o gráfico de f, o segmento de reta AB que os une está sempre acima do gráfico de f. y x f A B 0 7_13a PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 14 17/07/2018 15:33:58 15 Derivadas Nessas condições, prove que se :f I → é uma função convexa e derivável, então f ' é uma função crescente. DICA: Prove inicialmente que se 1 2 3 4< < <x x x x em I, então a inclinação da reta secante ao gráfico de f nos pontos 1 1( , ( ))x f x e 2 2( , ( ))x f x é menor do que a inclinação da reta secante ao gráfico de f nos pontos 3 3( , ( ))x f x e 4 4( , ( ))x f x . Solução Denotaremos inicialmente A = (x1, f (x1)), B = (x2, f (x2)), C = (x3, f (x3)), D = (x4, f (x4)) e para cada reta r indicaremos por mr sua declividade. x1 x2 x3 x4 f x y 7_13b Como fB G∈ , segue da convexidade de f que B está abaixo do segmento AC , assim AB ACm m≤ , mas AC BCm m≤ , e segue então da transitividade da inclinação de retas que AB BCm m≤ (5) Da mesma forma, como fC G∈ , segue da convexidade de f que C está abaixo do segmento BD , assim BC BDm m≤ , mas BD CDm m≤ , e segue então da transitividade da inclinação de retas que BC CDm m≤ (6) Finalmente, segue de (5), (6) e da transitividade da inclinação de retas que AB CDm m≤ De posse desse resultado, provemos que, se :f I → é uma função convexa e derivá- vel, então f ' é uma função crescente. Para isso, sejam 1 3,x x I∈ , com 1 3<x x . Tomemos 2 4,x x I∈ , satisfazendo 1 2 3 4< < <x x x x . Segue então, do que demonstramos acima, que 4 32 1 2 1 4 3 ( ) ( )( ) ( ) = =AB CD f x f xf x f x m m x x x x −− ≤ − − PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 15 17/07/2018 15:33:59 16 Problemas e Desafios e portanto 2 1 4 3 4 32 1 1 3 2 1 4 3 ( ) ( )( ) ( )( ) lim lim ( ). x x x x f x f xf x f xf x f x x x x x→ → −−′ ′= ≤ = − − Desta forma, 1 3( ) ( ),f x f x′ ′≤ sempre que 1 3<x x , o que nos permite concluir que f ' é uma função crescente. 14. Seja r a reta tangente à elipse 2 24 = 16x y+ no ponto (2, 3) . Determine um ponto sobre a elipse em que a reta normal seja paralela à reta r. Solução Vamos inicialmente determinar a declividade rm da reta tangente à elipse e no ponto (2, 3) . Para isso, determinemos a expressão de dy dx . Derivando ambos os membros da equação da elipse implicitamente com respeito a x, obtemos ( )2 24 = 16 2 8 = 0 = 4 d dx y dx dx dyx y dx dy x dx y + + − Como o ponto de tangência é (2, 3), substituindo = 2x e = 3y na expressão de dy dx obtemos 2 3= 3r m − . Seja 0 0( , )x y um ponto sobre a elipse no qual a reta normal s é paralela à reta r. Como a reta normal em 0 0( , )x y deve ser perpendicular à reta tangente nesse mesmo ponto, devemos ter: 0 0 0 0 4 = 1 = . 4 s s x y m m y x − ⋅ − ⇒ Agora, como a reta normal s deve ser paralela à reta r, devemos ter =s rm m , ou seja, 2 0 0 2 0 0 4 162 3 4= = 3 3 y y x x − ⇒ e como 0 0( , )x y pertence à elipse, temos 2 2 0 0= 16 4x y− e obtemos assim 2 2 2 20 0 0 0 02 0 16 4= 48 = 64 16 64 = 64 = 1. 316 4 y y y y y y ⇒ − ⇒ ⇒ ± − PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 16 17/07/2018 15:34:00 17 Derivadas Substituindo 0 = 1y ± na equação da elipse, obtemos 2 0 0= 12 = 2 3x x⇒ ± . Finalmente, como 0 0 4 2 3= = 3s y m x − , devemos ter 0 = 2 3x e 0 = 1y − ou 0 = 2 3x − e 0 = 1y , e portanto os pontos procurados são 1 2= (2 3, 1) e = ( 2 3,1).P P− − 15. Mostre que a elipse E e a parábola P, com equações dadas por 2 2 2: = 1 e : = 4 3 6 x yE P y x+ se interceptam em dois pontos, e em cada um deles as retas tangentes a E e a P, respecti- vamente, são perpendiculares. Quando isso ocorre, as curvas são ditas curvas ortogonais. Solução Inicialmente, vamos determinar os pontos de interseção de E e P. Substituindo 2 = 4y x na equação de E, obtemos 2 22 = 1 2 3 = 0. 