Buscar

Letras-Chico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
1
PRIVATE
Cancioneiro por ordem cronológica
	Canção dos Olhos (Chico Buarque - 1959) 
Marcha para um dia de sol (Chico Buarque - 1964) 
Tem mais samba (Chico Buarque - 1964) 
Desencanto (Chico Buarque - 1964) 
A Rita (Chico Buarque - 1965) 
Desencontro (Chico Buarque - 1965) 
Fica (Chico Buarque - 1965) 
Funeral de um lavrador – 1965 (Chico Buarque/João Cabral de Melo Neto - 1964) 
Juca (Chico Buarque - 1965) 
Lua cheia (Chico Buarque/Toquinho - 1965) 
Madalena foi pro mar (Chico Buarque - 1965) 
Malandro quando morre (Chico Buarque - 1965) 
Meu refrão (Chico Buarque - 1965) 
Olê, olá (Chico Buarque - 1965) 
Pedro pedreiro (Chico Buarque - 1965) 
Sonho de um carnaval (Chico Buarque - 1965) 
Tamandaré (Chico Buarque - 1965) 
Tereza tristeza (Chico Buarque - 1965) 
Roda gigante (Chico Buarque - 1965) 
PRIVATE
A banda (Chico Buarque - 1966) 
Amanhã, ninguém sabe (Chico Buarque - 1966) 
Com açúcar, com afeto (Chico Buarque - 1966) 
Ela e sua janela (Chico Buarque - 1966)
Morena dos olhos d'água (Chico Buarque - 1966) 
Noite dos mascarados (Chico Buarque - 1966) 
Quem te viu, quem te vê (Chico Buarque - 1966) 
Você não ouviu (Chico Buarque - 1966) 
A televisão (Chico Buarque - 1967) 
Onde é que você estava (Chico Buarque - 1969) 
Rosa-dos-ventos (Chico Buarque - 1969) 
Samba e amor (Chico Buarque - 1969) 
Umas e outras (Chico Buarque - 1969) 
PRIVATE
Apesar de você (Chico Buarque - 1970) 
C´é piú samba (Chico Buarque/Bardotti - 1970) 
Ciao, ciao, addio (Chico Buarque/Bardotti - 1970) 
Desalento (Chico Buarque/Vinícius de Moraes - 1970) 
Minha história (Gesùbambino) (Dalla/Palotino/Versão de Chico Buarque - 1970) 
Samba de Orly (Chico Buarque/Vinícius de Moraes/Toquinho - 1970) 
Tema para "Os inconfidentes" (Chico Buarque/Cecilia Meireles - 1970) 
Valsinha (Vinicius de Moraes/Chico Buarque - 1970) 
PRIVATE
Acalanto para Helena (Chico Buarque - 1971) 
Bolsa de amores (Chico Buarque - 1971) 
Construção (Chico Buarque - 1971) 
Cordão (Chico Buarque - 1971) 
Cotidiano (Chico Buarque - 1971) 
Deus lhe pague (Chico Buarque - 1971) 
Essa passou (Chico Buarque/Carlos Lyra - 1971) 
Olha Maria (Chico Buarque/Tom Jobim/Vinícius de Moraes - 1971) 
Ana de Amsterdam (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Atrás da porta (Chico Buarque - 1972) 
Baioque (Chico Buarque - 1972) 
Bandolim (Chico Buarque - 1972) 
PRIVATE
Acorda amor (Leonel Paiva/Julinho da Adelaide - 1974) 
Jorge maravilha (Julinho da Adelaide - 1974) 
Basta um dia (Chico Buarque - 1975) 
Bem querer (Chico Buarque - 1975) 
Corrente (Este é um samba que vai pra frente) (Chico Buarque - 1975) 
Gota d'água (Chico Buarque - 1975) 
Mambordel (Chico Buarque - 1975) 
Milagre brasileiro (Julinho da Adelaide - 1975) 
A noiva da cidade (C B/Francis Hime - 1976) 
Desembolada (Francis Hime/C B - 1976) 
Meu caro amigo (C B/Francis Hime - 1976) 
Mulheres de Atenas (Chico Buarque - 1976) 
O que será (À flor da pele) (Chico Buarque - 1976) 
O que será (À flor da terra) (Chico Buarque - 1976) 
O que será (Abertura) (Chico Buarque - 1976) 
Olhos nos olhos (Chico Buarque - 1976) 
Passaredo (Chico Buarque/Francis Hime - 1975/1976) 
Quadrilha (Chico Buarque - 1976) 
Tanto mar (primeira versão)* (Chico Buarque - 1976) 
Sem açúcar (Chico Buarque - 1976) 
Vai levando (Chico Buarque/Caetano Veloso - 1976) 
Vai trabalhar vagabundo (Chico Buarque - 1976) 
PRIVATE
A cidade ideal (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1977) 
A galinha (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1977) 
Homenagem ao malandro (Chico Buarque - 1977/1978) 
Léo (Chico Buarque - 1978) 
Murro em ponta de faca (Chico Buarque/Augusto Boal - 1978) 
O casamento dos pequenos burgueses (Chico Buarque - 1977/1978) 
O malandro (Kurt Weill/Bertolt Brecht/Versão Livre de Chico Buarque - 1977/1978) 
O malandro nº2 (Kurt Weill/Bertolt Brecht/Versão Livre de Chico Buarque - 1977/1978) 
O meu amor (Chico Buarque - 1977/1978) 
Ópera (Chico Buarque - 1977/1978) 
Pedaço de mim (Chico Buarque - 1977/1978) 
Pivete (Chico Buarque - 1978) 
Se eu fosse o teu patrão (Chico Buarque - 1977/1978) 
Tango do covil (Chico Buarque - 1977/1978) 
Tanto mar * (Chico Buarque - 1978) 
Teresinha (Chico Buarque - 1977/1978) 
Trocando em miúdos (Chico Buarque - 1978) 
Viver do amor (Chico Buarque - 1977/1978) 
PRIVATE
INCLUDEPICTURE \d "../letras/img/seta_letras.jpg"
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=arosa_79.htm')"
A Rosa (Chico Buarque - 1979) 
Alumbramento (Chico Buarque/Djavan - 1979) 
Amando sobre os jornais (Chico Buarque - 1979) 
Bye bye, Brasil (C B/Roberto Menescal - 1979) 
Canção de Pedroca (C B/Francis Hime - 1979) 
Dueto (Chico Buarque - 1979) 
Hino de Duran (Chico Buarque - 1979) 
Introdução para a turma do funil (no Baixo Leblon) (Chico Buarque/Tom Jobim - 1979) 
Luisa (Chico Buarque - 1979) 
Meu caro barão (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1981) 
Moto-contínuo (Edu Lobo/C Buarque - 1981) 
O meu guri (Chico Buarque - 1981) 
Piruetas (Enriquez/Bardotti/C Buarque - 1981) 
Rebichada (Enriquez/Bardotti/C Buarque - 1981) 
Tanto amar (Chico Buarque – 1981) 
A bela e a fera (Chico B/Edu Lobo - 1982) 
A história de Lily Braun (C B/Edu Lobo - 1982) 
Beatriz (Chico Buarque/Edu Lobo - 1982) 
Ciranda da bailarina (C B/Edu Lobo - 1982) 
Embarcação (C Buarque/Francis Hime - 1982) 
Imagina só (Silvio Rodrigues/Versão de Chico Buarque – 1982) 
Meu namorado (C Buarque/Edu Lobo - 1982) 
Na carreira (Chico Buarque/Edu Lobo - 1982) 
Novo amor (Chico Buarque - 1982) 
O circo místico (C Buarque/Edu Lobo - 1982) 
Opereta do casamento (C B/Edu Lobo - 1982) 
Sobre todas as coisas (C B/Edu Lobo - 1982) 
Supõe (Silvio Rodrigues/Versão de Chico Buarque - 1982) 
Valsa dos clowns (Chico Buarque/Edu Lobo - 1982) 
PRIVATE
A violeira (Chico Buarque/Tom Jobim - 1983) 
Dr. Getúlio (Chico Buarque/Edu Lobo - 1983) 
Imagina (Chico Buarque/Tom Jobim - 1983) 
Meninos, eu vi (Chico Buarque/Tom Jobim - 1983) 
Mil perdões (Chico Buarque - 1983) 
Não sonho mais (Chico Buarque - 1979) 
Samba do grande amor (Chico Buarque - 1983) 
Sinhazinha (Despertar) (Chico Buarque - 1983) 
Tanta saudade (Chico Buarque/Djavan - 1983) 
Tantas palavras (Chico Buarque/Dominguinhos - 1983) 
Um tempo que passou (Chico Buarque/Sergio Godinho - 1983) 
As cartas (Chico Buarque - 1984) 
Brejo da cruz (Chico Buarque - 1984) 
Iolanda (Pablo Milanés/Versão de Chico Buarque - 1984) 
Mano a mano (Chico Buarque/João Bosco - 1984) 
Pelas tabelas (Chico Buarque - 1984) 
Sílvia (Chico Buarque/Vinicius Cantuária - 1984) 
Suburbano coração (Chico Buarque - 1984) 
Vai passar (Chico Buarque/Francis Hime - 1984) 
A mulher de cada porto (Chico Buarque/Edu Lobo - 1985) 
A volta do malandro
INCLUDEPICTURE \d "img/bt_cifra.gif" (Chico Buarque - 1985) 
Acalanto (Chico Buarque/Edu Lobo - 1985) 
Aquela mulher (Chico Buarque - 1985) 
Bancarrota blues (Chico Buarque/Edu Lobo - 1985) 
Choro bandido (C Buarque/Edu Lobo - 1985) 
Desafio do malandro (Chico Buarque - 1985) 
Hino da repressão (Chico Buarque - 1985) 
