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Apostila de Processo Penal

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Prévia do material em texto

CURSO LUIS FLÁVIO GOMES
APOSTILA DE PROCESSO PENAL
Estudo para OAB
																											
MARCUS LAXE
	
Dicas de Estudo
- Lei seca
- Súmulas STF - STJ
- Jurisprudências STF - STJ
- Teste
- Site com aulas e teste: www.professormadeira.wordpress.com
I - PRINCÍPIOS PROCESSUAIS
1. Princípio da Proibição de Prova Contra si mesmo ou “nemo tenetur se detegere” 
Não tem previsão expressa na CF. Decorre do direito ao silencio.
Atenção: Conteúdo por este princípio são proibidas colaborações ativas forçadas (bafômetro) e também são proibidas intervenções corpóreas forçadas (exame de sangue). Mas são permitidas colaborações passivas forçadas (reconhecimento)
2. Princípio do Contraditório (Art. 5º, LV, CF).
O Contraditório tem a ciência e possibilidade de reação. Essa ciência é bilateral doa atos e termos do processo podendo contrariá-los.
Atenção: Contraditório Diferido: Em situações de urgência “liminar e habbes corpus” ou quando conhecimento da medida a torne ineficaz (interceptação telefônica), o contraditório é limitado e as partes só se manifestam depois. A isso se chama contraditório diferido.
3. Princípio da Ampla Defesa
Divide-se na auto defesa e na defesa técnica. A auto defesa é renunciável, já a defesa técnica é irrenunciável.
4. Princípio do Juiz Natural (art. 5º, LIII,CF).
5. Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIV, CF).
Este princípio é divido em duas partes. Procedimental e Substancial (material).
O Procedimental traz respeito a legislação vigente.
Já o Substancial retrata de matérias que estão fora da alçada do legislador, ou seja, é tudo aquilo que fere a essência da constituição.
6. Princípio da Vedação da Prova Ilícita (art. 5º, LVI, CF).
7. Princípio do Estado de Inocência (art. 5º, LVII, CF)
Também pode ser chamado de presunção de inocência.
Tem como Regra de tratamento do acusado no Processo Penal. O acusado deve ser tratado como inocente até o transito em julgado de sentença penal condenatória. Não pode haver prisão automática. 
8. Princípio da Identificação Criminal (art. 5º, LVIII, CF)
Lei 12.037/09 em seu artigo 3º (gravar as hipóteses)
1º - Indícios de falsificação;
2º - Documento que não permita uma completa identificação;
3º - Portar documento de identificação distintos;
4º - Portar documento antigo onde a distância temporal não permita a identificação.
OBS: Segundo o art. 3º, IV CPP – Quando for indispensável para o inquérito policial mediante decisão do juiz.
II - LEI PROCESSUAL NO TEMPO (art 2º CPP)
É regida pelo efeito imediato, isto é, teoria do isolamento dos atos processuais (Tempus regit actum), ou seja, os atos anteriores são válidos. A nova lei processual será aplicada a todos os processos em cursos, não importando se beneficia ou não o réu. 
A lei processual somente rege os atos futuros, ela não retroage.
ATT: Exceção é a norma mista, pois é a norma que simultaneamente tem matéria processual e penal. Art. 366 CPP e 89 da L. 9099/95.
OBS: A exceção segue a regra no direito material.
* Contagem de Prazo
a) Prazo Penal: Conta o dia do começo e é improrrogável;
b) 	Prazo Processual: Começa a contar no próximo dia útil e é prorrogável.
III - LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
Tem fundamento jurídico no art. 1º onde relata que a lei penal brasileira aplica-se no território nacional.
Exceção:
a) Território ocupado
b) Território nullius (sem dono)
c) Se houver consentimento
IV - SISTEMAS PROCESSUAIS
Ele pode ser Inquisitivo ou Acusatório. Sigiloso ou Público. Não tendo contraditório, quem acusa é o julgador. Tendo o contraditório, quem acusa é diferente do julgador
	INQUISITIVO
	ACUSATÓRIO
	Não há separação de funções
	Há separação de funções
	Não há publicidade
	Há publicidade 
	Não há contraditório
	Há contraditório
	Não há ampla defesa
	Há ampla defesa
	Processo escrito
	Processo Oral (STF diz que é o sistema adotado)
V - INQUÉRITO POLICIAL
1. Conceito: É um procedimento administrativo destinado a colheita de provas, isto é, ele é voltado para apuração do fato e de sua autoria. Existem algumas características. São elas:
 
a) É Escrito;
b) É obrigatório para o delegado e dispensável para a ação penal;
c) É inquisitivo (não têm contraditório e amplo defeso) cuidado com o art. 14 CPP;
c) 	É Sigiloso (não se estende ao Juiz, MP, advogado) Súmula vinculante 14;
d) 	É dispensável, para o início da ação penal o inquérito dispensável, mas as provas são indispensáveis;
e) Indisponível (o delegado não pode arquivar o IP).
2. Formas de Instauração do Inquérito Policial
a) Ação Penal Pública Incondicionada (o delegado tem o dever de instaurar o inquérito) através de:
- portaria: “ex officio”
- requisição: juiz ou MP
- requerimento do ofendido (o delegado pode indeferir achando que o fato é atípico, cabendo recurso ao chefe de polícia. Art. 5, § 2 CPP);
- auto de prisão em flagrante (artigo 304 CPP).
Exceção: Se for por ordem manifestamente ilegal.
Ex: IP contra a prostituição. 
b) Ação Penal Privada ou Pública Condicionada à Representação (o delegado deve ter autorização da vítima ou do seu representante legal para instaurar o inquérito).
- representação
ATT: Verificar a aula de Ação Penal em que os professores ensinaram Ação Penal em espécies.
c) Ação Penal Privada (o delegado deve ter autorização da vítima para instaurar o inquérito).
- requerimento do ofendido
- Prazo de encerramento do inquérito
c1) indiciado preso: 10 dias para encerrar o inquérito; improrrogável.
c2) indiciado solto: 30 dias para encerrar o inquérito; admite prorrogação.
3. Exceções sobre a Instauração do Inquérito Policial
a) Crimes de Competência Federal: prazo 15 dias para encerramento do inquérito com indiciado preso, sendo admitida prorrogação por uma única vez.
b) Lei 11.340/06:
b1) indiciado preso, 30 dias para encerramento do inquérito;
b2) indiciado solto, 90 dias para o encerramento. 
OBS: Os dois são prorrogáveis uma vez por igual período.
4. Encerramento do Inquérito Policial
O fim dele se encontra na Ação Penal Pública, com um relatório da autoridade policial que encaminha ao Fórum, que leva para o Promotor de Justiça, onde o mesmo oferece a denuncia ou propõe o arquivamento. O MP pode requerer diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
OBS: O Juiz não poderá indeferir estas diligências, porque o Juiz não é titular da ação penal e sim o MP. Se o Juiz indeferir caberá Mandado de Segurança ou Correção Parcial.
a) Arquivamento do Inquérito Policial:
O Ministério Público propõe o arquivamento para o Juiz. O Juiz poderá concordar ou discordar com o arquivamento do IP. Concordando, o IP será arquivado e dessa decisão não cabe recurso, é irrecorrível. O IP arquivado poderá ser reaberto se surgirem novas provas.
Discordando do pedido de arquivamento, o juiz remeterá os autos ao procurador geral, que poderá, conforme o art. 28 do CPP:
Art 28 do CPP – Notas Explicativas: 
O Juiz discorda e manda para o Procurador Geral, onde ele oferece a denuncia. Ele designa outro Promotor para oferecer a denuncia; ou ele insiste no arquivamento.
OBS: Quem for designado “OUTRO”, jamais o mesmo, tem o dever funcional de oferecer denuncia. Porque ele é “longa manus” do Procurador Geral. Se o Procurador Geral insistir no arquivamento, não há nada em que outra pessoa possa fazer.
O arquivamento do IP faz coisa julgada?
→ Como regra geral não. Mas existe suas exceções. O arquivamento por Atipicidade da Conduta ou por Extinção da Punibilidade.
→ Existe coisa julgada nos itens descritos acima, nas exceções do arquivamento.
→ Feito o arquivamento a atipicidade da conduta e a extinção da punibilidade, não é possível que se retorne a ação penal.
b) Desarquivamento do Inquérito Policial (art. 18 CPP / Súmula 524 STF)
Somente é válido quando existam provas substancialmente novas.
OBS: Prova Formalmente nova não há desarquivamento.
c) Encerramento do Inquérito Policial na Ação Penal Privada:
Relatório do delegado é encaminhado ao fórum, onde fica aguardando a manifestação do ofendido até encerrar o prazo decadencial.
c1) Relatório das investigações: o delegadoenvia ao juiz.
- Ação Penal Pública: o juiz dá vista do inquérito ao MP. O MP pode oferecer denúncia, pode requerer diligências completas; pode requerer o arquivamento do inquérito O juiz pode não arquivar e remeter ao procurador geral (princípio devolutivo). O procurador pode oferecer denúncia, pode designar outro membro do MP para oferecer denúncia (princípio da independência funcional).
- Ação Penal Privada: o juiz deixa em cartório aguardando a iniciativa do ofendido por 6 meses, ou poderá ser entregue ao ofendido, mediante cópia, se o ofendido requerer.
5. Vícios no Inquérito Policial
Diminuição de valor probatório, em alguns casos o relaxamento da prisão.
RESUMÃO DE ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
- o delegado faz o relatório, ou seja, uma mera peça descritiva apontando os casos;
- este relatório policial não vincula o MP. O delegado pode ter sua opinião e o MP tem o direito/dever de discordar.
- o MP pode oferecer a denuncia antes da conclusão do inquérito policial (se houver provas)
- o prazo do inquérito policial tendo o indiciado preso é de 10 dias, se ele estiver solto é de 30 dias. O prazo é improrrogável para o réu preso, caso o réu esteja solto é prorrogável pelo juiz quantas vezes forem necessárias.
Obs1: O prazo para o inquérito policial na lei de drogas 11.343/06 é de 30 dias preso e 90 dias para solto (triplica a anterior).
Obs2: O prazo para lei de drogas podem ser duplicadas pelo juiz a pedido do delegado ouvido o MP.
- terminado o IP o juiz recebe. Na grande maioria ele envia para o MP, pois o promotor é o titular da ação.
- depois de recebido o MP pode:
	*a) oferecer denúncia;
	**b) requerer arquivamento;
c) solicitar diligencias
* As opções que o juiz tem (receber / rejeitar)
- Recebe a denuncia: não cabe recurso algum (só HC);
- Rejeita a denuncia: cabe recurso em sentido estrito da decisão que rejeita.
IPC: Se ocorrer no JECRIM cabe apelação e em Tribunal Superior sempre será agravo.