3 3 x x x x+ ⇒ + − Resolvendo a equação quadrática, obtemos = 3x − ou = 1x . Evidentemente, como = 3x − não satisfaz a equação P, devemos ter = 1x e portanto = 2y ± , e desta forma os pontos de interseção entre as curvas serão dados por ( ) ( )1 2= 1, 2 e = 1,2 .P P− Sejam agora 1r e 2r as retas tangentes a E e a P em 1P , respectivamente, e denotemos por 1r m e 2r m suas respectivas declividades. Para determinar 1r m , derivamos implicita- mente a equação de E com respeito a x, obtendo 2 1 2= 0 = 3 3 dy dy xx y dx dx y + ⇒ − e desta forma, substituindo = 1x e = 2y − na expressão de dy/dx, obtemos 1r m = 1. Agora, para determinar 2r m , derivamos implicitamente a equação de P com respeito a x, obtendo 22 = 4 =dy dyy dx dx y ⇒ e desta forma, substituindo = 1x e = 2y − na expressão de dy/dx, obtemos 2r m = –1. Contudo, como 1 2 = 1r rm m − , concluímos que as retas r1 e r2, tangentes a E e a P em 1P , respectivamente, são perpendiculares. Sejam agora, s1 e s2 as retas tangentes a E e a P em P2, respectivamente, e denotemos por 1s m e 2s m suas respectivas declividades. Analisando as expressões de dy/dx para ambas as curvas em 2 = (1,2)P , constatamos que 1 = 1sm − e 2 = 1sm , donde 1 2 = 1s sm m − , e portanto as retastangentes neste caso também são perpendiculares. PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 17 17/07/2018 15:34:01 18 Problemas e Desafios 16. Use a regra da derivação implícita para estender a regra de derivação 1=n nd x nx dx − para expoentes racionais. Solução Como todo número racional é da forma a b , com ,a b∈, 0b ≠ , queremos provar que 1 = , , 0. a a b bd ax x a b b dx b − ∀ ∈ ≠ Seja = a by x , então = .b ay x Derivando essa equação implicitamente com respeito a x, obtemos 1 1=b adyby ax x − − Agora, substituindo = a by x na equação acima, vem que 1 1= ba ab dyb x ax dx − − ( ) 1= aa ab dybx ax dx − −⇒ 1 ( ) = a aa b dy a x dx b x − − ⇒ ( 1) ( ) = aa a bdy a x dx b − − − ⇒ 1 = , a bdy a x dx b − ⇒ como queríamos demonstrar. 17. Uma prática muito comum, notadamente em problemas físicos, consiste em substituir sen θ por θ quando θ é um ângulo muito pequeno (próximo de zero). Justifique por que isso pode ser feito. PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 18 17/07/2018 15:34:01 19 Derivadas Solução É sabido que uma curva se aproxima de sua reta tangente nas proximidades do ponto de tangência. Tal fato constitui a base teórica que nos permite encontrar valores aproxima- dos de funções. a y x0 f (a) 7_17 Neste exercício, vamos utilizar esse princípio para justificar a prática de substituir o seno de um ângulo pelo próprio ângulo, quando este é muito pequeno. Evidentemente, ao tentarmos obter uma boa aproximação para o seno de um ângulo muito pequeno, de- vemos estudar a equação da reta tangente t ao gráfico da função ( ) = senf x x no ponto = 0x . Sabemos que a declividade dessa reta será dada por = (0)tm f ′ e que ela deverá passar pelo ponto (0, (0))f , de modo que sua equação será dada por : = (0) (0)( 0) : = sen(0) cos(0) : = .t y f f x t y x t y x′+ − ⇒ + ⇒ Desta forma, fica demonstrado que nas proximidades de = 0x podemos aproximar a função ( ) = senf x x pela reta =y x , podendo então, para valores muito pequenos de um ângulo θ, substituir a expressão sen θ por θ. 18. Um garoto está parado observando um balão, que está distante