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EAD 5º PERÍODO - UNIDADE 4

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PNAN 
A Portaria MS n° 2.715/17/11/2011 atualiza a PNAN e revoga a Portaria GM/MS n° 710/99. 
 
 
 
No Brasil, a fortificação de farinhas de trigo e milho foi instituída pela Resolução RDC nº 344, 
de 13 de dezembro de 2002, emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 
A resolução determinou a adição obrigatória de 4,2 mg de ferro e de 150 µg de ácido fólico 
nas farinhas de trigo e milho, cujo prazo para as indústrias se adequarem foi até 17 de junho 
de 2004. Os objetivos da ação são reduzir a prevalência de anemia e prevenir a ocorrência de 
defeitos do tubo neural. 
Entre os resultados relevantes da PNAN, destacam-se a implementação de 15, e não de 50, 
estudos e pesquisas nutricionais para o mapeamento nacional das carências nutricionais e o 
desenvolvimento da tabela brasileira de composição de alimentos. 
 Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A foi instituído por meio da Portaria nº 
729, de 13 de maio de 2005, cujo objetivo é reduzir e controlar a deficiência nutricional de 
vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós-parto imediato (antes da 
alta hospitalar). 
O Guia Alimentar aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e 
saudável para a população brasileira e configura-se como um instrumento de educação 
alimentar e nutricional no SUS e também para outros setores. A publicação apresenta um 
conjunto de informações, análises, recomendações e orientações sobre escolha, combinação, 
preparo e consumo de alimentos que objetivam promover a saúde de pessoas, famílias e 
comunidades e da sociedade brasileira como um todo, não de maneira unificada. O Guia é 
para todas as pessoas, individualmente e como membros de famílias e comunidades, assim 
como cidadãos. 
 
 
 
No Brasil, a anemia por deficiência de ferro é um problema nutricional de grande magnitude e acomete mais 
crianças, mulheres em idade fértil e gestantes. No País, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde 
(PNDS de 2006) avaliou, pela primeira vez em nível nacional, a prevalência de anemia em crianças e 
observou que 20,9% das crianças menores de 5 anos, ou seja, aproximadamente 3 milhões de brasileiros, 
apresentam anemia. As maiores prevalências foram observadas no Nordeste, Sudeste e Sul. A anemia 
causa sérios problemas, como aumento na mortalidade em mulheres e crianças, diminuição da capacidade 
de aprendizagem e diminuição da produtividade em indivíduos em todos os ciclos vitais. Esses efeitos 
danosos sobre a saúde física e mental afetam a qualidade de vida e a produtividade. Diante desse 
panorama, é de extrema importância que o Brasil adote políticas públicas para prevenção e controle da 
anemia. 
Importância da PNAN na promoção à saúde 
De acordo com os princípios do SUS, os responsáveis por atuar no sentido de viabilizar o alcance 
do propósito da PNAN são os gestores de saúde nas três esferas, trabalhando de forma articulada 
e dando cumprimento às suas atribuições comuns e específicas. A instituição da PNAN, ocorrida 
em 1999, tornou-a um marco para a SAN no Brasil por ter sido a política pública que manteve a 
temática da segurança na agenda do governo, sustentando a necessidade de buscar a garantia 
do acesso da população à alimentação adequada e saudável. Apesar dos avanços significativos 
na sua construção, há evidências de que persiste uma insuficiente inserção da área de nutrição no 
âmbito do SUS, o que compromete a articulação da saúde com a SAN. O simples reconhecimento 
do papel vital da nutrição para a saúde não é suficiente para garantir a sua priorização no SUS. É 
preciso considerar que o SUS é um projeto ainda em implementação e que a produção social da 
saúde passa por produção, distribuição e consumo de uma alimentação adequada e saudável 
para todos. 
 
 
POLÍTICA DA SAÚDE DA MULHER 
 
 
 
2004 pelo Ministério da Saúde 
OBJETIVOS 
 
As ações são separadas nestes grupos, pois estas devem ser implementadas de forma 
específica, levando em consideração as peculiaridades e necessidades pontuais de cada 
grupo. 
 
 
A atenção à saúde da mulher deve receber o enfoque e a importância necessários. Sabe-se                             
que, por sua natureza, a mulher é quem, na maioria dos lares, cuida dos filhos e demais familiares,                                   
da casa e, cada vez mais, trabalha para o sustento da casa. 
 
São muitos os fatores que englobam a atenção à saúde da mulher. Os números e fatos mostram                                 
esses fatores: 
- a vida sexual ativa; 
- o risco de câncer de mama e colo de útero; 
- o fato de a gravidez ser cada vez mais uma necessidade de intervenção, seja ela planejada ou não; 
- a violência; 
- as necessidades específicas, sejam por etnia, raça ou ocupação profissional, entre outros fatores. 
O planejamento da atenção à saúde da mulher deve englobar toda a complexidade que o gênero                               
traz e facilitar o acesso ao sistema de forma universal, integral e equânime. 
POLÍTICA DA SAÚDE DO IDOSO 
 
 
 
 
 
 
● A perda de capacidade funcional está relacionada à perda das habilidades físicas e mentais                           
necessárias para a realização de atividades básicas e instrumentais da vida diária. 
● Sabe-se que as condições socioeconômicas têm relação clara com a saúde e a qualidade de                             
vida dos sujeitos, mas, de acordo com a Política Nacional de Saúde do Idoso, esse não é o                                   
principal problema dos idosos. 
● DSTs: Apesar de ser um problema de saúde que afeta essa população, não é o principal. 
● Há a necessidade de uma articulação intersetorial para que a qualidade de vida e saúde da                               
população idosa seja ampliada. O acesso ao transporte público e gratuito é fator importante                           
para que os idosos tenham uma vida ativa. 
● As condições de moradia podem ser determinantes na saúde da população idosa, assim                         
como dos demais segmentos sociais. 
 
