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PNAN A Portaria MS n° 2.715/17/11/2011 atualiza a PNAN e revoga a Portaria GM/MS n° 710/99. No Brasil, a fortificação de farinhas de trigo e milho foi instituída pela Resolução RDC nº 344, de 13 de dezembro de 2002, emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A resolução determinou a adição obrigatória de 4,2 mg de ferro e de 150 µg de ácido fólico nas farinhas de trigo e milho, cujo prazo para as indústrias se adequarem foi até 17 de junho de 2004. Os objetivos da ação são reduzir a prevalência de anemia e prevenir a ocorrência de defeitos do tubo neural. Entre os resultados relevantes da PNAN, destacam-se a implementação de 15, e não de 50, estudos e pesquisas nutricionais para o mapeamento nacional das carências nutricionais e o desenvolvimento da tabela brasileira de composição de alimentos. Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A foi instituído por meio da Portaria nº 729, de 13 de maio de 2005, cujo objetivo é reduzir e controlar a deficiência nutricional de vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós-parto imediato (antes da alta hospitalar). O Guia Alimentar aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável para a população brasileira e configura-se como um instrumento de educação alimentar e nutricional no SUS e também para outros setores. A publicação apresenta um conjunto de informações, análises, recomendações e orientações sobre escolha, combinação, preparo e consumo de alimentos que objetivam promover a saúde de pessoas, famílias e comunidades e da sociedade brasileira como um todo, não de maneira unificada. O Guia é para todas as pessoas, individualmente e como membros de famílias e comunidades, assim como cidadãos. No Brasil, a anemia por deficiência de ferro é um problema nutricional de grande magnitude e acomete mais crianças, mulheres em idade fértil e gestantes. No País, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS de 2006) avaliou, pela primeira vez em nível nacional, a prevalência de anemia em crianças e observou que 20,9% das crianças menores de 5 anos, ou seja, aproximadamente 3 milhões de brasileiros, apresentam anemia. As maiores prevalências foram observadas no Nordeste, Sudeste e Sul. A anemia causa sérios problemas, como aumento na mortalidade em mulheres e crianças, diminuição da capacidade de aprendizagem e diminuição da produtividade em indivíduos em todos os ciclos vitais. Esses efeitos danosos sobre a saúde física e mental afetam a qualidade de vida e a produtividade. Diante desse panorama, é de extrema importância que o Brasil adote políticas públicas para prevenção e controle da anemia. Importância da PNAN na promoção à saúde De acordo com os princípios do SUS, os responsáveis por atuar no sentido de viabilizar o alcance do propósito da PNAN são os gestores de saúde nas três esferas, trabalhando de forma articulada e dando cumprimento às suas atribuições comuns e específicas. A instituição da PNAN, ocorrida em 1999, tornou-a um marco para a SAN no Brasil por ter sido a política pública que manteve a temática da segurança na agenda do governo, sustentando a necessidade de buscar a garantia do acesso da população à alimentação adequada e saudável. Apesar dos avanços significativos na sua construção, há evidências de que persiste uma insuficiente inserção da área de nutrição no âmbito do SUS, o que compromete a articulação da saúde com a SAN. O simples reconhecimento do papel vital da nutrição para a saúde não é suficiente para garantir a sua priorização no SUS. É preciso considerar que o SUS é um projeto ainda em implementação e que a produção social da saúde passa por produção, distribuição e consumo de uma alimentação adequada e saudável para todos. POLÍTICA DA SAÚDE DA MULHER 2004 pelo Ministério da Saúde OBJETIVOS As ações são separadas nestes grupos, pois estas devem ser implementadas de forma específica, levando em consideração as peculiaridades e necessidades pontuais de cada grupo. A atenção à saúde da mulher deve receber o enfoque e a importância necessários. Sabe-se que, por sua natureza, a mulher é quem, na maioria dos lares, cuida dos filhos e demais familiares, da casa e, cada vez mais, trabalha para o sustento da casa. São muitos os fatores que englobam a atenção à saúde da mulher. Os números e fatos mostram esses fatores: - a vida sexual ativa; - o risco de câncer de mama e colo de útero; - o fato de a gravidez ser cada vez mais uma necessidade de intervenção, seja ela planejada ou não; - a violência; - as necessidades específicas, sejam por etnia, raça ou ocupação profissional, entre outros fatores. O planejamento da atenção à saúde da mulher deve englobar toda a complexidade que o gênero traz e facilitar o acesso ao sistema de forma universal, integral e equânime. POLÍTICA DA SAÚDE DO IDOSO ● A perda de capacidade funcional está relacionada à perda das habilidades físicas e mentais necessárias para a realização de atividades básicas e instrumentais da vida diária. ● Sabe-se que as condições socioeconômicas têm relação clara com a saúde e a qualidade de vida dos sujeitos, mas, de acordo com a Política Nacional de Saúde do Idoso, esse não é o principal problema dos idosos. ● DSTs: Apesar de ser um problema de saúde que afeta essa população, não é o principal. ● Há a necessidade de uma articulação intersetorial para que a qualidade de vida e saúde da população idosa seja ampliada. O acesso ao transporte público e gratuito é fator importante para que os idosos tenham uma vida ativa. ● As condições de moradia podem ser determinantes na saúde da população idosa, assim como dos demais segmentos sociais. ❖ Fomentar e fortalecer os espaços de participação e controle social auxilia o processo de monitoramento e avaliação das políticas públicas e deve sempre ser incentivado, pois abre espaço para que, no caso, os idosos participem do processo. ❖ Considerando a necessidade de uma atenção integral à saúde, a política preza pelo estímulo às ações intersetoriais. ❖ A política estabelece como diretriz a atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa, considerando a importância de todos os níveis de atenção à saúde nesse processo que envolve não apenas a reabilitação, mas também a promoção e prevenção. ❖ Considerando a corresponsabilização de todos os segmentos e o direito à informação em saúde, a política nacional prevê como diretriz a divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS, sem distinções. ❖ A política promove o envelhecimento saudável e ativo, considerando a importância de que os idosos não sejam considerados incapazes, mas compreendidos nas suas necessidades de saúde. Estatuto do Idoso. ❏ O estatuto aponta como necessária a articulação de ações governamentais e não-governamentais. ❏ A aprovação de um estatuto por parte do governo tem por intuito reafirmar o compromisso do Estado com determinada população em diversas áreas que relacionam entre si, como saúde, direitos humanos, justiça, entre outros. ❏ União, Estados e municípios devem participar da atençãoà população idosa. ❏ O estatuto define os direitos das pessoas com 60 anos ou mais. ❏ Trata-se de um compromisso da sociedade e do Estado. qual o grande desafio para a atenção à saúde no envelhecimento? O envelhecimento populacional em condição de desigualdade social e de gênero. ➔ De acordo com a política nacional, a heterogeneidade do grupo de idosos, seja em termos etários, de local de moradia ou socioeconômicos, acarreta demandas diferenciadas, o que tem rebatimento na formulação de políticas públicas para o segmento. ➔ Apesar de haver uma demanda aos serviços de média e alta complexidades, há uma necessidade de efetivação das práticas e ações no âmbito da atenção básica que visem a promoção e prevenção à saúde. ➔ A Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa estabelece a necessidade de destinação de recursos financeiros para a adequação de espaços físicos, mas não está colocado como principal desafio. ➔ A política nacional apenas define as competências de cada esfera de gestão para a atenção integral à saúde do idoso. ➔ Cardiopatias: Representam um problema significativo, mas não é o citado pela política. A proposta de envelhecimento ativo baseia-se: No reconhecimento dos direitos das pessoas idosas e nos princípios de independência, participação, dignidade, assistência e autorrealização. Trata-se de assegurar que muitos dos direitos adquiridos durante a vida não sejam perdidos, que se relacionam aos mais diversos eixos no contexto pessoal e social. A compreensão de que a ampliação da qualidade de vida e saúde dos idosos está além dos fatores biológicos e que deve envolver uma concepção ampla de saúde, como apontada pela legislação que regulamenta o Sistema Único de Saúde, tem levado à criação de espaços comunitários para que os idosos não fiquem isolados e possibilite o convívio social desses indivíduos. A propagação de pontos comunitários, associações e espaços criados pelos próprios órgãos governamentais de assistência social e saúde para a prática de atividade física e artesanato é cada vez mais comum. Envelhecimento no Brasil Os processos de transição demográfica e epidemiológica estão diretamente correlacionados. Com o aumento da expectativa de vida, os processos agudos, de desfecho rápido para cura ou óbito, tornam-se menos prevalentes que as doenças crônicas e suas complicações, implicando no aumento da utilização dos serviços de saúde. A população idosa tem características próprias com relação ao processo saúde-doença. A incidência e prevalência patologias múltiplas e crônicas aumenta. Essa pluralidade de problemas médicos dificulta a atenção à saúde ao idoso. Os sintomas podem resultar de interação mútua, um processo patológico pode mascarar o aparecimento de outro e o tratamento de um processo patológico pode interferir no outro. Ainda, o manejo de um processo pode ter um impacto positivo substancial sobre outros sistemas e na capacidade funcional do paciente. Os problemas de saúde mais frequentes entre idosos são déficits sensoriais, demência, incontinência, instabilidade e quedas, imobilidade, desnutrição, iatrogenia medicamentosa, isolamento social e depressão. Você pode somar a isso o fato de que, como regra, as doenças se apresentam de forma atípica em um contexto de problemas sociais e econômicos concorrentes. Os dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar do IBGE apontam que 77,6% dos brasileiros com mais de 65 anos de idade relataram ser portadores de doenças crônicas, e um terço deles declarou ter mais de uma doença crônica. Ainda não é conhecida inteiramente a relação entre as ações de promoção da saúde e o rastreamento de problemas comuns dos pacientes idosos com a melhora da qualidade de vida e longevidade. No entanto, existe consenso de que os objetivos da promoção da saúde e de prevenção de doenças nos pacientes idosos são a redução da mortalidade prematura por doenças agudas ou crônicas, manutenção da independência funcional e de hábitos de vida diária, extensão da expectativa de vida ativa e melhora na qualidade de vida. As ações de promoção e manutenção da saúde do idoso consistem na aplicação de modalidades de rastreamento e ações terapêuticas com o objetivo de preservar a saúde e a autonomia funcional. Entretanto, a maioria dos