** O Juiz pode:
- Concordar: o IP será arquivado. Contra decisão que arquiva o inquérito é irrecorrível, não cabendo recurso. O IP arquivado pode ser reaberto se surgirem novas provas.
- Discordar: o juiz remete os autos para o Procurador Geral que tem três opções:
a) insistir no arquivamento
b) de próprio punho oferecer a denuncia
c) pode designar outro promotor para denunciar
OBS: O promotor pode solicitar novas diligencias e o juiz não pode discordar. Se discordar entra com Mandado de Segurança.
VI - COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI)
Existem inquéritos que não são feitos pela polícia, são extraordinários.
Ex: CPI, que poder acontecer:
- Pode decretar a prisão em flagrante;
- Pode decretar a quebra do sigilo bancário e fiscal;
- Investiga fato certo e por prazo determinado;
- É necessário para poder criá-la 1/3 de deputados ou 1/3 de qualquer casa do congresso;
- Tem poder de instrução da autoridade judicial, ou seja, ela produz provas como o juiz;
- Não pode decretar a interceptação telefônica (só o juiz pode fazê-lo);
- Após o encerramento é encaminhado ao Ministério Público, este apura eventual responsabilidade.
VII - REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD)
- Esta no art. 52 da LEP;
- É uma punição disciplinar imposta ao preso. Tanto o preso provisório quanto ao preso condenado.
- O RDD só pode ser decretado pelo juiz.
- O prazo para o RDD é de 360 dias, podendo ser prorrogado em caso de falta grave (nova falta).
- Existe um máximo de prorrogação, somando um total de 1/6 da pena.
- O RDD é decretado em três casos.
	a) prática de crime doloso dentro da prisão;
	b) “o preso perigoso”, ou seja, o que coloca em risco a sociedade independentemente de estar preso ou não;
	c) quando à envolvimento com o crime organizado.
- Suas características são: 
	a) celas individuais;
	b) duas visitas semanais (fora as crianças)
	c) duas horas por dias de banho de sol.
VIII - AÇÃO PENAL
1. Condições da ação penal:
a) Legitimidade “ad causam”:
Em tese o Pólo Ativo e o Passivo estão OK. 
Saber a conseqüência da ilegalidade.
Ex1: “A”menor do 18 anos, sendo processado por “B” Ministério Público que promove a Ação Penal Privada. “A”será acusado pelo Vara da Criança e Adolescente.
Pergunta: Alguém esta sendo processado criminalmente de ter cometido um crime de roubo. Ao final do processo o juiz percebe que o réu é menor de 18 anos e é inocente. O que o juiz faz?
Resposta:	a) Extingue sem julgamento do mérito por analogia ao CPP;
		b) Anula o processo por ilegitimidade;
		c) Absolve o acusado;
		d) Nenhuma das anteriores.
Notas Explicativas:
→ A conseqüência da ilegitimidade é a nulidade do processo.
b) Possibilidade Jurídica do Pedido:
Fato deve ser previsto como crime. Pedido juridicamente impossível. “Prostituição”.
c) Interesse Processual:
Existem 3 exemplos para descrevermos o Interesse Processual.
c.1) Necessidade: Preciso do processo.
c.2) Adequação: O que peço é apto a gerar o processo.
c.3) Utilidade: Pode rejeitar a denúncia por prescrição virtual por ausência de interesse processual na modalidade utilidade. Nos casos de prescrição virtual ou antecipada.
Ex1: Furto tentado de uma tiara de diamantes (Madre Teresa) → Mais de 70 anos. Por isso virtualmente eu sei que vai ocorrer a prescrição.
Ex2: Furto tentado a um objeto de pequeno valor. Sujeito com 18 anos. Menor que 21 e maior que 70 anos a prescrição vai pela metade. Não há interesse processual na modalidade utilidade.
d) Justa Causa para a Ação Penal (art 394 CPP):
Existência de suporte probatório mínimo para o oferecimento da acusação.
ATENÇÃO: é causa expressa de rejeição da denúncia ou da queixa (art. 395, III, CPP).
Ex1: Doméstica que já foi processada por maus tratos a uma criança. Você contrataria?
Ex2: Filhos com bateria e vizinho pede para diminuir o barulho.
2. Classificação das Ações Penais:
a) Ação Penal Pública: Titular é o MP – inicia-se por denúncia. A petição inicial é feita através de uma denuncia. Pode ser:
a.1) Incondicionada: o MP não precisa de autorização para iniciar a ação.
a.2) Condicionada: Precisa de uma autorização da representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça. Sua Natureza Jurídica tem condição de procedibilidade.
b) Ação Penal Pública Incondicionada *
O titular dessa ação é o MP. Existem 4 princípios. 
b1) Princípio da Obrigatoriedade ou Legalidade:
→ Presentes os requisitos legais o MP tem o dever funcional de denunciar (tem a obrigação). Se há indícios suficientes de autoria e prova da materialidade. O MP tem a obrigação de denunciar.
ATENÇÃO: Princípio da obrigatoriedade é mitigada ou discricionariedade regrada? Nos casos de JECRIM (transação penal) NÃO precisa oferecer a denúncia.
b2) Princípio da divisibilidade:
O MP não precisa oferecer denúncia contra todos. Ele pode oferecer contra “A” e pedir diligencias contra “B”. 
b3) Princípio da Indisponibilidade: O MP não pode desistir da ação penal, ou seja, ele tem que ir até o final (o MP não pode desistir dos recursos já interpostos).
IPC: O MP pode pedir a absolvição do réu. E o Juiz pode condenar? 
→ Sim. Ainda que o MP peça a absolvição o juiz pode condenar.
Ainda que o MP peça absolvição, o Juiz pode condenar.
b4) Princípio da Oficialidade:
A acusação é feita por órgãos oficiais. Não existe a figura do promotor “had hoc”, ou seja, para isso, para este caso de propósito.
A titularidade da ação penal pública foi dada a um órgão oficial (MP) 129, I CF.
b5) Princípio da Intransendencia: Somente pode ser processado criminalmente o autor da infração penal, ou seja, o criminoso.
Notas Explicativas: 
Os 4 Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada tem uma regra para gravação. Veja ela:
Obrigatoriedade
Divisibilidade
Indisponibilidade
Oficialidade
c) Ação Penal Pública Condicionada
O titular da ação continua sendo o Ministério Público. 
Os princípios são os mesmo da Ação Penal Pública Incondicionada (ODIO).
IPC: Para o ofendido no caso de (representação) e para o Ministro da Justiça nos casos de (requisição), vale o Princípio da Oportunidade “A pessoa que decide se haverá representação”.
Hipóteses:
Crimecontra honra do presidente da república;
Crime praticado por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil (art. 7º, CP).
O prazo para requisição do Ministro da Justiça não existe, ele corre até que o crime esteja
prescrito. Não é possível a retratação.
d) Ação Penal Pública Condicionada a Representação do Ofendido: 
Noção: Pedido/autorização feita pelo ofendido ou seu representante legal (MP, Juiz ou Delegado). 
A titularidade é do ofendido. Se o ofendido é incapaz, deverá ser representado legalmente. 
IPC: É necessária tanto para o Inquérito Policial, quanto para a ação penal.
Ex: Ameaça; lesão corporal leve; estupro.
O prazo para representação é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria. Esse prazo é decadencial (direito penal material → inclui o começo e exclui o fim) e não de direito processual (exclui o início e inclui o fim).
O prazo penal é improrrogável mesmo caindo em feriado nacional.
Não tem forma prevista em lei, pode ser feita por escrito, oral, num rascunho, ou seja, em qualquer lugar.
Em caso de morte da vítima o direito de representação CADI (cônjuge, ascendente, descendente e irmãos)
Ex: O fato ocorreu em 02/01. O juiz toma conhecimento no dia 11/04. O último dia do prazo decadencial será no dia 10/10. Se fosse processual seria no dia 12/10.
OBS: Em caso de violência doméstica contra a mulher, a retratação somente pode ser feita perante o juiz, depois de oferecida a denúncia. Lei 11.340/06
3. Retratação da Representação:
É possível se retratar até o oferecimento da denúncia. Depois de oferecida a denuncia não pode mais se retratar.
Exceção: Na lei Maria da Penha, só é possível até o recebimento da denuncia. Nos crimes com violência doméstica ou familiar contra a mulher, a retratação só pode ser feita perante o juiz, antes do recebimento da denuncia.
ATENÇÃO: Só é possível a retratação da retratação, desde que dentro do prazo decadencial.
Ex1: 11/04 o prazo decadência será no dia 10/10.
Ex2: Em 11/04 foi o conhecimento da denuncia, em 12/06 houve a retratação. Em 13/06 a pessoa retratou a retratação, tudo dentro do prazo que se expira em 10/10
OBS: Todo prazo decadência é de Direito Material.
Pergunta: Até quando é possível a retratação da retratação?
→ desde que dentro do prazo decadencial que é no dia 10/10.
3.1. Forma da Representação:
A representação não precisa de formalidade especial. Basta que se perceba a efetiva vontade de representar.
IPC: a Eficácia Objetiva da Representação: O MP pode oferecer denuncia de quem não foi denunciado? → Pode ser denunciado quem não foi abarcado pela representação.
4. Requisição:
É o pedido – autorização feita pelo Ministro da Justiça. Não há prazo decadencial.
IPC: Na Retratação da requisição - O CPP não prevê possibilidade de retratação da requisição.
ATENÇÃO: Aspectos Importantes da Representação / Requisição
→ O MP não está obrigado a denunciar.
→ O MP pode denunciar por crime diverso do constante na representação ou na requisição do Ministro da Justiça.
5. Dois Principais Crimes de Ação Penal Pública Condicionada à Representação:
Lesão corporal de natureza leve e Lesão corporal de natureza culposa.
6. Ação Penal Privada ou de Iniciativa Privada: titular é o ofendido ou o seu representante legal - inicia-se com uma petição inicial e é feita por queixa.
Propriamente dita.
Personalíssima.
Subsidiária da Pública.
OBS: Ação Penal Privada propriamente dita em regra geral vale para crimes contra honra, costumes etc. O prazo é de 6 meses para queixa-crime, contados do conhecimento da autoria (imprensa: 3 meses a partir da publicação).
ATENÇÃO 1: O que define para o legislador é o bem jurídico tutelado.
ATENÇÃO 2: Se no código não houver nada em sentido contrário, a Ação Penal é Pública
Incondicionada.
a) Legitimidade Ativa:
O ofendido ou o seu representante legal
Modalidades:
→ Se o ofendido for maior de 21 anos, só ele pode oferecer a queixa crime.
→ Se o ofendido for menor de 18 anos, só o representante legal pode oferecer a queixa crime.
→ Se o ofendido for incapaz, só o representante legal pode oferecer a queixa crime.
→ Se o ofendido é incapaz e menor de 18 anos e se houver conflito de interesse com o representante legal, o juiz nomeia curador especial (substituto processual e não é obrigado a oferecer queixa crime).