❖ Fomentar e fortalecer os espaços de participação e controle social auxilia o processo de                           
monitoramento e avaliação das políticas públicas e deve sempre ser incentivado, pois abre                         
espaço para que, no caso, os idosos participem do processo. 
❖ Considerando a necessidade de uma atenção integral à saúde, a política preza pelo estímulo                           
às ações intersetoriais. 
❖ A política estabelece como diretriz a atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa,                           
considerando a importância de todos os níveis de atenção à saúde nesse processo que                           
envolve não apenas a reabilitação, mas também a promoção e prevenção. 
❖ Considerando a corresponsabilização de todos os segmentos e o direito à informação em                         
saúde, a política nacional prevê como diretriz a divulgação e informação sobre a Política                           
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS,                             
sem distinções. 
❖ A política promove o envelhecimento saudável e ativo, considerando a importância de que os                           
idosos não sejam considerados incapazes, mas compreendidos nas suas necessidades de                     
saúde. 
 
Estatuto do Idoso. 
❏ O estatuto aponta como necessária a articulação de ações governamentais e                     
não-governamentais. 
❏ A aprovação de um estatuto por parte do governo tem por intuito reafirmar o compromisso do                               
Estado com determinada população em diversas áreas que relacionam entre si, como saúde,                         
direitos humanos, justiça, entre outros. 
❏ União, Estados e municípios devem participar da atençãoà população idosa. 
❏ O estatuto define os direitos das pessoas com 60 anos ou mais. 
❏ Trata-se de um compromisso da sociedade e do Estado. 
 
qual o grande desafio para a atenção à saúde no envelhecimento? ​O envelhecimento                         
populacional em condição de desigualdade social e de gênero. 
 
➔ De acordo com a política nacional, a heterogeneidade do grupo de idosos, seja em termos                             
etários, de local de moradia ou socioeconômicos, acarreta demandas diferenciadas, o que                       
tem rebatimento na formulação de políticas públicas para o segmento. 
➔ Apesar de haver uma demanda aos serviços de média e alta complexidades, há uma                           
necessidade de efetivação das práticas e ações no âmbito da atenção básica que visem a                             
promoção e prevenção à saúde. 
➔ A Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa estabelece a necessidade de destinação de                           
recursos financeiros para a adequação de espaços físicos, mas não está colocado como                         
principal desafio. 
➔ A política nacional apenas define as competências de cada esfera de gestão para a atenção                             
integral à saúde do idoso. 
➔ Cardiopatias: Representam um problema significativo, mas não é o citado pela política. 
 
A proposta de envelhecimento ativo baseia-se: ​No reconhecimento dos direitos das                     
pessoas idosas e nos princípios de independência, participação, dignidade, assistência e                     
autorrealização. Trata-se de assegurar que muitos dos direitos adquiridos durante a vida não                         
sejam perdidos, que se relacionam aos mais diversos eixos no contexto pessoal e social. 
 
A compreensão de que a ampliação da qualidade de vida e saúde dos idosos está além                               
dos fatores biológicos e que deve envolver uma concepção ampla de saúde, como apontada                           
pela legislação que regulamenta o Sistema Único de Saúde, tem levado à criação de espaços                             
comunitários para que os idosos não fiquem isolados e possibilite o convívio social desses                           
indivíduos. 
A propagação de pontos comunitários, associações e espaços criados pelos próprios                     
órgãos governamentais de assistência social e saúde para a prática de atividade física e                           
artesanato é cada vez mais comum. 
 
Envelhecimento no Brasil 
Os processos de transição demográfica e epidemiológica estão diretamente                 
correlacionados. Com o aumento da expectativa de vida, os processos agudos, de desfecho                         
rápido para cura ou óbito, tornam-se menos prevalentes que as doenças crônicas e suas                           
complicações, implicando no aumento da utilização dos serviços de saúde. A população                       
idosa tem características próprias com relação ao processo saúde-doença. A incidência e                       
prevalência patologias múltiplas e crônicas aumenta. Essa pluralidade de problemas médicos                     
dificulta a atenção à saúde ao idoso. Os sintomas podem resultar de interação mútua, um                             
processo patológico pode mascarar o aparecimento de outro e o tratamento de um processo                           
patológico pode interferir no outro. Ainda, o manejo de um processo pode ter um impacto                             
positivo substancial sobre outros sistemas e na capacidade funcional do paciente.  
Os problemas de saúde mais frequentes entre idosos são déficits sensoriais,                     
demência, incontinência, instabilidade e quedas, imobilidade, desnutrição, iatrogenia               
medicamentosa, isolamento social e depressão. Você pode somar a isso o fato de que, como                             
regra, as doenças se apresentam de forma atípica em um contexto de problemas sociais e                             
econômicos concorrentes. Os dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar do IBGE                       
apontam que 77,6% dos brasileiros com mais de 65 anos de idade relataram ser portadores                             
de doenças crônicas, e um terço deles declarou ter mais de uma doença crônica. 
Ainda não é conhecida inteiramente a relação entre as ações de promoção da saúde e                             
o rastreamento de problemas comuns dos pacientes idosos com a melhora da qualidade de                           
vida e longevidade​. 
No entanto, existe consenso de que os objetivos da promoção da saúde e de                           
prevenção de doenças nos pacientes idosos são a redução da mortalidade prematura por                         
doenças agudas ou crônicas, manutenção da independência funcional e de hábitos de vida                         
diária, extensão da expectativa de vida ativa e melhora na qualidade de vida.  
As ações de promoção e manutenção da saúde do idoso consistem na aplicação de                           
modalidades de rastreamento e ações terapêuticas com o objetivo de preservar a saúde e a                             
autonomia funcional. Entretanto, a maioria dos estudos de rastreamento não está dirigida                       
especificamente à população de idosos, causando certa escassez de dados com base em                         
evidências para firmar as recomendações. Em função disso, o médico de família e                         
comunidade deve fazer um balanço entre os riscos e os benefícios na investigação de                           
anormalidades em um teste de rastreamento, bem como ter em mente que nesse grupo                           
populacional algumas dessas alterações se explicam pela própria fisiologia heterogênea do                     
envelhecimento.  
São alguns princípios para a promoção e proteção da saúde dos idosos que podem                           
servir de guia para a ação dos profissionais de saúde: 
​ A velhice deve ser encarada como um dos ciclos da vida, e não uma doença.  
​ A maioria das pessoas com mais de 60 anos está em boas condições de saúde, mas,                                 
ao envelhecer, perde a capacidade de recuperar-se das doenças de forma rápida ou completa                           
e torna-se suscetível a incapacidades e à necessidade de ajuda para seu cuidado pessoal. 
​ É possível melhorar a capacidade funcional mediante reabilitação e estímulo ou                       
evitando novos agravos à saúde.  
 Do ponto de vista sociopsicológico, os idosos são mais heterogêneos que os jovens.  
​ A promoção da saúde na velhice deveria dirigir-se para a preservação da saúde mental                             
e física, amparo social e, na mesma medida, para a prevenção de doenças e incapacidades. 
❏ Muitas medidas que afetam a saúde dos idosos transcendem o setor saúde,                         
sendo necessárias ações intersetoriais.  
 