Las muchachas de copacabana (C B - 1985) 
Meia-noite (Chico Buarque/Edu Lobo - 1985) 
O corsário do rei (C Buarque/Edu Lobo - 1985) 
Opereta do moribundo (Chico Buarque/Edu Lobo - 1985) 
Todo o sentimento (Chico Buarque/Cristóvão Bastos - 1987) 
Tororó (Chico Buarque/Edu Lobo - 1987/1988) 
Uma menina (Chico Buarque - 1987) 
Valsa brasileira (Chico Buarque/Edu Lobo - 1987/1988) 
PRIVATE
A mais bonita (Chico Buarque - 1989) 
Baticum (Chico Buarque/Gilberto Gil - 1989) 
É tão simples (Chico Buarque - 1989) 
Morro dois irmãos (Chico Buarque - 1989) 
O futebol (Chico Buarque - 1989) 
Trapaças (Chico Buarque - 1989) 
Uma palavra (Chico Buarque - 1989) 
PRIVATE
INCLUDEPICTURE \d "../letras/img/seta_letras.jpg"
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=afotodac_93.htm')"
A foto da capa (Chico Buarque - 1993) 
Biscate (Chico Buarque - 1993) 
De volta ao samba (Chico Buarque - 1993) 
Futuros amantes (ChicoBuarque - 1993) 
Outra noite (Chico Buarque/L. C. Ramos - 1993) 
Paratodos (Chico Buarque - 1993) 
Piano na Mangueira (Chico Buarque/Tom Jobim - 1993) 
Romance (Chico Buarque - 1993) 
Tempo e artista (Chico Buarque - 1993) 
Nego maluco (Edu Lobo/Chico Buarque - 1993) 
PRIVATE
Dis-mois comment (Versão de Chico Buarque - 1994) 
Como um samba de adeus (Caetano Veloso - Chico Buarque - 1995) 
Chão de esmeraldas (Chico Buarque/Hermínio Bello de Carvalho - 1997) 
Você, você (Chico Buarque/Guinga - 1997) 
Caetano Veloso
Vai levando - 1975 
Como um samba de adeus - 1995 
Carlinhos Vergueiro
Leve - 1997 
Nosso bolero - 1986 
Carlos Lyra
Essa passou - 1971 
Cristóvão Bastos
Todo o sentimento - 1987 
Dias Gomes
O rei de ramos
(Francis Hime - Chico Buarque - Dias Gomes) - 1979 
Djavan 
Alumbramento - 1979 
Tanta saudade - 1983 
Dominguinhos
Tantas palavras - 1983 
Xote do navegador – 1998
Edu Lobo
A bela e a fera - 1982 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=ahislili_82.htm')"
A história de Lily Braun - 1982 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=amulherd_85.htm')"
A mulher de cada porto - 1985 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=apermuta_87.htm')"
A permuta dos santos - 1987 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=abandono_87.htm')"
Abandono - 1987 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=acalanto_85.htm')"
Acalanto - 1985 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=bancarro_85.htm')"
Bancarrota blues - 1985 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=beatriz_82.htm')"
Beatriz - 1982 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=cambaio_01.htm')"
Cambaio - 2001 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=cantiga_acordar_01.htm')"
Cantiga de acordar - 2001 
A moça do sonho - 2001 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=casadejo_87.htm')"
Casa de João de Rosa - 1987 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=choroban_85.htm')"
Choro bandido - 1985 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=cirandad_82.htm')"
Ciranda da bailarina - 1982 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=drgetuli_83.htm')"
Dr. Getúlio - 1983 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=frevodia_87.htm')"
Frevo diabo - 1987 
Lábia – 2001
Garoto 
Gente humilde
(Garoto - Vinícius de Moraes - Chico Buarque) - 1969 
Gilberto Gil
Baticum - 1989 
Cálice - 1973 
Guinga 
Você, você - 1997 
Hermínio Bello de Carvalho 
Chão de esmeraldas - 1997 
João Bosco
Mano a mano - 1984 
João Donato
Cadê você (Leila XIV) - 1987 
Luíz Cláudio Ramos
Outra noite - 1993 
Cecília - 1998 
Miltinho
Angélica - 1977 
Milton Nascimento
Léo - 1978 
Levantados do chão - 1997 
O cio da terra - 1977 
Primeiro de maio - 1977 
Novelli
Linha de montagem - 1980 
Roberto Menescal
Bye bye, Brasil - 1979 
Ruy Guerra
Ana de Amsterdam - 1972 
Bárbara - 1972 
Boi voador não pode - 1972 
Cala a boca Bárbara - 1972 
Cobra de vidro - 1972 
Fado tropical - 1972 
Fortaleza - 1972 
Não existe pecado ao sul do equador - 1972 
Tatuagem - 1972 
Tira as mãos de mim - 1972 
Vence na vida quem diz sim - 1972 
Você vai me seguir - 1972 
 
Wilson das Neves
Grande hotel - 1997 
Versões e adaptações
INCLUDEPICTURE \d "../img/espaco.gif"
Alemão
Auge in Auge (Cara a cara) - 1969
Auge ins Auge (Olhos nos Olhos) - 1976
Bis zum Schluß (Até o fim) - 1978
Brejo da Cruz (Brejo da Cruz) - 1984
Bye bye, Brasil (Bye bye, Brasil) - 1979
Carolina (Carolina) - 1967
Der Ganove (O malandro) - 1977/78
Die Musikkapelle (A banda) - 1966
Die Kleine hat sich verändert (Essa moça tá diferente) – 1969
Die Rückkehr des Gauners (A volta do malandro) – 1985
Die Stimme des Herrn und der Herr der Stimme (A voz do dono
e o dono da voz) - 1981
Geh arbeiten, fauler Kerl (Vai trabalhar vagabundo) – 1975
Gott vergelt's dir (Deus lhe pague) - 1971
Hommage für den Ganoven (Homenagem ao malandro) - 1977/78
Ich liebe dich (Eu te amo) - 1980
Laß die Kleine in Ruhe (Deixe a menina) – 1980
Mein Kleiner (O meu guri) - 1981
Mein lieber Freund (Meu caro amigo) - 1976
Nicanor (Nicanor) - 1969
Ohne Fantasien (Sem Fantasia) - 1967
Straßendieb (Pivete) - 1978
Strömung (Corrente) - 1976
Tingeltramp (Mambembe) - 1972
Verzweiflung (Desalento) - 1971
Was mag es sein (O que será) - 1976
Weitermachen (Vai levando) - 1975
Tira as mãos de mim
Cobra de vidro
Vence na vida quem diz sim
Fortaleza 
Para a peça Gota d´água, de Chico Buarque e Paulo Pontes (1975) 
Flor da idade
Bem querer
Gota d'água
Basta um dia
Cancioneiro para peças e musicais
INCLUDEPICTURE \d "../img/espaco.gif"
Para o musical Balanço de Orfeu, de Luiz Vergueiro (1964) 
Tem mais samba
Para a peça Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto (1965) 
Para a peça O patinho preto, de Walter Quaglia, (1966) 
Para a peça Pedro pedreiro, de Renata Pallottini (1966) 
Para o musical Meu refrão, de Hugo Carvana e Antônio Carlos Fontoura (1966) 
Noite dos mascarados
Para a peça Os inimigos, de Górki, com direção de José Celso Martinez Corrêa (1966) 
Para a peça O&A, de Roberto Freire (1967) 
Para a peça Roda viva, de Chico Buarque (1967) 
Roda viva
Sem fantasia
Tema para "Os inconfidentes" (1970) 
Para o musical O Homem de La Mancha, de Ruy Guerra (1972) 
Sonho impossível
A pousada do bom barão
A batalha (instrumental)
Esconde-esconde
Todos juntos
Para a peça Murro em ponta de faca (1978) 
Murro em ponta de faca (com Augusto Boal)
Para a peça Ópera do malandro, de C B (1978) 
O malandro (versão livre da canção de Kurt Weill/Bertolt Brecht)
Hino de Duran
Viver de amor
Uma canção desnaturada 
Tango do covil
Doze anos
O casamento dos pequenos burgueses
Teresinha
Homenagem ao malandro
Folhetim
Ai, se eles me pegam agora 
O meu amor
Se eu fosse o teu patrão 
Geni e o zepelim
Pedaço de mim
Ópera
O malandro n° 2 (versão livre da canção de Kurt Weill/Bertolt Brecht)
Para a peça O Rei de Ramos, de Dias Gomes (1979) 
Amando sobre os jornais 
Canção de Pedroca
Choro bandido
Salmo
Acalanto
O corsário do rei
Meia-noite
Para a peça As quatro meninas, adaptação de Lenita Ploncynski, do romence Mulherzinhas, de Louise May (1986)
As minhas meninas
Para o balé Dança da Meia-lua (1987-1988)