estudos de rastreamento não está dirigida especificamente à população de idosos, causando certa escassez de dados com base em evidências para firmar as recomendações. Em função disso, o médico de família e comunidade deve fazer um balanço entre os riscos e os benefícios na investigação de anormalidades em um teste de rastreamento, bem como ter em mente que nesse grupo populacional algumas dessas alterações se explicam pela própria fisiologia heterogênea do envelhecimento. São alguns princípios para a promoção e proteção da saúde dos idosos que podem servir de guia para a ação dos profissionais de saúde: A velhice deve ser encarada como um dos ciclos da vida, e não uma doença. A maioria das pessoas com mais de 60 anos está em boas condições de saúde, mas, ao envelhecer, perde a capacidade de recuperar-se das doenças de forma rápida ou completa e torna-se suscetível a incapacidades e à necessidade de ajuda para seu cuidado pessoal. É possível melhorar a capacidade funcional mediante reabilitação e estímulo ou evitando novos agravos à saúde. Do ponto de vista sociopsicológico, os idosos são mais heterogêneos que os jovens. A promoção da saúde na velhice deveria dirigir-se para a preservação da saúde mental e física, amparo social e, na mesma medida, para a prevenção de doenças e incapacidades. ❏ Muitas medidas que afetam a saúde dos idosos transcendem o setor saúde, sendo necessárias ações intersetoriais. Tradicionalmente, as ações de prevenção costumam ser direcionadas à redução da morbimortalidade. Entretanto, no cuidado do idoso, são fundamentais as ações direcionadas para a redução das incapacidades e da dependência, com o objetivo de prevenir a ruptura familiar e manter o idoso no seu domicílio. Assim, o propósito da manutenção da saúde não é apenas retardar ou prevenir doenças, mas também otimizar a qualidade de vida, a satisfação em viver e manter a independência e a produtividade. Os idosos, como grupo, respondem positivamente às medidas de prevenção e são capazes de mudar seus hábitos de vida mesmo após os 75 anos. Considerando que, no Brasil, a expectativa de vida para quem chega aos 60 anos é de mais 20 anos, os idosos dispõem de umaquantidade considerável de tempo para realizar as mudanças de hábitos que levarão à melhora da qualidade de vida. Nos idosos, alguns aspectos precisam ser mais avaliados levando em consideração a prevalência das disfunções, vulnerabilidade à intervenções, a relação com aspectos de prevenção dos agravos mais frequentes e a capacidade de identificação de alguns problemas de grande repercussão funcional, geralmente assintomáticos ou não registrados de maneira sistemática, que repercutem na qualidade de vida do idoso, sendo eles: visão, audição, função dos membros superiores e inferiores, estado mental, risco de queda, atividades de vida diária, incontinência urinária, estado nutricional e necessidade de suporte social. História das políticas O Brasil tem procurado se organizar para atender à crescente demanda relacionada com as necessidades que surgem em decorrência do envelhecimento da população, preparando-se para enfrentar as questões da saúde e do bem- -estar dos idosos, ao mesmo tempo em que o SUS está sendo regulamentado. A Política Nacional do Idoso (PNI), promulgada em 1994 e regulamentada pelo Decreto nº 1948, de 03 de junho de 1996, assegura direitos sociais à pessoa idosa, ao criar condi çõ es para promover sua autonomia, sua integração e sua participação efetiva na sociedade e reafirmar seu direito à saúde nos diversos níveis de atendimento do SUS. É possível observar açõ es inespecíficas de atenção ao idoso tanto na atenção primária quanto na estratégia saúde da família, o que tem impacto negativo na qualidade de vida e bem-estar desta parte da população. O olhar de atenção ao idoso precisa estar focado na promoção da funcionalidade, e não na doença. Para a população idosa, a saúde não se restringe apenas ao controle e à prevenção de agravos à saúde causados por doenças crônicas não transmissíveis, mas também à interação entre a saúde física e mental, a independência financeira, a capacidade funcional e o suporte social. A implantação de uma política pública de saúde voltada para as pessoas idosas no Brasil vêm de janeiro de 1994. Em termos de proteção legal a esse segmento da população, você pode destacar a Lei Eloy Chaves de 1923 que trata do sistema previdenciário, e algumas referências em artigos do Código Civil em 1916, do Código Penal em 1940 e do Código Eleitoral em 1965. Historicamente, as políticas públicas na área da saúde sempre foram direcionadas para uma população de país jovem, com políticas sociais e sanitárias direcionadas à população materno-infantil. Apenas nos anos 1970 é que o processo sociopolítico começou a operar mudanças diante do novo perfil da população, assim, alguns marcos históricos foram consagrados: 1974 - Por meio da Lei nº 6.179, foi criada a Renda Mensal Vitalícia, pelo então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) referente à aposentadoria. 1977 - A Lei nº 6.439 cria o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), integrando diferente Institutos para unificar a assistência previdenciária. 1982 - Foi realizada a I Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento da ONU, em Viena, que esboçou as diretrizes do Plano de Açã o Mundial sobre o Envelhecimento, publicado em Nova York em 1983, que teve como objetivo a sensibilização dos governos e sociedades para a necessidade de direcionar políticas públicas para os idosos, alertando para a necessidade de estudos futuros sobre aspectos do envelhecimento. 