Aula 1. Farmacobotânica

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 Botânica, do grego botaniké. É o estudo científico 
da vida das plantas e algas. 
 
 Como um campo da biologia, é também muitas 
vezes referenciado como a Ciência das Plantas ou 
Biologia Vegetal. 
 
 A Botânica abrange uma miríade de disciplinas 
científicas que estudam crescimento, reprodução, 
metabolismo, desenvolvimento, doenças e 
evolução da vida das plantas. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reprodu%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metabolismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o
Quando tudo começou? 
O uso de plantas e animais no combate de doenças 
 é tão antigo quanto à própria humanidade. 
 
 Homem teve que aprender: 
 Comer 
 Vestir-se 
 Curar-se 
 
 Mimetizar os animais: instinto em selecionar 
as espécies comestíveis em vez de tóxicas. 
 Aldeias primitivas: desenvolvimento do 
conhecimento e maior adaptação; 
 
 Primeiros xamãs (do lapão = conhecimento): 
resolver os problemas de saúde e indicar as 
melhores épocas para semear. 
 Civilizações avançadas; 
 
 1700 a.C: “Papiro de Ebers” (1872): descreve as virtudes 
das plantas medicinais (+ 700 espécies). 
 Contem fórmulas mágicas e remédios populares 
 
Ex: papoula (antitussígeno e sedativo) 
 Mirra (expectorante) 
Leite de mulher grávida e livro velho 
 
 Casta sacerdotal: mágico-religiosa. 
Tratados passados de dinastias (5 a 7 mil 
anos): Tratado da Dinastia Amarela(2-220d.C) sistemática 
e uso de várias espécies; 
 
Medicina chinesa: massagens, Tai Chi etc; 
equilíbrio dos meridianos; 
 
 Índia (medicina ayurvédica): yoga, meditação, 
alimentos e plantas 
 As plantas medicinais foram os primeiros recursos terapêuticos 
utilizados para o cuidado da saúde dos seres humanos e de sua 
família (ALMEIDA, 2003). 
 Mesopotâmia: 50.000 anos: Uso de plantas medicinais: mulheres: 
agricultura e pecuária. 
 Civilizações antigas: chinesa e indiana (há 5.000 anos); 
 Egito: mumificação: mirra, canela, entre outras. Papiros de Ebers: 
1550 a.C: 500 plantas e 800 receitas.• Bíblia: hissopo (família do 
orégano); alcaparra; açafrão; hortelã; cominho; coentro; 
mostarda; alho-poró; mirra; cebola e alho. 
 Hipócrates (468-377 a.C). Tratamento com mais de 400 
espécies. 
 Discórides (40-80 d.C.) Matéria Medica (Sobre as Formas de 
Curar), foi o primeiro manual do gênero. Muito detalhado o texto 
descrevia cerca de 600 espécies. (ELDIN & DUNFORTE, 2001) 
 Idade Média, a fitoterapia, assim como toda a ciência, sofreu 
um processo de estagnação. 
 Renascimento, com o aparecimento dos alquimistas e a 
descoberta das Américas com seus Xamãs indígenas, houve 
também o ―renascimento‖ da fitoterapia e outras práticas 
científicas. 
 Brasil: Cabral: fitoterapia reinava. 
 Período Pós-revolução Industrial, com o início da indústria de 
síntese, a fitoterapia passa a ser relegada a um plano 
secundário.• Séc. XIX: surge os medicamentos sintéticos 
(síntese AAS) 
 Final do séc. XX: ressurge a utilização das plantas medicinais. 
 O uso de plantas medicinais e fitoterápicos, com finalidade 
profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico, 
passou a ser oficialmente reconhecido pela Organização 
Mundial de Saúde (OMS) em 1978. 
 Visão moderna da Fitoterapia: 
 
 Pitágoras (600 a 500 a.C): criação dos primeiros 
herbários; 
 
 Hipócrates, Galeno; 
 
 Dioscórides: Livro Matéria médica: descreve mais 
de 600 espécies medicinais, base para Fitoterapia 
Moderna. 
 
 Intolerância da Santa Inquisição: parada da 
evolução da Fitoterapia, caça as bruxas e 
curandeiros. 
 
