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ECONOMIA FAVENI

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2 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO .............................................................................................. 4 
1 ECONOMIA ............................................................................................ 5 
1.1 A Lei da Escassez de Recursos ....................................................... 6 
1.2 Tipos de Bens Econômicos .............................................................. 7 
1.3 Fatores de Produção ........................................................................ 8 
1.4 Custo de Oportunidade e Curva de Possibilidades de Produção ... 13 
2 SISTEMA ECONÔMICO ....................................................................... 17 
3 INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA .................................................. 19 
3.1 A Hipótese Coeteris Paribus .......................................................... 21 
3.2 Papel dos Preços Relativos ............................................................ 21 
3.3 Objetivos da Empresa .................................................................... 22 
3.4 Aplicações da Análise Microeconômica ......................................... 22 
4 DIVISÃO DO ESTUDO MICROECONÔMICO ...................................... 24 
4.1 Análise da Demanda ...................................................................... 24 
4.2 Análise da Oferta ............................................................................ 29 
4.3 Teoria do Equilíbrio Geral ............................................................... 31 
5 MERCADO ............................................................................................ 32 
5.1 Concorrência pura ou perfeita ........................................................ 34 
5.2 Monopólio puro ............................................................................... 34 
5.3 Oligopólio ....................................................................................... 35 
5.4 Concorrência monopolística ........................................................... 35 
6 MACROECONOMIA ............................................................................. 36 
6.1 Alto Nível de Emprego.................................................................... 38 
 
 
 
 
3 
 
6.2 Estabilidade de Preços ................................................................... 39 
6.3 Distribuição Equitativa de Renda ................................................... 40 
6.4 Crescimento Econômico ................................................................. 41 
6.5 Dilemas de Política Econômica: Inter-Relações e Conflitos de 
Objetivos 41 
7 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA ...................... 42 
7.1 Política Fiscal ................................................................................. 43 
7.2 Política Monetária ........................................................................... 43 
7.3 Políticas Cambial e Comercial ........................................................ 44 
7.4 Política de Rendas ......................................................................... 45 
8 ESTRUTURA DE ANÁLISE MACROECONÔMICA .............................. 46 
8.1 Mercado de bens e serviços ........................................................... 46 
8.2 Mercado de trabalho....................................................................... 47 
8.3 Mercado Monetário ........................................................................ 48 
8.4 Mercado de Títulos ......................................................................... 48 
8.5 Mercado de Divisas ........................................................................ 49 
9 INFLAÇÃO ............................................................................................ 50 
9.1 A Inflação no Brasil ........................................................................ 52 
10 ECONOMIA INTERNACIONAL ......................................................... 53 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 55 
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 ECONOMIA 
 
Fonte: news.comschool.com.br 
Muitas mudanças vêm acontecendo na sociedade. Avanços têm ocorrido em 
diversas áreas levando ao aumento dos níveis de consumo, aumento da quantidade 
de produtos disponíveis para os consumidores, maiores investimentos em 
tecnologia e comunicação, dentre outros. 
Mesmo com todos os avanços que vêm acontecendo nessas e em outras 
áreas, problemas, como a falta de acesso aos bens e à tecnologia, ainda continuam 
a existir, ou seja, mesmo tendo um maior número de produtos disponíveis, pessoas 
continuam não tendo acesso a esses produtos. 
O conceito de economia é importante para todos nós, tanto no ambiente de 
trabalho quanto no dia a dia doméstico. Isso acontece porque os problemas 
econômicos estão presentes em todos os instantes de nossas vidas. 
A economia nos ajuda a entender essas e muitas outras questões e como 
elas influenciam as nossas vidas, ou seja, ajuda a analisar os problemas 
enfrentados pelas pessoas e empresas e como esses problemas podem ser 
contornados. 
 
 
 
 
6 
 
O objetivo da economia é organizar políticas que articulem produção, 
distribuição e consumo de bens e serviços, com a finalidade de minimizar os 
problemas e maximizar os benefícios em favor da qualidade de vida da sociedade. 
Economia é a “[...] ciência que estuda o emprego de recursos escassos entre 
diferentes usos possíveis, com o fim de obter os melhores resultados, seja na 
produção de bens, ou na prestação de serviços” (SOUZA, 2007, p.2 apud 
RODRIGUES, 2012, p. 17). 
A economia estuda como devem ser utilizados os recursos produtivos 
escassos na produção das diversas categorias de bens e serviços, colocados no 
mercado com o intuito de satisfazer suas infinitas necessidades (OLIVEIRA et al., 
2006 apud RODRIGUES, 2012, p. 17). Além disso, segundo Silva e Luiz (2001 apud 
RODRIGUES, 2012, p. 17), a economia se ocupa das questões relativas à 
satisfação das necessidades dos indivíduos e da sociedade. 
De modo geral, há uma escassez de recursos diante das necessidades 
ilimitadas e renovadas constantemente, impondo a necessidade de decidir quais 
necessidades serão satisfeitas. 
1.1 A Lei da Escassez de Recursos 
Na economia tudo está pautado na busca por produzir o máximo de bens e 
serviços com os recursos limitados disponíveis, pois, não é possível a produção de 
uma quantidade infinita de cada bem, capaz de satisfazer completamente aos 
desejos humanos. Uma vez que os nossos desejos materiais são virtualmente 
ilimitados e insaciáveis, e os recursos produtivos, escassos, não podemoster tudo 
o que desejamos e, portanto, é imperativo que o homem faça escolhas. 
Logo, um dos objetos de estudo da ciência econômica é a escassez, porque 
esta consiste no problema econômico por excelência. Consequentemente, a 
escassez de recursos de produção resulta na escassez dos bens. 
Afirmar que os bens são econômicos implica que eles são relativamente raros 
ou limitados. Mas o fato de existir um bem em pouca quantidade não o define como 
 
 
 
 
7 
 
escasso. É preciso, então, que esse bem seja desejado, procurado. A escassez só 
existe se houver procura para a obtenção do bem. 
Um bem é demandado porque tem a capacidade de satisfazer uma 
necessidade humana, ou seja, tem utilidade. 
Assim, os bens econômicos são aqueles escassos em quantidade, dada sua 
procura, e apropriáveis. Os bens econômicos têm como característica a utilidade, a 
escassez e a possibilidade de transferência. 
Os bens livres, por outro lado, são aqueles disponíveis em quantidade 
suficiente para satisfazer todo o mundo; portanto, ilimitados em quantidade ou muito 
abundantes e nada apropriáveis. 
As necessidades humanas relevantes são aqueles desejos que envolvem a 
escolha de um bem econômico capaz de contribuir para a sobrevivência ou para a 
realização social do indivíduo. As necessidades podem ser classificadas em: 
• Básicas ou primárias: indispensáveis para nossa sobrevivência ou 
sem as quais nossa vida será insuportável. Exemplo: alimentação, 
saúde, habitação, vestuário entre outros. 
• Secundárias: desejadas pelo convívio social. Exemplo: educação, 
transporte, lazer e turismo. 
1.2 Tipos de Bens Econômicos 
Os bens econômicos são aqueles que possuem uma raridade relativa, ou 
seja, possuem um preço. 
Esses bens econômicos, quando se destinam à satisfação direta de 
necessidades humanas, são chamados bens de consumo ou bens finais. São todos 
aqueles bens que já estão aptos a serem consumidos sem a necessidade de 
qualquer outra transformação. 
Os bens de consumo podem ser divididos em bens de consumo duráveis, 
que podem ser utilizados por um período mais prolongado – automóvel, geladeira – 
e os bens de consumo não duráveis, que devem ser consumidos imediatamente ou 
são utilizados apenas uma vez ou poucas vezes, como alimentos e roupas. 
 
 
 
 
8 
 
Os bens destinados à fabricação de outros e absorvidos pelo processo de 
produção são chamados de bens intermediários. 
Esses bens sofrem novas transformações antes de se converterem em bens 
de consumo ou de capital e possuem um ciclo curto no processo produtivo, sendo 
totalmente consumidos neste. 
São exemplos de bens intermediários: matérias-primas, material de 
escritório, insumos, barras de ferro, peças de reposição entre outros. 
Os bens de capital também são utilizados na geração de outros bens, mas 
não se desgastam totalmente no processo produtivo, ou seja, não são absorvidos 
no processo de produção. 
Uma característica importante desses bens é que eles contribuem para a 
melhoria da produtividade da mão de obra. São exemplos de bens de capital: 
máquinas, equipamentos e instalações. Os bens de capital, como não são 
consumidos no processo de produção, também são bens finais. 
1.3 Fatores de Produção 
Nos processos de produção, são empregados alguns fatores como recursos 
naturais, pessoas, tecnologia e capital. Os sistemas econômicos estabelecem uma 
interação e uma maneira racional de usá-los porque como já percebemos os 
recursos são escassos. 
Como os recursos são escassos e por mais eficiente que seja o processo de 
produção, esta produção é limitada para atender as necessidades dos indivíduos 
que por sua vez são ilimitadas. 
Isto significa que o uso descontrolado de certos recursos naturais, a gestão 
equivocada de pessoal ou de tempo podem acarretar em um desequilíbrio no 
sistema econômico. 
Quando citamos fatores de produção, devemos nos lembrar de alguns 
elementos que são essenciais para a atividade econômica, ou seja, extremamente 
necessários para produzir algo ou realizar algum tipo de serviço. 
Os fatores de produção são: 
 
 
 
 
9 
 
• Fator Terra 
 
Este conceito abrange os recursos naturais que encontramos no planeta e 
fora dele. O solo, subsolo, águas, clima, flora e fauna e energia do sol, na forma de 
radiação são exemplos desses fatores. 
As reservas naturais estão na base de todos os processos de produção, 
sendo renováveis ou não renováveis. Por mais que existam vastas regiões de terras 
espalhadas pelo mundo, sabe-se que muitas delas não são produtivas. 
Portanto o homem está em uma busca contínua de alternativas e ferramentas 
tecnológicas para explorar estas regiões e principalmente maximizar a utilização 
das propriedades já em produção. 
Nós brasileiros somos dotados de uma vasta extensão territorial e 
abençoados por uma costa imensa, que nos permite explorar o turismo, exportar 
nossos produtos e simplesmente aproveitar nossas horas de ociosidade. 
Usando todos os recursos naturais de forma racional e principalmente 
respeitando a natureza, com certeza teremos muito mais a oferecer aos nossos 
descendentes do que temos hoje. 
Somente a partir das décadas de 70 e 80 o Brasil passou a se preocupar com 
esses recursos através da conscientização e das áreas de preservação. 
Uma forma de trabalharmos isto é o desenvolvimento sustentável que trata-
se do avanço de produção respeitando as reservas naturais e maximizando a 
utilidade do fator terra. Existem estudos e trabalhos dirigidos por órgãos 
governamentais e ONG’s que auxiliam algumas pessoas, por exemplo, ribeirinhos, 
a obterem uma renda um pouco maior. Isto porque da terra ou do mar não se 
consegue mais extrair produtos como há alguns anos atrás. 
 