1986 - Foi realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde que propôs a elaboração de uma política global de assistência à população idosa. 1988 - Foi promulgada a Constituição Cidadã – Constituição Federal, com destaque à referência ao idoso. Pela primeira vez uma constituição brasileira assegurou ao idoso o direito à vida e à cidadania: “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhe o direito à vida. - § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. - § 2º Aos maiores de 65 anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos “ (CF, art. 230, 1988) 1993 - Aprovada a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS, Lei 8.742/93), que regulamenta o capítulo II da Seguridade Social da Constituição Federal, que garantiu à Assistência Social o status de política pública de seguridade social, direito ao cidadão e dever do Estado. 1994 - Aprovada a Lei nº 8.842/1994 que estabelece a Política Nacional do Idoso (PNI), regulamentada pelo Decreto Nº 1.948/96.6, e cria o Conselho Nacional do Idoso. Essa Lei tem por finalidade assegurar direitos sociais que garantam a promoção da autonomia, a integração e a participação efetiva do idoso na sociedade, de modo a exercer sua cidadania. Estipula o limite de 60 anos e mais, de idade, para uma pessoa ser considerada idosa. A Lei assegura ao idoso todos os direitos de cidadania. A família a sociedade e o Estado são os responsáveis em garantir a participação do idoso na comunidade, defender sua dignidade, bem-estar e direito à vida. O idoso não deve sofrer discriminação de nenhuma natureza, bem como deve ser o principal agente e o destinatário das transformações indicadas por essa política. 1999 - Foi implantada a Política Nacional da Saúde do Idoso pela Portaria 1.395/1999 do Ministério da Saúde (MS) que estabelece as diretrizes que norteiam a definição ou a redefinição dos programas, planos, projetos e atividades do setor na atenção integral às pessoas em processo de envelhecimento e à população idosa. Essas diretrizes são: a promoção do envelhecimento saudável, a prevenção de doenças, a manutenção da capacidade funcional, a assistência às necessidades de saúde dos idosos, à reabilitação da capacidade funcional comprometida, a capacitação de recursos humanos, o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais, e o apoio aos estudos e pesquisas. 2002 - Foi realizada a II Assembleia Mundial sobre Envelhecimento em Madrid – Plano Internacional do Envelhecimento – com o objetivo de servir de orientaçã o às medidas normativas sobre o envelhecimento no século XXI, fundamentado em três princípios básicos: 1) participaçã o ativa dos idosos na sociedade, no desenvolvimento, na força de trabalho e naerradicaçã o da pobreza; 2) promoçã o da saúde e bem-estar na velhice; e 3) criaçã o de um ambiente propício e favorável ao envelhecimento. 2003 - Realizada a Conferência Regional Intergovernamental sobre Envelhecimento da América Latina e Caribe, no Chile, na qual foram elaboradas as estratégias regionais para implantar as metas e objetivos acordados em Madri. Na área da saúde, a meta geral foi oferecer acesso aos serviços de saúde integrais e adequados à necessidade do idoso, de forma a garantir melhor qualidade de vida com manutenção da funcionalidade e da autonomia 2003 - No Brasil, entra em vigor a Lei nº 10.741, que aprova o Estatuto do Idoso destinado a regular os direitos assegurados aos idosos. A aprovaçã o do Estatuto do Idoso representou um passo importante da legislaçã o brasileira rumo à adequaçã o às orientaçõ es do Plano de Madri. 2006 - Foi realizada a I Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, na qual foram aprovadas deliberaçõ es que tinha como objetivo ajudar a construir a Rede Nacional de Proteçã o e Defesa da Pessoa Idosa (RENADI). Do ponto de vista legal, o envelhecimento é protegido no Brasil. Contudo, embora existam diretrizes a serem seguidas, suas implementaçõ es ainda não foram feitas de forma completa. Cabe aos poderes públicos e à sociedade em geral a aplicação dessa política com o respeito às diferenças econômicas, sociais e regionais de cada localidade. Políticas públicas de atenção à saúde do idoso No Brasil, o direito universal e integral à saúde foi instituído na Constituiçã o de 1988 e reafirmado com a criaçã o do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/90. Esse direito passa pelo acesso universal e equânime aos serviços e açõ es de promoção, proteção e recuperação da saúde, com garantia da integralidade da atenção, considerando as diferentes realidades e necessidades de saúde da população. Você encontra a reafirmação desses princípios constitucionais na Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispôs sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde As políticas de saúde do idoso devem criar condi çõ es para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade, reafirmando o direito à saúde nos diversos níveis de atendimento do SUS. O processo de envelhecimento envolve a sociedade de forma geral, e o idoso não deve sofrer discriminação es, ele deve ser o principal agente e o destinatário das transformações indicadas pelas políticas de saúde referentes ao idoso. Em 2002, o Ministério da Saúde instituiu no SUS, com a portaria nº 703, o Programa de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer. Esse programa funciona por meio dos Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, responsáveis pelo diagnóstico, tratamento, acompanhamento dos pacientes e orientação aos familiares e atendentes dos portadores de Alzheimer. Estimativas do Ministério da Saúde indicam que 73% das pessoas com mais de 60 anos dependem exclusivamente do SUS, que oferece, por