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Análise de um caso prático sobre fiança e beneficio de ordem

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CASO PRÁTICO: FIANÇA E O BENEFÍCIO DE ORDEM
Processo: AI 0492752-82.2018.8.09.0000 Órgão Julgador: 2ª Câmara Cível
Partes:
Agravante: Ana Maria Lopes Borges Agravado: Antonio Ribeiro Borges
Publicação: DJ de 13/03/2019 Julgamento: 13 de Março de 2019
Relator: NEY TELES DE PAULA
Ementa: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO. PAGAMENTO DA OBRIGAÇÃO PELO FIADOR. SUB-ROGAÇÃO. FIANÇA CONJUNTA. 1. O fiador, ao pagar integralmente a dívida, possui o direito de regresso contra o afiançado, uma vez que sub-rogou-se nos direitos do credor, com respaldo no artigo 831 do Código Civil. 2. Na sub-rogação, o pagamento representa apenas uma alteração subjetiva da obrigação, mudando o credor. Não ocorre, de fato, o pagamento, por parte do devedor, efetivando-se a extinção obrigacional somente em relação ao credor, que nada mais poderá reclamar depois de haver recebido do terceiro interessado (avalista, fiador, coobrigado, etc.) o seu crédito. 3. Tratando-se de fiança conjunta, situação em que mais de uma pessoa presta fiança ao mesmo débito, tem-se a figura dos cofiadores, os quais, inexistindo previsão quanto à divisão da responsabilidade entre eles pelo débito, serão igualitária e solidariamente responsáveis, entre si, pelo adimplemento da obrigação. Nestes casos deve haver um rateio proporcional do valor devido a título de fiança. Portanto, a agravante, fiadora que pagou integralmente a dívida, poderá demandar o devedor no valor total da dívida, mas com relação ao cofiador, só poderá demandá-lo para reaver 50% (cinquenta por cento) do valor pago. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-GO - AI: 04927528220188090000, Relator: NEY TELES DE PAULA, Data de Julgamento: 13/03/2019, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 13/03/2019)
No caso apresentado em tela, temos um devedor principal (denominado de Adriano) e temos também Ana Maria junto com Antônio figurando como seus fiadores. No entanto, Antonio e Ana Maria (fiadores) renunciaram ao BENEFÍCIO DE ORDEM, tonando, desta forma, a sua obrigação análoga a de devedor solidário. Conforme expresso no Artigo 828 do CC:
“Não aproveita este benefício ao fiador:
 I - se ele o renunciou expressamente;
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
III - se o devedor for insolvente, ou falido.”
Bem, sabemos que por certo, o devedor solidário que efetua a liquidação da dívida em questão, tem por direito de exigir daqueles que receberam a obrigação de pagar a dívida juntamente com ele, a sua quota, que por via de regra se presume igual. Como deixa claro o Artigo 783 do CPC (estabelecendo o valor que deve ser pago). Como podemos observar, neste caso, eram três os obrigados solidariamente, sendo cada um responsável por um terço da dívida e (por consequência dos fatos) do valor pago. No que tange as movimentações processuais, a parte agravante se o opôs a decisão no primeiro grau apenas onde o magistrado resolveu por deferir o pedido do agravado em reajustar o valor da execução para somente um terço e não o valor total, uma vez que a agravante afirma ter pago a dívida sub-rogação (terceiro interessado realiza o pagamento) no valor integral. Devendo, nesta situação ser atendido o que dispõe o artigo 349 do Código civil: 
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
Por fim, após explanado o caso, foi determinado que Ana Maria, fiadora que efetuou o pagamento da dívida de forma integral poderá demandar o devedor (Adriano) o valor total da dívida, porém no que se refere ao cofiador Antônia, a mesma só poderá pleitear em questões condizente apenas à 50% do valor que fora pago. Decisão fundada nos termos do Artigo 831 do Código Civil.

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