→ Ofendido maio que 18 e menor que 21 anos. Tanto o ofendido quanto o seu represente legal. Essa é a posição da doutrina após o novo código civil. Só um pode oferecer a queixa crime.
b) Sucessão Processual em Caso de Morte do Ofendido:
Em caso de morte é o CADI que promove a queixa crime. Se houver divergência de vontade, vale a vontade mais positiva.
Se todos quiserem oferecer a queixa crime, segue-se a ordem do CADI.
Cônjuge;
Ascendente;
Descendente
Irmão
c) Princípios da Ação Penal Pública Privada:
Na Ação Penal Pública vale a obrigatoriedade, já na Privada, vale a oportunidade, ou seja, o ofendido decide se haverá ou não ação penal (oportunidade).
Na disponibilidade o ofendido pode desistir da ação penal.
Na indivisibilidade deve ser oferecida queixa crime contra todos os ofensores, sob pena de denúncia tácita para os demais.
Ex: “A”, “B” e “C” comentem crime contra “D”. D oferece denuncia contra B e C. Ele renunciou contra A o direito de queixa. O princípio da indivisibilidade faz com que a denuncia seja extensiva para B e C. A renuncia de A se estende para B e C.
 A ação penal deve ser promovida contra todos.
IPC: Se houver a exclusão voluntária de um dos réus pelo querelante em relação a esta haverá renuncia que se estenderá para todos os demais.
d) Prazos para a queixa crime:
O prazo para oferecimento da queixa é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria. Este prazo é decadencial.
Ex: 6 meses menos 1 dia.
Exceções ao Prazo ou ao Termo Inicial:
1º - Vítima menor de 18 anos pode oferecer queixa crime quando completar a maioridade (nasce o prazo de 6 meses)
2º - Crimes contra a propriedade imaterial (art. 529 CPP). Memorizar este artigo
Busca e Apreensão ---------- Laudo Pericial ---------------- Homologação do Laudo
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3º - Artigo 236 C (ver no tópico seguinte o tema Ação Penal Privada Personalíssima)
7. Espécies de Ação Penal Privada:
O titular é o ofendido e a ação começa através de uma queixa crime. Elas são de três tipos: Propriamente Dita; Personalíssima e Subsidiária da Pública.
a) Ação Penal Privada Propriamente Dita:
É a clássica Ação Penal Privada.
É a regra geral. Encontramos nos crimes contra honra, costumes etc.
Tem duas características: O prazo para oferecer a queixa crime é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria (prazo penal – é computado o dia do começo e excluí o dia final).
Ex: Dia 17/03/09 foi a data do fato. Como o prazo é penal conta o dia do começo, então o prazo será no dia 16/09/09.
Em caso de morte da vítima, o direito de queixa se transmite para o CADI (cônjuge, ascendente, descendente e irmão).
b) Ação Penal Privada Personalíssima:
Somente a vítima pode oferecer a queixa-crime. Em caso de morte da vítima ocorre a sucessão processual (CADI).
Os crimes de ação personalíssima são: Induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento matrimonial.
No crime do art. 236 CP não há sucessão processual, pois somente o cônjuge enganado é que pode promover a ação penal.
O prazo é de 6 meses, conta-se a partir da data do transito em julgado da sentença que anulará o casamento.
c) Ação Penal Privada Subsidiária da pública (art. 29 CPP):
- Se o MP perde o prazo para oferecimento da denúncia, a vítima poderá oferecer a queixa subsidiária.
- O MP sempre poderá oferecer a queixa, o ofendido tem o prazo de 6 meses para oferecimento, ou seja, caso o MP perca o prazo, a vítima pode oferecer a queixa crime subsidiária pelo prazo de 6 meses a contar da inércia (perda do prazo) do MP.
- O prazo que o MP tem para oferecer a denúncia:
* Indiciado preso: 5 dias.
* Indiciado solto: 15 dias (metade do prazo para conclusão do IP)
- Oferecida a queixa subsidiária, o MP participará ativamentedo processo podendo acompanhar a ação penal, aditar a queixa, oferecer denúncia substitutiva, repudiá-la, interpor recursos, requerer provas e, em caso de negligência do querelante, volta a ser o titular da ação penal. (art. 29, CPP).
- Se o Promotor propuser o arquivamento dentro do prazo legal não cabe ação penal pelo ofendido.
IPC: O CDC permite que o PROCON promova ação penal privada subsidiária da pública nos casos de crimes contra o consumidor.
Obs: Pode ocorrer a reversão da titularidade em caso de desídia do querelante o MP retoma a Ação Penal.
d) Ação Penal em espécie: 
8. Crimes Contra a Dignidade Sexual (art. 225 CP): Todos tem revisão criminal para diminuir a pena. Lei nova mais benéfica.
Regra: Estupro. Ação Penal Privada Condicionada a Representação.
Exceção: Se a vítima for menor que 18 ou vulnerável (Ação Penal Privada Incondicionada).
Súmula 608 STF: Crimes de estupro praticado mediante violência real a Ação é Penal Privada Incondicionada.
9. Causas de extinção da punibilidade:
O fato principal é a morte que pode ser comprovada pela certidão de óbito.
A extinção da punibilidade na Ação Penal Privada NÃO se aplica à Ação Penal Privada Subsidiária da Pública.
a) Decadência:
Perda do direito de queixa ou de representação pelo decurso do prazo.
Prazo: 6 meses do conhecimento da autoria - prazo penal – é computado o dia do começo e excluí o dia final.
b) Renúncia e Perdão do Ofendido (diferenças)
	RENÚNCIA
	PERDÃO DO OFENDIDO
	Ação Penal Privada *
	Ação Penal Privada
	Acontece antes da queixa
	Acontece depois da queixa (durante o processo)
	Ato unilateral (não precisa de aceitação)
	Ato bilateral (precisa de aceitação)
	Ato comunicável (entre co-autores)
	Ato comunicável (entre co-autoria)
	Expressa ou Tácita (manifesta expressamente a vontade)
	Expresso ou Tácito (ato incompatível com a sua vontade)
* Exceção: Renúncia é um instituto que acontece na Ação Penal Privada, pois é a regra. Existem duas exceções que acontece na Ação Penal privada.
b1) Lei 9099/95 (juizados especiais): Se a vítima a aceita a reparação do dano, ocorrerá renuncia ao direito de representação.
b2) Lei 11340/06 (Maria da Penha): A vítima pode renunciar ao direito de representação em audiência perante ao juiz e depois de oferecida a denuncia.
c) Perempção (art. 60 CPP)
É a extinção da punibilidade decorrente da negligência do querelante, ou seja, o querelante significa que a perempção só existe na ação privada.
Se o querelante é inerte na ação penal privada subsidiaria da pública a conseqüência é que o MP volta a ser titular da ação (art. 29, CPP)
As hipóteses de perempção (art. 60, CPP):
c1) Querelante que não der andamento ao processo por 30 dias seguidos (inciso I).
c2) Em caso de morte se o C.A.D.I. não der andamento por 60 dias seguidos (inciso II).
c3) Não comparecimento do querelante em ato que deveria estar presente (inciso III).
c4) Querelante que não pede condenação ao final do processo (III).
c5) Se a vítima for pessoa jurídica e essa se extinguir sem deixar sucessor (IV).
OBS: Na Ação Privada o MP pode pedir absolvição do réu, por que ele é fiscal da lei (fiscal legis)
10. Ação Penal no crime de Lesão corporal
Depende da lesão para saber o tipo de ação penal. Os tipos de lesão corporal aceitos no Brasil são:
10.1 Dolosa: existe a intenção de lesionar. Somente ela admite graduações (art. 129. CP).
a) Leve: Regra geral: Pequenos hematomas, escoriações.
b) Grave: causa de debilidade de membro, sentido ou função.
c) Gravíssima: perda de membro, sentido ou função.
10.2. Culposa: causada por negligência, imprudência ou imperícia.
OBS: Não existem graduações (leve, grave e gravíssima) 
a) Lesão culposa e na lesão dolosa leve:
- Crime de ação penal pública condicionada a representação.
b) Lesão dolosa grave e na lesão dolosa gravíssima:
- Crime de ação penal pública incondicionada.
10.3 Exceções:
a) Prevalece o entendimento de que qualquer lesão praticada contra mulher, com violência (física, moral, sexual, psicológica, patrimonial) doméstica (seio doméstico) ou familiar (integrantes da família), é crime de ação pública incondicionada. (Lei Maria da Penha – 11.340/06).
Obs1: Não existe crime sobre a lei. O que essa lei trouxe foi uma repressão mais rigorosa. Esta lei vale para qualquer relação afetiva desde que haja convívio intimo (ex: namorada)
Obs2: namorado ou ex também se aplica. Qualquer relação intima de afeto. Art 5º.
Obs3: O STJ em recentes decisões não é de acordo com a Lei. Com relação a ex não se aplica e para namorado depende do namoro.
b) Lesão corporal no transito na forma culposa se é praticado:
b.1) Embriaguez
b.2) Racha
b.3) 50 km/h acima da velocidade máxima permitida
ATENÇÃO: Nestes casos o crime de lesão corporal será de ação pública incondicionada.
10.4. Ação Penal nos crimes contra os costumes (Estupro, atentado Violento ao Pudor e assédio Sexual).
Obs: Quanto mais grave o crime, mais grave é a ação penal.
10.4.1 Estupro
a) Regra: Ação Penal privada.
b) Vítima Pobre: Ação Penal Pública condicionada a representação.
c) Crime praticado por pai, padrasto, curador ou praticado com violência real: Ação
Penal Pública incondicionada.
10.5. Reparação do dano
Ações:
a) Execução civil da sentença penal condenatória.
Conceito: A vítima deve aguardar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória para depois executá-la no juízo cível.
O juiz, na sentença penal condenatória deve fixar um valor mínimo para reparação do dano.
Contra quem eu posso ajuizar? Contra o condenado ou seus herdeiros.
O dever de reparar o dano passa para os herdeiros até o limite da herança transmitida.
Posso executar o responsável civil? NÃO! No caso de um motorista de ônibus prejudicar dano a outrem a empresa não tem responsabilidade civil, pois não teve a oportunidade de se defender no processo.
*Lembrete*
Contra quem caberá?
Condenado e Herdeiros do condenado
b) Ação civil “ex delicto”
Conceito: Ação de conhecimento na qual serão discutidos todos os fatos e todo o direito relacionado à infração.
Contra quem a vítima poderá ajuizar:
Criminoso / Herdeiros / Responsável Civil
Cabimento: 3 Hipóteses:
1º Se a vítima tem urgência na reparação do dano (antecipação da tutela)
2º Extinção da punibilidade (crime prescrito) 
3º Se o réu é absolvição penalmente, via de regra ele pode ser processado civilmente. 