meio do Programa de Medicamentos Excepcionais, importantes remédios para o tratamento da doença. Em 2003, foi aprovado o Estatuto do Idoso que junto à Política Nacional do Idoso, representam importantes documentos que ampliaram os conhecimentos na área do envelhecimento e da saúde da pessoa idosa, fundamentais para a afirmação de açõ es dinâmicas e consistentes. O Estatuto do Idoso corrobora os princípios que nortearam as discussões sobre os direitos humanos da pessoa idosa. Esses documentos representam uma conquista para a efetivação dos direitos do idoso, especialmente por protegerem e formarem uma base para a reivindicação de atuação de todos (família, sociedade e Estado) no amparo e respeito aos idosos. O Estatuto do Idoso veio priorizar tanto o atendimento de um modo geral, como também daqueles que já apresentam algum grau de dependência. É com essas açõ es fundamentais de prevenção secundária, de reabilitação, de promoção da saúde, além do cuidado e do tratamento, que é possível garantir melhor qualidade de vida para idosos na vida em família e em sociedade. O Estatuto do Idoso enfatiza a interface entre diferentes setores e o direito à saúde incorporando no artigo II o conceito de integralidade da atenção, afirmando que o idoso goza de todos os direitos inerentes à pessoa humana, inclusive a preservação da saúde física e mental, além do aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, com condições de liberdade e dignidade. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por meio do SUS, garantindo- -lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde (Art. 15). De forma coerente, o Estatuto do Idoso aborda a problemática dos recursos humanos, apontando que as instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda (Art. 18). Ainda, o Estatuto do Idoso recomenda a inserção, nos currículos dos diversos níveis de ensino formal, de conteúdos relativos ao processo de envelhecimento, à eliminação de preconceitos e à valorização social dos idosos (Art. 22). A política nacional de saúde da pessoa idosa A política nacional de saúde da pessoa idosa (PNSPI), instituída pela portaria 2.528/GM de 19 de outubro de 2006, busca garantir a atenção adequada e digna para a população idosa brasileira, visando sua integração. Nesta política, estão definidas as diretrizes norteadoras de todas as ações no setor de saúde e indicadas as responsabilidades institucionais para o alcance da proposta. Além disso, ela orienta o processo contínuo de avaliação que deve acompanhar seu desenvolvimento, considerando possíveis ajustes determinados pela prática. Sua implementação compreende a definição e/ou readequação de planos, programas, projetos e atividades do setor da saúde, direta ou indiretamente relacionados com seu objeto. A PNSPI tem por objetivo permitir um envelhecimento saudável, o que significa preservar a sua capacidade funcional, sua autonomia e manter o nível de qualidade de vida, em consonância com os princípiose diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) que direcionam medidas individuais e coletivas em todos os níveis de atenção à saúde. São diretrizes norteadoras da Política Nacional de Saúde do Idoso: Promoção do envelhecimento ativo e saudável; Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; Políticas públicas de atenção Estímulo às açõ es intersetoriais, com vistas à integralidade da atençã o; Implantaçã o de serviços de atençã o domiciliar; Acolhimento preferencial em unidades de saúde, com respeito ao critério de risco; Provimento de recursos para assegurar qualidade da atençã o à saúde da pessoa idosa; Fortalecimento da participaçã o social; Formaçã o e educaçã o permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; Divulgaçã o e informaçã o sobre a política nacional de saúde da pessoa idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; Promoçã o de cooperaçã o nacional e internacional das experiências na atençã o à saúde da pessoa idosa; e Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. A PNSPI também aponta estratégias para: Implantaçã o da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa; Ediçã o e distribuiçã o do caderno de atençã o básica – Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, nº 19; Realizaçã o do Curso de Educaçã o a Distância em Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa – EAD; Elaboraçã o do Plano Integrado de Açõ es de Proteçã o à Pessoa Idosa SUAS-SUS; Ediçã o e distribuiçã o do Guia Prático do Cuidador; Criaçã o e implantaçã o do Plano Nacional de Formaçã o de Cuidadores de IDOSOS Dependentes na Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS); Publicaçã o da portaria sobre Prevençã o e Cuidado à osteoporose e quedas (Portaria nº 3.213/GM de 20 dezembro de 2007); Ampliaçã o de acesso à consulta no Programa Olhar Brasil (Portaria n/33/ SAS de 23 de janeiro de 2008); Fomento à pesquisa na área de Envelhecimento de Saúde da Pessoa Idosa; Implementaçã o do Programa de Internaçã o Domiciliar; e Fomento ao acesso e uso racioacional de medicamentos (Portaria nº 2.529/GM de 19 de outubro de 2006). POLÍTICAS PÚBLICAS DE ATENÇÃO A GRUPOS ESPECIAIS: ETNORRACIAIS As políticas específicas são feitas com vistas à diversidade de determinadas populações e com intuito de alcançar o princípio da equidade. Há grupos sociais que constituem e constroem suas visões de mundo de forma diferenciada, dando significados diversos aos seus atos, práticas e maneiras de pensar, o que faz com que as políticas gerais não abarquem a essência do seu direito à saúde. Os altos coeficientes de morbidade e mortalidade, fome, desnutrição nos índígenas são apenas alguns dos reflexos da