• Fator Trabalho 
 
Não é segredo para ninguém que o emprego é escasso, logo é de interesse 
da economia. Mas se nós formos analisar essa escassez de oportunidades de 
trabalho, ela é necessária, porque se todos nós tivéssemos um trabalho como 
 
 
 
 
10 
 
ficariam as negociações de salário e trocas de pessoas? Muito provavelmente não 
existira porque todos estariam felizes e satisfeitos com suas carreiras e as empresas 
produziriam essencialmente o necessário para atender o mercado de consumidores 
que desejam comprar algo. 
 
 
Fonte: ead.ifap.edu.br 
Este esquema mostra a distribuição econômica das pessoas quanto a sua 
faixa etária. 
Porção não mobilizável são indivíduos que não estão aptos a exercer 
atividade laboral (pessoas entre zero e 15 anos e acima de 60 anos). Onde de zero 
a 15 anos são as pessoas pré-produtivas e acima de 60 pós-produtivas. Entre 15 e 
60 anos estão às pessoas aptas, considerando a idade, a pertencer ao processo 
produtivo. 
Subdivide-se em economicamente ativa, quem realmente está trabalhando e 
as economicamente inativas, pessoas que por algum motivo não estão trabalhando. 
A necessidade de o Estado controlar a natalidade, as doenças, as 
aposentadorias, não é por questões políticas, mas para manter um nível adequado 
de indivíduos vivos e trabalhando e assim, conservar o sistema em que vivemos em 
funcionamento. 
 
 
 
 
11 
 
Existe no mercado, e tenho certeza que você conhece pessoas que não 
estão trabalhando. O nosso sistema econômico e por definição exige que exista 
obrigatoriamente pessoas desempregadas e pessoas no mercado de trabalho. 
Isso proporciona às empresas uma maior capacidade de negociar salários e 
cargos. 
 
• Fator Capital 
 
Este fator representa o quanto uma pessoa conseguiu acumular de recursos. 
Podemos falar de dinheiro propriamente dito ou terras. Com estes fatores as 
sociedades dão suporte e atendem aos diversos estágios do desenvolvimento 
econômico. 
Para existir um investidor que é uma pessoa disposta a empregar seus 
recursos em troca de uma remuneração proporcional ao seu investimento, deve-se 
primeiramente acumular riquezas. 
Fontes de acumulação: 
• Internas: 
• Poupança das famílias• Poupança das empresas 
• Poupança do setor público. 
 
• Externas: 
• Ingresso líquido de capitais 
• Empréstimos e financiamentos 
• Transferências de governos 
 
As poupanças das famílias e das empresas podem ser classificadas como 
espontâneas ou estimuladas e compulsórias. Enquanto o ingresso de capitais, 
empréstimos, financiamentos e transferências de governos formam uma poupança 
 
 
 
 
12 
 
externa. As famílias e as empresas podem e devem por várias razões formar suas 
poupanças de modo espontâneo ou estimuladas por necessidades diversas. 
Quando o governo achar conveniente ou necessário formar poupança, 
determinará com força de lei uma reserva obrigatória, tornando uma poupança 
compulsória. 
As fontes externas ocorrem principalmente com a entrada de empresas 
externas no país, doações e dinheiro para financiar algum programa por exemplo. 
Um órgão que faz muito isto é o BID, Banco Internacional de Desenvolvimento, que 
rege vários assuntos dentro do nosso país como a educação por exemplo. 
 
• Fator tecnologia 
 
Quando o homem passou a utilizar o fogo para se aquecer, para cozinhar 
seus alimentos, para afugentar animais, isto foi um avanço tecnológico? Sim, pois 
o homem se viu diante de uma maneira diferente de fazer algo, possivelmente 
comia-se alimentos crus, usava-se roupas feitas de peles de animais para se 
aquecer e gritava-se muito para afugentar outros animais. 
Logo, tecnologia não é somente microcomputador, mas criar ou aperfeiçoar 
um jeito novo de fazer algo. Simplesmente é inovar algo que já existe ou inventar 
algo para tornar a vida mais fácil. 
Capacidade tecnológica é isto, inovar, aperfeiçoar, inventar processos novos 
para o sistema de produção. Todos sabem que as empresas cobram a criatividade. 
Nada mais é do que a busca contínua por novos processos, otimizar espaço, 
maximizar tempo e produção, reduzir custos, enfim estes são alguns exemplos que 
ilustram este conceito. 
 
• Fator empresarial 
 
No mundo há uma diversidade de recursos naturais sendo utilizáveis ou não, 
renováveis ou não. Existem milhares de pessoas dispostas a trabalhar, uma gama 
 
 
 
 
13 
 
muito grande de capital a serem empregados em algum projeto, todos estes 
recursos à espera de alguém que saiba usá-los de forma racional e empreendedora. 
Mobilizar, combinar estes fatores e alcançar resultados, garante a quem 
consegue o título de empreendedor ou uma pessoa que possui capacidade 
empreendedora. 
1.4 Custo de Oportunidade e Curva de Possibilidades de Produção 
Os recursos produtivos são escassos e as necessidades humanas, 
ilimitadas, e por existir a escassez, os agentes econômicos devem decidir onde e 
como aplicar os recursos disponíveis. 
Fazemos isso todo o tempo em nosso dia a dia, no supermercado, em nossas 
decisões de compras, porque só é possível satisfazer uma necessidade desistindo 
da satisfação de outra. 
Não há capital nem trabalho, nem terra, nem tecnologia suficientes para 
produzir tudo aquilo que se deseja. A remuneração desses fatores também é 
restrita, limitando as possibilidades de consumo. 
A escassez força os indivíduos, as famílias, as empresas e até os governos 
a fazerem escolhas. Os indivíduos, por exemplo, devem decidir como gastar sua 
renda e que necessidades devem priorizar. 
As empresas devem decidir se ampliam o capital produtivo ou investem no 
mercado financeiro. Os governos devem decidir se pagam uma parcela de suas 
dívidas ou fazem investimentos em educação e saúde. 
Mas uma vez que um desses agentes econômicos decida, estará 
necessariamente deixando outras possibilidades. Assim, em um mundo de recursos 
limitados, a oportunidade de produzir um bem implica deixar de produzir outro. 
Como toda escolha, a de satisfação de certas necessidades em detrimento 
de outras envolve ganhos e perdas. 
Por isso, quando decidem gastar ou produzir, empresas, governos ou 
famílias estarão renunciando a outras possibilidades. A opção de abandonar para 
poder produzir ou obter outra se associa ao conceito de custo de oportunidade. 
 
 
 
 
14 
 
O custo de oportunidade de um bem ou serviço é a quantidade de outros 
bens ou serviços a que se deve renunciar para obtê-lo. 
Assim, o custo de oportunidade é o sacrifício do que se deixou de produzir, 
o custo ou a perda do que não foi escolhido, e não o ganho do que foi escolhido. 
O custo de oportunidade também é chamado custo alternativo, por 
representar o custo da produção alternativa sacrificada. 
Dada a escassez de recursos da economia, os agentes econômicos são 
obrigados a fazer escolhas. Quando um bem é escasso, os indivíduos são forçados 
a escolher como o usar. Em consequência, existe uma troca: satisfazer uma 
necessidade implica a não satisfação de outra. 
A curva de possibilidades de produção mostra as trocas que os indivíduos, 
as empresas ou os governos são obrigados a fazer devido à escassez de recursos. 
Suponhamos uma determinada sociedade, em que exista certo número de 
indivíduos, uma tecnologia dada, uma quantidade definida de empresas, 
instrumentos de produção e recursos naturais. Como os fatores produtivos são 
limitados, a produção total dessa sociedade tem um limite máximo a que 
chamaremos de produto de pleno emprego. Nesse nível de produção, todos os 
recursos disponíveis estão empregados, todos os trabalhadores estão trabalhando, 
todos os instrumentos de produção estão sendo utilizados, todas as fábricas estão 
em completo funcionamento e os recursos naturais são plenamente aproveitados. 
Vamos supor, ainda, que essa economia produza apenas alimentos e 
roupas. Haverá sempre uma quantidade máxima de alimentos produzidos 
mensalmente quando todos os recursos forem destinados à sua produção, sem que 
nenhum se destine à produção de roupas. Haverá também uma quantidade máxima 
de roupas produzidas mensalmente quando todos os recursos forem destinados à 
sua produção, sem que nenhum se destine à produção de alimentos. Entre as 
quantidades máximas de roupas e alimentos que podem ser produzidas, existe uma 
série infinita de possibilidades de combinações de quantidades de roupas e 
alimentos que podem ser produzidos naquela sociedade, com aquele nível de 
tecnologia e com aqueles recursos disponíveis sendo plenamente utilizados. 
 