Obs: A absolvição penal não impede a ação civil “ex-delicto”, via de regra, salvo 3 casos de exceções que impedem a ação civil ex delictor.
1º Reconhecimento da inexistência material do fato (art. 386, I, CPP).
2º Reconhecimento da não participação do réu na infração. (art. 386, IV, CPP).
3º Excludente da ilicitude (386 VI CPP). Cabe na Legítima Defesa, no Estado de Necessidade, Estrito Conhecimento do Dever Legal e no Exercício Regular do Direito.
OBS: As outras hipóteses de absolvição não impedem a ação civil ex delector.
Ex: Fato Típico (art 386, III)
IPC: Dano só é crime se for praticado na modalidade dolosa.
Ex: Vaso que cai do andar e quebra carros lá em baixo.
* Pode ajuizar a ação contra o criminoso, seus herdeiros e o responsável civil.
IX - COMPETÊNCIA NO PROCESSO PENAL
Conceito: “Competência é a medida da jurisdição” (Carnelutti).
É a possibilidade do juiz de julgar, decidir não podendo julgar tudo pois eles tem suas jurisdição.
1. Espécies:
a) Competência de Jurisdição ou Justiça: Define qual é a justiça competente.
b) Competência Hierárquica ou Prerrogativa de Função: Define qual é a instância competente.
c) Competência Territorial: Lugar competente / foro eleitoral
d) Competência de Juízo: Define qual é a vara competente.
Justiça do Trabalho: NUNCA julgará matéria penal (STF). Se houver crime na audiência quem julga é a Justiça Federal. 
Justiça Eleitoral: Julgará os crimes eleitorais e os crimes conexos em material penal.
Justiça Militar ou Castrense: Julgará crimes militares, mas, não julgará os crimes conexos.
Obs: A justiça militar não é competente para julgar crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil. Quem julga é o Tribunal do Júri.Justiça Federal (art. 109, CF):
Julga principalmente crimes praticados contra a União (regra geral), tanto da administração direta, quanto a administração indireta. 
Crime praticado contra Autarquias Federais. Ex: INSS, BACEN.
Crime praticado contra Empresa Pública: Correios e CEF.
Obs: Essa regra não é válida para sociedades de economia mista.
Ex: Banco do Brasil, Petrobrás, nesses casos a competência será da Justiça Estadual.
- Crimes praticados contra ou por Funcionário Público Federal no exercício da função.
XII - COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO:
1. É também chamada de competência originária / foro privilegiado.
- Relação com o princípio da igualdade: não viola o princípio da igualdade, pois protege cargo ou função e não a pessoa que o ocupa.
- Não é importante o momento do cometimento do crime, o que importa é se o agente ocupa cargo ou função.
2. Competência originária e concurso de agentes.
a) Crimes sem competência fixada na CF ocorre julgamento conjunto.
b) Crimes com competência constitucional (doloso contra a vida).
- Ocorre separação de processos.
3. Juiz estadual que comete crime.
- O juiz será julgado pelo tribunal a que está vinculado, não importa onde cometa o crime.
- Ainda que o crime seja federal, vale a primeira regra.
- Se for crime eleitoral, o julgamento será feito pelo TRE.
ATENÇÃO: juiz do trabalho que cometa crime é julgado pelo TRF (já que a natureza da Justiça do Trabalho é federal e o TRT não julga matéria criminal).
4. Competência por prerrogativa de função fixada na Constituição Estadual.
- Se a prerrogativa de função estiver na CE e for cometido crime doloso contra a vida, o julgamento será feito pelo Tribunal do Júri.
5. Quadro de competência:
XIII - ÓRGÃO
Funções:
STF Presidente da República; Membros do Congresso Nacional; Ministros do STF/STJ;
Ministro de Estado; Procurador Geral da República; Advogado Geral da União;
STJ Governador; Desembargador
TJ Juiz, Promotor, Prefeito
ATENÇÃO: se o prefeito cometer crime federal será julgado pelo TRF.
ATENÇÃO2: o juiz que está convocado no TJ é julgado pelo próprio TJ, e não pelo STJ.
1. Competência da Justiça Federal
- Art. 109, CF – rol taxativo.
- O rol só poderá ser ampliado por EC.
a) Crimes políticos – art. 109, IV, CF.
- São os crimes previstos na lei de Segurança nacional. São crimes que tem motivação político.
b) A justiça federal não julga contravenção.
- Contravenção cometida a bordo de aeronave é julgada em Juizado Especial Criminal.
c) Crimes praticados contra interesses, bens ou serviços da União, suas autarquias ou suas empresas públicas.
c.1) Autarquias federais: INSS, BACEN, CVM etc.
c.2) Empresas públicas: CEF, EMBRAPA
- Sociedade de economia mista, ainda que tenha participação federal, será julgada na Justiça Estadual.
Súmula 42- STJ: Compete a justiça comum estadual processar e julgar as causas cíveis em que e parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
d) Crimes a Distância que por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir, desde que o resultado ocorra ou devesse ocorrer no exterior, ou, inicie no exterior e ocorra ou devesse ocorrer no Brasil.
- Conduta e resultado acontecem em países diferentes.
- Art. 109, V, CF
Ex.: tráfico internacional de drogas.
ATENÇÃO: para que seja tráfico internacional, deve haver dupla tipicidade (ser droga no país de origem e no país de destino).
e) Crimes contra o sistema financeiro
- Lei 7.492/86
ATENÇÃO: os crimes de lavagem de dinheiro somente serão da competência da Justiça Federal nas hipóteses do art. 2º, III, da Lei 9.613/98 (lavagem de capitais).
- Art. 1º - Lei 9.613/98 – rol taxativo – crimes antecedentes a que se refere o art. 2º, IV.
ATENÇÃO 2: nos crimes contra a ordem tributária, a competência dependerá do tributo. Tributo federal
- Justiça Federal; tributo estadual e municipal – Justiça estadual.
f) Crimes cometidos a bordo de aeronaves ou navios.
- Art. 109, IX, CF.
- Ainda que a aeronave esteja no solo.
Obs: A Justiça Federal não julga contravenção quem julga é a Justiça Estadual.
g) disputas sobre direitos indígenas
- Art. 109, XI, CF.
- Somente haverá competência da Justiça Federal caso o motivo do homicídio seja relacionado a um direito indígena.
h) Outros pontos importantes:
h.1) Correios – EBCT
- Empresa pública: Justiça federal
- Concessão: Justiça estadual.
h.2) Crime ambiental: regra é justiça estadual.
- Será competência federal se envolver bens da União.
i) Incidente de deslocamento da competência (IDC) – Art. 109, § 5º, CF.
- Havendo grave violação de direitos humanos, o PGR, em qualquer fase do processo, pedirá no STJ que seja o processo deslocado da justiça estadual para a justiça federal.
j) Crime de Permanência de Estrangeiro
h) Crime Contra a Organização do Trabalho (art. 109 CF)
Obs: Nos crimes contra os Direitos Humanos, o Procurados Geral da República pode pedir o deslocamento da competência para a Justiça Federal.
2. Competência da Justiça Estadual
Tem competência residual. Se o crime for cometido por:
· PREFEITO: Justiça Estadual; mas se o crime for federal quem julga é o Tribunal Regional Federal
· GOVERNADOR: Superior Tribunal de Justiça;
· PRESIDENTE: Supremo Tribunal Federal;
· DEPUTADO FEDERAL ou SENADOR: Supremo Tribunal Federal;
· JUIZ ESTADUAL OU MINISTÉRIO PÚBLICO: Tribunal de Justiça;
Obs1: Terminado o mandato da autoridade o processo descerá para a comarca onde o crime aconteceu.
Obs2: Essa competência com prerrogativa de função se comunica com os autores? A competência por prerrogativa se comunica entre coautores e partícipes.
Ex: Mensalão
Exceção: Crime Doloso Contra a Vida
IPC: A Competência por prerrogativa de função prevalece sobre o Júri, se estiver na CF..
3. Competência Territorial
a) A regra está no art. 70, CPP.
- Local da consumação do crime.
- Aplica-se a teoria do resultado.
- Na tentativa, o lugar do último ato executório.
- Art. 70, §§ 1º, 2º, CPP.
a.1) Crime tentado: último ato de execução
a.2) Infração consumada fora do Brasil: local do último ato no Brasil.
a.3) Infração iniciada no exterior: local onde deveria produzir-se o resultado no Brasil.
Regra: Se houver dúvida sob o local em que se deu a consumação (cidade “a” ou “b”), segue a regra da prevenção (art. 70, §3 CPP)
ATENÇÃO: Existem duas exceções a essa teoria:
4. Teoria do Esboço do Resultado: 
- Nos casos em que a morte se dá em local diverso daquele em que o ato foi praticado, se esta morte não decorre diretamente da seqüência de atos do homicídio, vale o local em que o ato foi praticado.
Ex: toma tiros em Franco da Rocha e é levado ao HC em SP. Será julgado em franco da Rocha.
5. Foro supletivo (Art. 72, CPP).
- É aplicado se não é conhecido o local da infração.
- Foro do domicílio ou residência do réu. Havendo mais de uma residência, aplica-se a prevenção.
- Se o réu não tiver residência fixa ou se for incerto o seu paradeiro, será também caso de prevenção.
 - Será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
- Art. 73, CPP – pode o querelante, nos casos de exclusiva ação privada, optar pelo foro do domicílio do réu, ainda que conhecido o local do resultado.
- Cheque sem provisão de fundos _ local da agência onde o cliente tem conta.
Súmula 521 – STF “O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.”
XIV - CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
1. Competência de Conexão – art. 76, CPP:
- Se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas *, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar *, ou por várias pessoas, umas contra as outras *;
* Arrastão;
* Uma facção criminosa atacando em vários pontos e em horários diferentes.
* Briga no baile funk.
- Se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas. Ex: Os Nardoni.- Quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. Ex: Furto e receptação.
2. Competência de Continência – art. 77, CPP:
- Duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração (concurso de agentes);
- No caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte.
ATENÇÃO: foro prevalente – art. 78, CPP.
a) Se tiver júri, tudo será no júri;
b) Se for de igual jurisdição:
- local de crime mais grave:
- igual gravidade – quantidade de atos
- prevenção
ATENÇÃO2: a conexão e continência importam em unidade de processo e julgamento, salvo, Justiça Militar, Infância e juventude.
ATENÇÃO3: separação facultativa de processos: o art. 80, CPP estabelece hipóteses facultativas de separação dos processos – rol não taxativo (“outro motivo relevante”).
XV - PRISÃO
1. Modalidades de prisão:
a) civil (alimentos);
b) administrativa (disciplinar militar);
c) penal (antes da ação penal);
d) processual (antes do trânsito em julgado).