Tradicionalmente, as ações de prevenção costumam ser direcionadas à redução da                     
morbimortalidade. Entretanto, no cuidado do idoso, são fundamentais as ações direcionadas                     
para a redução das incapacidades e da dependência, com o objetivo de prevenir a ruptura                             
familiar e manter o idoso no seu domicílio. Assim, o propósito da manutenção da saúde não é                                 
apenas retardar ou prevenir doenças, mas também otimizar a qualidade de vida, a satisfação                           
em viver e manter a independência e a produtividade.  
Os idosos, como grupo, respondem positivamente às medidas de prevenção e são                       
capazes de mudar seus hábitos de vida mesmo após os 75 anos. Considerando que, no Brasil,                               
a expectativa de vida para quem chega aos 60 anos é de mais 20 anos, os idosos dispõem de                                     
umaquantidade considerável de tempo para realizar as mudanças de hábitos que levarão à                           
melhora da qualidade de vida.  
Nos idosos, alguns aspectos precisam ser mais avaliados levando em consideração a                       
prevalência das disfunções, vulnerabilidade à intervenções, a relação com aspectos de                     
prevenção dos agravos mais frequentes e a capacidade de identificação de alguns problemas                         
de grande repercussão funcional, geralmente assintomáticos ou não registrados de maneira                     
sistemática, que repercutem na qualidade de vida do idoso, sendo eles: visão, audição, função                           
dos membros superiores e inferiores, estado mental, risco de queda, atividades de vida diária,                           
incontinência urinária, estado nutricional e necessidade de suporte social.  
História das políticas O Brasil tem procurado se organizar para atender à crescente                         
demanda relacionada com as necessidades que surgem em decorrência do envelhecimento                     
da população, preparando-se para enfrentar as questões da saúde e do bem- -estar dos                           
idosos, ao mesmo tempo em que o SUS está sendo regulamentado.  
A Política Nacional do Idoso (PNI), promulgada em 1994 e regulamentada pelo Decreto                         
nº 1948, de 03 de junho de 1996, assegura direitos sociais à pessoa idosa, ao criar condi çõ es                                     
para promover sua autonomia, sua integração e sua participação efetiva na sociedade e                         
reafirmar seu direito à saúde nos diversos níveis de atendimento do SUS.  
É possível observar açõ es inespecíficas de atenção ao idoso tanto na atenção                         
primária quanto na estratégia saúde da família, o que tem impacto negativo na qualidade de                             
vida e bem-estar desta parte da população. O olhar de atenção ao idoso precisa estar focado                               
na promoção da funcionalidade, e não na doença. Para a população idosa, a saúde não se                               
restringe apenas ao controle e à prevenção de agravos à saúde causados por doenças                           
crônicas não transmissíveis, mas também à interação entre a saúde física e mental, a                           
independência financeira, a capacidade funcional e o suporte social.  
A implantação de uma política pública de saúde voltada para as pessoas idosas no                           
Brasil vêm de janeiro de 1994. Em termos de proteção legal a esse segmento da população,                               
você pode destacar a Lei Eloy Chaves de 1923 que trata do sistema previdenciário, e algumas                               
referências em artigos do Código Civil em 1916, do Código Penal em 1940 e do Código                               
Eleitoral em 1965.  
Historicamente, as políticas públicas na área da saúde sempre foram direcionadas                     
para uma população de país jovem, com políticas sociais e sanitárias direcionadas à                         
população materno-infantil. Apenas nos anos 1970 é que o processo sociopolítico começou a                         
operar mudanças diante do novo perfil da população, assim, alguns marcos históricos foram                         
consagrados: 
1974 - Por meio da Lei nº 6.179, foi criada a Renda Mensal Vitalícia, pelo então Instituto                                 
Nacional de Previdência Social (INPS) referente à aposentadoria.  
​ 1977 - A Lei nº 6.439 cria o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social                               
(SINPAS), integrando diferente Institutos para unificar a assistência previdenciária.  
​ 1982 - Foi realizada a I Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento da ONU, em                             
Viena, que esboçou as diretrizes do Plano de Açã o Mundial sobre o Envelhecimento,                           
publicado em Nova York em 1983, que teve como objetivo a sensibilização dos governos e                             
sociedades para a necessidade de direcionar políticas públicas para os idosos, alertando para                         
a necessidade de estudos futuros sobre aspectos do envelhecimento. 
​ 1986 - Foi realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde que propôs a elaboração de                               
uma política global de assistência à população idosa.  
​ 1988 - Foi promulgada a Constituição Cidadã – Constituição Federal, com destaque à                           
referência ao idoso. Pela primeira vez uma constituição brasileira assegurou ao idoso o direito                           
à vida e à cidadania: “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas                                     
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar                     
e garantindo-lhe o direito à vida. - § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados                                 
preferencialmente em seus lares. - § 2º Aos maiores de 65 anos é garantida a gratuidade dos                                 
transportes coletivos urbanos “ (CF, art. 230, 1988) 
​ 1993 - Aprovada a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS, Lei 8.742/93), que                             
regulamenta o capítulo II da Seguridade Social da Constituição Federal, que garantiu à                         
Assistência Social o status de política pública de seguridade social, direito ao cidadão e dever                             
do Estado.  
​ 1994 - Aprovada a Lei nº 8.842/1994 que estabelece a Política Nacional do Idoso                             
(PNI), regulamentada pelo Decreto Nº 1.948/96.6, e cria o Conselho Nacional do Idoso. Essa                           
Lei tem por finalidade assegurar direitos sociais que garantam a promoção da autonomia, a                           
integração e a participação efetiva do idoso na sociedade, de modo a exercer sua cidadania.                             
Estipula o limite de 60 anos e mais, de idade, para uma pessoa ser considerada idosa. A Lei                                   
assegura ao idoso todos os direitos de cidadania. A família a sociedade e o Estado são os                                 
responsáveis em garantir a participação do idoso na comunidade, defender sua dignidade,                       
bem-estar e direito à vida. O idoso não deve sofrer discriminação de nenhuma natureza, bem                             
como deve ser o principal agente e o destinatário das transformações indicadas por essa                           
política.  
​ 1999 - Foi implantada a Política Nacional da Saúde do Idoso pela Portaria 1.395/1999                             
do Ministério da Saúde (MS) que estabelece as diretrizes que norteiam a definição ou a                             
redefinição dos programas, planos, projetos e atividades do setor na atenção integral às                         
pessoas em processo de envelhecimento e à população idosa. Essas diretrizes são: a                         
promoção do envelhecimento saudável, a prevenção de doenças, a manutenção da                     
capacidade funcional, a assistência às necessidades de saúde dos idosos, à reabilitação da                         
capacidade funcional comprometida, a capacitação de recursos humanos, o apoio ao                     
desenvolvimento de cuidados informais, e o apoio aos estudos e pesquisas.  
​ 2002 - Foi realizada a II Assembleia Mundial sobre Envelhecimento em Madrid – Plano                             
Internacional do Envelhecimento – com o objetivo de servir de orientaçã o às medidas                           
normativas sobre o envelhecimento no século XXI, fundamentado em três princípios básicos:                       
1) participaçã o ativa dos idosos na sociedade, no desenvolvimento, na força de trabalho e naerradicaçã o da pobreza; 2) promoçã o da saúde e bem-estar na velhice; e 3) criaçã o de um                                     
ambiente propício e favorável ao envelhecimento.  
​ 2003 - Realizada a Conferência Regional Intergovernamental sobre Envelhecimento da                     
América Latina e Caribe, no Chile, na qual foram elaboradas as estratégias regionais para                           
implantar as metas e objetivos acordados em Madri. Na área da saúde, a meta geral foi                               
oferecer acesso aos serviços de saúde integrais e adequados à necessidade do idoso, de                           
forma a garantir melhor qualidade de vida com manutenção da funcionalidade e da autonomia  
​ 2003 - No Brasil, entra em vigor a Lei nº 10.741, que aprova o Estatuto do Idoso                                   
destinado a regular os direitos assegurados aos idosos. A aprovaçã o do Estatuto do Idoso                             
representou um passo importante da legislaçã o brasileira rumo à adequaçã o às orientaçõ es                             
do Plano de Madri.  
​ 2006 - Foi realizada a I Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, na qual                               
foram aprovadas deliberaçõ es que tinha como objetivo ajudar a construir a Rede Nacional de                             
Proteçã o e Defesa da Pessoa Idosa (RENADI).  
Do ponto de vista legal, o envelhecimento é protegido no Brasil. Contudo, embora                         
existam diretrizes a serem seguidas, suas implementaçõ es ainda não foram feitas de forma                           
completa. Cabe aos poderes públicos e à sociedade em geral a aplicação dessa política com                             
o respeito às diferenças econômicas, sociais e regionais de cada localidade.  
 