 
 
 
15 
 
Suponhamos que as alternativas de produção de roupas e alimentos sejam 
as colocadas na tabela a seguir: 
 
 
 
 
 
 
A essa curva, que ilustra possibilidades de combinações intermediárias entre 
roupas e alimentos, chamamos de curva de possibilidades de produção ou curva de 
transformação. Ela indica todas as possibilidades de produção de alimentos e 
roupas nessa construção econômica hipotética. A curva de possibilidades de 
produção é um conceito teórico para ilustrar a capacidade produtiva de uma 
sociedade. 
 
 
 
 
16 
 
Por meio dessa curva, podemos perceber claramente que numa economia 
em pleno emprego, ao produzir um bem, estaremos sempre desistindo de produzir 
certa quantidade de outro bem. 
Para conseguirmos uma quantidade constante adicional de um bem 
(alimentos), precisaremos renunciar a quantidades crescentes de outro (roupas). 
Uma vez que cada uma das combinações sobre a curva de possibilidades de 
produção é tecnicamente eficiente, a sociedade escolherá uma delas em função 
dos preços dos produtos e das quantidades desejadas de cada um deles. 
Para as empresas também é possível construir uma curva de possibilidades 
de produção semelhante ao exemplo que elaboramos anteriormente. Mas, no lugar 
dos bens produzidos pela sociedade, construiremos uma curva contrapondo os 
produtos a serem produzidos por elas. 
Enfatizando, uma empresa precisa sempre decidir quais produtos produzir e 
em que quantidade. Será a interação entre preços e quantidades de mercado que 
darão essa resposta, supondo-se que os empresários são agentes racionais e 
procuram sempre economizar os fatores escassos,cujo objetivo é maximizar lucros. 
 
 
 
De acordo com o gráfico anterior, se houver uma expansão dos fatores de 
produção, ou se houver um melhor aproveitamento dos recursos produtivos já 
 
 
 
 
17 
 
utilizados, ou, ainda, se a tecnologia utilizada sofrer algum avanço, haverá 
crescimento econômico na sociedade e a curva de possibilidades de produção se 
deslocará para cima e para a direita. Logo, a economia poderá dispor de maiores 
quantidades tanto de alimentos quanto de roupas. 
A expansão dos fatores produtivos ou a melhora no seu aproveitamento, bem 
como os avanços tecnológicos dependem significativamente de um aumento nos 
investimentos. Assim, os agentes econômicos precisam reduzir seu consumo atual 
e direcionar parte de seus recursos para a poupança, para que ela esteja disponível 
para investimento. 
Outro elemento importante para o crescimento econômico, tanto quanto o 
investimento, é a divisão do trabalho. Um aumento da divisão do trabalho permite 
que os trabalhadores se tornem mais produtivos, com um aumento da 
especialização do trabalho, elevando também os volumes negociados no comércio. 
2 SISTEMA ECONÔMICO 
 
Fonte: ekonomicos.com 
 
 
 
 
18 
 
Uma pessoa consome um conjunto de bens e serviços produzidos em 
diversas áreas da atividade econômica. Essa pessoa, para poder consumir esse 
conjunto de bens e serviços, troca sua força de trabalho por um salário. O salário 
pago ao trabalhador pelo empresário permite que ele adquira os bens e serviços 
que necessita. 
Essa interação entre pessoas, ou famílias, e empresas ocorre no mercado. 
As empresas definem o que produzir, quanto produzir, como produzir e para quem 
produzir a partir das necessidades das pessoas e da disponibilidade de recursos 
produtivos. 
Em economias de mercado, a regulação dessa interação é fornecida pela 
concorrência entre empresas e pelo sistema de preços. Quanto maior for a oferta 
de produtos, menores serão seus preços e quanto mais escassos esses produtos 
forem maiores serão seus preços. Pelo lado da demanda, quanto mais os produtos 
são procurados, mais eles serão valorizados e quanto menos forem procurados 
menores serão seus preços. Esse tipo de economia é caracterizado pela livre 
concorrência entre produtores e consumidores, o que estabelece os preços pelos 
quais os produtos serão vendidos. 
Nas economias centralizadas, a regulação é responsabilidade de um órgão 
central que define os rumos da economia. 
Um sistema econômico é a maneira como a sociedade se organiza visando 
solucionar a forma como utilizará seus recursos produtivos para produzir bens e 
serviços para atender as necessidades da sociedade. Engloba o tipo de 
propriedade, a gestão da economia, os processos de circulação das mercadorias, 
o consumo e os níveis de desenvolvimento tecnológico e da divisão do trabalho. 
As empresas organizam seus recursos produtivos para que possam ser 
produzidos os bens e os serviços. Essas empresas são conhecidas como unidades 
produtoras. São exemplos de unidades produtoras: um laticínio, um fábrica de 
ração, uma escola, uma confecção de roupas, etc. 
Conforme Souza (2007 apud RODRIGUES, 2012, p. 30), os bens produzidos 
nessas unidades produtoras podem ser classificados em: 
 
 
 
 
19 
 
• Bens e serviços de consumo: são bens e serviços destinados ao 
atendimento direto das necessidades das pessoas, ou seja, não 
precisam de nenhuma transformação para ser utilizados pelos 
consumidores. De acordo com sua durabilidade, podem ser 
classificados como duráveis (geladeiras, fogões, automóveis) ou como 
não-duráveis (alimentos, produtos de limpeza). 
• Bens e serviços intermediários: são bens e serviços utilizados na 
produção de outros bens e serviços. Exemplos desse tipo de bens 
incluem insumos, matérias-primas e componentes, como chapas de 
aço, serviços de computação, minério de ferro, leite in natura, etc. 
• Bens de capital: são bens utilizados na fabricação de outros bens, 
aumentando a eficiência do trabalho humano. Entretanto, não se 
desgastam totalmente no processo produtivo. São exemplos: 
máquinas, equipamentos, instalações, edifícios, computadores, 
estradas, etc. 
3 INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA 
A microeconomia, ou teoria dos preços, analisa a formação de preços no 
mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o 
preço e a quantidade de determinado bem ou serviço em mercados específicos. 
Assim, enquanto a macroeconomia enfoca o comportamento da economia 
como um todo, considerando variáveis globais como consumo agregado, renda 
nacional e investimentos globais, a análise microeconômica preocupa-se com a 
formação de preços de bens e serviços e de fatores de produção em mercados 
específicos. 
A teoria microeconômica não deve ser confundida com economia de 
empresas, pois tem enfoque distinto. A microeconomia estuda o funcionamento da 
oferta e da demanda na formação do preço no mercado, isto é, o preço obtido pela 
interação do conjunto de consumidores com o conjunto de empresas que fabricam 
 
 
 
 
20 
 
um dado bem ou serviço. Do ponto de vista da administração de empresas, que 
estuda uma empresa específica, prevalece a visão contábil financeira na formação 
do preço de venda de seu produto, baseada principalmente nos custos de produção, 
enquanto na microeconomia predomina a visão do mercado como um todo. 
A abordagem econômica se diferencia da contábil mesmo quando são 
tratados os custos de produção, pois o economista analisa não só os custos 
efetivamente incorridos, mas também aqueles decorrentes das oportunidades 
sacrificadas, ou seja, dos custos de oportunidade ou implícitos. Os custos de 
produção do ponto de vista econômico não são apenas os gastos ou desembolsos 
financeiros incorridos pela empresa (custos explícitos), mas incluem também 
quanto as empresas gastariam se tivessem de alugar ou comprar no mercado os 
insumos que são de sua propriedade (custos implícitos). 
Os agentes da demanda são aqueles que se dirigem ao mercado com o 
intuito de adquirir um conjunto de bens ou serviços que lhes maximize sua função 
utilidade. No Direito, utilizou-se a conceituação econômica para se definir 
consumidor: pessoa natural ou jurídica que no mercado adquire bens ou contrata 
serviços como destinatário final, visando atender a uma necessidade própria. 
A conceituação de empresa, entretanto, possui duas visões: a econômica e 
a jurídica. Do ponto de vista econômico, empresa ou estabelecimento comercial é 
a combinação realizada pelo empresário dos fatores de produção: capital, trabalho, 
terra e tecnologia, de tal modo organizados para se obter o maior volume possível 
de produção ou de serviços ao menor custo. 
Na doutrina jurídica, reconhece-se o estabelecimento como uma 
universalidade de direito, incluindo-se na atividade econômica um complexo de 
relações jurídicas entre o empresário e a empresa. O empresário é, assim, o sujeito 
da atividade econômica, e o objeto é constituído pelo estabelecimento, que é o 
complexo de bens corpóreos e incorpóreos utilizados no processo de produção. A 
empresa, nesse contexto, é o complexo de relações jurídicas que unem o sujeito ao 
objeto da atividade econômica. 
 