Todas as canções em parceria com Edu Lobo
Casa de João de Rosa 
A permuta dos santos 
Frevo diabo 
Meio-dia, meia-lua 
Abandono
Dança das máquinas
Tablados
Tororó
Sol e chuva 
Valsa brasileira
Para a peça Suburbano coração, de Naum Alves de Souza (1989) 
A mais bonita
É tão simples
Para o musical Cambaio, de Adriana e João Falcão (2001) 
Cambaio - Cantiga de acordar
A moça do sonho - Lábia
Noite de verão - Ode aos ratos
Uma canção inédita
Veneta
Para República dos assassinos. de Miguel Faria Jr. (1979)
Sob medida
Não sonho mais
Para Bye bye, Brasil, de Cacá Diegues (1979)
Bye bye, Brasil (com Roberto Menescal)
Para Os saltimbancos trapalhões, de J. B. Tanko (1981)
Adaptações de canções de Enriquez e Bardotti
Piruetas
Hollywood
Alô, liberdade
A cidade dos artistas
História de uma gata
Rebichada
Minha canção
Meu caro barão
Todos juntos
Para Perdoa-me por me traíres, de Braz Chediak (1983)
Mil perdões
Para Para viver um grande amor, de Miguel Faria Jr. (1983)
Sinhazinha (Despertar) (com Tom Jobim)
A violeira (com Tom Jobim)
Imagina (com Tom Jobim)
Tanta saudade (com Djavan)
Sinhazinha (Despedida) (com Tom Jobim)
Samba do grande amor (com Tom Jobim)
Meninos eu vi (com Tom Jobim)
	Ano Novo (Chico Buarque – 1967) 
Carolina (Chico Buarque - 1967) 
Januária (Chico Buarque - 1967) 
Logo eu? (Chico Buarque - 1967) 
Realejo (Chico Buarque - 1967) 
Roda viva (Chico Buarque - 1967) 
Sem fantasia (Chico Buarque - 1967) 
Será que Cristina volta? (Chico Buarque - 1967) 
Um chorinho (Chico Buarque - 1967) 
PRIVATE
Até pensei (Chico Buarque - 1968) 
Até segunda-feira (Chico Buarque - 1968) 
Benvinda (Chico Buarque - 1968) 
Bom tempo (Chico Buarque - 1968) 
Ela desatinou (Chico Buarque - 1968) 
Mulher, vou dizer quantote amo (Chico Buarque - 1968) 
O velho (Chico Buarque - 1968) 
Pois é (Chico Buarque - 1968) 
Retrato em branco e preto (Chico Buarque/Tom Jobim - 1968) 
Sabiá (Tom Jobim/Chico Buarque - 1968) 
Agora falando sério (Chico Buarque - 1969) 
Cara a cara (Chico Buarque - 1969) 
Essa moça tá diferente (Chico Buarque - 1969) 
Gente humilde (Garoto/Vinicius de Moraes/Chico Buarque - 1969) 
Ilmo. Sr. Ciro Monteiro ou Receita pra virar casaca de neném (Chico Buarque - 1969) 
Não fala de Maria (Chico Buarque - 1969) 
Nicanor (Chico Buarque - 1969) 
Bárbara (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Boi voador não pode (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Bom conselho (Chico Buarque - 1972) 
Caçada (Chico Buarque - 1972) 
Cala a boca Bárbara (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Cálice (Chico Buarque/Gilberto Gil - 1973) 
Cobra de vidro (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Fado tropical (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Fortaleza (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Joana Francesa (Chico Buarque - 1973) 
Mambembe (Chico Buarque - 1972) 
Não existe pecado ao sul do equador (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Partido alto (Chico Buarque - 1972) 
Quando o carnaval chegar (Chico Buarque 1972) 
Soneto (Chico Buarque 1972) 
Sonho impossível (J. Darion/M. Leigh/Versão Chico Buarque e Ruy Guerra - 1972) 
Tatuagem (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Tira as mãos de mim (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Flor da idade (Chico Buarque - 1973) 
Valsa rancho (Chico B/Francis Hime - 1973) 
Vence na vida quem diz sim (Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972/1973) 
Você vai me seguir (Chico Buarque/Ruy Guerra – 1972/1973) 
A pousada do bom barão (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1977) 
Angélica (Miltinho/Chico Buarque - 1977) 
Bicharia (Enriquez/Bardotti/C Buarque - 1977) 
Carta ao Tom (paródia) (Toquinho/Tom Jobim /Chico Buarque - 1977) 
Esconde-esconde (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1977) 
Feijoada completa (Chico Buarque - 1977) 
História de uma gata (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1977) 
João e Maria (Sivuca/Chico Buarque - 1977) 
Maninha (Chico Buarque – 1977) 
Maravilha (Francis Hime/Chico Buarque - 1977) 
Minha canção (Enriquez/Bardotti/C B - 1977) 
O cio da terra (Milton Nascimento/C B - 1977) 
O jumento (Enriquez/Bardotti/C Buarque - 1977) 
Primeiro de maio (Milton Nascimento/Chico Buarque - 1977) 
Samba para Vinícius (Toquinho/C B – 1977) 
Todos juntos (Enriquez/Bardotti/C B - 1977) 
Um dia de cão (Enriquez/Bardotti/C B - 1977) 
Estamos aí (Tom Jobim/Vinícius/Aloli/Chico Buarque - 1977) 
PRIVATE
Ai, se eles me pegam agora (C B – 1977/1978) 
Até o fim (Chico Buarque – 1978) 
Canción por unidad latinoamericana (Pablo Milanés/Versão de Chico Buarque - 1978) 
Doze anos (Chico Buarque – 1977/1978) 
Folhetim (Chico Buarque – 1977/1978) 
Fantasia (Chico Buarque – 1978) 
Geni e o zepelim (Chico Buarque - 1977/1978) 
Não sonho mais (Chico Buarque - 1979) 
O rei de ramos (Francis Hime/Chico Buarque/Dias Gomes - 1979) 
Qualquer amor (Chico Buarque/Francis Hime - 1979) 
Sob medida (Chico Buarque - 1979) 
Uma canção desnaturada (Chico Buarque - 1979) 
Bastidores (Chico Buarque - 1980) 
De todas as maneiras (Chico Buarque - 1980) 
Deixe a menina (Chico Buarque - 1980) 
E se (Chico Buarque/Francis Hime - 1980) 
Eu te amo (Chico Buarque/Tom Jobim - 1980) 
Já passou (Chico Buarque - 1980) 
Linha de montagem (Chico Buarque/Novelli - 1980) 
Mar e lua (Chico Buarque - 1980) 
Morena de angola (Chico Buarque - 1980) 
Pássara (Chico Buarque/Francis Hime - 1980) 
Qualquer canção (Chico Buarque - 1980) 
Vida (Chico Buarque - 1980) 
PRIVATE
A cidade dos artistas (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1981) 
A voz do dono e o dono da voz (Chico Buarque - 1981) 
Almanaque (Chico Buarque - 1981) 
Alô, liberdade (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1981) 
Amor barato (Francis Hime/Chico B - 1981) 
As vitrines (Chico Buarque - 1981) 
Ela é dançarina (Chico Buarque – 1981) 
Hollywood (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1981) 
O rei de ramos (Francis Hime/Chico Buarque/Dias Gomes - 1979) 
Qualquer amor (Chico Buarque/Francis Hime - 1979) 
Sob medida (Chico Buarque - 1979) 
Uma canção desnaturada (Chico Buarque - 1979) 
Bastidores (Chico Buarque - 1980) 
De todas as maneiras (Chico Buarque - 1980) 
Deixe a menina (Chico Buarque - 1980) 
E se (Chico Buarque/Francis Hime - 1980) 
Eu te amo (Chico Buarque/Tom Jobim - 1980) 
Já passou (Chico Buarque - 1980) 
Linha de montagem (Chico Buarque/Novelli - 1980) 
Mar e lua (Chico Buarque - 1980) 
Morena de angola (Chico Buarque - 1980) 
Pássara (Chico Buarque/Francis Hime - 1980) 
Qualquer canção (Chico Buarque - 1980) 
Vida (Chico Buarque - 1980) 
PRIVATE
A cidade dos artistas (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1981) 
A voz do dono e o dono da voz (Chico Buarque - 1981) 
Almanaque (Chico Buarque - 1981) 
Alô, liberdade (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1981) 
Amor barato (Francis Hime/Chico Buarque - 1981) 
As vitrines (Chico Buarque - 1981) 
Ela é dançarina (Chico Buarque - 1981) 
Hollywood (Enriquez/Bardotti/Chico Buarque - 1981) 