Políticas públicas de atenção à saúde do idoso 
No Brasil, o direito universal e integral à saúde foi instituído na Constituiçã o de 1988 e                                   
reafirmado com a criaçã o do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Lei Orgânica da                                 
Saúde nº 8.080/90. Esse direito passa pelo acesso universal e equânime aos serviços e açõ                             
es de promoção, proteção e recuperação da saúde, com garantia da integralidade da atenção,                           
considerando as diferentes realidades e necessidades de saúde da população. Você encontra                       
a reafirmação desses princípios constitucionais na Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990,                             
que dispôs sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde As                             
políticas de saúde do idoso devem criar condi çõ es para promover sua autonomia, integração                             
e participação efetiva na sociedade, reafirmando o direito à saúde nos diversos níveis de                           
atendimento do SUS. O processo de envelhecimento envolve a sociedade de forma geral, e o                             
idoso não deve sofrer discriminação es, ele deve ser o principal agente e o destinatário das                               
transformações indicadas pelas políticas de saúde referentes ao idoso.  
Em 2002, o Ministério da Saúde instituiu no SUS, com a portaria nº 703, o Programa de Assistência                                   
aos Portadores da Doença de Alzheimer. Esse programa funciona por meio dos Centros de Referência em                               
Assistência à Saúde do Idoso, responsáveis pelo diagnóstico, tratamento, acompanhamento dos pacientes                       
e orientação aos familiares e atendentes dos portadores de Alzheimer. Estimativas do Ministério da Saúde                             
indicam que 73% das pessoas com mais de 60 anos dependem exclusivamente do SUS, que oferece, por                                 
meio do Programa de Medicamentos Excepcionais, importantes remédios para o tratamento da doença.  
Em 2003, foi aprovado o Estatuto do Idoso que junto à Política Nacional do Idoso,                             
representam importantes documentos que ampliaram os conhecimentos na área do                   
envelhecimento e da saúde da pessoa idosa, fundamentais para a afirmação de açõ es                           
dinâmicas e consistentes. O Estatuto do Idoso corrobora os princípios que nortearam as                         
discussões sobre os direitos humanos da pessoa idosa. Esses documentos representam uma                       
conquista para a efetivação dos direitos do idoso, especialmente por protegerem e formarem                         
uma base para a reivindicação de atuação de todos (família, sociedade e Estado) no amparo e                               
respeito aos idosos. O Estatuto do Idoso veio priorizar tanto o atendimento de um modo geral,                               
como também daqueles que já apresentam algum grau de dependência. É com essas açõ es                             
fundamentais de prevenção secundária, de reabilitação, de promoção da saúde, além do                       
cuidado e do tratamento, que é possível garantir melhor qualidade de vida para idosos na vida                               
em família e em sociedade.  
O Estatuto do Idoso enfatiza a interface entre diferentes setores e o direito à saúde                             
incorporando no artigo II o conceito de integralidade da atenção, afirmando que o idoso goza                             
de todos os direitos inerentes à pessoa humana, inclusive a preservação da saúde física e                             
mental, além do aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, com condições de                       
liberdade e dignidade. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por meio do SUS,                               
garantindo- -lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações                           
e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde (Art. 15). De forma                             
coerente, o Estatuto do Idoso aborda a problemática dos recursos humanos, apontando que                         
as instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às                         
necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim                       
como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda (Art. 18). Ainda, o Estatuto do                             
Idoso recomenda a inserção, nos currículos dos diversos níveis de ensino formal, de                         
conteúdos relativos ao processo de envelhecimento, à eliminação de preconceitos e à                       
valorização social dos idosos (Art. 22).  
A política nacional de saúde da pessoa idosa  
A política nacional de saúde da pessoa idosa (PNSPI), instituída pela portaria                       
2.528/GM de 19 de outubro de 2006, busca garantir a atenção adequada e digna para a                               
população idosa brasileira, visando sua integração. Nesta política, estão definidas as                     
diretrizes norteadoras de todas as ações no setor de saúde e indicadas as responsabilidades                           
institucionais para o alcance da proposta. Além disso, ela orienta o processo contínuo de                           
avaliação que deve acompanhar seu desenvolvimento, considerando possíveis ajustes                 
determinados pela prática. Sua implementação compreende a definição e/ou readequação de                     
planos, programas, projetos e atividades do setor da saúde, direta ou indiretamente                       
relacionados com seu objeto. A PNSPI tem por objetivo permitir um envelhecimento saudável,                         
o que significa preservar a sua capacidade funcional, sua autonomia e manter o nível de                             
qualidade de vida, em consonância com os princípiose diretrizes do Sistema Único de Saúde                             
(SUS) que direcionam medidas individuais e coletivas em todos os níveis de atenção à saúde.  
São diretrizes norteadoras da Política Nacional de Saúde do Idoso:  
​ Promoção do envelhecimento ativo e saudável;  
Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; Políticas públicas de atenção 
​Estímulo às açõ es intersetoriais, com vistas à integralidade da atençã o;  
​ Implantaçã o de serviços de atençã o domiciliar;  
​ Acolhimento preferencial em unidades de saúde, com respeito ao critério de risco;  
​ Provimento de recursos para assegurar qualidade da atençã o à saúde da pessoa                           
idosa;  
​ Fortalecimento da participaçã o social; 
​ Formaçã o e educaçã o permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de                               
saúde da pessoa idosa;  
​ Divulgaçã o e informaçã o sobre a política nacional de saúde da pessoa idosa para                               
profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;  
​ Promoçã o de cooperaçã o nacional e internacional das experiências na atençã o à                             
saúde da pessoa idosa; e  
​ Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.  
 