 Monastérios e Conventos: hortos e os 
preparadas em forma de vinho medicinais 
 No novo mundo: Padres e frades difundem o 
conhecimentos médicos, que é enriquecido 
com os xamãs e indígenas. 
 
Quina 
Curare 
 Europa: alquimistas “Paracelso” 
 Itália: surgimento das Escolas Médicas 
 Alemanha: homeopatia “Hahneman” 
 XIX: inaugurou-se a indústria de síntese 
química 
 Séc. XX: síntese de fármacos a partir de 
plantas e fungos 
PENICILINA 
DIGOXINA 
ATROPINA 
 Segundo a OMS: 
Medicina 
Tradicional 
Fitomedicina 
 Soma de todos os conhecimentos, habilidades e 
práticas baseadas em teorias, credos e 
experiências espirituais em diferentes culturas, 
quando aplicáveis ou não usadas para: 
 
 Tratar doenças 
 Prevenção 
 Diagnóstico 
 Desenvolvimento de doenças 
 Usa os conhecimentos adquiridos de ensaios 
in vivo ou in vitro: pré-clínicos, clínicos e 
toxicológicos 
 
 Métodos modernos de extração, identificação 
e padronização de substâncias proveniente 
de plantas; 
 
 Fitofármaco: substância isolada de extratos 
vegetais. 
 
São os medicamentos originados 
exclusivamente de matéria-prima vegetal 
integra (droga vegetal) ou seus extratos 
usados com propósito de tratamento 
médico 
 
 Espécie na qual um ou mais de seus órgãos 
contêm substâncias que podem ser usadas 
para fins terapêuticos. 
 EX: Pata de vaca (Bauhinia candicans) 
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 Droga: todo vegetal ou animal, ou ainda uma parte 
ou órgão destes seres ou produtos derivados 
diretamente deles, que , após sofrerem processos 
de coleta, preparo e conservação, possuem 
composição e propriedades tais que possibilitam o 
seu uso como forma bruta de medicação ou como 
necessidade farmacêutica 
 Ex: folhas de Digitalis lanata 
 
 
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 Coca= cocaína 
 Café= cafeína 
 papoula= morfina 
 Dedaleira= digoxina 
 salgueiro= ácido salicílico 
 
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terapêutica , pertencente ou isolada da 
droga vegetal. 
 
 EX:Digitalis lanata Digoxina 
 Toda a planta fresca, droga vegetal ; 
 Derivados: extratos, tinturas, óleo, cera 
outros 
 Tintura de beladona associada a papaverina 
Relaxam os músculos lisos 
(espasmolíticos), reduzem as 
dores das cólicas urinárias e da 
vesícula biliar, aliviam as crises 
de asma (antiasmático) 
Papaver somniferum: 
espasmolítico e 
vasodilatador 
 RDC nº 14/2010 e: regulamenta o registro de 
medicamentos fitoterápicos no Brasil. 
 
 
 
Complementares 
RDC nº 88: trata da lista de referências bibliográficas para avaliação da 
segurança e eficácia da fitoterápicos. 
 
RDC nº 89: trata da lista de registro simplificado de fitoterápicos. 
 
RDC nº 90: guia de realização de estudos de toxicidade pré-clinica de 
fitoterápicos. 
 
RDC nº 91: guia para realização de alterações, inclusões, notificação e 
cancelamento de pós-registro de fitoterápicos. 
 
 Garantir qualidade, segurança e eficácia; 
 
Segurança: ausência ou intensidade de 
efeitos adversos ou tóxicos e o uso 
apropriado do produto 
Eficácia: comprovação biológica 
comprovada. Identificação de seu 
princípio ativo. 
OBS: muitos tem sua eficácia comprovada através do 
uso tradicional 
 Registro simplificado, ou seja não se faz 
necessário comprovar a eficácia e segurança 
dos mesmos. 
 
 Plantas silvestres ou cultivadas: contaminação; 
 
 Condições do clima e do solo: teor de princípios ; 
 
 Órgão ou parte Utilizada: partes ou planta toda; 
 
 Época da colheita 
 
 AMOSTRAGEM 
Amostra representativa do lote 
Homogeneidade, uniformidade e integridade 
Identificação macroscópica e microscópica 
com um padrão 
Identificação 
 
Utilizar no preparo de 
medicamentos a planta correta, 
garantindo a qualidade e o 
prestígio do fitoterápico. 
 