Palavra de mulher (Chico Buarque - 1985) 
Paroara (Fagner/C Buarque/Fausto Nilo - 1985) 
Rio 42 (Chico Buarque - 1985) 
Salmo (Chico Buarque/Edu Lobo - 1985) 
Sentimental (Chico Buarque - 1985) 
Show bizz (Chico Buarque/Edu Lobo - 1985) 
Tango de Nancy (C Buarque/Edu Lobo - 1985) 
Último blues (Chico Buarque - 1985) 
Verdadeira embolada (C B/Edu Lobo - 1985) 
Anos dourados (C Buarque/Tom Jobim - 1986) 
As minhas meninas (Chico Buarque - 1986) 
Nosso bolero (Chico Buarque/Carlinhos Vergueiro - 1986) 
PRIVATE
Abandono (C Buarque/Edu Lobo - 1987/1988) 
A permuta dos santos (Chico Buarque/Edu Lobo - 1987/1988) 
Cadê você (Chico Buarque/João Donato - 1987) 
Cantando no toró (Chico Buarque - 1987) 
Casa de João de Rosa (Chico Buarque/Edu Lobo - 1987/1988) 
Estação derradeira (Chico Buarque - 1987) 
Frevo diabo (Chico Buarque/Edu Lobo - 1987/1988) 
Lola (Chico Buarque – 1987) 
Ludo real (Chico Buarque/Vinicius Cantuária - 1987) 
Meio-dia meia-lua (Na ilha de Lia, no barco de Rosa) (Edu Lobo/Chico Buarque - 1987/1988) 
O velho Francisco (Chico Buarque - 1987) 
Sol e chuva (Chico Buarque/Edu Lobo - 1987/1988) 
Tablados (Chico Buarque/Edu Lobo - 1987/1988) 
Assentamento (Chico Buarque - 1997) 
Levantados do chão (Chico Buarque/Milton Nascimento - 1997) 
Grande hotel (Wilson das Neves/C B - 1997) 
Leve (Carlinhos Vergueiro/C Buarque - 1997) 
A ostra e o vento (Chico Buarque - 1998) 
Carioca (Chico Buarque – 1998) 
Cecília (Luiz Cláudio Ramos/C Buarque - 1998) 
Injuriado (Chico Buarque – 1998) 
Iracema voou (Chico Buarque - 1998) 
Sonhos sonhos são (Chico Buarque - 1998) 
Xote de navegação (Dominguinhos/Chico Buarque - 1998) 
Dura na queda (Ela desatinou nº2) (Chico Buarque - 2000) 
Cambaio (Edu Lobo/Chico Buarque - 2001) 
A moça do sonho (Edu Lobo/C Buarque - 2001) 
Lábia (Edu Lobo/Chico Buarque - 2001) 
Noite de verão (Edu Lobo/C Buarque - 2001) 
Ode aos ratos (Edu Lobo/Chico Buarque - 2001) 
Uma canção inédita (Edu Lobo/C B - 2001) 
Eu sou a árvore (Eusébio Delfin – versão de Chico Buarque - 2001) 
Veneta (Chico Buarque/Edu Lobo - 2001) 
Cantiga de acordar (C B/Edu Lobo - 2001) 
Cancioneiro por parcerias
INCLUDEPICTURE \d "../img/espaco.gif"
Aloli
Estamos aí
(Chico Buarque - Tom Jobim - Vinícius - Aloli) – 1977
Augusto Boal
Mulheres de Atenas - 1976 
Murro em ponta de faca – 1978 
Meia-noite - 1985 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=meiodiam_87_b.htm')"
Meio-dia meia-lua (Na ilha de Lia, no barco de Rosa) - 1987/1988 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=meunarad_82.htm')"
Meu namorado - 1982 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=motocont_81.htm')"
Moto-contínuo - 1981 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=nacarrei_82.htm')"
Na carreira - 1982 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=nego.htm')"
Negomaluco - 1993 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=noite_verao_01.htm')"
Noite de verão - 2001 
O circo místico - 1982 
O corsário do rei - 1985 
Ode aos ratos - 2001 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=operetac_82.htm')"
Opereta do casamento - 1985 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=operetm_85.htm')"
Opereta do moribundo - 1985 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=salmo_85.htm')"
Salmo - 1985 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=showbizz_85.htm')"
Show bizz - 1985 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=sobretod_82.htm')"
Sobre todas as coisas - 1982 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=solechuv_87.htm')"
Sol e chuva - 1987 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=tablados_87.htm')"
Tablados - 1987 
Tango de Nancy - 1985 
Tororó - 1987 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=cancao_inedita_01.htm')"
Uma canção inédita - 2001 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=valsabra_87.htm')"
Valsa brasileira - 1987 
Valsa dos clowns - 1982 
Veneta - 2001 
Verdadeira embolada - 1985 
Fagner e Fausto Nilo 
Paroara
(Fagner - Chico Buarque - Fausto Nilo) - 1985 
Francis Hime
A noiva da cidade - 1975 
Amor barato - 1981 
Atrás da porta - 1972 
Desembolada - 1976 
E se - 1980 
Embarcação - 1982 
Luisa - 1979 
Maravilha - 1977 
Meu caro amigo - 1976 
Pássara - 1980 
Passaredo - 1975 
Pivete - 1978 
Quadrilha - 1975 
Qualquer amor - 1979 
Trocando em miúdos - 1978 
Vai passar - 1984 
Valsa rancho - 1973 
Canção de Pedroca - 1979 
O rei de ramos (Chico Buarque - Francis Hime - Dias Gomes) – 1979
Sonho impossível
(J. Darion - M. Leigh - Versão Chico Buarque e Ruy Guerra) - 1972 
Sergio Godinho
Um tempo que passou
INCLUDEPICTURE \d "img/bt_som2.gif" - 1983 
Sivuca 
João e Maria - 1977 
Tom Jobim
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=avioleir_83.htm')"
A violeira - 1983 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=anosdour_86.htm')"
Anos dourados - 1980 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=euteamo_80.htm')"
Eu te amo - 1980 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=imagina_83.htm')"
Imagina - 1983 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=turmadof_79.htm')"
Introdução para a turma do funil (no Baixo Leblon) - 1979 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=meninose_83.htm')"
Meninos, eu vi - 1983 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=pianonam_93.htm')"
Piano na Mangueira- 1993 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=poise_68.htm')"
Pois é - 1968 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=retratoe_68.htm')"
Retrato em branco e preto - 1968 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=sabia_68.htm')"
Sabiá - 1968 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=olhamari_71.htm')"
Olha Maria (Chico Buarque - Tom Jobim - Vinícius de Moraes) - 1971 
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=cartaaot_77.htm')"
Carta do Tom (paródia) (Chico Buarque - Toquinho - Tom Jobim) - 1977 
Estamos aí (Chico Buarque - Tom Jobim - Vinícius - Aloli) - 1977 
Toquinho
Samba de Orly (Chico Buarque - Vinícius de Moraes - Toquinho) - 1970 
Lua cheia - 1965 
Samba para Vinicius - 1977 
Carta do Tom (paródia) (Chico Buarque - Toquinho - Tom Jobim) - 1977 
Vinicius Cantuária
Ludo real - 1987 
Sílvia - 1984 
Vinícius de Moraes
Desalento - 1970 
Gente humilde (Chico Buarque - Garoto - Vinícius de Moraes) - 1969 
Olha Maria (Chico Buarque - Tom Jobim - Vinícius de Moraes) - 1971 
Valsinha (C B - Vinícius de Moraes) - 1970 
Samba de Orly (Chico Buarque - Vinícius de Moraes – Toquinho) - 1970 
Estamos aí (Chico Buarque - Tom Jobim - Vinícius - Aloli) - 1977 
Cancioneiro para peças e musicais
INCLUDEPICTURE \d "../img/espaco.gif"
Para o musical Balanço de Orfeu, de Luiz Vergueiro (1964) 
Tem mais samba
Para a peça Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto (1965) 
Para a peça O patinho preto, de Walter Quaglia, (1966) 
Para a peça Pedro pedreiro, de Renata Pallottini (1966) 
Para o musical Meu refrão, de Hugo Carvana e Antônio Carlos Fontoura (1966) 
Noite dos mascarados
Para a peça Os inimigos, de Górki, com direção de José Celso Martinez Corrêa (1966) 