A PNSPI também aponta estratégias para:  
​ Implantaçã o da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa;  
​ Ediçã o e distribuiçã o do caderno de atençã o básica – Envelhecimento e Saúde da                                 
Pessoa Idosa, nº 19;  
​ Realizaçã o do Curso de Educaçã o a Distância em Envelhecimento e Saúde da Pessoa                               
Idosa – EAD;  
​ Elaboraçã o do Plano Integrado de Açõ es de Proteçã o à Pessoa Idosa SUAS-SUS;  
​ Ediçã o e distribuiçã o do Guia Prático do Cuidador;  
​ Criaçã o e implantaçã o do Plano Nacional de Formaçã o de Cuidadores de IDOSOS                               
Dependentes na Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS);  
​ Publicaçã o da portaria sobre Prevençã o e Cuidado à osteoporose e quedas (Portaria                             
nº 3.213/GM de 20 dezembro de 2007);  
​ Ampliaçã o de acesso à consulta no Programa Olhar Brasil (Portaria n/33/ SAS de 23                               
de janeiro de 2008);  
​ Fomento à pesquisa na área de Envelhecimento de Saúde da Pessoa Idosa;  
​ Implementaçã o do Programa de Internaçã o Domiciliar; e  
​ Fomento ao acesso e uso racioacional de medicamentos (Portaria nº 2.529/GM de 19                           
de outubro de 2006).  
 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE ATENÇÃO A GRUPOS ESPECIAIS: 
ETNORRACIAIS 
 
 
 
 
As políticas específicas são feitas com vistas à diversidade de determinadas populações e                         
com intuito de alcançar o princípio da equidade. 
Há grupos sociais que constituem e constroem suas visões de mundo de forma diferenciada,                           
dando significados diversos aos seus atos, práticas e maneiras de pensar, o que faz com que                               
as políticas gerais não abarquem a essência do seu direito à saúde. 
 