desigualdade na saúde. Diversidade no contexto da saúde O direito à saúde é constitucional e condição necessária para o exercício pleno da cidadania. Igualmente importante é o princípio da equidade. A iniquidade racial, como fenômeno social, vem sendo combatida pelas políticas de promoção da igualdade racial, regidas pela Lei nº 10.678/03, que criou a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Social (SEPPIR). Coerente com isso, o princípio da igualdade, associado ao objetivo de conquistar uma sociedade livre de preconceitos onde a diversidade seja um valor, deve desdobrar- -se no princípio da equidade, embasando a promoção da igualdade a partir do reconhecimento das desigualdades e da necessidade de ação estratégica para superá-las. Em saúde, a atenção deve ser entendida como ações e serviços priorizados em função de situações de risco e condições de vida e saúde de determinados indivíduos e grupos de população. O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais e saúde consiste em estabelecer uma hierarquia entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as mediações pelas quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é uma simples relação direta de causa/efeito. Portanto, é inegável que grupos que foram historicamente perseguidos e/ou excluídos enfrentem horizontes obscurecidos quanto ao acesso em saúde. Política nacional de atenção integral à saúde da população negra No Brasil, alguns autores têm consenso acerca das doenças mais prevalentes na população negra, com destaque para as agrupadas nas seguintes categorias: a) geneticamente determinadas – tais como a anemia falciforme, deficiência de glicose 6-fosfato desidrogenase, foliculite; b) adquiridas em condições desfavoráveis – desnutrição, anemia ferropriva, doenças do trabalho, DST/HIV/aids, mortes violentas, mortalidade infantil elevada, abortos sépticos, sofrimento psíquico, estresse, depressão, tuberculose, transtornos mentais (derivados do uso abusivo de álcool e outras drogas); e c) de evolução agravada ou tratamento dificultado – hipertensão arterial, diabetes melito, coronariopatias, insuficiência renal crônica, câncer, miomatoses (BRASIL, 2009). Essas doenças e agravos necessitam de uma abordagem específica sob pena de se inviabilizar a promoção da equidade em saúde no país. Em novembro de 2006, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou a criação da política nacional de atenção integral à saúde da população negra (PNSIPN), reconhecendo que as desigualdades raciais são fatores que interferem no processo saúde, doença, cuidado e morte, e a necessidade de implementar políticas que combatessem as iniquidades vindas dessas desigualdades sociais. Porém, a PNSIPN só foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite em 2008, e o Ministério da Saúde só publicou a Portaria de regulamentação em maio de 2009. A construção desta política resultou da luta pela democratização da saúde liderada em especial pelo movimento negro. Também resulta do compromisso assumido entre o Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a fim de superar situações de vulnerabilidade em saúde que atingem parte significativa da população brasileira. A política nacional de saúde integral da população negra define quais são os princípios, a marca, os objetivos, as diretrizes, as estratégias e as responsabilidades de gestão, voltados para a melhoria das condições de saúde da população negra. A PNSIPN inclui no seu escopo ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como de gestão participativa, participação popular e controle social, produção de conhecimento, formação e educação permanente para trabalhadores de saúde, visandoà promoção da equidade em saúde da população negra, em acordo com os princípios do SUS. A política nacional de saúde integral da população negra, ao reconhecer as desigualdades etnicorraciais como determinantes sociais das condições de saúde da população elencou os seguintes objetivos específicos: Aprimorar os sistemas de informação em saúde pela inclusão do quesito cor em todos os instrumentos de coleta de dados adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desenvolver ações para reduzir indicadores de morbimortalidade materna e infantil, doença falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus, HIV/aids, tuberculose, hanseníase, cânceres de colo uterino e de mama, miomas, transtornos mentais na população negra. Garantir e ampliar o acesso da população negra do campo e da floresta e, em particular, das populações quilombolas, às ações e aos serviços de saúde. Garantir o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da população negra. Esta Política abrange ações e programas de diversas secretarias e órgãos vinculados ao Ministério da Saúde (MS). Você nota que se trata de uma política transversal, com formulação, gestão e operação compartilhadas entre as três esferas de governo, seja no campo restrito da saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS, seja em áreas correlatas. Seu propósito é garantir maior grau de equidade na efetivação do direito humano à saúde, em seus aspectos de promoção, prevenção, atenção, tratamento e recuperação de doenças transmissíveis e não transmissíveis, incluindo as de maior prevalência nessa parcela da população. A PNSIPN se insere na dinâmica do SUS, por meio de estratégias de gestão solidária e participativa, que incluem: utilização do quesito cor na produção de informações epidemiológicas para a definição de prioridades e tomada de decisão; ampliação e fortalecimento do controle social; desenvolvimento de ações e estratégias de identificação, abordagem, combate e prevenção do