Para a peça O&A, de Roberto Freire (1967) 
Para a peça Roda viva, de Chico Buarque (1967) 
Roda viva
Sem fantasia
Tema para "Os inconfidentes" (1970) 
Para o musical O Homem de La Mancha, de Ruy Guerra (1972) 
Sonho impossível
Para a peça Calabar, de Chico Buarque e Ruy Guerra (1973 e 1974)
Todas as canções em parceria com Ruy Guerra 
Cala a boca, Bárbara
Tatuagem
Ana de Amsterdam
Bárbara
Não existe pecado ao sul do Equador
Boi voador não pode
Fado tropical
Para a peça Calabar, de Chico Buarque e Ruy Guerra (1973 e 1974)
Todas as canções em parceria com Ruy Guerra 
Cala a boca, Bárbara
Tatuagem
Ana de Amsterdam
Bárbara
Não existe pecado ao sul do Equador
Boi voador não pode
Fado tropical
Tira as mãos de mim
Cobra de vidro
Vence na vida quem diz sim
Fortaleza 
Para a peça Gota d´água, de Chico Buarque e Paulo Pontes (1975) 
Flor da idade
Bem querer
Gota d'água
Basta um dia
Para a peça Mulheres de Atenas, de Augusto Boal (1976) 
Para o musical Saltimbancos, de Enriquez e Bardotti (1977)
Adapatações da cançoes de Enriquez e Bardotti 
Bicharia
O jumento
Um dia de cão
A galinha
História de uma gata
A cidade ideal
Minha canção
Para a peça Geni, de Marilena Ansaldi (1980) 
Mar e lua
Pássara (Francis Hime/Chico Buarque)
Para o Balé Grande circo místico (1982)
Todas as canções com Edu Lobo
Abertura do circo
Beatriz
Valsa dos clowns
Opereta do casamento
A história de Lily Braun
Meu namorado
Sobre todas as coisas
A bela e a fera
Ciranda da bailarina
O circo místico
Para a peça Dr. Getúlio, de Dias Gomes e Ferreira Gullar (1983)
Dr. Getúlio (Edu Lobo/Chico Buarque)
Para a peça O corsário do rei, de Augusto Boal (1985)
Todas as canções com Edu Lobo
Verdadeira embolada
Show bizz
A mulher de cada porto
Opereta do moribundo
Bancarrota blues
Tango de Nancy
Cancioneiro para cinema
INCLUDEPICTURE \d "../img/espaco.gif"
Para O anjo assassino, de Dionísio Azevedo (1966)
Para Garota de Ipanema de Leon Hirziman (1967)
Um chorinho
Para Se segura malandro de Hugo Carvana (1977)
Feijoada completa
Para Quando o carnaval chegar, de Cacá Diegues (1972)
Baioque
Bom conselho 
Caçada
Mambembe
Quando o carnaval chegar
Partido alto
Soneto
Para Joana Francesa, de Cacá Diegues (1973)
Joana Francesa
Para Vai trabalhar vagabundo, de Hugo Carvana (1975)
Vai trabalhar vagabundo
Flor da idade
Para A noiva da cidade, de Alex Viani (1975-1976)
Quadrilha (com Francis Hime)
Passaredo (com Francis Hime)
Para Dona Flor e seus dois maridos, de Bruno Barreto (1976)
O que será (À flor da pele)
O que será (À flor da Terra)
O que será (Abertura)
Para Ópera do malandro, de Ruy Guerra (1985)
A volta do malandro
Las muchachas de Copacabana
Hino de Duran
INCLUDEPICTURE \d "../letras/img/seta_letras.jpg"
HYPERLINK "javascript:wopen('/cgi-bin/frame.pl?nurl=trapacas_89.htm')"
Trapaças
Para A ostra e o vento, de Walter Lima Jr. 1995
O último blues
Tango do covil
Sentimental
Aquela mulher
Palavra de mulher
Hino da repressão
Rio 42
Para Amor vagabundo, de Hugo Carvana (1989)
LETRAS
	
PRIVATE
 Vai Trabalhar Vagabundo
Vai trabalhar, vagabundo
Vai trabalhar, criatura
Deus permite a todo mundo
Um loucura
Passa o domingo em família
Segunda-feira beleza
Embarca com alegria
Na correnteza
Prepara o teu documento
Carimba o teu coração
Não perde nem um momento
Perde a razão
Pode esquecer a mulata
Pode esquecer o bilhar
Pode apertar a gravata
Vai te enforcar / Vai te entregar
Vai te estragar / Vai trabalhar
Vê se não dorme no ponto
Reúne as economias
Perde os três contos no conto
Da loteria
Passa o domingo no mangue
Segunda-feira vazia
Ganha no banco de sangue
Pra mais um dia
Cuidado com o viaduto
Cuidado com o aviãoNão perde mais um minuto
Perde a questão
Tenta pensar no futuro
No escuro tenta pensar
Vai renovar teu seguro
Vai caducar
Vai te entregar
Vai te estragar
Vai trabalhar
Passa o domingo sozinho
Segunda-feira a desgraça
Sem pai nem mãe, sem vizinho
Em plena praça
 Vai terminar moribundo
Vida
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas 
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz 
O Meu Guri
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí - Olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega no morro com o carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos tá um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo, de papo pro ar
Desde o começo, eu não disse, seu moço
Ele disse que chegava lá
Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri 
Meu caro amigo (cont.)
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus 
Gente Humilde
Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a como
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar
São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar 
Construção
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
 Minha História
Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente
Ele assim como veio partiu não se sabe pra onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada, pregada na pedra do porto
Com seu único velho vestido cada dia mais curto
Quando enfim eu nasci minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré
Minha mãe não tardou a alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor
Minha história é esse nome que ainda hoje carrego comigo
Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome Menino Jesus 
Olha Maria
Olha Maria - Eu bem te queria
Fazer uma presa
Da minha poesia
Mas hoje, Maria
Pra minha surpresa
Pra minha tristeza
Precisas partir
Parte, Maria
Que estás tão bonita
Que estás tão aflita
Pra me abandonar
Sinto, Maria
Que estás de visita
Teu corpo se agita
Querendo dançar
Parte, Maria
Que estás toda nua
Que a lua te chama
Que estás tão mulher
Arde, Maria
Na chama da lua
Maria cigana
Maria maré
Parte cantando
Maria fugindo
Contra a ventania
Brincando, dormindo
Num colo de serra
Num campo vazio
Num leito de rio
Nos braços do mar
Vai, alegria
Que a vida, Maria
Não passa de um dia
Não vou te prender
Corre, Maria
Que a vida não espera
É uma primavera
Não podes perder
Anda, Maria
Pois eu só teria
A minha agonia
Pra te oferecer 
Vai Passar
Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)
Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral
Vai passar 
Bye bye Brasil (cont.)
Emmarço vou pro Ceará
Com a benção do meu orixá
Eu acho bauxita por lá
Meu amor
Bye bye, Brasil
A última ficha caiu
Eu penso em vocês night and day
Explica que tá tudo okay
Eu só ando dentro da lei
Eu quero voltar, podes crer
Eu vi um Brasil na tevê
Peguei uma doença em Belém
Agora já tá tudo bem,
Mas a ligação tá no fim
Tem um japonês trás de mim
Aquela aquarela mudou
Na estrada peguei uma cor
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo um jiló
Eu tenho tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
Tô a fim de encarar um siri
Com a benção do Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr 
A Rita 
Chico Buarque/1965 
A Rita levou meu sorriso 
No sorriso dela 
Meu assunto 
Levou junto com ela 
E o que me é de direito 
Arrancou-me do peito 
E tem mais 
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato 
Que papel! 