Os altos coeficientes de morbidade e mortalidade, fome, desnutrição nos índígenas são                       
apenas alguns dos reflexos da desigualdade na saúde. 
 
Diversidade no contexto da saúde  
O direito à saúde é constitucional e condição necessária para o exercício pleno da                           
cidadania. Igualmente importante é o princípio da equidade. A iniquidade racial, como                       
fenômeno social, vem sendo combatida pelas políticas de promoção da igualdade racial,                       
regidas pela Lei nº 10.678/03, que criou a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade                             
Social (SEPPIR). Coerente com isso, o princípio da igualdade, associado ao objetivo de                         
conquistar uma sociedade livre de preconceitos onde a diversidade seja um valor, deve                         
desdobrar- -se no princípio da equidade, embasando a promoção da igualdade a partir do                           
reconhecimento das desigualdades e da necessidade de ação estratégica para superá-las. Em                       
saúde, a atenção deve ser entendida como ações e serviços priorizados em função de                           
situações de risco e condições de vida e saúde de determinados indivíduos e grupos de                             
população.  
O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais e saúde                         
consiste em estabelecer uma hierarquia entre os fatores mais gerais de natureza social,                         
econômica, política e as mediações pelas quais esses fatores incidem sobre a situação de                           
saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é uma simples relação                               
direta de causa/efeito. Portanto, é inegável que grupos que foram historicamente perseguidos                       
e/ou excluídos enfrentem horizontes obscurecidos quanto ao acesso em saúde.  
 
Política nacional de atenção integral à saúde da população negra  
No Brasil, alguns autores têm consenso acerca das doenças mais prevalentes na                       
população negra, com destaque para as agrupadas nas seguintes categorias: a)                     
geneticamente determinadas – tais como a anemia falciforme, deficiência de glicose                     
6-fosfato desidrogenase, foliculite; b) adquiridas em condições desfavoráveis – desnutrição,                   
anemia ferropriva, doenças do trabalho, DST/HIV/aids, mortes violentas, mortalidade infantil                   
elevada, abortos sépticos, sofrimento psíquico, estresse, depressão, tuberculose, transtornos                 
mentais (derivados do uso abusivo de álcool e outras drogas); e c) de evolução agravada ou                               
tratamento dificultado – hipertensão arterial, diabetes melito, coronariopatias, insuficiência                 
renal crônica, câncer, miomatoses (BRASIL, 2009). Essas doenças e agravos necessitam de                       
uma abordagem específica sob pena de se inviabilizar a promoção da equidade em saúde no                             
país.  
Em novembro de 2006, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou a criação da                           
política nacional de atenção integral à saúde da população negra (PNSIPN), reconhecendo                       
que as desigualdades raciais são fatores que interferem no processo saúde, doença, cuidado                         
e morte, e a necessidade de implementar políticas que combatessem as iniquidades vindas                         
dessas desigualdades sociais. Porém, a PNSIPN só foi pactuada na Comissão Intergestores                       
Tripartite em 2008, e o Ministério da Saúde só publicou a Portaria de regulamentação em                             
maio de 2009. A construção desta política resultou da luta pela democratização da saúde                           
liderada em especial pelo movimento negro. Também resulta do compromisso assumido                     
entre o Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da                             
Igualdade Racial, a fim de superar situações de vulnerabilidade em saúde que atingem parte                           
significativa da população brasileira. A política nacional de saúde integral da população negra                         
define quais são os princípios, a marca, os objetivos, as diretrizes, as estratégias e as                             
responsabilidades de gestão, voltados para a melhoria das condições de saúde da população                         
negra. 
A PNSIPN inclui no seu escopo ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e                           
prevenção de doenças, bem como de gestão participativa, participação popular e controle                       
social, produção de conhecimento, formação e educação permanente para trabalhadores de                     
saúde, visandoà promoção da equidade em saúde da população negra, em acordo com os                             
princípios do SUS.  
A política nacional de saúde integral da população negra, ao reconhecer as                       
desigualdades etnicorraciais como determinantes sociais das condições de saúde da                   
população elencou os seguintes objetivos específicos:  
​ Aprimorar os sistemas de informação em saúde pela inclusão do quesito cor em                           
todos os instrumentos de coleta de dados adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  
​ Desenvolver ações para reduzir indicadores de morbimortalidade materna e infantil,                     
doença falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus, HIV/aids, tuberculose, hanseníase,                 
cânceres de colo uterino e de mama, miomas, transtornos mentais na população negra.  
​ Garantir e ampliar o acesso da população negra do campo e da floresta e, em                               
particular, das populações quilombolas, às ações e aos serviços de saúde.  
​ Garantir o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da                             
população negra.  
Esta Política abrange ações e programas de diversas secretarias e órgãos vinculados                       
ao Ministério da Saúde (MS). Você nota que se trata de uma política transversal, com                             
formulação, gestão e operação compartilhadas entre as três esferas de governo, seja no                         
campo restrito da saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS, seja em áreas                               
correlatas.  
Seu propósito é garantir maior grau de equidade na efetivação do direito humano à                           
saúde, em seus aspectos de promoção, prevenção, atenção, tratamento e recuperação de                       
doenças transmissíveis e não transmissíveis, incluindo as de maior prevalência nessa parcela                       
da população.  
A PNSIPN se insere na dinâmica do SUS, por meio de estratégias de gestão solidária e                               
participativa, que incluem: utilização do quesito cor na produção de informações                     
epidemiológicas para a definição de prioridades e tomada de decisão; ampliação e                       
fortalecimento do controle social; desenvolvimento de ações e estratégias de identificação,                     
abordagem, combate e prevenção do racismo institucional no ambiente de trabalho, nos                       
processos de formação e educação permanente de profissionais; implementação de ações                     
afirmativas para alcançar a equidade em saúde e promover a igualdade racial. 
A implantação da PNSIPN teve como finalidade destacar a importância do racismo                       
como determinante social da saúde. A responsabilidade por sua implementação coube às                       
Secretarias Estaduais e Municipais e órgãos do Ministério da Saúde, sob a coordenação geral                           
da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (SGEP-MS), que por                           
sua vez ficou responsável pela disseminação da Política, sensibilização dos profissionais,                     
monitoramento, avaliação e apoio técnico aos departamentos e áreas do Ministério da Saúde,                         
secretarias de saúde de estados e municípios.  
A criação de comitês técnicos de saúde da população negra, áreas técnicas de saúde                           
da população negra ou a nomeação de responsável técnico para coordenar as ações em                           
saúde da população negra devem compor as estratégias definidas por Secretarias Estaduais                       
e Municipais para disseminar a Política, sensibilizar profissionais e inserir a Política no SUS.                           
As atividades realizadas para sensibilizar gestores, profissionais e sociedade civil incluíram                     
seminários, oficinas, campanhas, intervenção no Dia Nacional de Mobilização Pró- -SPN e no                         
Dia da Consciência Negra. 
 