 
 
 
21 
 
3.1 A Hipótese Coeteris Paribus 
Para analisar um mercado específico, a microeconomia se vale da hipótese 
de que tudo o mais permanece constante (em latim, coeteris paribus). O foco de 
estudo é dirigido apenas àquele mercado, analisando-se o papel que a oferta e a 
demanda nele exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou 
que não interfiram de maneira absoluta. 
Adotando-se essa hipótese, torna-se possível o estudo de determinado 
mercado, selecionando-se apenas as variáveis que influenciam os agentes 
econômicos nesse particular mercado, independentemente de outros fatores, que 
estão em outros mercados, poderem influenciá-los. 
Sabemos, por exemplo, que a procura deuma mercadoria é normalmente 
mais afetada por seu preço e pela renda dos consumidores. Para analisar o efeito 
do preço sobre a procura, supomos que a renda permanece constante (coeteris 
paribus); da mesma forma, para avaliar a relação entre a procura e a renda dos 
consumidores, supomos que o preço da mercadoria não varia. Temos, assim, o 
efeito “puro” ou “líquido” de cada uma dessas variáveis sobre a procura. 
3.2 Papel dos Preços Relativos 
Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, 
os preços de um bem em relação aos demais, do que os preços absolutos (isolados) 
das mercadorias. 
Por exemplo, se o preço do guaraná cair em 10%, mas também o preço da 
soda cair em 10%, nada deve acontecer com a demanda (procura) dos dois bens 
(supondo que as demais variáveis permaneceram constantes). Agora, tudo o mais 
permanecendo constante, se cair apenas o preço do guaraná, permanecendo 
inalterado o preço da soda, deve-se esperar um aumento na quantidade procurada 
de guaraná, e uma queda na de soda. Embora não tenha havido alteração no preço 
absoluto da soda, seu preço relativo aumentou, quando comparado com o do 
guaraná. 
 
 
 
 
22 
 
3.3 Objetivos da Empresa 
A grande questão na microeconomia, que inclusive é a origem das diferentes 
correntes de abordagem, reside na hipótese adotada quanto aos objetivos da 
empresa produtora de bens e serviços. 
A análise tradicional supõe o princípio da racionalidade, segundo o qual o 
empresário sempre busca a maximização do lucro total, otimizando a utilização dos 
recursos de que dispõe. Essa corrente enfatiza conceitos como receita marginal, 
custo marginal e produtividade marginal em lugar de conceitos de média (receita 
média, custo médio e produtividade média), daí ser chamada de marginalista. 
As correntes alternativas consideram que o objetivo do empresário não seria 
a maximização do lucro, mas fatores como aumento da participação nas vendas do 
mercado, ou maximização da margem sobre os custos de produção, 
independentemente da demanda de mercado. 
Geralmente, nos cursos de Economia, a abordagem marginalista compõe a 
teoria microeconômica propriamente dita, pelo que é chamada de teoria tradicional, 
enquanto as demais abordagens são usualmente analisadas nas disciplinas 
denominadas Teoria da Organização Industrial ou Economia Industrial. 
3.4 Aplicações da Análise Microeconômica 
A análise microeconômica, ou teoria dos preços, como parte da ciência 
econômica, preocupa-se em explicar como se determina o preço dos bens e 
serviços, bem como dos fatores de produção. O instrumental microeconômico 
procura responder, também, a questões aparentemente triviais; por exemplo, por 
que, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse bem 
deve cair, coeteris paribus? 
Entretanto, deve-se salientar que, se a teoria microeconômica não é um 
manual de técnicas para a tomada de decisões do dia-a-dia, mesmo assim ela 
representa uma ferramenta útil para estabelecer políticas e estratégias, dentro de 
 
 
 
 
23 
 
um horizonte de planejamento, tanto para empresas como para políticas 
econômicas. 
Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes 
decisões: 
• política de preços da empresa; 
• previsões de demanda e faturamento; 
• previsões de custos de produção; 
• decisões ótimas de produção (escolha da melhor alternativa de 
produção, isto é, da melhor combinação de fatores de produção, e do 
tamanho (escala) ótima de operação); 
• avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo–
benefício da compra de equipamentos, ampliação da empresa); 
• política de propaganda e publicidade (como as preferências dos 
consumidores podem afetar a procura do produto); 
• localização da empresa (se a empresa deve situar-se próxima aos 
centros consumidores ou aos centros fornecedores de insumos); 
• diferenciação de mercados (possibilidades de preços diferenciados, 
em diferentes mercados consumidores do mesmo produto). 
 
Em relação à política econômica, a teoria microeconômica pode contribuir na 
análise e tomada de decisões das seguintes questões: 
• avaliação de projetos de investimentos públicos; 
• efeitos de impostos sobre mercados específicos; 
• política de subsídios (nos preços de produtos como trigo e leite, ou na 
compra de insumos como máquinas, fertilizantes); 
• fixação de preços mínimos na agricultura; 
• fixação do salário mínimo; 
• controle de preços; 
• política salarial; 
• política de tarifas públicas (água, luz e outras); 
 
 
 
 
24 
 
• política de preços públicos (como petróleo, aço); 
• leis antitruste (controle de lucros de monopólios e oligopólios). 
 
Como se observa, são decisões necessárias ao planejamento estratégico 
das empresas e à política e à programação econômica do setor público. 
4 DIVISÃO DO ESTUDO MICROECONÔMICO 
4.1 Análise da Demanda 
A demanda ou procura é a quantidade de um determinado bem ou serviço 
que o consumidor está disposto a consumir em determinado período de tempo 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004 apud RODRIGUES, 2012, p. 92). 
A quantidade demandada está sempre relacionada com um período de 
tempo. Por exemplo, a quantidade de arroz que uma família irá consumir em uma 
semana é diferente da que ela irá consumir em um mês. 
De acordo com Silva e Luiz (2001 apud RODRIGUES, 2012, p. 92), a 
demanda pelos bens e serviços é influenciada por diversos fatores: 
• Renda ou orçamento do consumidor: a renda é utilizada para adquirir 
os bens e serviços. A renda limita a quantidade de bens e serviços 
que o consumidor pode adquirir. É lógico pensar que quanto maior a 
renda, maiores poderão ser as quantidades consumidas dos bens e 
serviços. Além disso, com uma renda maior podem ser consumidos 
produtos mais “caros”, que também têm seu consumo limitado pela 
renda. 
• Preço do bem: naturalmente, quanto maior for o preço do bem menos 
ele será demandado e quanto menor for o seu preço mais ele será 
demandado. Isto se deve ao fato de os indivíduos estarem, 
geralmente, mais dispostos a comprar quando os preços estão mais 
 
 
 
 
25 
 
baixos. Por exemplo, ao reduzir o preço do óleo, os consumidores 
estarão dispostos a aumentar a quantidade adquirida do produto. 
• Preço de outros bens: os preços dos outros bens que uma pessoa 
consome influenciam a demanda pelo bem. Ao gastar mais com os 
outros bens, sobra menos dinheiro para gastar com o bem. Por 
exemplo, o aumento do preço do arroz e do óleo influenciam a 
demanda por batata. 
• Gosto ou preferência do consumidor: o consumidor escolhe 
determinadas quantidades de bens, que formará sua cesta de 
consumo. Essa escolha é influenciada por uma escala de preferência, 
em função de seu gosto e dos preços dos bens. Essa cesta é formada 
no sentido de maximizar a sua satisfação com um mínimo de gasto, 
ou seja, adquirir o máximo de produtos gastando o mínimo possível. 
Entretanto, os gastos são limitados pela renda do consumidor. Deve 
ficar claro para nós que a utilidade do bem é diferente de pessoa para 
pessoa. Uma pessoa pode preferir suco a refrigerante e outro 
refrigerante a suco, por exemplo. 
 
A teoria da demanda é baseada em análise do comportamento do 
consumidor, analisando qual quantidade de cada bem ele irá adquirir, tendo em 
vista as limitações impostas pela sua renda. Por esse motivo, é conhecida também 
como teoria do consumidor. 
É razoável pensarmos que o consumidor escolhe as quantidades dos bens 
que lhe fornecem maior satisfação, pois seu orçamento é limitado e ele não pode 
comprar todas as unidades de bens que deseja. 
A demanda do bem (Dx) é influenciada por diversos fatores [renda (R), preço 
do bem (px), preço dos outros bens (p1, p2,....., pn) e gosto ou preferência (G)]. 
Podemos expressar essa relação através da função abaixo: 
 
Dx = f (px, p1, p2,......, pn, R, G) 
 
 
 
 
 
26 
 
Onde: Dx: quantidadedemandada do bem X; 
px: preço do bem X; 
p1, p2,......, pn: preço dos outros bens consumidos pela pessoa; 
R: renda do consumidor; 
G: gosto ou preferência do consumidor pelo bem. 
 
Essa função mostra que a quantidade demandada do bem X (Dx) depende 
de seu preço (px), dos preços dos outros bens que essa pessoa consome (p1, 
p2,......, pn), de sua renda (R) e de sua preferência ou pela utilidade que esse bem 
proporciona (G). 
É difícil estabelecer a quantidade demandada de um bem em função de 
tantas variáveis. Devido a esse motivo, os economistas supõem apenas a variação 
do preço do bem que está sendo estudado, permanecendo constantes os preços 
dos outros bens, a renda e as preferências do consumidor. Essa condição ficou 
conhecida como condição ceteris paribus, onde é analisada a relação entre apenas 
duas variáveis, permanecendo “todo o mais constante” ou “mantidas inalteradas 
todas as outras coisas”. 
Essa condição estabelece uma relação entre a demanda do bem e seu preço, 
admitindo que os outros fatores não se alterassem, isto é, permanecessem 
constantes. Essa relação é expressa através de: 
 
Dx = f (px) 
 
Onde: Dx: quantidade demandada do bem X; 
 px: preço do bem X. 
 