Uma imagem de São Francisco 
E um bom disco de Noel 
A Rita matou nosso amor 
De vingança / Nem herança deixou 
Não levou um tostão / Porque não tinha não 
Mas causou perdas e danos / Levou os meus planos 
Meu pobres enganos / Os meus vinte anos 
O meu coração / E além de tudo 
Me deixou mudo / Um violão
As vitrines 
Chico Buarque/1981
Eu te vejo sair por aí
Te avisei que a cidade era um vão
-Dá tua mão
-Olha pra mim
-Não faz assim
-Não vai lá não
Os letreiros a te colorir
Embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição
E sair da sessão, frouxa de rir
Já te vejo brincando, gostando de ser
Tua sombra a se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar
Na galeria
Cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão
Brejo da Cruz 
Chico Buarque/1984
A novidade
Que tem no Brejo da Cruz
É a criançada
Se alimentar de luz
Alucinados
Meninos ficando azuis
E desencarnando
Lá no Brejo da Cruz
Eletrizados
Cruzam os céus do Brasil
Na rodoviária
Assumem formas mil
Uns vendem fumo
Tem uns que viram Jesus
Muito sanfoneiro
Cadê você (Leila XIV)
João Donato/Chico Buarque/1987 
Para o filme Quando o carnaval chegar de Cacá Diegues
Me dê noticia de você
Eu gosto um pouco de chorar
A gente quase não se vê
Me deu vontade de lembrar
Me leve um pouco com você
Eu gosto de qualquer lugar
A gente pode se entender
E não saber o que falar
Seria um acontecimento
Mas lógico que você some
No dia em que o seu pensamento
Me chamou
Eu chamo o seu apartamento
Não mora ninguém com esse nome
Que linda a cantiga do vento
Já passou
A gente quase não se vê
Eu só queria me lembrar
Me dê noticia de você
Me deu vontade de voltar
Cotidiano
Chico Buarque/1971
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café
Todo dia eu só penso em poder parar
Meio dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão
Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão
Cotidiano (cont.)
Toda noite ela diz pra eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
Desencontro 
Chico Buarque/1965
A sua lembrança me dói tanto
Eu canto pra ver
Se espanto esse mal
Mas só sei dizer
Um verso banal
Fala em você
Canta você
É sempre igual
Sobrou desse nosso desencontro
Um conto de amor
Sem ponto final
Retrato sem cor
Jogado aos meus pés
E saudades fúteis
Saudades frágeis
Meros papéis
Não sei se você ainda é a mesma
Ou se cortou os cabelos
Rasgou o que é meu
Se ainda tem saudades
E sofre como eu
Ou tudo já passou
Já tem um novo amor
Já me esqueceu
Eu te amo 
Tom Jobim - Chico Buarque/1980
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora 
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios 
Rompi com o mundo, queimei meus navios 
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas 
Feijoada completa 
Chico Buarque/1977
Para o filme Se segura malandro de Hugo Carvana
Mulher
Você vai gostar
Tô levando uns amigos pra conversar
Eles vão com uma fome que nem me contem
Eles vão com uma sede de anteontem
Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Não vá se afobar
Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar
Ponha os pratos no chão, e o chão tá posto
E prepare as lingüiças pro tiragosto
Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja-bahia, ou da seleta
Joga o paio, carne seca, toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Depois de salgar
Faça um bom refogado, que é pra engrossar
Aproveite a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira
Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão 
Joana francesa 
Chico Buarque/1973
Para o filme Joana Francesa de Cacá Diegues
Tu ris, tu mens trop
Tu pleures, tu meurs trop
Tu as le tropique
Dans le sang et sur la peau
Geme de loucura e de torpor
Já é madrugada
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda
Mata-me de rir
Fala-me de amor
Songes et mensonges
Sei de longe e sei de cor
Geme de prazer e de pavor
Já é madrugada
 João e Maria 
Sivuca - Chico Buarque/1977 
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim 
Luísa
Francis Hime - Chico Buarque/1979
Por ela é que eu faço bonito
Por ela é que eu faço o palhaço
Por ela é que eu saio do tom
E me esqueço no tempo e no espaço
Quase levito
Faço sonhos de crepom
E quando ela está nos meus braços
As tristezas parecem banais
O meu coração aos pedaços
Mulheres de Atenas
Chico Buarque - Augusto Boal/1976
Para a peça Mulheres de Atenas de Augusto Boal
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas / Cadenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas
Quandos eles embarcam, soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam sedentos
Querem arrancar violentos
Carícias plenas / Obcenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar o carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas / Helenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas
Não têm sonhos, só têm presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas / Morenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos, heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazemcenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas / Serenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos, orgulho e raça de Atenas
O meu amor
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque
Teresinha:
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai
Lúcia:
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai
As duas:
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz
Lúcia:
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai
Teresinha:
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai
A duas:
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz
Paratodos 
Chico Buarque/1993 
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
Foi Antonio Brasileiro
Quem soprou esta toada
Que cobri de redondilhas
Pra seguir minha jornada
E com a vista enevoada
Ver o inferno e maravilhas
Nessas tortuosas trilhas
A viola me redime
Creia, ilustre cavalheiro
Contra fel, moléstia, crime
Use Dorival Caymmi
Vá de Jackson do Pandeiro
Vi cidades, vi dinheiro
Bandoleiros, vi hospícios
Moças feito passarinho
Avoando de edifícios
Fume Ari, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho
Para um coração mesquinho
Contra a solidão agreste
Luiz Gonzaga é tiro certo
Pixinguinha é inconteste
Tome Noel, Cartola, Orestes
Caetano e João Gilberto
Viva Erasmo, Ben, Roberto
Gil e Hermeto, palmas para
Todos os instrumentistas
Salve Edu, Bituca, Nara
Gal, Bethania, Rita, Clara
Evoé, jovens à vista
O meu pai era paulista /Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro
Pelas tabelas
Chico Buarque/1984 
Ando com minha cabeça já pelas tabelas
Claro que ninguém se toca com minha aflição
Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela
Eu achei que era ela puxando um cordão
Oito horas e danço de blusa amarela
Minha cabeça talvez faça as pazes assim
Quando ouvi a cidade de noite batendo as panelas
Eu pensei que era ela voltando pra
Minha cabeça de noite batendo panelas
Provavelmente não deixa a cidade dormir
Quando vi um bocado de gente descendo as favelas
Eu achei que era o povo que vinha pedir
A cabeça de um homem que olhava as favelas
Minha cabeça rolando no Maracanã
Quando vi a galera aplaudindo de pé as tabelas
Eu jurei que era ela que vinha chegando
Com minha cabeça já pelas tabelas
Claro que ninguém se toca com minha aflição
Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela
Eu achei que era ela puxando um cordão
Oito horas e danço de blusa amarela
Minha cabeça talvez faça as pazes assim
Quando ouvi a cidade de noite batendo as panelas
Eu pensei que era ela voltando pra
Minha cabeça de noite batendo panelas
Provavelmente não deixa a cidade dormir
Quando vi um bocado de gente descendo as favelas
Eu achei que era o povo que vinha pedir
A cabeça dum homem que olhava as favelas
Minha cabeça rolando no Maracanã
Quando vi a galera aplaudindo de pé as tabelas
Eu jurei que era ela que vinha chegando
Com minha cabeça já numa baixela
Claro que ninguém se toca com minha aflição
Quando vi todo mundo na rua de blusa amarela
Eu achei que era ela puxando um cordão
Samba do grande amor 
Chico Buarque/1983
Para o filme Para viver um grande amor, de Miguel Faria Jr. 