 
Detectar contaminações, 
falsificações e fraudes. 
Fundamento da identificação 
 
 Identificação é feita por 
comparação 
 
O material problema é 
comparado com droga padrão e 
com descrições minuciosas 
existentes nas farmacopéias e 
literaturas especializadas. 
O estado de divisão da droga é 
indicativo do procedimento a ser 
seguido. Droga em pó, do ponto de 
vista da análise macroscópica, 
pouco pode ser feito. Observar-se 
apenas a cor, o sabor e o odor. 
À medida que o tamanho dos fragmentos aumenta, pode-se 
observar uma série de características macroscópica, bem como 
realizar cortes para análise da estrutura interna (forma da célula, 
seu conteúdo, a natureza e o espessamento de sua parede, os 
tipos de tecidos presentes, suas características e organização). 
 
 TESTE DE PUREZA 
Identificar materiais estranhos: fungos, 
partes de outras plantas, terra, insetos etc. 
Ex: teste de cinzas 
 CONTROLE DE CONTAMINANTES- ANÁLISES 
MICROBIOLÓGICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elementos tóxicos ou contaminantes: 
Intrínsecos: metabólitos tóxicos 
Extrínsecos: etapas de elaboração, 
adulteração ou conservação 
Outros contaminantes: pesticidas, agentes 
desinfectantes, metais pesados e Aflatoxinas 
 IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE 
PRÍNCIPIOS ATIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caracteres organolépticos 
Teste físico-químicos: grupos químicos 
específicos. 
Quantificação de PA: HPLC ou CG etc.. 
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 CHÁS: mediante a extração aquosa (rasuras, 
frutos e sementes) 
 Classificação: 
INFUSÃO DECOCÇÃO 
MACERAÇÃO 
 Drogas rasuradas + água fervente (5 a 10 
minutos). 
 
 Tempo de exposição : importante para 
 
 
 
 
Camellia sinensis: 
5minutos: cafeína 
5-10 minutos:Taninos 
Drogas rasuradas: folhas, 
talos pequenos, 
Flores e brotos 
 Droga rasurada +fervura com água tempo 
necessário. 
Drogas rasuradas: cascas, raízes, 
rizomas e talos grandes 
 Água corrente+ temperatura ambiente+ 
tempo mais longo 
Drogas rasuradas: principalmente com 
substâncias de características termolábeis 
PÓ DROGA 
DESSECADA 
PÓ DROGA 
FRESCA 
TRITURADOS DA DROGA FRESCA OU 
DESSECADA 
 Pulverização a frio: criopulverização 
(nitrogênio líquido) 
 
 Pulverização à temperatura ambiente. 
 
 Usados: cápsulas e comprimidos 
 Aumentar o contato para extração 
geralmente com álcool a 70% (mistura 
hidroalcóolica) 
 Óleos essenciais: são as essências, mistura de 
substâncias voláteis (mono e sesquiterpenos). 
 
 Extratos fluidos incolores : fração insolúvel 
obtida da água resultante da destilação 
misturada com etanol. 
 
 Águas destiladas aromáticas: diluição dos 
extratos fluidos incolores/água (1/5) 
 Alcoolatura: maceração com álcool destilado. 
 
 Tinturas: mistura hidroalcoólica (1:5) a 
temperatura ambiente. Graduação alcoólica 
(60 a 90%) 
 
 Extratos fluidos: concentração do extrato até 
a proporção de 1:1 (equivale a droga 
dessecada) 
 Extratos secos: obtidos pela concentração do 
extrato líquido até eliminação total do 
solvente (pó ligeiramente higroscópico). 
Droga/extrato seco (5:1) 
 
 
 Extrato moles:obtidos da concentração dos 
extratos fluídos (15-20% de água) 
 
 Extratos oleosos: droga + óleos vegetais 
(oliva,coco etc.); 
 
 
 Extratos glicólicos e hidroglicólicos: 
Droga+ glicol (propilenoglicol) 
Droga + água+ glicol 
Droga dessecada/extrato (1:5) 
5g do extrato corresponde a 1g da droga