Essa relação ou função mede o efeito das variações do preço do bem (px) 
em sua demanda (Dx). Essa função dá origem à curva de demanda. 
A curva de demanda é a representação gráfica das diferentes quantidades 
de um bem que os consumidores estão dispostos a comprar aos diferentes preços 
por unidade de tempo. 
 
 
 
 
27 
 
O gráfico abaixo mostra a relação entre as quantidades demandadas e os 
preços do quilograma de carne. O gráfico mostra que com um preço de R$ 8,00 a 
quantidade demandada é de 20 quilogramas (Ponto A) e com um preço de R$ 6,00 
a quantidade demandada é de 35 quilogramas (Ponto B). 
O gráfico abaixo mostra a relação entre as quantidades demandadas e os 
preços do quilograma de carne. O gráfico mostra que com um preço de R$ 8,00 a 
quantidade demandada é de 20 quilogramas (Ponto A) e com um preço de R$ 6,00 
a quantidade demandada é de 35 quilogramas (Ponto B). 
 
 
 
Como podemos observar a partir do gráfico, existe uma relação inversa entre 
a quantidade demandada de um bem (Dx) e o seu preço (px). Essa relação ficou 
conhecida como lei da demanda ou lei da procura. 
 
• Elasticidade 
 
A elasticidade mede a reação dos consumidores a uma variação de preço de 
um bem em termos percentuais, ajudando a entender as influências do preço no 
consumo de um bem ou serviço. 
A elasticidade-preço da demanda mede os efeitos de mudança dos preços 
sobre as quantidades demandadas, ou seja, mede a reação dos consumidores às 
variações de preços (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004 apud RODRIGUES, 2012, 
 
 
 
 
28 
 
p. 96). Formalmente, a elasticidade é o quociente da variação percentual da 
quantidade demandada de um bem pela variação percentual no preço do mesmo 
bem. 
A elasticidade-preço da demanda é calculada através da seguinte fórmula: 
 
 
 
Onde: ep: elasticidade-preço da demanda; 
ΔQ: variação na quantidade demandada; 
Q: quantidade demandada; 
ΔP: variação no preço do bem; 
P: preço do bem. 
 
Segundo Souza (2007), com base no valor da elasticidade-preço da 
demanda, sem considerarmos o sinal (positivo ou negativo), a demanda dos bens 
pode ser classificada em: 
• Demanda com elasticidade unitária: ocorre quando a elasticidade-
preço da demanda é igual a 1 (ep =1). 
• Demanda elástica: ocorre quando a elasticidade-preço da demanda é 
maior do que 1 (ep >1). • 
• Demanda inelástica: ocorre quando a elasticidade-preço da demanda 
é menor do que 1 (ep < 1). 
 
Os bens essenciais apresentam demanda inelástica (ep < 1), ou seja, as 
pessoas não reduzirão o consumo com o aumento do preço. Exemplo desse tipo de 
bem são alimentos e antibióticos. 
Os bens supérfluos ou que existem substitutos apresentam demanda 
elástica, ou seja, ocorre redução no consumo com aumento do preço ou existência 
 
 
 
 
29 
 
de bens substitutos. Exemplo são viagens de turismo, eletrodoméstico e carnes “de 
primeira” como filé e picanha. 
Silva e Luiz (2001 apud RODRGUES, 2012, p. 97) afirmam que entender a 
elasticidade-preço da demanda de um bem é fundamental para o empresário que o 
produz, pois esse conhecimento lhe dará os reflexos das variações de preço sobre 
a demanda pelo seu produto. 
4.2 Análise da Oferta 
As empresas querem produzir mais e vender quando os preços estiverem 
altos. 
“A oferta de determinado produto é determinada pelas várias quantidades 
que os produtores estão dispostos e aptos a oferecer no mercado, em 
função de vários níveis possíveis de preços em um determinado período”. 
(ROSSETTI, 1997 apud SILVA, MARTINELLI, 2012, p. 53) 
Temos que observar também a seguinte situação: se uma empresa está 
trabalhando em um determinado nível de preço e quer fabricar mais produtos e 
lançá-los no mercado, o risco está em forçar seu próprio preço para baixo. 
Portanto toda a produção deverá ser lançada no mercado de forma 
controlada para que a própria empresa não sofra prejuízos com isso. 
Para avaliar estes níveis de preço e aceitação de seus produtos a economia 
estuda a variação da quantidade ofertada em função da variação do preço 
praticado. Podemos dizer que a quantidade ofertada depende diretamente dos 
preços, quanto maior forem os preços, maior será a quantidade ofertada. 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
Esta tabela resulta na curva típica da oferta conforme o modelo abaixo. 
Observe que com o aumento dos níveis de preço a quantidade cai. 
Sendo análogo, a curva da elasticidade da procura onde indica que para cada 
unidade de preço alterada pode ou não ocorrer uma variação significativa na 
quantidade ofertada. 
Não é possível comparar produtos de mercados diferentes, pois eles podem 
não responder da mesma forma nas variações de níveis de preço. 
Podemos perceber que no mercado de automóveis, se há uma queda na 
procura ou um aumento na procura de carros, isto não implica em que o consumo 
de gasolina ou álcool também acompanhe esta variação, apesar de serem bens de 
uma mesma cadeia produtiva. 
São fatores determinantes da elasticidade da oferta: 
 
 
 
 
31 
 
• Disponibilidade dos fatores de produção 
• Fatores resultantes do processo produtivo 
 
A capacidade instalada significa a capacidade de produção de uma empresa. 
Quando uma empresa nova abre suas portas, ou uma empresa amplia seu chão de 
fábrica, com certeza novos produtos irão para o mercado. As ampliações da oferta 
de produtos dependem da forma direta de investimentos no setor de produção. 
A disponibilidade de fatores de produção influencia na oferta. Assim se um 
fornecedor não consegue mais ampliar sua produção, a empresa não terá mais com 
o que produzir. 
 O preço dos insumos cria um impacto no processo produtivo, pois amplia ou 
reduz os custos operacionais. Logo, a empresa deverá estar preparada ou ser ágil 
nas decisões quando houver um repentino aumento de preços de seus 
fornecedores, para que não prejudiquem seu desempenho no mercado. 
A tecnologia ajuda a manter preços, e até mesmo a reduzi-los. A revolução 
industrial, que apresentou a primeira mecanização da história da humanidade, não 
trouxe prejuízos aos trabalhadores da época. Muito pelo contrário, fez com que as 
pessoas buscassem trabalhos alternativos. 
As expectativas dos produtores em novos níveis de preços podem alterar as 
quantidades ofertadas no sentido de aumentar seus ganhos. Neste caso estamos 
falando de ganhos futuros. 
4.3 Teoria do Equilíbrio Geral 
A análise do equilíbrio geral leva em conta as inter-relações entre todos os 
mercados, diferentemente da análise de equilíbrio parcial, que analisa um mercado 
isoladamente, sem considerar suas inter-relações com os demais. Ou seja, procura-
se analisar se o comportamento independente de cada agente econômico conduz 
todos a uma posição de equilíbrioglobal, embora todos sejam, na realidade, 
interdependentes. 
 
 
 
 
32 
 
A teoria do bem-estar, ou welfare economics, estuda como alcançar soluções 
socialmente eficientes para o problema da alocação e distribuição dos recursos, ou 
seja, encontrar a “alocação ótima dos recursos”. 
Há de se destacar que no estudo microeconômico um dos tópicos consiste 
na análise das imperfeições de mercado, em que se analisam situações nas quais 
os preços não são determinados isoladamente em cada mercado. 
Na realidade, tanto a teoria do equilíbrio geral e do bem-estar como a teoria 
do consumidor são fundamentalmente abstratas, utilizando-se, com frequência, 
modelos matemáticos de razoável grau de dificuldade. 
5 MERCADO 
Mercado é onde convergem a procura e a oferta de um bem e onde se 
determina o preço e a quantidade pelo qual esse bem será vendido (SILVA e LUIZ, 
2001 apud RODRIGUES, 2012, p. 112). 
A curva de oferta é analisada conjuntamente com a curva de demanda, para 
que se possa visualizar o funcionamento do mercado. Então, podemos dizer que no 
mercado ocorre o encontro da oferta com a demanda. 
O encontro entre a oferta e a demanda determina o preço e quantidade do 
produto. Isso ocorre porque não é possível determinar a quantidade e o preço 
analisando isoladamente as curvas de oferta ou demanda. 
O encontro entre a oferta e a demanda significa o ponto onde a oferta será 
igual à demanda. Esse ponto é chamado de ponto de equilíbrio. Esse ponto de 
equilíbrio mostra o preço e as quantidades que atendem às aspirações dos 
empresários e dos consumidores simultaneamente. De acordo com Mankiw (2009 
apud RODRIGUES, 2012, p. 112), esse preço é chamado de preço de equilíbrio e 
a quantidade de quantidade de equilíbrio. 
O gráfico abaixo mostra o funcionamento desse mercado. O produto X, que 
no caso são pizzas, tem sua oferta representada pela reta O e sua demanda 
 
 
 
 
33 
 
representada pela reta D. No eixo horizontal temos a quantidade do produto X (Qx) 
e no eixo vertical o preço do produto X (Px). 
 
 
 
Analisando o gráfico: 
• Ao preço de R$ 10,00, os consumidores estão dispostos a adquirir 20 
unidades do produto X (Ponto A) e os produtores dispostos a vender 
40 unidades (Ponto B). Nesse caso, a oferta é maior que a demanda 
então esse não é o ponto de equilíbrio. 
• Ao preço de R$ 6,00, os consumidores estão dispostos a adquirir 40 
unidades do produto X (Ponto D) e os produtores dispostos a vender 
20 unidades (Ponto C). Nesse caso, a demanda é maior que a oferta 
então esse também não é o ponto de equilíbrio. 
• Ao preço de R$ 8,00, os consumidores estão dispostos a adquirir 30 
unidades e os produtores a vender 30 unidades (Ponto E). A demanda 
é igual à oferta então esse é o ponto de equilíbrio. O mercado está em 
equilíbrio no Ponto E. O preço de equilíbrio é R$ 8,00 e a quantidade 
é de 30 unidades. 
 
