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O Português no Direito

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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA
CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
NOME: ÉLIN CUNHA LUIZ CARDOSO
TURMA: 41515 N
O PORTUGUÊS NO DIREITO
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
“O homem tem várias vantagens em relação às bestas; por exemplo, o fogo, as roupas, a agricultura, os instrumentos (...). A mais importante de todas, porém, é a linguagem.”
BERTRAND RUSSEL
A epígrafe é muito interessante, pois trabalha com aquilo que o ser humano mais se distancia dos demais seres vivos: a linguagem.
Todo ser vivo é capaz de se comunicar (cada um a seu modo, é claro), porém não com tamanha riqueza. A linguagem humana transcende, pois se manifesta de inúmeras formas, cabe ao homem saber fazer bom uso dessa extraordinária ferramenta que tem em seu poder. 
...
O Direito é a ciência da palavra, mas do uso dinâmico da palavra. E por estar a palavra inserida em um código, faz-se necessário que haja domínio desse código, no caso a língua, para uma melhor atuação do indivíduo no campo profissional por ele escolhido.
A aprendizagem da língua ocorre de duas formas: primeiramente adquirida e, em seguida, transmitida, mas ambas estão condicionadas ao meio social a que o indivíduo pertence. Dessa forma, toda pessoa adulta possui uma consciência linguística, que é a soma de todos os meios de expressão transmitidos a ela no tempo e no espaço.
Filólogos asseguram que aos quatorze anos o indivíduo já é capaz de dominar o sistema linguístico em que está inserido.
Infelizmente, o uso que se tem feito da Língua Portuguesa no Brasil gera preocupação, pois o quadro de analfabetismo é imenso e a população não possui o hábito de ler.
O ensino da língua no Brasil encontra-se em lamentável declínio. Mudam-se terminologias, mas não metodologias. Os jovens leem cada vez menos, possuem um léxico cada vez mais limitado, causado, principalmente, pelo imediatismo eletrônico das informações.
Muitos jovens sonham em entrar na faculdade, porém o ensino massificado e a falta de condições oferecidas por grande parte das universidades têm formado profissionais desqualificados que serão os professores de amanhã.
O objetivo de quem estuda atualmente não é o de aprender, mas sim de passar no vestibular. Essa educação que visa apenas a provas acaba por adestrar os alunos, tolhendo sua criatividade não preparando o indivíduo em sua totalidade para quando ingressar na universidade.
Há de se atacar de forma séria e efetiva os principais problemas sociais do Brasil: alimentação, saúde e educação para que possamos ter uma sociedade viável futuramente.
Hoje o advogado mal preparado pode ser surpreendido escrevendo de forma inadequada, sem saber, ao menos, o que pedir e como fazê-lo. Isso compromete sua credibilidade, gerando um desprestígio profissional a esta classe.
Há inúmeros casos em que petições mal elaboradas não passam do balcão do protocolo dos tribunais devido a erros bárbaros e grotescos que vão de grafia, sintaxe a desorganização e incoerência de ideias.
O texto cita como exemplo uma defesa de uma pessoa encaminhada ao Superior Tribunal Militar. O advogado que fez tal defesa, supondo estar utilizando uma linguagem culta, com palavras pouco conhecidas e preciosismos, acabou por beirar o ridículo com sua verborréia.
É preciso respeitar a língua, utilizando-a mesmo como instrumento de efetiva comunicação, resgatando sua dignidade e preservando sua vernaculidade.
A intenção do livro cujo trecho foi retirado para nossa apreciação é contribuir para que os futuros advogados possam aprender a se expressar melhor, seja de forma oral ou escrita.

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