2. Modalidades de prisão processual
a) Prisão em flagrante
b) Prisão preventiva
c) Prisão temporária
- As prisões processuais não violam a presunção de inocência.
- No caso da PP e da PT, o juiz deve motivar a decisão, não basta repetir a lei de maneira genérica.
XVI - PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO - Art. 5º, LXXVIII, CF.
1. Pré-reforma
a) 81 dias
b) Lei 9.034/95 – 81 dias.
c) Pós-reforma
- P.C.O. _ 60 dias para fazer AIDJ.
- P.C.S. _ 30 dias para fazer AIDJ.
- 1ª F. Júri _ 90 dias para encerrar o procedimento.
- Lei 9.034/95 _ 81 dias para encerrar a instrução.
ATENÇÃO: caso o sujeito esteja preso por tempo além do razoável, a conseqüência é a soltura.
ATENÇÃO2: hipóteses em que se admite a demora do processo:
a) Complexidade da causa;
b) Conduta defesa
c) Conduta autoridades
XVII – MODALIDADES DE PRISÃO
1. Prisão em Flagrante:
a) Modalidades:
- Ela pode ser de três tipos (próprio, impróprio e presumido).
a1) Próprio (art. 302, I e II, CPP)
a2) Impróprio (art. 302, III, CPP) “perseguido logo após”
Obs: Enquanto durar a perseguição, dura o flagrante, desde que não haja solução de continuidade (interrupção da perseguição), ainda que perca o sujeito de vista.
a3) Presumido (art. 302, IV, CPP) “encontrado logo após”
ATENÇÃO: Para decorar o inciso IV do art 302 do CPP, lembre-se da seguinte pergunta? O Madeira é gay? Presumo que seja. Porque ele foi se encontrar com o Flávio logo depois da aula.
b) Modalidades Previstas em Leis Especiais:
b1) Flagrante retardado: É uma ação controlada, ou um flagrante virtual. Esta Prevista na Lei 9.034/95 (Lei do crime organizado) e não precisa de autorização judicial. Aguarda o melhor momento para a obtenção da prova.
b2) Entrega vigiada: Esta prevista na Lei 11.343/06 (Lei de drogas). Precisa de autorização judicial, ouvido o MP e precisa conhecer o itinerário da droga.
c) Modalidade da Doutrina/Jurisprudência:
c1) Flagrante preparado: crime impossível (o agente é induzido). Atuou na vontade do sujeito. É inválido, não pode. Súmula 145 STF “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”.
	c2) Flagrante preparado esperado e tráfico de drogas: Caso o sujeito possua a droga (ainda que não na sua residência, então o flagrante é válido). 
Ex: Não possuindo a droga e tendo que adquirí-la para repassar ao policial, trata-se de flagrante preparado.
d) Formalidade do Alto de Prisão em Flagrante (APF):
Ver com calma os artigos 304, 305, 306, e 306, §1º do CPP.
Não cumpridas as formalidades da prisão em flagrante, este deve ser relaxado.
Art. 306, § 1º, CPP – cópia integral do auto de prisão para a Defensoria Pública na falta de advogado.
2. Prisão Preventiva:
- Pode ser realizada no inquérito policial ou no curso do processo.
- A Prisão Preventiva somente pode ser decretada pelo Juiz. Existem três hipóteses para o juiz decretar a Prisão Preventiva.
1º → De Ofício;
2º → Mediante requerimento do MP ou do Querelante; e,
3º → Mediante Representação do delegado.
- A Prisão Preventiva recai apenas em crimes dolosos e NÃO em crimes culposos.
Ex: Homicídio culposo (avião da Legacy que colidiu com o avião da Gol).
- Dentro da Prisão Preventiva existe a excludente da ilicitude, onde o agente age em legítima defesa. Nela é possível a Prisão em Flagrante, pois se o delegado estiver na cena do crime ele pode fazer isso. Não cabe a Prisão Preventiva por expressa previsão legal (art. 314 CPP).
- Se desaparecerem os pressupostos da Prisão Preventiva, o juiz deverá revogá-la (art. 316 CPP).
Obs: Quando cabe a Prisão Preventiva? Para caber tem que haver dois pressupostos da Prisão Preventiva. 1º Prova da Materialidade mais 2º Indícios Suficientes de autoria.
Ex: Casal Nardoni.
- Não cabe recurso contra decisão que decreta a Prisão Preventiva somente Habeas Corpus.
IPC: Alem dos pressupostos existem hipóteses para lavrar a prisão preventiva. Basta uma delas para acontecer. São eles:
a) Art. 312, CPP: 
1ª parte: Garantia da ordem pública, da ordem econômica conveniência da instrução criminal, garantia da aplicação da lei penal, 
2ª parte: prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria.
b) Garantia da ordem pública: 
Clamor público não é ordem pública. Para o STF: Ordem pública significa a reiteração de condutas criminosas.
Acontece na liberdade perigosa. Ex: Casal Nardoni.
c) Garantia da ordem econômica: 
Ordem pública ligado à econômica.
d) Conveniência da Instrução criminal: 
É possível decretar a prisão preventiva para evitar que o acusado manipule ou comprometa o local do crime, a prova, mas encerrada a instrução, deverá ser revogada a prisão preventiva.
Ex: Ameaçar testemunhas, suborno, destruição de provas, etc.
e) Garantia de aplicação de lei penal: 
Se houver indícios concretos de fuga por parte do suspeito ou acusado, poderá ser decreta a prisão preventiva com base neste fundamento.
Ex: Juiz Lalau.
2.1 Requisitos da prisão preventiva:
- Não pode ser decretada a prisão preventiva com base na gravidade em abstrato do crime, ou seja, precisa demonstrar concretamente os motivos que ensejaram o decreto da prisão preventiva.
- Presentes os motivos, decreta-se a prisão preventiva, ausente os motivos, revoga-se a prisão preventiva.
- Art. 313, IV, CPP.
- Para assegurar a eficácia das medidas protetivas em caso de violência contra a mulher – A Lei 11.340/06 “Maria da Penha” aumentou as hipóteses de prisão preventiva: Poderá ser decretada caso o sujeito descumpra alguma das medidas protetivas de urgência a ele imposta.
3. Prisão Temporária (Lei 7.960/89):
Sua finalidade é garantir a investigação criminal, tendo o réu preso é a garantia de ter uma melhor investigação.
a) Somente o Juiz pode decretar a Prisão Temporária mediante requerimento do MP e por representação do delegado. O Juiz NÃO pode decretar de ofício a prisão temporária.
b) O Prazo da prisão temporária é de 5 dias prorrogáveis por mais 5, se for crime hediondo ou equiparado o prazo é de 30 dias prorrogáveis por mais 30. A Prorrogação somente em caso de estrema e comprovada necessidade (art 2 da lei).
Atenção: O juiz não pode prorrogar de ofício a prisão temporária.
Obs: O Juiz não pode desde logo decretar a prisão temporária com a sua prorrogação.
c) Hipóteses de cabimento da Prisão Temporária (art. 1º, Lei 7.960/89).
- inciso I: Tem que ser somado ao inciso III
- inciso II: Tem que ser somado ao inciso III
- inciso III: Rol taxativo de crimes
Obs: O inciso III sempre deve existir. Ou se combina com o inciso I ou com o inciso II.
Notas Explicativas dos incisos:
c.1) Inciso I: Quando for imprescindível (necessário) para as investigações do inquérito policial, ou seja, quando for absolutamente indispensável e o juiz tem que demonstrar na decisão. 
Obs: Não pode ser decretada a prisão preventiva para a realização de interrogatório.
c.2) Inciso II: Quando o indiciado não tem residência fixa, ou não fornece elementos para sua identificação.
c.3) Inciso III: Quando o agente praticar um dos crimes graves previstosnesta lei. Tem Rol taxativo de crimes. Decorar as alíneas: “j”; “l”, “o” e pelo menos mais uma alínea. (homicídio doloso, estupro, quadrinha o bando, etc.)
	PREVENTIVA
	TEMPORÁRIA
	Art. 311 e seguintes do CPP
	Lei 7960/89
	Decretada durante o IP ou durante o Processo.
	Decretada apenas no Inquérito Policial.
	Pode ser decretada de Ofício.
	Não é possível ser decretada de Ofício.
	Dura o tempo que durar o processo se os pressupostos estiverem presentes.
	Prazo de 5 dias prorrogáveis por + 5 e se for hediondo o prazo é de 30 podendo ser prorrogável por mais 30 dias.
4. Liberdade Provisória:
É o direito de aguardar o processo em liberdade;
Só cabe liberdade provisória de prisão em flagrante, não cabe em prisão preventiva e em prisão temporária. Nessas duas últimas hipóteses cabe revogação da prisão.
MODALIDADES
	Réu se livra solto
	Liberdade provisória com fiança
	Liberdade provisória sem fiança
	Liberdade provisória vedada
	321 / JECRIN
	323 c/c 324
	310, §Ú
	Trafico de drogas
	CTB
	325 c/c 326
	
	
	
	350
	
	
Réu se livra solto:
- art. 321, CPP: Não é preso em flagrante.
- JECRIM: Se houver concordância no comparecimento da audiência o réu se livra solto. Se não concordar o delegado lavra o auto e mantém o cara preso. 
- CTB: Quando a pena não for privativa de liberdade ou não exceda 3 meses de prisão. No caso do CTB, se o réu prestar socorro, não será preso em flagrante.
* Existem dois tipos de Liberdade Provisória:
a) Liberdade provisória com fiança: Dá uma garantia para obter a liberdade. Essa garantia é real, ou seja, pagou saiu.
ATENÇÃO: Tudo aquilo que não estiver no rol dos arts. 323 e 324 do CPP, serão crimes afiançáveis.
- O valor será fixado seguindo os critérios dos arts. 325 e 326 e art. 350 todos do CPP.
Obs.: O delegado pode arbitrar fiança nos casos de infração punível com detenção ou prisão simples (art. 322, CPP). Já o Juiz pode arbitrar a infração a qualquer momento.
IPC: Existem no Brasil alguns crimes inafiançáveis (não admite fiança). São eles:
- Racismo (imprescritível);
- Grupos armados contra o Estado Democrático de Direito e/ou crime contra a Segurança Nacional (imprescritível);
- Crimes Hediondos (Lei 8072/90 art. 2, II);
- Crimes Equiparados (tráfico, tortura, terrorismo)
- Crimes cuja pena mínima exceda 2 anos
b) Liberdade provisória sem fiança: Ele é libertado sem dar nenhuma garantia
- Sem fiança existem dois casos:
1º Excludente da ilicitude = Só o juiz pode conceder
2º Quando não estão presentes as condições que autorizam a prisão preventiva.
5. Teoria da Prova:
No Brasil o sistema adotado é o da livre apreciação das provas.
- Art. 155, 1ª parte CPP: onde o juiz atribui o valor as provas de forma fundamentada.