Tinha cá pra mim
Que agora sim
Eu vivia enfim o grande amor
Mentira
Me atirei assim
De trampolim
Fui até o fim um amador
Passava um verão
A água e pão
Dava o meu quinhão pro grande amor
Mentira
Eu botava a mão
No fogo então
Com meu coração de fiador
Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira
Fui muito fiel
Comprei anel
Botei no papel o grande amor
Mentira
Reservei hotel
Sarapatel
E lua-de-mel em Salvador
Fui rezar na Sé
Pra São José
Que eu levava fé no grande amor
Mentira
Fiz promessa até
Pra Oxumaré
De subir a pé o Redentor
Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira
Sem fantasia 
Chico Buarque/1967
Para a peça Roda Viva de Chico Buarque 
Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perder-te em meus braços
Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu
Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
De tanto te esperar
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com Deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus
Tanto amar 
Chico Buarque/1981 
Amo tanto e de tanto amar
Acho que ela é bonita
Tem um olho sempre a boiar
E outro que agita
Tem um olho que não está
Meus olhares evita
E outro olho a me arregalar
Sua pepita
A metade do seu olhar
Está chamando pra luta, aflita
E metade quer madrugar
Na bodeguita
Se seus olhos eu for cantar
Um seu olho me atura
E outro olho vai desmanchar
Toda a pintura
Ela pode rodopiar
E mudar de figura
A paloma do seu mirar
Virar miúra
É na soma do seu olhar
Que eu vou me conhecer inteiro
Se nasci pra enfrentar o mar
Ou faroleiro
Amo tanto e de tanto amar
Acho que ela acredita
Tem um olho a pestanejar
E outro me fita
Suas pernas vão me enroscar
Num balé esquisito
Seus dois olhos vão se encontrar
No infinito
Amo tanto e de tanto amar
Em Manágua temos um chico
Já pensamos em nos casar
Em Porto Rico
Vida 
Chico Buarque/1980 
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz
Pivete
Francis Hime - Chico Buarque
1978
No sinal fechado / Ele vende chiclete
Capricha na flanela / E se chama Pelé
Pinta na janela / Batalha algum trocado
Aponta um canivete / E até 
Dobra a Carioca, olerê
Desce a Frei Caneca, olará
Se manda pra Tijuca / Sobe o Borel
Meio se maloca / Agita numa boca
Descola uma mutuca / E um papel
Sonha aquela mina, olerê
Prancha, parafina, olará
Dorme gente fina / Acorda pinel
Zanza na sarjeta
Fatura uma besteira
E tem as pernas tortas
E se chama Nané
Arromba uma porta
Faz ligação direta
Engata uma primeira
E até
Dobra a Carioca, olerê
Desce a Frei Caneca, olará
Se manda pra Tijuca
Na contramão
Dança pára-lama
Já era pára-choque
Agora ele se chama
Emersão
Sobe no passeio, olerê
Pega no recreio, olará
Não se liga em freio
Nem direção
No sinalfechado
Ele transa chiclete
E se chama pivete
E pinta na janela
Capricha na flanela
Descola uma bereta
Batalha na sarjeta
E tem as pernas tortas
Marcha para um dia de sol (1964)
Chico Buarque
Eu quero ver um dia / Nascer sorrindo 
E toda a gente / Sorrir com o dia 
Com alegria / Do sol do mar 
Criança brincando / Mulher a cantar 
Eu quero ver um dia / Numa só canção 
O pobre e rico / Andando mão e mão 
Que nada falte 
Que nada sobre 
O pão do rico 
E o pão do pobre 
Eu quero ver um dia 
Todos trabalhar 
E ao fim do dia 
Ter onde voltar 
E ter amor 
Eu quero ver a paz 
Tristeza nunca mais 
Eu quero tanto um dia 
O pobre ver sem frio 
E o rico com coração 
Eu quero ver um dia 
Numa só canção 
O pobre e rico 
Andando mão e mão 
Que nada falte 
Que nada sobre 
O pão do rico 
E o pão do pobre 
Eu quero ver um dia 
Todos trabalhar 
E ao fim do dia 
Ter onde voltar 
E ter amor 
Eu quero ver a paz 
Tristeza nunca mais 
Eu quero tanto um dia 
O pobre ver sem frio 
E o rico com coração 
	Com um pouco de paciência
No fim da fila do fundo
Da previdência
Parte tranqüilo, ó irmão
Descansa na paz de Deus
Deixaste casa e pensão
Só para os teus
A criançada chorando
Tua mulher vai suar
Pra botar outro malandro
No teu lugar
Vai te entregar / Vai te estragar
Vai te enforcar / Vai caducar
Vai trabalhar
Vai trabalhar
Vai trabalhar Vagabundo
Trocando em Miúdos
Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim?
O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas do amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças
Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado
Aliás / Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde 
Mil Perdões
Te perdôo
Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz
Te perdôo
Por pedires perdão
Por me amares demais
Te perdôo
Te perdôo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim
Te perdôo
Por ergueres a mão
Por bateres em mim
Te perdôo
Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de ti
Te perdôo
Por quereres me ver
Aprendendo a mentir (te mentir, te mentir)
Te perdôo
Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí
Te perdôo
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo
Por te trair 
Meu Caro Amigo
Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando que, também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem cigarro
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
 O Que Será (À Flor da Pele)
O que será que será
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
Que gritam nos mercados, que com certeza
Está na natureza, será que será
O que não tem certeza, nem nunca terá
O que não tem conserto, nem nunca terá
O que não tem tamanho
O que será que será
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia-a-dia das meretrizes
No plano dos bandidos, dos desvalidos
Em todos os sentidos, será que será
O que não tem decência, nem nunca terá
O que não tem censura, nem nunca terá
O que não faz sentido
O que será que será
Que todos os avisos não vão evitar
Porque todos os risos vão desafiar
Porque todos os sinos irão repicar
Porque todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E o mesmo Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno, vai abençoar
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo 
Deus lhe Pague
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague
Apesar de Você
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou este estado
Inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
Apesar de você (cont.)
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal
Bastidores
Chorei, chorei
Até ficar com dó de mim
E me tranquei no camarim
Tomei o calmante, o excitante
E um bocado de gim
Amaldiçoei
O dia em que te conheci
Com muitos brilhos me vesti
Depois me pintei, me pintei
Me pintei, me pintei
Cantei, cantei
Como é cruel cantar assim
E num instante de ilusão
Te vi pelo salão
A caçoar de mim
Não me troquei
Voltei correndo ao nosso lar
Voltei pra me certificar
Que tu nunca mais vais voltar
Vais voltar, vais voltar
Cantei, cantei
Nem sei como eu cantava assim
Só sei que todo o cabaré
Me aplaudiu de pé
Quando cheguei ao fim
Mas não bisei
Voltei correndo ao nosso lar
Voltei pra me certificar
Que nunca mais vais voltar
Cantei, cantei
Jamais cantei tão lindo assim
E os homens lá pedindo bis
Bêbadose febris
A se rasgar por mim
Chorei, chorei
Até ficar com dó de mim 
Bye Bye, Brasil
Oi, coração
Não dá pra falar muito não
Espera passar o avião
Assim que o inverno passar
Eu acho que vou te buscar
Aqui tá fazendo calor
Deu pane no ventilador
Já tem fliperama em Macau
Tomei a costeira em Belém do Pará
Puseram uma usina no mar
Talvez fique ruim pra pescar
Meu amor
No Tocantins
O chefe dos parintintins
Vidrou na minha calça Lee
Eu vi uns patins pra você
Eu vi um Brasil na tevê
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo tão só
Oh, tenha dó de mim
Pintou uma chance legal
Um lane lá na capital
Nem tem que ter ginasial
Meu amor
No Tabariz
O som é que nem os Bee Gees
Dancei com uma dona infeliz
Que tem um tufão nos quadris
Tem um japonês trás de mim
Eu vou dar um pulo em Manaus
Aqui tá quarenta e dois graus
O sol nunca mais vai se pôr
Eu tenho saudades da nossa canção
Saudades de roça e sertão
Bom mesmo é ter um caminhão
Meu amor
Baby, bye bye
Abraços na mãe e no pai
Eu acho que vou desligar
As fichas já vão terminar
Eu vou me mandar de trenó
Pra Rua do Sol, Maceió
Peguei uma doença em Ilhéus
Mas já tô quase bom
 A banda
Chico Buarque/1966
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou 
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Atrás da porta 
Francis Hime - Chico Buarque/1972
Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei
Eu te estranhei
Me debrucei
Sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito (Nos teus pelos)*
Teu pijama
Nos teus pés
Ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que inda sou tua
Só pra provar que inda sou tua...
* verso original vetado pela censura
Brejo da Cruz (cont.)
Cego tocando blues / Uns têm saudade
E dançam maracatus / Uns atiram pedra
Outros passeiam nus / Mas há milhões desses seres
Que se disfarçam tão bem / Que ninguém pergunta
De onde essa gente vem / São jardineiros
Guardas noturnos, casais
São passageiros
Bombeiros e babás
Já nem se lembram
Que existe um Brejo da Cruz
Que eram crianças
E que comiam luz
São faxineiros
Balançam nas construções
São bilheteiras
Baleiros e garçons
Já nem se lembram
Que existe um Brejo da Cruz
Que eram crianças
E que comiam luz 
Cálice
Gilberto Gil/Chico Buarque - 1973
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
De muita gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça
Ela desatinou 
Chico Buarque/1968 
Ela desatinou
Viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira
Bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando
Ela desatinou
Viu morrer alegrias
Rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando
E ela inda está sambando
Ela não vê que toda gente
Já está sofrendo normalmente
Toda cidade anda esquecida
Da falsa vida da avenida onde
Ela desatinou
Viu morrer alegrias
Rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando
E ela inda está sambando
Quem não inveja a infeliz
Feliz no seu mundo de cetim
Assim debochando
Da dor, do pecado
Do tempo perdido
Do jogo acabado 
Eu te amo (cont.)
Já confundimos tanto as nossas pernas 
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão 
Se na bagunça do teu coração 
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido 
Meu paletó enlaça o teu vestido 
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos 
Teus seios inda estão nas minhas mãos 
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás só fazendo de tonta 
Te dei meus olhos pra tomares conta 
Agora conta como hei de partir 
Futuros amantes 
Chico Buarque/1993
Não se afobe, não
Que nada é pra já 
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante 
Milênios, milênios
No ar 
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos 
Sábios em vão
Tentarão decifrar 
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização 
Não se afobe, não 
Que nada é pra já 
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá 
Se amarão sem saber 
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você 
Joana Francesa (cont.)
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda
Vem molhar meu colo
Vou te consolar 
Vem, mulato mole
Dançar dans mes bras
Vem, moleque me dizer
Onde é que está 
Ton soleil, ta braise 
Quem me enfeitiçou 
O mar, marée, bateau 
Tu as le parfum
De la cachaça e de suor
Geme de preguiça e de calor
Já é madrugada 
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda
João e Maria (cont.)