Política de saúde da população indígena  
Você analisa as estimativas e conclui que havia cerca de três milhões de índios                           
quando os portugueses aportaram em território brasileiro. Hoje, no Brasil, vivem cerca de 800                           
mil índios, distribuídos em 683 terras indígenas, representando 0,4% da população brasileira                       
(CENSO, 2010 apud BRASIL, [2016]). São 220 etnias, 180 línguas faladas. Você percebe ainda                           
que existem 70 grupos isolados de índios sobre os quais não se tem muita informação.                             
Assim, a população indígena atual constitui uma minoria étnica.  
A finalidade da política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas é garantir o                             
acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único                               
de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política dessa                       
população, de modo a favorecer a superação dos fatores que a tornam mais vulnerável aos                             
agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a                         
eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura.  
A declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas                     
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2008) afirma que “os povos indígenas têm direito a                         
suas próprias medicinas tradicionais e a manter suas práticas de saúde, bem como desfrutar                           
do nível mais alto possível de saúde, e os Estados devem tomar as medidas necessárias para                               
atingir progressivamente a plena realização desse direito”.  
Sendo assim, os povos indígenas deveriam ter garantidos o acesso universal e integral                         
à saúde e a participação em todas as etapas do processo de planejamento, execução e                             
avaliação das ações desenvolvidas. Esse modelo de assistência específico e diferenciado                     
lançou as bases para a implantação do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI-SUS),                           
sob a gestão direta do Ministério da Saúde.  
A Área Técnica de Saúde dos Povos Indígenas (ATSPI) é uma instância formuladora,                         
articuladora e coordenadora das políticas públicas de saúde relacionadas à esses povos,                       
tendo como objetivos reduzir as iniquidades desse segmento, incentivando uma ação                     
conjunta da medicina tradicional indígena e a medicina ocidental e assessorar técnica e                         
operativamente os municípios para a inserção das ações de saúde indígena nos Planos                         
Municipais de Saúde, cooperando com a melhoria da qualidade de vida e sustentabilidade                         
desses povos.  
Segundo as diretrizes da política nacional de atenção à saúde indígena, a gestão                         
estadual deve atuar de forma complementar na execução das ações de atenção à saúde                           
indígena definidas no plano distrital de saúde indígena, ficando a cargo do órgão gestor da                             
saúde indígena a definição das ações complementares, observando as características das                     
populações envolvidas. A Portaria nº 70, de 2004, aprovou as diretrizes da gestão da política                             
nacional de atenção à saúde indígena:  
Propor, realizar e participar de oficinas e seminários para organizar e sistematizar as                         
ações de saúde pública, com foco na saúde dos povos indígenas;  
​ Apoiar as organizações do movimento indígena para o exercício docontrole social em                           
saúde.  
​ Fomentar a disseminação de práticas profissionais que levem ao reconhecimento e                       
enfrentamento do Racismo Institucional e a promoção de mudanças na cultura                     
organizacional/ institucional, com vistas à adoção de práticas antirracistas e não                     
discriminatórias.  
​ Incentivar a ampliação do sistema de saúde para atenção aos principais agravos que                           
acometem aos povos indígenas. 
​ Apoiar e incentivar a Educação Permanente das equipes de saúde para a atenção                           
qualificada à saúde dos povos indígenas.  
​ Formular a Política Estadual de Saúde Integral dos Povos Indígenas, com o objetivo de                             
promover a equidade e a integralidade em saúde desses povos e combater a discriminação                           
etnicorracial nos serviços e atendimentos oferecidos na rede SUS-Ba. 
A partir do Decreto Nº 7.530/2011, as ações de saúde indígena que eram da                           
responsabilidade da FUNASA passam a ser da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai),                         
subordinada ao Ministério da Saúde. Esse novo órgão passa a coordenar e executar o                           
processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena em todo Brasil, cabendo-lhe                           
coordenar e avaliar as ações de atenção à saúde no âmbito do Subsistema de Saúde                             
Indígena; bem como a promoção, a articulação e a integração com os setores governamentais                           
e não governamentais que possuam interface com a atenção à saúde indígena.  
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) é a área do Ministério da Saúde responsável por                               
coordenar a política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas e todo o processo de gestão do                                   
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Sasi), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Criada em                                 
outubro de 2010, a Sesai surgiu a partir da necessidade de reformular a gestão da saúde indígena no país,                                     
uma reivindicação dos próprios indígenas durante as Conferências Nacionais de Saúde Indígena. 
 