dele 20 m, levantar voo. Ao levantar voo, o balão passa a subir verticalmente a uma velocidade de 3 m/s. A que taxa o ângulo de visão do garoto estará se elevando transcorridos 4 s do momento em que o balão inicia sua subida? Solução Sejam ( )y t a altura do balão, ( )tθ o ângulo de visão do garoto e ( )z t a distância entre o garoto e o balão, transcorridos t segundos do início da subida, respectivamente. PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 19 17/07/2018 15:34:02 20 Problemas e Desafios 20 m z(t) θ(t) y(t) 7_18 Observando a figura acima, temos que tg( ( )) = 20 tg( ) = . 20 yt yθ θ⇒ Derivando ambos os membros da equação acima com respeito à t, obtemos 220 sec ( ) =d dy dt dt θθ (7) Queremos encontrar o valor de d dt θ quando t = 4. Como a velocidade de subida é de 3 m/s, após 3 s o balão estará a uma altura de 12 m, e teremos então nesse instante y = 12. Desta forma, de acordo com a figura acima, segue que 2 2 2= 20 12 = 544 = 4 34.z z+ ⇒ Assim, em = 4t s teremos 2 2 2 20 5 34 1 34cos = = sec = = = 1,36. 34 cos4 34 5 34 θ θ θ ⇒ Finalmente, voltando em (7), lembrando que dy/dt = 3, obtemos para = 4t 20(1,36) = 3 0,11d d dt dt θ θ ⇒ e portanto o ângulo de visão do garoto estará se elevando a aproximadamente 0,11 rad/s. 19. Duas partículas, A e B, iniciam o movimento num mesmo ponto do plano, perfazendo, a partir daí trajetórias perpendiculares. A velocidade da partícula A é 12 m/s e da partícula B 8 m/s. Quão rápido as partículas estarão se afastando transcorridos 3 segundos? Solução Sejam ( )x t e ( )y t as distâncias percorridas pelas particulas A e B, transcorridos t segun- dos, respectivamente e seja ( )h t a distância entre as partículas, após t segundos. PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 20 17/07/2018 15:34:03 21 Derivadas Como as partículas iniciam o movimento num mesmo ponto e a partir daí perfazem trajetórias perpendiculares (observe a figura abaixo), temos que A By(t) x(t) h(t) 7_19 2 2 2( ) ( ) = ( )x t y t h t+ Derivando ambos os membros da equação acima com respeito a t, obtemos 2 ( ) 2 ( ) = 2 ( )dx dy dhx t y t h t dt dt dt + Sabemos que = ( ) = 12 = ( ) = 8 = ( ) A B h dx v t dt dy v t dt dh v t dt Assim 24 ( ) 16 ( ) = 2 ( ) ( )hx t y t h t v t+ (8) Queremos determinar ( )hv t quando = 3t . Como a partícula A se desloca a uma ve- locidade de vA = 12 m/s, após 3 s ela terá percorrido 36 m. Da mesma forma, como a partícula B se desloca a uma velocidade de vB = 8 m/s, após 3 s ela terá percorrido 24 m. Assim, em t = 3 s, teremos 2 2 236 24 = (3) (3) = 12 13.h h+ ⇒ Voltando em (8), obtemos para = 3t 24(36) 16(24) = 2(12 13) (3) 1248 = 24 3 (3) 52 3(3) = . 3 h h h v v v + Portanto, transcorridos 3 s do início do deslocamento, as particulas A e B estarão se afastando a uma velocidade de 52 3 m/s. 3 PROBLEMAS E DESAFIOS_capitulo_7.indd 21 17/07/2018 15:34:03 22 Problemas e Desafios 20. Seja :f → uma função diferenciável satisfazendo 2| ( ) ( ) | | | , , , .f x f y k x y k x y− ≤ − ∈ ∀ ∈ Prove que f é constante. Solução Dividindo ambos os membros da desigualdade 2| ( ) ( ) | | |f x f y k x y− ≤ − por | |x y− , obtemos ( ) ( ) | |,f x f y k x y x y − ≤ − − donde ( ) ( )| | | |f x f yk x y k x y x y − − − ≤ ≤ − − Deste modo, para todo y∈, segue do teorema do confronto que ( ) ( )lim | | lim lim | | x y x y x y f x f yk x y k x y x y→ → → − − − ≤ ≤ − − e portanto ( ) ( )( ) = lim = 0 x y f x f yf y y x y→ −′ ∀ ∈ − o que nos permite concluir que f é uma função constante. 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