O mercado de um bem é formado pela oferta de todos os produtores e por 
todos os consumidores que estão dispostos a adquiri-lo. 
 
 
 
 
34 
 
As características do mercado para cada produto variam de país para país e 
até de região para região e essas informações são fundamentais para a atuação 
das empresas. 
O tamanho do mercado depende tanto do número de consumidores quanto 
da renda desses consumidores. É lógico pensar que o mercado norte-americano é 
bem maior que o mercado uruguaio, por exemplo. 
Segundo Silva e Luiz (2001 apud RODRIGUES, 2012, p. 114), os mercados 
podem ser classificados em Concorrência pura ou perfeita, Monopólio puro, 
Oligopólio e Concorrência monopolística. 
5.1 Concorrência pura ou perfeita 
Na concorrência pura ou perfeita existe um grande número de empresas 
oferecendo um mesmo produto. Como existe um grande número de empresas, cada 
uma delas representa uma pequena parcela do mercado, ou seja, contribui com 
pouco para a oferta total. 
Segundo Souza (2007 apud RODRIGUES, 2012, p. 114), o produto 
produzido nesse tipo de mercado é homogêneo, isto é, o bem produzido por uma 
empresa é igual ao bem produzido por outra. O consumidor não percebe a diferença 
entre os produtos oferecidos pelas diferentes empresas e não consegue determinar 
em qual empresa ele foi produzido. 
Exemplos que mais se aproximam desse tipo de mercado são os produtos 
agrícolas. O tomate, a laranja, a batata, etc. O consumidor não associa os produtos 
ao produtor. 
5.2 Monopólio puro 
No monopólio puro apenas uma empresa oferece um bem, para o qual não 
existem produtos substitutos satisfatórios (SOUZA, 2007 apud RODRIGUES, 2012, 
p. 114). Essa empresa controla todo o mercado, pois é a única que produz o bem. 
 
 
 
 
35 
 
Nesse caso, se essa empresa deixar de produzir o produto, o mercado deixará de 
existir. 
De acordo com Silva e Luiz (2001 apud RODRIGUES, 2012, p. 114), os 
produtos não são homogêneos, são diferenciados. E, além de diferenciado, o 
produto não pode ser substituído por outro. 
Exemplos desse tipo de mercado são encontrados principalmente no setor 
público, como o abastecimento de água e energia elétrica. 
5.3 Oligopólio 
Segundo Souza (2007 apud RODRIGUES, 2012, p. 115), no Oligopólio existe 
um grande número de compradores e um pequeno número de vendedores. 
Geralmente, poucas empresas dominam a maior parte do mercado, de forma que 
as ações de uma empresa afetam as outras. 
Essas empresas produzem bens diferenciados, mas que podem ser 
substituídos entre si. O consumidor sabe exatamente qual empresa produziu 
determinado produto. 
Exemplos desse tipo de mercado incluem bens de consumo como 
automóveis, eletrodomésticos, sabão em pó, pasta de dente, etc. 
5.4 Concorrência monopolística 
Na concorrência monopolística existe um número razoavelmente grande de 
empresas produzindo um mesmo bem, de modo que cada produtor individualmente 
não é importante (SILVA; LUIZ, 2001 apud RODRIGUES, 2012, p. 115). 
Os produtos produzidos pelas empresas nesse tipo de mercado são os 
mesmos, mas os consumidores os consideram diferenciados. 
Esse tipo de mercado apresenta características da concorrência perfeita 
(número de empresas produzindo o mesmo bem) e do oligopólio (cada produtor é 
diferente dos demais). 
 
 
 
 
36 
 
Exemplos desse mercado são fábricas de roupas de moda, produtos têxteis, 
prestação de serviços como encanador em grandes cidades, etc. 
6 MACROECONOMIA 
 
Fonte: sunoresearch.com.br 
A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a 
determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: renda e 
produto nacionais, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de 
moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio. 
Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a macroeconomia 
não tem por enfoque o comportamento das unidades econômicas individuais e de 
mercados específicos. Como já foi analisado, essas são preocupações da 
microeconomia. A macroeconomia trata o mercado de bens e serviços como um 
todo (agregando produtos agrícolas, industriais e serviços de transporte, por 
exemplo), assim como o mercado de trabalho (não se preocupando com diferenças 
na qualificação, sexo, idade, origem da força de trabalho etc.). 
 
 
 
 
37 
 
Esse enfoque mais agregativo pode omitir fatores específicos importantes. 
Por exemplo, quando consideramos apenas o nível geral de preços, não atentamos 
devidamente para o comportamento diferenciado das variações de preços de 
produtos relevantes, como preços agrícolas, construção civil, etc. 
Apesar disso, a abordagem global tem a vantagem de estabelecer relações 
entre grandes agregados e permitir uma compreensão maior de algumas das 
interações mais relevantes da economia, entre os mercados de bens e serviços, o 
“mercado” monetário, financeiro e cambial, e o mercado de trabalho, representando 
assim importante instrumento para a política e a programação econômica. 
Entretanto, embora exista um aparente contraste, nãohá conflito entre a 
micro e a macroeconomia, uma vez que o conjunto da economia é a soma de seus 
mercados individuais. A diferença é primordialmente uma questão de ênfase, de 
enfoque. Ao estudar a determinação de preços num dado setor, na microeconomia 
consideram-se constantes os preços dos outros setores (a hipótese de coeteris 
paribus). Na macroeconomia, estuda-se o nível geral de preços, ignorando-se as 
mudanças de preços relativos dos bens dos diferentes setores. 
A teoria macroeconômica propriamente dita preocupa-se mais com aspectos 
de curto prazo. Especificamente, trata de questões como o desemprego, que 
aparece sempre que a economia está trabalhando abaixo de seu máximo de 
produção, e da estabilização do nível geral de preços. Em outras palavras, a análise 
de curto prazo avalia fundamentalmente questões conjunturais, como desemprego 
e inflação. 
A parte da teoria econômica que estuda questões de longo prazo é 
denominada teoria do desenvolvimento e crescimento econômico. Analisa também 
os grandes agregados, mas com um enfoque um pouco diferenciado, preocupando-
se com a trajetória de longo prazo da economia. A teoria do desenvolvimento e 
crescimento econômico dedica-se fundamentalmente às questões estruturais, que 
não envolvem apenas a utilização de instrumentos de política econômica, mas 
também a fatores institucionais, sociais, tecnológicos, como qualificação da mão-
de-obra, progresso tecnológico, qualidade de vida da população, distribuição de 
renda etc. 
 
 
 
 
38 
 
São os seguintes os objetivos de política macroeconômica: 
• alto nível de emprego; 
• estabilidade de preços; 
• distribuição de renda socialmente justa; 
• crescimento econômico. 
6.1 Alto Nível de Emprego 
Pode-se dizer que as discussões sobre desemprego, a partir dos anos 1930, 
permitiram um aprofundamento da análise macroeconômica. E o livro de John 
Maynard Keynes, teoria geral do emprego, dos juros e da moeda, de 1936, forneceu 
aos governantes os instrumentos necessários para que a economia recuperasse 
seu nível de emprego potencial ao longo do tempo. 
Deve-se salientar que antes da crise mundial dos anos 1930, o desemprego 
não preocupava a maioria dos economistas, pelo menos nos países capitalistas. 
Isso porque predominava o pensamento liberal, que acreditava que os mercados, 
sem interferência do Estado, conduziriam a economia ao pleno emprego de seus 
recursos, ou a seu produto potencial: milhões de consumidores e milhares de 
empresas, como que guiados por uma “mão invisível”, determinariam os preços e a 
produção de equilíbrio, e, desse modo, não haveria problemas de desempenho. 
De fato, desde a Revolução Industrial, em fins do século XVIII, até o início do 
século XX, o mundo econômico parece ter funcionado mais ou menos assim. 
Entretanto, a evolução da economia mundial trouxe em seu bojo novas variáveis, 
como o surgimento dos sindicatos de trabalhadores, os grupos econômicos e o 
desenvolvimento do mercado de capitais e do comércio internacional, de sorte a 
complicar e trazer incertezas sobre o funcionamento da economia. A não 
interferência do governo levou à quebra da Bolsa de Nova York em 1929, e uma 
crise de desemprego atingiu todos os países do mundo ocidental nos anos 
seguintes. 
 