Existe uma exceção onde é adotado o sistema da íntima convicção, onde o juiz pode julgar de acordo com suas impressões pessoais, podendo até contrariar as provas (no júri).
O juiz não pode condenar o réu baseando-se apenas no Inquérito Policial (por que este não tem contraditório e ampla defesa).
- Art. 155, 2ª parte CPP: Prova Cautelar. Existem algumas provas policiais com maior valor probatório. São as provas cautelares não repetíveis e antecipadas.
Ex: Exame necroscópico. 
a) Prova Ilícita:
Noção: É a que é obtida em violação a normas constitucionais (intimidade de alguém) ou legais (confissão mediante tortura). A Prova Ilícita esta no art. 157, CPP, redação dada pela lei 11.690/08 – Novidade no CPP.
b) Conseqüências da prova ilícita (CF e CPP):
b1) Prova ilícita é inadmissível (art. 5, LXVI CF);
b2) Conseqüências de acordo com o CPP: Se entrar deve ser excluída, desentranhada.
Obs.: O juiz que tiver contato com a prova ilícita não será afastado do processo, pois o § 4º do art. 157, CPP foi Vetado.
→ É possível admitir a prova ilícita em favor do réu em razão do Princípio da Proporcionalidade. Para OAB só se admite prova ilícita apenas em favor do réu.
c) Hipóteses de admissibilidade da prova ilícita:
c1) Prova ilícita pró-réu
c2) Princípio da proporcionalidade: Permite que seja utilizada prova ilícita em seu desfavor.
Ex: Maior pedófilo do mundo.
d) Prova ilícita derivada:
Teoria dos frutos da árvore envenenada.
Atenção1: A prova que é ilícita na origem contamina toda a prova que dela decorra.
Atenção2: Esta teoria foi positivada no CPP com a reforma de 2008.
d1) Hipóteses de admissibilidade da prova ilícita derivada.
d1.1) Teoria do nexo causal atenuado: Se o Nexo entre a prova derivada e a prova ilícita for tênue ou não existir, então não há que se falar em prova ilícita derivada, podendo ser usada a prova derivada. Foi positivada esta teoria no art. 157, § 1º, CPP.
d1.2) Teoria da descoberta inevitável: nas hipóteses em que, analisando-se em tese, percebe-se que a prova seria descoberta de qualquer forma, observando-se os parâmetros típicos e de praxe da investigação, admite-se o uso da prova ilícita derivada.
Ex: É quando um corpo esta sumido. A investigação delimita uma área de busca e o corpo esta nessa delimitação de área.
d.1.3) Teoria da fonte independente:Quando houver duas fontes concretas de prova, uma lícita e outra ilícita, então afasta-se a prova ilícita e mantém-se a prova.
Atenção: O CPP positivou a teoria da descoberta inevitável, mas a chamou de teoria da fonte independente. Na primeira fase prefira optar pela alternativa que disser a letra da lei, ou seja, “fonte independente”.
Ex: A Procuradoria geral da República quebrou o sigilo de 40 investigados do Banco Central, ao mesmo tempo tem uma CPI quebrando o sigilo dos 40 investigados, ou seja, afasta-se a ilicitude e usa-se a lícita.
6. Incidente de Inutilização da Prova – Art. 157, § 3 CPP
Atenção: Decorrido o prazo para recurso da decisão que declara a prova ilícita, ela será desentranhada do processo e destruída, facultada a presença das partes.
Atenção: Não há recurso previsto no CPP. Mas pode haver impugnação.
a) Juiz dizendo que a prova é licita = será cabível HC pela defesa.
b) Juiz dizendo que a prova é ilícita = será cabível Mandado de Segurança pela acusação.
Atenção: O juiz que tem contato com a prova ilícita não é afastado do processo § 4° do Art. 157 foi vetado.
7. Ônus da Prova
a) Princípio do livre convencimento Motivado. – Art. 93, IX, CF/88
O juiz tem liberdade para decidir como quiser desde que motive, não existe uma prova que tenha maior importância sobre a outra.
Exceção: Princípio da livre convicção o juiz decide como quiser sem fundamentação, os jurados no júri não precisam motivar suas decisões.
b) Ônus em relação às partes – Art. 156, CPP: quem alega tem que provar.
	ACUSAÇÃO
	DEFESA
	Autoria
	Álibi
	Materialidade
	Excludente
	Dolo
	-------------------------X--------------------------
c) Uso dos elementos do Inquérito Policial – Art. 155, CPP.
O juiz não pode fundamentar a sentença exclusivamente com base nos elementos do Inquérito policial, salvo as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
d) Ônus da prova / Liberdade Probatória: é a regra no processo penal. Via de regra você prova do jeito que você quiser.
Exceção: Art. 155, parágrafo único do CPP. Só prova a morte com a certidão de óbito.
XVIII - PODERES INSTRUTÓRIOS DO JUIZ
É a possibilidade de o magistrado produzir provas de ofício.
Atenção: com a reforma do CPP, aumentaram os poderes instrutórios do juiz (possibilidade do juiz produzir prova de ofício)
Hipóteses:
1º No inquérito policial. Ex. Prova urgente e relevante. Devendo observar a necessidade, adequação e a proporcionalidade da medida. Essa medida gera o princípio da proporcionalidade.
Atenção: O Inciso I, do Art. 156, CPP, positiva o princípio da proporcionalidade.
2º Ação Penal: Durante a instrução, ou antes, da sentença. Produz esta prova (urgente e relevante) para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
XIX - MEIOS DE PROVA EM ESPÉCIE
Perícia e exame de corpo de delito.
1. Peritos:
01 perito oficial – Art. 159, CPP. Basta apenas um para subscrever o laudo.
02 não oficiais portadores de diploma de curso superior preferencialmente na área específica - Art. 159, § 1º, CPP. Precisa de doisoficiais para subscrever o laudo.
2. Exame de corpo de delito
É obrigatório nas infrações que deixam vestígios. A confissão não supre a ausência do exame – Art. 158, CPP.
Atenção: Se os vestígios desaparecerem será feito o exame de corpo de delito indireto: A prova que supri a ausência do exame na sua impossibilidade física é uma prova supletiva, chamada Prova Testemunhal – Art. 167 CPP ou os peritos analisam outras provas, ou seja, a testemunha supri a ausência.
A falta do exame gera nulidade do processo (art. 564, III, b CP)
3. Assistente técnico – Art. 159, §3º, §4º, §5º.
As partes podem formular os quesitos e indicar os assistentes técnicos
Atenção 01: O assistente técnico somente atua após a elaboração do laudo pelos peritos oficiais.
Atenção 02: Os peritos a serem ouvidos em juízo deverão receber por escrito os quesitos a serem respondidos em audiência com 10 dias de antecedência podendo apresentar laudo complementar.
Atenção 03: O assistente técnico apresenta parecer ao juiz ou é inquirido em audiência.
4. Exame de Corpo de Delito e oferecimento da denúncia.
Regra: Este exame não é obrigatório para o oferecimento da denúncia.
Exceção: Crimes contra a propriedade imaterial de ação penal privada é obrigatório o Exame de Corpo de Delito para o oferecimento da denúncia – Art. 525, CPP.
XX - INTERROGATÓRIO
Conceito: É o ato processual em que se confere ao acusado a possibilidade de exercer sua autodefesa sob aspecto “direito de audiência”, influenciando pessoalmente na formação da convicção do juiz.
Tem como sua Natureza Jurídica mista, pois é um meio de prova e ao mesmo tempo um meio de defesa, pois o acusado pode pessoalmente usar a auto defesa.
Antes da reforma ele era meio de prova e de defesa: Após a reforma será meio de defesa.
Seqüência de atos na audiência de instrução e julgamento. 
Ofendido / Testemunhas de Acusação / Testemunhas de defesa / Acareação / Reconhecimento / Interrogatório / O juiz decide sobre provas / Sentença
1. Garantias:
a) Obrigatoriedade – Art. 185, CPP
O Interrogatório é obrigatório. O juiz interrogará o sujeito quando este comparecer. Até que seja proferido o acórdão poderá ser feito o interrogatório, neste caso o próprio tribunal interroga ou delega ao juiz o interrogatório por carta de ordem.
Obs: É obrigatório a presença de um advogado se não houver advogado presente ocorre a nulidade da peça.
b) O direito de entrevista prévia entre advogado e acusado (reservado)
c) Direito das partes formularem perguntas depois que o juiz interroga (tanto acusação / quanto defesa) Art. 188 CPP.
2. Forma:
Precisa-se distinguir se o réu esta preso ou solto
a) Local do Interrogatório
Réu solto: É interrogado pelo próprio juízo. No fórum (art. 185 caput CPP)
Réu preso: Ele é interrogado por vídeo conferencia, no estabelecimento prisional em que ele se encontra preso.
Regra: é o local onde estiver recolhido – Art. 185, §1º
Exceção 01: se o juiz não puder ir até o local, deverá requisitar o preso para que este seja levado ao fórum.
Exceção 02: Interrogatório por vídeo conferência (excepcionalmente) – Art. 185, §2º.
Interrogatório por vídeo conferência – Art. 185, §2º.
Atenção 01: Trata-se de medida excepcional.
Atenção 02: O juiz tem que fundamentar a decisão
Atenção 03: O juiz intima as partes com 10 dias de antecedência da audiência.
Atenção 04: O acusado tem direito a um advogado presente e a entrevista prévia e reservada com este.
IPC Art. 185, §2º e seus incisos:
I – Risco de fuga ou quando entregue a uma organização criminosa para que não sejam retirados do presídio;
II - Se ele estiver enfermo;
III – Influenciar o réu ou o animo da testemunha; e,
IV – Gravíssima questão de ordem pública (casos que justificam por si só a vídeo conferencia).
3. Procedimento do Interrogatório – Art. 187, CPP
É Constituído por duas partes:
1º Sobre a pessoa do acusado
2º Sobre os fatos.
Procedimento do Interrogatório:
Entrevistas reservada com o defensor
Qualificação
Pessoal
Fatos
Esclarecimento das partes
Atenção: O advogado e o Promotor não perguntam diretamente ao acusado, salvo no procedimento do júri (plenário).
Obs: Durante o interrogatório existem 3 possibilidades de comportamento
1º Negar a autoria;
2º Admitir o fato (surge a confissão);
3º Permanecer em silencio (nunca pode prejudicar o réu – art. 186 CPP)
O direito ao silêncio só incide a partir dos direitos sobre a pessoa do acusado
IPC: A não impugnação no Processo Penal gera confissão ficta, pois seria presumir a culpabilidade.