racismo institucional no ambiente de trabalho, nos processos de formação e educação permanente de profissionais; implementação de ações afirmativas para alcançar a equidade em saúde e promover a igualdade racial. A implantação da PNSIPN teve como finalidade destacar a importância do racismo como determinante social da saúde. A responsabilidade por sua implementação coube às Secretarias Estaduais e Municipais e órgãos do Ministério da Saúde, sob a coordenação geral da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (SGEP-MS), que por sua vez ficou responsável pela disseminação da Política, sensibilização dos profissionais, monitoramento, avaliação e apoio técnico aos departamentos e áreas do Ministério da Saúde, secretarias de saúde de estados e municípios. A criação de comitês técnicos de saúde da população negra, áreas técnicas de saúde da população negra ou a nomeação de responsável técnico para coordenar as ações em saúde da população negra devem compor as estratégias definidas por Secretarias Estaduais e Municipais para disseminar a Política, sensibilizar profissionais e inserir a Política no SUS. As atividades realizadas para sensibilizar gestores, profissionais e sociedade civil incluíram seminários, oficinas, campanhas, intervenção no Dia Nacional de Mobilização Pró- -SPN e no Dia da Consciência Negra. Política de saúde da população indígena Você analisa as estimativas e conclui que havia cerca de três milhões de índios quando os portugueses aportaram em território brasileiro. Hoje, no Brasil, vivem cerca de 800 mil índios, distribuídos em 683 terras indígenas, representando 0,4% da população brasileira (CENSO, 2010 apud BRASIL, [2016]). São 220 etnias, 180 línguas faladas. Você percebe ainda que existem 70 grupos isolados de índios sobre os quais não se tem muita informação. Assim, a população indígena atual constitui uma minoria étnica. A finalidade da política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas é garantir o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política dessa população, de modo a favorecer a superação dos fatores que a tornam mais vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura. A declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2008) afirma que “os povos indígenas têm direito a suas próprias medicinas tradicionais e a manter suas práticas de saúde, bem como desfrutar do nível mais alto possível de saúde, e os Estados devem tomar as medidas necessárias para atingir progressivamente a plena realização desse direito”. Sendo assim, os povos indígenas deveriam ter garantidos o acesso universal e integral à saúde e a participação em todas as etapas do processo de planejamento, execução e avaliação das ações desenvolvidas. Esse modelo de assistência específico e diferenciado lançou as bases para a implantação do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI-SUS), sob a gestão direta do Ministério da Saúde. A Área Técnica de Saúde dos Povos Indígenas (ATSPI) é uma instância formuladora, articuladora e coordenadora das políticas públicas de saúde relacionadas à esses povos, tendo como objetivos reduzir as iniquidades desse segmento, incentivando uma ação conjunta da medicina tradicional indígena e a medicina ocidental e assessorar técnica e operativamente os municípios para a inserção das ações de saúde indígena nos Planos Municipais de Saúde, cooperando com a melhoria da qualidade de vida e sustentabilidade desses povos. Segundo as diretrizes da política nacional de atenção à saúde indígena, a gestão estadual deve atuar de forma complementar na execução das ações de atenção à saúde indígena definidas no plano distrital de saúde indígena, ficando a cargo do órgão gestor da saúde indígena a definição das ações complementares, observando as características das populações envolvidas. A Portaria nº 70, de 2004, aprovou as diretrizes da gestão da política nacional de atenção à saúde indígena: Propor, realizar e participar de oficinas e seminários para organizar e sistematizar as ações de saúde pública, com foco na saúde dos povos indígenas; Apoiar as organizações do movimento indígena para o exercício docontrole social em saúde. Fomentar a disseminação de práticas profissionais que levem ao reconhecimento e enfrentamento do Racismo Institucional e a promoção de mudanças na cultura organizacional/ institucional, com vistas à adoção de práticas antirracistas e não discriminatórias. Incentivar a ampliação do sistema de saúde para atenção aos principais agravos que acometem aos povos indígenas. Apoiar e incentivar a Educação Permanente das equipes de saúde para a atenção qualificada à saúde dos povos indígenas. Formular a Política Estadual de Saúde Integral dos Povos Indígenas, com o objetivo de promover a equidade e a integralidade em saúde desses povos e combater a discriminação etnicorracial nos serviços e atendimentos oferecidos na rede SUS-Ba. A partir do Decreto Nº 7.530/2011, as ações de saúde indígena que eram da responsabilidade da FUNASA passam a ser da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), subordinada ao Ministério da Saúde. Esse novo órgão passa a coordenar e executar o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena em todo Brasil, cabendo-lhe coordenar e avaliar as ações de atenção à saúde no âmbito do Subsistema de Saúde Indígena; bem como a promoção, a articulação e a integração com os setores governamentais e não governamentais que possuam interface com a atenção à saúde indígena. A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) é a área do Ministério da Saúde responsável por coordenar a política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Sasi), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Criada