 
 
 
39 
 
Com a contribuição de Keynes, contudo, fincaram-se as bases da moderna 
teoria macroeconômica, e da intervenção do Estado na economia de mercado. Na 
verdade, Keynes praticamente inaugurou a seguinte discussão macroeconômica, 
que perdura até hoje: qual deve ser o grau de intervenção do Estado na economia 
e em que medida ele deve ser produtor de bens ou serviços. A corrente dos 
economistas liberais (hoje neoliberais) prega que, na economia, o governo deva 
cuidar apenas da política monetária e deixar a produção de bens e serviços para o 
setor privado, enquanto outras correntes apregoam maior grau de atuação do 
Estado na atividade econômica (keynesianos, desenvolvimentistas, socialistas, 
etc.). 
6.2 Estabilidade de Preços 
Define-se inflação como o aumento continuo e generalizado no nível geral de 
preços. 
Por que a inflação é um problema? A inflação acarreta distorções, 
principalmente sobre a distribuição da renda, sobre as expectativas dos agentes 
econômicos e sobre o balanço de pagamentos. 
Costuma-se aceitar que um pouco de inflação faça parte dos ajustes de uma 
sociedade dinâmica, em crescimento. Efetivamente, a experiência histórica mostra 
que existem algumas condições inflacionárias que são inerentes ao próprio 
processo de crescimento econômico. As tentativas dos países em via de 
desenvolvimento de alcançar estágios mais avançados de crescimento econômico 
dificilmente se realizam sem que também ocorram, concomitantemente, elevações 
no nível geral de preços. 
Mesmo em países mais desenvolvidos, o controle da inflação também é uma 
preocupação sempre presente, dado que, quanto maior o nível de atividade 
econômica, a utilização dos recursos produtivos tende a atingir sua capacidade 
máxima, gerando tensões inflacionárias. 
 
 
 
 
40 
 
6.3 Distribuição Equitativa de Renda 
A economia brasileira cresceu razoavelmente entre o fim dos anos 1960 e a 
maior parte da década de 1970. Apesar disso, verificou-se uma disparidade muito 
acentuada de nível de renda, tanto entre diferentes grupos socioeconômicos como 
entre as regiões brasileiras. Tal situação fere, evidentemente, o sentido de equidade 
ou justiça social. 
No Brasil, os críticos do “milagre econômico” argumentam que a 
concentração de renda no país piorou entre os anos 1967 e 1973 devido a uma 
política deliberada do governo de primeiro crescer para depois distribuir (a chamada 
teoria do bolo). 
A posição oficial era de que certo aumento na concentração de renda seria 
inerente ao próprio desenvolvimento capitalista, dadas as transformações 
estruturais que ocorrem nesse processo: êxodo rural, com trabalhadores de baixa 
qualificação, aumento da proporção de jovens, entre outros. 
Em países que tiveram um crescimento bastante rápido, principalmente após 
a 2a guerra mundial, como Brasil, Chile, México, Coréia do Sul, gerou-se um 
aumento repentino da demanda por mão-de-obra qualificada, que, por ser escassa, 
obtém ganhos extras relativamente aos trabalhadores menos qualificados. 
Assim, a falta de qualificação da mão-de-obra teria sido o principal 
determinante da piora distributiva nesses países. 
Deve ser observado que, embora tenha ocorrido no Brasil uma concentração 
de renda naquele período, o padrão de vida de toda a população melhorou, o que 
é aparentemente contraditório. O que ocorreu é que a renda média por habitante 
(renda per capita) de todas as classes aumentou, mas a renda das classes mais 
ricas aumentou proporcionalmente mais que a renda das classes mais pobres. A 
renda dos pobres aumentou, melhorou seu padrão de vida no período, mas a 
participação deles na renda do país diminuiu. 
 
 
 
 
41 
 
6.4 Crescimento Econômico 
Se existe desemprego e capacidade ociosa, pode-se aumentar o produto 
nacional por meio de políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva. No 
entanto, feito isso, há um limite à quantidade que se pode produzir com a tecnologia 
e os recursos disponíveis. 
Aumentar o produto além desse limite exigirá: 
• ou um aumento nos recursos disponíveis; 
• ou um avanço tecnológico, ou seja, melhoria tecnológica, novas 
maneiras de organizar a produção, qualificação da mão-de-obra. 
 
Quando se fala em crescimento econômico, estamos nos referindo ao 
crescimento da renda nacional per capita, ou seja, em colocar à disposição da 
coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o crescimento 
populacional. A renda per capita é considerada um razoável indicador para se aferir 
a melhoria do padrão de vida da população, embora apresente falhas. 
6.5 Dilemas de Política Econômica: Inter-Relações e Conflitos de ObjetivosO crescimento econômico pode facilitar a solução de problemas relativos à 
pobreza, pois os conflitos sociais sobre a divisão do bolo produtivo podem ser 
abrandados quando ele aumenta. Nesse sentido, poder-se-ia aumentar a renda dos 
pobres sem diminuir a dos ricos. 
Entretanto, no Brasil e em outros países em desenvolvimento, as metas de 
crescimento e equidade distributiva têm-se mostrado conflitantes, 
fundamentalmente devido ao fator educacional, com a maioria da mão-de-obra com 
baixa qualificação e, portanto, com baixos rendimentos. 
Outro conflito gerado por políticas econômicas pode ser observado entre as 
metas de redução de desemprego e a estabilidade de preços. É fato que, quando o 
desemprego diminui e a economia aproxima-se da plena utilização de recursos, 
passam a ocorrer pressões por aumentos de preços, principalmente nos setores 
 
 
 
 
42 
 
fornecedores de insumos básicos, o que explica o frequente controle do crescimento 
do consumo pelas autoridades para não provocar inflação. Por outro lado, observa-
se que, numa situação recessiva, as taxas de inflação tendem a ceder, uma vez que 
as empresas estarão mais voltadas a desovar seus estoques acumulados e os 
sindicatos de trabalhadores não estarão tão preocupados em obter salários mais 
elevados, mas sim com a manutenção do emprego. Essa tendência a uma relação 
inversa entre inflação e desemprego é denominada na literatura econômica trade-
off entre inflação e desemprego, que é um reflexo de uma tendência cíclica da 
economia, alternando períodos de maior prosperidade com outros mais recessivos. 
Outro exemplo bastante claro desses dilemas de política econômica ocorreu 
no Plano Real, a partir de 1994: a meta de redução da inflação e de estabilização 
de preços foi plenamente atingida. Entre os instrumentos utilizados, recorreu-se à 
valorização da moeda nacional perante o dólar, o que promoveu um aumento das 
importações e da concorrência dos produtos estrangeiros com os nacionais e o 
consequente barateamento dos preços internos. Entretanto, houve uma redução do 
ritmo das exportações, a balança comercial tornou-se deficitária e aumentou a 
vulnerabilidade externa da economia brasileira. 
Decidir qual o objetivo prioritário é tarefa que pertence mais ao âmbito do 
poder político. Cabe aos economistas apresentar os custos e os benefícios de cada 
alternativa de política econômica, mas a decisão final sobre qual caminho percorrer 
pertence aos políticos. 
7 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA 
A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a 
capacidade produtiva (oferta agregada) e as despesas planejadas (demanda 
agregada), com o objetivo de permitir que a economia opere a pleno emprego, com 
baixas taxas de inflação, com distribuição de renda justa, e cresça de forma continua 
e sustentável. 
 
 
 
 
43 
 
Os principais instrumentos para atingir tais objetivos são as políticas fiscal, 
monetária, cambial e comercial, e de rendas. 
7.1 Política Fiscal 
Refere-se a todos os instrumentos de que o governo dispõe para arrecadar 
tributos (política tributária) e controlar suas despesas (política de gastos). A política 
tributária, além influir sobre o nível de tributação, é utilizada, por meio da 
manipulação da estrutura e alíquotas de impostos, para estimular os gastos de 
consumo do setor privado. 
Se o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de inflação, as medidas 
fiscais normalmente adotadas são a diminuição de gastos públicos e/ou o aumento 
da carga tributária. Logo, essas medidas visam diminuir os gastos da coletividade. 
Se o objetivo for maior crescimento e emprego, os instrumentos fiscais são 
os mesmos, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada. 
Para uma política que vise melhorar a distribuição de renda, esses 
instrumentos devem ser utilizados de forma seletiva, em benefício dos grupos 
menos favorecidos. Por exemplo, impostos progressivos, gastos do governo em 
regiões mais atrasadas etc. 
Toda política tributária deve obedecer a um princípio constitucional, chamado 
princípio da anterioridade, segundo o qual a implementação de uma medida só pode 
ocorrer a partir do ano seguinte ao de sua aprovação pelo Congresso Nacional. 
Como consta do art. 150, inciso III, b, da Constituição Federal de 1988, é vedado 
às autoridades públicas cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha 
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. 
7.2 Política Monetária 
Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos 
públicos existentes na economia. 
Os instrumentos disponíveis para tal são: 
 
 
 
 
44 
 
• emissões; 
• reservas compulsórias (percentual sobre os depósitos que os bancos 
comerciais devem colocar à disposição do Banco Central); 
• open market (compra e venda de títulos públicos); 
• redescontos (empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais); 
• regulamentação sobre crédito e taxa de juros. 
 
Assim, por exemplo, se o objetivo for o controle da inflação, a medida 
apropriada de política monetária seria diminuir o estoque monetário da economia. 
Se a meta for o crescimento econômico, seria o inverso: redução da taxa de juros e 
da taxa de compulsório, compra de títulos no open market. 
As políticas monetária e fiscal representam meios alternativos diferentes para 
as mesmas finalidades. A política econômica deve ser executada por meio de uma 
combinação adequada de instrumentos fiscais e monetários. 
Pode-se dizer que a política fiscal tem mais eficácia quando o objetivo é uma 
melhoria na distribuição de renda, tanto na taxação às rendas mais altas como pelo 
aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos. A 
política monetária é mais difusa no tocante à questão distributiva. 
Uma vantagem frequentemente apontada da política monetária sobre a fiscal 
é que a primeira pode ser implementada logo após sua aprovação, dado que 
depende apenas de decisões diretas das autoridades monetárias, enquanto o 
processo de implementação de políticas fiscais é muito lento, pois depende de 
votação no Congresso, e deve obedecer ao princípio da anterioridade, aumentando 
a defasagem entre a tomada de decisão e a implementação das medidas fiscais. 
7.3 Políticas Cambial e Comercial 
São políticas que atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da 
economia. 
 