Se remenda prum número a mais
Por ela é que o show continua
Eu faço careta e trapaça
E pra ela que eu faço cartaz
É por ela que espanto de casa
As sombras da rua
Faço a lua
Faço a brisa
Pra Luisa dormir em paz
Palavra de mulher 
Chico Buarque/1985
Para o filme Ópera do malandro, de Ruy Guerra 
Vou voltar
Haja o que houver, eu vou voltar
Já te deixei jurando nunca mais olhar pra trás
Palavra de mulher, eu vou voltar
Posso até
Sair de bar em bar, falar besteira
E me enganar
Com qualquer um deitar
A noite inteira
Eu vou te amar
Vou chegar
A qualquer hora ao meu lugar
E se uma outra pretendia um dia te roubar
Dispensa essa vadia
Eu vou voltar
Vou subir
A nossa escada, a escada, a escada, a escada
Meu amor, eu vou partir
De novo e sempre, feito viciada
Eu vou voltar
Pode ser
Que a nossa história
Seja mais uma quimera
E pode o nosso teto, a Lapa, o Rio desabar
Pode ser
Que passe o nosso tempo
Como qualquer primavera.
Espera
Me espera
Eu vou voltar
Noite dos Mascarados 
Chico Buarque/1966
Para o musical Meu refrão 
Ele: Quem é você? 
Ela: Adivinhe, se gosta de mim
Os dois: Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim:
Ele: Quem é você, diga logo
Ela: Que eu quero saber o seu jogo
Ele: Que eu quero morrer no seu bloco
Ela: Que eu quero me arder no seu fogo
Ele: Eu sou seresteiro
Poeta e cantor
Ela: O meu tempo inteiro
Só zombo do amor
Ele: Eu tenho umpandeiro
Ela: Só quero um violão
Ele: Eu nado em dinheiro
Ela: Não tenho um tostão
Fui porta-estandarte
Não sei mais dançar
Ele: Eu, modéstia à parte
Nasci pra sambar
Ela: Eu sou tão menina
Ele: Meu tempo passou
Ela: Eu sou Colombina
Ele: Eu sou Pierrot
Os dois: Mas é carnaval
Não me diga mais quem é você
Amanhã, tudo volta ao normal
Deixe a festa acabar
Deixe o barco correr
Deixe o dia raiar
Que hoje eu sou
Da maneira que você me quer
O que você pedir
Eu lhe dou
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Olê, olá
Chico Buarque/1965
Não chore ainda não / Que eu tenho um violão
E nós vamos cantar / Felicidade aqui
Pode passar e ouvir / E se ela for de samba
Há de querer ficar 
Seu padre, toca o sino / Que é pra todo mundo saber
Que a noite é criança / Que o samba é menino
Que a dor é tão velha / Que pode morrer
Olê olê olê olá
Tem samba de sobra / Quem sabe sambar
Que entre na roda / Que mostre o gingado
Mas muito cuidado / Não vale chorar
Não chore ainda não / Que eu tenho uma razão
Pra você não chorar / Amiga me perdoa
Se eu insisto à toa / Mas a vida é boa
Para quem cantar
Meu pinho, toca forte
Que é pra todo mundo acordar
Não fale da vida / Nem fale da morte
Tem dó da menina / Não deixa chorar
Olê olê olê olá
Tem samba de sobra / Quem sabe sambar
Que entre na roda / Que mostre o gingado
Mas muito cuidado / Não vale chorar
Não chore ainda não / Que eu tenho a impressão
Que o samba vem aí / E um samba tão imenso
Que eu às vezes penso / Que o próprio tempo
Vai parar pra ouvir 
Luar, espere um pouco
Que é pro meu samba poder chegar
Eu sei que o violão / Está fraco, está rouco
Mas a minha voz / Não cansou de chamar
Olê olê olê olá
Tem samba de sobra / Ninguém quer sambar
Não há mais quem cante / Nem há mais lugar
O sol chegou antes / Do samba chegar
Quem passa nem liga / Já vai trabalhar
E você, minha amiga
Já pode chorar
Pedaço de mim 
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque 
Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus
Samba de Orly 
Vinicius de Moraes - Toquinho - Chico Buarque/1970 
Vai meu irmão
Pega esse avião
Você tem razão
De correr assim
Desse frio
Mas beija
O meu Rio de Janeiro
Antes que um aventureiro
Lance mão
Pede perdão
Pela duração (Pela omissão)*
Dessa temporada (Um tanto forçada)*
Mas não diga nada
Que me viu chorando
E pros da pesada
Diz que eu vou levando
Vê como é que anda
Aquela vida à toa
E se puder me manda
Uma notícia boa
* versos originais vetados pela censura 
Samba e amor 
Chico Buarque/1969 
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade, que arde
E apressa o dia de amanhã
De madrugada a gente ainda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna a nossa cama, reclama
Do nosso eterno espreguiçar
No colo da bem-vinda companheira
No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade, que alarde
Será que é tão difícil amanhecer?
Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã 
Malandro quando morre (1965)
Chico Buarque 
Cai no chão 
Um corpo maltrapilho 
Velho chorando 
Malandro do morro era seu filho 
Lá no morro 
De amor o sangue corre 
Moça chorando 
Que o verdadeiro amor sempre é o que morre 
Menino quando morre vira anjo 
Mulher vira uma flor no céu 
Pinhos chorando 
Malandro quando morre 
Vira samba 
Sob medida 
Chico Buarque/1979
Para o filme República dos Assassinos de Miguel Faria Jr 
Se você crê em Deus
Erga as mãos para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto (seu jeito, seu gesto)
Sou perfeita porque
Igualzinha a você
Eu não presto
Eu não presto
Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus
Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus
Uma prece
E agradeça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece
Tatuagem 
Chico Buarque - Ruy Guerra/1972-1973
Para a peça Calabar de Chico Buarque e Ruy Guerra 
Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta
Morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem
Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe
Arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sentes 
Partido Alto
Chico Buarque
1972
Diz que deu, diz que dá
Diz que Deus dará
Não vou duvidar, ô nega
e se Deus não dá
Como é que vai ficar, ô nega
Diz que Deus diz que dá
E se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega
Deus dará, Deus dará
Deus é um cara gozador, adora brincadeira
Pois pra me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado me botar cabreiro
Na barriga da miséria, eu nasci batuqueiro 
Eu sou do Rio de Janeiro
Jesus Cristo inda me paga, um dia inda me explica
Como é que pôs no mundo esta pobre coisica 
Vou correr o mundo afora, dar uma canjica
Que é pra ver se alguém se embala ao ronco da cuíca
E aquele abraço pra quem fica
Deus me fez um cara fraco
Desdentado e feio
Pele e osso simplesmente
Quase sem recheio
Mas se alguém me desafia
E bota a mãe no meio
Eu dou pernada a três por quatro
E nem me despenteio
Que eu já tô de saco cheio
Deus me deu mão de veludo
Pra fazer carícia
Deus me deu muita saudade
E muita preguiça
Deus me deu perna comprida
E muita malícia
Pra correr atrás de bola
E fugir da polícia
Um dia ainda sou notícia
Rio 42
Chico Buarque
1985
Se a guerra for declarada
Em pleno domingo de carnaval
Verás que um filho não foge à luta
Brasil, recruta
O teu pessoal
Se a terra anda ameaçada
De se acabar numa explosão de sal
Se aliste, meu camarada
A gente vai salvar o nosso carnaval
Vai ter batalha de bombardino
A colombina na Cruz Vermelha
Vai ter centelha na batucada
Rajada de tamborim
A melindrosa mandando bala
O mestre-sala curvando a Europa
A tropa do general da banda
Dançando o samba em Berlim
Se a guerra for declarada
A rapaziada ganha na moral
Se aliste, meu camarada
A gente vai salvar nosso carnaval
Roda-viva (1967)
Chico Buarque 
Tem dias que a gente se sente 
Como quem partiu ou morreu 
A gente estancou de repente 
Ou foi o mundo então que cresceu 
A gente quer ter voz ativa 
No nosso destino mandar 
Mas eis que chega a roda-viva 
E carrega o destino pra lá 
Roda mundo, roda-gigante 
Roda-moinho, roda pião 
O tempo rodou num instante 
Nas voltas do meu coração 
A gente vai contra a corrente 
Até não poder resistir 
Na volta do barco é que sente 
O quanto deixou de cumprir 
Faz tempo que a gente cultiva 
A mais linda roseira que há 
Mas eis que chega a roda-viva 
E carrega a roseira pra lá 
Roda mundo (etc.) 
A roda da saia, a mulata 
Não quer mais rodar, não senhor

Continue navegando