XXI - CONFISSÃO:
1. Modalidades: O principal é saber o valor. Se ele é absoluto ou se é relativo.
a) Absoluto: é a pura admissão do fato. A confissão terá preponderância sobre outras provas (ela é maior do que outros meios).
b) Relativo: é admissão do fato com oposição de outro. Tem o mesmo valor de qualquer outra prova. Ela é aferida por meio de confronto com os demais meios de prova (art. 197 CPP)
Obs: No Processo Penal a confissão sempre será relativa e nunca absoluta. Art. 341 CPP – Auto Acusação Falsa no caso de se auto-acusar para tirar a culpa do verdadeiro culpado, esta culpa não recai sobre outra pessoa.
2. Características da confissão
a) Retratável
b) Divisível
XXII - OFENDIDO
O ofendido não conta como testemunha.
Processo comum ordinário – São 08 testemunhas + o ofendido.
O ofendido não presta compromisso, logo não pratica falso testemunho.
XXIII - NOVIDADES DA REFORMA – Art. 201, CPP.
Intimação dos atos do processo – § 2º, 3º.
Tratamento do ofendido - § 5º
Proteção à intimidade - § 6º
	OFENDIDO
	TESTEMUNHA
	Vítima é o sujeito passivo do crime
	Não é parte e sim um terceiro alheio
	Parcial = não tem dever de dizer a verdade
	Imparcial = tem o dever de dizer a verdade
	Não comete crime de falso testemunho
	Esta sujeita ao crime de falso testemunho
	Responde pelo crime de denunciação caluniosa (art. 339 CP)
	
	Presta declaração (art. 201 CPP)
	É ouvida por depoimento
XXIV - PROVA TESTEMUNHAL
1º Quem pode ser testemunha?
Regra: qualquer pessoa
Exceções: Art. 206 – Testemunhas dispensáveis (parentes), salvo quando forem as únicas testemunhas, porém não prestam compromisso, ou seja, podem ser obrigadas a depor / Art. 207 – Testemunhas proibidas (em razão de função, ministério, ofício ou profissão). A testemunha proibida poderá depor se o beneficiário do sigilo abrir mão dele e o destinatário quiser depor.
Procedimento Comum Ordinário= 08 testemunhas
Procedimento Comum Sumário= 05 testemunhas
Procedimento da prova testemunhal
Qualificação da testemunha
Contradita
Depoimento
Perguntas feitas diretamente pelas partes
Cross Examination – Art. 212, CPP – As partes perguntam diretamente à testemunha.
Atenção: O jurado faz perguntas à testemunha por meio do juiz.
Existem três deveres principais para as testemunhas
1º Dever de comparecimento perante autoridade judicial ou policial:
→ O não comparecimento injustificado é submetido a uma condição coercitiva (ou vem por bem ou vem por mal)
→ Crime de desobediência (art. 330 CP)
2º Dever de Depor (art. 206 CPP)
→ Não pode eximir-se da obrigação de depor
→ Come crime de falso testemunho, é o crime por não depor.
Obs: Ser falso, negar a verdade e calar são tipos de falso testemunho
Exceção: As testemunhas dispensadas (podem se recusar validamente ou depor – se elas quiserem). Art. 206, 2ª parte CPP.
IPC: Os familiares (CADI) também podem se recusar a depor se quiseres (apenas as testemunhas do acusado).
3º Dizer a verdade (art. 203 CPP)
→ Se não cumprir o dever comete o crime de falso testemunho.
→ A exceção a esse dever de dizer a verdade são as do art. 208 (doentes mentais, menores de 14 anos e os do art. 206 (parentes do acusado)). Essas exceções são chamadas de informantes que são testemunhas que não tem o dever de dizer a verdade.
Em Processo Penal que tem a capacidade de ser testemunhas é toda pessoa sem exceção (art. 202 CPP)
Testemunhas Proibidas – art. 207 CPP
Ocorre de um dever de sigilo que decorre de sua função / ministério (padre) / profissão (advogado) / ofício.
→ Só abrange fatos que tenha nexo causal funcional(salvo motivo relevante / justo)
→ A exceção é que as testemunhas proibidas podem depor quando forem liberadas do dever de segredo pela parte interessada, mesmo com essa liberação ele depõe se quiser.
XXV - PROVA DOCUMENTAL
Momento de juntar documento: será a qualquer tempo.
Exceção: Art. 479, CPP - Não poderá ler documento em plenário que não tiver sido juntado há pelo menos 03 dias úteis de antecedência do julgamento em plenário.
XXVI - ACAREAÇÃO
Quem sofre acareação? Qualquer pessoa
Acusado X Acusado
Acusado X Ofendido
Acusado X Testemunha
Ofendido X Ofendido
Ofendido X Testemunha
Testemunha X Testemunha
-Procedimento
*Aponta divergências
*Tenta sanar a contradição.
Atenção: É possível a acareação por carta precatória (Art. 230 do CPP)
XXVII - RECONHECIMENTO
Poderá ser de:
- Pessoal: consiste em o reconhecedor fornecer a descrição da pessoa cujo reconhecimento se pretende.
- Coisa: O procedimento do At. 226 só se aplica na fase policial, não se aplica em juízo.
O STJ já admitiu como válido o reconhecimento fotográfico.
XXVIII - INDÍCIOS – Art. 239
São provas indiretas.
Os indícios não são suficientes para a condenação.
XXIX - BUSCA E APREENSÃO
1. Modalidades:
Pessoal. Ex. Revista – Art. 240, §2º, CPP – não precisa de mandado.
Domiciliar. Art. 240, § 1º, precisa de mandado e só pode ser feita durante o dia.
-Exceção 01: Prisão em flagrante;
-Exceção 02: Para prestar socorro;
-Exceção 03: Com autorização do morador, pode este retirar o consentimento a qualquer momento.
Atenção: O Código penal define domicílio no Art. 150, § 4º, CP.
2. Busca e Apreensão de veículos
a) Regra: Não precisa de mandado, pois equipara-se a busca e apreensão pessoal, basta que haja fundada suspeita.
b) Exceção: Motorhome, Trailer, pois se equipara a domicílio, desta forma precisa de mandado.
XXX - INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - Lei 9296/96
1. Noções terminológicas: Terceiro capta conversa telefônica sem o conhecimento dos envolvidos.
2. Escuta clandestina – Gravação clandestina
Um dos interlocutores grava a conversa sem o conhecimento do outro.
Atenção: o STF autoriza o uso da gravação clandestina.
Objeto do Art. 5º, XII da CF/88 – Só para fins criminosos.
Atenção: Pode ser usado o resultado da interceptação telefônica em processo crime contra o sujeito em processo administrativo ou em processo cível. Ex. pode usar o resultado da interceptação no processo administrativo contra o funcionário corrupto.
Hipóteses:
Não será admitida a interceptação:
I – Se não houver indícios razoáveis de autoria ou participação;
II – Se a prova puder ser feita por outro meio;
III – Se o crime for punido com detenção.
3. Prazo – Art. 5º da lei 9296/96
Até 15 dias, renovável igual prazo desde que se comprove a indisponibilidade do meio de prova.
Pode haver tantas renovações quantas forem necessárias, desde que comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
Atenção: O art. 4º, § 1º da lei 9296/96 autoriza o pedido oral, mas a sua concessão depende de redução deste pedido a termo.
Gravação de Imagens - Art. 2º, IV, Lei 9034/95. É necessária autorização judicial.
Infiltração de agentes - Art. 2º, V Lei 9034/95 e Art. 53, I, lei 11343/2006 lei de drogas. É necessária autorização judicial, a qual será sigilosa.
XXXI - PROCEDIMENTOS: Podem ser Comum e Especial (art. 394 “caput” CPP).
Procedimento Comum (art. 394,§1º CPP):
- Ordinário: para crimes com pena igual ou superior a 04 anos. Furto Simples.
- Sumário: para infrações superiores a 02 e menor que 04 anos. Homicídio Culposo não vai pra júri mesmo sendo contra a vida.
- Sumaríssimo: Lei 9.099/95 – são todas as contravenções penais + os crimes cuja pena máxima não exceda 02 anos. São infrações de menor potencial ofensivo.
Ex: Porte de drogas
Procedimento Especial:
→ Crimes Funcionais (peculato art. 523 ss CPP), Júri e Leis Extravagante (Drogas – Lei 11343/03)
XXXII - PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
1---------2----------3----------4---------5----------6
1 - Denúncia / Pública – Queixa / Privada (petição inicial)
2 - Recebimento da denuncia
3 - Citação 
4 - Resposta à acusação 396 CPP
5 - Absolvição Sumária 397 CPP
6 - Audiência UNA 400 a 405 CPP
1- Denuncia e queixa são petições iniciais, não ocorre na delegacia, nela existe a noticia criminis. A denuncia é petição inicial da pública e a queixa é petição inicial da privada.
Obs: Queixa da denuncia à acusação Sumária Art. 400
1.1 Requisitos da Denúncia / Queixa art 41 CPP:
a) Exposição Minuciosa dos Fatos: É a descrição do acontecimento. Não é possível denúncia lacônica, vaga, imprecisa. No concurso de agentes, deve-se descrever a conduta de cada criminoso.
b) Qualificação do acusado ou seus sinais característicos.
c) Classificação do crime: Qual crime foi praticado? Te que colocar o artigo de lei violado ou infringido relativo ao crime. Não basta apenas dizer o nome.
PERGUNTA: Imputação alternativa é possível – classificação de um crime ou de outro?
Não, pois dificulta a defesa. Quando o Promotor não tem certeza do crime ele denuncia um com o outro.
Ex: Carro roubado. Não sabe se é roubado ou receptado. 
Obs: Para a OAB não é possível, pois dificulta defesa.
d) Rol de Testemunhas: se não arrolar haverá a preclusão (é a perda de uma faculdade processual). Até 08 testemunhas podem ser arroladas para acusação.
Obs: A queixa possui um quinto elemento: A procuração deverá ser com poderes especiais, fazendo menção ao fato criminoso e ao nome do querelado. Segundo a jurisprudência, também pode a vítima assinar a queixa com o seu advogado.
2. Recebimento da Denúncia/Queixa o juiz poderá:
→ Não precisa fundamentar o recebimento da denuncia.
→ O Juiz NÃO podem alterar a classificação do crime quando receber a denuncia, só pode fazê-lo nas hipóteses do art. 383 e 384 CPP.
a) Receber: Da decisão que recebe a denúncia/queixa não cabe recurso somente Habeas Corpus.
Exceção: crimes de imprensa onde será cabível Recurso em Sentido Estrito (RESE).
b) Rejeitar: da decisão que rejeitar a denúncia/queixa caberá Recurso em Sentido Estrito (RESE) – Art. 581, CPP – se for de Crime de Imprensa ou JECRIM será cabível Apelação. Em tribunal superior é cabível o Agravo para o próprio tribunal.
Rejeição da Denúncia/Queixa – Art. 395, CPP:
- Inépcia da denúncia ou queixa
- Falta de condição da ação ou pressuposto processual.