 
 
 
45 
 
A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio. 
As autoridades monetárias podem fixar a taxa de câmbio (regime de taxas fixas de 
câmbio) ou permitir que ela seja flexível e determinada pelo mercado de divisas 
(regime de taxas flutuantes de câmbio). 
A política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos às 
exportações e/ou ao estimulo e desestimulo às importações, ou seja, refere-se a 
estímulos fiscais (crédito-prêmio do ICMS, IPI etc.) e creditícios (taxas de juros 
subsidiadas) às exportações e ao controle das importações (via tarifas e barreiras 
quantitativas sobre importações). 
No Brasil, as decisões de política cambial são de alçada do Conselho 
Monetário Nacional, enquanto a política comercial é comandada pelos Ministros do 
Planejamento, da Indústria e Comércio e Agricultura, com apoio do Ministério das 
Relações Exteriores. 
7.4 Política de Rendas 
A política de rendas refere-se à intervenção direta do governo na formação 
de renda (salários, aluguéis), com o controle e congelamento de preços. 
Alguns tipos de controle exercidos pelas autoridades econômicas podem ser 
considerados dentro do âmbito das políticas monetária, fiscal ou cambial. Por 
exemplo, o controle das taxas de juros e da taxa de câmbio. Entretanto, os controles 
sobre preços e salários situam-se em categoria própria de política econômica. A 
característica especial é que, nesses controles, os preços são congelados e os 
agentes econômicos não podem responder às influências econômicas normais domercado. 
Normalmente esses controles são utilizados como política de combate à 
inflação. No Brasil, a fixação da política salarial, o salário mínimo, a atuação do 
Conselho Interministerial de Preços (CIP), depois da Secretaria Especial de 
Abastecimento e Preços (Seap), e os congelamentos de preços e salários nos 
planos econômicos (Cruzado, Bresser, Verão, Collor) situaram-se no contexto de 
políticas anti-inflacionárias. 
 
 
 
 
46 
 
8 ESTRUTURA DE ANÁLISE MACROECONÔMICA 
Tradicionalmente, a estrutura básica do modelo macroeconômico compõe-
se de cinco mercados: 
 
 
 
As variáveis ou agregados macroeconômicos são determinados pelo 
encontro da oferta e da demanda em cada um desses mercados. 
8.1 Mercado de bens e serviços 
A ideia básica seria a de idealizarmos a economia como se ela teoricamente 
produzisse apenas um único bem, que seria obtido pela agregação dos diversos 
bens produzidos. Esse mercado determina o nível de produção agregada, bem 
como o nível geral de preços. 
A determinação do nível geral de preços e do nível agregado de produção 
está condicionada pela evolução do nível de demanda e oferta agregadas de bens 
e serviços. A demanda agregada depende fundamentalmente da evolução da 
demanda dos quatro grandes setores ou agentes macroeconômicos: 
• consumidores; 
• empresas; 
• governo; 
• setor externo. 
 
Por outro lado, a oferta ou produção agregada depende da evolução do nível 
de emprego e da capacidade instalada na economia. 
 
 
 
 
47 
 
A condição de equilíbrio do mercado é dada por: 
 
Oferta agregada de bens e serviços = Demanda agregada de bens e serviços 
 
As variáveis determinadas nesse mercado são as seguintes: 
• nível de renda e produto nacional; 
• nível de preços; 
• consumo agregado; 
• poupança agregada; 
• investimentos agregados; 
• exportações totais; 
• importações totais. 
8.2 Mercado de trabalho 
Assim como no mercado de bens e serviços não se levam em conta os 
diferentes tipos de bens produzidos pela economia, nesse mercado não se 
distinguem os diferentes tipos de trabalho. Admite-se a existência de um único tipo 
de mão-de-obra, independentemente de características como grau de qualificação, 
escolaridade, sexo etc. Esse mercado determina a taxa de salários e o nível geral 
de emprego. 
A demanda ou procura de mão-de-obra depende de dois fatores básicos: da 
taxa de salário real (ou custo efetivo da mão-de-obra para as empresas) e do nível 
de produção desejado pelas empresas. 
A oferta de mão-de-obra depende do salário real (custo efetivo da cesta 
básica de consumo para os trabalhadores) e da evolução da população 
economicamente ativa. A condição de equilíbrio nesse mercado é dada por: 
 
Oferta de mão-de-obra = Demanda de mão-de-obra 
 
 
 
 
 
48 
 
As variáveis determinadas são: 
• nível de emprego; 
• taxa de salários monetários. 
 
Em conjunto com o mercado de bens e serviços, que determina a taxa de 
inflação, o mercado de trabalho determina também o salário real, isto é, o salário 
monetário, descontada a inflação. 
8.3 Mercado Monetário 
Dado que todas as transações da economia são efetuadas com a utilização 
de moeda, admite-se também a existência de um mercado monetário. Nesse 
mercado, supõe-se a existência de uma demanda de moeda e de uma oferta de 
moeda, determinada pelo Banco Central e pela atuação dos bancos comerciais. A 
demanda e a oferta de moeda determinam a taxa de juros. 
A condição de equilíbrio é dada por: 
 
Oferta de moeda = Demanda de moeda 
 
As variáveis determinadas nesse mercado são: 
• taxa de juros; 
• estoque de moeda (meios de pagamentos) 
8.4 Mercado de Títulos 
O mercado de títulos é incluído no modelo macroeconômico básico para que 
seja analisado o papel de agentes econômicos superavitários e deficitários, e como 
interagem. Os agentes econômicos superavitários, que possuem um nível de gastos 
inferior a seu volume de renda, podem efetuar empréstimos para os agentes 
 
 
 
 
49 
 
econômicos deficitários, aqueles que possuem nível de gastos superior a seu nível 
de renda. 
De maneira semelhante aos mercados de bens e serviços e ao mercado de 
trabalho, não se considera a existência de diferentes tipos de títulos, ao contrário, 
supõe-se que exista um título-padrão. Normalmente utiliza-se o título público federal 
como exemplo. 
A condição de equilíbrio nesse mercado é dada por: 
 
Oferta de Títulos = Demanda de Título 
 
Normalmente os mercados monetário e de títulos são analisados 
conjuntamente, que podem genericamente ser chamados de mercado financeiro, 
dada sua grande interdependência. Na verdade, a taxa de juros é determinada por 
esses dois mercados. 
8.5 Mercado de Divisas 
Como a economia mantém transações com o resto do mundo, existem 
mercados de divisas ou de moeda estrangeira. A oferta de divisas depende das 
exportações e da entrada de capitais financeiros, enquanto a demanda de divisas é 
determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro. 
Assim, a condição de equilíbrio nesse mercado é dada por: 
 
Oferta de divisas = Demanda de divisas 
 
O Banco Central pode interferir no mercado de divisas fixando 
antecipadamente a taxa de câmbio ou deixando a taxa flutuar, mas praticamente 
determinando a taxa de equilíbrio, pois ele atua tanto na compra como na venda de 
divisas (o que é chamado de “flutuação suja”, ou dirty floating). 
Na análise macroeconômica, os gastos do governo e a oferta de moeda são 
exógenos, isto é, não são determinados nesses mercados, mas sim de forma 
 
 
 
 
50 
 
autônoma pelas autoridades. Dizemos que são variáveis determinadas 
institucionalmente, já que dependem do tipo de política econômica adotado pelas 
autoridades. Por exemplo, se a meta for a estabilização da taxa de inflação, deve 
ocorrer uma diminuição tanto nos gastos do governo como na oferta de moeda; se 
o objetivo for desenvolvimentista, devem ser adotadas políticas de expansão 
monetária e de gastos públicos. Elas vão condicionar o comportamento de todos os 
demais agregados, mas não são determinadas por eles. 
O mercado de capitais físicos está embutido no mercado de bens e serviços 
por meio dos investimentos e da poupança. O mercado de capitais financeiros é 
estudado com o mercado monetário e de títulos. 
9 INFLAÇÃO 
Vasconcellos e Garcia (2004 apud RODRIGUES, 2012, p. 73) definem 
inflação como um processo onde ocorre um aumento persistente e generalizado 
dos preços dos bens e serviços, ou seja, a inflação ocorre quando acontece 
aumento contínuo de preços. Esses aumentos de preços não podem ser 
confundidos com variações de preços de alguns produtos, que são comuns na 
economia. A inflação é caracterizada pelo aumento de preço de todos os bens 
produzidos pela economia. 
A inflação tem diversos pontos negativos. Um dos principais pontos negativos 
é a contínua perda do poder aquisitivo da moeda. Um trabalhador recebe um salário 
de R$ 1.000,00 no início do mês. Com esse salário ele consegue pagar o aluguel, 
a alimentação, o transporte e suas demais despesas. Agora vamos imaginar que no 
próximo mês aquele mesmo salário não consiga pagar as suas despesas. O 
trabalhador continua recebendo o mesmo salário, o que ocorreu foi a perda do poder 
aquisitivo da moeda, ou seja, o trabalhador com a mesma quantidade de moeda 
não consegue mais adquirir todos os bens que adquiriu no mês anterior. 
Segundo Souza (2007 apud RODRIGUES, 2012, p. 74), a inflação é medida 
pela variação dos índices de preços. Estes permitem calcular a média da variação 
 
 
 
 
51 
 
relativa dos preços de um conjunto de bens e serviços em uma sequência de 
períodos de tempo. A taxa de inflação é a variação percentual no nível geral de 
preços medido, geralmente, ao longo de um mês. 
Atualmente, o governo do país é o único que pode emitir moeda. Muitas 
vezes essa emissão é feita para estimular a atividade econômica em períodos

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