em outubro de 2010, a Sesai surgiu a partir da necessidade de reformular a gestão da saúde indígena no país, uma reivindicação dos próprios indígenas durante as Conferências Nacionais de Saúde Indígena. Política de saúde da população quilombola Pelas estimativas da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), você sabe que existem cerca de 3.900 comunidades quilombolas em todo o país, compostas por 325 mil famílias, em uma razão de pouco mais de 80 famílias por comunidade. Mas o número de comunidades registradas nas atuais políticas públicas, estabelecido por meio do processo de certificação da Fundação Cultural Palmares, é de 1.739 quilombolas. Os quilombolas, distribuídos por todo território nacional, ainda vivem em comunidades formadas por forte vínculo de parentesco, mantendo vivas tradições culturais e religiosas. Os membros da comunidade estão ligados a culturas de subsistência e dependem de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, entre outros. Reconhecidas oficialmente em 1988, com a afirmação de seus direitos territoriais por meio do Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição (ADCT), as comunidades quilombolas despertam uma série de questões socioeconômicas, espaciais, jurídicas e culturais que fazem parte da discussão sobre o que representam os quilombos contemporâneos na atualidade e sobre a sua efetiva inserção cidadã. É preciso ampliar a discussão do direito à saúde, uma das premissas básicas do SUS, levando em conta que o acesso passa ainda pelas condições sociais e econômicas da população e não apenas de sua condição étnica. Mas você não pode perder de vista que a universalidade do SUS, ou seja, o pleno acesso aos serviços públicos de saúde e de qualidade para toda a população brasileira, ainda não se efetivou na prática. Para o Ministério da Saúde, a política de inclusão da população quilombola começa em 2004, com a Portaria nº 1.434, que criou um incentivo de repasse financeiro para a ampliação de equipes de estratégia da saúde para as comunidades quilombolas. As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS) expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito hoje bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. O Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde publicou, em 2008, a Portaria nº 90 que atualiza as bases populacionais da população quilombola, de forma a beneficiar, com repasse de recursos financeiros federais, os municípios que implantam equipes de Saúde da Família e equipe de Saúde Bucal que atuam nas comunidades em seus territórios. No âmbito do Programa Brasil Quilombola, no que se refere às políticas universais de segurança alimentar e nutricional, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) estabeleceu metas de atendimento aos quilombolas no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e no Programa Cisternas. A partir do Cadastro Único, que tem um campo para identificação das comunidades quilombolas, é possível identificar as famílias que devem ser incluídas nos programas sociais do Governo Federal. No relatório do Ministério da Saúde, as ações voltadas à população quilombola estão, em geral, pautadas na ideia de “incentivo à equidade”, por meio da extensão da cobertura de ações já existentes, como o Programa de Habitação e Saneamento, as ações de segurança alimentar e nutricional e a Estratégia de Saúde da Família (ESF). Em geral, a visão de vulnerabilidade social nos quilombos tem relação com a saúde e a doença. A morbimortalidade, infectocontagiosa ou crônico- -degenerativa, provoca reflexão sobre a rede de causalidade da insegurança. A importância do recorte etnicorracial na assistência e na atenção em saúde relativa às doenças e às condições de vida da população negra, permite que sejam identificados contingentes populacionais mais suscetíveis a problemas de saúde, como hipertensão e anemia falciforme. A política governamental brasileira para a saúde bucal compreendeu que se deve “ampliar e qualificar o acesso ao atendimento básico”, garantindo serviços odontológicos em todas as unidades básicas de saúde, incluindo áreas rurais, de difícil acesso e de fronteiras nacionais, com atendimentos em horários que possibilitem o acesso de adultos e trabalhadores a essetipo de assistência, inclusive com a implantação, pelo setor público, de laboratórios de próteses dentárias de âmbito regional ou municipal. Essa política enfatiza a importância de implementar ações de saúde bucal junto às populações remanescentes de quilombos, a fim de garantir o estabelecimento de um programa de atendimento de caráter universal, integral e com equidade, considerando as experiências e os valores culturais relacionados às práticas higiênicas e dietéticas de cada povo quilombola. A falta de perspectiva com relação ao futuro e ao crescimento pessoal, somada às difíceis condições de moradia e a falta de uma política de valorização do homem do campo, têm sido apontadas frequentemente como causa do alto índice de alcoolismo e tabagismo entre as populações quilombolas. Enfermidades decorrentes desses hábitos nocivos à saúde e a exacerbação de outras condições estabelecidas demonstram a necessidade de uma estratégia especial junto a esses grupos populacionais. O conhecimento e o respeito às noções de saúde de cada comunidade são necessários, pois às vezes não seguem os paradigmas da medicina ocidental. Ao agir com essa consciência, a nação verá de fato o controle social do SUS e, consequentemente, um melhor resultado nas abordagens de aspecto inclusivo.
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