Ex. parte ilegítima – Promotor que oferece a denúncia quando o crime é de ação penal privada.
- Falta de justa causa - Art. 395, CPP – é a falta de um mínimo probatório para a pessoa ser processada.
3 Citação
É o ato pelo qual se dá o conhecimento ao réu de uma acusação existente contra ele, chamando-o a vir em juízo para se defender, ou seja, é o chamamento do réu para se defender em juízo. Existem três tipo de citação.
a) Citação Pessoal (regra)
- Feita por Mandado judicial é a regra geral para a citação do réu;
- Se o réu residir em comarca diversa da comarca do juízo processante, a citação realizar-se-á por Carta Precatória.
- Se o réu estiver em outro país, citação realizar-se-á por Carta Rogatória.
- O Militar será citado na pessoa de seu superior.
- O Funcionário Público será citado pessoalmente, devendo ser comunicado o chefe da repartição.
Obs.: O preso citado pessoalmente, se não comparecer, será processado à revelia (será nomeado um defensor).
Obs.: A prescrição ficará suspensa até o cumprimento da carta rogatória.
Exceções:
b) Citação por Edital: Ocorrerá quando o réu estiver em lugar incerto e não sabido.
- O prazo da citação por edital é de 15 dias.
- Se o réu é citado por edital e não constitui defensor e não atende ao chamado, o processo será suspenso (sem prazo determinado em lei) e a prescrição também. Art. 366 e súmula 415 STJ
- O juiz poder produzir as provas urgentes e se for o caso poderá (facultativo) decretar a prisão preventiva.
Súmula 415 STJ = (transcrever essa súmula).
c) Citação com hora certa.
- Ocorre quando o réu se oculta para não ser citado pessoalmente, usa-se o mesmo procedimento do CPC. Se o réu não comparece, será processado à revelia.
- Art. 362, CPP.
4- Resposta à acusação (Art.396/396-A, CPP)
- O réu terá 10 dias para responder à acusação, A CONTAR DA CITAÇÃO e não da juntada do mandado aos autos – Súmula 710 do STF.
- Súmula710 – STF - NO PROCESSO PENAL, CONTAM-SE OS PRAZOS DA DATA DA INTIMAÇÃO, E NÃO DA JUNTADA AOS AUTOS DO MANDADO OU DA CARTA PRECATÓRIA OU DE ORDEM.
- É a mesma coisa em falar em defesa do Réu. Essa defesa é obrigatória.
- Se não for feita, o juiz nomeará um defensor para fazê-la no prazo de 10 dias.
- Conteúdo:
a) Matéria processual
b) Rol de testemunhas (se não arrolar, preclusão) – 08 testemunhas.
c) Algumas matérias de mérito (aquelas matérias que podem dar ensejo à absolvição sumária).
5. Absolvição sumária – Art. 397, CPP
→ Não confundir com a absolvição sumária do Júri (art. 415 CPP).
→ Não se aplica na absolvição sumária o in dúbio pró-réu e nem medida de segurança nesta fase.
→ Se ela não acontecer vai para audiência de instrução debates e julgamento.
a) quando o fato é atípico
b) excludente da ilicitude
c) excludente da culpabilidade, salvo a inimputabilidade.
Ex. coação moral irresistível.
d) extinção da punibilidade.
Ex. prescrição, decadência, indulto etc.
6- Audiência de Instrução, Debates e Julgamentos (AIDJ) – Art. 400 a 405 CPP
- Audiência una no prazo máximo de 60 dias
Ordem dos atos na audiência
O ofendido
T testemunhas arroladas pela acusação perguntas feitas diretamente para as testemunhas
T testemunhas arroladas pela defesa (cross examination)
A assistente técnico / Peritos (perito vem antes de assistente)
A acareação
R reconhecimento
I interrogatório (silêncio)
O o juiz delibera sobre a prova (provas que tenham surgido na audiência)
D debates orais (20m prorrogáveis por + 10m) e converter* em memórias por escrito.
S sentença
*Obs.: 03 hipóteses de conversão dos debates orais em memoriais:
a) Vários réus
b) Caso complexo
c) Quando surgirem novas provas – 05 dias para acusação + 05 dias para a defesa e 10 dias para o juiz proferir a sentença.
- Sentença é diferente de decisão interlocutória
Decisão interlocutória:
* Simples: não julga o mérito e não põe fim ao processo.
Ex. recebe a denúncia, decreta a preventiva
* Mista:
a) Não terminativa: põe fim a uma fase do processo (Pronúncia)
b) Terminativa: põe fim ao processo.
7- Sentenças:
a) Condenatória (art. 387 CPP) impõe uma pena.
IPC: Art. 387 → O Juiz, ao proferir sentença condenatória: inciso IV “
b) Absolutórias (art. 386 CPP):
- Absolutória própria: é aquela que não impõe nenhuma sanção penal
- Absolutória imprópria: é aquela que juiz absolve, mas medida de segurança.
IPC: Art. 386 → O Juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça. Inciso IV “não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal”
c) Sentença Terminativa: julga extinto o processo.
- “Emendatio libelli” – Art. 383, CPP: Correção da acusação. O juiz pode dar ao fato descrito na denúncia uma definição jurídica diferente, ainda que implique em pena mais grave. O réu se defende dos fatos imputados e não do direito alegado.
- “Mutatio Libelli” – Art. 384, CPP: É a mudança na acusação. Surgem novos fatos que alteram a classificação da infração.
- Na “Mutatio Libelli”: O MP faz o aditamento no prazo de 05 dias. Defesa terá 05 dias para a resposta.
Audiência oitiva de novas testemunhas (03 testemunhas).
Interrogatório.
Debates.
XXXIII - PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO:
É cabível para infrações superiores a 02 e menor que 04 anos, como por exemplo, o crime de dano qualificado, que possui pena privativa de liberdade de 6 meses a 3 anos de detenção.
Possui apenas 04 diferenças do procedimento ordinário:
São 05 testemunhas, o prazo é apenas de 30 dias para audiência e não há previsão legal de conversão dos debates orais em memoriais escritos.
	PROCEDIMENTO ORDINARIO
	PROCEDIMENTO SUMÁRIO
	Oito testemunhas
	Cinco testemunhas
	60 dias para fazer a AIDJ
	30 dias para fazer a AIDJ
	Podem pedir provas ao final da audiência
	Não tem previsão expressa
	Pode converter debates orais e memórias
	Não tem previsão expressa
XXXIV - PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO:
Lei 9.099/95 – Infrações de menor potencial ofensivo: são todas as contravenções penais + os crimes cuja pena máxima não exceda 02 anos.
Obs.: Não se aplica a Lei 9.099/95 às infrações praticadas com violência doméstica ou familiar contra mulher (Lei Maria da Penha).
1. Fases:
a) Fase Policial: Elaboração do Termo Circunstanciado.
Audiência Preliminar:
É a tentativa de composição os danos civis (criminoso e vítima) – o ofendido poderá aguardar o restante do prazo decadencial. Este acordo consiste na aplicação imediata de pena de multa e de pena restritiva de direitos.
Defesa Preliminar:
STJ – Se teve inquérito policial não precisa (súmula 330)
STF – Sempre precisa sob pena de nulidade relativa.
Transação penal: é o acordo entre o MP e o suspeito para que não haja o processo penal. Se a transação consistir em uma multa o juiz poderá reduzi-la pela metade.
- Homologada a transação penal ocorre a extinção da punibilidade
- Caso o réu não concorde com a transação penal – A audiência termina com a denúncia oral.
- A lei 9099/95 não admite a citação por edital.
Rito Sumaríssimo
- Terá apenas uma Audiência
- Defesa prévia oral
- Recebimento da denúncia
- Testemunhas (acusação e defesa)
- Interrogatório
- Debates Orais
XXXV - PROCEDIMENTO ESPECIAL
1. Crimes Contra a Honra: possuem um procedimento especial:
Injúria: Imputar uma qualidade negativa.
Difamação: Imputar fato negativo.
Calúnia: Imputar falsamente um fato definido como crime.
→ Via de regra os crimes contra honra são de menor potencial ofensivo aplicando a lei 9099/95.
→ Poderá ocorrer a hipótese do art. Art. 140, § 3º, CP - Injúria praticada contra a sogra. Injúria qualificada.
Queixa → Audiência de tentativa de conciliação → Recebimento da queixa.
Audiência de Tentativa de Conciliação:
- Se o querelado faltar o juiz recebe a queixa.
- Se o querelante faltar o juiz julgará a extinção da punibilidade pela perempção – Art. 60, III do CPP.
Obs: Imputar falsamente uma contravenção penal é crime de difamação, pois calunia é imputar falsamente um crime.
XXXVI - LEI DE DROGAS - Lei 11.343/06.
Lei específica para crime de porte de drogas.
- Porte de drogas é crime segundo o Art. 28 da Lei 11.343/06.
- Plantar pequena quantidade de para consumo pessoal também é porte.
É uma infração de menor potencial ofensivo, sendo processado pela lei 9099/95.
No caso do tráfico de drogas – Art. 33 da Lei 11.343/06 é equiparado a hediondo.
Da denúncia a absolvição sumária aplica-se o procedimento ordinário.
Audiência da Lei de drogas:
1º Interrogatório
2º 05 testemunhas poderão ser arroladas (acusação e defesa)
3º Debates orais (20 minutos, prorrogáveis por mais 10, para cada parte)
4º Sentença
XXXVII - CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO / CRIMES FUNCIONAIS AFIANÇÁVEIS – Art. 514, CPP.
- Entre a denúncia e o recebimento da denúncia haverá uma defesa preliminar escrita no prazo de 15 dias.
- O restante do processo ou será ordinário ou sumário.
- Segundo o STJ, se houver inquérito policial, não é necessária a defesa preliminar escrita.
XXXVIII - PROCEDIMENTO DO JÚRI – Lei 11.689/08, lei que alterou os dispositivo do CPP
Princípios Constitucionais que regem o júri:
1º Princípio da Plenitude de Defesa: é a possibilidade de utilização de argumentos meta – jurídicos. Ampla defesa – Art. 5º da CF.
2º Princípio do Sigilo das Votações: os jurados votam em uma sala secreta – Tendo acesso apenas o juiz e o advogado de defesa. Ninguém sabe como o jurado vota.
Apurado 04 votos iguais encerra-se a apuração.
3º Princípio da Soberania dos Veredictos
Exceção: A revisão criminal: é uma espécie de ação rescisória que é ajuizada depois do transito em julgado.
4º Princípio da Competência – Crimes dolosos contra a vida:
- Crimes Dolosos contra a vida (consumado e tentado)
- Crimes Conexos
• Homicídio
• Infanticídio
• Suicídio
• Aborto
Procedimento:
1º Fase: Tramita perante o juiz singular: é o chamado “judicium acusationis”.
2º Fase: Tramita perante o tribunal

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