Política de saúde da população quilombola  
Pelas estimativas da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir),                     
você sabe que existem cerca de 3.900 comunidades quilombolas em todo o país,                         
compostas por 325 mil famílias, em uma razão de pouco mais de 80 famílias por                             
comunidade. Mas o número de comunidades registradas nas atuais políticas públicas,                     
estabelecido por meio do processo de certificação da Fundação Cultural Palmares, é de                         
1.739 quilombolas.  
Os quilombolas, distribuídos por todo território nacional, ainda vivem em                   
comunidades formadas por forte vínculo de parentesco, mantendo vivas tradições                   
culturais e religiosas. Os membros da comunidade estão ligados a culturas de                       
subsistência e dependem de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família,                         
entre outros.  
Reconhecidas oficialmente em 1988, com a afirmação de seus direitos territoriais                     
por meio do Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da                       
Constituição (ADCT), as comunidades quilombolas despertam uma série de questões                   
socioeconômicas, espaciais, jurídicas e culturais que fazem parte da discussão sobre o                       
que representam os quilombos contemporâneos na atualidade e sobre a sua efetiva                       
inserção cidadã. É preciso ampliar a discussão do direito à saúde, uma das premissas                           
básicas do SUS, levando em conta que o acesso passa ainda pelas condições sociais e                             
econômicas da população e não apenas de sua condição étnica.  
Mas você não pode perder de vista que a universalidade do SUS, ou seja, o pleno                               
acesso aos serviços públicos de saúde e de qualidade para toda a população brasileira,                           
ainda não se efetivou na prática.  
Para o Ministério da Saúde, a política de inclusão da população quilombola começa                         
em 2004, com a Portaria nº 1.434, que criou um incentivo de repasse financeiro para a                               
ampliação de equipes de estratégia da saúde para as comunidades quilombolas.  
As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS) expressam, com                     
maior ou menor nível de detalhe, o conceito hoje bastante generalizado de que as                           
condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas                           
com sua situação de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da                           
Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais,                     
psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e                       
seus fatores de risco na população.  
O Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério                         
da Saúde publicou, em 2008, a Portaria nº 90 que atualiza as bases populacionais da                             
população quilombola, de forma a beneficiar, com repasse de recursos financeiros                     
federais, os municípios que implantam equipes de Saúde da Família e equipe de Saúde                           
Bucal que atuam nas comunidades em seus territórios. No âmbito do Programa Brasil                         
Quilombola, no que se refere às políticas universais de segurança alimentar e nutricional,                         
o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) estabeleceu metas de                         
atendimento aos quilombolas no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e no                       
Programa Cisternas. A partir do Cadastro Único, que tem um campo para identificação                         
das comunidades quilombolas, é possível identificar as famílias que devem ser incluídas                       
nos programas sociais do Governo Federal.  
No relatório do Ministério da Saúde, as ações voltadas à população quilombola                       
estão, em geral, pautadas na ideia de “incentivo à equidade”, por meio da extensão da                             
cobertura de ações já existentes, como o Programa de Habitação e Saneamento, as ações                           
de segurança alimentar e nutricional e a Estratégia de Saúde da Família (ESF). 
Em geral, a visão de vulnerabilidade social nos quilombos tem relação com a saúde                           
e a doença. A morbimortalidade, infectocontagiosa ou crônico- -degenerativa, provoca                   
reflexão sobre a rede de causalidade da insegurança. A importância do recorte                       
etnicorracial na assistência e na atenção em saúde relativa às doenças e às condições de                             
vida da população negra, permite que sejam identificados contingentes populacionais                   
mais suscetíveis a problemas de saúde, como hipertensão e anemia falciforme.  
A política governamental brasileira para a saúde bucal compreendeu que se deve                       
“ampliar e qualificar o acesso ao atendimento básico”, garantindo serviços odontológicos                     
em todas as unidades básicas de saúde, incluindo áreas rurais, de difícil acesso e de                             
fronteiras nacionais, com atendimentos em horários que possibilitem o acesso de adultos                       
e trabalhadores a essetipo de assistência, inclusive com a implantação, pelo setor                         
público, de laboratórios de próteses dentárias de âmbito regional ou municipal. Essa                       
política enfatiza a importância de implementar ações de saúde bucal junto às populações                         
remanescentes de quilombos, a fim de garantir o estabelecimento de um programa de                         
atendimento de caráter universal, integral e com equidade, considerando as experiências                     
e os valores culturais relacionados às práticas higiênicas e dietéticas de cada povo                         
quilombola.  
A falta de perspectiva com relação ao futuro e ao crescimento pessoal, somada às                           
difíceis condições de moradia e a falta de uma política de valorização do homem do                             
campo, têm sido apontadas frequentemente como causa do alto índice de alcoolismo e                         
tabagismo entre as populações quilombolas. Enfermidades decorrentes desses hábitos                 
nocivos à saúde e a exacerbação de outras condições estabelecidas demonstram a                       
necessidade de uma estratégia especial junto a esses grupos populacionais.  
O conhecimento e o respeito às noções de saúde de cada comunidade são                         
necessários, pois às vezes não seguem os paradigmas da medicina ocidental. Ao agir                         
com essa consciência, a nação verá de fato o controle social do SUS e,                           
consequentemente, um melhor resultado nas abordagens de aspecto inclusivo.

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